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etica geral e profissional 1

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1.
		Michael foi réu em um processo criminal, denunciado pela prática do delito de corrupção passiva. Sua defesa técnica no feito foi realizada pela advogada Maria, que, para tanto, teve acesso a comprovantes de rendimentos e extratos da conta bancária de Michael. Tempos após o término do processo penal, a ex-mulher de Michael ajuizou demanda, postulando, em face dele, a prestação de alimentos. Ciente de que Maria conhecia os rendimentos de Michael, a autora arrolou a advogada como testemunha. Considerando o caso narrado e o disposto no Código de Ética e Disciplina da OAB, assinale a afirmativa correta.
	
	
	
	Maria deverá recursar-se a depor como testemunha, exceto se Michael expressamente autorizá-la, caso em que deverá informar o que souber, mesmo que isto prejudique Michael.
	
	
	Maria deverá recursar-se a depor como testemunha, tão somente sobre as confidências de ordem pessoal, feitas por Michael.
	
	
	Maria deverá depor como testemunha, mesmo que isto prejudique Michael, uma vez que não é advogada dele no processo de natureza cível, mas terá o direito e o dever de se calar apenas quanto às informações acobertadas pelo sigilo bancário de Michael.
	
	
	Maria não deverá depor como testemunha, pois o advogado tem o dever de guardar sigilo dos fatos de que tome conhecimento no exercício da profissão.
	
	
	Maria deverá depor como testemunha, prestando compromisso de dizer a verdade, e revelar tudo o que souber, mesmo que isto prejudique Michael, uma vez que não é advogada dele no processo de natureza cível.
	
Explicação:
O sigilo profissional está resguardado na Constituição de 1988 , no art 5 º incisos XIII e XIV 
XIII ¿ é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.
XIV ¿ é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional.
	
	
	
	 
		
	
		2.
		(FGV/OAB/EXAME DE ORDEM XVII/adaptada) - A advogada Maria foi presa em flagrante por furto cometido no interior de uma loja de departamentos. Na Delegacia, teve a assistência de advogado por ela constituído. O auto de prisão foi lavrado sem a presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil, , fato que levou o advogado de Maria a arguir sua nulidade. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
	
	
	
	O auto de prisão em flagrante é nulo, pois advogados não podem ser presos por crimes afiançáveis.
	
	
	O auto de prisão em flagrante é nulo, pois advogados  podem ser presos por crimes em flagrante delito e afiançáveis.
	
	
	O auto de prisão em flagrante não é nulo, pois só é obrigatória a presença de representante da OAB quando a prisão decorre de motivo ligado ao exercício da advocacia.
	
	
	O auto de prisão em flagrante é nulo, pois a presença de representante da OAB em caso de prisão em flagrante de advogado é sempre obrigatória.
	
	
	O auto de prisão em flagrante não é nulo, pois a presença de representante da OAB é facultativa em qualquer caso, podendo sempre ser suprida pela presença de advogado indicado pelo preso.
	
Explicação:
É direito do advogado ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB. (Art. 7º, inciso IV, EAOAB).
	
	
	
	 
		
	
		3.
		Sobre as prerrogativas do advogado, é correto afirmar
	
	
	
	a súmula vinculante 14 do STF resta inaplicável diante da alteração do art. 7º, XIV da lei 8.906/94.
	
	
	O advogado não pode em hipótese alguma ter acesso aos autos de inquérito policial
	
	
	a nova redação do art. 7º, XIV da lei 8.906/94 ressalvou as hipótese de investigações conduzidas pelo Ministério Público, cabendo ao promotor de Justiça o juízo da oportunidade e da conveniência acerca do acesso do advogado aos autos da investigação.
	
	
	é prerrogativa do advogado examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
	
	
	Conforme a nova redação do art.7º, XIV da lei 8.906/94, o advogado passa a ter amplo acesso aos autos tão somente de inquérito policial, não sendo alcançadas as investigações de outra natureza.
	
Explicação: Nova redação do art.7º, XIV da lei 8.906/94
	
	
	
	 
		
	
		4.
		(XIX Exame Unificado/2016/adaptada) - O advogado Carlos dirigiu-se a uma Delegacia de Polícia para tentar obter cópia de autos de inquérito no âmbito do qual seu cliente havia sido intimado para prestar esclarecimentos. No entanto, a vista dos autos foi negada pela autoridade policial, ao fundamento de que os autos estavam sob segredo de Justiça. Mesmo após Carlos ter apresentado procuração de seu cliente, afirmou o Delegado que, uma vez que o juiz havia decretado sigilo nos autos, a vista somente seria permitida com autorização judicial. Nos termos do Estatuto da Advocacia, é correto afirmar que:
	
	
	
	o segredo de Justiça de inquéritos em andamento é oponível ao advogado Carlos, mesmo munido de procuração.
	
	
	Carlos pode ter acesso aos autos de inquéritos sob segredo de Justiça, desde que esteja munido de procuração do investigado.
	
	
	Carlos não pode ter acesso aos autos, caso contrário, estará infringindo as normas Estatutárias.
	
	
	Carlos pode ter acesso aos autos de qualquer inquérito, mesmo sem procuração.
	
	
	em caso de inquérito sob segredo de Justiça, apenas o magistrado que decretou o sigilo poderá afastar parcialmente o sigilo, autorizando o acesso aos autos pelo advogado Carlos.
	
Explicação:
O direito de exame  dos autos é aquela prerrogativa que pertence a todos os advogados na forma do art. 7° incisos XIII e XIV, EOAB. O direito de vista é o direito do advogado constituído nos autos mediante procuração ou substabelecimento sem reservas de poderes, conforme o art. 7°, inciso XV, EOAB.
	
	
	
	 
		
	
		5.
		Das Regras Deontológicas expressas no CED de 2015, indique a alternativa INCORRETA:
	
	
	
	É defeso ao advogado expor fatos em juízo falseando deliberadamente a verdade e utilizando-se de má-fé.
	
	
	É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de pretensão concernente a lei ou direito que também lhe seja aplicável, ou contrarie expressa orientação sua, manifestada anteriormente.
	
	
	O exercício da advocacia é compatível com qualquer procedimento de mercantilização.
	
	
	O advogado vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, integrantes de departamentos jurídicos, ou órgão de assessoria jurídica, pública ou privada, deve zelar pela sua liberdade e independência.
	
	
	O advogado deve ter consciência de que o direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos.
	
Explicação:
O art. 5° do CED de 2015 estabelece que é incompatível com a advocacia qualquer procedimento de mercantilização.
	
	
	
	 
		
	
		6.
		Um Advogado retirou de Cartório os autos de um processo em que funciona como Advogado do Réu e não os devolveu no prazo devido. Intimado a devolvê-los em 24 horas, também não o fez. Pergunta-se: O que poderá acontecer àquele Advogado?
	
	
	
	Apenas sofrer a busca e apreensão dos autos em seu Escritório; perder o direito de vista dos autos fora de Cartório e ser punido disciplinarmente pela OAB;
	
	
	Apenas ser punido criminalmente pelo crime de retenção dos autos.
	
	
	Sofrer a busca e apreensão dos autos em seu Escritório; perder o direito de vista dos autos fora de Cartório; ser punido disciplinarmente pela OAB e ser punido criminalmente pela retenção dolosa dos autos;
	
	
	Apenas sofrer a busca e apreensão dos autosem seu Escritório e ser punido disciplinarmente pela OAB;
	
	
	Apenas ser punido disciplinarmente pela OAB e ser punido criminalmente pelo crime de retenção dos autos.
	
Explicação:
Art. 7. º São direitos do advogado:
II - a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia.
O artigo ganhou o acréscimo do parágrafo sexto (6.º) que dispõe: " Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado , a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes".
Diante da regra prevista no EOAB, Os pressupostos e requisitos para o afastamento da inviolabilidade do escritório do advogado são os seguintes: a) deverá conter indícios de autoria e de materialidade da prática de crime cometido pelo advogado; b) decretação de quebra da inviolabilidade por autoridade judiciária competente ; c) decisão que exponha as razões da busca e apreensão; d) expedição de mandado de busca e apreensão específico e pormenorizado (que determine o objeto da medida) e; e) cumprimento do mandado na presença de representante da Ordem dos Advogados do Brasil (exemplo: presidente da subsecção local).
Caso haja a violação de qualquer dos pressupostos acima (visto que cumulativos), poderá o prejudicado se valer do remédio constitucional habeas corpus (art. 5.º, inc. LXVIII, da CR/88).
	
	
	
	 
		
	
		7.
		(XIX Exame Unificado - Caderno Tipo I - Branco - (Prova aplicada em 03/04/2016/adaptada) - Os advogados Ivan e Dimitri foram nomeados, por determinado magistrado, para prestarem assistência jurídica a certo jurisdicionado, em razão da impossibilidade da Defensoria Pública. As questões jurídicas debatidas no processo relacionavam-se à interpretação dada a um dispositivo legal. Ivan recusou-se ao patrocínio da causa, alegando que a norma discutida também lhe é aplicável, não sendo, por isso, possível que ele sustente em juízo a interpretação legal benéfica à parte assistida e prejudicial aos seus próprios interesses. Dimitri também se recusou ao patrocínio, pois já defendeu interpretação diversa da mesma norma em outro processo. Sobre a hipótese apresentada, é correto afirmar que
	
	
	
	apenas Dimitri cometeu infração disciplinar, pois não se configura legítima a recusa por ele apresentada ao patrocínio da causa, sendo vedado ao advogado, sem justo motivo, recusar-se a prestar assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública.
	
	
	nenhum dos advogados cometeu infração disciplinar, pois se afiguram legítimas as recusas apresentadas ao patrocínio da causa.
	
	
	Ivan e Dimitri cometeram infração disciplinar, pois é vedado ao advogado recusar-se a prestar assistência jurídica, sem justo motivo, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública.
	
	
	Os advogados cometeram infração ético-disciplinar prevista no Código de Ética de 2016.
	
	
	apenas Ivan cometeu infração disciplinar, pois não se configura legítima a recusa por ele apresentada ao patrocínio da causa, sendo vedado ao advogado, sem justo motivo, recusar-se a prestar assistência jurídica, quando nomeado
	
Explicação:
o findamento da questão está no art. 22, CED de 2015. Há a possibilidade de o advogado declinar seu impedimento ético.
	
	
	
	 
		
	
		8.
		O sigilo profissional da advocacia:
	
	
	
	por ser inerente à profissão, nunca poderá ser violado pelo advogado.
	
	
	pode ser utilizado em favor do cliente, nos limites da necessidade da defesa, independentemente da autorização do mesmo.
	
	
	poderá ser afastado pelo advogado, em defesa própria, quando se vê gravemente ameaçado em sua honra, configurando justa causa
	
	
	é de ordem privada e pode ser afastado em solicitação expressa do constituinte.
	
	
	não pode ser preservado em depoimento judicial.
	
Explicação:
O fundamento da questão está expresso nos art. 35 e 36 do CED de 2015.

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