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Atividade Prática supervisionada 4° semestre

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Sumario 
Introdução................................................................................. 03
Considerações sobre crimes digitais......................................... 04
Lei 13.709/2018....................................................................... 04
Parecer jurídico ....................................................................... 05
	Problema apresentado..................................................... 05
	Considerações acerca do problema apresentado............. 06
Conclusão ............................................................................... 07
Bibliografia ............................................................................ 08
Introdução 
O presente trabalho tem por propósito formar e fundamentar opiniões sobre Responsabilidade Civil e sua aplicação no caso prático apresentado. Nos respaldando no Código Civil, Código de Defesa do Consumidor e na Lei 13.709/2018, faremos as analises necessárias afim de chegar a uma solução considerada juridicamente satisfatória. 
Mas para tanto se faz necessário entendermos preliminarmente o que é Responsabilidade Civil, e a seguir para nos responder essa dúvida trago o entendimento do conceituado jurista Carlos Roberto Gonçalves: 
 
 
Segundo Carlos Roberto Gonçalves (2016, p.1 9) A palavra 
Responsabilidade tem sua origem na raiz latina spondeo, 
Pela qual se vincula o devedor, solenemente, nos contratos 
Verbais do direito romano. Dentre as várias acepções 
Existentes, algumas fundadas na doutrina do livre-arbítrio, 
Outra em motivações psicológicas destaca-se a noção 
De responsabilidade como aspecto da realidade social. 
Toda atividade que acarreta prejuízo trás em seu bojo, 
Como fato social, o problema da responsabilidade civil. 
Destina-se ela a restaurar o equilíbrio moral e patrimonial 
Provocado pelo autor do dano. Exatamente o interesse em 
Restabelecer a harmonia e o equilíbrio violados pelo dano 
Constitui a fonte geradora da responsabilidade civil. Pode -
Se afirmar, portanto, que responsabilidade exprime idéia de 
Restauração de equilíbrio de equilíbrio, de contraprestação, 
De reparação de dano. Sendo múltiplas as atividades 
Humanas, inúmeras são também as espécies de 
Responsabilidade, que abrangem todos os ramos do direi to e extravasam os limites da vida jurídica, para se ligar a 
Todos os domínios da vida social. Co loca-se ,assim , o 
Responsável na situação de quem, por te r violado 
Determinada norma, vê-se exposto ás conseqüências não 
Desejadas decorrentes de sua conduta danosa, podendo 
Ser compelido a restaurar o “status que ante”.
Desta forma busco nesta Atividade Prática Supervisionada, apresentar e sustentar de maneira concisa e coerente estudos sobre a Responsabilidade Civil e sua aplicação no contexto dos Crimes Cibernéticos.
A seguir trago embasamento jurídico e analises da Lei 13.709/2018, do Código Civil e do Código de Defesa do Consumidor e por fim dou o meu parecer técnico Jurídico acerca do tema proposto. 
02. CONSIDERAÇÕES SOBRE OS CRIMES DIGITAIS
 
Segue abaixo a definição segundo Wikipédia:
Crime informático, crime cibernético, e - crime, cibercrime (em inglês, cybercrime), crime eletrônico ou crime digital são termos aplicáveis a toda a atividade criminosa em que se utiliza um computador ou uma rede de computadores como instrumento ou base de ataque.
Esse crime pode ser perpetrado de diversas maneiras, tais como disseminação de vírus que coletam e-mails para venda de mailing, distribuição de material pornográfico (em especial infantil), fraudes, violação de propriedade intelectual e direitos conexos ou mera invasão de sites para deixar mensagens difamatórias ou insultos dirigidos a instituições, empresas ou pessoas.
O termo "cibercrime" surgiu em Lyon, na França, depois da reunião de um subgrupo das nações do G8 que analisou e discutiu os crimes promovidos via aparelhos eletrônicos ou mediante a disseminação de informações pela internet. Isso aconteceu no final da década de 1990, período em que Internet se expandia pelos países da América do Norte. O subgrupo, chamado "Grupo de Lyon", usou o termo para descrever, de forma muito extensa, todos os tipos de crime praticados na Internet ou nas novas redes de telecomunicações, que se tornavam cada vez mais acessíveis a um grande número de usuários.
No nosso caso em questão houve o sequestro de dados de alunos de um banco de dados de uma escola particular.
E após a realização deste sequestro o ransonware que um tipo de criptografia, que bloqueia o acesso aos dados e exibe mensagens na tela inicial dizendo que o computador foi hackeado e a vitima tem de fazer um depósito de uma determinada quantia geralmente em cripto moedas, para assim passarem alguma senha para que a vitime tenha seu sistema de volta. 
 
03. LEI 13.709 DE 2018 
 
 A lei 13.709 de 2018 foi publicada 14 de agosto no Diário Oficial na qual dispõe sobre a proteção de dados e altera a Lei 12.965/14, conhecida como o Marco Civil da Internet. 
 A lei de proteção de dados pessoais foi adaptada a evolução das 
Tecnologias, baseadas em plataformas digitais, big data, inteligência artificial.
A lei garante para usuários e empresas que lidam com dados pessoais direitos garantidos ao titular dentre eles tem três que podem impactar significativamente nas suas atividades: o direito de esquecimento; direito aos dados utilizados e armazenados; 
E direito á informação sobre o compartilhamento de dados. Estes direitos determinam que os usuários possam exigir a exclusão de todos os registros 
Relativos ao s seus da dos pessoais que estejam armazenados na base de dados da empresa, inclusive em seus servidores, bem como requerer relatório completo sobre quais informações e dados pessoais de sua propriedade estão sendo utilizados e com quais em presas estes dados estão sendo compartilhados. Vale ressaltar que a empresa tem um prazo de 15 dias para entregar o relatório.
A mesma lei traz parâmetros e definições quanto ao tratamento de dados sensíveis e pessoais. Normatizando desta forma os procedimentos adotados para a efetiva aplicação da lei. 
Vale ressaltar que ainda são leis muito atrasadas diante do rápido e avassalador avanço tecnológico.
As organizações deverão criar processos e mecanismos para que 
Consigam satisfazer os direitos do titular. Tendo alguma violação aos direitos e obrigações previstos pela Lei, podem gerar dois tipos de penalidade multa simples ou diária no valor de 2% do 
Faturamento da pessoa jurídica, grupo ou conglomerado no Brasil, tendo como base seu último exercício fiscal excluído os tributos, limitada em R$ 50 milhões por infração; e/ou proibição parcial ou total do exercício de atividades relacionadas a tratamento de dados. 
 A Lei assegura que o titular possa livremente e devidamente exercer 
Seu direito incorrerá em um ônus financeiro e operacional para diversas empresas e startup, possivelmente culminando na estruturação de área s para lidar com demandas específicas de dados. Consideramos que a primeira tarefa a ser executada no processo de adequação às exigências da Lei é mapear os processos internos de sua empresa, para entender quais e como dados são utilizados, para depois organizá-los.
 
04. PARECER JURÍDICO 
 
4.1 Problema Apresentado:
 
Uma escola particular com alunos de alto poder aquisitivo foi vítima de 
Sequestro de dados. O hacker que realizou esse sequestro de dados entrou em contato via mensagem eletrônica e, pediu u m resgate de alto valor a ser pago em bitcoins, no prazo de 24 horas. Se o resgate for pago os dados serão devolvidos para a escola e, se não forem, a ameaça do seqüestrador é vazar os dados dos alunos na rede mundial de computadores, em especial o s endereços e fotografias. A diretoria d a escola está muito temerosa das conseqüências e procura o escritório do grupo para uma consulta. 
 
4.2 Considerações a cerca do Problema Apresentado 
No problema em questão teremos que fazer a analise de três leis distintas e complementares subsidiariamente. Teremos de usarprimordialmente o Código Civil que estabelece normas e trás definições entre prestador de serviços e tomador de serviços, por ser uma escola particular temos também uma relação de consumo e também a partir dos dados trazidos na problemática temos um sequestro de banco de dados que no caso temos uma lei especifica para nos ajudar. 
Desta forma a responsabilidade civil surge em face do descumprimento 
Obrigacional pela desobediência de uma regra estabelecida em um contrato, ou por deixar determinada pessoa de observar um preceito normativo que regula a vida. Neste sentido, fala-se, respectivamente, em responsabilidade civil contratual ou negocial e em responsabilidade civil extracontratual, também denominada responsabilidade civil aquiliana. Sendo assim aplica-se na obrigação contratual o artigo 389 do Código Civil de 2002:
“Art. 389. Não cumprida à obrigação, responde o devedor por 
Perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices 
“Oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado” 
 
 E na obrigação extracontratual artigo 186 do Código Civil de 2002: 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, 
“Negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
E também usaremos o disposto na lei 13709/2018:
Art. 42.  O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de tratamento de dados pessoais, causarem a outrem dano patrimonial, moral, individual ou coletivo, em violação à legislação de proteção de dados pessoais, é obrigado a repará-lo
No caso apresentado temos a responsabilidade contratual do colégio, 
Pois é uma instituição de ensino particular onde tem a obrigação de prestar aos alunos uma estrutura mínima para o aprendizado e desenvolvimento intelectual. 
Pois a sua obrigação e exercer sua atividade principal e direta. Tendo que indenizar as perdas e danos, conforme art.389 Código civil. 
A escola particular, por ser um estabelecimento comercial exerce a prestação de serviços educacionais, a partir de uma contraprestação por parte dos alunos (pais), ela passa a assumir responsabilidade civil decorrente da natureza jurídica do serviço prestado.
Desta forma seguindo o Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor não poderá causar danos ou prejuízos para seus clientes. 
 Para instituições de ensino privado á relação d e consumo entre 
Escola e responsáveis pelos alunos. Aplicando artigo 14 d o Código d e Defesa do Consumidor. 
“Art.14. O fornecedor de serviços responde, independentemente 
Da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos á prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre a s obre sua fruição e riscos. 
 § 1° O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o 
Consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
 I - o modo de seu fornecimento; 
 II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; 
 III - a época em que foi fornecido. 
 § 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas. 
 § 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: 
 I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; 
 II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. 
 § 4° A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa.
 
Conforme o fato apresentado tem a responsabilidade objetiva. E ainda com base na Lei 13.709/2018 em seu artigo 42, nos diz que há sim a obrigação de reparação de dano.
.
05. Conclusão 
Diante do exposto fica provado a Responsabilidade Civil do Colégio, cabendo ao mesmo em caso de prejuízos e danos o ressarcimento dos prejuízos a cerca das perdas e danos.
Saliento ainda que a lei 13.709/2018 que elucida pontos obscuros e complementa sua antecessora Lei 12.965/14, trouxe de maneira clara e objetiva pontos cruciais para a efetiva aplicação dos Códigos Civil e de Defesa do Consumidor.
Contudo diante do rápido avanço das tecnologias, e diante de um legislativo apático, nossas leis ficam a todo minuto ultrapassadas.
Concluo o presente trabalho prático, afirmando com bases nas leis apresentadas, que o Colégio em caso dos vazamentos dos dados deverá indenizar os alunos e seus familiares pelos prejuízos causados.
Bibliografia 
· Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, 14ᵃ edição, 2016, editora Saraiva.
· Código Civil, 2002, Lei 10.406/2002
· Código de Defesa do Consumidor, 1990, Lei 8.078/90
· Lei 13.709/2018
· Enciclopédia On Line, Wikipédia.
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