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fabio peticao 1 instancia

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA/PARANÁ
João, brasileiro, agricultor, relacionamento estável homoafetivo, portador da cédula de identidade RG nº 000000, inscrito no CPF/MF sob nº 00000000000, residente e domiciliado na Rua das Bromélias, nº100, área rural, cep: 00000000, email: xxx@x, Londrina, PR. Fazendo divisa com a Fazenda da Paz cujo o proprietário é pessoa jurídica denominada Fazenda da Paz e também fazendo divisa com propriedade rural pertencente aos cônjuges Sr. Francisco Sra. Rosa, por seu representante legal Fábio Alexandre da Silva, devidamente constituído, com CPF: 34172840230, RG: 057420-AP, segue instrumento de procuração em anexo, com escritório na avenida Primeiro de Maio nº1604, bairro: Buritizal, Macapá, AP. CEP 68.902-891 Email:fabioalexandre0933@gmail.com, vem respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamentos nos artigoS 941 a 945, do Código de Processo Civil e artigo 1.238 do Código Civil, propor a presente:
AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO
Em face de João, brasileiro, agricultor, relacionamento estável homoafetivo, portador da cédula de identidade RG nº 000000, inscrito no CPF/MF sob nº 00000000000, residente e domiciliado na Rua das Bromélias, nº100, área rural, cep: 00.000-000, email: x@x, Londrina, PR, pelos motivos de fatos e direitos a seguir:
DOS FATOS
A localização do imóvel usucapindo fica na Rua das Bromélias, Nº 100, área rural, CEP: 00.000-000, Londrina paraná, sendo que o mesmo é composto de terreno, com área de 35 (trinta e cinco) hectares, de propriedade de XXXXXXXX e sua esposa XXXXXX XXXXX, o respectivo imóvel faz divisa com a Fazenda Fazenda da Paz cujo o proprietário é pessoa jurídica denominada Fazenda da Paz LTDA e também fazendo divisa com propriedade rural pertencente aos cônjuges Sr. Francisco Sr. Rosa, XXXX, Não sabendo precisar onde o imovel está inscrito 
O Requerente possui mansa e pacificamente o imóvel por mais de 9 anos, sem que houvesse interrupção, nem oposição. Entretanto o requerente não possui título de domínio do mesmo, e quer através da presente ação de usucapião, respeitando-se os termos do artigo 1.238 do Código Civil pátrio.
Há nove anos, João e Marcos conviventes em união estável homoafetiva, tomaram posse de um pequeno imóvel rural, de apenas 35 hectares, já acima citado.
Com o passar dos anos, nomes: João e Marco, que não possuem outro imóvel, construíram uma casa no terreno e começaram a cultivar a terra o sustento da própria família, tanto para o sustento próprio, tendo em vista que é a única maneira que sobrevinha o custeio de suas despesas, e de seu companheiro que também colabora com as despesas necessárias do dia. Nunca tendo aparecido qualquer pessoa para reclamar a propriedade do referido imóvel. Até mesmo os carnês de IPTU, deixados na propriedade pela prefeitura, foram pagos pelo casal, desde o início da posse, bem como conta de luz, de água, de despesas pessoais como roupas e despesas necessários como mantimentos.
Nove anos após ter tomado posse do referido imóvel, João ficou muito doente, doença esta que o motivou a regularizar a situação do terreno, hoje não mais terreno, mas sim um imóvel, pois João por estar gravemente doente precisa de uso contínuo de medicação, precisa de auxílio médico, bem como consultas e exame enfatiza que por se tratar de um imóvel rural, é cabível mencionar que somente na zona urbana que se encontra médico, bem como clínicas, postos de saúde e hospitais, dificultando o acesso de João.
O mesmo se encontra extremante preocupado pois se encontra em uma situação vulnerável em que infelizmente é acometido semanalmente a uma sessão de exames cumulados com consultas a cada 3 dias. A inquietação quanto a ser o proprietário de posse e de direito é admissível, levando em conta não somente a vulnerabilidade da doença, mas sim pelo fato de estar estritamente de boa-fé e tendo amparo na Lei, dito isto, o mesmo pretende com apoio jurídico e de forma pacífica ser de fato o proprietário do imóvel. O motivo que levou o requerente a solicitar um auxílio do advogado que subscreve, pois já demonstrado é notória sua boa-fé no caso em questão, vez que gostaria de sanar possíveis transtornos que podem ocasionar no decorrer dos anos. É importante resaltar que mediante a doença que fora diagnosticado, o deixou desamparado, pois sua movimentação física infelizmente não é a mais a mesma, o levando a ficar sem a renda mensal, pois para seu sustento e de seu companheiro, o trabalho advêm da própria área de moradia por isso a necessidade de regularizar toda essas situação da forma mais correta possível, com amparo jurídico e legal, dito isto, a despesa com advogado neste momento torna um pouco dificultoso, porém necessário.
DO DIREITO
O Autor preenche requisitos do artigo 1242 do Código Civil, de Usucapião Ordinário. Pois possui de forma continua e incontestada o imóvel, pois nele foi construído residência familiar, o que caracteriza que exercem a posse de forma pacifica e continua, bem como os comprovantes de pagamentos do IPTU comprobatórios no justo período de nove anos.
É necessario mencionar que a Posse qualificada ad usucapionem para que seja configurada a usucapião, é necessário que o possuidor esteja na propriedade com a intenção de ser o dono dela, e pelo tempo fixado em lei para cada espécie de usucapião, o que costuma ser chamada de animus domini (ânimo/intenção de proprietário/dono). 
Além disso, essa posse deve ser mansa e pacífica, ou seja, sem que o proprietário tenha manifestado interesse em reaver a posse do bem. Por fim, essa posse, necessariamente, terá de ser contínua, sem interrupção, não sendo admitida em intervalos para a configuração desse requisito. Após essa breve descrição é notória que a situação do Requerente se enquadra de forma legal, portanto, apresenta boa fé, pois crê que a coisa lhe pertença, caracterizado o animus domini (ânimo do proprietário), tendo em vista as benfeitorias que fizeram no imóvel, a construção da casa no referido imóvel, demonstra clareza de direito, bem como o pagamento em dia de faturas de água, luz e tributos, o que comprova o comprometimento com este, em virtude do direito real adquirido, conforme artigo 201 do Código Civil.
Tendo em vista a Boa-Fé do requerente, que por sua vez é um dos requisitos da usucapião ordinária, previsto no art. 1.201, do CC/02, que preconiza ser “de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa” (2002). Trata-se de requisito muito simples, a ser interpretado do seguinte modo: se o possuidor ignora as situações que o impediriam de adquirir a coisa e simplesmente foi possuidor para residir, sem buscar fraudar a lei, teremos o possuidor de boa-fé.
Já a usucapião rural, também chamada de usucapião pró-labore, está prevista nos arts. 191, caput, da CF/88, e art. 1.239, do CC/02, que assim dispõe, apresentando-nos os requisitos:
Art. 1.239. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Portanto, mais uma vez é notória que o Requerente tem por direito e totalmente aparado em lei que o bem é de fato seu configurando assim a posse total do bem. 
A Lei a da-ação-popular em seu Artigo 6 da Lei nº 4.717 de 29 de Junho de 1965, estabelece um espectro abrangente de modo a incluir no pólo passivo os causadores ou produtores do ato lesivo, como também todos aqueles que para ele contribuíram por ação ou omissão. A par disto, respondem passivamente os REQUERIDOS nesta sede processual.
É a AÇÃO POPULAR o remédio constitucional que aciona o Poder Judiciário, dentro da visão democrática participativa dos jurisdicionados pátrios, fiscalizando e atacando os atos lesivos ao Patrimônio Público com a condenação dos agentes responsáveis.
-Processo: Apelação Cível 1.0433.04.128555-5/001 1285555-70.2004.8.13.0433(1) 
	Relator(a): Des.(a) Wanderley Paiva
Data de Julgamento: 10/11/2010 
Data da publicação da súmula: 22/11/2010 
Ementa: AÇÃO DE USUCAPIÃO - REQUISITO TEMPORAL - POSSE MANSA PACÍFICA E ININTERRUPTA - COMPROVAÇÃO - LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ - INOCORRÊNCIA. 
A usucapião consubstancia modo originário de aquisição da propriedade pela posse prolongada e qualificada pelos requisitos estabelecidos no artigo 1.238, parágrafo único, do Código Civil, sendo seu reconhecimento condicionado a comprovação da posse ininterrupta e sem oposição por 15 (quinze) anos e o animus domini do possuidor. 
Comprovado nos autos o requisito temporal, o animus domini e a posse de forma contínua e sem oposição, há de ser reconhecido o direito à prescrição aquisitiva. 
Incabível a condenação da parte por litigância de má-fé se não estão demonstrados a conduta dolosa ou maliciosa. 
DO PEDIDO
Diante do Exposto requer:
a) A citação de Julião Damasco Lima e Ruth Alves de Lima bem como dos confinantes e, por edital, dos eventuais interessados, sendo observado o prazo do artigo 232, inciso IV do Código de Processo Civil.
b) Seja intimadas, as autoridades competentes da fazenda pública da União, Estado, e Município, para que se manifestem.
c) Seja intimado o Ministério Público, para que intervenha nos autos do processo.
d) A procedência da presente ação, com a finalidade de ser declarada na sentença, o domínio do requerente sobre a área do imóvel, condenando-se a parte que contestar ao pagamento dos honorários advocatícios, custas e despesas processuais.
DO VALOR DA CAUSA
Dá-se à causa o valor de R$ 20.000.00 (vinte mil reais).
Nestes termos pede e espera deferimento.
Londrina, 06 de abril de 2020.
Fábio Alexandre da SIlva
OAB/AP 000.000

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