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Ação popular ATV2

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AO JUÍZO DA DA __ª VARA CÍVEL/DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE NITERÓI, ESTADO DO RIO DE JANEIRO .
Adamastor Pacífico, brasileiro, (estado civil), (profissão), portador do RG XXXXXX, inscrito no CPF sob o nº XXX.XXX.XXX-XX, morador de Niterói, cidadão eleitor (prova de cidadania – doc. 01), por seu advogado infra-assinado (instrumento de procuração – doc. 02), vem, respeitosamente, à presença de V. Exa., com supedâneo no art. 5º, inciso LXXIII, da Constituição Federal de 1988 e na Lei nº 4.717/65, propor:
AÇÃO POPULAR
Em desfavor dos vereadores, podendo ser encontrado na Sede da Prefeitura; 2) Município de Y, com Sede da Prefeitura à Rua XXXX, nº XX, bairro XXXXX, cidade Y, UF xx; e 3) empresa W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o n.º xxxxxxxxxxxxx (doc. 03 – cartão CNPJ/MF), sita à Rua xxxxxxxxxxxxx, n.º xxxxx, bairro xxxxx, Município de Y, Estado de XX, CEP xxxxxxx; o que faz pelos fundamentos de fato e razões de direito a seguir aduzidos.
I – DO CABIMENTO DA AÇÃO POPULAR
Nos termos do art. 5º, inciso LXXIII, da CF e do art. 1º da Lei 4717/65 (Lei da Ação Popular), qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público e à moralidade administrativa.
É a AÇÃO POPULAR o remédio constitucional que aciona o Poder Judiciário, dentro da visão democrática participativa dos jurisdicionados pátrios, fiscalizando e atacando os atos lesivos ao Patrimônio Público com a condenação dos agentes responsáveis.
A condição de cidadão, conforme fundamentos legais, jurisprudenciais e doutrinários, se perfazem com a exibição bastante do título de eleitor (art. 1º, § 3º, Lei 4717/65):
Considera-se cidadãos os brasileiros natos ou naturalizados e os portugueses equiparados no pleno exercício dos seus direitos políticos. (STJ: EDcl no Resp. nº 538.240/MG. Rel.: Min. Eliana Calmon. DJ: 30/04/2007)
Cidadão visto sob o enfoque adotado amplamente pela doutrina, serve para identificar aqueles que gozam do direito de votar e ser votado, adquirindo a cidadania com simples inscrição eleitoral (SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. 30. ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 463), ou, nas palavras de DIÓGENES GASPARINI (Direito Administrativo. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2008, p. 974), pessoa física brasileira, portadora de título de eleitor, e, para ALEXANDRE DE MORAES (Direito Constitucional. 15. ed. São Paulo: Atlas, 2003, p.193) ao brasileiro nato ou naturalizado no gozo de seus direitos políticos.
Ademais, a ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas, contra as autoridades, funcionários ou administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à lesão e contra os beneficiários diretos do mesmo.
a) Da Legitimidade Ativa
O autor, brasileiro, regular com a Justiça Eleitoral (doc. 01), com amparo no Art. 5º, LXXIII, da Carta Magna, tem direito ao ajuizamento de AÇÃO POPULAR, que se substancia num instituto legal de Democracia. É direito próprio de o cidadão participar da vida política do Estado fiscalizando a gestão do Patrimônio Público, a fim de que esteja conforme com os Princípios da Moralidade e da Legalidade.
b) Da Legitimidade Passiva
A Lei 4.717/65, em seu Art. 6º, estabelece um espectro abrangente de modo a incluir no pólo passivo os causadores ou produtores do ato lesivo, como também todos aqueles que para ele contribuíram por ação ou omissão. A par disto, respondem passivamente os REQUERIDOS nesta sede processual.
II – DA COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO JULGADOR
Conforme assevera a legislação em vigor (art. 5º, Lei 4717/65), é competente pra processar e julgar a Ação Popular o juiz do local da origem do ato impugnado. Em obediência a este requisito legal é que se propõe a presente ação perante este juízo.
III – DOS FATOS
O Município de Niterói havia autorizado um aumento de 30% para remuneração dos vereadores.
Entretanto, uma lei X estipulava que tal aumentos não poderia ser maior que 25% para um município com 500 mil habitantes, como o caso em tela.
Frisa-se que alem do aumento comprometeria os cofres do município e o salário de servidores públicos.
IV - DO DIREITO
O artigo segundo da LAP Lei da Ação Popular (Lei n. 4717/65) infere que são nulos os atos lesivos ao patrimônio das entidades da Administração Pública, direta ou indireta (artigo segundo), nos casos de vício de forma (letra b) e de desvio de finalidade (letra e).
Justamente a forma procedimental que a REQUERIDA 2 deixou de utilizar ao contratar sem licitação a REQUERIDA 3, empresa de propriedade do enteado do Prefeito Municipal (REQUERIDO 1), de maneira que foi obstada sua finalidade, caracterizando ofensa ao art. 37, XXI da CRFB/88 e ao art. 2º da Lei n. 8666/93.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro sintetiza de maneira precisa e suficiente que:
“Seja infringida a finalidade legal do ato (em sentido estrito), seja desatendido o seu fim de interesse público (sentido amplo), o ato será ilegal, por desvio de poder”.
Outrossim, a Lei da Ação Popular já consignou o desvio de finalidade como vício nulificador do ato administrativo lesivo do patrimônio público e o considera caracterizado quando o agente pratica ato visando fim diverso do previsto, explicita ou implicitamente.
Ora, a contratação direta, em hipótese de licitação obrigatória (Lei 8666/93, art. 2º), a qual se destina a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (art. 3º, primeira parte, Lei 8666/93), fere de morte os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos (art. 3º,in fine, Lei 8666/93).
Observa também o Professor Raul Arnaldo Mendes:
“O governo honesto é exercido pelo administrador probo”, dizendo respeito ao desempenho do administrador com honestidade, honra e retidão. Tudo o que não vemos no ato ora demandado.
Patente, deste modo, a violação ao princípio da impessoalidade, por ter contratado a Prefeitura empresa do enteado do Prefeito, visto que a Administração não pode atuar com o objetivo de beneficiar pessoa determinada, uma vez que é sempre o interesse público que tem que nortear o comportamento do administrado público.
De outro lado, patente também a violação ao princípio da moralidade ou probidade administrativas, visto que a contratação direta, fora das hipóteses de dispensa (art. 24 da Lei de Licitações), de empresa do enteado do prefeito implica violação aos padrões éticos que devem pautar a atuação do administrador.
Assim, estes atos narrados acima constituem improbidade administrativa (por força dos artigos 10 e 11, da Lei 8.429/92 – Lei de Improbidade Administrativa), por ter a ação ou omissão em tela dado ensejo à lesão patrimonial, desvio, apropriação e dilapidação de bens públicos, e atentado contra os princípios da administração pública e violado os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade.
Ademais, houve inclusive violação à norma do artigo 57 da Lei n. 8.666/93, que estabelece que a vigência dos contratos administrativos é adstrita à vigência dos respectivos créditos orçamentários, pois o prazo de vigência do contrato administrativo ora impugnado está estabelecido no seu instrumento contratual em 60 (sessenta) meses, embora não se enquadre na hipótese de exceção do inciso II do art. 57 da Lei acima mencionada.
V - DOS PEDIDOS
Face o exposto e aqui constituídos todos os pressupostos da Ação Popular, quais sejam, condição de eleitor, ilegalidade e lesividade do ato, requer-se:
a) o recebimento e o processamento desta Ação Popular, por conter ato ilegal e lesivo ao patrimônio público, em conformidade com a Lei 4.717/65;
b) a citação de todos os réus para apresentação de defesa;
c) a intimação do ilustre representante do MinistérioPúblico;
d) a procedência do pedido para anular o contrato administrativo impugnado;
e) a procedência do pedido para condenar os réus a ressarcir os danos causados ao erário;
f) para qualquer eventualidade, a produção de todos os meios de prova juridicamente permitidos;
g) a condenação em honorários sucumbenciais, que requer sejam fixados em 20% sobre o total que resultar da condenação, e demais despesas judiciais e extrajudiciais;
h) ao final, requer o julgamento da procedência, para condenar os REQUERIDOS a restituírem aos cofres públicos, por depósito judicial, para posterior repasse a Municipalidade.
i) a devida apuração dos atos de improbidade administrativa praticados pelos REQUERIDOS assim como a condenação dos mesmos de acordo com o determinado pela Lei8429/92 (impeachment judicial).
Vl - DO VALOR DA CAUSA 
Dá-se à causa o valor de R$xxxxxxxxxxxx,xxx
Termos em que pede deferimento
NITERÓI/RJ, ___ de ____ de ___

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