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02 - Teoria das obrigações

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Teoria das obrigações
A teoria das obrigações “Corresponde a uma relação de natureza pessoal, de crédito e débito, de caráter transitório (extingue-se pelo cumprimento), cujo objeto consiste numa prestação economicamente aferível” (Carlos Roberto Gonçalves).
Obrigação como processo:
“A obrigação deve ser vista como uma relação complexa, formada por um conjunto de direitos, obrigações e situações jurídicas, compreendendo uma série de deveres de prestação, direitos formativos e outras situações jurídicas. A obrigação é tida como um processo – uma série de atos relacionados entre si –, que desde o início se encaminha a uma finalidade: a satisfação do interesse na prestação” (CHAVES, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: obrigações. V. 2). 
Características das prestações de acordo com Nery júnior, Nelson.
[A] Ter objeto fisicamente possível.
[B] Ser susceptível de cumprimento (exemplo: Venda de coisa alheia (Contrato que verse sobre herança de pessoa vida). 
[C] Ter objeto compatível com a lei (Atos ilegais; venda de sangue). 
[D] Ter objeto determinável (Ainda que o objeto seja indicado de modo vago, que ele seja determinável).
 [E] Ter objeto compatível com os bons costumes (Licitude do objeto). 
Classificação: 
Obrigação → Positiva: [A] → de dar coisa certa → de dar coisa incerta 
Obrigação → positiva: [B] de fazer
Obrigação negativa: de não fazer (GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito civil, vol. II. São Paulo: Saraiva.
Elementos constitutivos da obrigação:
[A] elementos subjetivos: o credor e o devedor. 
[B] elemento objetivo imediato: a prestação. 
[C] elemento imaterial, virtual ou espiritual: o vínculo existente entre as partes (Direito Civil: Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil – v. 2 / Flávio Tartuce. – 14. ed. – Rio de Janeiro: Forense, 2019).
Teorias do vínculo jurídico: monista, dualista e mista (ou eclética): 
[A] Teoria Unitária ou monista.
[B] Teoria dualista.
[C] Teoria mista (ou eclética).
Teoria Unitária ou monista: O vínculo entre credor e devedor é um só. Este vínculo se compõe da relação de crédito e débito.
A responsabilidade civil é tratada como uma sombra da obrigação, mas dela não faz parte. A responsabilidade civil é a consequência jurídica e patrimonial do descumprimento da obrigação. Essa teoria foi superada pela teoria dualista. 
Teoria dualista e mista (ou eclética).
A teoria dualista foi proposta pelos autores alemães Becker e Brinz, e aperfeiçoada por Von Gierke, que decompunha a obrigação em dois elementos: o dever legal em sentido amplo, e em sentido estrito, ou seja, a dívida em si, que tem por conteúdo um dever legal, o que fundamenta a submissão ao poder de intervenção do credor sobre os bens do devedor (Tartuce). 
O Dever jurídico é o dever que o devedor tem de espontaneamente cumprir o objeto imediato da obrigação (dar, fazer ou não fazer). Não cumprindo este dever jurídico, surge a responsabilidade civil.
Relações obrigacionais e responsabilidade:
“A obrigação é uma relação jurídica, do lado passivo do direito subjetivo (FACULTAS AGENDI), consistindo no dever jurídico de observar certo comportamento exigível pelo titular deste” (Orlando Gomes, Obrigações). 
Também, o direito das obrigações cuida de uma das espécies do dever jurídico, isto é, daqueles que provocam um vínculo especial entre pessoas determinadas, dando a uma delas o poder de exigir da outra uma prestação de natureza patrimonial. (Harm Peter Westermann, Código Civil Alemão – Direito das Obrigações – Parte Geral, Trad. Bras., Porto Alegre: Fabris, 1983, § 1.º, p. 15)” (GOMES, Orlando. Obrigações..., 1997, p. 7).
Relações obrigacionais e responsabilidade:
No sentido obrigacional, caso o dever seja descumprido, surge dessa conduta a responsabilidade, impondo sanções para aquele que desrespeitou a ordem determinada. Dessa forma, as consequências da inobservância do dever são amplas: tanto para aquele que não o atendeu quanto para os demais envolvidos na relação jurídica (Tartuce).
 Responsabilidade: surge em decorrência do descumprimento do dever.
CHAVES, Cristiano e ROSENVALD, Nelson. Curso de Direito Civil: obrigações. V. 2. São Paulo: Atlas.
Código Civil Brasileiro atualizado 
Constituição Federal 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. v. 2. São Paulo: Saraiva.
GAGLIANO, Pablo Stolze e Pamplona Filho, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. vol. 2. São Paulo: Saraiva.
GOMES, Orlando. Obrigações. Rio de Janeiro: Forense. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro. Vol. 2. São Paulo: Saraiva.
LÔBO, Paulo Luiz Netto. Teoria Geral das Obrigações. São Paulo: Saraiva. 
MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de Direito Civil. v. 4. São Paulo: Saraiva. 
MONTEIRO, Washington de Barros; MALUF, Carlos Alberto Dabus. Curso de Direito Civil. V. 4. São Paulo: Saraiva.
NADER, Paulo. Curso de Direito Civil - Direito das Obrigações. v.2. Rio de Janeiro: Forense. 
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. v.2. Rio de Janeiro: Forense.
RIZZARDO, Arnaldo. Direito das obrigações. Rio de Janeiro: Forense.
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil: Parte Geral das Obrigações. Vol. 2. São Paulo: Saraiva.
ROSENVALD, Nelson; FARIAS, Cristiano Chaves de. Curso de Direito Civil. V. 2. Salvador: Juspodivm.
TARTUCE, Flávio. Direito Civil: Direito das Obrigações e Responsabilidade Civil – v. 2. Rio de Janeiro: Forense. 
VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. São Paulo: Atlas.
VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil. Vol. II. São Paulo: Atlas.
WALD, Arnoldo. Curso de Direito Civil Brasileiro: Obrigações e Contratos. São Paulo: Revista dos Tribunais.

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