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COMUNICAÇÃO, EXPRESSÃO E REDAÇÃO OFICIAL QUESTÃO 1 Classifique os fragmentos de texto abaixo em: A - Narração B - Descrição C - Dissertação Depois assinale a alternativa correta. Tipologia e Gêneros Textuais3 ATIVIDADE PARA AVALIAÇÃO Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio. 1. Quando avistei-a sozinha na arquibancada da quadra, percebi que era a melhor oportunidade para definitivamente conhecê-la. Então pedi a meu melhor amigo Fabrício que me ajudasse com o plano que eu tinha bolado. Mas enquanto eu passava algumas coordenadas para Fabrício, vi Marcos da 8ª série se aproximar e sentar ao lado dela. Será que eles estavam ficando? Mas logo o Marcos... 2. De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem a nação tanto precisava naquele momento de desamparo. 3. Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras. 4. “Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz) 5. A - A - B - B - Ca. A - A - B - C - Bb. C - A - C - B - Ac. B - B - A - C - Ad. QUESTÃO 2 Leia o trecho do livro O Guarani, de José de Alencar, e assinale a alternativa que explique a sua classificação em dissertativo, descritivo ou narrativo, predominantemente. De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio d’água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais, que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal. É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito. Dir-se-ia que vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor [...] Aí o Paquequer lança-se rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas como o tapir, espumando, deixando o pelo esparso pelas pontas do rochedo e enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. — José de Alencar, O Guarani QUESTÃO 3 Leia o texto abaixo e, em seguida, faça o que se pede: O dia seguinte (1) Se há alguma coisa importante neste mundo, dizia o marido, é uma empregada de confiança. A mulher concordava, satisfeita: realmente, a empregada deles era de confiança absoluta. Até as compras fazia, tudo direitinho. Tão de confiança que eles não hesitavam em deixar-lhe a casa, quando viajavam. A - B - C - A - B e. Esse trecho de O Guarani é predominantemente descritivo porque leva o leitor a visualizar o rio Paquequer por meio de figuras de linguagem como a prosopopeia (que consiste na atribuição de características animadas a seres inanimados e características humanas a seres não humanos). a. Esse trecho de O Guarani é predominantemente narrativo porque narra o percurso do rio Paquequer com uma sequência temporal dos locais por onde ele passa. b. O Guarani é um livro dissertativo – predominantemente. Esse trecho em destaque apresenta argumentos em forma de prosopopeia (que consiste na atribuição de características animadas a seres inanimados e características humanas a seres não humanos). c. Esse trecho de O Guarani é predominantemente descritivo porque emprega argumentos em sequência lógica, apresentando elementos tipicamente narrativos, logicamente organizados. d. Esse texto é predominantemente descritivo porque tem como característica principal a apresentação de seres em seus traços mais marcantes e típicos, captados por meio dos sentidos. Tal caracterização obedece a uma delimitação temporal. e. (2) Uma vez resolveram passar o fim de semana na praia. Como de costume a empregada ficaria. Nunca saía nos fins de semana, a moça. Empregada perfeita. (3) Foram. Quando já estavam quase chegando à orla marítima, ele se deu conta: tinham esquecido a chave da casa da praia. Não havia outro remédio. Tinham de voltar. Voltaram. (4) Quando abriram a porta do apartamento, quase desmaiaram: o living estava cheio de gente, todo mundo dançando, no meio de uma algazarra infernal. Quando ele conseguiu se recuperar da estupefação, procurou a empregada: (5) - Mas que é isto, Elcina? Enlouqueceu? (6) Aí um simpático mulato interveio: que é isto, meu patrão, a moça não enlouqueceu coisa alguma, estamos apenas nos divertindo, o senhor não quer dançar também? Isto mesmo, gritava o pessoal, dancem com a gente. (7) O marido e a mulher hesitaram um pouco; depois – por que não, afinal a gente tem de experimentar de tudo na vida – aderiram à festa. Dançaram, beberam, riram. Ao final da noite concordavam com o mulato: nunca tinham se divertido tanto. (8) No dia seguinte, despediram a empregada.” SCLIAR, Moacyr. Histórias para (quase) todos os gostos. Porto Alegre: L&PM, 1998. In: ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua, literatura, produção de texto. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. Com base no texto, considere as afirmações abaixo e aponte apenas aquela(s) que considerar correta em relação à tipologia do texto “O dia seguinte”. Estão corretas as afirmações: O texto é predominantemente narrativo por reportar-se a fatos ocorridos em determinado lugar e tempo, envolvendo personagens em determinado contexto. I. O texto caracteriza-se como narrativo e seu clímax encontra-se no parágrafo de número 07 por ser o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando inevitável o seu desfecho. II. O texto caracteriza-se como narrativo. O seu clímax encontra-se entre os parágrafos 04 e 05 por ser o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico – os donos da casa descobrem os feitos da empregada –, tornando inevitável seu desfecho. III. O texto é narrativo e o parágrafo 05 é um exemplo de discurso direto. O narrador é observador. IV. O texto é descritivo por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos. V. I – II – IIIa. I – II – IVb. I – III – IVc. II – III – IVd. I – II – Ve. QUESTÃO 4 Leia o trecho a seguir – fragmento do texto “Todo réu deve ter defesa” – e, em seguida, assinale as proposições corretas em relação à sua tipologia. O exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. Não haveria paz e tranquilidade se os julgamentos fossem realizados sem leis antecipadamente organizadas e se os réus — por mais graves que fossem os crimes cometidos — pudessem ser condenados sumariamente sem defesa. Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de recorrer, quando a decisão não for favorável. O recurso ampara-se em dois fundamentos de 10 natureza psicológica. De um lado, o sentimento inato, inerente ao gênero humano, de inconformidade com a derrota. De outro, a certeza universal da falibilidade humana. Daí o impulso existencial legítimode ver um julgamento desfavorável reexaminado, de preferência por quem lhe pareça mais qualificado por melhores dotes de sabedoria e experiência, e mesmo, ainda que por simples presunção, por melhores valores culturais e morais. Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes é uma necessidade, a lei não poderia deixar de acolher a utilização de recursos para o seu trato diário, como uma forma de ver-se prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo se sintam amparadas, com a sensação de que a decisão foi, tanto quanto possível, devidamente apreciada, imparcial e justa. Tales Castelo Branco. Todo réu deve ter defesa. Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). Esse texto é dissertativo porque: Sobre a tipologia do texto, estão corretas as afirmações: QUESTÃO 5 Está estruturado para transmitir o ponto de vista do autor. Inicialmente, apresenta a tese de que os julgamentos devem ser realizados sem leis e, em seguida, apresenta os argumentos que defendem essa ideia. a. Está estruturado para transmitir o ponto de vista do autor. Possui introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, apresenta a tese de que o exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. O desenvolvimento e a conclusão caminham na apresentação de argumentos que explicam a tese exposta inicialmente. b. Compreende o relato feito por alguém de algo, de uma sequência de acontecimentos. Essa sucessão de acontecimentos é chamada de enredo, e considera um período de tempo e de espaço (quando e onde acontece). c. A tese do enunciador e os argumentos de que se vale para prová-la são fundadas na realidade histórica, política e humana na qual ele se insere. Por isso, seu repertório (valores, leituras, estudos, experiências de vida) fornece-lhe os elementos de que necessita para desenvolver seu texto; os argumentos apresentados têm a intenção de convencer o interlocutor, de conseguir a adesão do leitor às ideias que defende. d. Trata-se de um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um observador. Tudo nesse texto depende do narrador, da voz que conta a história. e. II e IIIa. I e Vb. II e Vc. II e IVd. III e IVe. Caso a caso Além de escrever cada vez mais casos brasileiros para uso nas discussões de sala de aula, faculdades agora se empenham em divulgar a sua produção Enquanto viajava de avião à China, em 2007, o dirigente máximo da Embraer pensava como a empresa poderia fomentar as vendas na região e ainda se isolar da crescente competição entre fabricantes de aeronaves. É contando essa história que começa um dos casos usados nas salas de aula do Insper (antigo Ibmec- SP). O relatório segue com informações sobre o mercado da aviação na época, traz gráficos e tabelas e deixa um desafio para o aluno: qual decisão ele tomaria se estivesse no lugar do executivo. Não há resposta correta. "O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras", diz Sérgio Lazzarini, docente do Insper e autor do caso da Embraer. A produção dos casos de ensino que tratam da realidade brasileira é cada vez maior nas faculdades, mas eles ainda são a minoria na comparação com os internacionais, como os de Harvard -pioneira nesse método de ensino. Para que tanto quantidade como qualidade de casos nacionais cresçam, as faculdades estão divulgando sua própria produção e, em algumas situações, também a de outras instituições. O Insper lança amanhã a sua primeira coleção de casos, com 15 títulos. A partir desse lançamento, instituições interessadas poderão comprar uma licença para uso dos casos, assim como Harvard faz. "Os casos de Harvard são excelentes, mas não abrangem o cotidiano brasileiro", diz Márcia Deotto, gerente de tecnologias de aprendizagem interativa do Insper. Segundo ela, o método responde a um aprendizado mais atual, centrado no aluno. "O professor não tem mais o supremo saber", completa Isabela Curado, professora da FGV-Eaesp, a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas. A faculdade se prepara para lançar em abril uma revista eletrônica com casos de seus próprios professores e pesquisadores, mas também com contribuições de acadêmicos de outras escolas. Semestral, a revista será gratuita. Só serão cobradas as notas de ensino, escritas pelo autor do caso para orientar professores a utilizarem-no em aula. Na FGV, os alunos são incentivados até a participar de competições de casos. Caio Malufe, 21, aluno do último ano de administração, estava no grupo que chegou à final da Scotiabank International Case Competition, realizada neste ano no Canadá. Mesmo após ter sofrido com o cansaço causado por três dias intensos de discussões sobre um dilema enfrentado pela GM, ele está inscrito no momento em mais duas competições. "É um negócio que vicia", conta. Estudante do MBA Executivo do Insper, Alessando Thiry, 35, vê uma grande vantagem no método de ensino. "Você conhece mais a fundo as empresas e tem informações que não estão disponíveis no mercado." (...) REWALD, F. Caso a caso. Folha de São Paulo. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saber/sb2308201001.htm>. Acesso em 30 abr. 2016. O trecho destacado no texto – “Não há resposta correta. ‘O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras’, diz Sérgio Lazzarini, docente do Insper e autor do caso da Embraer” – está escrito em discurso direto, pois apresenta de forma direta a fala do Sr. Sérgio Lazzarini. Como esse trecho estaria escrito se estivesse em discurso indireto? GABARITO QUESTÃO 1 Classifique os fragmentos de texto abaixo em: A - Narração B - Descrição C - Dissertação Depois assinale a alternativa correta. Não há resposta correta. O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. Sou docente do Insper e autor do caso Embraer. 1. Não há resposta correta. O docente do Insper e autor do caso Embraer – Sérgio Lazzarini – afirmou que o importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. 2. Não há resposta correta. O docente do Insper e autor do caso Embraer, Sergio Lazzarini, afirmou: - O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. 3. “O importante é o processo de discussão”, disse Sérgio Lazzarini, docente do Insper e autor do caso Embraer. Por isso não há resposta correta. 4. A entrevistadora pergunta: - Existe resposta correta? E Sérgio Lazzarini responde: - Não. O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. 5. Ocorreu um pequeno incêndio na noite de ontem, em um apartamento de propriedade do Sr. Marcos da Fonseca. No local habitavam o proprietário, sua esposa e seus dois filhos. O fogo despontou em um dos quartos que, por sorte, ficava na frente do prédio. 1. Quando avistei-a sozinha na arquibancada da quadra, percebi que era a melhor oportunidade para definitivamente conhecê-la. Então pedi a meu melhor amigo Fabrício que me ajudasse com o plano que eu tinha bolado. Mas enquanto eu passava algumas coordenadas para Fabrício, vi Marcos da 2. Justificativa Nos dois primeiros fragmentos, a narração se caracteriza por “contar uma sequência de eventos encadeados e apresenta personagens em tempos e espaços determinados”. No trecho seguinte, de número 3, predomina a descrição pelo fato de apresentar as características de um homem, conforme a impressão do narrador-observador. O trecho de número 04 é uma dissertação – apresenta uma tese inicial e, em seguida, argumentos que, nesse texto, expressa-se como uma ideia de superação em relação à situação de “estarmos a caminho do nosso próprio extermínio”. Já o trecho 05 caracteriza-se como descrição por apresentar, de forma pormenorizada, uma cena do livro O Primo Basílio, conforme a impressão do narrador. QUESTÃO 2 Leia o trecho do livro O Guarani, de José de Alencar, e assinale a alternativa que expliquea sua classificação em dissertativo, descritivo ou narrativo, predominantemente. De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio d’água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais, que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal. É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em seu vasto leito. Dir-se-ia que vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde então a beleza selvática; suas ondas são calmas e serenas como as de um lago, e não se revoltam contra os barcos e as canoas que resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor [...] Aí o Paquequer lança-se rápido sobre o seu leito, e atravessa as florestas como o tapir, espumando, deixando o pelo esparso pelas pontas do rochedo e enchendo a solidão com o estampido de sua carreira. 8ª série se aproximar e sentar ao lado dela. Será que eles estavam ficando? Mas logo o Marcos... De baixa estatura, magro, calvo, tinha a idade de um pai que cada pessoa gostaria de ter e de quem a nação tanto precisava naquele momento de desamparo. 3. Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar na possibilidade de estarmos a caminho do nosso próprio extermínio. É desejo de todos nós que algo possa ser feito no sentido de conter essas diversas forças destrutivas, para podermos sobreviver às adversidades e construir um mundo que, por ser pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras. 4. “Ficara sentada à mesa a ler o Diário de Notícias, no seu roupão de manhã de fazenda preta, bordado a sutache, com largos botões de madrepérola; o cabelo louro um pouco desmanchado, com um tom seco do calor do travesseiro, enrolava-se, torcido no alto da cabeça pequenina, de perfil bonito; a sua pele tinha a brancura tenra e láctea das louras; com o cotovelo encostado à mesa acariciava a orelha, e, no movimento lento e suave dos seus dedos, dois anéis de rubis miudinhos davam cintilações escarlates.” (O Primo Basílio, Eça de Queiroz) 5. A - A - B - B - Ca. A - A - B - C - Bb. C - A - C - B - Ac. B - B - A - C - Ad. A - B - C - A - Be. — José de Alencar, O Guarani Justificativa A utilização de figuras de linguagem serve para facilitar a caracterização dos elementos que se quer descrever. O trecho apresentado acima apresenta o Rio Paquequer despertando os órgãos dos sentidos do leitor por meio de figuras de linguagem como a prosopopeia. QUESTÃO 3 Leia o texto abaixo e, em seguida, faça o que se pede: O dia seguinte (1) Se há alguma coisa importante neste mundo, dizia o marido, é uma empregada de confiança. A mulher concordava, satisfeita: realmente, a empregada deles era de confiança absoluta. Até as compras fazia, tudo direitinho. Tão de confiança que eles não hesitavam em deixar-lhe a casa, quando viajavam. (2) Uma vez resolveram passar o fim de semana na praia. Como de costume a empregada ficaria. Nunca saía nos fins de semana, a moça. Empregada perfeita. (3) Foram. Quando já estavam quase chegando à orla marítima, ele se deu conta: tinham esquecido a chave da casa da praia. Não havia outro remédio. Tinham de voltar. Voltaram. (4) Quando abriram a porta do apartamento, quase desmaiaram: o living estava cheio de gente, todo mundo dançando, no meio de uma algazarra infernal. Quando ele conseguiu se recuperar da estupefação, procurou a empregada: (5) - Mas que é isto, Elcina? Enlouqueceu? (6) Aí um simpático mulato interveio: que é isto, meu patrão, a moça não enlouqueceu coisa alguma, estamos apenas nos divertindo, o senhor não quer dançar também? Isto mesmo, gritava o pessoal, dancem com a gente. Esse trecho de O Guarani é predominantemente descritivo porque leva o leitor a visualizar o rio Paquequer por meio de figuras de linguagem como a prosopopeia (que consiste na atribuição de características animadas a seres inanimados e características humanas a seres não humanos). a. Esse trecho de O Guarani é predominantemente narrativo porque narra o percurso do rio Paquequer com uma sequência temporal dos locais por onde ele passa. b. O Guarani é um livro dissertativo – predominantemente. Esse trecho em destaque apresenta argumentos em forma de prosopopeia (que consiste na atribuição de características animadas a seres inanimados e características humanas a seres não humanos). c. Esse trecho de O Guarani é predominantemente descritivo porque emprega argumentos em sequência lógica, apresentando elementos tipicamente narrativos, logicamente organizados. d. Esse texto é predominantemente descritivo porque tem como característica principal a apresentação de seres em seus traços mais marcantes e típicos, captados por meio dos sentidos. Tal caracterização obedece a uma delimitação temporal. e. (7) O marido e a mulher hesitaram um pouco; depois – por que não, afinal a gente tem de experimentar de tudo na vida – aderiram à festa. Dançaram, beberam, riram. Ao final da noite concordavam com o mulato: nunca tinham se divertido tanto. (8) No dia seguinte, despediram a empregada.” SCLIAR, Moacyr. Histórias para (quase) todos os gostos. Porto Alegre: L&PM, 1998. In: ABAURRE, Maria Luiza; PONTARA, Marcela Nogueira; FADEL, Tatiana. Português: língua, literatura, produção de texto. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. Com base no texto, considere as afirmações abaixo e aponte apenas aquela(s) que considerar correta em relação à tipologia do texto “O dia seguinte”. Estão corretas as afirmações: Justificativa A afirmação I está correta porque o texto é, realmente, narrativo, pois conta uma história envolvendo personagens numa relação de tempo, espaço e contexto determinados na narrativa. A proposição III está correta porque além de afirmar que o texto é uma narrativa, apresenta os parágrafos em que se encontra o clímax. É entre os parágrafos 04 e 05 que ocorre a surpresa, a descoberta – o momento crítico da história –, depois da qual, inevitavelmente, ocorrerá o desfecho. O parágrafo 07 não corresponde ao clímax, mas sim ao início do desfecho da história. A proposição IV está correta porque o texto é, realmente, narrativo, e porque afirma que o parágrafo 05 é um exemplo de discurso direto. O parágrafo 05 apresenta, diretamente, a fala da personagem. QUESTÃO 4 O texto é predominantemente narrativo por reportar-se a fatos ocorridos em determinado lugar e tempo, envolvendo personagens em determinado contexto. I. O texto caracteriza-se como narrativo e seu clímax encontra-se no parágrafo de número 07 por ser o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico, tornando inevitável o seu desfecho. II. O texto caracteriza-se como narrativo. O seu clímax encontra-se entre os parágrafos 04 e 05 por ser o ponto da narrativa em que a ação atinge seu momento crítico – os donos da casa descobrem os feitos da empregada –, tornando inevitável seu desfecho. III. O texto é narrativo e o parágrafo 05 é um exemplo de discurso direto. O narrador é observador. IV. O texto é descritivo por retratar uma realidade do mundo objetivo a partir de caracterizações, pelo uso expressivo de adjetivos. V. I – II – IIIa. I – II – IVb. I – III – IVc. II – III – IVd. I – II – Ve. Leia o trecho a seguir – fragmento do texto “Todo réu deve ter defesa” – e, em seguida, assinale as proposições corretas em relação à sua tipologia. O exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. Não haveria paz e tranquilidade se os julgamentos fossem realizados sem leis antecipadamente organizadas e se os réus — por mais graves que fossem os crimes cometidos — pudessem ser condenados sumariamente sem defesa. Quando se fala em defesa, trata-se da ampla defesa, que abrange o direito de recorrer, quando a decisão não for favorável. O recurso ampara-se em dois fundamentos de 10 natureza psicológica. De um lado, o sentimento inato, inerenteao gênero humano, de inconformidade com a derrota. De outro, a certeza universal da falibilidade humana. Daí o impulso existencial legítimo de ver um julgamento desfavorável reexaminado, de preferência por quem lhe pareça mais qualificado por melhores dotes de sabedoria e experiência, e mesmo, ainda que por simples presunção, por melhores valores culturais e morais. Se, na vida, recorrer ao amparo dos nossos semelhantes é uma necessidade, a lei não poderia deixar de acolher a utilização de recursos para o seu trato diário, como uma forma de ver-se prestigiada, ou seja, para que as partes envolvidas no processo se sintam amparadas, com a sensação de que a decisão foi, tanto quanto possível, devidamente apreciada, imparcial e justa. Tales Castelo Branco. Todo réu deve ter defesa. Internet: <http://super.abril.com.br> (com adaptações). Esse texto é dissertativo porque: Sobre a tipologia do texto, estão corretas as afirmações: Justificativa Está estruturado para transmitir o ponto de vista do autor. Inicialmente, apresenta a tese de que os julgamentos devem ser realizados sem leis e, em seguida, apresenta os argumentos que defendem essa ideia. a. Está estruturado para transmitir o ponto de vista do autor. Possui introdução, desenvolvimento e conclusão. Na introdução, apresenta a tese de que o exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. O desenvolvimento e a conclusão caminham na apresentação de argumentos que explicam a tese exposta inicialmente. b. Compreende o relato feito por alguém de algo, de uma sequência de acontecimentos. Essa sucessão de acontecimentos é chamada de enredo, e considera um período de tempo e de espaço (quando e onde acontece). c. A tese do enunciador e os argumentos de que se vale para prová-la são fundadas na realidade histórica, política e humana na qual ele se insere. Por isso, seu repertório (valores, leituras, estudos, experiências de vida) fornece-lhe os elementos de que necessita para desenvolver seu texto; os argumentos apresentados têm a intenção de convencer o interlocutor, de conseguir a adesão do leitor às ideias que defende. d. Trata-se de um tipo de texto que relata uma história real, fictícia ou mescla dados reais e imaginários. O texto apresenta personagens que atuam em um tempo e em um espaço, organizados por uma narração feita por um observador. Tudo nesse texto depende do narrador, da voz que conta a história. e. II e IIIa. I e Vb. II e Vc. II e IVd. III e IVe. A afirmação II está correta porque apresenta as características de um texto dissertativo e menciona a tese correta extraída do texto - o exercício da advocacia criminal constitui instrumento de equilíbrio social. A afirmação IV também está correta porque apresenta as qualidades de um texto dissertativo, incluindo a intenção de persuasão por meio da exposição de ideias que convençam o leitor sobre a tese que lhe foi apresentada. As afirmações III e V correspondem às características de textos narrativos. E a afirmação I contém a apresentação das características de um texto dissertativo, porém a tese mencionada não corresponde à tese apresentada pelo autor. QUESTÃO 5 Caso a caso Além de escrever cada vez mais casos brasileiros para uso nas discussões de sala de aula, faculdades agora se empenham em divulgar a sua produção Enquanto viajava de avião à China, em 2007, o dirigente máximo da Embraer pensava como a empresa poderia fomentar as vendas na região e ainda se isolar da crescente competição entre fabricantes de aeronaves. É contando essa história que começa um dos casos usados nas salas de aula do Insper (antigo Ibmec- SP). O relatório segue com informações sobre o mercado da aviação na época, traz gráficos e tabelas e deixa um desafio para o aluno: qual decisão ele tomaria se estivesse no lugar do executivo. Não há resposta correta. "O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras", diz Sérgio Lazzarini, docente do Insper e autor do caso da Embraer. A produção dos casos de ensino que tratam da realidade brasileira é cada vez maior nas faculdades, mas eles ainda são a minoria na comparação com os internacionais, como os de Harvard -pioneira nesse método de ensino. Para que tanto quantidade como qualidade de casos nacionais cresçam, as faculdades estão divulgando sua própria produção e, em algumas situações, também a de outras instituições. O Insper lança amanhã a sua primeira coleção de casos, com 15 títulos. A partir desse lançamento, instituições interessadas poderão comprar uma licença para uso dos casos, assim como Harvard faz. "Os casos de Harvard são excelentes, mas não abrangem o cotidiano brasileiro", diz Márcia Deotto, gerente de tecnologias de aprendizagem interativa do Insper. Segundo ela, o método responde a um aprendizado mais atual, centrado no aluno. "O professor não tem mais o supremo saber", completa Isabela Curado, professora da FGV-Eaesp, a Escola de Administração de Empresas da Fundação Getulio Vargas. A faculdade se prepara para lançar em abril uma revista eletrônica com casos de seus próprios professores e pesquisadores, mas também com contribuições de acadêmicos de outras escolas. Semestral, a revista será gratuita. Só serão cobradas as notas de ensino, escritas pelo autor do caso para orientar professores a utilizarem-no em aula. Na FGV, os alunos são incentivados até a participar de competições de casos. Caio Malufe, 21, aluno do último ano de administração, estava no grupo que chegou à final da Scotiabank International Case Competition, realizada neste ano no Canadá. Mesmo após ter sofrido com o cansaço causado por três dias intensos de discussões sobre um dilema enfrentado pela GM, ele está inscrito no momento em mais duas competições. "É um negócio que vicia", conta. Estudante do MBA Executivo do Insper, Alessando Thiry, 35, vê uma grande vantagem no método de ensino. "Você conhece mais a fundo as empresas e tem informações que não estão disponíveis no mercado." (...) REWALD, F. Caso a caso. Folha de São Paulo. Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saber/sb2308201001.htm>. Acesso em 30 abr. 2016. O trecho destacado no texto – “Não há resposta correta. ‘O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras’, diz Sérgio Lazzarini, docente do Insper e autor do caso da Embraer” – está escrito em discurso direto, pois apresenta de forma direta a fala do Sr. Sérgio Lazzarini. Como esse trecho estaria escrito se estivesse em discurso indireto? Justificativa A alternativa é a única em que Sérgio Lazzarini não expõe sua fala diretamente; essa fala vem emitida pela voz do narrador, ou seja, temos aqui o discurso indireto. Não há resposta correta. O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. Sou docente do Insper e autor do caso Embraer. 1. Não há resposta correta. O docente do Insper e autor do caso Embraer – Sérgio Lazzarini – afirmou que o importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. 2. Não há resposta correta. O docente do Insper e autor do caso Embraer, Sergio Lazzarini, afirmou: - O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. 3. “O importante é o processo de discussão”, disse Sérgio Lazzarini, docente do Insper e autor do caso Embraer. Por isso não há resposta correta. 4. A entrevistadora pergunta: - Existe resposta correta? E Sérgio Lazzarini responde: - Não. O importante é o processo de discussão, de analisar prós e contras. 5.
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