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O CONTATO COM A LITERATURA INFANTIL ATRAVÉS DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

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O CONTATO COM A LITERATURA INFANTIL ATRAVÉS DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
 
Josemari da Silva
Professora Simoni Soni Pelito	
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia (0821) – Prática do Módulo
10/06/2015
	
RESUMO
Na Educação Infantil as histórias fazem parte essencial no desenvolvimento físico, psicológico e social das crianças. São momentos únicos de reflexão e encantamento que estabelece relações com a imaginação e o mundo em que vive, construindo assim saberes e experiências. E para entrar em contato com essas histórias, a criança necessitará da mediação de um profissional consciente da arte de contar histórias e que na maioria das vezes é o professor de sala de aula que faz esse papel, e que será na realidade a chave para esse mundo encantador de ouvir e contar histórias. Nesse sentido, o objetivo da presente pesquisa está em estabelecer como se da o contato do aluno com a literatura infantil a partir da contação de história e as contribuições dessa atividade para a aprendizagem e desenvolvimento da criança. Considerando-se que o contato com os livros deve ocorrer desde cedo, não só pelo manuseio, mas pela história contada, pelas cantigas, pela conversa, pelos jogos rítmicos, incentivando a criança a gostar da leitura.
Palavras-Chave: Contação de histórias; Desenvolvimento; Literatura Infantil.
1 INTRODUÇÃO
A formação humana e crítica sempre esteve no centro das discussões sobre educação. Quando nos referimos a estas questões, podemos pensar na importância da leitura para o processo de aprendizagem da criança, considerando que, a partir da leitura que faz de um texto e da interpretação que ela faz do mesmo, aprende a posicionar-se frente às situações encontradas no seu dia a dia.
Estando a presença da leitura como ponto essencial na formação de uma criança, pode-se considerar que o contato direto com os livros, e com os mais variados meios literários, sejam o início para a formação do leitor. Nesse sentido, surgiu a necessidade de conhecer como a contação de histórias pode contribuir para o processo de construção do conhecimento, bem como a formação desse indivíduo enquanto leitor crítico. Procura-se, também, compreender como a contação de histórias pode possibilitar uma aprendizagem prazerosa, interessante e gratificante para a criança, bem como um espaço para que ela se permita brincar, fantasiar e divertir-se com o mundo mágico da leitura.
As histórias infantis têm papel fundamental na formação do indivíduo, tornando-o criativo, crítico e capaz de tomar decisões. Quando se conta uma história, deve-se ter em mente que aquele momento será de grande valia para a criança, pois através desses contos será formado um banco de dados de imagens que será utilizado nas situações interativas vividas por ela.
Recomenda-se que o educador faça todo um ritual antes do momento de contar histórias. O ideal é que o professor, ao contar uma história, tenha uma diversidade de estratégias sendo consideradas como principais: tocar a imaginação dos alunos, saber como utilizar a expressão corporal, o ritmo, o gesto, e principalmente a entonação da voz, fazendo com que nesse momento a criança fique envolvida pelo encantamento e pela fantasia.
O presente artigo tem como objetivo explicitar as contribuições da literatura infantil e da contação de historias para o desenvolvimento da criança, se justificando a escolha do tema na necessidade de formar hábitos de leitura ainda na infância, para que haja melhor qualidade do processo de ensino-aprendizagem.
2 O CONTATO COM A LITERATURA INFANTIL A PARTIR DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Devido às constantes mudanças que vêm ocorrendo na educação e a grande preocupação que se acentua cada vez mais em formar o aluno integralmente, ou seja, um indivíduo preparado para a vida, autônomo, crítico e consciente do seu papel enquanto cidadão, depara-se com a importância da leitura nos processos de aprendizagem do ser humano, levando em consideração o fato de que, lendo, se aprende a interpretar os diversos mundos que a literatura infantil apresenta. Sabendo interpretar, automaticamente acontece o ato de criticar. E nisso, encontra-se a oportunidade de através da Contação de Histórias formar leitores críticos, onde o botão mágico para despertar o gosto pela leitura estará inserida nesta prática.
O contato com os livros deve ocorrer desde cedo, não só pelo manuseio, mas pela história contada, pelas cantigas, pela conversa, pelos jogos rítmicos, incentivando a criança a gostar da leitura. A partir daí, emerge o interesse de ter como público alvo a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental. O contato com a literatura auxilia a criança na compreensão do real. O primeiro contato com as obras literárias não exige o domínio do código escrito, pois a criança pode interagir com a história e interpretá-la mesmo através das suas ilustrações. A história, dentro de seu mundo imaginário, trata de relações e situações reais, que a criança não pode entender sozinha. (KAERCHER, 2001)
Nesse contexto, a Contação de Histórias oferece ao leitor, além do caráter estético, o caráter pedagógico, possibilitando a ele, o desdobramento de suas capacidades intelectuais, sem que para isso precise montar e desmontar palavras e decodificar símbolos. Esta aquisição de conhecimento pode dar-se através da audição, ou seja, enquanto ouve uma história, uma música, uma poesia, ou pela leitura, quando já está apto a fazê-la. Afirma-se que:
A literatura infantil deveria estar presente na vida da criança como está o leite em sua mamadeira. Ambos contribuem para o seu desenvolvimento. Um, para o desenvolvimento biológico: outro, para o psicológico, nas suas dimensões afetivas e intelectuais. A literatura infantil tem uma magia e um encantamento capazes de despertar no leitor todo um potencial criativo. É uma força capaz de transformar a realidade quando trabalhada adequadamente com o educando. (OLIVEIRA, 1996, p.27) 
As palavras referendadas acima pela autora, enfatizam a importância da Literatura Infantil na vida das crianças como leitores iniciantes, não apenas de maneira escrita – nos livros -, mas também de forma oral – através da contação de histórias.
Então, quando a criança é apresentada por meio das práticas de contação de histórias, ao mundo das palavras através da literatura infantil e da maneira expressiva de contar histórias, de forma lúdica e prazerosa, participando do texto, da história, sentindo emoções, transportando-se para o mundo imaginário, sem distanciar-se do real, esta com certeza encontra sentido para as palavras, passando a ver que a leitura é mais do que ler um amontoado de palavras, é magia, é prazer, fantasia e realidade. (FINK, 2001, p. 17)
No intuito de que a criança se encontre nesse mundo de sonhos e fantasias, cabe ao exímio contador de histórias transpor para ela a beleza, a magia, o prazer, a satisfação que a boa leitura pode proporcionar, e aliar tudo isso a um aprendizado, inicialmente não formal, mas que incentive o gosto pela leitura e pela contação de histórias, tanto no ambiente escolar quanto fora dele. (GÓES, 1991)
Pensando nisso, o planejamento das atividades do grupo de contação de histórias foi voltado para uma prática lúdica, recheada com adivinhas, quadrinhas, trava-línguas, poesias e brincadeiras diversas voltadas para a história que foi contada, mesclando essas formas literárias com uma história bem contada, fazendo sempre o uso de diversos recursos nesta realização, como por exemplo a televisão pedagógica, os fantoches, roupas coloridas, bonés bordados com lantejoulas, dentre outros recursos. (KAERCHER, 2001)
Além disso, o contador de histórias deve ser um leitor assíduo, ou seja, não basta somente ler a história para a criança. A contação de histórias é mais que isso, é transformar para o mágico o que na escrita talvez seja monótono, é saber levar a criança ao plano do imaginário e trazê-la novamente para o mundo real. Por isso, para que essa associação de fatores seja feita, o contador, antes de tudo, deve ser um bom leitor. (FRANTZ,1998)
Uma vez que o contador é um leitor assíduo, tem amplo conhecimento do acervo da Literatura Infantil e pode testemunhar o seu amor pelo livro, ele estabelece com sua clientela laços estreitos com a leitura e busca novos recursos para que o ato de contar histórias e o de escutar, ser ouvinte da narrativa contada, se torne interessante. Ao receber esses estímulos positivos de leitura desde cedo, a criança já estará dando início a sua formação como leitor, que perpassará por toda a sua vida, ajudando-a a compreender melhor o mundo. (GÓES, 1991)
Objetivando estimular a leitura e buscando qualificar a formação da criança enquanto leitor, o contador de histórias deve saber como desenvolver a contação de histórias de maneira a fazer com que as crianças possam descobrir palavras novas ampliando seu vocabulário, deparar-se com os vários tons e alterações de voz que há durante a prática. 
E, para isso, quem conta tem que criar o clima de envolvimento, de encanto... saber dar as pausas, o tempo para o imaginário da criança construir seu cenário, visualizar os seus monstros, criar os seus dragões, adentrar pela sua floresta, vestir a princesa com a roupa que está inventando, pensar na cara do rei e tantas coisas mais. (CORTES, 2006, p. 82) 
Os momentos de suspense e emoção são importantes para o sucesso da história contada. O contador de histórias deve deixar que as crianças imaginem a história partindo do seu mundo de fantasias e encantamentos, fazendo com que ela interaja mais de perto com o enredo e se interesse mais por ele. Para que isso aconteça, é preciso que haja muita pesquisa por parte do contador, em que se busque novos recursos, leituras para conhecer melhor a arte de contar histórias e descobrir o que a criança vai gostar de ouvir e de ver durante a prática de contação de histórias. (KAERCHER, 2001)
Vale ressaltar, ainda, que todas essas atividades necessitam sempre um cuidado especial de estudos e pesquisas aprofundadas, já que se deve observar alguns aspectos antes de ocorrer a prática da contação de histórias, tais como o local, a luminosidade, a tonalidade da voz, o ritmo da história, a fase da formação do leitor em que o ouvinte se encontra, a faixa etária dos participantes desse momento de contação de histórias, qual é a mensagem que se quer passar ao contar determinado enredo, o melhor local para acontecer essa atividade, demonstrar entusiasmo pela história contada, o olhar e expressões de suspense, de alegria, de medo, etc., ter segurança na história que vai contar, dentre outras peculiaridades importantes. Sendo assim, o essencial é assumir realmente o papel do contador de histórias, sem medos, sem inseguranças e, acima de tudo, ter amor pelo que faz. (FRANTZ, 1998)
Góes (1991) nos mostra que a literatura é deleite, entretenimento, instrução e educação para as crianças, mas que o prazer deve ser o mais importante, porque se não houver arte que produza o prazer, a obra não será literária e, sim, didática. Entre os dois extremos, literário e didático, argumenta-se que:
[...] como “objeto” que provoca emoções, dá prazer ou diverte e, acima de tudo, “modifica” a consciência-de-mundo de seu leitor, a Literatura Infantil é Arte. Por outro lado, como instrumento manipulado por uma intenção “educativa”, ela se inscreve na área da Pedagogia.(Coelho, 1987, p.25),
Os contadores de história tem uma grande responsabilidade: a possibilidade de, através da sua prática, fazer com que a criança se encante com um determinado autor ou enredo. Cortes (2006, p. 80-81) escreve o seguinte sobre o que acontece com as crianças ao escutar uma história: “É ficar fissurado querendo ouvir de novo mil vezes ou saber que detestou e não querer mais nenhuma aproximação com aquela história... É formar opinião, é ir formulando os próprios critérios.”
Assim, ao expor o leitor iniciante em momentos de contação de histórias se está dando um grande passo para mudar a qualidade da leitura do brasileiro fazendo dela uma prática tão interessante e prazerosa motivando o iniciante leitor a querer ouvir e ler histórias cada vez mais. Então, tudo vai depender da forma como essa história será apresentada à criança. 
É através de uma história que se pode descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outras regras, outra ética, outra ótica... É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Direito, Política, Sociologia, Antropologia, etc..., sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula... É poder pensar, duvidar, perguntar, questionar... É se sentir inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de ideia... É saber criticar o que foi lido ou escutado e o que significou...É ter vontade de reler ou deixar de lado de vez... (CORTES, 2006, P.80-81).
Nesse sentido, um dos principais resultados que o estudo vem evidenciando é o conhecimento e a postura que o contador de histórias deve ter para que, envolto dos recursos que a literatura infantil oferece, saber desenvolver o momento de contação de histórias que estimule o futuro leitor a apaixonar-se pela leitura. Para que isso ocorra, o contador de histórias não pode meramente escolher uma história aleatoriamente e contá-la aos pequenos. Pelo contrário, o contador de histórias deve preparar o enredo que irá contar, ensaiá-lo, gostar da história que vai contar, cuidar a tonalidade da voz, ser expressivo, elencar quais recursos poderá utilizar, preparar o espaço ideal para que essa contação ocorra com sucesso e de maneira correta.
 Além desses cuidados, pode-se constatar que o contador de histórias deve interagir com o público ouvinte estimulando-os a criticar e pensar através de questionamentos e reflexões sobre a história contada
3 CONTRIBUIÇÕES PARA A APRENDIZAGEM A PARTIR DA CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS
Um ambiente de escolas de Educação Infantil que proporcione o acesso da criança a histórias, busca a formação integral do indivíduo desde a primeira infância. A fantasia e a magia de uma história encantam e despertam a imaginação e com isso, cria-se as condições favoráveis para o desenvolvimento de uma mente criativa.
 Para o desempenho de atividades com esses objetivos, deve ocorrer um planejamento prévio, pois trata-se de um momento onde que a criança poderá absorver algo que venha a identificar-se com ela naquele instante. Demonstrando coerência no que se refere ao acesso a muitas e diferenciadas histórias, no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil é salientada a relevante necessidade das crianças se apropriarem das diferentes linguagens, dentro do espaço de seu desenvolvimento, a fim de lhes proporcionar verdadeiras experiências significativas ainda na primeira infância. (BRASIL, 1998)
A construção da identidade e da autonomia deve se dar a partir de momentos prazerosos e lúdicos, respeitando sempre a realidade e o interesse das crianças. Pertinente as considerações acima, a contação de história é recurso pedagógico lúdico, que pode enriquecer as experiências infantis, ampliando o vocabulário, contribuindo para a formação da personalidade e proporcionando à ela viver o imaginário. Além do mais, quando as crianças contam ou escutam uma história, também suscitam o imaginário, tem a curiosidade respondida em relação a muitas perguntas e encontram novas ideias para solucionar questões (como os personagens fizeram...). Essa aproximação com as crianças permite que o professor, através das manifestações delas, enquanto ouvem ou contam uma história, possa conhecê-las e compreendê-las melhor (ABRAMOVICH, 2001). 
Corroborando com Abramovich (2001), Tonuci (1997) é remissivo a relevância de se contar histórias, mas também destaca a pujante presença dos livros infantis no cotidiano de muitas crianças. Nos dias contemporâneos, os livros infantis estão nos lares e nas escolas substituindo por vezes o ato de contar histórias. Perde-se com isso algo único, uma sintonia que só se dá quando invadimos o mundo um do outro. O espanto do inusitado, a criatividade do inventado, perdeu espaço.Certo é que os colinhos quentes perduram, agora com páginas coloridas que fazem companhia e agradam. Existe sempre um livro que encantará a criança, acalentando e dando segurança, ela sabe que ali também há um amigo que a faz fantasiar e imaginar mil e uma aventuras. 
De acordo com Barcellos (1995) ambas as situações são muito importantes e válidas para estimular a criança para o prazer de ler, pois pode proporcionar momentos agradáveis e de grande cumplicidade com o seu contador de histórias e com os livros em geral. Contar história às crianças dá mais liberdade a quem o faz, porque pode-se modificar o enredo da história consoante a reação de quem a ouve, sem no entanto, a alterar. 
Além do mais é através duma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica...É ficar sabendo História, Geografia, Filosofia, Política, Sociologia, sem precisar saber o nome disso tudo e muito menos achar que tem cara de aula. (ABRAMOVICH, 2001, p.17). 
As considerações acima demonstram a relevância de usar a contação de histórias como atividades pedagógicas na educação infantil. Neste contexto fazer uma análise reflexiva em relação a quais histórias contar e como estas estão sendo preparadas pelo professor mediador é essencial. Dependendo da escolha e da atuação, pode gerar aos alunos uma aversão as histórias e a falta do gosto pela leitura. 
Assim, de acordo com Abramovich (2001) a escolha da história deve ter alguns princípios básicos que possam garantir a eficiência do trabalho pedagógico. São eles: a qualidade de criação. Saber fazer uso da expressão corporal, ter ritmo, fazer uso do gestual e principalmente a entonação da voz. Essa estrutura, quando bem feita, faz com que naquele momento a criança fique envolvida pelo encantamento e pela fantasia, despertando-a o interesse. 
O contato da criança com a história leva a mesma, a conhecer novas palavras, discutir valores, usar a imaginação, tornando-os criativos e capazes de pensar. Este tipo de atividade deve ser uma atividade de rotina, pois o escutar histórias desenvolve naturalmente um interesse cada vez maior em aprender determinadas histórias e reproduzi-las oralmente. 
Abramovich (2001) que se refere à importância das histórias, também esclarece a relevância do livro ser lido pelo professor antes de apresentá-lo às crianças. Criar uma atmosfera de envolvimento e encantamento também é um ponto fundamental para propiciar o clima a ser compartilhado entre professora e crianças. Neste contexto, a hora da história deve ser uma atividade permanente em sala de aula, visto o que podemos alcançar quando temos os objetivos claros. 
A hora da história deve acontecer coletivamente ou em pequenos grupos, quando o professor for solicitado para isso. No que se refere a escolha dos livros para leitura, deve ser criteriosa, verificar conteúdo, os valores que são passados, bem como as ilustrações que o acompanham, e principalmente gostar do que se vai ler para as crianças. (GÓES, 1991)
Abramovich (2001) diz ainda que é muito importante que a história desperte alguma coisa em quem vai contá-la: ou porque ela é bonita e alegre, ou porque tem uma boa trama, ou porque dá margem para explorar um assunto ou por que acalma uma aflição.
Tonuci (1997) ressalta que o olhar da criança sobre a história deve ser valorizado pelo professor. Este olhar não deve ser interpretado como equivocado. Além do mais as crianças devem ter liberdade, caso não queiram ouvir a história. A obrigatoriedade corresponde à mesma situação de ler um livro de que não se gosta. Deve-se valorizar também quando alguma criança se propõe a contar uma história, afinal será de grande valia para ela, pois através disso desenvolve a criatividade, o senso crítico e torna-se capaz de tomar decisões.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que é importante para a formação de qualquer criança ouvir muitas histórias, e escutá-las é o início da aprendizagem para tornar-se um leitor. Isso significa ter um caminho absolutamente infinito de descobertas e de compreensão do mundo. Mas para isso o professor de educação infantil deve ter consciência dessa relevância, conhecendo o porquê, como e o que contar para a criança. Este deve também assegurá-la o contato com a contação de histórias, para que esta se desenvolva e também tome gosto por esta prática. A criança por sua vez tem características próprias que numa situação de contação de histórias, se destacam em meio a “olhares” e opiniões que se manifestam em meio a indagações espontâneas ou dirigidas as crianças.
 Neste contexto, esta torna-se sujeito da própria vida e constrói seu próprio conhecimento. Conclui-se que o professor de educação infantil precisa estar consciente que a história é importante, assim como o seu papel em contá-la, dessa forma é necessário buscar conhecimento e se preparar para que a história chegue da melhor forma para a criança, por isso o professor deve estar preparado e buscar segurança que é adquirida na certeza que se conhece a história.
Considera-se que o primeiro contato da criança com o universo da leitura é pela oralidade através das primeiras cantigas cantadas e das primeiras histórias contadas para elas. Portanto, escutar histórias é o início da aprendizagem para ser um leitor, e ser leitor é se aventurar numa viagem infinita, repleta de descobertas, aventuras, conflitos, compreensão de si, dos outros e do mundo.
Nesse sentido, pode-se concluir que não é qualquer história que estimula a criança a interessar-se pelos livros. O sucesso deste quesito está no valor da voz, nas pausas, no jogo de ritmo, na interação entre o contador de histórias e o ouvinte, na sensação que a história contada pode exercer sobre quem ouve, enfim, todos esses elementos poderão provocar na criança o interesse em ler.
Dessa forma, acredita-se que a prática da contação de histórias seja o primeiro passo para a formação do leitor, depois é tomar-se da magia da Literatura Infantil como arma para iniciar a talhar os caminhos da leitura desde cedo. Assim, acredita-se estar dando um grande passo, para mudar o quadro triste da qualidade da leitura do brasileiro quando se faz presente uma prática tão interessante quanto a contação de histórias, como motivação para o futuro ou iniciante leitor.
Pontua-se então, que é de fundamental importância para o estímulo da iniciação à leitura, basicamente, é contar histórias de maneira expressiva, que encante o ouvinte e o faça interagir diretamente com ela. É através da interação com livros de literatura infantil que a criança aprende sobre si, sobre os adultos e sobre o modo de viver coletivamente, sem que para isso precise abandonar o seu universo infantil, repleto de descobertas, magia, brincadeiras e fantasia. 
REFERÊNCIAS
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil: Gostosuras e Bobices. 5 ed. São Paulo: Scipione, 2001.
BARCELLOS, Gládis Maria Ferrão; NEVES, Iara Conceição Bitencourt. A Hora do Conto: da Fantasia ao Prazer de Ler. Porto Alegre: Sagra-Luzzatto, 1995.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil/ Ministério da Educação e do Desporto/ Secretaria de Educação Fundamental – Brasília: MEC/SEF, 1998 
COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história-teoria-análise. 4.ed., São Paulo: Quíron, 1987.
CORTES, Maria Oliveira. Literatura Infantil e Contação de Histórias. Viçosa – MG, CPT, 2006.
FINK, Alessandra Tiburski. O ensino-aprendizagem e a formação do leitor a partir da literatura infantil. Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões, Campus de Frederico Westphalen, 2001.
FRANTZ, Maria Helena Zancan. O Ensino da Literatura nas Séries Iniciais. 2ª ed. Ijuí: Editora Unijuí, 1998.
GOÉS, Lúcia Pimentel. Introdução a Literatura Infantil e Juvenil. 2ª ed. São Paulo: Pioneira, 1991.
KAERCHER, Gládis Elise. E Por Falar em Literatura… In: CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis. (org) Educação Infantil: Pra que te quero? Porto Alegre: Artmed, 2001.
OLIVEIRA, Maria Alexandre de. Leitura Prazer: Interação Participativada Criança com a Literatura Infantil na Escola. São Paulo: Paulinas, 1996.
TONUCI, Francesco. Com olhos de criança. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997
VILLARDI, Raquel. Ensinando a gostar de ler: formando leitores para a vida inteira. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1997.

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