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3
OS CONTADORES DE HISTÓRIAS E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DOS INDIVÍDUOS.
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS. SP
2018
OS CONTADORES DE HISTÓRIAS E SUA INFLUÊNCIA NA FORMAÇÃO DOS INDIVÍDUOS.
 	Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de Graduação em Pedagogia apresentado à Universidade Paulista – UNIP.
Aprovado em:
BANCA EXAMINADORA
_____________________/__/___
Prof.
Universidade Paulista – UNIP
_____________________/__/___
Prof.
Universidade Paulista – UNIP 
_____________________/__/___
Prof.
Universidade Paulista – UNIP
RESUMO. O presente artigo científico tem como objetivo expor a contação de história no processo de ensino aprendizagem no Ensino Fundamental, bem como despertar o prazer pela leitura na formação de futuros leitores. Ao narrar uma história, o contador deve prender o interesse da criança, instigar o prazer pela leitura, a curiosidade, e a imaginação. Através da presença da leitura no cotidiano das crianças, elas podem descobrir novas perspectivas para começar a se posicionar criticamente em relação à sociedade frente à realidade. 
Palavras-chave: contação de história, Ensino Fundamental, leitura.
ABSTRACT. The present scientific article aims to expose the story telling in the process of teaching learning in elementary school, as well as of arousing the pleasure by reading in the training of future readers. When telling a story, the story telling must hold the child's interest; instill pleasure through reading, curiosity, and imagination. Through the presence of reading in children's daily lives, they may discover new perspectives to begin to position themselves critically in relation to society in the face of reality.
Keys- words: Storytelling, elementary school, reading.
INTRODUÇÃO
Contar histórias é uma das formas mais usadas de comunicação que perpassa diferentes gerações. Portanto este trabalho pretende mostrar a atividade de contar histórias como uma arte em que se revela como instrumento para o trabalho pedagógico. Para tratar desse assunto, foi preciso observar alguns pontos importantes que destacam os aspectos do papel da escola na construção de leitores, como a crise da leitura que se reflete também na crise da escola e a idade da criança que determinará o tipo de história a ser oferecida. 
De acordo com nossas pesquisas e observações durante os estágios na Educação Infantil percebemos o quanto é importante trazer a prática do lúdico para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Portanto, a dúvida que se coloca é em torno da situação na qual alguns educadores priorizam a alfabetização, deixando de lado o lúdico, sendo os conteúdos curriculares tidos como principais, assim a leitura acaba não sendo prazerosa para a criança.
Observa-se que a criança acaba escolhendo um livro pela ilustração, ou tamanho, cores, e histórias já conhecidas. A criança alfabetizada, já tem autonomia para escolher um livro, porém falta estimulo para essa aprendizagem de como o escolher de acordo com seu interesse.
Há que se levar em conta também, que muitas vezes o ato de contar histórias em salas de aula pode apresentar problemas no ambiente escolar e social, como livros precários, que não são significativos para as crianças e não são apropriados para sua faixa etária. Se no ambiente familiar não há o hábito de ler, o ato de contar histórias se torna raro, ou até mesmo inexistente.
Nesse sentido, percebe-se uma ausência total ou quase da prática de ouvir histórias, podendo ser que essa ausência seja característica da ideia de que nas escolas a leitura deva ser somente de caráter avaliativo e não de incentivo, pois algumas instituições podem dificultar um trabalho diferenciado com a leitura, visto que a contação de histórias foge do padrão das avaliações, pois não se podem aplicar notas quando contamos ou ouvimos uma história, e as escolas tem dificuldade em trabalhar com aquilo que não se pode avaliar. 
Neste ponto, a equipe docente deve compreender a contação de histórias como fundamental na infância do indivíduo para o amadurecimento e desenvolvimento do homem do futuro próximo, e consequentemente em sua vida profissional, social e familiar.
Sendo assim, algumas atividades podem ser pensadas com a equipe escolar desenvolvendo reuniões e discussões, voltadas para a contação com uma proposta de formação continuada, através de estudos, palestras e oficinas, para primeiramente criar o gosto pela leitura e assim levar para a sala de aula estratégias que realizem o estimulo, a provocação e o interesse à leitura por parte do aluno, lembrando que essa leitura deve ser significativa para a criança, encontros semanais em que acontecem atividades permanentes com o intuito de proporcionar aos participantes um contato com a Literatura de forma prazerosa e que envolva a todos. 
Essas atividades ajudam a estimular a capacidade expressiva e criativa, podem ser realizadas uma ou até duas vezes durante a semana dependendo do plano de aula de cada professor, para que haja uma organização entre os conteúdos e as atividades permanentes.
Uma forma interessante de incentivar a leitura em sala de aula, principalmente nas series iniciais do ensino fundamental, é o professor ler junto com seus alunos, fazendo com que se concentrem facilmente na parte imaginativa do livro, além de desenvolver o foco e atenção. Destinar esses momentos para as crianças escolherem livros que querem ler de acordo com seus gostos também ajuda a ampliar o interesse pela leitura.
De acordo com o tema a ser explorado, busca-se desenvolver um estudo de pesquisa no qual serão utilizadas as técnicas de observação, revisão bibliográfica e pesquisa de campo. Esses procedimentos adotados possibilitarão a ampliação do conhecimento teórico, bem como a fundamentação dos pontos importantes que permearão o estudo. As principais fontes de embasamento são os livros, as publicações e palestras, reforçando dessa forma a compreensão da questão em pauta. Além disso, são utilizadas entrevistas com três professoras dos anos iniciais do ensino fundamental em uma escola pública de São José dos Campos e Jacareí, São Paulo, as escolas escolhidas foram E.E Prof° Jorge Barbosa Moreira e E.M.E.I.F Presbítero Mábito Shoji que possibilitou a pesquisa do presente trabalho.
Dentro desta perspectiva este trabalho apresenta uma referência bibliográfica contemplando autores reconhecidos neste âmbito, além de ir a campo em escolas de ensino fundamental será utilizada entrevista com professores por meio de questionários e análise das questões respondidas como forma de enriquecimento dessa pesquisa, bem como aproximação da teoria e prática.
Para desenvolver o gosto pela leitura e formação dos leitores, as estratégias desenvolvidas pelo professor necessitam trabalhar a relação do livro com o aluno como ponto fundamental.
Portanto ler histórias é um meio significativo para se trabalhar com as crianças, porque elas estão carregadas de emoções como medo, tristeza, raiva, alegria, espanto, insegurança, saudades e lembranças, promovendo assim a imaginação e criatividade de cada criança. Portanto, ao ouvir histórias a criança pode ter as suas curiosidades respondidas e conseguir encontrar outras ideias para resolver questões, assim como os personagens nas histórias fazem.
Nesse contexto esse trabalho pretende desenvolver estudo de pesquisa da linguagem oral e escrita dos alunos do Ensino Fundamental sobre a contação de histórias, como melhorar o índice do gosto pela leitura e analisar o modo como a leitura se configura na escola, buscando implicações para a prática pedagógica. 
Também busca refletir e discutir sobre a importância e função da contação de histórias identificando sua relevância, despertando o gosto pelas histórias através de uma boa obra e assim refletir por meio delas, em sua conduta diante do meio em que vive. Melhorar a interação, comunicação das crianças a partir da contação como estratégia pedagógica, refletindo como a tecnologia influencia no ambiente escolar e na leitura, desenvolvendoemoções e sentimentos dos alunos de forma prazerosa e significativa, resgatando a tradição da arte de contar histórias no Ensino Fundamental.
1. A ORIGEM, FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA DA LITERATURA INFANTIL
Desde que se desenvolveu a capacidade da fala o homem começou a contar história, todos eram contadores, sendo uma forma de se reunirem, pois alguns gostavam de serem ouvintes e outros contadores. Com o tempo foram surgindo histórias de heróis, lendas e mitos fazendo com que assim mais pessoas se envolvessem.
Os primeiros a fazerem registros escritos foram os egípcios, das suas próprias histórias. Outros povos como romanos e ciganos foram bons em espalhar os acontecimentos aos povos dominantes, cuja vida nômade permitiu-lhes levar para muito longe suas lendas. Contratavam-se contadores pela realeza para contar lendas sobre os escândalos da corte ou fatos heroicos acompanhados de instrumentos musicais. Ouvir uma história, contar e recontar são uma maneira de preservar uma cultura e os valores da sociedade, pois as histórias trazem um conhecimento acumulado durante muito tempo pela humanidade. 
O começo da literatura infantil pode ser marcado por Perrault, entre 1628 e 1703, com livros como “Mãe Gansa”, “Cinderela”, “O Gato de Botas”, entre outros. Depois disso surgiram vários outros autores como Andersen, Irmãos Grimm, Collodi, Lewis Carrol, Bush. No Brasil a literatura infantil foi marcada por “O Patinho Feio” no século XX, Monteiro Lobato, com “Narizinho Arrebitado” e assim a história da literatura no Brasil foi surgindo e despertando o prazer pela leitura.
Os primeiros contatos das crianças com as histórias são contados por seus familiares ou professores, normalmente são contos populares de acordo com seu ambiente e cultura. Desenvolvem todo o potencial crítico da criança, é poder pensar, duvidar, se perguntar, questionar e se sentir inquieto, cutucado, querendo saber mais e melhor ou percebendo que se pode mudar de ideia e ter vontade de reler ou deixar de lado uma vez.
De acordo com Coelho (1991) antes de narrar a história deve-se abrir espaço para uma boa conversa. Isto é, antes de realizar a contação, iniciar uma conversa com as crianças de acordo com o que se trata a história, como por exemplo, se é relacionada a vida na fazenda, que animais conhecem, do que se alimentam, se já os viram. Isso faz com que se sintam mais interagidos com a história prestes a ser contada. Dessa conversa, surge a oportunidade de conhecer melhor as crianças, além de dar-lhes a oportunidade de se expressar.
As funções podem ser extensas, com três finalidades: educar, instruir e distrair. Sendo a última a mais importante. Deve ser a primeira preocupação do escritor infantil, pois o interesse da criança pelo livro existira a partir dela, se não houver essa arte de distrair não será prazeroso, pois a obra não será literária, mas sim didática.
Entre um livro que eduque ou instrua, e outro que divirta a criança, o que distrai e diverte será muito mais valioso, pois desperta na criança a curiosidade e o desejo pela leitura. A literatura tem função em algumas áreas como inteligência e afetividade do indivíduo, ela possibilita a reformulação de conceitos e autonomia do pensamento desenvolvendo o senso crítico.
A literatura infantil se divide em escrita e lendária. A lendária veio da necessidade da mãe de se comunicar com seus filhos, contar os acontecimentos das coisas que os rodeavam, sendo estas apenas contadas não sendo registradas por escrito.
Em relação a importância da contação de histórias os projetos proporcionam aos alunos o incentivo a imaginação, a criatividade, a oralidade, incentiva o gosto pela leitura, contribui na formação da personalidade da criança. Além disso, ajudam a desenvolver bases aos professores sobre a Literatura Infantil e o diálogo sobre desenvolvimento de valores morais nas crianças.
Estudar as histórias, não é importante memorizar, mas sim conhecer e compreende-la, guardando as sequencias dos fatos, sempre transmitindo a emoção no momento certo, sentir a história despertando a sensibilidade de quem conta, pois sem emoção não tem sucesso. O contador deve acreditar na sua história por mais que pareça irreal, tem que passar credibilidade. Olhar para plateia é fundamental, pois é o vínculo que liga o narrador e o público, falar com clareza e ter voz agradável. 
Nesse sentido Puig (1998) aponta:
A criança quando ouve histórias, consegue perceber as diferenças que mostram os personagens bons e maus, feios e bonitos, poderosos e fracos; facilita à criança a compreensão de certos valores básicos de conduta humana ou do convívio social. Através deles a criança incorporará valores que desde sempre que regem a vida humana. (PUIG, 1998, p.69).
Quando as crianças leem elas se identificam com os personagens, como por exemplo, heróis e heroínas, através das histórias de heróis as crianças superam os seus medos, podendo resolver situações de conflitos emocionais como, autoestima e supera-las assim como os personagens fizeram.
Nesse sentido, Abramovich (1991) ressalta que a criança vai se identificando com a personagem, esclarece melhor as próprias dificuldades ou encontra um caminho para a resolução delas. 
As crianças são curiosas e cabe ao professor saber trabalhar esse ponto com elas, buscando caminhos propostos pelo pensamento e imaginação infantil, fazendo com que adquiram mais capacidade de aprendizagem e a vontade de obter mais conhecimentos relacionando a história com o mundo em que vive. Alguns contadores cantam suas histórias ou as narram em forma de poesia, melodia, ritmo e rimas podendo tornar as histórias bem mais fáceis de serem relembradas.
Na contação de histórias é preciso ter envolvimento, didática e disposição, pois esta é a mais antiga e mais moderna forma de comunicação. Neste sentido Elizagaray apud Abramovich (1991) completa que:
“O narrador tem que transmitir confiança, motivar a atenção e despertar admiração. ” (ABRAMOVICH 1991, p.20 apud ELIZAGARAY).
Sendo assim, é fundamental o papel do narrador, no sentido de transmitir segurança ao contar a história, passando credibilidade necessária.
2. A RELEVÂNCIA DAS HISTÓRIAS INFANTIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
A dimensão da literatura infantil é muito ampla e importante. Uma vez que proporciona à criança desenvolvimento emocional, social e cognitivo indiscutíveis. A partir da valorização da criança, foram surgindo textos adaptados a elas. Então, foi necessário criar histórias que prendam o interesse das crianças, possibilitando usar a imaginação, viajar e sonhar, baseada no mundo do faz de conta. 
Na medida em que a criança se desenvolve, há maior atuação dela na realidade e na sociedade, isso acontece pela sua capacidade de interação. Nesse sentido existem reflexões sobre a importância da literatura infantil e todas elas caminham para a aprendizagem de ler e escrever.
Entre elas encontramos Monteiro Lobato, uns dos mais influentes brasileiros do século XX. Conhecido pelo seu conjunto de obras de livros infantis. Dedicou-se em um estilo de escrita simples onde a realidade e a fantasia andam juntas. Sua personagem Emília é uma boneca de pano com sentimentos e ideias independentes. Pedrinho é o personagem que o autor se identifica quando era criança. Cuca, vilã que aterroriza todos na história, Saci-Pererê e muitos outros personagens deste conto literário que fazem parte da literatura brasileira, durante muitos anos e que até os dias de hoje faz muito sucesso entre as crianças, justamente por ligar a realidade com a fantasia e prender a atenção das crianças. Sua intenção com essas obras era de valorizar o folclore brasileiro e levar os leitores a conhecer e entender um pouco mais da cultura de nosso país. 
Desta forma, fica evidente o quão importante é a função simbólica, que é um termo de Jean Piaget para a capacidade de usar representações mentais à que se atribuem significados. Como na contação de histórias, onde a criança ao ouvir os símbolos que estão contidos na obra, proporciona uma viagem aos seus sentimentos inconscientes. Todasas crianças necessitam do lúdico para compreender o mundo que as cerca, e ouvir histórias se torna um meio de entender e traduzir este mundo, além de facilitar a compreensão de sentimentos que não sabe definir, mas que estão ali presentes.
O gênero dos contos de fada é muito rico para se trabalhar com o público infantil, pois relaciona o problema à realidade como conflitos e carência afetiva, uma busca de soluções para esses problemas na fantasia são a introdução de elementos mágicos como fadas, bruxas, duendes, reis, gigantes, anões, princesas, rainhas, príncipes. 
O conto de fadas tem se tornado fonte de estudos de vários profissionais como psicanalistas, sociológicos, antropólogos, psicólogos, e cada um vêm dando sua interpretação sobre seu interesse. 
Entre esses estudiosos aparece, Bruno Bettelheim. Ele alerta sobre o equívoco enorme que podemos cometer quando tentamos explicar para a criança o porquê de um conto de fadas ser tão interessante para ela, pois isso pode destruir o encantamento pela história.
Bettelheim ressalta que se abrirmos o jogo e acabarmos decifrando a história para a criança, esta história então perderá o seu potencial de ajudá-la a lutar sozinha e dominar exclusivamente por si só o problema que fez a história estimulante para ela.
Qualquer interpretação adulta, por mais correta que seja, roubam da criança a sensação de que ela mesma possa ter de pensar a respeito da história. É fundamental que a criança descubra como resolver seus problemas incentivar a autonomia é fundamental para o desenvolvimento cognitivo da criança.
Desta forma, vale ressaltar os apontamentos de Bettelheim (2000):
Os contos de fadas transmitem a criança de forma múltipla: que uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana - mas que a pessoa não se intimida, mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela denominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa. (BETTELHEM, 2000, p. 14).
Sendo assim, o autor nos remete a pensar que os contos propõem as crianças uma forma de irem se familiarizando com o social, na qual está crescendo e se desenvolvendo, fazendo com que a criança se coloque ou se sinta no lugar do personagem, vencendo e dominando os obstáculos alcançando vitória ao fim de sua própria história.
2.1 Interação social, tecnologia e a contação de histórias
A contação de histórias é uma atividade interativa, tornando mais eficaz a linguagem da criança. As crianças enquanto interagem no mundo da fantasia manifestam suas convicções, o aspecto mais importante da interação social diz respeito a possibilidade de promover uma transformação no desempenho dos indivíduos envolvidos, por isso fica claro que o simples contato físico não é suficiente para que haja interação social. Por exemplo, se alguém senta ao lado de uma outra pessoa em um avião, mas os dois não conversam, não está havendo interação social.
Diferentemente quando se ouve uma história, pois quando contamos uma história tem uma interação social, comunicação, seja contando um causo da vida ou uma situação engraçada que aconteceu no percurso, havendo desta forma uma interação entre as pessoas é através dessas interações que os sujeitos se apropriam do conhecimento.
Abramovich (1991), ressalta que, é através de uma história que se podem descobrir outros lugares, outros tempos, outros jeitos de agir e de ser, outra ética, outra ótica.
Entretanto, embora se saiba da importância da interação social, não podemos esquecer que as crianças estão cada vez mais online, a tecnologia e a mídia estão cada vez mais acessíveis às crianças, as informações chegam mais rápidas ampliando seus conhecimentos.
Nesse sentido, Mendelsohn apud Perrenoud (2000) corrobora com esse pensamento quando explicita:
“As crianças nascem em uma cultura em que se clica, e o dever dos professores é inserir-se no universo de seus alunos. “ (PATRICK MENDELSOHN apud PERRENOUD, 2000, p.125).
Desta forma, os livros e os contos acabam sendo esquecidos, o que faz com que seja um desafio para os educadores incentivarem o gosto pela leitura dos livros nos alunos. 
Deste modo, podemos usar o que a tecnologia nos oferece para estimular o gosto pela leitura de forma positiva, trazendo benefícios e vantagens que se encontram em algumas funcionalidades. Por meio de links, um texto dentro de um livro pode ser facilmente pesquisado e acessado em instantes na internet, uma solução tecnológica simula a leitura de um livro em um suporte eletrônico são os e-books, já que são algumas vezes até 50% mais baratas do que um exemplar físico, por outro lado, a internet traz consigo seus riscos, vendo que muitas vezes é associada a uma distração.
Faz-se necessário, portanto, observar esse fator, conforme explicita Abramovich (1991):
“Usar slides ou qualquer outro meio de ilustração e distração é interferir e neutralizar a sua mensagem, que é sempre auditiva e não visual. “ (ABRAMOVICH, 1991, p. 23).
Desta forma, os avanços tecnológicos podem influenciar negativamente na formação do educando, como na escrita e leitura. Com a acessibilidade, é mais fácil o aluno pesquisar um resumo do livro na internet, do que realmente ler a história.
Nesse sentido, pode-se ajustar tamanho de fonte, fazer anotações e marcações sem rabiscar páginas; conteúdos multimídia e imagens animadas podem chamar atenção das crianças. Essas são algumas ações que aos poucos podem ser colocadas em práticas.
Portanto, há que se atentar para tais fatos e a escola necessita se adequar cada vez mais no sentido de desenvolver mecanismos para um posicionamento critico no aluno, afim de prepará-lo para tais questões.
A estrutura educacional está ordenada com o objetivo de promover a aprendizagem e o desenvolvimento de um todo. Há diferentes formas de compreender como o ser humano aprende a se desenvolver. Todo homem se forma como ser humano pela convivência social; e entramos em um processo histórico, que nos mostra a visão sobre o mundo e as informações dele, e por outro lado nos permite a construção de uma visão pessoal sobre o mesmo mundo. Para a criança é fundamental ter a possibilidade de se expressar, pois com isso ela consegue chegar a conclusões que a ajuda a perceber seu processo de construção. 
Para maior conhecimento sobre esse assunto, é essencial ter como base a teoria de VYGOTSKY (1998). O autor idealiza o desenvolvimento humano a partir das relações sociais que a pessoa estabelece no decorrer da vida. O processo de ensino-aprendizagem também se constitui dentro de interações que vão se dando nos diversos contextos sociais. 
Neste contexto, ainda para VYGOTSKY (1998), o meio afeta o indivíduo, provocando mudanças que serão refletidas novamente, recomeçando um processo assemelhando-se a uma espiral ascendente. Dentro dessa perspectiva, o autor considera a aprendizagem como um processo social no qual os sujeitos constroem seus conhecimentos através da sua interação com o meio e com os outros, numa inter-relação constante entre fatores internos e externos. Desta forma, o processo de transformação da aprendizagem se inicia social e se torna individual, chamado pelo autor de internalização.
Desta forma, pode-se correlacionar a importância da contação de histórias na internalização de que fala VYGOTSKY, uma vez que a interação principalmente a realizada entre os indivíduos face a face, de acordo com o autor, tem função central no processo.
2.2 Transmissão de valores através das histórias
“Os valores são elementos essenciais para viver em constante evolução, baseada no autoconhecimento em direção a uma vida construtiva em harmonia e cooperação com os demais. “ (DOHME, 2000, p22).
Sendo assim, fica evidente que os valores e a vida tornam um conjunto que influencia de forma significativa na evolução do indivíduo que está inserido na sociedade, aprendendo a conviver em conjunto respeitando os demais em suas culturas e suas diferenciações.
Deste modo, as histórias são úteis em transmitir valores, pois tratam de questões abstratas, difíceis deserem compreendidas quando criança, se isoladas de um contexto. Neste sentido, ABRAMOVICH (1991) ressalta que podem não ser entendidos com clareza pelas crianças: virtudes, maus hábitos, defeitos ou esforços que interferem no comportamento social do indivíduo, gerando consequências na sua vida.
As novas gerações possuem uma nova visão de mundo, os interesses e a forma de aprendizagem são outros. A educação, portanto, deve estar atenta em acompanhar essa evolução sem deixar de mostrar a importância dos “valores base”, independente da época ou evolução do mundo.
A sociedade pode pregar a competição, a individualidade e o egoísmo, é preciso que os educadores e educandos saibam que apesar de toda dificuldade em conseguir alcançar os objetivos, por causa da competitividade, há como conseguir sendo honesto, generoso, justo, solidário, agindo com ética. 
Portanto, a escola tem um papel fundamental, pois o educador precisa transmitir princípios para seus alunos. A criança precisa de bases morais bem definidas, para saber proceder ao se deparar com problemas grandes ou pequenos, questionando o que não lhe é aceito e nem ser de acordo tudo que lhe é colocado.
Sendo assim, vale ressaltar alguns valores que podem ser trabalhados com crianças por meio das histórias, entre os quais podemos citar: 
A alegria, que promove boa disposição para fazer as coisas, mostrar o lado divertido. O compartilhar que divide suas coisas com os demais, reconhecer os desejos das outras pessoas de usufruírem igualmente de pertences e oportunidades. Temos também a coragem, que nos mostra a resolução, perseverança, firmeza perante situações novas e desafiantes. A disciplina, obedecer a ordens pré-estabelecidas, combinadas e anteriormente aceitas, capacidade de praticar atos que resultem no aprimoramento de si próprio ou comunidade.
A igualdade, reconhecimento de direitos iguais, tratar toda as pessoas da mesma forma, não se atendo a preconceitos. A paciência, ter resistência para suportar os reveses, tranquilidade para esperar, aceitar as limitações dos demais e entender que cada um tem seu “ritmo” e saber conviver com isso. E por fim o respeito, ter atenção às outras pessoas, consideração pelas suas opiniões e atitudes.
Com a abordagem pode-se citar desses valores a obra A bela e a fera, em que uma menina humilde e generosa, alegre com boa disposição, compartilha seus conhecimentos lendo para crianças, tendo coragem para enfrentar a fera e tomar o lugar de seu pai na prisão. Através da disciplina obedecendo as ordens da fera pré-estabelecendo alguns combinados, como a igualdade, não se intimidando com a aparência da fera e não a tratando de forma diferente, vendo-a por trás da aparência. A jovem teve paciência no convívio com a fera promovendo mudanças em sua atitude, respeito com o pai e com a fera, partindo de sua delicadeza e sendo sempre justa e sincera.
Desta forma, mais uma vez fica evidente que a contação de histórias se faz de fundamental importância na construção de identidade das crianças, bem como contribui para seu saldável desenvolvimento.
3. CARACTERÍSTICAS DE UMA BOA OBRA PARA A CRIANÇA
Segundo CUNHA (1999), uma boa obra, deve-se ter: imaginação, dramatismo e movimentação e desfecho feliz.
Sendo assim, a imaginação é algo que leva a criança a se envolver mais com os livros, ela tem a liberdade de imaginação, para pensar nas hipóteses que irão ou não acontecer no conto, se o que ela imaginou é o que acontece no desenvolvimento da história, e se não, cria outras maneiras, dá opiniões, o que é muito importante para que adquira um caráter crítico, e assim, a ajude na vida como adulta.
“Uma boa conclusão não aponta a moral da história nem faz aplicação de lições. ” (COELHO, 1991, p. 24). 
Nesse sentido, podemos transpor tais condições para análise de uma, como por exemplo o conto dos Três porquinhos, no ato de contar a história, não convém acentuar “lobo mau” nem “porquinho preguiçoso” ou “esperto”, a conclusão pertence aos ouvintes e apenas pode-se comentar. 
Já no dramatismo e movimentação, a criança já por natureza agitada, não consegue manter-se por muito tempo quieta para prestar atenção em algo muito demorado, então ela irá se interessar naturalmente pelos livros onde apareçam a todo instante fatos e acontecimentos novos, que sejam interessantes, como no clímax da história onde “o lobo vai descendo pela chaminé, vai descendo...” cria-se então suspense, prendendo atenção dos ouvintes. Já sobre o desfecho feliz, o porquinho convida seus irmãos para morarem juntos. Tal fato é importante para as crianças, pois elas vivem a história que estão ouvindo ou lendo e o final não esperado e desagradável decepcionaria e a machucaria à toa, uma vez que ela se identifica com os personagens. 
Com isso, o autor terá mais sucesso evitando exposições demoradas pois a criança percebe se a obra é bem escrita ou se não deixam uma boa impressão. Usar a simplicidade e o mistério é importante para a criança, pois prende sua atenção e a agrada. 
“Para orientar a escolha das histórias é importante saber exatamente os assuntos preferidos relacionados às faixas etárias. ” (DOHME 2000, p. 26).
Portanto conforme DOHME (2000), é importante o cuidado ao escolher uma história, verificando se está de acordo com a realidade dos alunos e se o assunto é atrativo para cada idade da criança. Desta forma, a escolha acertada possibilita que a criança vivencie o momento e mantenha sua atenção na história contada. Para o contador é preciso conhecer bem a história e não improvisar, pois pode acabar errando uma palavra ou até mesmo perdendo o rumo durante a história. Sendo assim, verifica-se que ao escolher uma obra adequada, o contador de histórias terá muito mais chances de atingir seus objetivos e, consequentemente, muito sucesso no processo. 
Portanto, o quadro síntese abaixo representa a faixa etária das crianças e os prováveis interesses pertinentes ao seu período de desenvolvimento:
Coelho (1991) p.15
Como podemos observar na tabela acima, nos anos inicias do Ensino Fundamental, que começam aos seis anos de idade, as crianças saem da Educação Infantil e começam a ser alfabetizadas. 
Por volta dos seis (6) a sete (7) anos de idade ocorre um momento novo para a criança, algumas com dificuldades e outras não, o momento em que começam a ler, decifram códigos escritos familiarizando-se com o texto. Histórias curtas, com vocabulário simples e com assuntos do cotidiano da criança. 
Aos oito (8) a nove (9) anos de idade começa a fase das histórias engraçadas, humor com um contexto mais leve, que seja facilmente entendido, rápido e com personagens que fazem parte da vivência da criança. Nessa idade a criança pode já dominar a leitura, fazendo interpretações. 
Aos nove (9) a dez (10) anos de idade a criança pode se interessar por textos mais longos, histórias com mais conteúdo, personagens e diálogos. 
A partir dos onze (11) anos em diante a criança se interessa por aquilo que está perto de sua realidade, podem ser assuntos sociais ou até polêmicos, mas ainda há grande interesse nas invenções de histórias do futuro. 
Nesse contexto, se faz necessário explicitar acerca das diversas possibilidades, escolher o livro requer conhecimento em relação aos interesses da criança levando em consideração sua idade, seu meio social, e cultural, para que dessa forma a leitura seja proveitosa e as crianças consigam ler e interpretar a história a seu modo. 
Verifica-se, portanto, que todas as características citadas por COELHO (1991) promovem adequações necessárias para que uma obra escolhida no processo de contação de histórias desempenham o papel esperado e atinja os objetivos propostos.
4. TRABALHANDO POESIA E RIMA NA NARRATIVA PARA TORNAR A LEITURA ATRATIVA
Segundo ABRAMOVICH, a poesia para as crianças assim como a prosa tem que ser antes de tudo, muito boa. Mexendo com as emoções, mostrando algo de especial ou que passaria despercebido. Se for intenção do autor a poesia pode ser, prazerosa, divertida, inusitada ou triste e sofrido ou gostosa, lúdica e brincante.
“A poesianão é mais do que uma brincadeira com as palavras. Nessa brincadeira, cada palavra pode e deve significar mais de uma coisa ao mesmo tempo: isso aí também é isso ali. Toda poesia tem que ter uma surpresa. Se não tiver, não é poesia. “ (PAES apud ABRAMOVICH, 1991. P.67).
Contar uma poesia instiga a criança a conhecer os vários significados de uma mesma palavra, de modo que aprendem brincando, se divertindo de forma prazerosa e lúdica.
Ainda segundo ABRAMOVICH (1991), existem poetas que brincam com as palavras, lidam com toda ludicidade verbal, sonora, musica, engraçada no jeito como vão juntando as palavras, fazendo com que se movam pela pagina quase como numa cantiga.
Tal fato pode-se verificar na rima abaixo: Um pouco de tudo, Elias José. Ilustração de Marcelo Cipis e Milton Cipis, apud ABRAMOVICH (1991, p.69)
Como se observa o poema Grilo Grilado joga com diferentes significados da palavra grilo, propiciando às crianças os mais variados tipos de interpretações como: “-seu grilo eu sei: o seu grilo é um grilo de amor. ” Fala de amor como provocador de grilações. Grilo – inseto, grilado – chateado/preocupado. 
Assim pode-se afirmar que a poesia provoca sensações, emoções e sentimentos vividos, sentidos, provocados como na descrição de um som do vento das texturas ou sabores de comidas. A autora complementa ainda que outros poemas ressaltam os sonhos, os desejos, as vontades, e faz com que surja no leitor a visualização de seus próprios anseios ou felicidades.
Assim como na poesia, as rimas podem ser um grande estímulo na alfabetização, na prática torna-se muito mais fácil do que na teoria. A arte de rimar consiste em encontrar palavras que terminem com o mesmo som, e que não saiam do assunto tratado, podem vir intercaladas, rimando a primeira com a segunda linha. O ritmo, é o que possibilita o acompanhamento musical ao que é lido ou ouvido na poesia, como se observa a baixo:
 
Um pouco de tudo, Elias José. Ilustração de Marcelo Cipis e Milton, apud ABRAMOVICH (1991, p.74)
Ao descrever a Flor Hortência, Elias José faz com que as rimas fluam usando uma imagem da flor gorda que é pouco explorada na poesia e mostra a obesidade de um outro ponto de vista.
O fato de a rima ser simpática e lúdica não significa que seja obrigatória e que não existam versos livres, livres.... Agora, rimar mão com não, oco com toco ou sufoco, também com ninguém é não fazer esforço algum.... É simplesmente buscar o fácil, o rápido, o que geralmente resulta numa grandíssima bobagem, sem significado algum, sem acréscimo nenhum. (ABRAMOVICH, 1991, P.75).
A autora nos faz refletir sobre a pratica de rimar com o cuidado nas escolhas das palavras buscando o sentido do que quer contar. Não se preocupar com a reflexão que a rima quer passar pode acabar deixando de ter significado para a criança jogando com palavras fáceis apenas para rimar.
Os quadrinhos também são elementos importantes em sala de aula e podem ser trabalhados tanto com crianças em fases de alfabetização quanto com as maiores. Os gibis podem ser explorados nos anos iniciais do ensino fundamental incentivando a pratica da leitura o desejo e o prazer de ler, mesmo quando ainda não sabem ler convencionalmente interpretam o que visualizam nas imagens.
Turma da Mônica. Toda criança quer ser criança. Maurício de Sousa (2006)
Conforme defende REZENDE (2009), as histórias em quadrinhos são:
“ [...] Obras ricas em simbologia – podem ser vistas como objeto de lazer, estudo e investigação. A maneira como as palavras, imagens e as formas são trabalhadas apresenta um convite à interação autor-leitor. “ (REZENDE, 2009, P. 126)  
Sendo assim as histórias em quadrinhos podem ser consideradas como um instrumento que auxilia e ajuda o professor incentivar cada vez mais a criança a ler e escrever mesmo que ela esteja ainda aprendendo, pois, os quadrinhos faz uma junção entre a escrita e os desenhos, isso chama atenção e faz com a criança fique curiosa para saber o que estão dentro dos balões. Isso vem se mostrado ter grande eficácia nas aulas de alfabetização.
5. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DA ENTREVISTA
As entrevistas foram realizadas nas escolas onde as professoras trabalham e todas se mostraram prestativas. Antes de iniciar deixamos claro os objetivos do nosso trabalho, para que as entrevistadas se sentissem mais seguras e confiantes ao responderem e argumentarem sobre as questões em pauta.
Na tabela a seguir, vemos o tempo que os professores têm em sala de aula e a serie que trabalha atualmente.
	Professora A
	Tem trinta e três anos de fundamental 4º ano, e cinco anos na Educação Infantil, Infantil II.
	Professora B
	Tem seis anos formada em sala de aula.
Trabalha atualmente no 2º ano de Ensino Fundamental.
	Professora C
	Trabalha atualmente no ensino fundamental e tem cinco anos em sala de aula.
As professoras entrevistadas possuem experiências em sala de aula, visto que já estão exercendo a profissão docente a alguns anos. Todas possuem formação em pedagogia. 
A fim de coletar informações necessárias para nossa pesquisa questionamos as professoras sobre as metodologias que são mais utilizam em sala de aula.
	Professoras entrevistados
	Respostas
	Professora A
	As metodologias que utilizo para realizar a Contação de História são textos jornalísticos, contos, revistas, histórias em quadrinhos, textos instrumentais e outros.
	Professora B
	Todos os dias tem a leitura inicial feita com os alunos, são trabalhados os contos nessa série e a leitura de diversos gêneros durante as aulas. Tem também o cantinho da leitura que todos têm acesso aos livros. A leitura é inserida todos os dias de diversas maneiras.
	Professora C
	A metodologia é diversa, utilizo livros e recursos como fantoches, caixas de histórias e outros.
Pelas respostas de cada professor A B e C, foi possível observar que trabalham de forma tradicional, admitem que a metodologia mais usada é a aula expositiva. Uma das professoras alega que faz muito uso de livros didáticos, e que prefere que os alunos copiem do quadro, pois desta forma estão exercitando a escrita. 
A professora A nos conta que inicia com leitura de diversos gêneros conforme a grade escolar, aulas de Língua Portuguesa, Matemática, Ciências da Natureza, História e Geografia além de Educação Física e Arte que são administrados por professores especialistas.
Professora B diz trabalhar com projetos que são permeados pelo conteúdo do plano de trabalho, seguindo um horário pré-estabelecido com os alunos para trabalhar com as disciplinas. Porém, é flexível quando surge no momento da aula uma curiosidade dos alunos. 
Já a professora C descreve que a rotina das aulas é diversificada, porém conta histórias todos os dias. 
Todas as professoras ao responderem a estas questões mencionaram usar atividades lúdicas em suas aulas. Uso de jogos, de materiais concretos sempre que possível. Existe uma preocupação de alguns docentes com os conteúdos a serem tratados, tanto é que cada disciplina tem o seu caderno especifico e o dia da semana em que serão trabalhadas. Outro questionamento feito na entrevista foi, se a escola tem preocupação em disponibilizar recursos para a realização de atividades lúdicas em relação a leitura.
	Professores entrevistados 
	Resposta 
	Professora A
	Sala de leitura e sala de multimídia.
	Professora B
	A escola tem tentado promover juntamente com os alunos, o projeto “Ciranda da leitura” os alunos levam livros da escola para ler com seus pais.
	Professora C
	Sim.
Acompanhando cada resposta, identificamos que salas são disponibilizadas como sala de leitura ou multimídia e os professores podem ter liberdade de criar projetos para o uso da leitura.
Para ter mais informações neste trabalho perguntamos quais eram as maiores dificuldades encontradas ao contar uma história? E os alunos ouvir?
	Professores entrevistados 
	Resposta 
	Professora A
	A dificuldade é a concentração pois a tecnologia está mais atrativa para eles. São os nativos digitais. As crianças preferem a tecnologia pois há movimentos, imagens e outros.
	ProfessoraB
	A escola precisa disponibilizar um acervo com livros para cada faixa etária, o professor precisa com antecedência ler a história para saber como usar a entonação, pois não pode escolher por escolher, precisa ter também objetivo a ser alcançado.
	Professora C
	Um dos maiores desafios é despertar o interesse dos alunos pela história, pois há tantos outros recursos como celulares, tabletes, e etc. que lhe atraem, perdendo o foco que é a ação do contar história.
Após a entrevista observamos o espaço da sala de aula dessas professoras, e encontramos livros didáticos e jogos pedagógicos. Como educadores entendemos que o lúdico pode ser um grande aliado na tarefa de conduzir a aprendizagem. O processo educativo não se limita apenas em levar informações e sim envolver a criança em cada história, trazendo o lúdico de forma espontânea e prazerosa.
Em salas de aula, são utilizados Datashow, tablet, filmes com acesso a sala de auditórios e informática. A educadora entrevistada conta que coloca as imagens do livro no Datashow e as crianças vão narrando a história ou ela mesmo conta e desta forma toda em sala consegue seguir a leitura e se divertir com as imagens.
A professora “A” citou um exemplo de “nativos digitais”, contou-nos que deu de presente a sua neta um livro e a criança ao manusear as páginas logo se estressou dizendo ao deslizar os dedos pelas folhas como se fazia no celular “não passa, não passa! ”. Durante a entrevista foi citado um curso chamado “Educando Para Boas Escolhas online”, que tem como objetivo facilitar, ampliar e integrar dessa temática nas salas de aula.
Cabe ao professor cativar na criança o gosto e o conhecimento pelos livros e a leitura, de modo que, podem associar o que gostam por aquilo que lhes serão proveitosos para suas formações como indivíduos dotados de cultura e conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante de nossas pesquisas, foi possível ir a campo investigar como os educadores estão diante da contação de histórias e como trabalham o incentivo da leitura nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Percebemos que, os educadores usam desde cursos de formação continuada, que a professora ressalta na entrevista, “Educando para boas escolhas online”, também utilizam projetos com a ação de contas histórias buscando no âmbito familiar uma parceria com este ato, o projeto “Ciranda da Leitura”.
As professoras relatam atividades permanentes feitas com seus alunos em sala de leitura e incursão a biblioteca. Algumas dificuldades encontradas em sala de aula são foco e atenção, vendo que a tecnologia pode causar distração, mas o educador pode usar dessa tecnologia que é tão atrativa para o educando de forma didática, como citado pela professora que participou da entrevista, a utilização de data show para contar histórias de forma que prenda a atenção dos alunos para que se sintam motivados e cativados pelas histórias.
Dessa forma, relembramos sobre a importância do contar histórias e envolver projetos que, proporcione aos alunos o incentivo a imaginação, a criatividade, a oralidade, estimulando o gosto pela leitura, contribuindo com a formação da personalidade da criança. Além disso, ajuda a desenvolver bases aos professores sobre a Literatura Infantil e o diálogo sobre desenvolvimento de valores morais nas crianças.
Podemos afirmar que, os professores buscam desde o que tem disponível em sala de aula ao que acreditam ser necessário. Essa entrevista nos possibilitou enxergar com os olhares dos educadores, pois como estão há muito tempo nessa área, puderam relatar de forma precisa nossos questionamentos. 
Pontuamos também que nas escolas ainda é preciso disponibilizar acervos dedicados a cada faixa etária de cada criança, como uma das professoras pondera acerca das dificuldades ao contar histórias ou nos alunos ao ouvir.
Com isso devemos considerar que, muitas vezes o ato de contar histórias em salas de aula pode apresentar problemas no ambiente escolar como, livros precários, que não são significativos para as crianças e não são apropriados para sua faixa etária, Dohme (2000) retrata que é importante o cuidado ao escolher uma história, verificando se está de acordo com a realidade dos alunos, e se o assunto é atrativo para cada idade da criança. 
“Para orientar a escolha das histórias é importante saber exatamente os assuntos preferidos relacionados às faixas etárias. ” (DOHME 2000, p. 26).
Isso possibilita que a criança vivencie o momento, e mantenha sua atenção na história contada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
A arte de contar histórias. Disponível em:
<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/338-4.pdf>. Acesso em: 15/05/2017.
ABRAMOVICH, Fanny. Literatura Infantil Gostosuras e Bobices. Editora: Scipione, 1991.
BETTELHEIM, Bruno. A Psicanálise dos Contos de Fadas. Editora: Paz e Terra, 2000.
COELHO, Maria Betty. Contar Histórias: Uma arte sem idade. Editora: Ática, 1999.
Como a tecnologia pode ajudar a estimular a leitura. Disponível em:
<https://www.metropoles.com/dedo-de-prosa/como-a-tecnologia-pode-ajudar-a-estimular-a-leitura>. Acesso em: 04/10/2018
CUNHA, Maria Antonieta Antunes. Literatura Infantil: teoria e prática. Editora: Ática, 1999.
Dicas para contar histórias. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=NmRF3DoVd_U>. Acesso em: 19/09/2017.
DOHME, Vânia. Técnicas de Contar Histórias. Editora: Informal, 2000.
Escola Britânica. Disponível em: 
<https://escola.britannica.com.br/levels/fundamental>. Acesso em: 19/08/2017.
MELLON, Nancy. A arte de contar histórias. Editora: Rocco, 2006.
PERRENOUD, Philippe. Dez Novas Competências para Ensinar. Editora: Artes Médicas Sul, 2000.
Revista Educação. Disponível em:
http://www.revistaeducacao.com.br/gibis-na-alfabetizacao/>. Acesso em: 26/10/2017
Revista Educação Infantil, guia para professores. Disponível em:
<http://revistaeducacaoinfantil.com.br/brincando-com-rimas/>. Acesso em 20/11/2018
REZENDE, Lucinea Aparecida. Leitura e Formação de Leitores: vivências teórico práticas. Editora: Eduel, 2009.   
Trupe contadores de história. Disponível em:
<http://trupefriburgo.blogspot.com.br/2008/12/ler-uma-histria-com-o-objetivo-de-cont.html>. Acesso em: 18/09/2017.
VIGOTSKY, Lev Semenovitch. Pensamento e linguagem. Editora: Martins Fontes, 1998.

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