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Hemoglobinopatias: Classificação e Achados Clínicos

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O que são hemoglobinopatias e como se classificam? Explique quais os achados clínico e laboratoriais encontrados nessas situações.
· Hemoglobinopatias: são condições hereditárias caracterizadas por mutações dos genes das globinas humanas, levando a alterações quantitativas da sua síntese ou à formação de hemoglobinas estruturalmente anormais, comprometendo a sua vital função. o termo refere-se à doenças ocasionadas por defeitos na proteína hemoglobina, presente nas hemácias. Quando a hemoglobina tem sua estrutura alterada, a hemácia também tem sua forma modificada. O que prejudica o seu transporte através das artérias e veias. Isso pode levar a oxigenação deficiente do organismo. 
· As hemoglobinopatias classificam-se genericamente em duas categorias: aquelas que cursam com ausência ou redução quantitativa de subunidades globínicas; e aquelas em que existe um defeito estrutural qualitativo em alguma das globinas. Dentro destes dois grupos, constituem, desse modo, as síndromes talassémicas (aumento ou diminuição de uma das cadeias de globina) (α e β), as síndromes falciformes, as hemoglobinas instáveis (anemias hemolíticas congénitas com corpos de Heinz), as hemoglobinas com alta afinidade pelo oxigénio (cursando com eritrocitose), as hemoglobinas com baixa afinidade pelo oxigénio e as metahemoglobinas (originando cianose). Em geral, são classificadas em dois grupos: doença falciforme, o termo doença falciforme (DF) é usado para definir as hemoglobinopatias, nas quais, o fenótipo predominante é o da Hb S, mesmo quando associada a outra hemoglobina variante (Hb Var).  e talassemias. 
· Talassemia alfa: refere-se ao conjunto de doenças hematológicas de hereditariedade autossómica recessiva associado a mutações dos genes das globinas humanas que resultam na diminuição ou total ausência de síntese da globina em causa. A talassemia é uma enfermidade autossômica recessiva, geralmente causada pela deleção de genes de globina-α. n Formação de uma hemoglobina anormal, o que resulta na destruição das hemácias e consequente anemia. A principal característica laboratorial da talassemia alfa é a visualização da Hb H em amostras de sangue hemolisados. A doença de Hb H, entretanto, é de fácil diagnóstico, pois a concentração da Hb H é sempre maior que 15% e o eritrograma exibe expressivas alterações morfológicas associadas a moderado grau de anemia. A Hb H se torna indetectável por eletroforese ou na pesquisa citológica com azul de crezil brilhante.Hemoglobina A2 normal, ferritina normal, anemia microcítica hipocrômica.
· Manifestação clínica talassemia alfa: O espectro clínico da α-talassémia vai desde uma condição assintomática até uma doença fatal. presença de tetrâmeros de alta afinidade pelo oxigénio β4 (HbH) e γ4 (HbBart) e com a extensão em que estes reduzem a eficiência da eritropoiese e a sobrevivência dos glóbulos vermelhos, Polimorfismos funcionais do gene ATR.
· α + -talassémia: Também denominado traço silencioso α+, apresentando por vezes anemia hipocrómica (< 27pg) muito ligeira, que é assumida como ferropénica. Podem ser detectadas pequenas quantidades de HbBart (≤3%) à nascença.
· α 0 -talassémia: Os doentes apresentam uma anemia microcítica e hipocrómica moderada, com níveis significativamente reduzidos de VCM e HCM (< 24pg) e com níveis elevados de HbBart detectáveis à nascença, A microcitose é ocasionalmente atribuída a deficiências de ferro.
· Doença da Hemoglobina H: a síntese de globina α fica severamente afectada, dando origem à formação de grandes quantidades de HbH (≈10-20%), o que leva à morte intramedular dos eritroblastos, resultando em eritropoiese ineficaz, anemia ligeira a moderada com marcada microcitose e hipocromia. Manifestações clínicas: RETICULOCITOSE, ANEMIA, CÁLCULOS BILIARES, ESPLENOMEGALIA, ICTERÍCIA.
· Diagnóstico Clínico e Laboratorial O diagnóstico das α-talassémias é clinicamente mais difícil que o das β-talassémias porque não há elevação da HbA2 (pode até estar baixa) ou da HbF, ainda que as delecções sejam prontamente detectadas por métodos de biologia molecular. O esfregaço de sangue periférico revela, nas formas deleccionais, anisocitose e poiquilocitose e, raramente, eritroblastos. Entre 5 a 80% dos eritrócitos podem revelar inclusões com a coloração do azul de cresil brilhante. Deve suspeitar-se de hidrópsia fetal por HbBart quando há uma morte intra-uterina ou neonatal associada a hidrópsia, particularmente quando os progenitores são originários, ou têm ascendência, de zonas de alta prevalência de alelos α-talassémicos. 
· A β-talassémia é caracterizada pela diminuição quantitativa de cadeias β que fazem parte da hemoglobina circulante. É causada por uma enorme variedade de mutações que afectam o cluster β do cromossoma 11, tendo sido até hoje descobertas quase 300 variantes. A anemia β-talassémica é, em suma, resultado de uma eritropoiese ineficaz e de uma sobrevivência diminuída dos glóbulos vermelhos, em virtude de inclusões de α-globina.
· Manifestações Clínicas A β-talassémia: capacidade inata de ter uma expressão aumentada de globina γ e o grau de expressão da AHSP (que se liga às cadeias α livres durante o processo de formação da Hb, prevenindo a sua precipitação nas células). A HbF (α2γ2) é a hemoglobina predominante na vida fetal e começa a ser substituída gradualmente pelas hemoglobinas de cadeias β (HbA e HbA2) apenas por altura do nascimento.
· Talassemia beta menor - resultam de uma herança heterozigótica de alelos talassémicos. Os doentes são normalmente assintomáticos e apresentam anemia ligeira, microcítica e hipocrómica, e valores de Hb entre os 9 e os 13g/dL, sendo mulheres, e entre os 9 e os 15g/dL, sendo homens; o VCM ronda os 50-60fL e a HCM situa-se entre os 14 e os 20pg. A HbA2 é superior a 3,2% e a HbF situa-se nos 0,5-6%. Heterozigotos. Denomina-se: Traço talassêmico. Autossômica recessiva. Reduz a produção de hemoglobina. Sintomas após 6 meses. Pode ocorrer a produção de α2γ2 ou α2δ2.  A concentração da Hb A2 apresenta-se elevada (>4%-7%), com eritrograma composto por eritrocitose em relação ao hematócrito, índices VCM e HCM reduzidos, morfologia eritrocitária com presença de micrócitos esquisócitos, dacriócitos, hipocromia e pontilhados basófilos. Há casos em que o portador de talassemia beta menor apresenta aumento das concentrações de Hb A2 e de Hb fetal (> 2% a 5%). Achados clínicos: Anemia discreta ou ausente, morfologia: microcitose, hipocromia, hemácias elevadas, poiquilocitose.
· Talassemia Intermediária: Mutação permite que o gene seja produzido mas reduz a quantidade. O espectro clínico abarca doentes que manifestam a doença entre os 2 os 6 anos e, apesar de não necessitarem de transfusões regulares, têm atrasos de crescimento e do desenvolvimento e doentes que permanecem assintomáticos até apresentarem uma anemia ligeira na idade adulta, A hipertrofia eritróide medular e a eritropoiese extramedular são comuns em resposta à anemia crónica e associam-se a deformidades do esqueleto e da face, osteopenia e osteoporose (que conduz a fracturas dos ossos longos) e massas eritróides que podem afectar o baço, o fígado, o tórax, os gânglios linfáticos e a coluna vertebral, A hemólise extravascular, devido à libertação para a circulação de eritrócitos danificados e de percursores eritróides, origina esplenomegalia progressiva e leva, em associação com activação plaquetar e endotelial, a um estado hipercoagulável, recentemente responsabilizado por complicações graves, como a hipertensão pulmonar e eventos tromboembólicos.
· A nível laboratorial, os doentes apresentam Hb de 6 a 10g/dL, VCM entre 55 e 70fL e HCM de 15 a 23pg, sendo a percentagem de HbA2 muito variável entre eles
· Talassemia beta maior – É a forma mais grave das β-talassémias. Mutação previne a produção de cadeia de globina β. 
· Achados clínicos: Anemia microcítica, e hipocrômica, reticulose, e presença de eritroblastos circulantes. Laboratorialmente, o paciente com talassemia beta maior apresenta anemia microcítica extrema e hipocrômica, reticulose e presençade eritroblastos circulantes, pontilhado basófilo. Ausência ou diminuição de Hb A, com exuberante alteração da morfologia eritrocitária. A análise eletroforética revela elevada concentração de Hb Fetal entre 20% e 100% dependendo do tipo genético da talassemia beta. 
· Clínica: Anemia grave 3 a 4 meses após nascimento, hepatoespelnomegalia, hematopoese extramedular, expansão dos ossos causada pela hiperplasia eritróide da M.O.
· A sintomatologia inicia-se com a presença de anemia microcítica (VCM: 50-60fL) e hipocrómica (HCM: 14-20pg) grave (Hb: 1-7g/dL) [19,26], baixo crescimento ponderal, irritabilidade, recusa alimentar parcial ou total, sonolência, palidez e icterícia, sendo também descrito o alargamento gradual do abdómen devido à hepatoesplenomegalia, Sem tratamento, a doença cursa posteriormente com atraso de crescimento, úlceras dos membros inferiores, desenvolvimento de massas decorrentes da eritropoiese extramedular e deformações esqueléticas por expansão da medula óssea. As complicações cardíacas acabam por ser, de facto, a causa de morte de 71% dos doentes com β-talassémia maior. A osteoporose e um maior risco de eventos tromboembólicos são também descritos.
· Diagnóstico Clínico e Laboratorial: anemia microcítica e hipocrómica sem deficiência de ferro, deve suspeitar-se de uma β-talassémia maior. Se a apresentação for mais tardia e se associar a esplenomegalia, icterícia ou expansão dos ossos do crânio, a suspeita deve recair sobre uma intermedia. Frequentemente, a ausência ou muito baixa proporção de HbA, baixas quantidades de HbA2 e predominância de HbF são os achados característicos da β-talassémia maior, enquanto na intermedia se detecta a presença de HbF e HbA2 e baixa proporção de HbA, A deficiência de ferro pode normalizar os níveis de HbA2 (diminui-os até 0,5%), pelo que, em caso de dúvida, deve repetir-se a quantificação após a suplementação com ferro.
· Doenças falciformes: achados clínicos: Anemia grave, crise vasoconclusiva dolorosa, crises de sequestro visceral, crises aplásticas, crises hemolíticas. 
· Achados laboratorial: Hemoglobina entre 6 a9 g/dL; morfologia eritrocitária: anisocitose acentuada, células falciformes e células em alvo, corpúsculo de Howell-jolly, policromatocitose (reticulocitose) e eritroblastos circulantes. Eletroforese de hemoglobina: SS Hb A não é detectada, Hb F de 5 a 15%.
· Anemia de células falciformes: As síndromes falciformes caracterizam-se pela falciformação dos eritrócitos (aquisição de forma de foice, ou de crescentes alongados), secundária à agregação de uma hemoglobina mutante – a HbS, que tem consequências fisiopatológicas importantes. Anemia falciforme: Clínica: úlceras nas extremidades das pernas, esplenomegalia em lactentes e ínicio da infância, hipertensão pulmonar, retinopatia proliferativa, infartos renais. E a gravidade dos sintomas é directamente influenciada pela percentagem de HbS existente nas células. Indivíduos com drepanocitose (βS β S ) têm entre 55 a 90% de HbS, enquanto doentes com traço falciforme (βS β) têm valores que rondam 35 a 40%. A gravidade clínica é também modulada pela co-herança de uma série de factores modificadores de doença, que incluem α-talassémias – que diminuem a HCM – ou mutações de PHHF.
· Laboratorial: O mais comum é haver uma anemia (6 a 9g/dL) normocrómica com VCM normal a alto e reticulocitose de 3 a 15%, e no esfregaço abundantes células falciformes, entre outras possíveis alterações. O número de glóbulos brancos e de plaquetas está normalmente aumentado
· Hemoglobina instável:  dificilmente as hemoglobinas instáveis apresentam posições eletroforéticas ou cromatográficas diferentes da Hb A. apresentam metaemoglobinemia e corpos de Heinz.  Precipitação da Hb instável.  presença de globinas alfa, próximo à aplicação da amostra, nas hemoglobinas instáveis mutantes de globina beta.  O eritrograma mostra anemia variável entre discreta e acentuada, VCM normal ou diminuído, HCM sempre diminuído, morfologia eritrocitária com presença de células mordidas e reticulocitose moderada a acentuada.
· As alterações funcionais das hemoglobinas se devem estritamente às hemoglobinas com afinidade aumentada ao oxigênio e às que se transformam naturalmente em metaemoglobina.
· Hemoglobinas variantes com alterações funcionais: mutações pontuais substituição de apenas um aminoácido. Hemoglobina S ( traço falciforme). HbS desoxigenada polimeriza – células falciformes – oclusão vascular e hemólise.
· RESPOSTA JESSICA
· R- O termo hemoglobinopatia refere-se a um conjunto disperso de doenças genéticas ocasionadas por defeitos na proteína denominada hemoglobina, presente nas hemácias. As hemoglobinopatias são doenças em que mutações genéticas levam a alterações na produção da hemoglobina. Estas alterações podem ser divididas em estruturais ou de produção. As alterações estruturais são aquelas em que a hemoglobina produzida não funciona da forma adequada, o que leva a redução na vida útil dos glóbulos vermelhos e a outras complicações. As alterações de produção são aquelas que resultam em uma diminuição na taxa de produção da hemoglobina, o que leva a graus variados de anemia.
As hemoglobinopatias classificam-se genericamente em duas categorias: aquelas que cursam com ausência ou marcada redução quantitativa de subunidades globínicas; e aquelas em que existe um defeito estrutural qualitativo em alguma das globinas. Dentro destes dois grupos estão: doença falciforme, o termo doença falciforme (DF) é usado para definir as hemoglobinopatias, nas quais, o fenótipo predominante é o da Hb S, mesmo quando associada a outra hemoglobina variante (Hb Var). E talassemias (α e β). Grupos de doenças autossômicas recessivas que compreendem as talassemias, doença falciforme, hemoglobinas instáveis e hemoglobinas variantes com alterações funcionais As hemoglo¬binas variantes mais frequentes são a hemoglobina S (Hb S) e hemoglobina C (Hb C).
DISTÚRBIOSQUANTITATIVOS
Talassemia alfa - A principal característica laboratorial da talassemia alfa é a visualização da Hb H em amostras de sangue hemolisados. A doença de Hb H, entretanto, é de fácil diagnóstico, pois a concentração da Hb H é sempre maior que 15% e o eritrograma exibe expressivas alterações morfológicas associadas a moderado grau de anemia. A Hb H se torna indetectável por eletroforese ou na pesquisa citológica com azul de crezil brilhante.Hemoglobina A2 normal, ferritina normal, anemia microcítica hipocrômica.
Talassemia beta menor - A concentração da Hb A2 apresenta-se elevada (>4%-7%), com eritrograma composto por eritrocitose em relação ao hematócrito, índices VCM e HCM reduzidos, morfologia eritrocitária com presença de micrócitos esquisócitos, dacriócitos, hipocromia e pontilhados basófilos. Há casos em que o portador de talassemia beta menor apresenta aumento das concentrações de Hb A2 e de Hb fetal (> 2% a 5%). Anemia discreta ou ausente, morfologia: microcitose, hipocromia, hemácias elevadas, poiquilocitose.
Talassémia beta intermedia - A Hb em torno de 7 g/dL é o nível geralmente utilizado como ponto de corte entre a talassemia beta intermediária e a talassemia beta maior. No esfregaço sanguíneo, mostra alterações morfológicas eritrocitárias similares às da talas semia beta menor, porém de leve a moderada. Os reticulócitos estão em torno de 3% a 10% e os eritroblastos circulantes, quando presentes, estão em quanti dade discreta. A quantidade de Hb F é considerável (entre 10% a 50%, mas pode chegar a 100%) e a Hb A2 está acima de 4%. A concentração de Hb A é variável.
Talassemia beta maior – Anemia microcítica, e hipocrômica, reticulose, e presença de eritroblastos circulantes. Laboratorialmente, o paciente com talassemia beta maior apresenta anemia microcítica extrema e hipocrômica, reticulose e presença de eritroblastos circulantes, pontilhado basófilo. Ausência ou diminuição de Hb A, com exuberante alteração da morfologia eritrocitária. A análise eletroforética revela elevada concentração de Hb Fetal entre 20% e 100% dependendo do tipo genético da talassemiabeta.
Clínica: Anemia grave 3 a 4 meses após nascimento, hepatoespelnomegalia, hematopoese extramedular, expansão dos ossos causada pela hiperplasia eritróide da M.O.
DISTÚRBIOS QUALITATIVOS (VARIANTES ESTRUTURAIS)
Doenças falciformes: Clínica: Anemia grave, crise vasoconclusiva dolorosa, crises de sequestro visceral, crises aplásticas, crises hemolíticas.
Achados laboratorial: Hemoglobina entre 6 a9 g/dL; morfologia eritrocitária: anisocitose acentuada, células falciformes e células em alvo, corpúsculo de Howell-jolly, policromatocitose (reticulocitose) e eritroblastos circulantes. Eletroforese de hemoglobina: SS Hb A não é detectada, Hb F de 5 a 15%.
Anemia falciforme: Clínica: úlceras nas extremidades das pernas, esplenomegalia em lactentes e ínicio da infância, hipertensão pulmonar, retinopatia proliferativa, infartos renais.
Hemoglobina instável: dificilmente as hemoglobinas instáveis apresentam posições eletroforéticas ou cromatográficas diferentes da Hb A. apresentam metaemoglobinemia e corpos de Heinz. Precipitação da Hb instável. Presença de globinas alfa, próximo à aplicação da amostra, nas hemoglobinas instáveis mutantes de globina beta. O eritrograma mostra anemia variável entre discreta e acentuada, VCM normal ou diminuído, HCM sempre diminuído, morfologia eritrocitária com presença de células mordidas e reticulocitose moderada a acentuada.
Hemoglobinas com alta afinidade pelo O2: Os indivíduos portadores destas variantes têm níveis de hemoglobina normais e não possuem qualquer manifestação clínica além de uma cor da pele escurecida. Nos casos mais extremos, o hematócrito pode atingir níveis entre 60 e 65%, requerendo flebotomias terapêuticas, mas a quase totalidade dos doentes não necessita de acompanhamento. Cerca de metade das variantes podem ser detectadas através de uma eletroforese da hemoglobina, mas o diagnóstico definitivo apenas é estabelecido com a análise do perfil de saturação da hemoglobina (determinação do valor de P50) e a demonstração de uma maior afinidade pelo oxigénio (valor mais baixo que o normal).
Hemoglobinas com baixa afinidade pelo O2: As variantes com baixa afinidade pelo oxigénio surgem por mutações que afectam a ligação Hb-O2 ou reduzem a cooperatividade entre as globinas (alterando, em muitos casos, aminoácidos da interface α1β2), fazendo com que haja maior tendência para a forma T da hemoglobina. O diagnóstico deve ser averiguado da mesma forma que para as variantes com alta afinidade, confirmando-se com a demonstração de um desvio para a direita na curva de dissociação do oxigénio e um valor de P50 maior que o normal.
· RESPOSTA CECICLIA
· As hemoglobinopatias são grupos de doenças que afetam a produção de hemoglobina, são de origem genéticas do tipo autossômicas recessivas, a produção da hemoglobina e sua funçao ficam afetadas pois ocorrem mutações nos genes da hemoglobina, estas alterações genéticas ocorrem a partir de defeitos nos genes que codificam as cadeias globínicas alfa e beta da hemoglobina. Tendo dois tipos de alterações:
- alterações estruturais (qualitativos) que são aquelas que a hemoglobina não vai funcionar adequadamente como deveria funcionar, reduzindo a vida útil das hemacias, devido essas não estarem funcionandoo corretamente, por exemplo: alteração na cadeia polipeptídica onde há troca de um aminoácido por outro mudando a estrutura e causando erro, podendo ser: síndromes falciformes, hemoglobinas estáveis, Hemoglobinas com alta afinidade pelo O2 e a de baixa afinidade pelo oxigênio
- As alterações de produção (quantitativo) que são aquelas onde a produção da hemoglobina vai diminuir ao ponto de ocasionar graus variados de anemia. Podem ser alfa talassemia e beta talassemia
As hemoglobinopatias compreendem as talassemias, doença falciforme, hemoglobinas instáveis e hemoglobinas variantes com alterações funcionais.
As talassemias se referem ao desequilíbrio da concentração das globinas alfa e beta (são afetas durante a síntese delas) que fazem o tetrâmero da hemoglobina.
O espectro clínico da alfa talassemia vai desde uma condição assintomática até uma doença fatal in útero. A alfa + talassemia praticamente não tem consequências para os doentes. Pois são clinicamente assintomáticos, com índices sanguíneos muitas vezes normais, apresentando por vezes anemia hipocrómica muito ligeira, que é assumida como ferropénica. Um tipo de talassemia alfa grave é a doença da hemoglobina H, que é a forma não fatal mais grave de alfa talassemia. Afetando três genes que consequentemente afeta a síntese de globina alfa, dando origem à formação de grandes quantidades de hemoglobina H (10-20%), que é instável, ocasionando a morte na medula dos eritroblastos, resultando em eritropoiese ineficaz, anemia ligeira a moderada com marcada microcitose e hipocromia. Clinicamente, os portadores de doença da hemoglo H são sensíveis a processos hemolíticos, caracterizados por febre ou infecção. A avaliação pode ser feita com recurso à eletroforese em acetato de celulose ela pode apresentar concentrações visíveis a partir de 0,5% a 1,0%. Geralmente, portadores de Hemoglobina H com concentração entre 0,5% e 2,0% não mostram alterações numéricas no eritrograma, mas, portadores de Hemoglobina H com concentrações entre 3,0% e 7,0% apresentam eritrograma típico de talassemia menor, com eritrocitose em relação do hematócrito e índices VCM e HCM reduzidos. A doença de Hemoglobina H, é de fácil diagnóstico, pois a concentração da hemoglobina H é sempre maior que 15% e o eritrograma exibe expressivas alterações morfológicas associadas a moderado grau de anemia.
A beta talassémia é caracterizada pela diminuição quantitativa de cadeias betas que fazem parte da hemoglobina circulante. É causada por uma enorme variedade de mutações que afetam o cromossomo 11. Talassemia beta menor: em 90% dos portadores dessa talassemia, a concentração da Hb A2 apresenta-se elevada (>4%-7%), com eritrograma composto por eritrocitose, índices VCM e HCM reduzidos, morfologia eritrocitária com presença de micrócitos esquisócitos, dacriócitos, hipocromia e pontilhados basófilos. Os doentes são normalmente assintomáticos. Talassemia beta maior: Laboratorialmente, o paciente com talassemia beta maior apresenta anemia grave com exuberante alteração da morfologia eritrocitária. A análise eletroforética revela elevada concentração de Hemoglobina Fetal entre 20% e 100% dependendo do tipo genético da talassemia beta.
A doença falciforme é a mais comum onde ocorre a mudanças na morfologia da hemácia e a hemoglobina passa a ser chamada de hemoglobina S. mutações no material genético que codifica a cadeira beta ocorrem, gerando uma série de cadeiras peptídicas do tipo beta com alterações, que irão se polimerizar (mudando a estrutura da hemácia) e ocasionar agregagados nos vasos dificultando a passagem do sangue. estas hemácias são destruídas mais rápido ja que estão com erros, o que acaba contribuindo tanto para a anemia quanto para alguns sintomas ocasionados pela liberação das citocinas após o macrófago fagocitar as hemácias em formas de foice (anemia falciforme). O diagnostico é feito com eletroforese em agarácido, dosagem de Hb Fetal, pesquisa de Hemoglobina H, etc) e, em especial o eritrograma. Com seguintes valores laboratoriais: hemoglobina g/dl (5 – 9) VCM fl. (85 –110) reticulócitos (10% – 20%) hemoglobina fetal (2% – 10%) e forma de foice nas hemacias, os sintomas clínicos são: dores fortes, dores articulares, fadiga, palidez, atraso no crescimento, etc.
As hemoglobinas instáveis são um grupo de variantes genéticas de hemoglobinas onde há mutação dos aminoácidos nas globulinas alfa ou beta afetando a estrutura da molécula deixando a hemoglobina bastante instável. As hemoglobinas variantes com alterações funcionais são aquelas que interferem no processo fisiológico da afinidade pelo oxigênio. O eritrograma mostra anemia variável entre discreta e acentuada, VCM normal ou diminuído, HCM sempre diminuído, morfologia eritrocitária com presença de células mordidas e reticulocitose moderada a acentuada.Os sintomas clínicos podem apresentar aumento do tamanho do baço e pedra na vesicula biliar.
Uma das repercussões mais frequentes das hemoglobinopatias é a anemia, definida pela Organização Mundial de Saúde como Hemoglobina inferior a 120mg/dL, no sexo feminino, e inferior a 130mg/dL, no sexo masculino, mas os índices sanguíneos variam ligeiramente consoante a idade, pelo que a interpretação dos valores do hemograma deve ser feita de acordo com os valores de referência adaptados à idade.

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