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MONOGRAFIA (1)

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FAMIG – FACULDADE MINAS GERAIS 
 JULIANA CAMPOS DO VALE 
INCLUSÃO DE DISCIPLINAS BÁSICAS DE DIREITO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
Belo Horizonte 
 2019
 JULIANA CAMPOS DO VALE
INCLUSÃO DE DISCIPLINAS BÁSICAS DE DIREITO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
Monografia apresentada ao Curso de Direito para obtenção do título de Graduação pela Faculdade de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.
Orientador: Alexandre de Lima e Silva
Belo Horizonte 
2019
 JULIANA CAMPOS DO VALE
INCLUSÃO DE DISCIPLINAS BÁSICAS DE DIREITO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO 
Monografia apresentada ao Curso de Direito para obtenção do título de Graduação pela Faculdade de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito.
BANCA EXAMINADORA
Alexandre de Lima e Silva
Prof. (Nome do Professor)
Orientador (Instituição de Origem)
Prof. Ms. (Nome do Professor)
Membro (Instituição de origem)
Prof. Ms. (Nome do Professor)
Membro (Instituição de origem)
Belo Horizonte, xx de dezembro de 2019
RESUMO
 A inclusão de disciplinas básicas de noções de direito na grade curricular do ensino fundamental e médio. A importância e o principal objetivo é que ocorra o avanço e desenvolvimento dos conhecimentos do cidadão desde o ensino fundamental e médio para a sua vida madura e futura sendo assim, a inclusão do Direito e a divulgação dos conhecimentos básicos de direito no âmbito educacional e social do Brasil por não serem um fato evidente e existente é bastante preocupante. No período do ensino fundamental e médio percebe-se total desconhecimento dos brasileiros quando se trata de assuntos como a cidadania, política, Direito e economia. Incorporar disciplinas básicas de direitos na educação de crianças e jovens é um grande passo para a construção da cidadania, pois, é importante que as crianças e jovem tenham o conhecimento jurídico o mais cedo possível, pois, é nessa idade que se forma a personalidade. Logo, os conceitos que ali forem inseridos refletirão em toda sua existência e experiência de vida, que possibilitará que não cometa os mesmos erros em suas vidas que hoje observamos. Dessa forma, a proposta de implementação de matérias relacionadas ao Direito, tanto no ensino fundamental quanto no ensino médio, são de extrema relevância para que os jovens possam desenvolver seus conhecimentos e assim ter a plena ciência de seus direitos e deveres. Dessa forma, as pessoas subdesenvolvidas e de classe média baixa conseguiriam se igualar às pessoas que possuem condições melhores de estudo e educação pois, o conhecimento jurídico amplifica as escolhas, e melhora as decisões futuras de um determinado cidadão.
Palavras-chave: Educação. Noções de direito. Ensino básico
Abstract
This article deals with a study about the inclusion of basic subjects of notions of law in the curriculum of primary and secondary education. The importance of disseminating basic knowledge of law in the educational and social spheres of Brazil is worrying. In the period of primary and secondary education there is a total lack of knowledge of Brazilians when it comes to subjects such as Citizenship, Politics, Law and Economics. To incorporate basic disciplines of rights in the education of children and young people is the primordial step for the construction of the citizenship, since it is of extreme importance that the children and youth have the legal knowledge, because it is at that age that the personality is formed. Therefore, the concepts that are inserted there will reflect in all their existence and experience of life, which will enable them not to make the same mistakes in their lives that we observe today. Thus, the proposal for the implementation of subjects related to the Law, both in elementary and secondary education, is extremely relevant so that young people can develop their knowledge and thus have full knowledge of their rights and duties.
Keywords: Education. Notions of law. Basic education
LISTA DE SIGLAS
eca – Estatuto da Criança e do Adolescente
LDB – Lei de Diretrizes e Bases do Ensino
OAB – Ordem dos Advogados do Brasil
PNE – Plano Nacional de Educação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................8
2 CONTEXTO E INSERÇÃO DO DIREITO NO ENSINO BÁSICO.......................... 10
3 EDUCAÇÃO JURÍDICA ........................................................................................ 11
3.1 Importância da inclusão de matérias de Direito............................................ 14
3.2 Conexão entre o Estado o indivíduo e a sociedade ..................................... 15
3.3 Iniciativa da OAB............................................................................................... 16
3.4 Direito à educação e ao ensino de qualidade................................................. 17
4 INFLUÊNCIA DO DIREITO NA VIDA QUOTIDIANA E CIDADANIA.................... 20
4.1 Direito e o mercado de trabalho....................................................................... 21
5 OPINIÃO EM RELAÇÃO AO TEMA ..................................................................... 23
5.1 O posicionamento legislativo diante do tema e projeto OAB nas escolas . 23
5.2 Disciplinas básicas para a inclusão no Ensino Fundamental e Médio ....... 25
6 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 27
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 29
1 INTRODUÇÃO
A escola é uma instituição que tem como papel principal o preparo de crianças e adolescentes para a vida adulta, auxiliando na formação de seu caráter e no pleno desenvolvimento como cidadãos capazes de conviverem em sociedade. A divulgação do conhecimento contribui para a formação intelectual e uma vida profissional bem sucedida. Assim, aprende-se nas escolas a língua portuguesa, matemática, ciências, geografia, história, entre outras matérias que auxiliam no desenvolvimento e preparo dos jovens no dia a dia. 
A inclusão de matérias de Direito no ensino fundamental e no ensino médio se implementadas nas escolas, também poderá contribuir positivamente para a formação do aluno como cidadão, colaborando para seu sucesso na carreira profissional, inserção no mercado de trabalho e para a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, ajudando a garantir a promoção do bem de todos, erradicação da pobreza e marginalização e a redução das desigualdades sociais, princípios fundamentais previstos na Constituição Federal/88. Adquirir mais conhecimento será capaz de formar uma base que tornará o aluno apto para saber como funciona o ordenamento jurídico do país, sabendo discernir o que é certo e também o que é errado e inconstitucional. 
A falta da divulgação dos conhecimentos básicos de Direito no âmbito educacional e social do Brasil é preocupante, pois, são poucas as instituições que incluem esse tipo de ensino nas grades curriculares dos alunos. A base da educação brasileira apresenta muitas falhas, como a falta de estrutura das escolas, falta de professores e sua devida valorização, escassez de materiais didáticos e a inexistência nas grades curriculares de ensino à apreciação de disciplinas básicas do Direito e do ordenamento jurídico brasileiro. Os jovens e as crianças são o futuro da nação, devendo ter garantido o direito de receberem um ensino de qualidade que contribua para sua formação e qualidade de vida futura. Um cidadão adulto possuidor de conhecimentos, e que baseia seus atos na legalidade terá a capacidade e estrutura para contribuir positivamente nos âmbitos sociais, políticos e culturais por um país mais igualitário e justo.
Incorporar disciplinas básicas de Direito na educação de crianças e jovens é um dos passos para a construção da cidadania, pois, é importante que crianças e jovens adquiram o conhecimento jurídico desde cedo, tendo em vista que é nessa idade que se forma a personalidade e maistempo terão para familiarizar-se com o conteúdo. É interessante que os jovens durante o ensino fundamental e médio absorvam conhecimento jurídico e mudanças que ocorrem no Estado, pois, a sociedade está sempre se modificando e requer adaptações. Uma maneira eficaz para modificar a realidade social do país, e reformar o cenário de desenvolvimento do brasileiro é através da educação.
Por esse caminho, é necessário avaliar se haverá uma mudança substancial no futuro do Brasil, seja na política, na economia, na cultura, enfim, em toda a sociedade destinatária maior, de um país repleto de verdadeiros cidadãos. Mudar a mentalidade da população permitirá que todos tenham acesso ao conhecimento, ao menos, da Lei Maior, a Constituição Federal. É um dos caminhos para uma forte e relevante mudança social, pois, o papel das instituições brasileiras tanto particulares, quanto públicas é socializar o indivíduo, seu dever é atuar no desenvolvimento dos alunos, e essa soma de esforços promoverá a formação do individuo como bom cidadão. 
A escola é o lugar onde a criança deverá encontrar os meios de se preparar para realizar seus projetos de vida, a qualidade de ensino é, portanto, condição necessária tanto na sua formação intelectual quanto moral. Sem formação de qualidade a criança e o adolescente poderá ver alguns de seus projetos frustrados no futuro. 
Por este motivo, a criança e o adolescente que obtiver o conhecimento dentro do ramo do Direito o levará para a vida adulta para colocar em prática aquilo que aprendeu mesmo que sejam apenas os princípios básicos do direito como: introdução ao direito, direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei, ter direitos civis, direitos trabalhistas, conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente e também participar no destino da sociedade. 
2 CONTEXTO E INSERÇÃO DO DIREITO NO ENSINO BÁSICO
 A origem se desenvolve com base em uma verificação educacional do Brasil evidenciando a qualidade do direito à educação que poderá ser prestado pelo Estado. O sistema de educação do país é instrumento de estudo, essencialmente quando se refere aos objetivos constitucionais com a finalidade de se obter uma formação de alto nível de determinado indivíduo, estando este devidamente preparado para o exercício da cidadania e qualificado para o mercado de trabalho.
A sociedade humana desenvolve um acontecimento importante, com um conceito de enorme disputa que respalda sua importância social.Podemos dizer que o Direito é um como um “leque”, pois, é tradicionalmente dividido em alguns ramos, como o direito penal, direito comercial, direito constitucional, direito administrativo, entre outros, e cada um destes são responsáveis por legitimar as relações interpessoais em vários aspectos da vida em sociedade.
Com o entendimento da carência do sistema na obtenção plena das finalidades educacionais pode ser realizado um ensinamento jurídico em relação ao direito e sua colaboração na conquista de determinadas aplicabilidades e serventias. Juntamente com a origem da introdução do Direito que poderá ser destinada aos alunos do ensino médio e fundamental de escolas de rede pública e privada.
Através desse projeto será possível transmitir o conhecimento básico de Direito, cidadania e bons costumes para as crianças pertencentes a essa rede de ensino.Através do resultado obtido poderemos fazer uma análise e estudar as formas de ampliar o conhecimento geral dos alunos, levando o direito até as salas de aula.Com o objetivo de atingir as metas traçadas de educação, acesso a justiça e aprenderem sobre o conhecimento do ordenamento jurídico, colaborando para a construção de uma sociedade mais justa. 
3 EDUCAÇÃO JURÍDICA
 Pretende-se, de modo geral, demonstrar a necessidade de uma reflexão acerca da implementação de matérias de Direito nos ensinos Fundamental e médio, algo bastante revolucionário que se demonstra como uma necessidade real no país. 
A introdução da educação jurídica é um tema de extrema relevância, que contribuirá para a formação de uma nova geração. Formará uma nova geração consciente de seus direitos e deveres em um Estado Democrático.
A lei 9.394/96, a qual estabelece Diretrizes Bases da Educação Nacional, prevê em seu artigo 2º que:
Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 2019)
Nota-se que a possibilidade de inclusão de matérias de direito nas grades curriculares contribuirá para o desenvolvimento e compreensão do ambiente social do sistema político, assegurando assim, o exercício dos direitos sociais, da justiça e da cidadania. 
Para os jovens que estão começando um desenvolvimento intelectual, essa oportunidade de aprendizado será excepcional. Será uma oportunidade de absorver o mínimo de conhecimento sobre o Direito. Terão a oportunidade de conhecer temas que versam sobre cidadania, cultura e política de melhoraria para o nosso país.
Será uma mudança positiva para as pessoas que concluirem o ensino médio com um conhecimento jurídico básico, estarão preparadas para o mercado de trabalho. Além disso, terão oportunidades de reivindicarem por seus direitos e cumprirem seus deveres colaborando positivamente para o desenvolvimento do país.
Vale ressaltar que uma criança e um adolescente quando em fase de aprendizado, possui mais facilidade em absorver informações e assim caso aconteça não se deixarão levar por fatos impostos pela sociedade, que nem sempre são corretos.
Será necessário que aqueles que em breve estarão aptos a ingressarem no mercado de trabalho compreendam o Estado e principalmente a Justiça, tendo em vista que se envolverão em relações jurídicas das mais diversas (Demo, 2010).
O Direito Constitucional, por exemplo, é uma matéria que proporcionará ao aluno o conhecimento à lei maior de uma sociedade, A Constituição Federal, será a importância de seu teor e como ela organiza e estrutura da sociedade.
A autora Lorrane Sartori, por exemplo, em seu artigo “Inclusão da disciplina Constitucional no currículo escolar do Ensino Básico”, ressalta:
O Ensino Médio é o momento no qual o aluno inicia seu contato com aspectos mais avançados das disciplinas que foram iniciadas anteriormente. Portanto, é o momento que passa a ter um conhecimento mais aprofundado de várias concepções, formando uma base que o torna apto para saber o que é uma constituição e como é o funcionamento do Estado a partir dela. (Sartori, 2019)
No estado de Rondônia, por exemplo, por iniciativa da OAB Rondônia foi aprovado pela Assembleia Legislativa e sancionado pelo governador do estado o Projeto de Lei (Nº 2.788, de 26 de junho de 2012), que estabelece a realização de palestras sobre Noções Básicas de Direito do Cidadão Brasileiro nas escolas da rede pública de ensino. Essa lei pode ser vista como um grande avanço para nosso país, causando um impacto positivo na formação dos alunos, fazendo com que eles levem todo esse conhecimento da adolescência para a vida adulta, servindo também como incentivo para que outros estados possam aderir a essa ideia.
O presidente da OAB Rondônia, Hélio Vieira, acrescenta que as palestras ministradas nas escolas contribuem para que os jovens sejam pessoas mais esclarecidas e conscientes de seus direitos e deveres criando um estado democrático de direito.
São vários aspectos positivos que pode se obter através da pesquisa proposta. A inserção das noções básicas de Direito no ensino fundamental e médio visa concretizar os objetivos da cidadania e educação, qualificando a criança ou adolescente para o seu futuro profissional (VIEIRA, 2018). 
Ao trazer o conhecimento jurídico e a hermenêutica constitucional como aprendizado para os jovens, a longo prazo, o resultado obtido poderá ser positivo e satisfatório devido ao fato de os mesmos colocarem em prática as doutrinas e as axiológicas jurídicas absorvidasdurante o período do ensino fundamental e médio nas escolas, além de atingir os objetivos relacionados à educação e de aperfeiçoar o acesso à justiça, em busca de uma sociedade justa, livre e solidária, propiciando o bem da coletividade e consequentemente colaborando na erradicação da pobreza e diminuição da violência. Gerará novas oportunidades para os cidadãos que no passado não tiveram oportunidade de terem acesso ao conhecimento ou até mesmo uma falta de influência ou incentivo.
Para que esses objetivos sejam efetivados é necessário a criação de métodos que facilitem o acesso e a compreensão do Direito e que haja uma conscientização de forma geral da população acerca das noções básicas do Direito, haja vista os inúmeros conflitos que ocorrem devido à falta de conhecimento jurídico da população. Sem o conhecimento de sua existência ficará impossível exercer o direito que lhes cabe. 
Em várias localidades e estados do país existem situações precárias de ensino, principalmente no nordeste. Esse entre outros motivos são fatores que impossibilitam os jovens de terem acesso ao que lhes é de direito, ao ensino de qualidade. São inúmeras escolas sem estrutura, meios de transporte, refeição, materiais escolares e até mesmo sem professores, aqueles que se fazem presentes e estão comprometidos, constantemente ficam impossibilitados de ministrarem conteúdos com qualidade, devido uma série de fatores, como por exemplo a falta de salários e instrumentos necessários para ministrarem as aulas. No estado do Rio de Janeiro um dos fatores prejudiciais é a violência aos profissionais da educação, 99,9% das crianças não têm conhecimento nenhum do Direito. Esse percentual poderia ser radicalmente reduzido se todos esses jovens tivessem a oportunidade de receberem um ensino de qualidade.
Tais fatos denunciam uma série de falhas nos setores estruturais do sistema de educação do país. Em escolas de ensino particular, por exemplo, a história é um pouco diferente, mas, não deixa de existir relatos de agressões e outros problemas causados, muitas das vezes, por falta de conhecimento e não por falta de oportunidade. Esses fatores contribuem drasticamente para uma sociedade injusta e inviabiliza a efetividade dos objetivos constitucionais. 
A pesquisa proposta se desenvolve no sentido de designar a série de falhas presentes na existência da conquista dos objetivos constitucionais traçados ao futuro da educação, e a procura de um mecanismo que permita essencialmente uma formação plena dos jovens brasileiros e o seu devido preparo no ensino médio e fundamental para, dessa forma, atingir de maneira positiva as finalidades educacionais e jurídicas. Os pontos não só positivos mas também positivos para o desenvolvimento do indivíduo, pois, o homem precisa saber diferenciar o certo do errado, e ter também o conhecimento do que realmente é certo, não o que o mesmo pode considerar como certo ou o que a sociedade lhe impõe. A inteligência não é algo nativo, mas sim algo cultivado, ensinado, formado, é o que se chama hábito, você o constrói ao adquirir-lo e colocar-lo em pratica. 
Um diploma conquistado é como um passaporte para se ingressar no mercado de trabalho. É evidente que o estudo do Direito acolhe satisfatoriamente os objetivos constitucionais traçados à educação e se torna fundamental para sistematizar a funcionalidade do sistema jurídico como um meio de assegurar o total desenvolvimento do indivíduo, tornando-o preparado para o futuro e o qualificando para o trabalho e exercício da cidadania. 
3.1 Importância da inclusão de matérias de direito
A inclusão de matérias relacionadas ao Direito no ensino fundamental e médio, poderá ampliar o nível de discernimento do indivíduo o que lhe garantirá, de fato, uma capacidade psicológica, sociológica e filosófica maior, auxiliando e lhe inserindo em uma sociedade plural. A contribuição do ensino jurídico para a formação do cidadão, poderá ser de extrema importância, o conhecimento dos seus direitos e deveres durante o tempo em que estiver inserido na sociedade estimulará seu engajamento na luta pela justiça social, igualdade, e deixará capaz de conscientizar políticamente, socialmente, econômicamente e culturalmente.
A divulgação dos conhecimentos básicos de direito que acontece em algumas escolas desde as séries iniciais incorporadas ao trabalho desenvolvido em seus níveis de ensino fundamental e médio origina diversas mudanças que podem ser efetivas no que se refere à educação de qualidade ofertada aos adolescentes, originando condições de formar cidadãos com consciência de seus direitos e deveres. (SARTORI, 2019)
O jurista San Tiago Dantas, apresenta em suas aulas inaugurais dos cursos da Faculdade Nacional de Direito em 1955, com o título Educação jurídica e a crise brasileira: 
Pela educação jurídica é que uma sociedade assegura o predomínio dos valores éticos perenes na conduta dos indivíduos e sobretudo dos órgãos do poder público. Pela educação jurídica é que a vida social consegue ordenar-se segundo uma hierarquia de valores, em que a posição suprema compete àqueles que dão à vida humana sentido e finalidade. Pela educação jurídica é que se imprime no comportamento social os hábitos, as relações espontâneas, os elementos coativos, que orientam as atividades de todos para as grandes aspirações comuns […] (Dantas, 1964).
É preciso demonstrar a necessidade de uma reflexão acerca da implementação de matérias de Direito nos ensinos fundamental e médio, algo bastante revolucionário e que se demonstra como uma grande necessidade real em nosso País. (Dantas, 1964).
3.2 Conexão entre o Estado o indivíduo e a sociedade
O Estado, detentor de poder coercitivo, é o responsável por manter a sociedade em seu pleno funcionamento e desenvolvimento, garantindo o bom convívio, bem-estar social, liberdade e a segurança de cada indivíduo, e para que isto ocorra de forma efetiva foi necessário a criação de leis e normas, capazes de estabelecerem as relações sociais, estipulando limites, direitos e deveres inerentes a cada um que compõe e integra a sociedade. Essas leis e normas tendem a ditar um certo tipo de comportamento que deverá ser seguido, é como um padrão estipulado pelo governo, onde será possível determinar certos tipos de condutas, sendo julgadas como certas ou erradas. E para aquelas tidas como erradas, há suas penalidades sendo proporcionalmente aplicadas. 
À medida em que a sociedade vai evoluindo é necessário que essas normas que regulam o comportamento dos indivíduos e estabelecem a relação indivíduo/sociedade sofram modificações, se adaptando à realidade e ao contexto histórico. O ser humano está sempre em processo de evolução e transformação o que requer atenção redobrada por parte do Estado, que por meio de estudos e análises científicas estará capacitado a desenvolver e instituir novos métodos para compreender a realidade e satisfazer a necessidade humana.
A humanidade evoluiu e com ela a sociedade. Mara relata que:
“o homem como um ser social, que vive em sociedade, neste convívio forma relações sociais, e produz valores, surgindo assim a cultura de uma determinada comunidade. Estes valores informam as relações sociais, e informam também o legislador quando da criação de normas jurídicas, e o aplicador quando da consecução de tais normas”. (MARA, 2015).
O Estado, possuidor de força para obrigar ou aplicar punições, deve estar em constante análise do comportamento e controle da vida individual, estipulando novas ordens de convívio e boas condições para o livre desenvolvimento de todos, fazendo com que cada indivíduo seja capaz de contribuir para o progresso da humanidade e tomar novos rumos do pensamento político e econômico.
O governo tem o poder e condições para garantir o pleno exercício dos direitos civis, sobretudo através da educação, assegurando um bom relacionamento e uma rápida adaptação ao mercado. A necessidade que se tem é que todos tenham acesso a um ensino de qualidade e à oportunidade de ser detentor de conhecimentos. É preciso um investimento maiorquando se trata de educação de jovens e crianças, são eles que ditarão o futuro do país, por isso, precisam estar bem preparados para participarem dos segmentos populares, suscitando a ampliação do Estado, e consciência de classe.
De acordo com o jurista Antônio Meneghetti, uma sociedade boa se forma através de indivíduos bons, a sociedade é resultado daqueles que a compõe: 
Para realizar uma sociedade ótima é preciso ter indivíduos ótimos. O principio do bem não está na sociedade, mas nos indivíduos se são sadios, se têm uma consciência ôntica, ou seja, se conhecem o primeiro bem de si mesmos. Após ter feito e vivido o próprio bem individual interior, então o indivíduo é um colaborador e um coeficiente de valor também para os outros. (MENEGHETTI, 2013, p.24).
O ser humano é dinâmico e evolutivo, seus ideais de liberdade, igualdade devem ser estipulados desde cedo, já na infância, de modo que, ao iniciar a fase adulta, ele já esteja preparado e estruturado para enfrentar as mais diversas situações com as quais se deparar, contribuindo de forma positiva para a construção do interesse público. 
3.3 Iniciativa da OAB
A iniciativa da OAB que consiste em ir às escolas é fruto de uma parceria vitoriosa entre a Ordem dos Advogados do Brasil e a Secretaria Estadual da Educação, que vem trazendo conhecimentos específicos a respeito dos direitos e cidadania dos jovens das escolas públicas dos estados. No estado da Bahia, por exemplo, a iniciativa do Projeto OAB Vai à Escola, é dirigido pela advogada Eliasibe Simões, e conta com palestras dentro das salas de aula para promover reflexões e debates que possam colaborar para um desenvolvimento e formação mais completa dos jovens e consequentemente conseguir criar uma sociedade mais justa. A essência do projeto baseia nos direitos humanos e nos direitos fundamentais. Sua temática foi desenvolvida com as contribuições das comissões de Proteção aos Direitos da Mulher, de Diversidade Sexual e Enfrentamento à Homofobia, de Promoção da Igualdade Racial, de Meio Ambiente e também do Tribunal de Ética da OAB. Os direitos da criança e do/a adolescente, do/a idoso/a e da pessoa com deficiência, e temas como intolerância religiosa, patrimônio público, cidadania no trânsito e drogas concluem a variedade de direitos e obrigações expostos nas palestras. 
 O Projeto OAB Vai à Escola, ao ceder esta contribuição, com a firme perseverança de que será possível moldar um futuro melhor, já está em sua quarta edição, oferecendo aos estudantes de escolas públicas a oportunidade de adquirirem conhecimento sobre cidadania e direitos fundamentais, estimulando reflexões e debates acerca de suas responsabilidades atuais e futuras. 
Os direitos humanos e os direitos fundamentais prevalecem como essenciais no projeto, que tem ampla colaboração da Comissão de Direitos Humanos da OAB. Cada advogado que faz parte do projeto crê que a educação para os direitos humanos amplifica a democracia e alavanca a justiça, a cidadania e a dignidade humana. (CASTRO, 2018). 
3.4 Direito à educação e ao ensino de qualidade
O direito à educação é um direito de todos e tem como principal objetivo, alcançar o ensino de qualidade para poder equilibrar a desigualdade social, dizimando a falta de assistência e amparo e garantindo a todos as mesmas condições de ensino. O direito à educação é direito fundamental previsto nos art. 205 da Constituição Federal de 1988, e prevê que a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, sendo promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, e também previsto no art. 206 da Constituição Federal de 1988, que prediz que o ensino será ministrado baseando-se nos princípios da igualdade de condições de acesso e permanência nas escolas, garantindo a qualidade no padrão de ensino, a valorização dos profissionais da educação e a liberdade de aprendizado. 
Há também a previsão de outras normas como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino (LDB) e o Plano Nacional de Educação (PNE), e inclusive na Declaração Universal de Direitos Humanos, que também estabelecem o direito à educação.
Fazendo a análise desses direitos podemos observar que a educação e o ensino de qualidade é direito de todos, dever do Estado, de forma a garantir o pleno desenvolvimento do cidadão, tornando-o apto para que possa exercer sua cidadania e contribuir para o progresso da sociedade. De acordo com o educador e jurista Edivaldo Boaventura:
A educação é direito de todos, dever do Estado e da família.’ De um lado, temos a pessoa humana portadora do direito à educação e, do outro, a obrigação estatal de prestá-la. Em favor do indivíduo há um direito subjetivo; em relação ao Estado um dever a cumprir. Se há um direito público subjetivo à educação (vide § 1º, do art. 208), isso quer dizer que o particular tem a faculdade de exigir do Estado o cumprimento da prestação educacional pelos poderes públicos (vide § 2º, do art. 208). O seu não oferecimento importa na responsabilidade da autoridade competente. A Constituição poderá fazer muito pela Educação no sentido de sua promoção, colocando em prática os meios jurídicos para efetivá-la como um direito público subjetivo. Finalmente o legislador atendeu aos reclamos da doutrina. (BOAVENTURA, 1997, p. 34).
A garantia do ensino fundamental e médio é o básico em termos de educação, uma vez que o direito à educação está interligado com diversos outros princípios fundamentais como o princípio da dignidade da pessoa humana, elaborado pelas condições básicas para a existência. Através de uma educação de qualidade, uma criança e um adolescente são capazes de se tonarem adultos e cidadãos aptos e capazes de participarem de forma efetiva de assuntos políticos, culturais, sociais, econômicos e contribuir para que haja cada vez mais melhorias para a coletividade (SAVATER, 2014, p.39).
Um cidadão poderá ter a capacidade de mudar a realidade social,somente a partir do momento em que adquirir um conhecimento e se tornar capaz. Consequentemente estará apto para refletir sobre os direitos coletivos além dos individuais. Segundo Edgar Morin “a educação pode ajudar-nos a nos tornarmos melhores senão mais felizes, e nos ensinar a assumir a sorte prosaica e viver a parte poética de nossas vidas” (MORIN, 2003, p.11).
Há também que se falar na contribuição da família, no incentivo e participação na vida acadêmica das crianças e jovens, tendo em vista que além das escolas, a família é a responsável suprema na formação do caráter de uma pessoa. Os pais são aqueles que têm o maior poder de incentivo aos filhos, a educação com toda certeza começa dentro de casa, por isso, é substancial que aqueles que possuem um convívio maior e são capazes de transmitir conhecimento também estejam preparados para sanarem dúvidas e até mesmo repassarem esse saber a cerca de questões jurídicas para os jovens e crianças que se encontram na fase de aprendizado (BELTRAN, 2010).
De fato, revela-se necessário a educação jurídica na vida das nossas crianças e adolescentes, para que possam se tornar adultos competentes. Uma pessoa que conheça seus direitos e os tem protegidos pelo Estado, é uma pessoa habilitada para exercer a Democracia no país. O autor Norberto Bobbio em seu livro “a era dos direitos” nos traz que “sem direitos do homem reconhecidos e protegidos, não há democracia; sem democracia, não existem as condições mínimas para a solução pacífica dos conflitos’’ (BOBBIO, 1992).
As consequências da falta de acesso a uma educação de qualidade são claras: aqueles que foram esquecidos do processo da educação não contam com as oportunidades fundamentais para o pleno desenvolvimento de sua personalidade. A falta de desenvolvimento e de uma educação de qualidade afeta as suas relações sociais e a tomada de decisões no decorrer de sua vida. Esta falta de acesso aumenta a desigualdade, e posteriormente contribui para a marginalizaçãoe pobreza, levando ao cometimento de vários delitos como única forma de sobrevivência muitas das vezes. As oportunidades no mercado de trabalho se extinguem, aumentando as frustrações decorrentes de não ser capaz de cumprir as expectativas de apoio à família (VASCONCELOS, 2012).
É necessário acabar com essa desigualdade, e propiciar uma educação de qualidade a todos, independente de gênero, raça, ou condição financeira, de forma que haja o crescimento da sociedade por igual e não só uma parte seja beneficiada (SOUZA, 2015).
Há uma grande necessidade de promover a compensação das desigualdades, o que, nas palavras de Nery Júnior, significa “tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na exata medida de suas desigualdades” (NERY JUNIOR, 1999, p. 42).
 É um direito fundamental, pois inclui um processo de desenvolvimento individual próprio da condição humana, por certo, a educação é capaz de transformar pessoas, fazendo com que elas saibam apreciar o melhor da vida, baseando no que é certo e está dentro da legalidade, vivendo suas vidas de forma digna e colaborando para o bom andamento e organização da comunidade.
4 INFLUÊNCIA DO DIREITO NA VIDA QUOTIDIANA E CIDADANIA 
O Direito em si ainda é desconhecido por muitos brasileiros, devido ao fato de falta de interesse do próprio indivíduo, ou por falta de oportunidade e principalmente por falta de investimento na educação de qualidade. O fato é que essa falta de conhecimento prejudica as relações interpessoais tendo em vista que o Direito está presente em todos as atividades exercidas, das mais simples às mais complexas, presente em todos os atos que refletem em alguma norma criada pelo Estado. 
 Essa falta de conhecimento acaba criando muita desigualdade, tratamentos diferentes e às vezes abusivos. Pessoas que não possuem certo grau de conhecimento sobre determinados assuntos, acabam aceitando e se sujeitando à situações que são até mesmo ilegais.
Para viver em sociedade, o homem deve passar por um processo de adaptação, se atentar para as mudanças que vêm ocorrendo, só assim ele será capaz de participar efetivamente do Estado Democrático de Direito (FERRAZ JR., 1976). 
O Direito estará sempre sofrendo modificações, se atualizando conforme a necessidade, afinal sua origem está nos acontecimentos da vida em sociedade. É preciso se atentar a essas mudanças e acompanhá-las. De acordo com Émile Durkheim, “a vida geral da sociedade não se pode desenvolver um pouco que seja sem que o direito se desenvolva ao mesmo tempo e na mesma relação” (DURKHEIM, 1999, p.67).
A partir do momento em que se começa o conhecimento desse saber jurídico, é preciso acompanhá-lo para estar sempre atualizado de suas obrigações e seus direitos. Quando o conhecimento jurídico vem desde cedo, ou seja, na infância e adolescência, o interesse em estar em constante evolução e acompanhar essas atualizações se torna maior, pois, a necessidade de estar por dentro das mudanças da sociedade se faz necessária para a interação com as demais pessoas. 
Atualmente o acesso à justiça ainda é limitado para muitos indivíduos que desejam reivindicar os seus direitos, é uma realidade que precisa ser mudada. O professor Paulo Cezar Pinheiro Carneiro (2007), assegura que:
O direito à informação, como elemento essencial para garantir o acesso à justiça em países em desenvolvimento como o nosso é tão importante como o de ter um advogado, um defensor, que estejam à disposição daqueles necessitados que, conhecedores dos seus direitos, querem exercê-los. Trata-se de pessoas que não têm condições sequer de serem partes – os "não-partes" são pessoas absolutamente marginalizadas da sociedade, porque não sabem nem mesmo os direitos de que dispõem ou como exercê-los; constituem o grande contingente de nosso país. (CARNEIRO, 2007).
O acesso à Informação, educação jurídica e à justiça ao cidadão comum são o ponto de partida e, ao mesmo tempo, de chegada para o acesso a uma ordem jurídica justa no país do desequilíbrio social e da desinformação legal. Acesso à informação é uma necessidade real e o acesso à educação é evolução.
4.1 Direito e o mercado de trabalho
O Direito viabilizará e tornará possível um alto nível de capacitação jurídica e um conhecimento geral a longo prazo. De fato, as pessoas mais capacitadas terão mais oportunidades no mercado de trabalho. Pessoas que estão mais bem preparadas e possuem um maior conhecimento, sem dúvidas estão muito mais aptas a ingressarem no mercado de trabalho do que aquelas que possuem um conhecimento apenas básico.
A implementação de matérias de Direito nos ensinos fundamental e médio, visa a longo prazo, auxiliar aqueles que estão começando a ingressar no mercado de trabalho. O aluno assim que concluir o ensino médio, já está apto para começar suas relações trabalhistas, cientes de seus direitos, previstos em lei. 
Com a possibilidade de inserção de matérias do âmbito jurídico nas grades curriculares dos alunos dos ensinos básicos, teremos jovens mais interessados em participar da vida política do país, da economia, e dos interesses sociais. A taxa de desemprego tende a reduzir, com isso a criminalidade e marginalização também. Está tudo interligado, quando a pobreza e a taxa de desemprego se tornam grandes, a violência e o número de crimes cometidos tende a aumentar também. Pessoas tendem a tomar pela força o que lhes é negado pela falta de trabalho (DALMO, 1971, p.7)
Em uma esfera macroeconômica maior taxa de desocupação ocasiona aumentos na pobreza, maiores gastos governamentais, além de elevação no índice de criminalidade, visto que de acordo com a abordagem da escolha racional, um indivíduo desempregado encontra como opção o ato ilícito, assumindo o risco inerente ao ato criminoso, dependendo principalmente da probabilidade de sucesso ou não na atividade (ARAÚJO & ANTIGO, 2015).
O jurista San Tiago Dantas (1975), apresentada em sua aula inaugural dos cursos da Faculdade Nacional de Direito em 1955, com o título Educação jurídica e a crise brasileira:
Pela educação jurídica é que uma sociedade assegura o predomínio dos valores éticos perenes na conduta dos indivíduos e sobretudo dos órgãos do poder público. Pela educação jurídica é que a vida social consegue ordenar-se segundo uma hierarquia de valores, em que a posição suprema compete àqueles que dão à vida humana sentido e finalidade. Pela educação jurídica é que se imprime no comportamento social os hábitos, as relações espontâneas, os elementos coativos, que orientam as atividades de todos para as grandes aspirações comuns […] (DANTAS, 1975)
Através desse progresso, estaremos melhorando o futuro dos jovens e consequentemente o futuro do país, dessa forma, nota-se o quão importante é implementar matérias do âmbito jurídico nas grades curriculares de crianças e jovens. Com o passar do tempo o país poderá se igualar a níveis europeus e americanos de ensino, podendo tornar-se um país desenvolvido na educação, economicamente, socialmente deixando de ser um país subdesenvolvido em relação ao mercado de trabalho.
5 OPINIÃO EM RELAÇÃO AO TEMA
A introdução do direito na formação dos jovens vai além de um aprendizado, devido ao fato de eliminar uma série de problemas. O cidadão ao se identificar com o tema dominará o mesmo de modo que poderá usufruir dos direitos e cumprir os deveres estabelicidos em lei. Ou seja, aprenderá a exercer a cidadania e ter plena consciência de suas obrigações e lutar para que, o que é justo, seja colocado em prática. 
Existe uma conexão entro o Estado e a sociedade, formando o exercício dos direitos políticos, civis e sociais. Determinados exercícios envolvem atividades obrigatórias, corriqueiras e formais que exigem o mínimo de conhecimento para serem executadas, por exemplo, o voto. 
Bastante importante se faz o preparo e a capacitação do educando para o mercado de trabalho, e de forma evidente traçando um projeto de vida de maneira que consiga conquistar e realizar seus objetivos, desenvolver atividades econômicas que possibilitem uma estrutura familiar e estabilidadefinanceira.
Com a oportunidade do direito fazer parte da construção educacional da criança em virtude da oportunidade realizada e concluída na escola, a formação dos jovens irá bem mais além de uma simples formação escolar, facilitando também e aumentado o nível de alunos graduados e consequentemente pós graduados. Durante esse período se forma a personalidade, logo, os conceitos que ali forem inseridos refletirão em toda sua existência e experiência de vida, que possibilitará que não cometa erros em razão de falta de conhecimento. Através desse caminho haverá uma mudança substancial no futuro do Brasil, seja na política, na economia, na cultura, nos esporte, enfim, em toda a sociedade.
5.1 O posicionamento legislativo diante do tema e projeto oab nas escolas
O Poder Legislativo é primordial para a democracia brasileira, principalmente no contexto da educação, contribuindo para a extravagância de informações importantes, oferecendo aos jovens oportunidades de aprendizado, de forma que possam contribuir para a inovação política e social do país e capacitá-los para o exercício dos seus direitos. Os legislativos brasileiros são responsáveis pela realização de vários processos de formulação e desenvolvimento de projetos de diversos temas e assuntos, inclusive na possibilidade de inclusão de matérias de Direito nos currículos escolares, dando autonomia às escolas para desenvolverem esses projetos com apoio de outros órgãos. As casas legislativas devem investir nas divulgações dos projetos e técnicas, que são designados a ampliarem a gestões educacionais, disponibilizando os meios necessários e adequados que permitam desenvolver competências e habilidades para o tratamento do tema.
A atuação do Poder Legislativo nas diretrizes educacionais contribui para o envolvimento dos jovens no sistema político, social e cultural. No que se refere à inclusão de matérias de Direito no ensino fundamental e médio, para que os jovens adquiram maior conhecimento jurídico, enfatiza o intermédio das escolas, juntamente com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A OAB tem o objetivo de preservar a ordem jurídica do Estado, a aplicação dos direitos humanos e das leis, tendo como atribuição principal zelar pela Constituição Federal, Estado Democrático de Direito e justiça social, contribuindo para a formação jurídica e ética do país. O papel institucional da OAB vai além de fiscalizar os profissionais que a compõem, a OAB tem elaborado diversos trabalhos de apoio à sociedade, como por exemplo, Projeto OAB vai às escolas, os quais são formados por advogados voluntários e comprometidos com as finalidades a eles conferidas.
O projeto OAB nas escolas tem o intuito de levar informações e conhecimento para as crianças e jovens das escolas da rede pública e privada. O projeto visa à promoção da cidadania por meio de palestras e debates associados a noções de Direito em geral. É uma forma de conscientizar, instruir, dotar e acima de tudo, disponibilizar aos alunos reflexões acerca de seus direitos e deveres como cidadãos, para que possam contribuir de forma efetiva para a evolução e o engrandecimento do país.
Em vários estados do Brasil o projeto vem sendo aplicado de forma muito positiva, em Minas Gerais, por exemplo, na cidade de Contagem, na Escola Municipal Jésu Milton, no bairro Industrial, o projeto OAB nas escolas proporcionou para aproximadamente 40 pessoas a oportunidade de participarem de palestras com o tema relacionado ao direito de família, tendo como principal conteúdo alienação parental. Este, por exemplo, é um tema muito importante, mas que poucas pessoas possuem conhecimento, especialmente crianças e adolescentes, os quais são as principais vitimas desse crime que produz efeitos psicológicos e emocionais negativos e às vezes irreversíveis nas relações com seus pais. Além disso, o projeto visa contribuir e incentivar o exercício da cidadania e sanar dúvidas jurídicas.
5.2 Disciplinas básicas para a inclusão no Ensino Fundamental e Médio
A inserção de noções básicas de matérias jurídicas no Ensino Médio poderá auxiliar na formação do indivíduo, o Direito está pautado no convívio social e nas relações interpessoais e, principalmente, nas mudanças no comportamento social. As principais disciplinas basicas que contribuiriam para um amplo conhecimento juridico seriam:
a) Introdução ao Direito será a disciplina que fornece conhecimentos basilares, gerais e comuns a qualquer área do Direito. Seriam noções fundamentais para a compreensão do universo jurídico, referindo-se a diversos conceitos científicos utilizados no Direito, com objetivos pedagógicos. 
b) Direito Constitucional, será o ramo do direito público voltado ao estudo das normas constitucionais, que é o conjunto de regras e princípios que constam de forma implícita ou explícita na Constituição de um país. Nesse sentido, a Constituição é o documento mais importante de um Estado pois delimita as funções, os poderes e a organização da entidade política. 
c) Noções de direito do consumidor, será a ramificação do direito civil e do direito empresarial que trata das relações jurídicas entre os fornecedores e os consumidores. Baseado a partir de um conjunto de normas que defendem e protegem a pessoa física ou jurídica que adquire bens de consumo, sejam serviços ou produtos. 
d) Direito do Trabalho, será o ramo jurídico que estuda as relações trabalhistas. Esse direito é composto de conjuntos de normas, princípios e outras fontes jurídicas que regem as relações de trabalho, regulamentando a condição jurídica dos trabalhadores.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que dispõe sobre direitos e deveres das crianças e adolescentes também deverá ser matéria de estudo. Atualmente já existe o projeto “ECA vai à Escola” criado pelo Conselho Técnico do Instituto da Criança e do Adolescente (ICA) que propõe trabalhar nas escolas as normas trazidas pelo ECA, com professores, alunos e até mesmo com os familiares.
Dessa forma, as pessoas poderão ter acceso as um conhecimento maior no ramo juridico, trabalhista, constitucional e como consumidor, diminuindo conflitos e aumentando os conhecimentos em geral.
6 CONCLUSÃO
A implementação da educação jurídica pode ser considerada como sendo um primeiro passo para que haja uma mudança significativa, visando o crescimento da cidadania. A intenção é formar cidadãos capacitados para mudanças, que tenham um senso crítico e sejam corresponsáveis pelas alterações positivas que ocorrerem na sociedade. As inúmeras escolas, organizações, associações, instituições, fundações e sociedades, do poder público e da sociedade civil cumprem papéis importantes na garantia dos direitos dos cidadãos, mas podem e têm um poder de alavancar um desempenho maior das crianças e jovens. São necessários investimentos maiores na área da educação, para que se tenha qualidade no ensino, estrutura nas escolas e qualificação dos docentes. Incluir o Direito de forma básica e obrigatória, em um país marcado por desigualdades como o Brasil, onde a falta da distribuição de direitos espelha essa desarmonia e garantir o direito à educação jurídica é, sem dúvida, um grande passo na consolidação da cidadania.
 A inclusão de disciplinas básicas de direito no ensino fundamental e médio é uma competência comum a todos os entes federados que formam o Estado brasileiro. É um direito público subjetivo de todos que contribuem para a formação de uma nova geração mais consciente de seus direitos e deveres em um Estado Democrático de Direito, capazes de colaborarem para o bom desenvolvimento da sociedade, participando de forma efetiva na política, nas questões sociais, culturais e econômicas do país.
Poderá ser uma mudança positiva, pessoas que já concluem o ensino médio com um conhecimento jurídico básico estão mais preparadas para o mercado de trabalho. Além disso, terão mais oportunidades de reivindicarem por seus direitos e cumprirem seus deveres, de forma a participarem positivamente para o bom desenvolvimento do país.
Adquirindo noções básicas de Direito, como direitosconstitucionais, humanos, civis, trabalhistas, direito do consumidor, conhecer o Estatuto da Criança e do Adolescente, os estudantes ampliarão seus conhecimentos e exercerão melhor seus direitos . 
Trata-se de um direito essencial, devido ao fato de incluir um processo de desenvolvimento individual próprio ao conhecimento humano e avançado. Além dessa perspectiva individual, este direito deve ser visto, sobretudo, de forma coletiva, como um direito de todos os estudantes, sem exceção, desde que o Estado possa oferecer à sociedade instrumentos para alcançarem seus fins e desta forma avançar a mudança social e garantir aos estudantes, inclusão no mercado de trabalho de forma mais rápida, diminuindo o índice de desemprego e consequentemente podendo reduzir também a pobreza, violência, criminalidade e marginalização. 
Desta forma, acredita-se que o ensino de Direito é um investimento significativo e influente para que o cidadão alcance seus objetivos, exerça seus direitos e cumpra seus deveres, participando nas causas que versam sobre o interesse coletivo.
REFERÊNCIAS
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