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NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS: NUTRIÇÃO E ELIMINAÇÃO SISTEMA DIGESTÓRIO O sistema digestório humano é dividido em duas partes: Tubo digestório e Órgãos anexos ÓRGÃOS ANEXOS Glândulas salivares: parótidas, sublinguais e submandibulares. Dentes Língua Fígado – vesícula biliar Pâncreas A nutrição é importante para manter a saúde e prevenir doença. Os distúrbios causados por deficiência nutricional, superalimentação ou consumo de refeições pobremente balanceadas estão entre as causas de doença e morte. Quando ocorre doença ou trauma, a nutrição ideal é um fator essencial na promoção da cura e resistência à infecção. NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO A avaliação do estado nutricional de uma pessoa fornece informação sobre: obesidade subnutrição perda de peso desnutrição deficiência de nutrientes específicos anormalidades metabólicas efeitos das medicações sobre a nutrição problemas especiais de pacientes hospitalizados e da pessoa que é cuidada no domicílio e em outros locais da comunidade. NUTRIÇÃO O acrônimo ABCD pode ser usado para identificar os parâmetros de avaliação nutricional. Embora a sequência desses parâmetros possa variar, a avaliação do estado nutricional inclui um ou mais dos seguintes métodos: NUTRIÇÃO A. ANTROPOMETRIA B. BIOQUÍMICA C. CLÍNICA D. DIETA A. ANTROPOMETRIA, MENSURAÇÃO Peso/estatura e Índice de massa corpórea (IMC). NUTRIÇÃO B. BIOQUÍMICA, MENSURAÇÃO Alguns testes, enquanto refletem a ingesta recente dos elementos, também podem identificar níveis normais mais baixos quando não há sintomas clínicos de deficiência. NUTRIÇÃO Albumina: Níveis baixos são usados como medidas de déficits de proteínas. A síntese de albumina depende do funcionamento normal do fígado e de um adequado suprimento de aminoácidos. NUTRIÇÃO Transferritina: É uma proteína que liga e transporta o ferro do intestino para o plasma; Níveis baixos de Transferritina são usados como medidas de déficits de proteínas. NUTRIÇÃO Pré-albumina: utilizada para avaliar o resultado da terapia nutricional. Proteína de ligação de retinol: usada para a monitorização das alterações agudas e em curto prazo no estado das proteínas. NUTRIÇÃO Contagem de linfócitos totais: números reduzidos de linfócitos em pessoas que se tornam agudamente desnutridas como resultado do estresse e alimentação com baixa caloria estão associados com o comprometimento da imunidade celular. Níveis eletrolíticos: os níveis de eletrólitos séricos fornecem informação sobre o equilíbrio hidroeletrolítico e função renal. NUTRIÇÃO Índice de creatinina: O índice creatinina/estatura calculado em um período de 24hs avalia o tecido metabolicamente ativo e indica o grau de depleção de proteína comparado com as variações normais com base na estatura e sexo do paciente. Valores menores que o normal podem indicar perda de massa corporal magra e desnutrição proteica. NUTRIÇÃO C. CLÍNICA, ACHADO AO EXAME: • Embora os sinais físicos de boa nutrição mais óbvios sejam o peso corporal normal em comparação com a estatura, a estrutura corporal e a idade, outros tecidos podem servir como indicadores do estado nutricional geral e ingesta adequada de nutrientes específicos; • Dentre eles incluem o cabelo, a pele, os dentes, as bochechas, membranas mucosas, boca e língua, músculos esqueléticos. NUTRIÇÃO Sinais de Nutrição Deficiente Aparência geral Apática , aparência de doença aguda ou crônica Cabelo Opaco e seco, quebradiço, fino , queda Olhos Membranas oculares pálidas, secas Lábios Edemaciados e túrgidos, lesão angular do canto da boca Língua Aparência flácida, edema, vermelho forte, inflamado Dentes Cárie dentária, aparência manchada Gengivas Esponjosa, sangra facilmente Pele Áspera, seca, quebradiça, pálida, Unhas Quebradiças, forma de colher Esqueleto Postura precária, arqueadas, pernas arqueadas Músculos Flácidos, subdesenvolvido, fraco Abdome Edemaciado Peso Excesso de peso ou baixo peso D. DIETA, INFORMAÇÕES: • A avaliação da ingesta alimentar considera a quantidade e qualidade da dieta, bem como a frequência com que certos alimentos e nutrientes são consumidos. NUTRIÇÃO SONDA DE ALIMENTAÇÃO GÁSTRICA E ENTÉRICA SONDA DE ALIMENTAÇÃO GÁSTRICA E ENTÉRICA As alimentações por sonda são feitas para atender as necessidades nutricionais, quando a ingesta oral é inadequada e/ou impossível, desde que o trato gastrointestinal (GI) funcione normalmente. Tipos de sondas: Existem diversos tipos de sonda que diferem quanto ao material, número de lumens, balões, calibre, comprimento e outras particularidades. A escolha depende principalmente da indicação da sondagem. Tipos de sonda Sonda de Levine: possui uma luz única, manufaturada de plástico ou borracha, com aberturas localizadas próximas à ponta. Os calibres variam de de 4 a 24 Fr. Tipos de sonda Sonda de Dobbhoff (enteral): possui a ponta pesada e flexível, apresenta fio guia metálico interno. Duram até vários meses e irritam menos a mucosa. São mais finas e longas, de calibre 8, 10, 12 e 14 Fr. Tipos de sonda Sondas especiais: Repogle, Salem, Sengstaken-Blakemore. SONDAGEM GÁSTRICA É inserção de uma sonda ou cateter flexível até o estômago, através da boca ou do nariz, para esvaziamento, lavagem e descompressão ou para administração de alimentos, soluções e medicamentos. A introdução da sonda por via oral não é a primeira escolha e deve ser utilizada nos casos em que a via nasal estiver comprometida por lesão nasal, desvio de septo, suspeita de trauma de crânio ou nariz. SONDAGEM TRANSPILÓRICA (ENTERAL) É a progressão da sonda até o duodeno, passando pelo esôfago, estômago e piloro. É desejável que a ponta progrida até a parte distal do duodeno ou proximal do jejuno. PRINCIPAIS INDICAÇÕES NUTRIÇÃO GÁSTRICA OU ENTERAL: Desnutrição grave e baixa aceitação espontânea; Disfagia de moderada a grave; Semiobstrução de esôfago; Rebaixamento da consciência, sedação, coma; Pós-operatórios de cirurgias do aparelho digestivo; Suplementação nutricional; Alternativa para administração de medicamentos; Alternativa para hidratação oral; DESCOMPRESSÃO E ESVAZIAMENTO: qRemover líquidos ou gases do estômago; qEvitar ou aliviar náusea e vômito incoercíveis; qApós cirurgias GI ou traumas graves; qMonitorar distensão e drenagem gástrica; qRemover substâncias tóxicas ingeridas; qMonitorar hemorragia gástrica; qFazer coleta para exame e análise do aspecto do conteúdo. PRINCIPAIS INDICAÇÕES CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS COMUNS Lesão cáustica; Envenenamento por substâncias corrosivas; Risco de perfuração ou sangramento; Neoplasia de esôfago ou estômago; Obstrução intestinal; Varizes de esôfago calibrosas; Distúrbios graves de coagulação; Estenose de esôfago; Lesão craniofacial. Materiais utilizados seringa Esparadrapo Estetoscópio xilocaína SNG Luvas de procedimentos Materiais utilizados Copo com água Gaze Toalha Algodão umedecido com álcool 70% Biombo Coletor sistema aberto (caso a finalidade seja para drenagem) Procedimento Higienizar as mãos Explicar ao cliente e familiar o procedimento e verificar se há presença de desvio de septo nasal Dispor os materiais sobre a mesa-de-cabeceira Abrir o saco para lixo Colocar o cliente em decúbito dorsal, com a cabeceira elevada (posição fowler) Procedimento Colocar a toalha sobre o tórax do cliente Calçar as luvas de procedimento Medir a sonda da ponta do nariz até o lóbulo da orelha, descer até a altura do apêndice xifóide e marcar esta distância com esparadrapo Procedimento Fletir a cabeça para frente Lubrifique os 10 cm do tubo com um lubrificante solúvel em água Insira suavemente o tubo na narina Avance o tubo conforme o cliente engole Promova o avanço da sonda até atingir a marca estabelecida Testar a localização da sonda (aspiração do conteúdo gástrico e/ou ausculta) Fixar a sonda Recolher o material Documentar o procedimento Testes de posicionamento Aspiração: aspirar conteúdo gástrico com a seringa. Ausculta: Colocar o estetoscópiona região epigástrica, injetar 20 ml de ar e realizar ausculta. 9 regiões Fixação da sonda Confeccionar com esparadrapo um formato de “T”, de forma que as abas envolvam a sonda e a fixem na região frontal do paciente, sem atrapalhar o campo visual e sem traumatizar o paciente. SNE Indicação da SNE Para alimentação, quando o cliente necessita permanecer por longo tempo com a sonda; Patologias como neoplasia de cabeça e pescoço Procedimentos O procedimento é o mesmo que o da SNG, exceto por: - na medição, deve-se acrescentar 10 cm; - O fio guia deve ser retirado após a introdução da sonda; - O paciente deve ficar em decúbito lateral esquerdo após o procedimento. Procedimento Deve-se fazer um RX para visualizar a localização da sonda Os cuidados são os mesmos do SNG Administração da dieta Verifique o posicionamento da sonda por meio da ausculta da região epigástrica Verifique a presença de refluxo pela sonda antes da administração da dieta Verificar presença de distensão abdominal Verificar presença de RHA Lavar a sonda após o término da dieta MANTENDO UM PADRÃO DE ELIMINAÇÃO INTESTINAL NORMAL Os pacientes que recebem alimentos por SNG ou SNE frequentemente tem diarreia (fezes líquidas ocorrendo três vezes ou mais em 24 horas). Fezes pastosas são esperadas na terapia enteral porque muitas fórmulas tem pouco ou nenhum resíduo. A síndrome do esvaziamento rápido também leva a diarreia. A síndrome resulta de uma rápida distensão do jejuno quando as soluções são administradas rapidamente (durante 10 ou 20 minutos). Cuidados: Administrar os alimentos a temperatura ambiente, porque temperatura extrema estimula a peristalse. Administrar a alimentação por gotejamento contínuo (se tolerado), e não por jato, para prevenir distensão súbita do intestino. Aconselhar o paciente a permanecer na posição de semi Fowler por 1 hora. Sonda Retal Introdução do cateter no ânus para administração de líquido com objetivo de: – Aliviar distensão abdominal, flatulência e constipação; – Retirar material estagnado de fermentação – Preparar o cliente para cirurgias, exames endoscópios, radiografias. Material utilizado Bandeja contendo: – Saco plástico para lixo – Vaselina líquida – Papel higiênico – Sonda retal – Gaze – Luva de procedimento – Biombo – Solução prescrita. Procedimento Lavar as mãos Explicar o procedimento ao cliente Conectar a sonda ao equipo da solução prescrita, preencher com líquido e fechar o clamp Isolar o leito com biombo Colocar o cliente em posição de SIMS e com a cama ligeiramente abaixada a cabeceira, solicitar que o mesmo respire pela boca. Procedimento Calçar luvas de procedimento Lubrificar a sonda com vaselina líquida e inserir de 10 a 13 cm no ânus. Colocar a solução prescrita no suporte de soro e soltar o clamp. Interromper o fluxo e solicitar que o cliente respire profundamente quando der vontade de evacuar. Retirar a sonda, apertando a sua extremidade próxima ao ânus Orientar ao cliente que permaneça na mesma posição por alguns minutos ou o tempo que suportar Procedimento OSTOMIAS A ostomia é uma intervenção cirúrgica que permite criar uma comunicação entre o órgão e o exterior. Tem a finalidade de construir um novo trajeto para saída das fezes e da urina ou para entrada de alimentos e medicações. ESTOMA TIPOS DE OSTOMIAS As ostomias são classificadas segundo a função, permanência e órgão. Função: estomas de nutrição (gastrostomia e jejunostomia), drenagem (traqueostomia) e eliminação; Permanência: temporárias e definitivas; Órgão: colostomia, ileostomia, urostomia e cistostomia. Tipos de Estomas DIGESTIVAS Faringostomia Esofagostomia Gastrostomia Jejunostomia Ileostomia Colostomia RESPIRATÓRIAS Traqueostomias Pleurostomias URINÁRIAS Nefrostomias Pielostomia Ureterostomia Cistostomias Vesicostomia GASTROSTOMIA Comunicação entre a luz GI e a pele, feita por um cateter especial. É recomendado quando há a necessidade de alimentação por sonda a longo prazo. Gastrostomia Estomas intestinais JEJUNOSTOMIA ILEOSTOMIA COLOSTOMIA INTESTINO DELGADO INTESTINO GROSSO JEJUNOSTOMIA É uma intervenção feita no início do intestino delgado, no jejuno. Operação que consiste em abrir um orifício no jejuno, através da parede abdominal. Nesta abertura é posicionada uma sonda através da qual se introduz alimentos ou medicamentos ou se faz uma saída artificial de fezes ou gases. JEJUNOSTOMIA ILEOSTOMIA É uma abertura criada cirurgicamente para exteriorização do íleo, a fim de permitir a eliminação do efluente do intestino delgado. As fezes da ileostomia são líquidas e contínuas, e com o decorrer do tempo elas passam a ser semilíquidas ou semipastosas. É realizada por qualquer motivo que impeça a passagem das fezes pelo intestino grosso. Ileostomia definitiva - Técnica Exteriorização do íleo Eversão sobre si mesmo Fixação ILEOSTOMIA COLOSTOMIA Procedimento cirúrgico de exteriorização do cólon na parede abdominal, proporcionando um novo trajeto para eliminação de material fecal, podendo ser temporária ou permanente. Uma colostomia pode ser posicionada em qualquer segmento do intestino grosso e quanto mais à direita for a colostomia, mais amolecidas serão as fezes. COLOSTOMIA É indicado, principalmente para descomprimir, drenar, aliviar tensões intestinais e proteger suturas de um órgão danificado, no caso o intestino grosso, evitando que as fezes passem pelo local operado antes da cicatrização completa, evitando-se infecções nos pontos de sutura. É realizada uma incisão no abdome enquanto o paciente está sob anestesia geral, o tecido sadio do intestino é preso no abdome e em seguida uma bolsa adesiva para drenagem é posicionada em torno da abertura, e a incisão abdominal é fechada. TIPOS DE ESTOMIAS INTESTINAIS – Terminal – Em Duas Bocas – Em Alça COLOSTOMIA TERMINAL Com boca proximal funcionante e a distal sepultada Conhecida como “Hartmann” COLOSTOMIA EM DUAS BOCAS Com a boca proximal funcionante e a distal não funcionante (fístula mucosa) COLOSTOMIA “EM ALÇA” Quando há secção na parede anterior do intestino A boca distal não é excluída do trânsito ESTOMAS INTESTINAIS TIPOS DE EFLUENTES Efluente: líquido Efluente: semi- líquido Efluente: semi - sólido Efluente: sólido CUIDADOS Há diferentes tipos de bolsas (fechada, drenável e de duas peças). O local pode ser lavado com água e sabão ou soluções degermantes apropriadas, cuidando sempre da pele ao redor para não ser ferida. Pacientes ostomizados devem evitar: carregar peso excessivo, praticar esportes que exijam muito esforço, o uso de cintos, fivelas ou outros artigos que possam apertar ou comprimir o estoma, alimentos que produzam gases ou odores fortes. E devem consumir legumes, frutas e beber muito líquido, mastigar bem os alimentos, e sempre observar a pele ao redor do estoma, que deve estar úmida, lisa e sem feridas ou coceiras. CUIDADOS As complicações que podem surgir são: separação mucocutânea, edema, sangramento, estenose ou constrição do estoma, prolapsos, fístulas, granulomas, úlceras, hérnias, diarreias, cólicas intestinais, abcesso periestomal, foliculite e outras. CUIDADOS Observação do estoma: Cor Forma Tamanho Umidade Protrusão Integridade da mucosa Observação da pele periestoma CARACTERÍSTICAS DO ESTOMA SAUDÁVEL • COLORAÇÃO VERMELHO VIVO • PROTRUI OU ENCONTRA-SE NO MESMO PLANO DA PELE • MUCOSA ÚMIDA • INDOLOR À PALPAÇÃO • LOCALIZAÇÃO ADEQUADA • FUNCIONANTE CUIDADOS Processualidade Respeito à singularidade de cada ser Cuidado adequado em cada fase Enfoque biopsicossocial Competência do profissional Prática educativa Complementaridade
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