Buscar

EMPREENDENDORISMO E PROJETO EMPRESARIAL

Prévia do material em texto

Disciplina: Empreendedorismo e Projetos Empresariais
Autor: Sergio Rafacho
Unidade de Educação a Distância 
EMPREENDEDORISMO E PROJETOS EMPRESARIAIS
Autor: Sergio Rafacho 
BELO HORIZONTE / 2012
ESTRUTURA FORMAL DA UNIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÃNCIA
REITOR
LUÍS CARLOS DE SOUZA VIEIRA
PRÓ-REITOR ACADÊMICO
SUDÁRIO PAPA FILHO
COORDENAÇÃO GERAL
AÉCIO ANTÔNIO DE OLIVEIRA
COORDENAÇÃO TECNOLÓGICA
EDUARDO JOSÉ ALVES DIAS
COORDENAÇÃO DE CURSOS GERENCIAIS E ADMINISTRAÇÃO 
HELBERT JOSÉ DE GOES
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/ LETRAS 
LAILA MARIA HAMDAN ALVIM
COORDENAÇÃO DE CURSOS LICENCIATURA/PEDAGOGIA 
LENISE MARIA RIBEIRO ORTEGA
INSTRUCIONAL DESIGNER
DÉBORA CRISTINA CORDEIRO CAMPOS LEAL
KELLY DE SOUZA RESENDE
PATRICIA MARIA COMBAT BARBOSA
EQUIPE DE WEB DESIGNER
CARLOS ROBERTO DOS SANTOS JÚNIOR
GABRIELA SANTOS DA PENHA
LUCIANA REGINA VIEIRA
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
FERNANDA MACEDO DE SOUZA ZOLIO
RIANE RAPHAELLA GONÇALVES GERVASIO
AUXILIAR PEDAGÓGICO
ARETHA MARÇAL DE MACÊDO SILVA
MARÍLIA RODRIGUES BARBOSA
REVISORA DE TEXTO
MARIA DE LOURDES SOARES MONTEIRO RAMALHO
SECRETARIA
LUANA DOS SANTOS ROSSI 
MARIA LUIZA AYRES
MONITORIA
ELZA MARIA GOMES
AUXILIAR ADMINISTRATIVO
THAYMON VASCONCELOS SOARES
MARIANA TAVARES DIAS RIOGA
AUXILIAR DE TUTORIA
FLÁVIA CRISTINA DE MORAIS
MIRIA NERES PEREIRA
RENATA DA COSTA CARDOSO
Sumário
8Unidade 1: Introdução ao Empreendedorismo
Unidade 2: Projetos: A Estrutura e as Etapas do Projeto
25
Unidade 3: Análise de Mercado
44
Unidade 4: Localização
60
 Unidade 5: Desenvolvimento do Projeto 74
Legenda
	
Nosso Tema
	
Sintese
	
Referências Bibliográficas
	
Saiba mais
	
Reflexão
	
Material complementar
	
Atividade
	
Dica
	
Importante
Nosso Tema 
No contexto atual, a atividade empreendedora tem se destacado como um fenômeno social de larga abrangência, devido principalmente ao fato de ser um instrumento de realização pessoal. A cada dia, pessoas dedicam seus recursos e seu tempo a desenvolver e aprimorar suas ideias originais. Diante deste contexto, vamos abordar assuntos importantes relacionados ao empreendedorismo, como:
· Compreender o que é empreendedorismo;
· Visualizar a importância do papel empreendedor para a sociedade;
· Identificar as fases do ciclo de vida de um produto ou serviço desde a sua concepção até o seu posicionamento no mercado. 
Portanto, procure assimilar os conceitos de nosso curso, compreendendo e identificando todos os aspectos relacionados ao tema, procurando, também, relacionar os conceitos aprendidos com o ambiente em que você está contextualizado. O esquema, abaixo, apresenta uma visão geral sobre a criação de um novo negócio. Analise-o, procurando identificar e contextualizar, com o atual momento do empreendedorismo no Brasil, cada um dos itens elencados. 
Fonte: Autor
Veremos conceitos importantes sobre a atividade empreendedora e o seu posicionamento em relação ao momento atual face às aceleradas mudanças que a sociedade contemporânea tem experimentado. Perceberemos que o contexto global mudou e que o empreendedorismo tem se adaptado a essas mudanças.
O conteúdo do curso está distribuído em 5 unidades, com uma estrutura organizada no intuito de abordar os principais conceitos associados ao Empreendedorismo, procurando expor uma definição clara de empreendedorismo e a distinção entre seus conceitos e os das demais atividades relacionadas ao mundo dos negócios.
Fonte: Autor
Reflexão 
O nosso país tem tido muitas experiências positivas em termos de crescimento econômico. Porém, uma realidade bem preocupante tem influenciado a vida de muitas pessoas: o elevado número de empresas que, após serem inseridas no mercado, fecham suas portas devido ao insucesso no mundo dos negócios.
Segundo dados do SEBRAE-MG, a maioria absoluta das empresas recentemente criadas não consegue superar os primeiros quatro anos de vida. Uma realidade alarmante que deve ser combatida com técnicas de planejamento e de gestão.
Provavelmente, você conhece ou pelo menos ouviu comentários de alguém que instituiu um negócio, dedicou-se a ele e não conseguiu prosperar. Por outro lado, também podemos perceber na sociedade casos de empresas de extremo sucesso devido à energia e dedicação de seus fundadores e colaboradores.
Assim, você deve estar se perguntando:
Qual a diferença entre as empresas que fecham as portas prematuramente e as que conseguem se manter estabelecidas? Existe algum segredo entre uma situação e outra?
É o que vamos trabalhar em nosso curso de forma transparente e objetiva. Vamos começar?
Unidade 1: Introdução ao Empreendedorismo
1. Conteúdo Didático 
A necessidade do ser humano de se posicionar na sociedade como um ser produtivo e próspero tem levado muitas pessoas a iniciarem novos negócios para satisfazerem tal necessidade. Sem dúvida, um empresário bem sucedido tem destaque na sociedade, o que faz com que muitos se projetem no mundo empresarial.
No Brasil, pós Plano-Real, a crescente estabilidade inflacionária permitiu que muitos, antes com os sentidos obscurecidos pelos altos índices de inflação, visualizassem novas oportunidades e projetassem um futuro promissor em termos de lucros. Baseadas nessas expectativas, milhares de empresas foram criadas nos últimos anos com o intuito de que os lucros esperados se tornassem reais.
Outro fator que, no Brasil, também contribuiu para que muitas empresas (ou pelo menos muitos novos negócios) fossem criadas foi o aumento da taxa de desemprego. Pessoas eram demitidas de seus empregos e, ao receberem as indenizações, aventuraram-se em novos empreendimentos.
Porém, a realidade é mais dura do que se esperava. Estima-se que 60% das empresas, abertas no Brasil, fecham nos quatro primeiros anos de vida.
Com tantas informações relevantes a respeito do tema, vamos buscar compreender como o empreendedorismo está situado em relação às perspectivas brasileiras e globais. 
1.1. Globalização, ecologia, ética, qualidade e competitividade.
Os estudos, apresentados pelo GEM (Global Entrepreneurship Monitor) em 2.000, disseram que, nos Estados Unidos, estima-se que 1 em cada 10 habitantes adultos iniciam um novo negócio. Na Austrália, 1 em cada 12; na Suécia, 1 em cada 50; e, no Japão, 1 em cada 100. 
Esses mesmos estudos informaram que o Brasil aparece encabeçando a lista, com uma relação que diz que 1 em cada 8 habitantes adultos começam um novo negócio, fato sobre o qual podemos concluir que o empreendedorismo no Brasil, país com altos índices de desemprego, exerce um papel fundamental na economia do país. 
Quer saber mais sobre os estudos apresentados pelo GEM? 
Então, acesse http://www.gemconsortium.org/
Mas, atenção! O site está em inglês!
Talvez o próprio desemprego, acima citado, seja um dos propulsores do elevado número de empresas abertas no Brasil. Um fator que pode estar contribuindo para o desemprego no Brasil é a falta de capacitação das pessoas em relação ao avanço tecnológico.
	
	
	
	
As novas tecnologias e a velocidade da comunicação têm exigido da sociedade adaptação aos novos ambientes de comercialização, resultando em maior conforto e
 comodidade. 
Atualmente, os concorrentes não são apenas aqueles que fisicamente estão perto, mas são todos aqueles que se posicionaram diante do público-alvo das empresas. O consumidor, com tantas ofertas, passou a ser mais exigente em termos de qualidade de atendimento e dos próprios produtos. Se por um lado, esse fato passou a ser uma ameaça para muitas empresas, por outro lado passou a ser visto como uma oportunidade para outras tantas empresas e até mesmo para novos possíveis empresários.
A aproximação entre empresas e consumidores devido a fatores tecnológicos que resultaram na ampliação dos ambientes de negócios, aumentou a necessidade de ideias inovadoras, exigindo um aumento na qualidade dos produtos oferecidos e dos serviços prestados. Ao planejar um novo negócio, o candidato a empreendedor deve considerar a concorrência oferecidapela internet aos seus produtos, bem como a qualidade e o atendimento oferecidos por esse tipo de concorrência e também de aspectos éticos que têm sido monitorados por uma grande parte dos consumidores.
Do ponto de vista de quem quer empreender um negócio, em que maior parte de seus clientes terá que se deslocar fisicamente até o seu negócio, a comodidade da internet deve ser superada com alto nível de qualidade no atendimento e nos produtos oferecidos. 
Outros fatores devem ser considerados como, por exemplo, o custo de manutenção do espaço físico da loja (ou do negócio como um todo) em face aos baixos custos relacionados aos negócios da rede. Do ponto de vista de quem quer empreender um negócio utilizando a própria internet, pontos importantes como a logística, a segurança do site, o diferencial no atendimento devem ser considerados.
Não devemos deixar de analisar que grandes empresas já estão bem posicionadas estrategicamente na internet, o que torna, ainda mais, desafiadora a tarefa de empreender um negócio de sucesso nessa amplitude de atuação.
Em relação ao aspectos éticos citados anteriormente, observa-se que esses têm sido valorizados por toda a sociedade nos vários relacionamentos (sociais, comericiais, ...) e, também, devem estar presentes em todos os processos relacionados ao empreendedorismo. Cada vez mais percebemos empresas preocupadas em manter padrões de atendimento que consideram as normas morais de conduta do ser humano, principalmente no que diz respeito ao cumprimento dos acordos estabelecidos com seus parceiros e, especialmente, com seus clientes.
Por outro lado, cada vez mais se percebe que os consumidores têm considerado padrões éticos ao selecionarem seus fornecedores. Diante desse contexto, o empreendedor, ao planejar seu novo negócio, deve considerar que sua empresa deve atender aos padrões éticos exigidos pela sociedade no que se refere a todo tipo de relacionamento com terceiros e com seus próprios colaboradores internos.
Um assunto, também, importante que deve ser considerado em relação ao empreendedorismo refere-se à sustentabilidade, que considera a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, humanos, culturais e ambientais. É crescente o número de empresas que tem demonstrado preocupações com o meio ambiente, considerando investimentos que minimizem os prejuízos ambientais causados pelo desenvolvimento econômico. Da mesma forma, a sociedade tem se posicionado favorável a esse tema, promovendo discussões e articulações que visem à prática de conceitos relacionados à sustentabilidade nos governos, nas famílias e nas organizações. 
Podemos tomar como exemplo o fato de que, recentemente, a Newton Paiva implantou um software disponibilizado a todo o seu público acadêmico, que permite a comunicação entre seus funcionários e principalmente entre professores e alunos. O software permite que trabalhos que normalmente deveriam ser impressos pelos alunos e entregues aos professores, passem a ser “postados” no software e, em seguida, corrigidos pelos professores sem a necessidade de impressão. 
Paralelamente, a instituição inciou um processo de redução de cotas de impressão, o que resultará na diminuição significativa de utilização de papéis por parte de toda a comunidade acadêmica. Mesmo tendo investido um volume significativo de recursos para implantação do software, a instituição espera ter retorno sobre este investimento em médio prazo e, principalmente, está tomando medidas “ecologicamente corretas”.
Um outro exemplo que podemos citar, é a contínua atuação do Banco Real-Santander em promover a sustentabilidade. São diversos programas que procuram estimular o surgimento de novas ideias que envolvam o comprometimento tanto das empresas quanto dos cidadãos com a sustentabilidade. Um desses programas é o “Desafio Santander de Sustentabilidade”, um concurso cultural que estimula alunos universitários a proporem ideias sustentáveis para sua sustentabilidade. 
Caso você queira saber mais detalhes sobre esse progrma clique no link
http://www.caminhoseescolhas.com.br/desafiosustentabilidade/
Agora que já temos um embasamento sobre nosso tema, vamos passar a estudar outros tópicos relacionados que são de grande importância para um conhecimento amplo dos conceitos relacionados ao empreendedorismo .
1.2. Conceituando empreendedorismo e sua relação com o desenvolvimento econômico
Para inicar o estudo desse tema proponho a seguinte reflexão: Como você definiria um empreendedor? Pense um pouco sobre esse assunto depois análise o que vamos apresentar a seguir.
Segundo Dornelas (2001, p. 37), “o empreendedor é aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais”.
O Empreendedorismo pode ser definido com uma atividade que cria novos negócios, mas pode também inovar dentro dos novos negócios existentes, atividade esta que exige do empreendedor habilidades técnicas e gerenciais. Por isso, é necessário que ele desenvolva ações coordenadas, que têm o objetivo de criar um negócio que não existia, agindo de forma inovadora, organizada e gerenciada, com objetivos claros e definidos de alcançar lucratividade como consequência dessas ações, pode ser definida como Empreendedorismo.
A geração de riquezas é um objetivo encontrado constantemente em uma sociedade capitalista. Quando se diz que alguém está empreendendo algo novo, essa afirmação tem fatores intrínsecos como assumir riscos, criatividade, iniciativa, motivação, oportunidade, vocação e, principalmente, a busca pela prosperidade.
O empreendedorismo é ...
	Identificar uma oportunidade
	Direcionar recursos
Assumir riscos
	Criar um novo negócio
	
	
	Gráfico Representativo do Ciclo de Vida do Produto
Introdução Crescimento Maturidade Declínio 
Vendas
Fonte: Autor 
Portanto, podemos entender como empreendedorismo o método de trabalho que, motivado pelo desejo de auto-realização dos empreendedores, tem o objetivo de introduzir novos produtos ou serviços através da identificação de oportunidades, da organização e gestão de forma criativa de todos os recursos disponíveis para um mesmo objetivo. Os participantes do processo de empreender têm a consciência e aceitam assumir riscos calculados e a possibilidade de fracassos. No próximo tópico, vamos analisar esses desafios com que o empreendor se deparará. Vamos avançar em nossos estudos?
1.2.1. Desafios do Empreendedor
De acordo com o que nós consideramos até agora, você pode perceber que empreender não é uma tarefa simplificada, a partir desse momento vamos apresentar a você alguns fatores que devem ser analisados. Veja, a seguir, os três níveis de decisões que podemos distinguir no âmbito empresarial:
Em relação às decisões operacionais, o empreendedor deve considerar todos os requisitos necessários para que a empresa consiga oferecer seus produtos e serviços de acordo com o que está sendo oferecido ao mercado e dentro de padrões aceitáves de qualidade. Já em relação às decisões administrativas, o planejamento deve se embasar na estrutura organizacional que a empresa deverá ter para que suas funções sejam cumpridas. Por fim, as decisões estratégicas devem ser tomadas de acordo com o contexto mercadológico no qual a empresa irá atuar. 
O principal desafio do planejamento em relação a estas decisões está relacionado ao fato de que, como se trata de um novo negócio, o empreendedor pode não ter conhecimento e experiência em relação aos elementos necessários para que o planejamento seja eficaz. Portanto, haverá a necessidade por parte do empreendedor de identificar e mensurar adequadamente todos os componentes necessários que o processo seja conduzido com sucesso.
Para compreendermos as perspectivas do trabalho empreendedor, é importante entendermos, de forma objetiva, a distinção objetiva entre o administrador e o empreendedor. 
O administrador tem suas açõesdirecionadas para o planejamento, execução, supervisão, controle, acompanhamento e, principalmente, gerenciamento das atividades empresariais. Por se tratar de um visionário, as atividades do empreendedor estão voltadas para a análise de oportunidades e definições estratégicas que direcionarão o futuro da empresa.
Creio que nada impede que uma mesma pessoa seja definida como um administrador e um empreendedor ao mesmo tempo, mas é importante diferenciar os papéis, pois um empreendedor que conhece como ninguém seu negócio pode se ver em apuros se não tiver o preparo necessário para conduzir a sua idéia ao sucesso. Da mesma forma, o administrador pode estar muito voltado para o controle dos aspectos gerenciais internos, sem perceber que precisa ampliar seus horizontes para além das perspectivas internas da empresa.
São muitas as oportunidades latentes no mercado, porém a grande maioria não consegue percebê-las por estarem presos a padrões de comportamento predefinidos e limitados. Ao identificar uma nova oportunidade, o empreendedor passa a acreditar que pode transformar um sonho em realidade, busca explorar ao máximo as oportunidades que surgem, pois tem a energia necessária para isso. Mas quais qualidades o que habilitarão para desenvolver esse trabalho? Vamos considerear isso a seguir, esteja antento.
1.2.2. Atitudes empreendedoras
O senso de oportunidade é fator característico no empreendedor. Transformar as oportunidades em negócios de sucesso envolve percorrer um caminho de superação. A concepção de um negócio ocorre devido à influência de diversos fatores externos (ambientais, culturais, sociais, entre outros), como também devido a fatores pessoais como aptidões e necessidades pessoais. O somatório desses diversos fatores impulsiona o empreendedor a assumir riscos, operacionalizando suas ideias.
Impulsionado pelas circunstâncias, o empreendedor deve direcionar suas energias e seus esforços para os produtos ou serviços a serem oferecidos, de forma que as competências necessárias sejam alcançadas para que os produtos alcancem a lucratividade desejada.
Ao planejar estrategicamente os limites e os recursos do novo negócio, o empreendedor não pode se deixar levar por situações que o façam perder os pontos principais de seus objetivos. Toda a sua percepção, direção, dedicação, talento e trabalho devem convergir ao foco principal predefinido na concepção do negócio. É muito comum conhecermos casos em que grandes idéias não saíram do papel, ou apenas deram os primeiros passos e, em seguida, ficaram estagnadas. Geralmente, isso acontece porque o principal mentor do projeto perdeu o foco e teve seus objetivos desviados do objetivo principal. Para que você entenda melhor esse assunto observe atentamente o exemplo que será apresentado a seguir.
	Um visionário sonhador 
	Certa vez, fui contratado por um empresário para elaborar um Plano de Negócio baseado em uma de suas idéias. Consegui perceber claramente o aspecto sonhador de sua personalidade, pois ela “pulava para fora” dos olhos dele. Foi uma grande experiência, pois ele enxergava o óbvio em meio a uma multidão que não conseguia alcançar a sua visão do negócio. Havia uma grande preocupação por parte dele no que se refere à segurança da ideia dele. De maneira alguma, ele queria que as informações “vazassem” antes do tempo e outra pessoa ficasse com o seu possível futuro empreendimento. O que ele não conseguia perceber era que por mais que muitos tentassem, não iriam conseguir vislumbrar o que somente um visionário consegue.
De tão empolgado com a ideia, ele resolveu contratar uma equipe para desenvolver o seu Plano de Negócio, pois entendia que a empolgação dele poderia atrapalhar considerações técnicas que eram inerentes ao negócio.
Fonte: Autor
Sempre podemos encontrar pessoas sonhadoras, mas o que não se consegue com tanta facilidade é encontrar um sonhador que tem a energia e a proatividade interagindo com o mesmo objetivo. A concepção de um empreendimento, por muitas vezes, nasce de uma combinação de fatores como conhecimento do negócio, criatividade, inovação, criatividade e dedicação. Agora vamos observar um outro caso, analise como foi mais fácil elaborar um plano de negógio para o cliente.
	Um visionário articulador 
	Em outra oportunidade, um empresário também me contratou para elaborar um Plano de Negócio. Nesse caso, era mais fácil perceber que tanto a idéia quanto a operacionalização do negócio já estavam totalmente articuladas na cabeça, o apoio que ele desejava era para a concepção técnica do negócio.
A idéia era de comercializar uma peça de marketing, montada a partir da associação com outras empresas, que forneceriam os componentes e o apoio tecnológico necessários para a efetivação do negócio. Com o público-alvo já definido, o trabalho da equipe responsável pela elaboração do Plano de Negócios era basicamente estudar a amplitude do mercado e documentar todas as projeções necessárias para a viabilização do negócio. Como o mentor da ideia era mais precavido, a patente ideia já havia sido registrada.
Fonte: Autor
Não se pode ignorar o fato de que otimismo, organização, networking (rede de relacionamentos) e planejamento estratégico são pontos fundamentais na transformação de uma ideia em realidade. Mas podemos perceber que o grande desafio do empreendedor é superar os obstáculos que surgem no caminho entre a sua ideia original e a efetivação do negócio.
.
1.2.3. O Processo Empreendedor
No decorrer das últimas décadas, a conjuntura social, política, econômica e cultural de nosso país contribuiu para que muitas empresas fossem fechadas, mas contribuiu também para outras novas empresas fossem abertas. Decidir sobre a criação de um novo negócio, em muitos casos, foi resultado da pressão de uma situação desfavorável como desemprego, por exemplo. Mas há casos também em que o empreendedor identificou uma oportunidade e, saindo de sua “zona de conforto”, correu riscos e transformou-se de empregado a empregador.
Segundo Dornelas (2001, p. 39), “o processo empreendedor inicia-se quando um evento gerador desses fatores possibilita o início de um novo negócio”. 
Tanto fatores pessoais quanto fatores organizacionais e ambientais exercem influência em todas as fases do empreendedorismo. Portanto, a consideração de tais aspectos não deve ser deixada de lado, mesmo que alguns desses itens apresentem dificuldade em sua mensuração. Finalizamos nossas considerações sobre a conceitulização do empreendedorismo e sua relação com o desenvolvimento econômico. O nosso próximo passo será definir as ideias de negócios dentro das organizações. Aguardo você no próximo tópico.
1.3. Definição de ideias e oportunidades de negócios dentro de organizações
A complexidade de se criar um novo negócio está diretamente ligada ao número de variáveis sobre as quais não se tem controle. Inovar nem sempre é tão simples quanto parece. Dentro de uma empresa já existente, podem existir diversas oportunidades “pedindo para serem descobertas”. O conhecimento do negócio nem sempre é suficiente para que todas as oportunidades sejam exploradas. Em diversos casos, a criatividade tem sido o diferencial para que um empreendimento se torne um sucesso. Vamos observar um exemplo dessa situação a seguir, leia com atenção.
	Um caso de sucesso
	Um exemplo interessante que pude notar como professor universitário foi o caso de um aluno dono de uma distribuidora de bebidas. Em sociedade com o irmão, ele abriu uma empresa para comercializar refrigerantes e outros produtos do ramo. O tempo foi passando, o negócio prosperando até que ele percebeu um tipo de cliente bastante presente em sua loja: o vendedor ambulante de hot dog. A observação incitou sua criatividade e ele criou um sistema de atendimento especial ao nicho de mercado percebido. Contratou um “vendedor-motoqueiro” e passou a visitar os vendedores de hot dog da região. Resultado: prosperou e, em pouco tempo, já estava abrindo uma filial para ampliar sua área de atuação.
Fonte: Autor
Analisando esse caso, percebemosque muitos empreendedores têm como foco principal a identificação da oportunidade, sem se atentar com muita ênfase aos riscos do negócio. Citar um caso de sucesso é sempre um motivador, mas devemos aprender também com os insucessos, principalmente pelo fato de eles representarem a maioria.
No caso dos irmãos-sócios, eles perceberam a oportunidade e agiram baseados na experiência que já tinham, “arriscaram” investindo recursos e conseguiram atingir um nicho mercadológico ainda inexplorado (pelo menos na região em que atuavam). E os fatores macro e micros econômicos? E a concorrência? E o potencial de Mercado? E a análise de viabilidade do negócio? Bem, essa ficou comprovadamente positiva devido ao sucesso do negócio.
Mas nem sempre é assim. Existem muitos casos de insucesso que, se tivessem sido estudados preliminarmente, não teriam saído do papel.
O momento atual, em que estamos contextualizados, realmente pode ser chamado de momento do empreendedorismo, pois diversos empreendedores têm superado obstáculos culturais, inovando nas relações comerciais, despedaçando paradigmas e contribuindo para o crescimento econômico do país. A seguir, vamos analisar um outro exemplo de empreendimento.
	Um caso de insucesso
	Acompanhei um caso de uma senhora, muito habilidosa na elaboração de “Cestas com produtos de chocolate”. Ela mesma criava e produzia em casa os produtos da cesta, que era decorada de forma especial para cada um de seus clientes. Feliz e otimista com o sucesso de seu produto, ela resolveu investir na ampliação do seu negócio. Alugou uma loja, contratou uma linha telefônica exclusiva para melhor atendimento a seus clientes, assumiu compromissos e, infelizmente, em poucos meses seu negócio “naufragou”.
O motivo? O faturamento da empresa não suportou os novos gastos inseridos no negócio pela proprietária, o que fez com que a empresa funcionasse apenas no período em que a habilidosa senhora conseguiu manter seu crédito sem restrições. Enquanto ela teve crédito no mercado, conseguiu “rolar” suas dívidas, até o momento em que a situação se tornou insuportável e a empresa teve que fechar. Resultado: ela teve que voltar a trabalhar em casa, porém, nesse segundo momento, com o CPF cheio de restrições, com o crédito comprometido e, principalmente, com uma frustração que pode refletir em suas “ações empreendedoras” no resto de sua vida.
Fonte: Autor
Analisando esse segundo caso, percebemos que o despreparo gerencial (que envolve planejamento, concepção, controle e acompanhamento) é um fator decisivo para o sucesso ou não de um novo empreendimento. 
Mas cabe observar que toda a experiência vivida pela habilidosa empreendedora lhe serviu como aprendizado e ela tomou uma atitude que pode mudar drasticamente o destino de um possível novo empreendimento: ela procurou o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas).
Como, no Brasil, uma parcela minoritária da sociedade tem acesso a cursos universitários gerenciais, a maioria da população não tem acesso a informações fundamentais para a criação de um novo negócio. Muitos micro e pequenos empresários constituem suas empresas baseados apenas na motivação de se tornar uma pessoa próspera e auto-realizada. Não há conhecimento de técnicas gerenciais como controle de fluxo de caixa, controle de qualidade, atendimento ao cliente e controle de gastos.
Trabalhando como professor e como orientador de estágio em cursos de gestão, tenho percebido um diagnóstico alarmante presente na maior parte das mais de 100 empresas que foram analisadas.
O diagnóstico, em termos gerais, pode ser resumido em quatro pontos principais: 
I. a empresa não tem controle exato de suas receitas; 
II. não tem controle sobre seus desembolsos (poucas têm algum controle); consequentemente 
III. não têm informações corretas sobre seus lucros; e 
IV. os sócios misturam as despesas e contas bancárias pessoais com as despesas e contas bancárias da empresa. 
A partir da criação do Sebrae, o Brasil passou a experimentar uma nova era na criação de micro e pequenas empresas, pois a instituição é responsável pelo suporte técnico gerencial ao pequeno empresário e tem atuado de forma decisiva no apoio aos novos empreendedores. 
Você sabia que o Sebrae-MG disponibiliza aos interessados cursos, palestras, consultorias, resultados de pesquisas, informações sobre legislação e até mesmo um manual e um software para desenvolvimento de um Plano de negócio? Acesse:
http://www.sebraemg.com.br/Home/HomePortal.aspx e confira!
O processo de geração de um novo negócio, identificado por muitos como Empreendedorismo, resulta em experiências próprias e de terceiros que devem se consideradas ao se projetar um novo negócio. 
Creio que o problema se inicia no raciocínio inserido na cabeça de muitos: “tenho $ XX mil, o que eu posso abrir?”, sendo que o raciocínio correto deveria ser: “quais negócios têm lucro satisfatório? O capital que tenho é suficiente para abrir este negócio e me sustentar até que o próprio negócio possa se sustentar e me sustentar?”
	Raciocínio 1
	“ tenho $ XX mil, o que eu posso 
abrir ?”,
	Mercado 
Consumidor A
Mercado 
Consumidor B
Fornecedor X
Fornecedor Y
Fornecedor Z
Mercado 
Consumidor C
Mercado 
Consumidor D
Empresa
A
Fornecedor W
Empresa
B
Empresa
C
	Raciocínio 2
	“que negócios têm lucro satisfatório? O capital que tenho é suficiente para abrir esse negócio e me sustentar até que o próprio negócio possa se sustentar e me sustentar ?”
	
	Qual dos dois lhe parece mais coerente ? (1) ou (2)?
Fonte: Autor
Pode-se perceber que o planejamento incorreto ou mesmo a falta de planejamento prévio é um problema mais ligado a habilidades a serem conquistadas pelo ser humano do que a falta de técnicas de planejamento. Observando os empreendimentos públicos, visualizamos esse fato de forma mais clara. Podemos citar, como exemplo recente, a realização dos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro em 2007. O custo inicial orçado para os jogos girava em torno de R$ 532 milhões e o custo final ficou perto de R$ 3 bilhões. Mas esse não é um problema apenas brasileiro. O “Boston Central artery”, um suntuoso conjunto de vias elevadas, construído nos Estados Unidos, tinha custo inicial orçado em US$ 2,3 bilhões, mas o custo final esteve perto da casa dos US$ 14,6 bilhões.
Creio que, em ambos os casos, o problema maior está ligado à falta de detalhamento na concepção dos projetos. Não houve erros que inviabilizassem operacionalmente os empreendimentos e sim, erros de planejamento que deixaram tão distantes os custos orçados dos reais. A grande diferença é que, no caso dos empreendimentos públicos, a vontade política supera a viabilidade financeira do negócio, o que resulta em novas injeções de capital, mesmo com prejuízo financeiro. Já no caso privado, considerando também os pequenos empreendedores, a fonte de recursos não é tão abundante e muitos negócios, literalmente, fecham antes mesmo de se firmarem no mercado.
Observando as experiências vividas por outras pessoas, podemos ser motivados ou desmotivados a criar um novo negócio. A questão principal está relacionada ao processo através do qual devemos analisar e decidir sobre a viabilidade ou não de um negócio. É certo que muitos empreendimentos de sucesso não tiveram qualquer tipo de planejamento prévio, mas, em termos atuais, com os concorrentes se fortalecendo e, consequentemente, a concorrência acirrando, esses casos estão diminuindo e tendem a se tornar inexistentes no mercado.
Fonte: Autor 
Empreender um novo negócio envolve muito mais fatores do que podemos observar analisando as estatísticas. Empreender certamente envolve riscos, porém eles devem ser analisados e calculados com base em estudos de viabilidade coerentes e o mais próximo possível da realidade. Desde o surgimento da ideia de um novo negócio até a sua concretização, existem várias etapas para serem cumpridas que auxiliarão o Empreendedor na difícil tarefa de executar seu Plano de Negócios. Portanto, ao se planejar um novo negócio,devem-se identificar todos os aspectos relacionados a este negócio, procurando avaliar as condições para sua implantação e execução. 
Finalizamos esta primeira etapa de nossos estudos conscientes de que estamos no caminho correto, porém ainda temos muito a percorrer... Não deixe de visitar as seções seguintes, pois elas são importantes para complemento de nosso aprendizado.
Vamos para a próxima etapa !
2. Teoria na Prática
Este é um momento em nosso curso que você poderá mensurar o quanto você assimilou do conteúdo. Vejamos a questão a seguir:
Considere que você recebeu um capital que não estava esperando e está decidindo se deve empreender um novo negócio ou não. Para tentar se posicionar sobre o assunto, responda ao quadro abaixo, complete a frase posicionada no final do quadro e siga as instruções seguintes:
	 
	 
	Concordo
	 
	Discordo
	As perguntas de 1 a 7 se referem a questões de entendimento sobre o empreendedorismo.
	Totalmente
	Bastante
	Pouco
	Nem concordo Nem Discordo
	Pouco
	Bastante
	Totalmente
	1
	Você acha que tem condições de empreender um novo negócio utilizando técnicas específicas de planejamento?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	2
	Você entende que o empreendedorismo pode ser aprendido e que um empreendedor é aquele que consegue transformar ideias em negócios de sucesso?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	3
	Você aceitaria uma proposta de criação de um novo negócio em que você tem grande conhecimento, sabe que a possibilidade de lucro é enorme, mas que outra pessoa tentou e fracassou?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	4
	Você entende que os negócios que deram certo no passado, precisariam ser reavaliados e adaptados de acordo com o contexto atual para que pudessem conseguir o mesmo sucesso ?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	5
	Você entende como possível alguém, que já fracassou algumas vezes como empreendedor, aprender técnicas de planejamento e gestão e se tornar um grande empreendedor ?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	6
	Você aconselharia uma pessoa capacitada e criativa, por quem você tem grande amizade e apreço, a deixar o seu emprego e investir recursos financeiros e tempo em um negócio altamente rentável ?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	7
	Você está disposto a assumir riscos, deixando sua zona de conforto, e se tornar um empreendedor, desde que tenha informações suficientes ?
	7
	6
	5
	4
	3
	2
	1
	Total
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	Total Geral
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	 
	A expectativa em me tornar um empreendedor é de ____ % .
Fonte: Autor
Atividade : 
( Após responder ao quadro pela primeira vez, responda a ele novamente, porém considerando as informações que você tinha antes de estudar esta unidade.
( Após responder ao quadro e completar a frase pela segunda vez , compare os percentuais da duas respostas. 
Resposta:
A figura do “empreendedor nato” é apenas um mito. Mesmo aquele que nasce com aptidões para negócios deve procurar desenvolver tais aptidões, buscando conhecimentos sobre planejamento e gerenciamento durante todo o tempo em que se envolver com negócios. Da mesma maneira, o que tem dificuldades iniciais para empreender um negócio pode buscar conhecimento suficiente sobre o assunto para se tornar um grande empreendedor.
3. Síntese
Quantos assuntos importantes vimos nesta unidade, não é mesmo? Se voltarmos no tempo e considerarmos todo o conteúdo discutido, poderemos perceber de forma clara como o empreendedorismo está inserido na sociedade e como ele tem sido importante na economia de nosso país.
No transcorrer da unidade, conceituamos o empreendedorismo e aprendemos a distinguir o papel do empreendedor do papel do administrador. Contextualizamos a atividade empreendedora em meio a uma sociedade altamente dependente da tecnologia, bem como o seu papel diante da nova situação de proximidade entre os mercados, devido à inclusão de recursos tecnológicos.
Procuramos, também, abordar aspectos referentes ao papel do empreendedor em relação a todo processo, destacando alguns casos de sucesso e insucesso, como forma de exemplificar as diversas funções das atividades empreendedoras, tentando explicar como elas podem ser direcionadas e organizadas para que o empreendedor alcance o sucesso pretendido. Da mesma forma, utilizamos os casos para conscientizar o leitor sobre a importância de não cometer erros primários que podem comprometer todo o empreendimento.
Finalmente, passamos a discutir a diferença entre ideias e oportunidades, discutindo, também, algumas técnicas de identificar e avaliar as oportunidades, minimizando, dessa forma, os riscos de insucesso na atividade empreendedora.
De forma geral, os temas abordados foram:
· O empreendedorismo e a sua inserção no contexto atual;
· O papel do empreendedor e os desafios que o esperam;
· O processo de criação de um empreendimento, bem como suas fases distintas desde a sua concepção até a efetivação do negócio.
Portanto, esperamos que todo o nosso esforço tenha contribuído para que você seja mais uma pessoa apta a discernir os riscos de empreender um novo negócio, sem deixar que eles desestimulem a criatividade e capacidade inserida no ser humano.
Unidade 2: Projetos: A Estrutura e as Etapas do Projeto
1. Conteúdo Didático
O Plano de negócios pode ser considerado como um norteador das ações a serem tomadas por quem deseja empreender um novo negócio. Após ter a ideia bem concebida e delineada em sua mente, o empreendedor deve procurar obter informações sobre o mercado em que pretende atuar, tais como seu possível público-alvo, concorrentes, fornecedores, diferenciais estratégicos, formas de distribuição e comercialização, processos produtivos envolvidos, enfim deve buscar todas as informações necessárias para avaliar seu negócio antecipadamente.
Segundo Dornelas (2001, p. 96), “o Plano de Negócios é um documento usado para descrever um empreendimento e o modelo de negócios que sustenta a empresa. Sua elaboração envolve um processo de aprendizagem e autoconhecimento, e, ainda, permite ao empreendedor situar-se no seu ambiente de negócios”. 
	... O Plano de Negócios é um documento que registra todas as informações referentes à concepção de um novo negócio, de maneira organizada e estruturada.
	
1.1. O Projeto no Processo de planejamento e desenvolvimento de novos negócios
A referência que muitas pessoas têm de negócio está ligada a uma organização, gerenciada por pessoas, com objetivos de produção e/ou comercialização de produtos ou serviços, objetivando resultados econômicos e financeiros.
A compreensão do que significa a “definição de um negócio” é um aspecto estratégico de fundamental importância para o sucesso de uma organização. Apesar de parecer uma definição simples, muitos não têm o conhecimento necessário sobre o tema. Vejamos dois exemplos para ilustrar o tema:
	Exemplo 1 
	Um exemplo que ilustra claramente a compreensão sobre a definição do negócio é o caso de uma entrevista dada por um grande empresário, presidente de uma indústria de relógios conhecida mundialmente pelo requinte e luxo de seus produtos. Durante a entrevista, o repórter fez uma das mais clássicas perguntas do meio empresarial: “Qual o segredo de se fabricar e vender relógios?” O empresário prontamente respondeu: “Eu não vendo relógios, eu vendo Status”.
	Exemplo 2 
	Outro exemplo para ilustrar o tema é uma espécie de parábola: 
Um vendedor de máquinas de lavar roupas bateu na porta de uma “dona de casa” e ofereceu seu produto de última geração. Apresentou os recursos técnicos do equipamento, a sua capacidade, a qualidade, a garantia... Por fim, a dona de casa, bastante ocupada, agradeceu a atenção do vendedor e o despediu sem adquirir a moderna máquina.
Alguns dias depois, um segundo vendedor de máquinas de lavar roupas bateu na mesma porta e perguntou a estimada dona de casa : “A senhora não gostaria de ter mais tempo para se arrumar para seu esposo, para cuidar de seus filhos, para ir passear com a família, ir ao cinema ou ao parque ?” a senhora respondeu muito animada : “É claro! quem não gostaria?” e o vendedor lhe retrucou :”Pois é, tenho para oferecer para a senhora umamáquina de lavar roupas que fará grande parte do serviço da casa, e a senhora, comprando esta máquina, terá tempo para fazer tudo isso que deseja.” Animada com as novas possibilidades, rapidamente a valorosa senhora adquiriu o produto oferecido.
Fonte: Autor
Através desses dois exemplos, podemos compreender que a definição de um negócio vai muito além da simples definição de venda de um produto ou serviço tangível. Muitas pessoas, ao adquirirem um produto, estão realizando sonhos e, compreender os valores agregados ao produto do ponto de vista do mercado, também, faz parte da definição do negócio.
A definição do negócio deve compreender as necessidades das pessoas, mas também deve saber discernir necessidades de desejos e demandas. Uma pessoa tem necessidades quando está privada de alguma satisfação básica em sua vida (roupas, alimentos, moradia,...). Estando com necessidade de um alimento, por exemplo, uma pessoa pode atender a essa sua necessidade através da realização do desejo por uma refeição completa ou mesmo um sanduíche. Demandas são desejos por determinado produto ou serviço, apoiados pela capacidade de aquisição por parte dos compradores.
Obtendo informações suficientes sobre as demandas existentes, os empreendedores devem buscar meios para mensurar e atender a essas demandas. Conhecidas e identificadas as intenções e aspirações de sua organização, deve-se, então, definir as formas de atuação no mercado, utilizando todos os recursos disponíveis para que se possa atender ao público-alvo.
Portanto, para se definir um negócio, é necessário que haja uma compreensão clara das demandas existentes por parte do possível mercado em potencial, tendo, também, a compreensão de que os benefícios agregados aos produtos e/ou serviços que estão sendo ofertados atendem essas demandas. Para fazer um levantamento das demandas é necessário ter um bom planejamento, a seguir vamos considerar esse assunto. Fique atento!
1.1.1. A importância do Planejamento
Para iniciar esse tópico, sugiro que você pare um pouco e pense sobre o que é planejamento. 
A palavra planejamento nos traz a ideia de fazer planos, projetar. Para planejar nossas atividades semanais, por exemplo, podemos imaginar todas as nossas atividades semanais, estimar o tempo exigido por cada uma dessas atividades, e projetarmos nossas tarefas semanais de acordo com o tempo total disponível. E os imprevistos? “Imprevistos” que acontecem toda semana não são mais imprevistos, portanto devemos considerá-los em nossas projeções. O mesmo acontece em relação aos meses, semestres, anos ou a qualquer período para o qual desejamos planejar.
Muitas atividades nossas não necessitam de planejamento, mas muitas delas (as mais complexas) precisam. O planejamento é essencial para que seus objetivos sejam alcançados. Quando vamos viajar de férias, por exemplo, pensamos na hospedagem, no transporte, nos recursos financeiros. Os profissionais, que trabalham em empresas com horários fixos, têm suas atividades planejadas pelas próprias necessidades da empresa. Já os profissionais liberais e os que trabalham externamente à empresa devem ter mais atenção ao planejamento. Fique atento ao exemplo que vou apresentar a seguir. 
	Um exemplo de planejamento profissional semanal
	Vamos tomar, como exemplo, um representante de uma indústria farmacêutica, que tem como atividade principal a visita periódica a médicos para apresentar os medicamentos que ele representa e suas indicações. Com dias (ou até semanas) de antecedência, ele já sabe toda a sua programação de visitas de segunda a sexta, horário por horário. Semestralmente (ou anualmente, conforme a empresa), ele tem encontros regionais e nacionais para reciclagens e outros assuntos.
Considerando o contexto apresentado, no início de cada ano, ele já sabe todas as atividades e reuniões institucionais e, no início de cada mês, ele já consegue visualizar toda a sua agenda de visita semanal. No planejamento das visitas semanais, há a preocupação de se programarem as visitas aos médicos, conciliando horários e locais, ou seja, em um mesmo turno (manhã ou tarde), os médicos que atuam em uma mesma região são visitados pelo mesmo representante.
A seguir, um exemplo de uma planilha de planejamento de visitas médicas que pode ser utilizada por esse tipo de profissional.
Fonte: Autor
Na tabela 1, podemos verificar um exemplo de um quadro de planejamento de visitas do departamento comercial de uma empresa. Neste quadro semanal, podemos observar que, antes do início da semana, o representante da empresa já tem uma agenda de visitas programadas para os dois primeiros dias da semana. Através dessa agenda, além de se preparar para os contatos com seus clientes, o representante poderá marcar novas visitas com antecedência, otimizando o seu trabalho e evitando desperdícios de recursos financeiros de tempo:
Tabela 1 
Fonte: Autor
Analisando a tabela 1, percebemos como um simples planejamento pode contribuir para o sucesso de um profissional e da organização que representa. Porém, a falta de hábitos de planejamento é um ponto que todos devem considerar. Imagine se o mesmo representante exemplificado acima saísse de casa na quarta-feira “para visitar clientes” sem uma agenda predefinida. Ele poderia incorrer em erros como ir a uma região da cidade na segunda e voltar na mesma região na terça (desperdiçando tempo e dinheiro), não encontrar o cliente na organização, etc. Se multiplicarmos esse raciocínio, considerando o número de visitas que uma empresa que atende mercearias e supermercados (por exemplo) tem que fazer, podemos imaginar o tamanho do prejuízo financeiro que esta empresa terá. Quanto maior a empresa, maior será a necessidade de que haja um planejamento adequado para a execução de suas operações. Se considerarmos aspectos comportamentais, chega a ser uma questão cultural. A maioria das pessoas não tem o hábito de planejar seu dia, sua semana, seu mês e menos ainda seu ano.
Considerando que as empresas são formadas por pessoas e existem para as pessoas (sejam elas os clientes, os funcionários ou os sócios), as empresas passam pelos mesmos problemas referentes à falta de planejamento, porém em uma amplitude maior. 
O planejamento deve ser um dos principais focos de atenção de toda a direção das empresas. Pensando em termos de estratégia, ele permite aos gestores projetar possíveis contextos futuros, e se anteciparem as possíveis reações negativas ou positivas do mercado, face às ações estratégicas da empresa. É através dele que as empresas poderão se antecipar a situações mercadológicas, evitando resultados indesejáveis. Assim, pode-se aplicá-lo a organizações de todos os setores, porte organizacional e abrangência mercadológica. 
Em ambientes mercadológicos, onde existem altos riscos de investimento, o processo de planejamento torna-se mais complexo e importante. Após a aprovação de um projeto de investimento devidamente planejado, ações de correção e até de adaptação do planejamento podem ser tomadas em tempo hábil de se evitarem problemas com os objetivos do projeto. Imagine uma indústria automobilística que planeja o lançamento de um novo veículo: se considerarmos desde a concepção do projeto até a venda do produto final, há vários pontos a considerar como: programação da fábrica, contratação de funcionários, compra de componentes, testes, distribuição dos veículos por todo o país, etc. São várias ações que, mesmo sendo bem planejadas, necessitarão de ajustes. 
A inexistência de planejamento pode ser considerada um dos principais fatores de insucesso dos gestores empresariais seja na concepção ou condução de um empreendimento. Agora que você já sabe qual é a importância de um bom planejamento, vamos analisar o conceito e a estrutura de um projeto. Dessa forma, você conseguirá fazer projeções mais assertivas. Vamos lá!
1.2. Conceito e Estrutura de Projetos
Você já conhece sobre projetos? Já conseguiu elaborar algum plano que foi bem sucedido? Reflita sobre esse assunto, depois analise as informaçõessobre esse importante assunto. 
O conceito de projetos está associado ao alcance de objetivos em prazos e custos predeterminados. Eles envolvem gastos, ações e pessoas em um processo único com previsão de início e término e com resultados predeterminados. Suas características diferem daquelas dos trabalhos contínuos por se tratarem de empreendimentos temporários e com objetivos específicos. Os projetos são executados por pessoas, restringidos por recursos limitados e são planejados, executados e controlados. 
A partir de agora, vamos observar como o conceito de projetos aplica-se na rotina empresarial. A construção de um novo galpão para uma empresa é considerada como um projeto por ter um tempo determinado (previsão de início e término da obra); por ter um objetivo exclusivo (a construção do galpão); e por ter flexibilidade em seu processo de planejamento (o planejamento ser reorganizado durante a execução do projeto para adaptação a novas situações, por exemplo).
	PROJETOS
	X
	TRABALHO OPERACIONAL
	
	TEMPORÁRIO
	
	CONTÍNUO
	
	
	EXCLUSIVO
	
	REPETITIVO
	
	
	PLANEJAMENTO PROGRESSIVO
	
	PREVISÍVEL
	
Tabela 2
Fonte: Autor 
Projetos podem ser implementados para empreender um novo negócio ou como meio de realizar o plano estratégico de uma organização. Quanto maior o número de variáveis a serem analisadas, maior a complexidade do projeto. Da mesma maneira, quanto menor o volume de informações disponíveis, maior a incerteza quanto ao projeto.
Por exemplo, se uma indústria automotiva, que comercializa carros populares no mercado, tiver interesse em lançar mais um modelo de carro popular, ela poderá utilizar várias informações sobre esse mercado em favor do novo produto, visto que ela atua nele e, consequentemente, já tem um grande volume de informações disponíveis. Se, por outro lado, essa mesma indústria quiser lançar um veículo em uma classe em que ela não tem experiência, ela terá maiores dificuldades em posicionar esse produto no mercado.
1.2.1. As áreas de conhecimento da gerência de projetos
Segundo o PMI
, são nove as áreas de conhecimento em gerência de projetos, sendo que oito delas refletem a maturidade, a estrutura e as competências requeridas nos projetos e uma área diz respeito à integração dessas áreas em prol dos objetivos do projeto.
O gerente de projetos deve trabalhar para que essas nove áreas funcionem de forma alinhada com os objetivos do projeto. Vejamos cada uma dessas áreas:
	1
	Gerência da Integração
	Esta área tem suas atividades voltadas para o desenvolvimento do Plano do Projeto, sua execução, acompanhamento e encerramento do projeto.
É responsável pela criação de condições que favoreçam o desenvolvimento do projeto, considerando seu ambiente de execução, sendo também responsável pelo fornecimento das informações necessárias para controle e alterações da operacionalização.
	2
	Gerência do Escopo
	O escopo do projeto está relacionado à definição das intenções, dos limites, das justificativas, dos objetivos e, principalmente, do produto do projeto, sendo que, em nosso curso o foco principal é a elaboração do Plano de Negócios.
A declaração do escopo do projeto deve fornecer informações detalhadas sobre o mesmo, que poderão ser utilizadas como base para tomada de decisões durante a execução do projeto.
	3
	Gerência do Prazo
	A definição inicial do prazo e a concentração e estruturação de esforços para que o prazo preestabelecido não seja superado durante a execução do projeto, são tarefas estratégicas para o gerente de projetos.
A definição das atividades e do cronograma do projeto são fundamentais para que, durante a realização do projeto, o gerente possa direcionar sua gestão no sentido do cumprimento dos prazos definidos.
	4
	Gerência do Risco
	A identificação dos riscos é um aspecto importante a ser considerado pelo gerente de projetos. Variações sazonais ou mesmo do ambiente no qual o projeto será executado, que podem exercer influência significativa em seus resultados, devem ser mensurados pelo gerente de projetos de forma qualitativa e quantitativa.
Durante a execução do projeto, o monitoramento desses riscos deve ser feito continuamente e, quando necessário, medidas corretivas devem ser tomadas para que se possam evitar situações indesejadas.
	5
	Gerência da comunicação
	A maior parte dos problemas das organizações está relacionada a problemas na comunicação. O gerente de projetos deve criar um sistema de comunicação que garanta que as informações transmitidas cheguem ao seu destino de forma clara e ágil.
Da mesma maneira, relatórios de desempenho devem ser elaborados para que cada fase do projeto seja cumprida dentro dos padrões preestabelecidos.
	6
	Gerência da Qualidade
	Tanto a qualidade do projeto quanto do produto do projeto são aspectos determinantes para o sucesso do mesmo. Para que os objetivos de qualidade de um projeto sejam alcançados, é importante que todas as informações que embasam seu processo de elaboração sejam confiáveis. Alcançando essa situação, o gerente de projetos pode determinar as atividades necessárias para execução do projeto e seus respectivos custos, com vistas ao alcance da qualidade desejada.
	7
	Gerência do Custo
	Se os custos financeiros de um projeto forem estimados de forma errada, todo o projeto corre o risco de não ser executado e grandes perdas financeiras podem ocorrer.
Cada etapa do projeto deve ter seu custo estimado de forma concisa e, de acordo com o cronograma de atividades, deve ser elaborado um cronograma de desembolsos para todo o período do projeto.
No decorrer da execução do projeto, o gerente deve monitorar todos os custos para que não haja grandes distorções que inviabilizem o mesmo financeiramente.
	8
	Gerência de Suprimentos
	Imagine uma equipe de trabalho a postos para iniciar determinada tarefa, porém sem os materiais e equipamentos necessários para a sua execução. Quais seriam as consequências dessa situação? Entre as principais consequências estariam sem dúvida o desperdício de tempo e de recursos financeiros.
Por isso os suprimentos necessários para cada atividade devem estar disponibilizados de acordo com o cronograma de atividades do projeto. O gerente de projetos não deve economizar esforços para evitar contratempos. em relação ao suprimento das necessidades do projeto.
	9
	Gerência de Recursos Humanos
	Todos os colaboradores que compõem a equipe responsável pela execução do projeto devem estar distribuídos de acordo com uma relação hierárquica, baseada nas funções necessárias ao projeto.
Para isso, tanto a definição da equipe quanto a capacitação da mesma, devem ser feitas com vista ao atendimento das necessidades do projeto relacionadas a prazos, custos e principalmente aos objetivos.
Devido à importância dessa área, no item anterior, foram feitas várias considerações importantes sobre a gerência de equipes em projetos.
Fonte: Autor 
Analisando essas nove áreas, percebemos as diversas habilidades e competências necessárias para que o gerente de projetos consiga sucesso em suas ações. É uma função que, constantemente, exige superação de desafios por parte de seus executores. Vamos analisar, a seguir, mais alguns aspectos sobre esse assunto, portanto fique atento! 
1.2.2. Gerenciando equipes
Agora vamos considerar o aspecto mais complexo em qualquer empreendimento: os recursos humanos. Um equipamento, por mais avançado tecnologicamente que seja, no caso de apresentar problemas, esses podem ser solucionados através da substituição de uma ou mais peças ou até mesmo do equipamento como um todo.
Recursos financeiros podem ser levantados através de financiamentos ou investimentos próprios ou de terceiros. É óbvio que a relação custo x benefício deve ser avaliada, mas a partir do momento em que ela se torne favorável, a obtenção de recursos é favorecida.
O grande desafio de todos os gerentes de projetos (e dos demais gerentes também) é administrar sua equipe de forma a obter o máximo de rendimento da mesma. Para tal intento é importanteque cada integrante da equipe esteja adequadamente adaptado à sua função e motivado a exercê-la da melhor maneira possível. A seguir vamos considerar esses dois aspectos fique atento. 
Para que um membro da equipe esteja adequado à sua função, ou seja, esteja colocado na posição em que tem habilidade suficiente para exercê-la, é necessário que o gerente tenha consciência das atividades inerentes à função (veja o esquema 1) e confronte com as características pessoais desse membro da equipe. Seja no desenvolvimento e execução de projetos ou em outras atividades, se o recrutamento e a seleção de uma pessoa para determinada função resultar em uma contratação equivocada, todos os resultados relacionados a essa função (inclusive os das funções correlacionadas) estarão comprometidos. 
Esquema 1
Fonte: autor
Portanto, o gerente de projetos precisa estar atento, devendo também investir tempo no estudo das características de sua equipe, para que possa adequar o posicionamento de cada um de seus membros, de forma a obter a maior eficácia possível. 
No quadro abaixo, encontramos uma ilustração da relação entre as metas pessoais de um colaborador com seu esforço e desempenho de acordo com os objetivos da organização na qual trabalha. É papel do gerente criar um ambiente em que seus colaboradores compreendam que, ao colaborarem com o alcance dos objetivos organizacionais, também estarão colaborando com o alcance de suas metas pessoais.
Esquema 2
Fonte: Robbins, Ano 2003 p.355
A motivação é outro fator fundamental para que o ser humano consiga se superar em termos de resultado. A motivação é um valor interno do ser humano e por isso o líder precisa estar consciente de que deve criar meios para que o seu colaborador se motive em favor dos objetivos da equipe. 
Para tanto, é importante que as “recompensas” que este colaborador irá receber, decorrentes de seus esforços, favoreçam a satisfação de alguma necessidade que ele tenha individualmente.
Uma teoria bastante conhecida no meio empresarial e utilizada para criar sistemas de motivação, visando à maximização do desempenho dos colaboradores é “A Hierarquia de Necessidades de Maslow”, desenvolvida por Abraham Maslow
. 
Segundo a teoria de Maslow, as necessidades “fisiológicas”, “de segurança” e “sociais” são necessidades ligadas à sobrevivência do indivíduo, sendo que as necessidades de “estima” e “auto-realização” referem-se ao seu crescimento pessoal.
A busca do ser humano pela satisfação de suas necessidades pode ser utilizada como um fator motivacional que resulte em benefícios para o próprio ser humano e para a organização na qual trabalha. Considerando a teoria de Maslow, de acordo com o nível hierárquico em que as necessidades de sua equipe se encontram, as ações do gerente podem ser direcionadas para a melhor performance do grupo. No próximo tópico, vamos considerar como isso pode ser feito, gestor. Vamos lá? 
1.2.3. Delegações e responsabilidades
O gerente de projetos pode e deve delegar atividades, mas nunca responsabilidades. O gerente de projetos deve conhecer os limites entre delegar uma atividade a um colaborador e o acúmulo excessivo de tarefa para si mesmo. Se por um lado ele não deve transferir a sua responsabilidade para terceiros, por outro lado ele não deve executar um volume de tarefas de tal forma que ele fique impossibilitado de gerenciar todo o projeto de forma adequada.
Por se tratar de uma função diretamente responsável pelo sucesso ou insucesso de um projeto, a gerência de projetos deve ser tratada com muita seriedade e precisão. Um projeto fracassado pode ter consequências desastrosas tanto para as organizações quanto para as pessoas envolvidas. Um erro estratégico pode tomar proporções gigantescas em termos de resultado. Por isso o gerente de projetos deve ter suas atividades priorizadas em termos de resultados.
Quanto maior a percepção geral do projeto por parte do gerente, inicialmente em relação ao seu planejamento e, posteriormente, em relação ao acompanhamento entre o planejado e o realizado, maiores serão as possibilidades de que o projeto seja bem sucedido.
O gerente de projetos deve ter a consciência dos fatores que merecem a maior parte de sua atenção, bem como daqueles que, em caso de distorções, terão menor impacto nos objetivos do projeto. Conhecidos esses aspectos, seu monitoramento deve priorizar as atividades e funções críticas do projeto, ou seja, aquelas que se forem negligenciadas influenciarão de forma negativa e comprometedora todo o processo. 
É importante que não haja um “entrelaçamento” de funções e que o gerente tenha uma visão geral de todas as funções de sua equipe e da importância para o sucesso deste projeto. Dessa forma, as correções que se acharem necessárias serão feitas com maior precisão e em menor espaço de tempo. Conscientes da importância dos aspectos relacionados às responsabilidades de cada membro da equipe, partimos para outro item fundamental para a compreensão de nossa disciplina: as Etapas do Projeto.
1.3. As etapas do Projeto (Plano de Negócios)
O Plano de Negócios é um documento que permite a projeção e a análise de um possível futuro empreendimento. Para facilitar inicialmente sua compreensão, é importante que tenhamos uma visualização prévia de todo o documento, bem como de suas características e estrutura. A seguir, um modelo de estrutura de um Plano de Negócios.
Podemos perceber, através da estrutura apresentada, que todo o Plano de Negócios é desenvolvido com objetivo de analisar a viabilidade da proposta de um novo empreendimento.
Podemos dividir a elaboração de um Plano de Negócios (PN) em quatro grandes etapas: Apresentação; Definições e Descrições; Planejamento estratégico; e Análises. Vejamos cada uma delas.
A etapa de Apresentação deve expor a ideia do novo negócio de forma clara e objetiva. 
	
( Apresentação
	
	
Capa: É o “cartão de visitas” do Plano de Negócios. Através de uma capa organizada e bem apresentada, pode-se ter uma boa “primeira impressão” do que será visto no documento.
Sumário: O sumário oferece uma listagem de todos os itens do documento, com a respectiva indicação das páginas em que se encontram.
Sumário Executivo: Esse item do plano de negócios deve ser direcionado a todos os interessados (stakeholders) do Plano de Negócios. O sumário executivo deve expor os objetivos a serem alcançados com a apresentação do documento (financiamentos, parcerias,...) ao público-alvo definido para apresentação do projeto. Devido a sua importância e abrangência, é fundamental que o sumário executivo seja desenvolvido após a finalização de todos os demais itens do documento.
Introdução: A introdução é uma breve apresentação de todo o documento. A introdução deve expor como, onde, com quais recursos e por quem foi feito o Plano de Negócios.
Objetivo Geral: É uma apresentação do principal objetivo do Plano de Negócios. Deve expor com clareza qual o produto final a ser apresentado pelo documento.
Objetivos Específicos: É o desmembramento do Objetivo Geral em “subobjetivos”, permitindo uma melhor organização e estruturação dos objetivos a serem alcançados. É importante ressaltar que o alcance de todos os objetivos específicos resultará no alcance do Objetivo Geral. 
A etapa seguinte é a de Definições e Descrições: 
	(Definições e Descrições 
	
	
Definição do Mercado: A definição do Mercado consiste em limitar a área de atuação do negócio. Através dessa definição, as estruturas de comercialização e de distribuição poderão ser planejadas.
Definição do Produto / Serviço: A caracterização do produto ou serviço a ser introduzido no mercado deve ser exposta neste item. Produtos ou serviços que necessitam especificações técnicas devem ter especificações normatizadas nesta parte do documento.
Descrição do Negócio: Neste item, deve ser apresentada uma descrição do negócio de forma ampla. A forma de atendimento, os diferenciais, os canais de distribuição e todos os processos referentes à colocação do produto no mercado devem ser abordados com o objetivo deesclarecer a amplitude de atuação do novo empreendimento.
Após a etapa de Definições e Descrições, o Plano de Negócios deve apresentar seus aspectos de Planejamento Estratégico. Preste muita atenção!
	(Planejamento Estratégico
	
	
Planejamento Estratégico: O Planejamento estratégico expõe um direcionamento a ser seguido pela organização. Através dele, todas as interações da empresa com o ambiente em que ela irá atuar devem estar previstas. Através do Planejamento Estratégico, a empresa definirá sua forma de atuação mercadológica (Plano de Marketing), suas necessidades estruturais (Plano Administrativo), as necessidades de investimento (Plano Financeiro) e sua operacionalização (Plano Operacional).
A quarta e última é a etapa de Análises: 
	(Análises 
	
	
Análise de Viabilidade: Com o objetivo de definir a viabilidade ou não do empreendimento, análises sobre o futuro projetado da empresa devem ser feitas, considerando os impactos da conjuntura econômica sobre o segmento de atuação da empresa. Também devem ser considerados aspectos referentes ao retorno esperado pelos empreendedores, considerando aspectos de viabilidade econômica e financeira.
Após o cumprimento dessas quatro etapas e a revisão detalhada de todo o Plano de Negócios, o empreendedor terá em mãos um documento que norteará todas as suas ações de forma estruturada e otimizada. 
Terminamos mais uma unidade de nosso curso. Aprendendo conceitos importantes sobre projetos e sua estrutura, passamos a compreender que o Plano de Negócios se encaixa na definição de “projeto” e deve ser planejado e adequado à necessidade de cada novo negócio que está se pretendendo introduzir no mercado. Quer conhecer mais? Visite as seções “Teoria na prática” e “Recapitulando”. Um abraço a todos!
2. Teoria na Prática
Existem diversos casos que relatam distorções inacreditáveis em termos de valores previstos e realizados. A título de exemplo, vejamos:
	
	O “Pan do Brasil” em 2007
Valor inicial orçado: R$ 532 milhões
Valor final estimando: R$ 3 bilhões
	O “Scottish Parlamient” na Escócia
Valor inicial orçado: £ 40 milhões
Valor final estimando: £ 431 milhões
	
	
	O “Sydney Ópera House” na Austrália
Valor inicial orçado: $ 7 milhões
Valor final estimando: $ 102 milhões
	O “Boston Central artery” no EUA
Valor inicial orçado: $ 2,3 bilhões
Valor final estimando: $ 14,6 bilhões
	
Analisando os casos acima, percebemos as dificuldades encontradas no planejamento de grandes projetos, não somente no Brasil, mas em grandes nações mundiais. Portanto, uma abordagem correta e produtiva sobre o conteúdo desta unidade é fundamental para que nossos esforços sejam premiados com um aprendizado coerente sobre a correlação existente entre o planejamento e o sucesso de nossos empreendimentos.
3. Síntese
Os conhecimentos abordados nesta unidade foram bem amplos. Iniciamos este estudo analisando a importância do planejamento não somente no campo pessoal, mas também no campo profissional. Compreendemos que, através do planejamento, conseguimos otimizar nosso tempo, um recurso tão valioso, tendo assim maiores chances de alcançar nossos objetivos e metas.
Em seguida, passamos a estudar sobre o conceito e a estrutura de projetos, destacando as áreas de conhecimento pertinentes a projetos, considerando as diferenças entre projetos e trabalho contínuo operacional. Outro ponto importante abordado foi a importância de gerenciar as equipes envolvidas no projeto, e a devida atenção que lhes deve ser dada por parte do responsável pelo seu gerenciamento. 
Por fim, conceituamos e abordamos os principais aspectos para elaboração de um plano de negócios, suas características e aplicações. Foram apresentadas as etapas para elaboração do Plano de Negócios, desde a apresentação, passando pelas definições e descrições, pelo planejamento estratégico e chegando até a análise de viabilidade. Para facilitar o seu entendimento, elaborei o mapa abaixo. 
Mapa Conceitual
Fonte: Autor
Unidade 3: Análise de Mercado
1. Conteúdo Didático
Com a crescente divulgação do conceito de empreendedorismo na sociedade, o interesse não só no simples conhecimento assunto, mas na concepção de um grande negócio também tem crescido. Novas idéias surgem a cada momento e a busca pela oportunidade de criar um novo empreendimento é uma constante. As idéias são fartas, mas as oportunidades são raras, por isto, ao analisar o mercado em que está querendo inserir seu novo negócio, o empreendedor deve estar atento não somente as idéias que surgem, mas também a probabilidade desta idéia se tornar em um negócio de sucesso.
Idéias podem surgir de várias maneiras na mente de uma pessoa. Seja através de observação, ou através da construção de um raciocínio ou mesmo através de uma nova versão de uma idéia anterior. Podemos considerar que grandes idéias, em termos de empreendedorismo, são aquelas que dão certo. Para que uma idéia se transforme em realidade, o processo de transformação é fator decisivo, por isso o empreendedor deve estar preparado para aproveitar a oportunidade de operacionalizar sua idéia, quando ela surgir. 
O atual contexto econômico brasileiro tem favorecido o aumento de novas oportunidades de negócios. Uma nova idéia pode ser descartada antes mesmo de ser aprimorada com uma pesquisa. Ao conceber uma idéia, o empreendedor pode perfeitamente elaborar uma pesquisa de opinião e ir em direção ao público-alvo em potencial, fazer perguntas como: “Você compraria este produto (ou serviço)?” De acordo com o que for detectado após a tabulação da pesquisa, ele poderá tomar a decisão de continuar ou não, embasada em um argumento bastante considerável.
Conceber todo o negócio demanda tempo, mas a confiabilidade dos lucros esperados está diretamente ligada à riqueza de detalhes em que o planejamento utilizou como referência. Financiamentos subsidiados pelo governo, por exemplo, representam um fator importante para a viabilização de idéias. A determinação do volume de recursos necessários é uma ação de planejamento que exige muita responsabilidade por parte de seus responsáveis.
Segundo Dornelas (2001, p. 42), “identificar e avaliar uma oportunidade é a parte mais difícil.” Através da competência, do talento, da experiência e da percepção, o empreendedor pode identificar uma oportunidade e agarrá-la, transformando sua idéia em sucesso. Veja a seguir um quadro em que esse autor descreve o procedimento adequado de um empreendedor. Fique atento a essas considerações e veja se você se enquadra nessa descrição!
As oportunidades podem ser detectadas através das necessidades das pessoas. As necessidades podem identificar grandes demandas que, sendo estudadas, podem gerar grandes negócios. Seja intuitiva ou racionalmente, seja por pessoas físicas ou jurídicas, novos negócios sempre estarão diante de nossos olhos para que possamos empreendê-los. Sugiro que seja acrescentado: Vou apresentar a você um exemplo prático no Brasil, há pouco tempo, vimos uma empresa de transporte rodoviário se transformar em uma grande companhia aérea. Seus gestores visualizaram uma oportunidade de se transportar milhares de pessoas a baixo custo. Analisaram a demanda, fizeram cálculos, projetaram resultados e operacionalizando o negócio se tornaram na segunda maior empresa aérea do país.
Casos como esse influenciam pessoas a pensarem que grandes idéias são somente aquelas que envolvem grandes demandas. Devido a esse tipo de pensamento, muitas pessoas vivem uma vida inteira em busca dessas “grandes idéias”. Para ilustrar a situação, deixo uma frase interessante de Gehringer
: “Pequenas idéias, uma por dia, de três reais. Muita gente fica esperando muito para ter a grande idéia na vida de duzentos milhões de reais, e perde a oportunidade de ter a pequena idéia de todo o dia.” È certo dizer que ele estava falando sobre postura profissional, porém, como foi dito, é apenas uma ilustração, mas que tem impacto suficiente para desmistificar os conceitos errôneos sobre “grandes idéias”. 
Existe um mito que diz que os empreendedores já nascemcom o “dom”, que não há como alguém desenvolver-se como empreendedor. Que bom que é apenas um mito. As diversas técnicas de planejamento de atividades e projeção de resultados têm permitido a muitas pessoas escaparem de verdadeiras “ciladas” do mundo dos negócios. A partir desse momento vamos identificar os pontos principais dessa que devem ser observados em uma oportunidade de negócio. 
1.1 Demanda e Oferta
Após a identificação de uma oportunidade de negócio, é importante que o empreendedor procure identificar a demanda sobre o produto ou serviço que ele deseja ofertar ao mercado. Segundo Kotler (1998, p. 132) “Demanda de mercado para um produto é o volume total que seria comprado por um grupo definido de consumidores em determinada área geográfica, em período de tempo definido, em ambiente de marketing definido, sob determinado programa de marketing”. 
As pessoas procuram satisfazer as suas necessidades e desejos com produtos. Segundo Kotler (1998, p. 28) “um produto ou oferta pode consistir de nada mais do que três componentes : bem(ns) físicos, serviço(s) e idéia(s)”. O produto em sua forma física não é o aspecto que mais influencia o consumidor e sim o serviço que ele disponibiliza ao seu usuário. Para que você compreenda melhor como se dá esse processo sugiro que você pare um pouco e reflita sobre a situação que vou apresentar a seguir. 
“Possuir um carro parado na garagem” não é o principal fator que motiva um cliente a compra-lo, e sim os serviços que ele proporcionará ao seu proprietário como viajar em férias, ir e vir ao trabalho, passear com a família, dentre outros. 
Portanto, após identificar os benefícios do produto que está oferecendo aos seus clientes, o empreendedor deve identificar o mercado que consome seu produto e qual a demanda deste mercado. 
Baseado nesta demanda pode ser feita a Projeção da Oferta que o novo negócio irá disponibilizar ao mercado. Para esta definição, é importante que haja a percepção não somente do contexto mercadológico em que a empresa irá atuar, mas também de todos os aspectos (econômicos, condições de financiamento, novos investimentos ...) que contribuem para a variação da demanda.
Existem mercados que já são totalmente cobertos pelos seus atuais fornecedores, ou seja, se uma nova empresa quiser participar deste mercado, terá de “conquistar” os clientes de seus concorrentes. Um exemplo deste contexto mercadológico é o segmento de educação que atua no ensino superior, no qual encontramos várias Instituições de Ensino Superior (IES) “disputando os alunos” que estão se formando no ensino médio. Se um empreendedor quiser “entrar” neste mercado terá de conquistar seus clientes convencendo-os de que oferece melhores condições do que seus concorrentes.
Porém, também encontramos mercados em que ainda existem clientes que nenhum concorrente atende, e ainda podem ser “conquistados” pelo novo negócio que está sendo criado. Neste caso, o empreendedor deve estar atento as condições em que estes novos consumidores estão dispostos a adquirirem seus produtos. Um exemplo deste tipo de mercado pode ser dado através da alta procura por imóveis que atualmente encontramos no Brasil. Em várias áreas de nossas cidades, encontramos construções de prédios de apartamentos que visam atender a diversos segmentos econômicos de nossa sociedade. Vale a pena salientar que esta demanda crescente é reflexo do contexto econômico favorável que o Brasil tem proporcionado a sua população, através da redução de juros e demais facilidades existentes para aquisição de novos imóveis.
Este confronto entre “Demanda e Oferta”, deve ser feito pelo empreendedor não somente no momento de criação do novo negócio, mas periodicamente, pois quanto maior o número de fornecedores de produtos ou serviços que se introduzir no mercado, maior será a competitividade e, neste caso, aspectos ligados a gestão da empresa como qualidade no atendimento, preço, agilidade na entrega, dentre outros se tornam cada vez mais importantes.
Uma importante análise que se deve fazer ao avaliar uma oportunidade é a análise do Ciclo de Vida do Produto (CVP). A maioria dos produtos existe como solução entre muitas para atender a uma necessidade. Uma vez que a necessidade foi identificada, ela é atendida por algum produto ou serviço. Porém, alguns pontos devem ser considerados sobre a existência dos produtos : (1) diferentes produtos necessitam de diferentes estratégias; (2) as vendas dos produtos passam por estágios distintos e os produtos têm vida limitada; e (3) os lucros sofrem alterações conforme os diferentes estágios do ciclo de vida do produto.
Ao lançar um novo produto no mercado, o empreendedor deve ter ciência dos quatro estágios que compõem o ciclo de vida do produto : (1) Introdução; (2) crescimento; (3) Maturidade; e (4) Declínio. Geralmente, o que define a passagem de um estágio para outro são as alterações nas taxas de crescimento ou declínio de vendas. Para que você compreenda melhor essa situação observe o gráfico a seguir.
Fonte: Autor
Os estágios do ciclo de vida do produto variam conforme as diversas variáveis que influenciam no mercado de ação do produto. Se atentarmos para os avanços tecnológicos, percebemos facilmente que equipamentos que estão inseridos em mercados onde exista a tecnologia de ponta tendem a ter seus estágios mais curtos. Já produtos que não dependem tanto do avanço da tecnologia podem ter seus estágios com maior duração. Ao planejar um novo negócio, o empreendedor deve confrontar as informações mercadológicas referentes ao posicionamento do produto, com a demanda por recursos financeiros para implantação e operacionalização do negócio. Como resultado desse confronto, pode-se apurar uma estimativa de lucro e conseqüentemente uma estimativa de retorno sobre o investimento.
Uma vez apurado o retorno sobre o investimento em termos percentuais, passamos a considerar outro fator importante: o custo de oportunidade.
 Imagine uma pessoa que tem certo capital investido em um grande banco, que lhe paga juros anuais de 12,5%. Se, por exemplo, essa pessoa decidir criar um novo negócio que, segundo as projeções, lhe proporcionará um retorno de investimento de 7% ao ano, estará decidindo por um negócio com rentabilidade inferior ao custo de oportunidade, ou seja, a rentabilidade do seu negócio é inferior aos juros pagos pelo banco. Por isto, a Classificação das Projeções que são feitas para definição do novo negócio devem estar embasadas em critérios baseados não somente em resultados financeiros, mas deve considerar também todo o contexto que o novo negócio será inserido. Existem riscos de as projeções não se realizarem e o negócio se tornar inviável e, para minimizar este risco, é importante que o empreendedor esteja atento a qualidade e a assertividade de todas as projeções que estão sendo feitas para a implantação do novo negócio.
Como já foi dito, em termos de empreendedorismo, podemos considerar que grandes idéias são aquelas que apresentam resultados satisfatórios. Também analisamos o fato de que idéias que deram certo no passado podem não ter o mesmo sucesso atualmente, e que diversos fatores influenciam no sucesso ou não de um novo negócio. Porém, creio que não apenas um só fator, mas a análise conjunta dos diversos fatores pessoais, ambientais, organizacionais e sociológicos pode resultar, de forma bastante confiável, na aprovação ou não da criação de um novo negócio. Como nós podemos analisar todos esses fatores antes de iniciar um negócio? Vamos conversar sobre isso no próximo tópico. Aguardo você lá!
1.2 Fases iniciais do Estudo de Mercado
Compreender os aspectos que levam o consumidor a decidir por um produto ou não são informações valiosas para o empreendimento de um novo negócio. Alterei a ordem dessa frase para dar mais ligação para mais sentido ao texto, caso concorde valide. Para nos auxiliar nesse desenvolvimento de estratégias desenvolvimento de estratégias temos um valioso instrumento: a Pesquisa de Mercado. Por meio dela podemos obter as informações que necessitamos.

Continue navegando