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Fisiologia Digestiva

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Motilidade gastrointestinal 
 
 
 
Motilidade gastrointestinal 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A motilidade do sistema gastrointestinal é controlada principalmente pelo sistema nervoso 
entérico, mais especificamente o plexo mioentérico (Auerbach), contudo, pode sofrer influencias 
também do sistema nervoso central (SNC). É interessante notar que as suas fibras de músculo liso 
agem como um sincício devido às junções comunicantes entre elas, promovendo uma baixa 
resistência à movimentação dos íons de uma célula muscular para a seguinte. 
Cada feixe de fibras musculares está parcialmente separado um do outro por tecido 
conjuntivo frouxo, mas podem se fundir em diversos pontos de maneira que cada camada muscular 
represente uma rede de feixes de músculo liso capaz de propagar os sinais como um sincício por 
vezes até seguindo toda a extensão gastrointestinal. Além disso existem conexões entre as 
camadas musculares longitudinais e circulares permitindo que a excitação de uma delas possa 
também resultar na contração da outra. 
BERNE, 2009. 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
O PAPEL DO SISTEMA NERVOSO 
EXTRÍNSECO 
 
O SNC exerce sua função no trato gastrointestinal através das fibras simpáticas e 
parassimpáticas do sistema nervoso autônomo. As fibras parassimpáticas chegam através dos 
nervos vago e pélvicos e não exercem seu papel diretamente nas células efetoras, mas fazem 
sinapses com o sistema nervoso entérico, enquanto que para o sistema nervoso simpático, as 
sinapses ocorrem diretamente nos vasos sanguíneos regulando o seu fluxo de sangue. Ambos 
possuem fibras aferentes e podem inclusive desencadear alguns reflexos, o reflexo vagovagal é 
especialmente importante pois causa o relaxamento das fibras de musculatura lisa do estômago 
durante a alimentação, o que leva à sua distensão e permite que o estômago se encha, sem que 
ocorra aumento da pressão intraluminal. 
Quanto ao sistema simpático, geralmente ele tende a inibir a musculatura lisa e 
consequentemente diminuir o seu peristaltismo, uma exceção importante é feita para a inervação 
dos esfíncteres já que uma ativação simpática tende a causar a contração do musculo liso dessas 
estruturas. 
 
O SISTEMA NERVOSO INTRÍNSECO 
 
Como mencionado previamente, o plexo mioentérico é a grande estrela quando se fala de 
motilidade gastrointestinal, ele consiste em sua maioria por uma cadeia linear de neurônios 
interconectados que se estende por todo o comprimento do trato gastrointestinal. Quando 
estimulado seus principais efeitos são: 
1. Aumento do tônus gastrointestinal ou contrações tônicas 
2. Aumento da intensidade das contrações rítmicas 
3. Aumento no ritmo das contrações rítmicas 
4. Aumento da velocidade de condução das ondas excitatórias acelerando o 
peristaltismo. 
 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
Contudo, não se deve pensar que todas as suas ações são excitatórias, fibras inibitórias também 
estão presentes e secretam alguns peptídeos como o polipeptídeo intestinal vasoativo. Esse papel 
inibitório é particularmente útil para o relaxamento dos esfíncteres e progressão do bolo alimentar 
durante a digestão. 
 
O CONTROLE HORMONAL DA MOTILIDADE 
 
Muitos são os hormônios presentes e secretados a todo tempo no trato gastrointestinal, seu 
papel costuma ser mais associado à secreção de enzimas e substâncias que auxiliam na digestão, 
contudo, muitos deles possuem relevância para a motilidade do sistema. A colecistocinina (CCK) 
por exemplo, tem o papel de contrair fortemente a vesícula biliar expelindo bile para o intestino 
delgado, além de inibir moderadamente a contração do estômago. Seu papel fica assim 
estabelecido como estimulador do esvaziamento da vesícula biliar e retardante do esvaziamento 
gástrico, permitindo que as gorduras tenham tempo de serem digeridas adequadamente. 
Um outro inibidor do esvaziamento gástrico é o peptídeo inibidor gástrico (GIP) secretado 
pela mucosa do intestino delgado superior em resposta a ácidos graxos e aminoácidos, 
principalmente. Exerce seu efeito diminuindo a atividade motora do estômago e evitando que o 
intestino seja sobrecarregado com produtos alimentares. 
A motilina é o último hormônio aqui citado e possui como única função conhecida a de 
aumentar a motilidade gastrointestinal, como seu nome sugere. É secretada pelo estômago e 
duodeno superior durante o jejum, estimulando ondas de motilidade denominadas complexos 
mioelétricos interdigestivos que se propagam pelo estômago e intestino delgado a cada 90 minutos, 
na pessoa em jejum. 
 
PADRÕES DE MOTILIADE 
 
De uma forma geral pode-se dizer que existem dois tipos de movimento ao longo do tubo 
gastrointestinal: os movimentos propulsivos e os movimentos de mistura. Os primeiros fazem com 
o que o alimento percorra o trato com velocidade apropriada para que ocorra a digestão e absorção 
enquanto os segundos são responsáveis por manter os conteúdos intestinais bem misturados todo 
o tempo, facilitando a interação do bolo alimentar com os sucos digestivos. 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
O movimento propulsivo básico do trato gastrointestinal é o peristaltismo, que se 
caracteriza como um anel contrátil que surge ao redor do intestino e tende a se propagar, 
impulsionando o bolo alimentar para frente. A estimulação de qualquer ponto do intestino pode 
fazer com que esse anel surja na musculatura circular, lembrando que ele também ocorre nos 
túbulos biliares, ductos glandulares, ureteres e muitos outros tubos envoltos por musculatura lisa 
no corpo. 
O principal estímulo para o sistema nervoso entérico iniciar o movimento é a distensão do 
trato gastrointestinal. Ou seja, quando uma grande quantidade de alimento se acumula em qualquer 
ponto do intestino, o anel contrátil irá surgir de forma a propulsionar esse bolo para frente. Outros 
estímulos podem desencadear o peristaltismo como irritação química, física ou biológica, o elevado 
peristaltismo encontra-se por trás da fisiopatologia de muitas diarreias inflamatórias. 
É importante ressaltar nessa questão o chamado “reflexo mioentérico” ou “reflexo 
peristáltico”, pois ele explica a razão do movimento do bolo alimentar ser primordialmente 
unidirecional, já que teoricamente ele poderia ocorrer nos dois sentidos. 
O peristaltismo normalmente se inicia pelo lado oral do segmento distendido e induz o 
relaxamento do intestino vários centímetros adiante de forma que o bolo siga em direção anal, esse 
relaxamento é chamado de “relaxamento receptivo” e esse padrão de ativação e movimento 
consiste no reflexo peristáltico supracitado. Ele está ausente em áreas onde o plexo mioentérico foi 
lesado ou está ausente sendo uma possível explicação para o fenômeno do 
megacólon/megaesôfago chagásico, onde a reação autoimune destrói o plexo de Auerbach o que 
dificulta o relaxamento à jusante, causando uma distensão crônica das vísceras e consequente 
aumento de tamanho com redução da eficácia contrátil. 
BERNE, 2009. 
 
 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
Um exemplo clássico que pode auxiliar no entendimento desse relaxamento reflexo é a 
motilidade esofágica, a onda peristáltica é estimulada pela passagem do bolo através do esfíncter 
esofágico superior e a estimulação da faringe pela deglutição também causa relaxamento do 
esfíncter esofágico inferior (EEI) e da região proximal do estômago, de maneira tal que o alimento 
possa percorrer todo esse trajeto sem intercorrências. 
Essa atividade sincrônica do EEI e estômago permite a acomodação do alimento no 
estômago aumento expressivo da pressão, além de evitar o refluxo gastroesofágico quando ocorre 
a sua contração. 
BERNE, 2009. 
O segundo movimento digno de nota é o movimento de mistura e como mencionado 
anteriormente permitem tanto o melhor contato do bolo alimentar com os sucos digestivos como 
ajuda a tritura-lo e separá-lo. Essa mistura pode acontecer de forma diferente a dependerdo ponto, 
em algumas áreas ela ocorre graças ao próprio peristaltismo que não consegue progredir o alimento 
por conta de um esfíncter, dessa forma, 
as contrações peristálticas causarão 
apenas a agitação dos conteúdos 
através de uma retropulsão. 
 
 
 
 
 
BERNE, 2009. 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
Em outros momentos, contrações constritivas intermitentes locais ocorrem em regiões 
separadas por poucos centímetros da parede intestinal. Essas constrições duram geralmente 5-30 
segundos, então, novas contrações vão surgindo em outros pontos do intestino. Os movimentos 
peristálticos e constritivos são diferentes em várias partes do trato gastrointestinal de forma a 
proporcionar a mistura e propulsão adequada. 
A figura abaixo ilustra um padrão de 
movimento chamado segmentação que 
permite a mistura do alimento de forma 
adequada além de algum grau de progressão, 
as linhas tracejadas indicam onde ocorrerá a 
próxima contração e as setas indicam o trajeto 
dos conteúdos intestinais. 
Ao final de todo o transporte pelo trato gastrointestinal deve-se elencar o papel da 
motilidade no processo de defecação, a chegada das fezes ao reto induz o relaxamento do esfíncter 
anal interno para melhor acomodar o novo volume via liberação do polipeptídeo intestinal vasoativo. 
Após o treinamento do corpo com a capacidade de reter as fezes, terminações nervosas sensoriais 
geram reflexos de contração do esfíncter externo 
no intuito de conter o conteúdo fecal até que seja o 
momento adequado de defecar. 
Quando a evacuação é desejada, por sua vez, a 
adoção de uma postura sentada ou agachada altera 
a orientação relativa do intestino e das estruturas 
musculares vizinhas permitindo o seu alinhamento 
e aumento do ângulo retoanal, após o relaxamento 
voluntário do esfíncter externo as fezes podem 
passar. O gráfico abaixo ilustra a sequência de 
eventos descrita, na vertical têm-se o grau de 
motilidade das estruturas e na horizontal o tempo 
decorrido, note que o esfíncter externo se contrai 
sempre que o interno relaxa para acomodar as 
fezes e a defecação ocorre graças ao relaxamento 
do primeiro de forma voluntária. 
 
 
 
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Motilidade gastrointestinal 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. (Ed.). Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan, 2010. 
2. GUYTON, Arthur C; HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 12. Ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
3. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C.; Robbins. Bases patológicas das doenças. 9ª. 
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 
 
 
 
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Motilidade gastrointestinal

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