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ADM05006 - Contabilidade Geral

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2 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Fundação Getulio Vargas 
Programa de Certificação de Qualidade 
 
Curso: 
Graduação em Administração 
 
Contabilidade Geral 
 
 
 
Professor Elaborador: 
Geraldo Pereira de Araujo é mestre em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado do 
Rio de Janeiro (2005), especialização em Finanças Corporativas pela Fundação Getulio 
Vargas (2004) e graduação em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (1991). 
Possui Certificação Profissional ANBID Série 20, obtida em 2006 e renovada em 2016. 
Trabalhou por 34 anos no Banco do Brasil, 16 anos nas Diretorias de Finanças, Mercado de 
Capitais e na BB – Gestão de Recursos DTVM S/A. Professor dos Institutos Superiores 
UNILASALLE desde 2011, atuando em cursos da graduação e MBA. Professor-tutor em 
EAD da Fundação Getulio Vargas (RJ) desde 2007. 
 
3 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Sumário 
 
1. Conceito .......................................................................................................................... 5 
1.1. Objeto da contabilidade ............................................................................................. 5 
1.2. Objetivo da contabilidade .......................................................................................... 5 
1.3. Usuários .................................................................................................................... 5 
1.4. Base conceitual ......................................................................................................... 6 
1.4.1. Princípios da contabilidade ................................................................................. 6 
1.5. Características qualitativas fundamentais das demonstrações contábeis .................. 7 
1.6. Características qualitativas de melhoria .................................................................... 8 
2. Balanço patrimonial ....................................................................................................... 10 
2.1. Ativo ........................................................................................................................ 10 
2.1.1. Apresentação do ativo ...................................................................................... 11 
2.1.2. Ativo imobilizado ............................................................................................... 12 
2.2. Passivo.................................................................................................................... 14 
2.2.1. Apresentação do passivo .................................................................................. 15 
2.3. Patrimônio líquido .................................................................................................... 16 
2.4. Fórmula do balanço patrimonial .............................................................................. 17 
2.5. Redução ao valor recuperável de ativos (Impairment test) ...................................... 18 
2.5.1. Objetivo e alcance ............................................................................................ 18 
2.5.2. Identificação de ativos desvalorizados .............................................................. 19 
2.5.3. Determinação do valor recuperável ................................................................... 20 
2.5.4. Reversão de provisão para perdas por desvalorização ..................................... 22 
2.6. Estoque ................................................................................................................... 22 
2.6.1. Classificação e custos....................................................................................... 22 
2.6.2. Avaliação do estoque ........................................................................................ 23 
2.6.3. Custo recuperável líquido ................................................................................. 28 
3. Demonstração do resultado do exercício ....................................................................... 29 
3.1. Apurando a receita operacional líquida ................................................................... 30 
3.2. Apurando o resultado líquido ................................................................................... 30 
3.2.1. Resultado operacional bruto ............................................................................. 30 
3.2.2. Despesas administrativas, vendas, resultado financeiro líquido e variações 
cambiais ..................................................................................................................... 31 
3.2.3. Outras receitas e despesas............................................................................... 32 
3.2.4. Provisão para imposto de renda e contribuição sobre o lucro líquido ................ 32 
3.2.5. LAJIR e LAIR .................................................................................................... 33 
4 
Contabilidade Geral – Versão 1 
3.2.6. Resultado operacional líquido antes das participações ..................................... 33 
4. Demonstração de fluxo de caixa .................................................................................... 39 
4.1. Segmentação .......................................................................................................... 40 
4.2. Operações que não transitam pela DFC.................................................................. 40 
4.3. Técnicas de elaboração da DFC ............................................................................. 40 
4.3.1. Método direto .................................................................................................... 41 
4.3.2. Método indireto ................................................................................................. 41 
5. Análise das demonstrações contábeis ........................................................................... 45 
5.1 Análise vertical ......................................................................................................... 45 
5.2. Análise horizontal .................................................................................................... 48 
5.3. Índices de liquidez ................................................................................................... 51 
5.3.1. Liquidez corrente (LC)....................................................................................... 51 
5.3.2. Liquidez imediata (LI) ........................................................................................ 51 
5.3.3. Liquidez seca (LS) ............................................................................................ 52 
5.3.4. Liquidez geral ................................................................................................... 52 
5.4. Índices de estrutura de capital (endividamento)....................................................... 55 
5.4.1. Índice de endividamento geral (EG) .................................................................. 55 
5.4.2. Índice de composição de endividamento (CE) .................................................. 55 
5.4.3. Índice de endividamento oneroso (EO) ............................................................. 55 
5.4.4. Índice de cobertura de juros .............................................................................. 56 
5.5. Indicadores econômicos .......................................................................................... 59 
5.5.1. Indicadores de lucratividade.............................................................................. 60 
5.5.2. Indicadores de rentabilidade ............................................................................. 62 
5.6. Índices de atividade ................................................................................................. 65 
5.6.1 Prazo médio de rotação do estoque (PMRE) .....................................................65 
5.6.2. Prazo médio de recebimento de vendas (PMRV) .............................................. 66 
5.6.3. Ciclo Operacional (CO) ..................................................................................... 66 
5.6.4. Prazo médio de pagamento de compras (PMPC) ............................................. 66 
5.6.5. Ciclo financeiro (CF) ......................................................................................... 66 
5.6.6. Exemplificação para índices de atividade.......................................................... 67 
6. Referências.................................................................................................................... 71 
6.1. Bibliografia básica da disciplina ............................................................................... 71 
6.2. Bibliografia complementar da disciplina ................................................................... 71 
 
 
5 
Contabilidade Geral – Versão 1 
1. Conceito 
A contabilidade pode ser definida como a ciência que avalia e controla um 
determinado patrimônio, representando-o de forma gráfica e evidenciando suas 
mutações. Uma ciência que se estabelece através de interpretações, avaliações e 
análises direcionadas aos gestores e proprietários do patrimônio. 
A contabilidade é classificada como ciência social aplicada, evoluindo para atender 
às demandas e aos anseios dos usuários. O estudo da contabilidade se baseia no 
impacto das decisões humanas sobre o patrimônio da entidade, evoluindo em função 
das necessidades dos usuários. 
A contabilidade atende a todas as entidades com movimentação financeira e 
econômica. Todas essas movimentações passam pela contabilidade da empresa. 
Com base nesses registros, a contabilidade se transforma em um grande centro de 
informações econômicas e financeiras, provendo informações sobre o andamento 
da empresa. 
Essas informações são utilizadas no processo de gestão, já que apresentam o 
estado de alocação do patrimônio, incluindo os recursos disponíveis, os valores a 
pagar e o valores a receber, por exemplo. 
1.1. Objeto da contabilidade 
O patrimônio é o objeto de estudo da contabilidade. Esse patrimônio se refere ao 
conjunto de bens, direitos e obrigações expressos em uma única moeda. Esse 
estudo tem como base a avaliação qualitativa, identificando e separando cada 
elemento, e também a quantitativa, ao mensurar em moeda cada um dos elementos. 
1.2. Objetivo da contabilidade 
Partindo das decisões de gestão, com impacto econômico-financeiro, o objetivo da 
contabilidade é registrar, avaliar e controlar o impacto dessas decisões sobre o 
patrimônio afetado. 
1.3. Usuários 
Podemos dividir a contabilidade em dois grandes grupos: 
6 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Contabilidade gerencial: tem como foco o usuário interno, não se sujeita a 
regulamentação e não é divulgada para o público externo. Exemplo: custos de 
produtos, projeções das informações contábeis etc. Usuários: gestores internos, 
funcionários etc. 
Contabilidade financeira: tem como foco o usuário externo, preferencialmente os 
fornecedores de crédito e potenciais fornecedores de crédito. Essas informações são 
disponibilizadas pelas demonstrações contábeis. Usuários: investidores, governos, 
funcionários etc. 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 00 define que as demonstrações 
contábeis são divulgadas para atender aos investidores, potenciais investidores, 
credores e potenciais credores. Isso significa que as informações serão divulgadas 
com o objetivo de atender a esse segmento, e essas demonstrações não sofrerão 
alterações que dificultem ou reduzam o entendimento desse grupo. 
1.4. Base conceitual 
Como toda ciência, a contabilidade possui dogmas próprios, sendo essenciais para 
a aplicação e a compreensão das informações contábeis. No Brasil, esses dogmas 
foram formalizados pela resolução 750/1993 do Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC). 
1.4.1. Princípios da contabilidade 
Princípio da entidade. Reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e 
afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio 
particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer 
a uma pessoa, a um conjunto de pessoas, a uma sociedade ou instituição de 
qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, 
nessa acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou 
proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
O Patrimônio pertence à entidade, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou 
agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova entidade, mas 
numa unidade de natureza econômico-contábil. 
7 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Princípio da continuidade. Pressupõe que a entidade continuará em operação no 
futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio 
levam em conta essa circunstância. 
Princípio da oportunidade. Refere-se ao processo de mensuração e apresentação 
dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. A 
falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação 
contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a 
relação entre a oportunidade e a confiabilidade da informação. 
Princípio do registro pelo valor original. Determina que os componentes do 
patrimônio devem ser inicialmente registrados pelos valores originais das 
transações, expressos em moeda nacional. 
Princípio da competência. Determina que os efeitos das transações e outros 
eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou pagamento. Pressupõe a simultaneidade da confrontação de 
receitas e de despesas correlatas. 
Princípio da prudência. Determina a adoção do menor valor para os componentes 
do ativo e do maior para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas 
igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o 
patrimônio líquido. Pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício 
dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no 
sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e de que passivos e 
despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de 
mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. 
1.5. Características qualitativas fundamentais das demonstrações 
contábeis 
São duas as características qualitativas obrigatoriamente presentes nas 
demonstrações contábeis, reputadas como as mais úteis para os usuários e as 
únicas consideradas fundamentais: relevância e representação fidedigna. 
A relevância diz respeito à influência de uma informação contábil na tomada de 
decisões. As informações são relevantes quando fazem a diferença nas decisões 
8 
Contabilidade Geral – Versão 1 
econômicas dos usuários, ajudando-os a avaliar o impacto de eventos passados ou 
corrigindo suas avaliações anteriores (valor confirmatório) ou ajudando-os nos 
processos para predizer resultados futuros (valor preditivo). A relevância depende 
da natureza e também da materialidade (tamanho) do item em discussão. 
Já a representação fidedigna diz respeito a três atributos: a informação precisa ser 
completa, neutra e livre de erros. Para ser completa, precisa conter o necessário 
para que o usuário compreenda o fenômeno retratado. Para ser neutra, precisa estar 
desprovida de viés na seleção ou na apresentação, não podendo ser distorcida para 
mais ou para menos. Ser livre de erro não significa total exatidão, mas, sim, que o 
processo para obtenção da informação tenha sido selecionado e aplicado livre de 
erros. Considera-se que uma estimativa tem representação fidedigna se, além disso, 
seu montante for claramente descrito como sendo estimativa e se a natureza e as 
limitações do processo forem devidamentereveladas. 
Para ser útil, a informação precisa, concomitantemente, ser relevante e representar 
com fidedignidade a realidade reportada. 
1.6. Características qualitativas de melhoria 
As características qualitativas que melhoram a utilidade da informação relevante e 
que é representada com fidedignidade são: comparabilidade, verificabilidade, 
tempestividade e compreensibilidade. Essas características podem também 
auxiliar na escolha quando de alternativas equivalentes em termos de relevância e 
representação fidedigna. 
A comparabilidade é a característica que permite a identificação e compreensão de 
similaridades e diferenças entre os itens. É diferente da consistência, que significa 
aplicação dos mesmos métodos para os mesmos itens. A comparabilidade é o 
objetivo, enquanto a consistência é um auxílio na obtenção desse objetivo. 
Comparabilidade implica também fazer com que coisas diferentes não pareçam 
iguais ou coisas iguais não pareçam diferentes. 
A verificabilidade implica diferentes observadores poderem chegar a um consenso 
sobre o retrato de uma realidade econômica, podendo, em certas circunstâncias, 
representar uma faixa de possíveis montantes com suas respectivas probabilidades. 
9 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Pode ser direta ou indireta e, às vezes, se restringir à análise das premissas 
subjacentes a uma estimativa sobre o futuro. 
A tempestividade significa a informação estar disponível a tempo de influenciar o 
usuário em sua decisão. 
A compreensibilidade significa que a classificação, a caracterização e a 
apresentação da informação são feitas com clareza e concisão, tornando-a 
compreensível. Não é admissível a exclusão de informação complexa e não 
facilmente compreensível se isso tornar o relatório incompleto e distorcido. Os 
relatórios contábil-financeiros são elaborados na presunção de que o usuário tem 
conhecimento razoável de negócios e que age diligentemente, mas isso não exclui 
a necessidade de ajuda de consultor para fenômenos complexos. 
 
 
Clique aqui e assista ao vídeo do módulo 1: 
 
 
, 
https://www.youtube.com/watch?v=36mLTdatW0c
https://www.youtube.com/watch?v=36mLTdatW0c
https://www.youtube.com/watch?v=36mLTdatW0c
10 
Contabilidade Geral – Versão 1 
2. Balanço patrimonial 
O Balanço patrimonial é a demonstração contábil que apresenta a posição financeira 
da empresa. Ele é uma fotografia de um período e se apresenta em duas colunas: a 
primeira é o ativo, que representa a aplicação de recursos, e a segunda é o passivo 
e o patrimônio líquido, que representam as origens de recursos. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO 
PASSIVO 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 
2.1. Ativo 
O CPC 00 define ativo como “um recurso controlado pela entidade como resultado 
de eventos passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos 
para a entidade”. 
O ativo é composto de bens e direitos e representa a aplicação de recursos realizada 
pelos gestores. O objetivo é a geração de riqueza, o que justifica a manutenção 
desse bem ou direito no rol de ativos. Quando isso não ocorre, registramos a retirada 
desse bem ou direito e, como contrapartida, o registro de uma despesa. Como 
exemplo desses bens e direitos, temos: 
 Bens: dinheiro (caixa), estoque, equipamentos, veículos, terrenos etc. 
 Direitos: depósitos bancários (bancos), aplicações financeiras, contas a 
receber, duplicatas a receber, patentes, marcas etc. 
As contas do ativo têm saldo devedor. Essas contas aumentam seus saldos através 
de outros débitos e reduzem através de créditos recebidos. 
Exemplo 1 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Caixa e equivalente a caixa: 100.000,00 
Capital social: 100.000,00 
Total: 100.000,00 Total: 100.000,00 
 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
11 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Caso a empresa compre mercadorias no valor de R$20.000,00, essas mercadorias 
irão para o estoque. Assim: 
Lançamento contábil 
 D – Estoque 
 C – Caixa e equivalente a caixa: R$20.000,00 
Razonetes 
Caixa e equivalentes e caixa 
Débito Crédito 
100.000,00 
 20.000,00 
80.000,00 
 
Estoque 
Débito Crédito 
20.000,00 
 
Balanço patrimonial após o registro 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Caixa e equivalente a caixa: 
80.000,00 
Estoque: 20.000,00 
 
Capital social: 100.000,00 
Total: 100.000,00 Total: 100.000,00 
 
2.1.1. Apresentação do ativo 
Os ativos são registrados no balanço patrimonial de forma decrescente quanto à sua 
liquidez. Os ativos mais líquidos, ou seja, aqueles que a empresa consegue 
transformar mais rapidamente em recursos financeiros, estão na parte superior do 
ativo. 
O ativo se inicia por caixa e equivalente a caixa. Nessa conta, registramos o 
dinheiro que está com a empresa (caixa), depósitos bancários à vista e aplicações 
financeiras de liquidez imediata (aplicações resgatáveis em até 90 dias) até o ativo 
imobilizado, participações permanentes em outras empresas e intangível. 
12 
Contabilidade Geral – Versão 1 
O ativo total é dividido em ativo circulante e ativo não circulante. São classificados 
no ativo circulante os bens e direitos que podem se transformar em dinheiro em até 
12 meses, ou no ciclo operacional da empresa. Caso a empresa tenha o ciclo 
operacional de 18 meses, serão classificados no ativo circulante os bens e direitos 
que serão transformados em dinheiro até esse prazo. 
O CPC 00 define da seguinte forma o que será classificado como ativo circulante e 
ativo não circulante. 
 Espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou 
consumido no decurso normal do ciclo operacional da entidade. 
 Está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado. 
 Espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço. 
 É caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no pronunciamento 
técnico CPC 03 – Demonstração dos fluxos de caixa), a menos que sua 
troca ou uso para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo 
menos 12 meses após a data do balanço. 
Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes. O ativo não 
circulante é dividido em ativo realizável a longo prazo, bens e direitos que a empresa 
pretende transformar em dinheiro após 12 meses ou após ciclo operacional, além 
dos itens que não são destinados à venda, quais sejam: participações permanentes, 
ativo imobilizado e ativo intangível. 
2.1.2. Ativo imobilizado 
O CPC 27 definiu ativo imobilizado como o item tangível que é mantido para uso na 
produção ou no fornecimento de mercadorias ou serviços, para aluguel a outros ou 
para fins administrativos. Espera-se utilizar o ativo imobilizado por mais de um 
período. 
Os ativos imobilizados correspondem aos direitos que tenham por objeto bens 
corpóreos destinados à manutenção das atividades da entidade ou exercidos com 
essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram para a 
empresa os benefícios, os riscos e o controle desses bens. 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=58
13 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Quando o ativo imobilizado tem condições de utilização, permite à empresa 
reconhecer a respectiva despesa de depreciação. Essa é a forma de reconhecer, no 
resultado da empresa, o investimento realizado no ativo imobilizado. 
A despesa de depreciação é baseada na vida útil do bem e no valor residual 
estimado, ambos definidos pela empresa. 
Exemplo 2: Certa empresa adquiriu um torno elétrico por R$50.000,00. O tempo de 
vida útil do equipamento é de cinco anos, e, além disso, a empresa estima que no 
final dos cinco anos o valor da máquina seja de R$5.000,00. Dessa forma: 
Valor depreciável: Valor do bem – Valor residual => R$50.000,00 – R$5.000,00 = 
R$45.000,00 
Despesa de depreciação anual = R$45.000,00/5 = R$9.000,00 
A cada ano, teremos o seguinte lançamento:Despesa de depreciação 
Depreciação acumulada – R$9.000,00 
Despesa de depreciação 
Débito Crédito 
9.000,00 
 
9.000,00 
 
Depreciação acumulada 
Débito Crédito 
 9.000,00 
 
 9.000,00 
 
A despesa de depreciação irá compor o resultado do período. A depreciação 
acumulada é conta do ativo, reduz o valor contábil do ativo imobilizado. 
BALANÇO PATRIMONIAL 
14 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Ativo imobilizado: 
Depreciação acumulada 
50.000,00 
(9.000,00) 
Valor líquido do Imobilizado 41.000,00 
 
2.2. Passivo 
De acordo com o CPC 00, o passivo “é uma obrigação presente da entidade, 
derivada de eventos passados, cuja liquidação se espera que resulte na saída de 
recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos”. O passivo 
representa as obrigações da empresa com terceiros, representa as origens de 
recursos. Esses recursos são obtidos junto a terceiros, não tendo origem nos 
acionistas. É por isso que se diz que se trata do recurso de terceiros. Como exemplo 
dessas obrigações, temos duplicatas a pagar, empréstimos a pagar, salários a pagar, 
fornecedores, tributos a recolher etc. 
As contas do passivo têm saldo credor; aumentam seus saldos através de outros 
créditos e reduzem através de débitos recebidos. 
Exemplo 3 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Caixa e equivalente a caixa: 
100.000,00 
 
Capital social: 100.000,00 
Total: 100.000,00 Total: 100.000,00 
 
Caso a empresa compre mercadorias a prazo no valor de R$20.000,00, essas 
mercadorias irão para o estoque. 
Lançamento contábil 
 D – Estoque 
 C – Fornecedores R$20.000,00 
Razonetes 
Estoque 
Débito Crédito 
20.000,00 
15 
Contabilidade Geral – Versão 1 
 
Fornecedores 
Débito Crédito 
 20.000,00 
 
Balanço patrimonial após o registro 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Caixa e equivalente a caixa: 
100.000,00 
Estoque: 20.000,00 
Fornecedores: 20.000,00 
Capital social: 100.000,00 
Total: 120.000,00 Total: 120.000,00 
 
2.2.1. Apresentação do passivo 
O passivo é registrado no balanço patrimonial de forma decrescente quanto à sua 
exigibilidade. A exigibilidade se refere ao pagamento da obrigação. O passivo total é 
dividido em passivo circulante e passivo não circulante. No passivo circulante, 
constam as obrigações exigíveis em até 12 meses, ou no ciclo operacional da 
empresa. Caso a empresa tenha o ciclo operacional de 18 meses, as obrigações 
exigíveis em dinheiro até esse prazo serão classificadas no passivo circulante. No 
passivo não circulante serão registradas as obrigações exigíveis após 12 meses, ou 
após o ciclo operacional da empresa. 
O CPC 00 define da seguinte forma o que será classificado como passivo circulante: 
 espera-se que seja liquidado durante o ciclo operacional normal da 
entidade. 
 está mantido essencialmente para a finalidade de ser negociado; 
 deve ser liquidado no período de até doze meses após a data do balanço; 
ou 
 a entidade não tem direito incondicional de diferir a liquidação do passivo 
durante pelo menos 12 meses após a data do balanço. Os termos de um 
passivo que podem, à opção da contraparte, resultar na sua liquidação por 
meio da emissão de instrumentos patrimoniais não devem afetar a sua 
classificação. 
16 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Todos os outros passivos devem ser classificados como não circulantes. 
2.3. Patrimônio líquido 
No patrimônio líquido, temos os recursos aportados pelos acionistas, por isso é 
denominado capital próprio. O primeiro aporte econômico na empresa é o capital 
social. Posteriormente, temos o reinvestimento de lucros do período, que são as 
fontes de recursos do PL. O CPC 00 define passivo como o interesse residual nos 
ativos da entidade após serem deduzidos todos os seus passivos. 
Os recursos aportados pelos acionistas não são exigíveis, ou seja, não existe data 
para que a empresa tenha que devolvê-lo aos investidores. Isso só ocorre quando a 
empresa é encerrada e consegue pagar todas as obrigações. 
As contas do patrimônio líquido têm saldo credor. Essas contas aumentam seus 
saldos através de outros créditos e reduzem através de débitos recebidos. 
Lançamento contábil de aporte de capital social 
 D – Caixa e Equivalentes a Caixa 
 C – Capital social: R$100.000,00 
Razonetes 
Caixa e equivalentes e caixa 
Débito Crédito 
100.000,00 
 
Capital Social 
Débito Crédito 
 100.000,00 
 
Balanço patrimonial após o registro 
BALANÇO PATRIMONIAL 
Caixa e Equivalente a caixa: 
80.000,00 
 
Capital social: 100.000,00 
Total: 100.000,00 Total: 100.000,00 
 
17 
Contabilidade Geral – Versão 1 
O CPC 00 também define as contas de reservas: 
A constituição de reservas é, por vezes, exigida pelo estatuto ou por lei para 
dar à entidade e seus credores uma margem maior de proteção contra os 
efeitos de prejuízos. Outras reservas podem ser constituídas em atendimento 
a leis que concedem isenções ou reduções nos impostos a pagar quando são 
feitas transferências para tais reservas. A existência e o tamanho de tais 
reservas legais, estatutárias e fiscais representam informações que podem 
ser importantes para a tomada de decisão dos usuários. As transferências 
para tais reservas são apropriações de lucros acumulados, portanto não 
constituem despesas. 
As reservas mais comuns são: 
 Reserva legal. Determinada pela Lei 6.404/1976, é constituída por 5% do 
valor do lucro líquido do exercício, limitada a 20% do capital social. A lei diz, 
ainda, que no exercício em que a reserva legal, somada à reserva de capital, 
exceder 30% do capital social, a companhia poderá deixar de constituir a 
reserva legal. 
 Reserva de contingência. Reserva criada em função de algum evento 
incerto no futuro. O motivo seria um risco ao qual a empresa está exposta. 
Sua criação depende de aprovação em assembleia de acionistas. 
 Reserva de lucros a realizar. Reserva criada para retirar resultados 
realizados pelo regime de competência, porém sem a realização financeira. 
Essa reserva poderá ser criada caso o valor seja significativo e coloque em 
risco a liquidez financeira da empresa. 
 Reserva estatutária. Reserva de lucro definida no estatuto da empresa. 
As reservas legal, de contingência e de lucros a realizar reduzem a base de cálculo 
dos dividendos. A assembleia geral de acionistas pode deliberar a criação de outras 
reservas de lucro. 
2.4. Fórmula do balanço patrimonial 
O total das origens de recursos é igual ao total das aplicações de recursos. As 
origens são os passivos (capital de terceiros) e o patrimônio líquido (capital próprio 
e as aplicações são ativos). Logo: 
18 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Ativo = Passivo + Patrimônio líquido 
Quando a empresa está em grave situação patrimonial, podemos ter: 
Ativo + Patrimônio Líquido = Passivo 
2.5. Redução ao valor recuperável de ativos (Impairment test) 
As demonstrações contábeis apresentam a situação econômico-financeira das 
empresas ao mercado. Dessa forma, deve-se buscar a exatidão dos valores que 
constam nas demonstrações. O CPC 01 apresenta os critérios para que se ajustem 
os valores dos ativos. O objetivo é que eles não estejam registrados com valores 
superiores aos valores recuperáveis. 
A nossa legislação exige que as empresas garantam o valor recuperável dos ativos, 
e para que isso ocorra a empresa deve fazer a avaliação periódica através do teste 
de recuperabilidade. 
2.5.1. Objetivo e alcance 
De acordo com o CPC 01: 
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que 
a entidade deve aplicar para assegurar que seus ativos estejam registrados 
contabilmente por valor que não exceda seus valores de recuperação. Um 
ativo está registrado contabilmente por valor que excede seu valor de 
recuperação se o seu valor contábil exceder o montante a ser recuperado 
pelo uso ou pela venda do ativo. Se esse for o caso, o ativo é caracterizado 
como sujeito ao reconhecimento de perdas, e o Pronunciamento Técnico 
requerque a entidade reconheça um ajuste para perdas por desvalorização. 
O Pronunciamento Técnico também especifica quando a entidade deve 
reverter um ajuste para perdas por desvalorização e estabelece as 
divulgações requeridas. 
 
As regras definidas pelo CPC 01 serão aplicadas a todos ativos, exceto aqueles que 
têm regulamentação específica listados a seguir: 
 Estoques (ver CPC 16 – Estoques). 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=2
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=47
19 
Contabilidade Geral – Versão 1 
 Ativos de contrato e ativos resultantes de custos para obter ou cumprir 
contratos que devem ser reconhecidos, de acordo com o CPC 47 – Receita 
de Contrato com Cliente (alterado pela Revisão CPC 12). 
 Ativos fiscais diferidos (ver Pronunciamento Técnico CPC 32 – Tributos 
sobre o Lucro). 
 Ativos advindos de planos de benefícios a empregados (ver 
Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados); Revisão 
CPC 01. 
 Ativos financeiros que estejam dentro do alcance do CPC 48 – Instrumentos 
Financeiros (alterada pela Revisão CPC 12). 
 Propriedade para investimento que seja mensurada ao valor justo (ver 
Pronunciamento Técnico CPC 28 – Propriedade para Investimento). 
 Ativos biológicos relacionados à atividade agrícola dentro do alcance do 
Pronunciamento Técnico CPC 29 – Ativo Biológico e Produto Agrícola que 
sejam mensurados ao valor justo líquido de despesas de vender (alterado 
pela Revisão CPC 08). 
 Custos de aquisição diferidos e ativos intangíveis advindos de direitos 
contratuais de companhia de seguros contidos em contrato de seguro 
dentro do alcance do Pronunciamento Técnico CPC 11 – Contratos de 
Seguro. 
 Ativos não circulantes (ou grupos de ativos disponíveis para venda) 
classificados como mantidos para venda, em consonância com o 
Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo Não Circulante Mantido para 
Venda e Operação Descontinuada. 
2.5.2. Identificação de ativos desvalorizados 
A identificação ocorre através de fontes externas e internas. A perda do poder de 
recuperação de valor é resultado de vários fatores. Nesse caso, cabe à empresa 
fazer essa avaliação pelo menos na preparação da Demonstração Contábil anual. 
Fontes externas de informação: 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=105
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=43
https://www.google.com/search?q=CPC+32&rlz=1C1GCEU_pt-BRBR821BR821&oq=CPC+32&aqs=chrome..69i57j0l7.495j0j4&sourceid=chrome&ie=UTF-8
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=64
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Revisoes/Revisao?Id=87
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Revisoes/Revisao?Id=87
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=106
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Revisoes/Revisao?Id=107
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=59
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=60
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Revisoes/Revisao?Id=101
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=42
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=62
20 
Contabilidade Geral – Versão 1 
 Há indicações observáveis de que o valor do ativo diminuiu 
significativamente durante o período, mais do que seria de se esperar como 
resultado da passagem do tempo ou do uso normal. 
 Mudanças significativas com efeito adverso sobre a entidade ocorreram 
durante o período, ou ocorrerão em futuro próximo, no ambiente 
tecnológico, de mercado, econômico ou legal no qual a entidade opera ou 
no mercado em que o ativo é utilizado. 
 As taxas de juros de mercado ou outras taxas de mercado de retorno sobre 
investimentos aumentaram durante o período, e esses aumentos 
provavelmente afetarão a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor em 
uso de um ativo e diminuirão materialmente o valor recuperável do ativo. 
 O valor contábil do patrimônio líquido da entidade é maior do que o valor de 
suas ações no mercado. 
Fontes internas de informação: 
 Evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo. 
 Mudanças significativas, com efeito adverso sobre a entidade, ocorreram 
durante o período, ou devem ocorrer em futuro próximo, na extensão pela 
qual, ou na maneira como, um ativo é ou será utilizado. Essas mudanças 
incluem o ativo que se torna inativo ou ocioso, planos para descontinuidade 
ou reestruturação da operação à qual pertence um ativo, planos para baixa 
de ativo antes da data anteriormente esperada e reavaliação da vida útil de 
ativo como finita, em vez de indefinida. 
 Evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o 
desempenho econômico de um ativo é ou será pior que o esperado. 
2.5.3. Determinação do valor recuperável 
Para obtermos o valor recuperável de ativo, precisamos do valor contábil, do preço 
líquido de venda e do seu valor em uso. O valor recuperável será o maior valor entre 
o valor líquido de venda e o valor em uso. Caso um desses valores supere o valor 
contábil, não teremos nenhum ajuste a fazer. 
O preço líquido de venda corresponde ao valor justo. Valor justo é o preço que seria 
recebido pela venda de um ativo ou que seria pago pela transferência de um passivo 
21 
Contabilidade Geral – Versão 1 
em uma transação não forçada entre participantes do mercado na data de 
mensuração. O valor em uso é o valor presente dos fluxos de caixa que serão 
gerados pelo ativo, descontado por uma taxa definida pela empresa. Lembrando que 
cabe à empresa garantir o valor de seus ativos e passivos. Vejamos os exemplos A 
e B a seguir: 
Exemplo A) Valor Contábil não é superado pelo valor justo de venda ou pelo valor 
em uso. 
Ativo: Máquina colheitadeira, cujo valor contábil, já deduzida a depreciação 
acumulada, é de R$40.000,00. 
Valor contábil líquido R$40.000,00 
Valor justo de venda R$42.000,00 
Valor em uso R$41.000,00 
 
No exemplo, o valor justo de venda e o valor em uso são superiores ao valor contábil, 
mas bastava que apenas um deles fosse superior ao valor contábil. Nesse caso não 
fazemos nenhum ajuste; no ativo, permanecerá registrado o valor de R$40.000,00. 
Exemplo B) Valor Contábil é superado pelo valor justo de venda ou pelo valor em 
uso. 
Ativo: Máquina colheitadeira, cujo valor contábil, já deduzida a depreciação 
acumulada, é de R$40.000,00. 
Valor contábil líquido R$40.000,00 
Valor justo de venda R$39.000,00 
Valor em uso R$38.000,00 
 
O ajuste será com o valor justo de venda. Teremos uma perda de R$1.000,00, e 
esse valor será registrado da seguinte forma: 
 D – Perdas por desvalorização de ativos 
 C – Perdas por desvalorização – R$1.000,00 
22 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Perdas por desvalorização de ativos é conta de resultado, impacta a DRE 
(Demonstração do Resultado do Exercício, assunto que será abordado em detalhes 
no capítulo 3). O valor reduzirá o resultado no período de realização. A contrapartida 
reduzirá o valor do ativo. No entanto, caso seja um ativo sujeito a depreciação (por 
exemplo, um automóvel) e tenha o valor residual reavaliado, será calculado o novo 
valor, que será depreciado e, consequentemente, teremos a despesa de 
depreciação. 
2.5.4. Reversão de provisão para perdas por desvalorização 
A perda por desvalorização pode ser revertida nos períodos seguintes. Na análise 
das fontes internas e externas podemos ter a necessidade de reverter a perda 
registrada. 
2.6. Estoque 
O estoque representa os bens destinados à venda pela empresa. O tipo de estoque 
dependerá do ramo de negócios da empresa. O objetivo é definir o valor do custo a 
ser reconhecido como ativo e, consequentemente, o custo da mercadoriavendida. 
A conta estoque é registrada no ativo circulante e pode representar materiais 
relacionados a empresas comerciais, mercadorias destinadas a vendas, empresas 
industriais, matéria-prima, material em elaboração e produtos acabados, sejam eles 
de transformação (como as matérias-primas ou materiais em processo) ou de 
consumo (o estoque de material de consumo pode acontecer tanto em empresas 
comerciais quanto industriais ou de serviço). 
2.6.1. Classificação e custos 
Conforme definido no CPC 16, o estoque se caracteriza como ativo: 
a) Mantido para venda no curso normal dos negócios. 
b) Em processo de produção para venda. 
c) Na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou 
transformados no processo de produção ou na prestação de serviços. 
A composição dos custos do estoque engloba, além do preço de compra, os 
seguintes gastos: 
23 
Contabilidade Geral – Versão 1 
a) Impostos de importação e outros tributos (exceto os recuperáveis junto ao 
fisco). 
b) Custos de transporte, seguro e manuseio. 
c) Outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de produtos acabados, 
materiais e serviços. 
Descontos comerciais, abatimentos e outros itens semelhantes devem ser deduzidos 
na determinação do custo de aquisição. 
2.6.2. Avaliação do estoque 
Temos dois critérios para a valoração do estoque: 
Primeiro a Entrar é o Primeiro a Sair (PEPS): Segundo o CPC 16, pressupõe que 
os itens de estoque que foram comprados ou produzidos primeiro sejam vendidos 
em primeiro lugar e, consequentemente, os itens que permanecerem em estoque no 
fim do período sejam os mais recentemente comprados ou produzidos. 
Custo Médio Ponderado (CMP): Segundo o CPC 16, o custo de cada item é 
determinado a partir da média ponderada do custo de itens semelhantes no começo 
de um período e do custo dos mesmos itens comprados ou produzidos durante o 
período. A média pode ser determinada em base periódica ou à medida que cada 
lote seja recebido, dependendo das circunstâncias da entidade. 
2.6.2.1. Exemplo de definição do custo do estoque: 
A empresa BETA adquiriu mercadorias com as seguintes características: 
Gastos unitários R$ 
Valor de compra 500,00 
Tributos não recuperáveis 20,00 
ICMS 90,00 
IPI 50,00 
Seguro 2,00 
Frete 3,00 
Outros gastos 5,00 
Total 670,00 
 
24 
Contabilidade Geral – Versão 1 
O gasto unitário será de R$670,00, e o valor que será incorporado ao estoque 
dependerá do enquadramento tributário da empresa BETA e da utilização efetiva do 
produto. Com base nessas informações, vejamos as três hipóteses a seguir: 
 
a) A BETA é uma indústria e contribuinte do IPI e ICMS. Como esses tributos são 
recuperáveis, não integrarão o custo do produto. 
Gastos unitários R$ 
Valor de compra 500,00 
Tributos não recuperáveis 20,00 
Seguro 2,00 
Frete 3,00 
Outros gastos 5,00 
Total 530,00 
 
b) A BETA é uma empresa de vendas a varejo ou que presta serviços que incluem 
o fornecimento do desse produto. Assim, a empresa não será contribuinte do IPI. 
Nesse caso o gasto com IPI será incorporado ao gasto com o produto, e o IPI será 
recuperável e não integrará o custo do produto. 
Gastos unitários R$ 
Valor de compra 500,00 
Tributos não recuperáveis 20,00 
IPI 50,00 
Seguro 2,00 
Frete 3,00 
Outros gastos 5,00 
Total 580,00 
 
c) Caso a BETA consuma a mercadoria em seu processo interno, sem relação com 
venda, produção de bens ou prestação de serviço, o valor do gasto será o valor total 
do bem adquirido. 
Gastos unitários R$ 
Valor de compra 500,00 
Tributos não recuperáveis 20,00 
ICMS 90,00 
25 
Contabilidade Geral – Versão 1 
IPI 50,00 
Seguro 2,00 
Frete 3,00 
Outros gastos 5,00 
Total 670,00 
 
2.6.2.2. Exemplo de valoração do estoque 
Novamente vamos utilizar a empresa BETA do exemplo acima. O controle e a 
apuração serão os mesmos, não sendo alterados em função da classificação 
tributária da empresa. 
Imagine que a empresa BETA tenha apresentado um estoque inicial de 1.200 
unidades ao custo unitário de R$580,00, totalizando R$696.000,00. 
Movimentações de estoque da empresa BETA em abril de 20X0: 
Data Movimentação Quantidade Preço unitário (R$) Valor total (R$) 
01/04/20X0 Compra 2.000 600,00 1.200.000,00 
03/04/20X0 Compra 800 610,00 488.000,00 
05/04/20X0 Venda/Proc. (3.000) 
07/04/20X0 Compra 1.000 580,00 580.000,00 
 
Os valores já são líquidos, excluídos os impostos. 
2.6.2.3. Valoração pelo Custo Médio Ponderado (CMP) 
A cada movimentação de entrada no estoque, apuramos o valor do custo unitário: 
Primeira movimentação, de 01/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque inicial 
01/04/20X0 
1.200 580,00 696.000,00 
2.000 600,00 1.200.000,00 
3.200 2.360.000/3.200 = 592,50 1.896.000,00 
 
Saldo após 01/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
26 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Estoque 
01/04/20X0 
3.200 592,50 1.896.000,00 
 
Segunda movimentação, de 02/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque 
01/04 
3.200 592.50 1.896.000,00 
02/04/20X0 800 610,00 488.000,00 
 4.000 2.384.000/4.000 = 596,00 2.384.000,00 
 
Saldo após 02/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque 
02/04/20X0 
4.000 596,00 2.384.000,00 
 
Terceira movimentação, de 05/04/20X0 
Temos a saída de estoque para venda. Nesse caso, apuramos o custo da mercadoria 
vendida, ou para processamento industrial ou para prestação de serviço. 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Venda ou requisição 1.000 596,00 536.400,00 
 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque 01/04 4.000 596,00 2.384.000,00 
02/04/20X0 (3.000) 596,00 (1.788.000,00) 
 1.000 596,00 596.000,00 
 
Saldo após 05/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque 
05/04/20X0 
1.000 596,00 596.000,00 
 
Quarta movimentação, de 07/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque 
05/04 
1.000 596,00 596.000,00 
07/04/20X0 1.000 580,00 580.000,00 
27 
Contabilidade Geral – Versão 1 
 2.000 1.176.000/2.000 = 588,00 1.176.000,00 
 
Saldo após 07/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque 
02/04/20X0 
2.000 588,00 1.176.000,00 
 
2.6.2.4. Valoração pelo Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai (PEPS) 
 Quantidade Custo unitário Custo total 
Estoque inicial 1.200 580,00 696.000,00 
01/04/20X0 2.000 600,00 1.200.000,00 
02/04/20X0 800 610,00 488.000,00 
 
Os estoques são controlados individualmente, mantendo o preço de entrada. Para a 
venda ou requisição de 3.000 unidades em 05/04/20X0, iniciaremos pelas aquisições 
mais antigas até chegarmos na quantidade desejada: 
Controle físico 
 Quantidade Saídas Saldo 
Estoque inicial 1.200 (1.200) zero 
01/04/20X0 2.000 (1.800) 200 
Total 3.000 (3.000) 
 
Controle financeiro 
 Quantidade Custo unitário(R$) Custo total(R$) 
Estoque inicial 1.200 580,00 (696.000,00) 
01/04/20X0 1.800 600,00 (1.080.000,00) 
Total 3.000 (1.788.000,00) 
 
Saldo após 05/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário (R$) Custo total (R$) 
Estoque inicial 0 580,00 Zero 
01/04/20X0 200 600,00 1.200,00 
02/04/20X0 800 610,00 488.000,00 
 
28 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Movimentação em 07/04/20X0 
Saldo após 07/04/20X0 
 Quantidade Custo unitário(R$) Custo total (R$) 
01/04/20X0 200 600,00 1.200,00 
02/04/20X0 800 610,00 488.000,00 
07/04/20X0 1.000 580,00 588.000,00 
 
As empresas podem seguir um desses métodos. Como observamos, eles 
apresentam valores de saídas diferentes e saldos financeiros também diferentes. 
2.6.3. Custo recuperável líquido 
Em muitos casos, o valor contábil do estoque pode não ser recuperável. Por isso, 
precisamos ajustá-lo ao valor recuperável líquido. Segundo o CPC 16: 
O custo dos estoques pode não ser recuperável caso esses estoques estejam 
danificados, caso se tornem total ou parcialmente obsoletos ou caso seus 
preços de venda tiverem diminuído.O custo dos estoques pode também não 
ser recuperável se os custos estimados de acabamento ou os custos 
estimados a serem incorridos para realizar a venda tiverem aumentado. A 
prática de reduzir o valor de custo dos estoques (write down) para o valor 
realizável líquido é consistente com o ponto de vista de que os ativos não 
devem ser escriturados por quantias superiores àquelas que se espera que 
sejam realizadas com a sua venda ou uso. 
 
O valor da redução será registrado como despesa no período que se verifique a 
perda, tendo como contrapartida a redução do valor do estoque. 
 
 
Clique aqui e assista ao vídeo do módulo 2: 
 
 
 
https://youtu.be/BF5Wg-mKf3g
https://youtu.be/BF5Wg-mKf3g
https://youtu.be/BF5Wg-mKf3g
29 
Contabilidade Geral – Versão 1 
3. Demonstração do resultado do exercício 
A Demonstração do resultado do exercício (DRE) é a responsável por apresentar o 
resultado econômico da empresa em um período. Para apurar esse resultado, 
apresentamos as receitas, os custos e as despesas segundo o princípio da 
competência – ou seja, temos todos esses elementos que ocorreram no período 
observado, independentemente da realização financeira dos registros. 
Seguindo o regime de competência, receitas e despesas são registradas em função 
do período de efetiva ocorrência, ou seja, são apropriadas em função do período em 
que foram obtidas ou consumidas. Vamos a um exemplo de apropriação de despesa: 
Contratação de um seguro 
 Prazo: 12 meses. 
 Prêmio de seguro: R$3.600,00 
 Pagamento em três parcelas de R$1.200,00 
Na contratação 
 Débito na conta seguros a vencer (ativo), referente ao direito ao seguro. 
 Crédito na conta seguros a pagar (passivo), referente a obrigado do 
pagamento. 
 Valor: R$3.600,00 
Pagamento 
 Débito na conta seguros a pagar (passivo), reduzido a obrigação. 
 Crédito na conta caixa e equivalente a caixa (ativo), reduzido o saldo da 
conta. 
 R$1.200,00 
Apropriação da despesa 
 Débito em despesa de seguro, conta que se registra na DRE, referente à 
despesa mensal do seguro. 
 Crédito de seguros a vencer (Ativo), referente à redução do direito em 
função do prazo. 
 Valor: R$300,00 
30 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Na DRE, temos o impacto de R$300,00 por mês. O contrato foi feito por 12 meses, 
então esse será o período de apropriação ao resultado da empresa. 
3.1. Apurando a receita operacional líquida 
A apuração é realizada da seguinte forma: 
1) Receita bruta de vendas e serviço. 
2) Deduções da receita bruta, quais sejam: 
 Vendas canceladas 
 Abatimentos 
 Impostos incidentes sobre venda (IPI, ICMS, ISS, PIS, COFINS). 
3) Receita líquida de vendas e serviços = Receita bruta de vendas e 
serviços. 
Exemplo 1: Resultado da empresa DRACMA S.A. em abril 20X0. 
Receita bruta 600.000,00 
Devolução de vendas (17.500,00) 
Vendas canceladas (10.000,00) 
Abatimentos (3.500,00) 
Descontos comerciais (3.500,00) 
Tributos sobre vendas (181.290,00) 
IPI (54.000,00) 
ICMS (97.200,00) 
ISS (12.000,00) 
COFINS (3.510,00) 
PIS (14.580,00) 
Receita operacional líquida 401.210,00 
 
3.2. Apurando o resultado líquido 
Após a apuração da receita operacional líquida, que é a base para a demonstração 
publicada, evoluímos com o registro dos demais valores. 
3.2.1. Resultado operacional bruto 
Calculando a receita operacional liquida, iniciamos a construção da DRE. O custo 
corresponde aos custos dos produtos vendidos ou das mercadorias vendidas ou 
31 
Contabilidade Geral – Versão 1 
dos serviços prestados, dependendo do ramo de atuação de cada empresa. O 
resultado operacional bruto é obtido da seguinte forma: 
Receita Operacional Liquida 
(-) Custo dos produtos vendidos e/ou 
(-) Custo da mercadoria vendida e/ou 
(-) Custo do serviço prestado 
= Resultado Operacional Bruto 
Caso o resultado operacional bruto seja positivo, teremos o lucro bruto 
operacional; caso o resultado seja negativo, teremos prejuízo bruto. 
3.2.2. Despesas administrativas, vendas, resultado financeiro líquido e 
variações cambiais 
As despesas são os gastos realizados para a obtenção de receitas. Na DRE 
separamos por despesas administrativas, referente às despesas das áreas de 
apoio e administração, e as despesas de vendas, referentes aos gastos para a 
realização das vendas de produtos, mercadorias ou prestação de serviço. 
O resultado financeiro líquido corresponde à diferença entre as despesas 
financeiras, referentes aos juros de empréstimos e financiamentos, e as receitas 
financeiras, correspondentes ao recebimento de juros de empréstimos e 
financiamentos concedidos. 
As variações monetárias passivas ou ativas correspondem ao impacto da 
valorização ou desvalorização de direitos a receber ou obrigações a pagar em 
outras moedas – no caso do Brasil diferentes, do real. 
 
32 
Contabilidade Geral – Versão 1 
3.2.3. Outras receitas e despesas 
Nesse item, registramos o valor líquido das vendas de ativo circulante. Esse valor 
corresponde à diferença entre o valor da venda desse ativo, deduzido do 
respectivo custo contábil líquido mais os gastos com a venda. 
Outro valor registrado é o resultado com equivalência patrimonial. O resultado de 
equivalência patrimonial é gerado pelos investimentos permanentes da empresa. 
Corresponde ao registro da variação do patrimônio líquido da empresa investida. 
Esse ganho é proporcional à participação na empresa. 
Exemplo 2: A empresa SLW S.A. tem participação na empresa ABC S.A. A SLW 
S.A. possui 80% do capital da empresa ABC S.A. Supondo que a operação tenha 
sido em 20X0: 
Patrimônio líquido – ABC = R$100.000,00 
A participação da SLW será de R$100.000,00 x 80% = R$80.000,00. Esse é o 
valor registrado no ativo. Supondo que, no final de 20X1, o patrimônio líquido da 
ABC S.A seja de R$ 150.000,00, o ganho de equivalência será de quanto? 
Nesse caso, a variação do patrimônio líquido foi de R$50.000,00, por isso a SLW 
S.A. contabilizará como resultado de equivalência 80% desse valor: 
R$50.000,00 x 80% = R$40.000,00 
Esse será o resultado de equivalência patrimonial. 
3.2.4. Provisão para imposto de renda e contribuição sobre o lucro 
líquido 
Corresponde ao cálculo do Imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ) e da 
Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). Ambos são apurados sobre o 
resultado operacional antes do imposto de renda e da contribuição sobre o lucro 
líquido. A base de cálculo é: 
33 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Resultado operacional liquida 
(-) Despesas administrativas 
(-) Despesas de vendas 
(-) Resultado financeiro 
(-) Outras despesas e receitas 
= Resultado operacional antes do imposto de renda e da contribuição sobre 
o lucro líquido 
3.2.5. LAJIR e LAIR 
Trata-se de duas nomenclaturas bastante utilizadas em lucros. O LAJIR corresponde 
ao lucro antes dos juros, do imposto de renda e da contribuição do lucro líquido. 
Assim: 
Resultado Operacional Liquida 
(-) Despesas Administrativas 
(-) Despesas de Vendas 
(-) Outros Despesas e Receitas 
= LAJIR 
O LAIR é lucro antes do imposto de renda e da contribuição do lucro líquido. 
Corresponde integralmente ao resultado operacional antes do imposto de renda e 
da contribuição sobre o lucro líquido. 
3.2.6. Resultado operacional líquido antes das participações 
Corresponde ao resultado líquido da empresa no período, deduzidas todas as 
despesas. O cálculo do resultado operacional antes do imposto de renda e da 
contribuição sobre o lucro líquido é: 
34 
Contabilidade Geral – Versão 1 
(-) Despesas administrativas 
(-) provisão para o imposto de renda 
(-) Resultado financeiros 
(-) Outras despesas e receitas 
= Resultado operacional antes do imposto de renda e da contribuição sobre 
o lucro líquido 
O LAIR é lucro antes do imposto de renda e da contribuição do lucro líquido. 
Corresponde integralmente ao resultado operacional antes do imposto de renda e 
da contribuição sobreo lucro líquido. 
A seguir o modelo para apuração do resultado líquido do período. 
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 
(-) CUSTOS DAS VENDAS 
Custo dos produtos vendidos 
Custo das mercadorias 
Custo dos serviços prestados 
= RESULTADO OPERACIONAL BRUTO 
(-) DESPESAS OPERACIONAIS 
Despesas com vendas 
Despesas administrativas 
(-) DESPESAS FINANCEIRAS LÍQUIDAS 
- Despesas financeiras 
(+) Receitas financeiras 
Variações monetárias e cambiais passivas 
(-) Variações monetárias e cambiais ativas 
(+ ou -) OUTRAS RECEITAS E DESPESAS 
35 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Resultado da equivalência patrimonial 
Venda de bens e direitos do ativo não circulante 
(-) Custo da venda de bens e direitos do ativo não circulante 
= RESULTADO OPERACIONAL ANTES DO IMPOSTO DE RENDA E DA 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL E SOBRE O LUCRO (LAIR) 
(-) Provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social Sobre o Lucro 
= LUCRO LÍQUIDO ANTES DAS PARTICIPAÇÕES 
(-) Debêntures, empregados, participações de administradores, partes 
beneficiárias, fundos de assistência e previdência para empregados 
(=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 
Exemplo 3: Na Dracma S.A., os custos são os gastos efetivos com a produção de 
bens, aquisição dos produtos vendidos ou para a prestação dos serviços realizados. 
Os bens produzidos ou adquiridos para a venda são retirados da conta estoque, 
pertencente ao ativo. Vamos supor que a Dracma tenha vendido R$100.000,00 de 
bens produzidos e prestado serviços no total de R$40.000,00. 
As despesas são os gastos realizados para a obtenção de receitas, incluindo-se 
todas as despesas administrativas, de vendas e outros gastos realizados pela 
empresa. Vamos supor que a empresa tenha gastos administrativos de R$40.000,00 
e gastos com vendas de R$30.000,00. 
As despesas financeiras líquidas representam a diferença entre as despesas 
financeiras e as receitas financeiras. São valores referentes aos juros incorridos em 
função de empréstimos e financiamentos obtidos, descontos concedidos ou outros 
gastos 
Para a obtenção de recursos de terceiros, as receitas financeiras têm origem nos 
rendimentos de aplicações financeiras, juros incorridos por empréstimos concedidos, 
descontos obtidos e juros de mora incorridos. As variações monetárias passivas têm 
como base a variação cambial de direitos ou obrigações em outras moedas. Vamos 
supor que o montante líquido dessas despesas seja de R$15.000,00 na Dracma. 
36 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Em outras receitas e despesas temos os resultados de equivalência patrimonial e o 
valor líquido das vendas de ativos não circulantes. O resultado de equivalência se 
refere à participação que a empresa possui em outras empresas. O valor será a 
variação do patrimônio líquido da investida e corresponde ao percentual de 
participação do investidor. 
A participação sobre os resultados de debêntures, empregados, participações de 
administradores, partes beneficiárias, fundos de assistência e previdência para 
empregados são derivados de acordos, do estatuto da empresa e de outros que não 
são dedutíveis da base de cálculo do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social 
sobre o Lucro Líquido (CSLL). No exemplo da Dracma, a empresa pagará 15% do 
resultado após IR/CSLL à título de participação dos resultados. 
A empresa Dracma S.A. é proprietária da Venture Ltda., possuindo 20% do capital 
da empresa. A seguir, as informações do patrimônio líquido da Venture Ltda. em 
31/12/20X0 e em 31/12/20X1: 
31/12/20X0 
Capital social R$150.000,00 
Reservas de lucros R$60.000,00 
Total R$210.000,00 
 
Em 31/12/20X0, o ativo da Dracma terá registrado no seu ativo o valor de 
R$42.000,00, correspondente à participação na Ventura Ltda. 
31/12/20X1 
Capital social R$150.000,00 
Reservas de lucros R$90.000,00 
Total R$240.000,00 
 
Nesse período a empresa teve uma variação de patrimônio líquido de: 
R$240.000,00 – R$210.000,00 = R$30.000,00 
37 
Contabilidade Geral – Versão 1 
A Dracma S.A. tem direito a 20% desse aumento; logo, registrará esse ganho na sua 
DRE. 
R$30.000,00 x 20% = R$6.000,00 
Após esse registro, a empresa Dracma S.A. passará a ter a seguinte posição em seu 
ativo: 
Participações permanentes – Venture Ltda. R$42.000,00 
Resultado de equivalência patrimonial R$6.000,00 
Total R$48.000,00 
 
Considerando a alíquota conjunta do IR/CSLL de 34%, teremos: 
Receita operacional líquida R$600.000,00 
(-) Custo dos produtos vendidos (R$100.000,00) 
(-) Custo dos serviços prestados (R$40.000,00) 
Resultado operacional bruto R$460.000,00 
Despesas operacionais (administrativas e de vendas) (R$70.000,00) 
Despesa financeira líquida (R$15.000,00) 
Outras receitas ou despesas R$6.000,00 
Resultado operacional antes do IR/CSLL R$381.000,00 
(-) Provisão para IR/CSLL (R$129.540,00) 
Resultado líquido antes das participações R$251.460,00 
Participações sobre o resultado (R$15.000,00) 
Resultado líquido do período R$236.460,00 
 
A remuneração dos acionistas e as reservas de lucros são apuradas após o resultado 
líquido do período. Vamos supor que a empresa destine 40% do lucro para 
pagamento de dividendos e R$40.000,00 de reserva de contingências. Nesse caso, 
teremos: 
Receita operacional líquida R$236.460,00 
(-) Reserva legal (PL) R$236.460,00 x 5% (R$11.823,00) 
(-) Reserva de contingência (PL) (R$40.000,00) 
Base de cálculo dos dividendos R$184.637,00 
(-) Dividendos a pagar R$184.637,00 x 40% (R$73.854,80) 
Participações sobre o resultado (R$15.000,00) 
38 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Resultado líquido do período R$236.460,00 
 
39 
Contabilidade Geral – Versão 1 
4. Demonstração de fluxo de caixa 
A demonstração de fluxo de caixa (DFC) é a única demonstração contábil que não 
segue o regime de caixa. O CPC 03 define o objetivo e as informações da DFC: 
“Informações sobre o fluxo de caixa de uma entidade são úteis para proporcionar 
aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade de 
a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa, bem como as necessidades da 
entidade de utilização desses fluxos de caixa.” 
Analisando a DFC, podemos observar o destino de todos os recursos financeiros 
que saíram do caixa e equivalente a caixa, bem como as fontes dos recursos 
financeiros que entraram no caixa e equivalente a caixa da empresa. 
A DFC tornou-se obrigatória pela Lei 11.638/2007 para grandes empresas e 
empresas de capital aberto. As empresas de capital fechado e com patrimônio líquido 
inferior de R$2 milhões não estão obrigadas a elaborar e publicar a DFC. 
Tal como a DRE, a DFC é uma demonstração dinâmica e também pode ser avaliada 
ao compararmos com o que está no Balanço Patrimonial. Por exemplo: 
Ativo circulante 
Caixa e equivalente a caixa 
31/12/20X0 31/12/20X1 
R$1.700.000,00 R$2.800.000,00 
 
Veja nesse quadro que temos uma fotografia – os saldos inicial e final do período, 
apresentados de forma estática. A DFC apresentará os lançamentos que justificam 
a variação de R$1.100.000,00 ocorrida no período. 
Quando comparamos a DRE e a DFC, observamos diferenças importantes. A DRE 
segue o regime de competência, apresentando o resultado econômico do período e 
sem relação com o impacto em Caixa e Equivalentes a caixa. A DFC segue o regime 
de caixa, e somente registramos os registros que se efetivaram por impactos 
financeiros. Dessa forma, o saldo final da DFC é o resultado financeiro do período. 
http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=34
40 
Contabilidade Geral – Versão 1 
4.1. Segmentação 
A Lei 11.638/2007 alterou os artigos 176 e 188 da Lei 6.404/1976, incluindo a DFC 
entre as demonstrações contábeis entre as que deverão ser publicadas pelas 
empresas. A lei define a seguinte segmentação para a DFC: 
1) Atividades operacionais. Representam os lançamentos originados da 
atividade principal da empresa. Podemos identificar as receitas de 
vendas de produtos deprestação de serviço bem como os gastos 
decorrentes do comércio, indústria ou prestação de serviço. 
2) Atividades de financiamento. Referem-se às origens de recursos de 
terceiros, sejam eles empréstimos, financiamentos ou aportes de capital 
dos acionistas. Registramos aqui as entradas desses recursos, bem 
como a amortização e os pagamentos de dividendos. Cabe observar que 
o CPC 03 também permite que o pagamento de dividendos impacte a 
DFC Operacional. 
3) Atividades de investimento. Aqui, temos os desembolsos em 
aplicações realizadas no ativo não circulante, ou seja, no subgrupo 
denominado “Realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e 
intangível”. Temos também as entradas por venda de bem registrado no 
ativo imobilizado. 
4.2. Operações que não transitam pela DFC 
Na DFC, registramos as operações que efetivamente tenham impacto em dinheiro 
nas contas da empresa. Dessa forma, transações de investimento e financiamento 
que impactem o caixa ou equivalentes de caixa não transitam na DFC. Por exemplo, 
o sócio integraliza sua participação com máquinas e outros equipamentos, que não 
transitam na demonstração dos fluxos de caixa. Essas operações são divulgadas 
nas notas explicativas, permitindo que os usuários obtenham a informação. 
4.3. Técnicas de elaboração da DFC 
A DFC poderá ser elaborada por dois métodos: 
a) Método direto. 
b) Método indireto. 
41 
Contabilidade Geral – Versão 1 
4.3.1. Método direto 
O método direto apresenta diretamente as movimentações de crédito e débito brutas 
resultantes das atividades operacionais (FIPECAFI). Ao utilizarem o método direto, 
as empresas devem detalhar os fluxos das operações, no mínimo, nas classes 
seguintes: 
a) Recebimentos de clientes, incluindo os recebimentos de arrendatários, 
concessionários e similares. 
b) Recebimentos de juros e dividendos. 
c) Outros recebimentos das operações, se houver. 
d) Pagamentos a empregados e a fornecedores de produtos e serviços, aí 
incluídos segurança, propaganda, publicidade e similares. 
e) Juros pagos. 
f) Impostos pagos. 
g) Outros pagamentos das operações, se houver. 
4.3.2. Método indireto 
O método indireto faz a conciliação entre o lucro líquido do período e o caixa gerado 
pela atividade operacional. Para que isso ocorra, precisamos fazer ajustes ao lucro 
líquido do período. 
Ajustes do lucro líquido: Devem ser adicionados ao lucro líquido do período os 
registros ocorridos na DRE que não impactam Caixa e Equivalente a caixa. Por 
exemplo: depreciação e perdas com devedores duvidosos. 
Registro da DFC: Os registros na DFC têm como partida as alterações ocorridas 
nas contas que registram o ciclo operacional da empresa; basicamente, as contas 
do ativo circulante e do passivo circulante 
Vamos avaliar, inicialmente as movimentações no ativo circulante. Quando 
vendemos o estoque, temos uma redução da conta estoque, e espera-se que esse 
valor se transforme em Caixa. O inverso ocorre quando aumentamos o estoque: 
temos uma saída de caixa. Segundo essa análise, as diminuições no ativo circulante 
operacional aumentam o caixa, e os aumentos no ativo circulante operacional 
consomem caixa. 
42 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Os aumentos do passivo circulante têm o efeito oposto sobre o caixa. Quando os 
fornecedores concedem créditos, o caixa é liberado para outras atividades. Por outro 
lado, quando a empresa diminui a conta de fornecedores, está usando caixa para 
solver compromissos. Conclusão: os aumentos do PC produzem caixa, e as 
diminuições usam caixa. 
Todos esses ajustes fazem parte das atividades operacionais. As demais atividades 
de investimento e de financiamento serão elaboradas nos mesmos moldes do 
método direto, usando-se, para tanto, os dados do balanço patrimonial. 
Voltemos ao exemplo da empresa Dracma S.A: 
Balanço Patrimonial: 31/12/20X0 
Ativo 
 
Passivo 
Ativo circulante 50.000,00 Passivo circulante 50.000,00 
Banco 10.000,00 Fornecedores 35.000,00 
Estoque 40.000,00 Salários a pagar 15.000,00 
Ativo não circulante 95.000,00 
Investimentos 15.000,00 Passivo não circulante 15.000,00 
Imobilizado líquido 45.000,00 Duplicatas a pagar 15.000,00 
 Patrimônio líquido 45.000,00 
 Capital social 30.000,00 
 Reserva de lucros 15.000,00 
Total 110.000,00 Total 110.000,00 
 
Balanço Patrimonial: 31/12/20X1 
Ativo Passivo 
Ativo circulante 104.225,00 Passivo circulante 62.200,00 
Banco 93.125,00 Fornecedores 35.000,00 
Estoque 10.000,00 Salários a pagar 15.000,00 
Seguros a vencer 1.100,00 Seguros a pagar 800,00 
Ativo não circulante 84.000,00 Dividendos a pagar 11.370,00 
Investimentos 15.000,00 Passivo não circulante 15.000,00 
Imobilizado líquido 44.000,00 Duplicatas a pagar 15.000,00 
 Patrimônio líquido 122.100,00 
Terreno 25.000,00 Capital social 80.000,00 
 Reserva de lucros 31.055,00 
43 
Contabilidade Geral – Versão 1 
 
 
Total 188.225,00 Total 188.225,00 
 
Outros dados da Dracma S.A. referentes a 31/12/20X1: 
 Receita de vendas: R$100.000,00. 
 Custo de mercadoria: R$30.000,00. 
 Despesa de salário: R$15.000,00 (pagos no mês seguinte). 
 Despesas administrativas: R$17.000,00. 
 IR/CSLL: 25%. 
 Aumento do capital social: R$50.000,00 (aporte em dinheiro dos acionistas). 
 A empresa contratou um seguro pelo prazo de 12 meses. O pagamento foi 
em três parcelas iguais, a primeira no ato da contratação: R$1.200,00 (valor 
total). 
 Dividendos: 40% do lucro líquido (Provisionado). 
 Compra de terreno: R$25.000,00 (Pagamento à vista). 
 Despesa de depreciação: R$1.000,00. 
DRE: 31/01/20X1 
Receita 100.000,00 
CMV (30.000,00) 
= Lucro bruto 70.000,00 
Despesas administrativas (17.000,00) 
Despesas salariais (15.000,00) 
Despesa de depreciação 
ggggggggddddddDeprrdepreciação 
(1.000,00) 
Despesa de seguros (100,00) 
= LAIR 36.900,00 
IR/CSLL (9.475,00) 
= Lucro líquido 27.425,00 
 
Dessa forma, pelo método direto do DFC, teremos: 
DFC Direto 
Fluxo de caixa da atividade operacional 58.125,00 
+ Recebimento de clientes 100.000,00 
- Pagamento de salários (15.000,00) 
44 
Contabilidade Geral – Versão 1 
- Pagamento de despesas administrativas (17.000,00) 
- Pagamento de seguro (400,00) 
- Pagamento de IR/CSLL (9.475,00) 
Fluxo de caixa de investimentos (25.000,00) 
Terreno (25.000,00) 
Fluxo de caixa de financiamentos 50.000,00 
Aumento do capital social 50.000,00 
Variação total (58.125 – 25.000 + 50.000) 83.125,00 
Saldo inicial 10.000,00 
Variação do período 83.125,00 
Saldo final 93.125,00 
 
Fluxo de caixa da atividade operacional 58.125,00 
Lucro líquido 27.425,00 
Depreciação 1.000,00 
Lucro líquido ajustado 28.425,00 
Variações do ativo circulante (operacional) 28.900,00 
+ Redução do estoque 30.000,00 
 
- Aumento de seguros a vencer (1.100,00) 
Variações do passivo circulante 
(operacional) 
800,00 
+ Aumento de seguros a pagar 800,00 
Fluxo de caixa de investimentos (25.000,00) 
Terreno (25.000,00) 
Fluxo de caixa de financiamentos 50.000,00 
Aumento do capital social 50.000,00 
Variação total (58.125 – 25.000 + 50.000) 83.125,00 
Saldo inicial 10.000,00 
Variação do período 83.125,00 
Saldo final 93.125,00 
 
 
 
Acesse a demonstração contábil da Vale: http://www.vale.com/PT/investors/information-
market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf 
Navegue e identifique o balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício e a 
demonstração do fluxo de caixa. Identifique, nas demonstrações, as etapas que estudamos 
até aqui. 
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdfhttp://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf
http://www.vale.com/PT/investors/information-market/financial-statements/FinancialStatementsDocs/BRGAAP%202T19%20-%20Final.pdf
45 
Contabilidade Geral – Versão 1 
5. Análise das demonstrações contábeis 
As informações contábeis são importantes para gestores e investidores, permitindo 
a análise e a avaliação da situação econômico-financeira de uma empresa. A análise 
através de índices amplia a capacidade avaliação da empresa, por permitir a 
comparação com empresas em outros mercados e outros períodos. 
Por meio desses índices, podemos avaliar o desempenho da gestão econômica, 
financeira e patrimonial da empresa, confrontando os dados com períodos anteriores 
e avaliando indicadores na projeção das demonstrações contábeis, e comparando-
os com as metas e com os demais pontos do planejamento. 
Formas de análise 
Temos três formas de analisar as demonstrações contábeis. 
 Análise vertical. 
 Análise horizontal. 
 Índices. 
Cada uma delas possui um objetivo específico, porém é importante termos em mente 
que esses resultados precisam de uma avaliação ampla, que considere os cenários 
econômicos e os fatores internos nessa avaliação. 
5.1 Análise vertical 
A Análise Vertical, ou análise por coeficiente, é o método pelo qual comparamos 
um elemento isolado com relação ao todo. Em nosso caso específico, selecionamos 
um item do balanço patrimonial – por exemplo, o estoque – e comparamos com o 
total do ativo. Teremos, como resultado, o percentual de alocação que a empresa 
possui em estoque. 
Exemplo 1 
Valor do estoque: R$150.000,00 
Valor do ativo total: R$1.000.000,00 
Teremos: 
46 
Contabilidade Geral – Versão 1 
R$150.000,00/R$1.000.000,00 = 0,15, ou 15%. Ou seja, 15% da alocação de 
recursos está destinada ao estoque. Podemos comparar esse número com os 
registrados pela empresa em outros períodos, ou mesmo comparar com empresas 
concorrentes, avaliando se esse realizado está compatível ou não. 
Podemos fazer essa avaliação em todas as demonstrações. Para termos uma boa 
análise é importante contarmos com uma boa base conceitual contábil. 
Fórmula de cálculo 
Resolvemos por regra de três. 
Ativo total = 100% 
Estoque = X 
Logo: 
 
 
Exemplo 2: Balanço Patrimonial – Cia. Araz S.A. 
Ativo 
Contas Valores (R$) Análise Valores (R$) Análise 
Ativo circulante 600.000,00 60,00% 442.800,00 51,03% 
Caixa e equivalente a caixa 80.000,00 8,00% 50.000,00 5,76% 
Clientes 54.000,00 5,40% 40.000,00 4,61% 
Estoque 30.000,00 3,00% 10.000,00 1,15% 
Investimentos 436.000,00 43,60% 342.800,00 39,50% 
Ativo não circulante 400.000,00 40,00% 425.000,00 48,97% 
Investimentos 100.000,00 10,00% 120.000,00 13,83% 
Participações permanentes 90.000,00 9,00% 95.000,00 10,95% 
Imóveis 170.000,00 17,00% 170.000,00 19,59% 
Intangível 40.000,00 4,00% 40.000,00 4,61% 
Ativo total 1.000.000,00 100,00% 867.800,00 100,00% 
 
47 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Feita a análise vertical do ativo, podemos comparar os resultados com os da própria 
empresa. Conforme colocado na tabela, já identificamos mudanças entre os 
períodos. Essas análises são contextualizadas com o cenário econômico e com a 
estratégia da empresa para o período. Por exemplo, o aumento do saldo de 
duplicatas a receber pode ser resultado da estratégia da empresa de manter o nível 
de vendas em momentos que os consumidores estão com redução no poder de 
compras à vista. 
Balanço patrimonial 
 31/12/20X1 31/12/20X0 
Contas Valores (R$) Análise Valores (R$) Análise 
Passivo circulante 400.000,00 40,00% 319.800,00 36,85% 
Fornecedores 20.000,00 2,00% 15.000,00 1,73% 
Tributos a recolher 95.000,00 9,50% 42.800,00 4,93% 
Salários a pagar 45.000,00 4,50% 52.000,00 5,99% 
Empréstimos a pagar 240.000,00 24,00% 210.000,00 24,20% 
Passivo não circulante 300.000,00 30,00% 250.000,00 28,81% 
Financiamentos 300.000,00 30,00% 250.000,00 28,81% 
Patrimônio líquido 300.000,00 30,00% 298.000,00 34,34% 
Capital social 270.000,00 27,00% 270.000,00 31,11% 
Reservas de lucro 30.000,00 3,00% 28.000,00 3,23% 
Passivo + PL 1.000.000,00 100,00% 867.800,00 100,00% 
 
A análise vertical do passivo e do patrimônio líquido (PL) complementam a análise 
do balanço patrimonial. A análise também pode ser realizada nos subgrupos. 
Exemplo: no PL, qual a participação das reservas de lucro? Nesse caso, avaliamos 
apenas o PL, considerado o total do subgrupo como base. 
 31/12/20X1 31/12/20X0 
Patrimônio líquido 300.000,00 100,0% 298.000,00 100,0% 
Capital social 270.000,00 90,0% 270.000,00 90,6% 
Reservas de lucro 30.000,00 10,0% 28.000,00 9,4% 
 
Nessa análise, verificamos o aumento da participação das reservas, no total do 
patrimônio líquido. Isso indica que houve reinvestimento de lucro no período, já que 
as reservas de lucro aumentam em função do resultado do período. 
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Contabilidade Geral – Versão 1 
Demonstrativo de resultado do exercício 
 
31/12/20X1 31/12/20X0 
 
Receita líquida de vendas 700.000,00 100,0% 520.000,00 100,0% 
(Custo da mercadoria vendida) -250.000,00 -35,7% -190.000,00 -36,5% 
Resultado bruto 450.000,00 64,3% 330.000,00 63,5% 
(Despesa administrativa) -90.000,00 -12,9% -100.000,00 -19,2% 
(Despesas de vendas) -80.000,00 -11,4% -60.000,00 -11,5% 
Resultado financeiro -35.000,00 -5,0% -26.000,00 -5,0% 
Receita financeira 5.000,00 0,7% 4.000,00 0,8% 
(Despesa financeira) -40.000,00 -5,7% -30.000,00 -5,8% 
Resultado operacional 245.000,00 35,0% 144.000,00 27,7% 
(IR/CSLL) -83.300,00 -11,9% -48.960,00 -9,4% 
Resultado operacional líquido 161.700,00 23,1% 95.040,00 18,3% 
 
Para a análise da demonstração do resultado do exercício, a base será a receita 
operacional líquida. Nessa análise, avaliamos qual foi o percentual da receita 
consumido pelo custo da mercadoria e por despesas segmentadas. 
No exemplo, o resultado operacional líquido teve um bom aumento percentual – ou 
seja, comparando o resultado líquido com a receita do período, a empresa gerou 
mais resultado para os acionistas do que o ano anterior. Verificando o que pode ter 
ocorrido, identificamos que também diminui o impacto das despesas administrativas 
entre os períodos; ou seja, o aumento percentual do lucro foi resultado da redução 
percentual das despesas administrativas. 
5.2. Análise horizontal 
A análise horizontal, ou análise por números-índices, tem como objetivo 
apresentar o comportamento de uma conta entre diversos períodos. Dessa forma, 
podemos analisar o comportamento das diversas contas ao longo do tempo, 
permitindo identificar tendências e avaliar o que precisa ser corrigido. Utilizando a 
informação da empresa Araz nos anos de 20X0 e 20X1. a fórmula de cálculo é: 
(AC 20X1 ÷ AC20X0) – 1 = (400.000 ÷ 319.800) – 1 = 0,2508 ou 25,08% 
49 
Contabilidade Geral – Versão 1 
Essa análise pode envolver dois ou mais períodos, podendo ser um período base, 
ou com a base móvel, comparando o resultado mais recente. Veja o exemplo a 
seguir. 
Avaliando-se a evolução do lucro da Araz ao longo do período, e tomando-se como 
base 31/12/20X0, os valores obtidos são: 
31/12/20X0 Variação 31/12/20X1 Variação 31/12/20X2 
95.040,00 70,1% 161.700,00 3,1% 98.000,00 
 
A seguir, o cálculo com a base móvel. Calculamos a variação de 31/12/20X1 com a 
base de 31/12/20X0, e a evolução de 31/12/20X2 com a base 31/12/20X1. 
31/12/20X0 Variação 31/12/20X1 Variação 31/12/20X2 
95.040,00 70,1% 161.700,00 -39,4% 98.000,00 
 
Balanço patrimonial – Cia Araz S.A. 
Ativo 
 
31/12/20X1 31/12/20X0 
Contas Valores (R$) Análise Valores (R$) 
Ativo circulante 600.000,00 35,5% 442.800,00 
Caixa e equivalente a caixa 80.000,00 60,0% 50.000,00 
Clientes 54.000,00 35,0% 40.000,00 
Estoque 150.000,00 50,0% 100.000,00

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