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Sistema digestório Semiologia Morfologia: • Boca • Faringe • Esôfago • Estômago • Intestino Delgado – duodeno, jejuno e íleo • Intestino Grosso – ceco, cólon maior, cólon transverso, colón menor, reto e ânus Características predisponentes: • Estômago com capacidade pequena - 8 a 15L; também pastam por longas horas durante o dia (18-22hs) • Incapacidade de vômito – cárdia potente e ausência do centro do vômito SNC; anatomia da cabeça também desfavorece o vômito • Longo mesentério e Intestino Delgado • Diminuição brusca de volume na flexura pélvica • Herbívoro por natureza (fermentação cecal) • Enterólitos são formados no intestino grosso, comum em animais idosos Identificação: • Nome • Raça • Idade • Sexo Anamnese/Histórico: • Manejo e alimentação • Vermifugação • Início do processo • Episódios anteriores • Tratamentos anteriores • Defecação e micção • Ingestão de alimentos • Vícios • Outros • Aerofagia – comportamento de engolir ar • Síndrome de urso de circo – hábito de andar em círculos dentro da baia Exame físico: • Avaliação dos parâmetros vitais ▪ Hidratação - Coloração de mucosas/ Tempo de preenchimento capilar/ Turgor de pele ▪ Temperatura retal ▪ Frequência respiratória ▪ Frequência cardíaca ▪ Motilidade intestinal • Inspeção ▪ Atitude ▪ comportamento ▪ Constituição física ▪ Sinais de dor abdominal (cólica): Escavar o chão, olhar para o flanco, mexer na água, rolar (rolamento pode piorar o quadro levando a distensão que pode evoluir para torção), sentar, sudorese intensa, hiperexcitabilidade ou depressão *cólica é sinal clínico e não diagnóstico **animal com muita cólica que de repente melhora, volta a comer= ruptura; pode fazer um botão anestésico com uma cânula ▪ Hiporexia ou anorexia • Auscultação abdominal ▪ Quatro quadrantes: ▪ Descarga cecal: 1-2/min • Palpação ▪ Abdominal interna ▪ Abdominal externa • Sondagem nasogástrica ▪ Exame e tratamento ▪ Tamanho correto ▪ Posicionamento correto ▪ Primeira ação frente a um caso de cólica abdominal ▪ Conteúdo: Cor/ Odor/ Volume/ Constituição/ pH • Paracentese abdominal ▪ Coleta de líquido peritoneal: 5cm da cartilagem xifóide na direção caudal, na linha alba/ cicatriz umbilical do cavalo. Fazer tricotomia e assepsia do local ▪ Avaliar: Cor/ Odor/ Aspecto/ Total de células (<5000/µl)/ Proteínas (<2,5g/dl) ▪ Normal: amarelo citrino, inodoro, translúcido Exames complementares: • Ultrassonografia – presença de gás na cavidade abdominal pode indicar ruptura mas não confirma • Endoscopia (gastrocospia, esofagoscopia, colonoscopia) • Laparoscopia *Ferramentas para investigar sistema digestório: exame físico, sondagem nasogástrica, endoscopia, palpação transretal, paracentese, exames de imagem (endo, US, LAPAROSCOPIA) Afecções do sistema digestório: Afecções orais: Saúde oral diretamente relacionada a performance do animal e a sua digestão • Problemas dentários • Problemas traumáticos: Boca/ língua Afecções odontológicas: • doença periodontal • perda de um ou mais dentes • fraturas dentárias • polidontia • anormalidades na mastigação • erupções anormais • bragnatismo, prognatismo • desgaste desarmônico dos dentes • inflamações, fibroses bucais e linguais Afecções esofágicas: • Obstrução esofágica: ▪ Rara; equinos são seletivos na hora de comer ▪ Ocorre com corpo estranho ou alimento compactado ▪ Sintomas característicos: disfagia, sialorreia (pode extravasar para as narinas), refluxo de saliva ou alimento pelas narinas, incômodo, tentativa de deglutição e “ânsia de vômito” (resposta do organismo ao CE na tentativa de expulsa-lo) ▪ Tratamento conservativo: o Passagem de sonda nasogástrica – lubrificantes, óleo mineral, água morna o Diluir conforme o que for encontrado o Cirúrgico: esofagotomia Afecções gástricas: Gastrite e úlcera gástrica: • Comum em potros jovens e cavalos adultos • Estresse: principal fator predisponentes • Terapia com AINE’s por período prolongado (interferem na produção de prostaglandinas produtoras de muco inibindo-as) • Acomete animas de alto desempenho atlético • Lesões comuns no margo plicatus (margem pregueada) • Histórico ▪ alterações de comportamento: excitação ou prostração ▪ Cólica recorrente ▪ dor silenciosa (sem sintomas) ▪ perda de peso, pêlos arrepiados, raramente diarreia ▪ Utilização de AINE por tempo prolongado no tratamento de outra afecção (fator determinante) • Sintomas ▪ Dor recorrente ▪ Depressão ▪ Pelos feios ▪ Sialorreia e bruxismo (principalmente em potros) ▪ Refluxo gástrico – sondagem (?) – muito muco • Exame complementar -> gastroscopia • Tratamento: ▪ Diminuir o estresse – manejo ▪ Cessar imediatamente a aplicação de AINEs, mesmo que haja outra afecção sendo tratada ▪ Antagonistas de H2 – Cimetidina, Ranitidina - 6,6mg/kg PO, IV – QID ▪ Inibidor de H+ - Omeprazol - 0,7 – 1,0mg/kg – VO, SID ▪ Antiácidos – hidróxido de alumínio ou de magnésio – com base nos sintomas Sobrecarga gástrica - dilatação: • Afecção mais comum do sistema digestório • Fatores predisponentes -> dentição ruim ou deficiente; alimentação de má qualidade; Vícios – ex.: aerofagia • Fator determinante principal: ingestão excessiva de concentrado • Equinos não vomitam – pode ocorrer ruptura gástrica • Histórico: ▪ Cólica – ingestão de concentrado há pouco tempo (comum no começo da manhã e final da tarde) ▪ Vícios – aerofagia ▪ Ansiedade na alimentação – ingestão rápida • Sintomas: ▪ Dor: cólica – deita frequentemente, rola, cava, posição de “cão sentado” etc. ▪ Pouco aumento da frequência cardíaca e respiratória em consequência a dor ▪ Demais sinais clínicos pouco se alteram -> Hidratação, palpação, paracentese abdominal ▪ Sondagem nasogástrica – positiva (refluxo) -> cheiro característico fermentado →pH = ácido (<6,8) • Exames complementares: ▪ Palpação retal – sem alterações significativas ▪ Paracentese abdominal – líquido peritoneal normal • Tratamento: ▪ Sondagem nasogástrica - descompressão gástrica ▪ Lavagem com água morna repetidas vezes ▪ Administração via sonda – laxantes, emolientes, reguladores de pH ▪ Fluidoterapia quando necessário ▪ Tratamento sintomático – ex: analgésico Afecções do intestino delgado Processos obstrutivos • Estrangulativo - bloqueio do lúmen intestinal com comprometimento vascular (isquemia) ▪ Vólvulo ▪ Torção – alça gira no próprio eixo ▪ Hérnias ▪ Lipoma Pedunculado – acumulo de gordura, nos equinos costuma ser peduncular e com a movimentação pode laçar uma alça intestinal ▪ Tratamento: normalmente de resolução cirúrgica • Não estrangulativo - bloqueio do lúmen sem isquemia inicialmente ▪ Compactação de íleo ▪ Intussuscepção inicial (mais comum em potros) ▪ Corpos estranhos ▪ Verminoses ▪ Eventração (processo inicial ou com ruptura grande de parede, mas a pele se mantém íntegra) ▪ Duodeno jejunite proximal ▪ Tratamento: Pode ser conservativo, principalmente nas verminoses e na duodeno-jejunite proximal; algumas pode ser feito tratamento cirúrgico • Enterite anterior (Duodeno-Jejunite proximal) – ▪ Inflamação severa do intestino delgado com transudato para o interior das alças intestinais – acúmulo de grande quantidade de fluido no lúmen intestinal ▪ Envolvimento bacteriano (?) – Clostridium sp ▪ Refluxo gástrico evidente – grandes volumes (8,10,15L) causando sobrecarga gástrica e severa desidratação e perda eletrolítica; se aloja no estômago, fazendo com que ele fique distendido *refluxo enterogastrico - castanho - esverdeado, ph alcalino, grande qtd, odor fétido / gosto azedo; ▪ Histórico – Cólica severa com dor incontrolável; depressão apatia; sobrecargas gástricas prévias (24-48h anteriores) ▪ Sintomas: → Dor – Desidratação(sudorese) – aumento do TPC e turgor de pele; alteração da coloração das mucosas – → Refluxo gástrico positivo (alcalino) – Volume aumentado, cor esverdeada, cheiro fecal →Febre (único processo digestório) →Taquicardia e taquipnéia →Endotoxemia (alo toxêmico) →Prostração →Hipomotilidade intestinal, pode ter atonia também →Palpação - alças de intestino delgado ▪ Reposição e manutenção eletrolítica, espera-se um saldo positivo no final das 24 horas. Continuar até o animal não ter mais refluxo ▪ Tratamento →Descompressão estomacal a cada 4 a 6 horas – sobrecarga por refluxo →Rápida restituição hidro-eletrolítica; fluidoterapia →Analgésicos/antiinflamatórios: Flunexim Meglumine - 1,1mg/kg, BID, IV ou IM ou 0,25mg/kg, TID ou QID, IV/DMSO – 0,5-1,0g/kg, IV a 10% →Antibioticoterapia: Penicilina – 20.000 a 40.000UI/kg, BID, IM/ Gentamicina – 6,6mg/kg, SID, IV →Estimuladores/reguladores motilidade (procinéticos): Metoclopramida (0,04mg/kg, IV, infusão lenta ou a cada 2 horas); Lidocaína (20ml diluídos em 1 frasco soro – a cada 2 horas) → Suporte ▪ Prognóstico →Bom – resolução nas primeiras 24h →Reservado – resolução em 72h →Ruim – resolução não ocorrer neste período →Cuidado – Laminite em consequências as alterações metabólicas intensas (endotoxemia) Afecções do intestino grosso • Cólica Espasmódica ▪ Cólica mais comum em potrancos (as) – ▪ Contração anormal da musculatura da parede intestinal (estimulação dos receptores murais = dor) ▪ Etiologia questionável: migração verminótica/ produção excessiva de gás/ excitação individual/ capim novo (brotos) ▪ Sintomas: ataques agudos de dor/ aumento da motilidade intestinal ▪ Tratamento: →Analgésicos – fenilbutazona, Flunexin Meglumine, Cetoprofeno →Antiespasmódicos – Butilbrometo de Escopolamina (Buscopan®) – 0,3mg/kg (mais que suficiente para cessar a dor do animal) →Terapias orais – óleos minerais, laxantes ou tensiolíticos ▪ Prevenção: ➔ Se for verminótica, mudar o protocolo de vermifugação ➔ Evitar mudanças bruscas na alimentação, melhorar a qualidade dos alimentos. Não colocar os animais em capim novo pois estimula muito a motilidade, também não oferecer capim velho pois tem muita lignina • Processos obstrutivos ▪ Obstrutivas Estrangulativas: →Vólvulos/ Torções *deslocamentos: a princípio não são obstrutivas, porém evoluem rápido ▪ Obstrutivas Não estrangulativas: →Compactação →Enterólito → Corpos estranhos • Compactação ▪ Causa comum de alteração de intestino grosso (flexura pélvica – transição entre o colon dorsal e ventral); consegue ser sentida na palpação ▪ Causas questionáveis: alterações de dieta; diminuição da ingestão de água; estresse; verminose; problemas dentários ▪ Histórico: inadequado programa antiparasitário; seca (dieta a base de feno); cólica moderada – apatia ▪ Sintomas: Dor leve Sinais físicos gerais normais Hipomotilidade Distensão abdominal variável - acúmulo de gás ou ingesta Sondagem nasogástrica – negativa inicialmente Palpação – presença de massas firmes. Mais comum na flexura pélvica Líquido peritoneal – sem alterações inicialmente ▪ Tratamento: →Controle da dor – analgésicos: Flunixin Meglumine – 1,1mg/kg, BID, IM ou IV/ Fenilbutazona – 4,4mg/kg, BID, IV →Sondagem para liberação de gás: infusão de emolientes e laxantes (leite de magnésia, Bisacodil)/ lubrificantes (óleo mineral)/ tensiolíticos (Ruminol, Timpanol) →Fluidoterapia: manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico/ fluidez da massa →Sintomático – Quadro não remissivo ao tratamento conservativo – cirurgia.
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