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Recalques 1 Capítulo III - Recalques 1 . Bulbo de Pressões É a região do subsolo limitada pela isóbara correspondente a 10% da pressão aplicada. Os pontos que estão fora do bulbo praticamente não sofrem influência da pressão exercida. Para sapatas retangulares em que L = 2 a 4.B, considera-se que o bulbo de pressões terá profundidade igual a 3.B a partir da base da fundação. Se a sapata for corrida (L ≥ 5.B), essa profundidade chega a 4.B. 2 . Tipos de Recalque Quanto à Grandeza a ) Absoluto É o recalque de uma peça de fundação ou de um ponto numa fundação monolítica. b ) Diferencial É a diferença entre dois recalques absolutos. Dá idéia de desnível entre dois pontos. 21dif δδΔ Recalques 2 c ) Distorcional (Distorção Angular ou Recalque Diferencial Específico) É a relação entre o recalque diferencial correspondente a dois pontos e a distância entre eles. Dá idéia de danos estruturais. L δδ Δ 21dist Distorções Angulares e Danos Associados (Bjerrum, 1963) 1/150 Limite em que são temidos danos estruturais nos edifícios em geral. Limite de segurança para paredes flexíveis de alvenaria 4 1 l h Fissuração considerável em paredes de alvenaria. 1/250 Limite em que o desaprumo dos edifícios altos e rígidos se torna visível. 1/300 Limite em que são esperadas as primeiras fissuras em paredes divisórias. Limite em que são esperadas dificuldades em pontes rolantes. 1/500 Limite de segurança para edifícios em que não são admitidas fissuras. 1/600 Limite de perigo para pórticos com contraventamento. 1/750 Limite a partir do qual são temidas dificuldades com máquinas sensíveis a recalques. Distorções Angulares e Danos Associados (Vargas & Silva, 1973) 1/125 Edifícios largos (B>15m): fissuras na estrutura; inclinação notável, necessidade de reforço. 1/175 Edifícios largos: fissuras graves, pequena inclinação. 1/225 Edifícios estreitos (B<15m): fissuras na estrutura, inclinação notável, necessidade de reforço. 1/275 Edifícios estreitos: fissuras na estrutura e pequena inclinação 1/325 Edifícios estreitos: fissuras na alvenaria 1/375 Edifícios largos: fissuras na alvenaria 1/500 Edifícios largos: não são produzidos danos ou inclinações 1/550 Edifícios estreitos: não são produzidos danos ou inclinações Recalques 3 3 . Recalque Admissível É o recalque (absoluto, diferencial ou distorcional) que a estrutura pode tolerar sem sofrer danos estruturais, funcionais ou estéticos. FS Δ Δ lim seg adm adm FS = 1,2 a 1,3 Fatores que provocam recalques distorcionais: Variação da espessura da camada compressível; Variação das cargas entre os diferentes pilares; Heterogeneidade da camada compressível. Recalques Máximos Tipo de movimento Fator limitativo Recalque máximo Recalque Total Drenagem 6 a 12 pol. Acesso 12 a 24 pol. Probabilidade de recalque desuniforme (estruturas com paredes de pedra) 1 a 2 pol. Estruturas reticuladas 2 a 4 pol. Chaminés, silos e radier 3 a 12 pol. Inclinação Tombamento de chaminés e torres 0,004 x L Rolamento de caminhões, etc. 0,01 x L Empilhamento de mercadorias 0,01 x L Operação de máquinas de algodão 0,003 x L Operação de máquinas (turbo gerador) 0,0002 x L Trilhos de guindaste 0,003 x L Drenagem de pisos 0,01 a 0,02 x L Movimento Diferencial Paredes de tijolos contínuas e elevadas 0,0005 a 0,001 x L Silo de pedra com um pavimento, fissuramento da parede 0,001 a 0,002 x L Fissuramento de gesso 0,001 x L Prédios de concreto armado 0,0025 a 0,004 x L Paredes em concreto armado 0,003 x L Estruturas de aço contínuas 0,002 x L Quadro simples de aço 0,005 x L Recalques 4 Nota: “L” é a distância entre pilares adjacentes com recalques diferentes, ou entre dois pontos quaisquer que recalcam diferentemente. Os valores superiores são para recalques menos desuniformes em estruturas mais tolerantes. Os valores inferiores são para recalques mais irregulares em estruturas críticas (mais sensíveis). 4 . Tipos de Recalque Quanto ao Tempo de Ocorrência 4.1. Rápidos ou Imediatos Os recalques acontecem logo após a colocação da carga, ou seja, quando a obra acaba, os recalques cessam. Ocorrem nos solos arenosos e também nas argilas não saturadas ou quando carregadas bruscamente. 4.2. Lentos ou por Adensamento Mesmo após o término da colocação da carga, os recalques continuam. Ocorrem nos solos coesivos, provenientes da expulsão da água dos vazios dos solos. Rápidos ou imediatos Lentos ou por adensamento Observação: Outras causas de recalque Cargas dinâmicas (vibrações, tremores de terra); Operações vizinhas (escavações e novas estruturas); Erosão do subsolo (ruptura de tubulação subterrânea); Alteração química do solo; Rebaixamento do nível d’água. Recalques 5 σef i = a.γh1 + b.γsub1 + c.γsub2 σef f = (a + x).γh1 + (b – x).γsub1 + c.γsub2 11 subhieffefef xx 11 subhef x 011 subh O aumento de pressão efetiva numa camada compressível (medido no seu ponto médio) gera adensamento. 5 . Cálculo de Recalques por Adensamento ief fef i C p p logH e1 C ΔH ief p - pressão efetiva inicial fef p - pressão efetiva final ie - índice de vazios inicial %100 ΔH U tt tU - porcentagem (grau) de adensamento t - recalque no tempo t. 2 d v H tC T T - fator tempo vC - coeficiente de adensamento (ensaio) t - tempo decorrido (segundos) dH - altura de drenagem TU t (relação biunívoca) Recalques 6 Fator Tempo x Grau de Adensamento U (%) T U (%) T 0 0 55 0,239 5 0,002 60 0,286 10 0,008 65 0,342 15 0,018 70 0,403 20 0,031 75 0,477 25 0,049 80 0,567 30 0,071 85 0,684 35 0,096 90 0,848 40 0,126 95 1,129 45 0,159 100 50 0,197 6 . Cálculo de Recalques Rápidos (Teoria da Elasticidade Método de Housel – Barata) 2Δ μ1 E B ..C.Δ p E ....................... módulo de elasticidade; B ....................... menor dimensão; p ....................... carga distribuída S Q p ; CΔ ..................... coeficiente de forma (tabela) μ ...................... coeficiente de Poisson (tabela – pode-se adotar sempre 0,3μ para qualquer tipo de solo) λ ...................... coeficiente de Mindlin (ábaco) No ábaco, h → profundidade de assentamento da fundação. Recalques 7 Fator de Forma: CΔ Sapata rígida 0,05m 4 bB H Observação: não tendo informação, adotar sapata rígida. Fatores de Forma - C Forma da base Sapatas Flexíveis Sapatas Rígidas Centro Borda Médio Circular 1,00 0,64 0,85 0,88 Quadrada 1,12 0,56 0,95 0,82 R et an g u la r L/B = 1,5 1,36 0,68 1,20 1,06 L/B = 2,0 1,53 0,77 1,31 1,20 L/B = 5,0 2,10 1,05 1,83 1,70 L/B = 10,0 2,52 1,26 2,25 2,10 L/B = 100 3,30 1,69 2,96 3,40 Coeficiente de Poisson: μ Coeficientes de Poisson - Tipos de solo Argilas saturadas 0,4 – 0,5 Argilas não saturadas 0,1 - 0,3 Areias argilosas 0,2 – 0,3 Siltes 0,3 – 0,35 Areias 0,2 – 0,4 Módulo de elasticidade: E cqE a NKqc a ....................... coeficiente de Trofimenkov (tabela) K ...................... tabela N ...................... nº de golpes do SPT; Recalques 8 Então: .................................. NKE a Solo a Areia 3 Silte 5 Argila 7 Solo K (MPa) Areia com pedregulhos 1,1 Areia 0,9 Areia siltosa 0,7 Areia argilosa 0,55 Silte arenoso 0,45 Silte 0,35 Argila arenosa 0,3 Silte argiloso 0,25 Argila siltosa 0,2 Teixeira, A.H. (1993) Coeficiente de Mindlin: λ Recalques 9 Recalques 10 Exemplo: 6ka E m 1Z 111 4ka E m 2Z 112 8ka E m 3Z 113 10ka E m 4Z 114 19ka E m 5Z 225 17ka E m 6Z 226 ... 1111 NkaE 2222 NkaE 3333 NkaE 4444 NkaE 321 332211 hhh hEhEhE E sendo: BDhhh f 2321 Recalques 11 Exercício: Calcular o recalque da fundação. kN 2.500Q Solo 1: silte argiloso médio: = 27º, c = 70 kN/m 2 , h = 17 kN/m 3 Solo 2: silte arenoso compacto: = 34º, c = 180 kN/m 2 , h = 18 kN/m 3 Solução: 2Δ μ1 E B pC.Δ Z a K(MPa) N a.k.NE (MPa) 1 5 0,25 6 7,50 2 5 0,25 8 10,00 3 5 0,45 12 27,00 4 5 0,45 14 31,50 5 5 0,45 15 33,75 6 5 0,45 16 36,00 7 5 0,45 23 51,75 8 5 0,45 27 60,75 9 5 0,45 30 67,50 10 5 0,45 42 94,50 11 5 0,45 45 101,25 Recalques 12 Df + B = 6,0 m → E = 47,25 MPa (ver gráfico) Recalques 13 2 2 kN/m 277,78 m 9,0 kN 2.500 p → p = 0,28 MPa 82,0C (tabela) 2Δ μ1 E B pC.Δ 23,01 47,25 3,0 28,082,0.68,0Δ Δ = 0,009 m ∆ = 9 mm 7 . Medição e Controle de Recalques 7.1. Objetivos a) Acompanhar o funcionamento da fundação durante a execução da obra, para permitir tomar em tempo, as providências eventualmente necessárias; b) Esclarecer anormalidades em obras já concluídas; c) Ganhar experiência local quanto ao comportamento do solo sob determinados tipos de fundação e carregamento; d) Permitir a comparação dos valores obtidos com valores calculados, visando o aperfeiçoamento dos métodos de previsão de recalques e de fixação das cargas admissíveis. Numa instrumentação podemos ter 3 tipos de acompanhamento: Deslocamentos (horizontais ou verticais); Cargas; Registro de anormalidades. Recalques 14 7.2. Medição de Recalques Recalque no instante ti: i0i llΔ Velocidade entre os tempos ti e ti+1 i1i 1ii 1ii, tt ll V Observação: a primeira leitura é a mais importante, pois é a referência para todas as outras leituras. Quanto mais tempo se demora para fazer a primeira leitura, mais movimentos estão deixando de ser registrados. Referência de nível Em regiões urbanas BENCH-MARK = vergalhão de aço chumbado na rocha 7.3. Abertura de Fissuras Acompanhamento: qualitativo quantitativo No acompanhamento qualitativo é usual cobrir com gesso, anotar a data e verificar periodicamente se o gesso fissurou. Recalques 15 Em locais onde o gesso pode ficar difícil de verificar se está fissurado (como no interior de túneis, por exemplo), ele pode ser substituído por placas de vidro de pequena espessura, coladas em ambos os lados da fissura com resina epóxi. No acompanhamento quantitativo é usual cravar pinos nos dois lados da fissura, medir distâncias nas diagonais. Verificar a evolução. Medidor de Junta Triortogonal
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