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02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/8 1) Definição O Direito Internacional Público pode ser definido como o ramo do direito destinado a regular as relações públicas entre os denominados atores internacionais, quais sejam, os Estados (soberanos) e, modernamente, as Organizações Internacionais (ex.: ONU – Organização das Nações Unidas União Européia, etc). 2) Natureza Jurídica O Direito Internacional Público, na medida em que regula as relações públicas entre os Estados (soberanos) e Organizações Internacionais, classifica-se como ramo do direito público externo. No plano internacional não existe autoridade superior. Os Estados se organizam horizontalmente, e dispõem-se a proceder de acordo com normas jurídicas na exata medida em que estas tenham constituído objeto do seu consentimento. 3) Sujeitos Modernamente (após o século XIX) o Direito Internacional Público apresenta como sujeitos os Estados (entes soberanos, aí também considerada a Santa Sé) e as Organizações Internacionais (v.g., a ONU – Organização das Nações Unidas), não podendo estas (as organizações internacionais) ser confundidas com as denominadas ONG – organizações não governamentais (entidades de direito privado, sem fins lucrativos). 4) Denominações O Direito Internacional Público vê-se também denominado pela expressão Direito das Gentes, decorrente de expressão utilizada pelo direito romano “ius gentium”, empregada no sentido de se expressar o ramo do direito que regula o direito dos povos, das nações. As expressões “international law” e “droit international” exprimem, respectivamente, para o direito inglês e francês, a denominação desta área que rege as relações estatais públicas internacionais. Comum é o emprego restrito da expressão Direito Internacional com referência deste ramo do direito. O emprego da qualificação público, lançada ao final da denominação internacional, quando assim o seja feito, apresenta-se como forma de diferencia-lo de outro ramo do direito, o Direito Internacional Privado (diretamente ligado à solução dos conflitos de leis no espaço). 5) Natureza jurídica da norma de direito internacional público Em razão de sua característica soberana, o Estado, nas relações que mantém no ambiente interno com seus súditos a eles impõe-se. Esta característica também se apresenta no que se refere às normas jurídicas por ele criadas. Deste modo, no ambiente interno, validamente criada, a norma jurídica a todos vincula, sendo inclusive válida a sanção pela sua violação, o que, assim, deixa clara a relação de subordinação entre o ente estatal e os destinatários de suas normas, ainda que estrangeiros (desde que na esfera de atuação da força soberana encontre-se a relação que à norma se subordina). Portanto, no ambiente interno do Estado, deparamos com a existência de uma autoridade superior (o próprio Estado) que se impõe, fixando as normas jurídicas a serem observadas pelos seus destinatários. Todavia, nas relações públicas internacionais, mantidas pelos denominados atores internacionais (Estados e Organismos internacionais), esta característica de subordinação assim não se apresenta, por conta da não existência de um supra-Estado que possa impor a ordem jurídica a ser observada. Este cenário assim se apresenta como decorrência da característica típica dos atores internacionais, a soberania. Juridicamente iguais, não há como se falar em uma autoridade superior que possa eles impor regras de direito. Logo, nas relações jurídico-normativas de direito público internacional deparamos com o denominado princípio da coordenação de vontades, hábil a permitir que os sujeitos de direito internacional possam manter a convivência e a organização das soberanias. 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/8 6) Fundamento do direito internacional público O Direito Internacional público encontra guarida (no que se refere à obrigatoriedade de suas normas) no denominado consentimento, seja ele criativo (quando pré-estabelece regras inerentes a temas que não necessariamente decorrem da razão humana, v.g., estabelecimento do conceito de “mar territorial”), seja ele perceptivo (quando consente em regras que decorrem da própria natureza humana, v.g., quando fixa norma que garanta a dignidade da pessoa humana). 7) Relação das regras de direito internacional com as de direito interno – as denominadas teorias monista e dualista Tendo em vista a existência de regras internas e internacionais tendentes a regular relações jurídicas que a elas se submetem, discute-se de que modo “direito interno” e “direito internacional” se relacionam. Assim, indaga-se, quando do estudo de tal relação, se haveria supremacia de um sobre outro sistema (interno e externo). A tentar explicar tal questionamento, surgiram teorias distintas e de certo modo antagônicas, quais sejam, teorias monista e dualista. Para os adeptos da 2ª teoria (dualista), direito interno e internacional representariam sistemas distintos e independentes entre si. Para eles, cada qual ver-se-ia aplicável a relações independentes; o direito interno aplicável às relações públicas ou privadas ocorrentes no âmbito interno do Estado; o direito internacional aplicável às relações públicas externas, ou seja, às relações entre os sujeitos de direito internacional. Quando muito, regra internacional, quando aplicável na seara interna de um Estado, assim ocorreria apenas após a incorporação da regra internacional, ou seja, após tornar-se norma interna (teoria da incorporação da norma), fator que atribuiria à regra a força obrigatória para a exigência de seu respeito. Para os adeptos da 1ª teoria (monista), diferentemente daqueles que sustentam a tese proposta pela 2ª teria (dualista), direito internacional e interno representariam unidade de uma mesma ordem jurídica. Tal teoria, todavia, dividir-se-ia em dois sub- grupos, quais sejam, internacionalista e nacionalista. Para aqueles, diante da unidade de sistema, prevaleceria a norma internacional sobre a interna, já que no topo das normas se encontraria a norma hipotética fundamental, qual seja, o princípio da “pacta sunt servanda”, fundamento e princípio do direito internacional; para os últimos (monistas nacionalistas), diante da unidade de sistema, a prevalência seria da norma interna sobre a internacional, com força na soberania estatal que impediria a submissão da norma constitucional (norma Maior do Estado) às normas internacionais (teoria defendida pelos adeptos de formação no constitucionalismo). No Brasil, por entendimento ainda hoje predominantemente manifestado pelo STF – Supremo Tribunal Federal, diante da visão que entende que as normas internacionais, quando incorporadas ao sistema, nele ingressam com força de norma ordinária, temos a prevalência da teoria monista nacionalista. Todavia, após o advento da Emenda Constitucional 45, que deu ao artigo 5º da Carta Magna um novo parágrafo, o parágrafo 3º, caso uma norma internacional venha a ser objeto de apreciação, por ambas as casas legislativas, em dois turnos de votação e com aprovação em cada deles de votos de 3/5 de seus membros, ingressará a norma, em nosso sistema, com força de norma constitucional, versando a norma internacional sobre direito humanitário, somente. Assim, poder-se-ia falar, após o advento da Emenda Constitucional 45, que o Brasil também consagra a teoria monista internacionalista, em caso de norma humanitária que obtenha a sua aprovação, pelo Congresso Nacional, como acima declinado. Fontes bibliográficas Abaixo indicamos as referências bibliográficas que poderão ser consultadas com o intuito de aprofundamento dos estudos. 1) Manual de Direito Internacional Público – Hidelbrando Accioly; 2) Curso de Direito Internacional Público – Celso D. Albuquerque Mello; 3)Direito Internacional Público – José Francisco Rezek; Link(s) de acesso para textos que facilitarão o aprofundamento dos estudos: 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/8 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/revista/Rev_63/Artigos/Art_Mariangela.htm http://jus.com.br/artigos/9250/as-relacoes-entre-os-tratados-internacionais-e-o-direito-interno-dos-estados-membros Questão resolvida Segue, abaixo, questão sugerida com a respectiva solução. Considerando as afirmações abaixo: I – Para a teoria dualista direito interno e externo pertencem a sistemas jurídicos independentes; II – Para os monistas nacionalistas, diante da unidade do sistema normativo, prevalecem a norma interna sobre a internacional; III - A visão dos monistas internacionalistas, não predomina na maioria dos países. Assinale a assertiva correta a) todas as assertivas estão corretas; b) todas as assertivas estão erradas; c) apenas a assertiva I está errada; d) apenas a assertiva II está errada; e) apenas a assertiva III está errada. Resposta: assertiva “a” Exercício 1: São considerados sujeitos de direito internacional público: A) Estados soberanos e federados; organizações internacionais e ONG’s; particulares; empresas; B) Estados soberanos; ONG’s; empresas; C) Estados soberanos; organizações internacionais; 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/8 D) Estados soberanos; A Santa Sé e demais entidades religiosas; organizações internacionais; E) nenhuma das assertivas anteriores está correta. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: C) os Estados soberanos são pessoa jurídica de direito interno e de Direito Internacional Público. Os Estados soberanos possuem capa cidade jurídica p lena no Direito Internacional Publico. Organizações Internacionais representam associações formadas pela reunião e vontade dos Estados Soberanos. Exercício 2: O Direito Internacional Público pode ser classificado como ramo: A) Do direito público interno; B) Do direito público externo; C) Do direito privado internacional; D) Do direito privado interno; 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/8 E) Eclético do direito. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) O Direito Internacional Público, na medida em que regula as relações públicas entre os Estados soberanos, classifica -se como ramos do direito público externo. Exercício 3: Considerando as afirmações abaixo: I – A expressão “direito das gentes” indica a disciplina Direito Internacional Público; II – O denominado “princípio da coordenação de vontades” é inerente ao Direito Internacional Público; III – A expressão “direito internacional” tradicionalmente exprime a disciplina Direito Internacional Privado. A) Todas as assertivas estão corretas; B) Todas as assertivas estão erradas; C) Somente a assertiva I está errada; D) Somente a assertiva II está errada; E) Somente a assertiva III está errada. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(E) Comentários: 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/8 E) Direito Internacional exprime os dois ramos do Direito, englobando o público e o privado. A afirmativa I está correta, o Direito Internacional Público vê-se também denominado pela expressão Direito das Gentes, decorrente de expressão utilizada pe lo direito romano " ius gentium", empregada no sentido de se expressar o ramo do direito que regula o direito dos povos, das nações Exercício 4: Os elementos essenciais do Estado à luz do Direito Internacional são: A) Território, Povo e Unicidade Linguística. B) Reconhecimento Internacional, Território e Povo. C) Território, Povo e Governo Soberano. D) Território, Unicidade Étnica-Cultural e Governo Soberano. E) Todas as assertivas acima estão erradas. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(C) Comentários: C) Povo é conjunto d e nacionais. Território é a porção geográfica fixa e determinada d e exercício d e poder soberano Governo soberano, soberania o que equivale dizer que os Estado s são iguais, autônomos e independentes. Exercício 5: Tradicionalmente o direito internacional concebeu duas teorias com referencia a relacao entre os ordenamentos juridicos nacionais e internacionais: o dualismo e o monismo. Para esta ultima: A) 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 7/8 Aceitam-se varias ordens juridicas, com a aplicabilidade simultanea, configurando-se um pluralismo de fontes, porem aplicadas por um unico ordenamento; B) Nao se aceita a existencia de duas ordens juridicas autonomas, independentes e nao derivadas, defendendo-se por vezes a primazia do direito interno e por vezes a primazia do direito internacional; C) Aceita-se a existencia de duas ordens juridicas, independentes e derivadas, uma nacional e outra internacional, sendo que esta ultima e' que confere validade a primeira; D) Aceita-se a validade de uma ordem juridica internacional, conquanto que nao conflitante com a ordem interna, e cujos criterios de validade sejam expressamente definidos pela ordem juridica nacional; E) Nao se aceita a validade de uma ordem juridica internacional, dado que desprovida de sancao e de conteudos morais, fundamentada meramente em principios de cortesia internacional. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) Teorias distintas e de certo modo antagônicas, quais sejam, teorias monista e dualista. Para os adepto s da 2ª teoria dualista, direito interno e internacional representam sistemas distintos e independentes entre si. Quando muito, regra internacional, quando aplicável na seara interna de um Estado, assim ocorreria apenas a pós a incorporação da regra internacional, ou seja, após tornar-se norma interna, teoria da incorporação da norma, fator que atribuiria à regra a força obrigatória para a exigência de seu respeito. Exercício 6: No âmbito do direito internacional, a soberania, importante característica do palco internacional, significa a possibilidade de: A) Celebração de tratados sobre direitos humanos com o consentimento do Tribunal Penal Permanente; B) Igualdade entre os países, independentemente de sua dimensão ou importância econômica mundial; 02/03/2020 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 8/8 C) Um Estado impor-se sobre outro; D) A Organização das Nações Unidas dominar legislação dos Estados participantes; E) A prevalência de fatores econômicos sobre os humanitários. O aluno respondeu e acertou. Alternativa(B) Comentários: B) Soberania consiste no poder que o Estado tem de impor a ordem no plano interno, no limite do seu território, assim como na capacidade que ele tem de manter relações internacionais, em pé de igualdade, com o s demais membros da sociedade internacional.
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