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RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL

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RESUMO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
· Métodos de solução de conflitos
1- A autotutela - caracteriza-se, pelo uso da força bruta para satisfação de interesses. Os dois traços característicos da autotutela são, portanto: a ausência de juiz imparcial e a imposição da decisão por uma das partes à outra. Exceção; ex - estado de necessidade e legítima defesa.
2- A heterocomposição é caracterizada pela presença de um terceiro, que detenha poder de decisão. Cabe salientar que a jurisdição é um monopólio do Estado. Sendo assim, o reconhecimento do direito deve ser realizado por este. Pode-se dizer, que o Estado assumiu a tarefa de administrar a justiça. Exemplo: transação penal e suspensão condicional do processo.
3- A autocomposição ocorre quando uma das partes integrantes do conflito abre mão do seu interesse em favor da outra, ou quando ambas renunciam à parcela de suas pretensões para solucionar pacificamente suas divergências. 
· O Direito Processual Penal é o conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do Direito Penal objetivo. 
· O Estado é o titular exclusivo do direito de punir. Mesmo no caso da ação penal exclusivamente privada, o Estado somente delega ao ofendido a legitimidade para dar início ao processo, isto é, conservando consigo a exclusividade do jus puniendi (também tutela o direito á liberdade).
· Esse direito de punir é genérico e impessoal porque não se dirige especificamente contra esta ou aquela pessoa, mas destina-se à coletividade como um todo. No momento em que é cometida uma infração, esse poder, até então genérico, concretiza-se, transformando-se em uma pretensão individualizada, dirigida especificamente contra o transgressor. 
· Ou seja, o Estado, que tinha um poder abstrato, genérico e impessoal, passa a ter uma pretensão concreta de punir determinada pessoa.
· Surge, então, um conflito de interesses, no qual o Estado tem a pretensão de punir o infrator, enquanto este oferecerá resistência a essa pretensão, tal conflito caracteriza a lide penal, que será solucionada por meio da atuação jurisdicional. 
· Com o simples surgimento da pretensão punitiva forma-se a lide penal;
· Lide penal pode ser definida como um conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida ou insatisfeita (Ius puniendi do Estado que administra x Ius libertatis do acusado – o Estado- juiz põe fim ao conflito de interesses).
· O Processo Penal é o instrumento de aplicação do Direito Penal. 
· O Estado pode apenas impor a pena criminal, após o devido processo legal.
· A relação jurídica processual é aquela que se estabelece entre os chamados sujeitos processuais, atribuindo a cada um direitos, obrigações, faculdades, ônus e sujeições. 
· A finalidade do processo é propiciar a adequada solução jurisdicional do conflito de interesses, através de uma sequência de atos coordenados (dispostos segundo a Lei) visando à resolução do litígio.
· O Estado reconheceu que o processo, mesmo para as relações jurídico-penais, é fator indispensável, pois visa a proteger os cidadãos contra os abusos do Poder Público.
· Quando alguém comete uma infração penal, o Estado, como titular do direito de punir, vai a juízo por meio do órgão próprio (o Ministério Público) e deduz a sua pretensão. O Juiz, então, procura ouvir o pretenso culpado. Colhe as provas que lhe foram apresentadas por ambas as partes (Ministério Público e réu), recebe as suas razões e, após o Juiz dirá qual dos dois tem razão. Isso é processo.
· O habeas Corpus é uma forma de limitar o poder do Estado, sendo uma garantia que pode ser utilizada em casos de ilegalidade ou abuso de poder. 
PODERES INDEPENDENTES E HARMÔNICOS ENTRE SÍ
· Poder Executivo – função – administrar, observando os preceitos legais. (Ministério Público, auxiliado pela Polícia Judiciária)
· Poder Legislativo - possui a função de criar, aprovar e rejeitar leis dentro do ordenamento jurídico brasileiro (edita normas de conduta). Ex: congresso nacional.
· Poder Judiciário - resolve a lide penal, julga os casos concretos demandados pelo MP (em regra), através do processo.
RELAÇÃO COM OS DEMAIS RAMOS DO DIREITO
a) Direito Constitucional: todas as matérias que disciplinam as condutas humanas são subordinadas às normas constitucionais. Ademais, subordinação a diversos princípios, tais como: juiz natural, devido processo legal, estado de inocência, ampla defesa e contraditório e por fim, inadmissibilidade da prova ilícita.
b) Direito Penal: o Direito Processual Penal que dinamiza o Direito Penal.
c) Direito Administrativo: através do processo são reguladas a aplicação das sanções administrativas disciplinares e a respectiva aplicação da pena. Outrossim, a lei penal é aplicada por agentes da administração pública.
d) Direito Comercial: reserva íntima ligação com o processo falimentar, haja vista que a falência muitas vezes pode ser fraudulenta e constituir delitos.
e) Direito Civil: O Direito Processual Penal também se liga ao Direito Civil, principalmente naqueles atos cuja prova é limitada pela lei civil. Ex: Impedimentos, testemunhos, posse, detenção.
f) Direito Internacional: estabelece a prevalência de tratados, convenções e regras de direito internacional sobre a lei processual (art. 1o, I, do CPP e 5o, § 2o, da CF), extradição, extraterritorialidade, imunidades diplomáticas. 
g) Direito Processual Civil: o Direito Processual Civil é a fonte subsidiaria do Processo Penal.
h) Ciências auxiliares: criminologia, medicina legal, psiquiatria forense e Polícia Judiciária – Pode-se concluir que trata-se de aspectos técnicos do Processo Penal.
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
· Existem três espécies de sistemas processuais penais: a) o inquisitivo; b) o acusatório; c) o misto.
· Sistema inquisitivo - cabe a um só órgão acusar e julgar. O juiz dá início à ação penal e, ao final, ele mesmo profere a sentença (o referido sistema não garante a imparcialidade do julgador). O direito de defesa dos acusados nem sempre era observado em razão de serem julgados pelo próprio órgão acusador – Processo é secreto.
· Sistema acusatório - existe separação entre os órgãos incumbidos de realizar a acusação e o julgamento, o que garante a imparcialidade do julgador e, por conseguinte, assegura a plenitude de defesa e o tratamento igualitário das partes. Nesse sistema, o defensor tem sempre o direito de se manifestar por último – Processo é público.
· Sistema misto - nesse sistema há uma fase investigatória e persecutória preliminar conduzida por um juiz, seguida de uma fase acusatória em que são assegurados todos os direitos do acusado e a independência entre acusação, defesa e juiz.
· O sistema adotado no Brasil é o sistema acusatório, pois há clara separação entre a função acusatória — do Ministério Público nos crimes de ação pública — e a julgadora. É preciso, entretanto, salientar que não se trata do sistema acusatório puro, uma vez que, apesar de a regra ser a de que as partes devam produzir suas provas, admitem​-se exceções em que o próprio juiz pode determinar, de ofício, sua produção de forma suplementar. 
PRINCIPIOS 
· O Processo Penal é regido por uma série de princípios e regras que representam postulados fundamentais do direito processual penal de um Estado. 
· Isto posto, quanto mais democrático foi o regime, mais notável instrumento a serviço da liberdade individual.
· Imparcialidade do Juiz - o juiz situa-se na relação processual entre as partes e acima delas, fato que, torna essencial a imparcialidade do julgador. Para assegurar essa imparcialidade, a CF estipula garantias (art. 95), prescreve vedações (art. 95, parágrafo único) e proíbe juízes e tribunais de exceção.
· Igualdade Processual - Dessa forma, as partes devem ter, em juízo, as mesmas oportunidades de fazer valer suas razões, e ser tratadas igualitariamente, na medida de suas igualdades, e desigualmente, na proporção de suas desigualdades (CF, art. 5º, caput).
· Contraditório - . As partes têm o direito não apenas de produzir suas provas e desustentar suas razões, mas também de vê-las apreciadas e valoradas pelo órgão jurisdicional. Compreende, ainda, o direito de serem cientificadas sobre qualquer fato processual ocorrido e a oportunidade de manifestarem-se sobre ele, antes de qualquer decisão jurisdicional (CF, art. 5º, LV). 
· Ampla defesa - Implica o dever de o Estado proporcionar a todo acusado a mais completa defesa, seja pessoal (autodefesa), seja técnica (efetuada por defensor) (CF, art. 5º, LV), e o de prestar assistência jurídica integral e gratuita aos necessitados (CF, art. 5º, LXXIV). 
· Verdade real - No processo penal, o juiz tem o dever de investigar como os fatos se passaram na realidade (o juiz atua ex officio – sem provocação), não se conformando com a verdade formal constante dos autos. Esse princípio é próprio do processo penal, já que no cível o juiz deve conformar-se com a verdade trazida aos autos pelas partes. 
· O princípio da verdade real comporta, no entanto, algumas exceções, como por exemplo: a inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (CF, art. 5º, LVI, e CPP, art. 157); 
· Legalidade ou obrigatoriedade - Os órgãos incumbidos da persecução penal não podem possuir poderes discricionários para apreciar a conveniência ou oportunidade da instauração do processo ou do inquérito. As exceções ao princípio são os crimes de ação penal pública condicionada e de ação penal privada, vigorando, quanto aos últimos, o princípio diametralmente oposto: o da oportunidade.
· Exceção – Lei 9.099/95 – acordo entre promotor e acusado.
· Presunção de inocência - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado da sentença penal condenatória (art. 5º, LVII). Ao Estado incumbe-se a comprovar a culpa do réu (ônus da prova).
· Fundamento no princípio “in dúbio pro reo”. 
· A Súmula 9 do STJ, segundo a qual a prisão processual (cautelar) não viola o princípio do estado de inocência.
· Vide HC 126292/SP – o STF entendeu que o início da execução da pena, após a confirmação da sentença condenatória em segundo grau, não ofende o princípio constitucional da presunção da inocência. 
· Segundo Zavascki, a presunção da inocência impera até a confirmação em segundo grau da sentença penal condenatória, sendo que, após esse momento, exaure-se o princípio da não culpabilidade, é o réu passa, então, a presumir-se culpado.
· Devido Processo Legal - Consiste em assegurar à pessoa o direito de não ser privada de sua liberdade e de seus bens, sem a garantia de um processo desenvolvido na forma que estabelece a lei (CF, art. 5º, LIV). 
· Publicidade - Vigora entre nós a publicidade absoluta (ou publicidade popular), pois as audiências, sessões e atos processuais são franqueados ao público em geral (CPP, art. 792). A publicidade é essencial pois envolve o direito de punir do Estado e o Direito a liberdade do réu.
· A publicidade é garantia de independência, imparcialidade, autoridade e responsabilidade do juiz.
· Contudo, existem exceções como por exemplo o fato da Constituição também permitir ao legislador restringir a publicidade de atos proces​suais para defesa da intimidade ou do interesse social (art. 5º, LX); 
· Oficialidade - a pretensão punitiva do Estado deve se fazer valer por órgãos públicos, quais sejam, a autoridade policial, no caso do inquérito, e o Ministério Público, no caso da ação penal pública. Esse princípio, no entanto, sofre exceção no caso da ação penal privada e de ação penal popular.
· Motivação das decisões judiciais - As decisões judiciais precisam sempre ser motivadas (CF, art. 93, IX; CPP, art. 381). O juiz deve fundamentar os motivos de seu convencimento que o levou a determinada decisão. Tal motivação tem como objetivo possibilitar a impugnação das decisões e a estes o respectivo reexame (garantia da sociedade, no tocante a imparcialidade do juiz e a legalidade e justiça).
· Exceção – os jurados julgam pela sua intima convicção, não se exige a justificativa destes.
· Juiz Natural - ninguém será sentenciado senão pelo juiz competente. Juiz natural é, portanto, aquele previamente conhecido, segundo regras objetivas de competência estabelecidas anteriormente à infração penal, investido de garantias que lhe assegurem absoluta independência e imparcialidade.
· Do princípio depreende-se também a proibição de criação de tribunais de exceção.
· Inadmissibilidade da Prova Ilícita - São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos (CF, art. 5º, LVI). As provas obtidas por meios ilícitos constituem espécie das chamadas provas vedadas (aquela produzida em contrariedade a uma norma legal específica).
· Dito isto, as provas ilícitas são aquelas produzidas com violação a regras de direito material, ou seja, mediante a prática de algum ilícito penal, civil ou administrativo.
· Promotor Natural - Ninguém será processado, senão pelo órgão ministerial previamente dotado de atribuição (reconhecido pelo STF).
· Iniciativa das partes - A jurisdição é inerte; não pode o Juiz demandar de ofício (art. 129, I, da CF), salvo exceções. 
· Princípio do duplo grau de jurisdição - Todos homens estão sujeitos a erro. Por isso o Estado criou órgãos jurisdicionais a eles superiores, para reverem, em grau de recurso, suas decisões. Embora não haja texto expresso a respeito na Lei Maior, o duplo grau de jurisdição é uma realidade incontrastável.
· Princípio da celeridade do processo - -introduzido pela EC 45- “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”.
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
· O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro (vide princípio da territorialidade), por este Código, com exceção aos: 
a)  Os tratados, as convenções e regras de direito internacional;
b) As prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente, e dos ministros STF, nos crimes de responsabilidade. 
c) Os processos da competência da Justiça Militar; E os processos da competência do tribunal especial.
d)  Os processos por crimes de imprensa.        
· Quando uma infração penal é cometida fora do território nacional, em regra não será julgada no Brasil. Existem, entretanto, algumas hipóteses excepcionais de extraterritorialidade da lei penal brasileira em que será aplicada a lei nacional embora o fato criminoso tenha se dado no exterior. Ex.: crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República
LEI PROCESSUAL NO TEMPO
· O art. 2º do Código de Processo Penal adotou o princípio da imediata aplicação da lei processual penal.
· De acordo com esse princípio, os novos dispositivos processuais podem ser aplicados a crimes praticados antes de sua entrada em vigor. O que se leva em conta, portanto, é a data da realização do ato (tempus regit actum), e não a da infração penal. 
· Não confundir com a Lei penal no tempo (direito penal). Pois não importa se a nova lei é favorável ou prejudicial à defesa
· Vide novos procedimentos do CPP, competência para julgamento homicídio de Policial Militar; novo procedimento do júri.
· Normas mistas: São aquelas que possuem conteúdo concomitantemente penal e processual, gerando, assim, consequências em ambos os ramos do Direito. 
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL
· A lei processual penal admitirá interpretação extensiva (ex: direito ao silencio) e aplicação analógica (Ex: uso do CPC, procedimento de justificação), bem como o suplemento dos princípios gerais de direito (Ex: ampla defesa, contraditório). 
· A interpretação extensiva, dá​-se quando o texto legal diz menos do que pretendia o legislador, de modo que o intérprete estende o alcance do dispositivo.
· A interpretação analógica, por sua vez, mostra​-se possível quando, dentro do próprio texto legal, após uma sequência casuística. 
PRAZOS PROCESSUAIS
· A contagem do prazo processual começa a contar a partir da intimação: (798, § 1º e 5o, do CPP). Diverge do prazo penal.
· Conta-se o prazo a partir do dia posterior ao da intimação ou,excluindo-se o dia final se não houver expediente judicial (art. 798, par. 1º CPP) 
· Prazo Especial: Para o defensor público há prazo em dobro (art. 5o, § 5o, da Lei 1.060/50, e 44, I, da LC 80/94). 
INQUÉRITO POLÍCIAL
· É um procedimento investigatório instaurado em razão da prática da uma infração penal, composto por uma série de diligências, que tem como objetivo obter elementos de prova para que o titular da ação possa propô​-la contra o criminoso (procedimento administrativo).
· Quando é cometido um delito, deve o Estado, por intermédio da polícia civil, buscar provas iniciais acerca da autoria e da materialidade, para apresentá​-las ao titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido), a fim de que este apre​ciando​-as, decida se oferece a denúncia ou queixa​-crime. 
· Uma vez oferecidas, o inquérito policial as acompanhará, para que o juiz possa avaliar se há indícios suficientes de autoria e materialidade para recebê​-las. Caso sejam recebidas, o inquérito policial acompanhará a ação penal, ficando anexado aos autos. Pode​-se, por isso, dizer que o destinatário imediato do inquérito é o titular da ação (Ministério Público ou ofendido) e o destinatário mediato é o juiz.
· O inquérito policial - é instaurado para apurar infrações penais que tenham pena superior a 2 anos.
· Termo circunstanciado - apenas em infrações de menor potencial ofensivo (crimes com pena máxima não superior a 2 anos e as contravenções penais).
· São as seguintes as características próprias do inquérito policial:
a) Ser realizado pela Polícia Judiciária (Polícia Civil ou Federal) - A presidência do inquérito fica a cargo da autoridade policial (delegado de polícia ou da Polícia Federal).
b) Caráter inquisitivo - é desnecessário à autoridade policial intimar o investigado das provas produzidas para que possa rebatê​-las.
c) Caráter sigiloso – evitar a publicidade em relação as provas colhidas.
d) É escrito - Os atos do inquérito devem ser reduzidos a termo para que haja segurança em relação ao seu conteúdo.
e) É dispensável - A existência do inquérito policial não é obrigatória e nem necessária para o desencadeamento da ação penal.
· O local onde deve ser instaurado e de tramitação do inquérito é o mesmo onde deve ser instaurada a ação penal, de acordo com as regras de competência dos arts. 69 e seguintes do Código de Processo Penal. 
· O Código de Processo Penal estabelece cinco formas pelas quais um inquérito pode ser iniciado: 
1. De ofício - é iniciado por ato voluntário da autoridade policial, sem que tenha havido pedido expresso de qualquer pessoa nesse sentido. Assim, quando o delegado de polícia fica sabendo da prática de um delito deve baixar a chamada portaria (peça que dá início ao procedimento). 
· A notitia criminis pode chegar ao conhecimento do delegado de formas diversas. Ex: por comunicação de outros policiais, por matéria jornalística.
2. Por requisição do juiz ou MP– (ordem) quando o juiz, o promotor de justiça ou MP requisitam a instauração do inquérito, o delegado está obrigado a dar início às investigações. É necessário que as autoridades requisitantes especifiquem, o fato criminoso, que deve merecer apuração. 
3. Em razão de requerimento do ofendido - Qualquer pessoa pode levar ao conhecimento da autoridade a ocorrência de um delito. Quando isso ocorre, normalmente, é lavrado um boletim de ocorrência e, com base neste, o próprio delegado dá início ao inquérito por meio de portaria. 
4. Pelo auto de prisão em flagrante - Quando uma pessoa é presa em flagrante, deve ser encaminhada à Delegacia de Polícia. Nesta é lavrado o auto de prisão, lavrado o auto, o inquérito está instaurado.
AÇÕES PENAIS - REQUERIMENTO DO OFENDIDO
· Estabelece expressamente o art. 5º, § 4º, do CPP, que, nos crimes em que a ação pública depender de representação, o inquérito não poderá sem ela ser iniciado, ou seja, é necessária a prévia existência da representação para a instauração do inquérito.
· De acordo com o art. 5º, § 5º, do CPP, nos crimes de ação penal privada o inquérito só poderá ser instaurado se existir requerimento de quem tenha a titularidade da ação (ofendido ou seu representante legal).
PRAZOS PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO 
· Uma vez iniciado o inquérito a autoridade tem prazos para concluí​-lo, mas estes prazos dependem de estar o indiciado solto ou preso.
· Indiciado solto: De acordo com o art. 10, caput, do CPP, o prazo é de 30 dias, porém, o seu § 3º prevê que tal prazo poderá ser prorrogado quando o fato for de difícil elucidação.
· Indiciado preso em flagrante ou por prisão preventiva: Nos termos do art. 10, caput, do CPP, o prazo para a conclusão é de 10 dias. No caso de prisão em flagrante só deverá ser obedecido referido prazo se o juiz, ao receber a cópia do flagrante (em 24 horas a contar da prisão), convertê​-la em prisão preventiva hipótese em que se conta o prazo a partir do ato da prisão em flagrante. 
· Prisão temporária: nos termos da lei, possui prazo máximo de duração de 5 dias, prorrogáveis por mais 5, em caso de extrema e comprovada necessidade nos crimes comuns, e de 30 dias, prorrogáveis por igual período, nos crimes definidos como hediondos, tráfico de drogas, terrorismo e tortura.
DILIGÊNCIAS
· Após a instauração do inquérito, a autoridade deverá determinar a realização das diligências pertinentes ao esclarecimento do fato delituoso. 
· Assim, os arts. 6º e 7º do CPP elencam um rol de diligências que devem ser observadas, desde que cabíveis no caso concreto, são eles:
I — dirigir​-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais (preservação do local do crime).
II — apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais (tais objetos deverão acompanhar o inquérito, salvo se não mais interessarem à prova).
III — colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias (Trata​-se de permissão genérica dada pela lei à autoridade, no sentido de admitir que produza qualquer prova que entenda pertinente, mesmo que não elencada expressamente nos demais incisos).
IV — ouvir o ofendido.
V — ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título VII, deste Livro (O dispositivo refere​-se ao interrogatório do indiciado).
VI — proceder a reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações (visa apontar o autor do crime. Deve ser feito pela vítima e por testemunhas que tenham presenciado a infração penal).
VII — determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias (O exame de corpo de delito é indispensável para a prova da materialidade dos delitos que deixam vestígios. A sua ausência é causa de nulidade da ação).
VIII — ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes - Esta regra do CPP estabelece que a pessoa civilmente identificada não será submetida a identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei.
· Essa norma constitucional proíbe, portanto, a identificação datiloscópica e fotográfica na hipótese de o indiciado apresentar documentação válida que o identifique eficazmente. 
· A referida lei permite, em seu art. 3º, que a identificação criminal seja levada a efeito mesmo que haja apresentação de um daqueles documentos, quando por exemplo: o documento apresentar rasura ou tiver indício de falsificação; o documento apresentado for insuficiente para identificar cabalmente o indiciado, dentre outras situações.
· Ressalte​-se que a identificação criminal inclui o processo datiloscópico e o fotográfico, cujos registros devem ser anexados aos autos da investigação.
· Registre​-se também que cópia do documento de identidade apresentado pelo identificando deverá, em qualquer hipótese, ser anexada ao procedimento investigatório.
IX — averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estadode ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter (é de suma importância para que o juiz tenha elementos para fixar adequadamente a pena​-base do réu). 
INDICIADO MENOR DE 21 ANOS E A DESNECESSIDADE DE NOMEAÇÃO DE CURADOR PARA O INTERROGATÓRIO
· O art. 15 do CPP determina que, sendo o indiciado menor, deve ele ser interrogado na presença de um curador nomeado pela autoridade. 
· O dispositivo refere​-se evidentemente aos réus menores de 21 anos de idade, ou seja, aos menores que, pela lei civil, dependiam de assistência. 
· Ocorre que o novo Código Civil, em seu art. 5º, reduziu a maioridade civil para 18 anos, de modo que não mais é necessária a nomeação de curador ao réu menor de 21 anos. 
· Além disso, a Lei n. 10.792/2003 revogou expressamente o art. 194 do CPP, tornando desnecessária, na fase judicial, a nomeação de curador ao interrogado menor de 21 anos. Assim, se para a efetivação do interrogatório judicial, ato de maior relevância para o deslinde da causa, não se mostra necessária a intervenção de curador, possível a conclusão de que tal medida é também dispensável quando de sua realização na fase inquisitorial.
ATO DE INDICIAMENTO
· O indiciamento é um ato formal eventualmente realizado durante o inquérito policial que decorre do fato de a autoridade policial se convencer de que determinada pessoa é a autora da infração penal. 
· Antes do formal indiciamento, a pessoa é tratada apenas como suspeita ou investigada. 
· De acordo com o art. 2º, § 6º, da Lei n. 12.830/2013, o indiciamento, privativo do delegado de polícia, dar-se-á por ato fundamentado, mediante análise técnico-jurídica do fato, que deverá indicar a autoria, a materialidade e suas circunstâncias. 
· O indiciamento é um juízo de valor da autoridade policial durante o decorrer das investigações e, por isso, não vincula o Ministério Público, que poderá, posterior​mente, requerer o arquivamento do inquérito.
REPRODUÇÃO SIMULADA DOS FATOS
· O art. 7º do CPP permite que a autoridade policial proceda à reprodução simulada dos fatos com a finalidade de verificar a possibilidade de ter a infração sido praticada de determinada forma. 
· É a chamada reconstituição do crime, da qual o indiciado não é obrigado a tomar parte. O ato deve ser documentado por fotografias.
OUTRAS FUNÇÕES DA AUTORIDADE POLICIAL DURANTE O INQUÉRITO 
· De acordo com o art. 13 do CPP, o delegado de polícia possui outras funções durante o tramitar do inquérito: 
I — fornecer às autoridades judiciárias as informações necessárias à instrução e julgamento dos processos;
 II — realizar as diligências requisitadas pelo juiz ou pelo Ministério Público;
 III — cumprir os mandados de prisão expedidos pelo juiz; 
IV — representar acerca da prisão preventiva.
CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL 
· Ao considerar encerradas as diligências, a autoridade policial deve elaborar um relatório descrevendo as providências tomadas durante as investigações. Esse relatório é a peça final do inquérito, que será então remetido ao juízo. 
· Ao elaborar o relatório, a autoridade declara estar encer​rada a fase investigatória. 
· O art. 17 do CPP diz que a autoridade policial não pode determinar o arquivamento do feito. 
· Conforme se verá adiante, o arquivamento do inquérito é sempre determinado pelo juiz, em razão de pedido do Ministério Público. 
· Em se tratando de crime de ação privada, o art. 19 do CPP estabelece que os autos do inquérito serão remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu representante legal, ou serão entregues a eles, mediante traslado (cópia), se assim tiverem solicitado. 
· O art. 11 do CPP dispõe que os instrumentos do crime, bem como os objetos que interessarem à prova, acompanharão os autos do inquérito policial quando encaminhados ao juízo. 
· O inquérito policial acompanhará a denúncia ou queixa, sempre que servir de base para o oferecimento de qualquer delas (art. 12 do CPP). 
· Por fim, de acordo com o art. 18 do CPP, mesmo após ter sido determinado o arquivamento do inquérito por falta de base para a denúncia, a autoridade policial pode realizar novas diligências a fim de obter provas novas, se da existência delas tiver notícia.
· Caso efetivamente sejam obtidas provas novas relevantes, a ação penal poderá ser proposta com fundamento nelas, desarquivando​-se o inquérito policial.

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