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civilização cap 2

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08/05/2020 História da Hominização às Primeiras Civilizações
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HISTÓRIA DA HOMINIZAÇÃO
ÀS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES
CAPÍTULO 2 - COMO OS
HOMINÍDEOS CONQUISTARAM O
PLANETA?
Fernando Silva de Almeida
INICIAR
08/05/2020 História da Hominização às Primeiras Civilizações
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Introdução
Neste capítulo, conheceremos diversas características dos primeiros hominídeos
que povoaram nosso planeta. Quais foram essas espécies? Como as populações
humanas mudaram o modo de vida nômade e se tornaram sedentárias? Quais
eram as características principais das primeiras cidades que surgiram no Oriente
Antigo?
Esses questionamentos são importantes, pois se referem aos primeiros momentos
da história humana, que compreendem um gigantesco período de mais de 7
milhões de anos, muito mais difíceis de se compreender – em função das fontes
documentais disponíveis – do que o período posterior à invenção da escrita.
Sendo assim, apresentaremos aqui alguns tópicos que auxiliarão na compreensão
de alguns desses processos.
Abordaremos no primeiro tópico deste capítulo os debates e as evidências dos
primeiros hominídeos que ocuparam o planeta e que são os antepassados dos
seres humanos modernos. Trataremos no segundo tópico algumas problemáticas
sobre a dispersão dos primeiros hominídeos para fora do continente africano e
algumas intepretações sobre a chegada dessas populações em vários cantos do
planeta. Descreveremos, no terceiro tópico, alguns processos que ocorreram
durante os últimos 10 mil anos, os quais ocasionaram grandes mudanças no modo
de vida do ser humano. Por fim, no quarto tópico, relataremos alguns dos
principais processos históricos ocorridos na Mesopotâmia (do grego meso = no
meio de; potânia = rio), portanto, “[terra] entre rios” (MICHAELIS, 2018) durante a
História Antiga.
Acompanhe com atenção e bons estudos!
2.1. Principais debates sobre os
primeiros hominídeos
Neste tópico, abordaremos algumas das principais discussões sobre os primeiros
hominídeos que surgiram ao longo da Pré-História. As espécies citadas aqui
possuem características que as inserem no quadro geral da evolução de nossa
espécie e que demonstram o processo histórico que transformou esses
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hominídeos com pouca capacidade cerebral e pequena estatura em espécies mais
evoluídas, que ocuparam diversas partes do globo. Apresentaremos as principais
espécies que fazem parte desse longo período de tempo e desconsideraremos
outras que ainda são motivos de debate entre os especialistas e não se
confirmaram ainda como as que fazem parte da linhagem originária do ser
humano moderno.
O livro mais famoso de Charles Darwin, “A origem das espécies”, publicado
inicialmente em 1859, causou um grande impacto na comunidade científica e
religiosa do século XIX ao afirmar que as espécies pertencentes a um mesmo
gênero são sucessoras de outras já extintas. Dessa maneira, o ser humano
começou a ser visto como uma espécie que não era o resultado de uma construção
divina, mas sim de um processo evolutivo. Esse foi um momento histórico muito
importante durante esse período, pois despertou o interesse no estudo de
vestígios mais antigos relacionados à origem do ser humano.
A ideia apresentada por Darwin (1859) só começou a ser aceita à medida que os
fósseis de hominídeos mais antigos começaram a ser encontrados em vários
lugares da África e da Europa. Entre as primeiras descobertas, podemos citar como
exemplo a calota craniana de um Neandertal, descoberta em 1856, no vale do rio
Neander. Em relação à origem da nossa espécie e ao restante dos hominídeos já
conhecidos, a hipótese mais aceita pela comunidade científica – baseada em
evidências sólidas – é que surgiram na África.
VOCÊ SABIA?
No estudo “Complete Khoisan and Bantu genomes from southern Africa”
(SCHUSTER; MILLER; HAYER, 2010), publicado na revista Nature, foi comparado o
DNA dos povos caçadores-coletores sul-africanos do deserto de Kalahari e dos
povos Bantu, reforçando a teoria de que os seres humanos modernos têm sua
origem na África. Os resultados indicaram a existência de uma maior diversidade
genética entre esses grupos culturais, confirmando que são a população mais
antiga, enquanto europeus e asiáticos seriam descendentes de uma população que
saiu da África há dezenas de milhares de anos.
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Atualmente, sabemos que essa antiguidade compreende um período de mais 7
milhões de anos, muito mais recuado do que se imaginava. Como principais
descobertas (FUNARI; NOELLI, 2002), podemos citar a identificação de inúmeros
fósseis, entre eles: Sahelanthropus tchadensis (7 milhões de anos), Orrorin
tugenensis (6 milhões de anos), Ardipithecus ramidus kadabba (5 milhões e meio de
anos), Ardipithecus ramidus ramidus (4 milhões e meio de anos), Australopithecus
anamensis (4 milhões de anos), Australopithecus afarensis (3 milhões e meio de
anos), Australopithecus africanus (3 milhões de anos), Paranthropus aethiopicus (2
milhões e meio de anos), Paranthropus boisei (2 milhões de anos) e o Paranthropus
robustus (1 milhão e 800 mil anos). No fim desse período, há o surgimento das
espécies do gênero Homo, como o Homo rudolfensis (2 milhões de anos), Homo
habilis (1 milhão e 800 mil anos), Homo erectus (1 milhão e 800 mil anos), Homo
heidelbergensis (500 mil anos), Homo sapiens (300 mil anos) e o Homo
neanderthalensis (150 mil anos).
Veja, na figura a seguir, essa evolução:
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O período que se estende de 2 milhões até 10 mil anos atrás é considerado o mais
importante da evolução humana, pois foi quando houve muitas mudanças
biológicas, as quais transformaram os primeiros hominídeos na espécie que
somos hoje. Vale lembrar que o Homo sapiens não é uma espécie descendente dos
Figura 1 - Quadro cronológico da evolução humana, com a representação das principais espécies de
hominídeos que antecederam o ser humano moderno. Fonte: Elaborada pelo autor, adaptada de
FUNARI; NOELLI, 2002.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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macacos, mas que estes e os seres humanos possuem uma ancestralidade em
comum. Ainda não sabemos qual seria esse ancestral, pois os restos encontrados
até hoje são poucos e não permitem uma associação precisa. Nesse sentido, ao
longo deste tópico, citaremos algumas descobertas importantes na história da
evolução de nossa espécie.
Louis Leakey e sua esposa Mary Leakey trabalharam na África e foram responsáveis por algumas das
principais descobertas de hominídeos em tal continente. O casal contribuiu, principalmente, para
comprovar que a espécie humana surgiu na África, e não na Ásia, como se pensava até então. Louis
Leakey foi também o pesquisador responsável pela descoberta dos primeiros fósseis de Homo habilis,
enquanto Mary Leakey desenterrou fósseis de Paranhropus boisei e argumentou que os primeiros
hominídeos eram bípedes há milhões de anos (PASSOS, 1975).
Um dos grupos mais antigos de hominídeos que já existiram é o Australopithecus
(PASSOS, 1975). Eles eram bípedes, possuíam feições de símios, dentes molares
desenvolvidos e habitavam principalmente ambientes abertos. A mais conhecida
das descobertas foi denominada como Lucy, um fóssil de Australopithecus afarensis
encontrado na Etiópia. Entretanto, a maioria dos fósseis encontrados até hoje
pertence à espécie Australopithecus africanus.Evidências indicam que eles
possuíam prognatismo acentuado, mediam aproximadamente 1,50 metro de
altura e, apesar de comerem vegetais, eram predominantemente carnívoros. Além
disso, sua locomoção bípede e a postura ereta possibilitavam a fabricação de
instrumentos de pedra e osso, encontrados com seus fósseis.
No grupo dos Paranthropus, podemos citar como uma das espécies mais
conhecidas os hominídeos Paranthropus robustus,  também conhecidos como
Australopithecus robustus  (PASSOS, 1975). Algumas das suas características
principais eram a face larga e maciça, o nariz chato, o prognatismo pouco
acentuado e o maxilar inferior forte. Sua arcada dentária indicava uma
alimentação composta principalmente por vegetais e uma pequena porcentagem
VOCÊ O CONHECE?
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de consumo de carne. Eles mediam aproximadamente 1,50 metro de altura,
possuíam uma musculatura bem desenvolvida e um andar mais vagaroso e, ao
que tudo indica, não eram grandes caçadores.
Em relação ao gênero Homo, podemos citar os Homo habilis. Esses hominídeos
foram descobertos na década de 1970 (PASSOS, 1975), na Garganta de Olduvai, na
Tanzânia. Sua denominação derava dos artefatos de pedra lascada, encontrados
em grande quantidade junto aos fósseis, sendo um dos registros mais antigos de
produção de ferramentas. Eles possuíam uma dieta diversificada, composta por
carnes, frutos e vegetais. Alguns pesquisadores acreditam que seriam uma
variação do Australopithecus, por possuírem características morfológicas
similares e, por isso, não seriam avançados ao ponto de serem incluídos no gênero
Homo.
Os Homo erectus situam-se entre o Australopithecus e o Homo sapiens. Alguns
pesquisadores, como Passos (1975), acreditam que esses hominídeos seriam uma
espécie que se desenvolveu a partir do Australopithecus, enquanto outros
estudiosos acreditam que foi a partir do Homo habilis. Eles surgiram na África e
também ocuparam a Europa e a Ásia, tendo sobrevivido neste último continente
mais do que em qualquer outro lugar. Possuíam aproximadamente 1,60 metro de
altura, apresentavam uma redução dos molares e caninos menores, e sua
estrutura facial se assemelhava muito mais ao Homo sapiens. A estrutura óssea
permitia mais equilíbrio em pé e caminhadas mais longas. Eles produziam
instrumentos em pedra e caçavam grandes animais.
A calota craniana do primeiro Homo erectus encontrado possuía uma capacidade
entre 775 e 900 cm³, demonstrando uma evolução considerável quando
comparada com fósseis de espécies mais antigas, embora outros dessa espécie
apresentassem capacidade craniana variando entre 900 e 1.200 cm³ (MARCONI;
PRESOTTO, 2001). O Homo erectus pekinensis (Homem de Pequim) foi uma das
mais importantes descobertas na Ásia. Diversos fósseis dessa espécie foram
encontrados na caverna de Zhoukodian, indicando que estiveram nessa região há
aproximadamente 700 mil anos e representaram algumas dezenas de indivíduos,
bem como muitos mamíferos de grande porte, além de claras evidências do uso
do fogo e da fabricação de instrumentos de pedra, com uma perícia técnica mais
apurada do que os instrumentos produzidos anteriormente.
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Os Homo sapiens neanderthalensis surgiram há aproximadamente 150 mil anos,
tendo seu apogeu estimado entre 70 e 40 mil anos atrás (MARCONI; PRESOTTO,
2001). Foram encontrados em vários lugares da Europa, Ásia e África. Eram
hominídeos pequenos, com aproximadamente 1,50 metro de altura, com cérebro
mais volumoso do que o homem moderno (1.500 cm³, aproximadamente). Sua
estrutura facial era maciça, com o rosto proeminente, nariz largo e comprido, e
com o maxilar inferior largo e afundado. Eles tinham uma grande capacidade
muscular, e o esqueleto era mais volumoso do que o ser humano moderno, com
ossos mais espessos e pesados. As mãos e os pés eram largos, e os dedos eram
robustos. Viveram principalmente em cavernas ou abrigos rochosos, usaram o
fogo, praticaram a caça e a coleta e aperfeiçoaram bastante as técnicas de
produção de instrumentos em pedra lascada, osso e madeira. Foi a primeira
espécie a utilizar ossos para produzir instrumentos musicais, utilizavam peles de
animais como vestimenta e enterravam seus mortos.
O problema do desaparecimento do Homem de Neandertal é ainda hoje um
fenômeno sem explicação. Um dos últimos refúgios foi localizado no sul da
Espanha, e as datações indicam que habitaram essa região aproximadamente há
30 mil anos. Alguns pesquisadores argumentam que esse hominídeo não teria
convivido com o Homo sapiens, enquanto outra teoria propõe que houve
processos de miscigenação. Recentes descobertas na Croácia apontam para uma
possível miscigenação entre os dois grupos, assim como o Menino do Lapedo,
encontrado em Portugal (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Essa descoberta se refere a
uma criança de quatro ou cinco anos, morta há́ mais de 25 mil anos, que possuía
traços de Neandertais e humanos modernos.
Em relação ao Homo sapiens primitivos, citamos alguns achados, como o Homem
de Kibish (na Etiópia), o Homem de Vertesszöllös (na Hungria) e o Homem de
Swanscombe (na Inglaterra). A datação mais antiga se refere aos fósseis do sítio
Jebel Irhoud, no Marrocos, com uma datação de aproximadamente 300 mil anos
atrás, e dos fósseis Omo I e Omo II, que habitaram o atual território da atual
Etiópia há 195 mil anos. Esses hominídeos se diferenciavam, pois apresentavam
características de seres humanos modernos, porém com alguns traços de
hominídeos mais antigos. As descobertas associadas a essa subespécie indicam
que possuíam cérebros grandes: a análise dos crânios de Swanscombe indicava
um volume de aproximadamente 1.300 cm³ (MARCONI; PRESOTTO, 2001),
enquanto os homens de Kibish possuíam uma capacidade craniana de 1.400 cm³
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(DAY, 1969), fabricavam instrumentos de pedra, manipulavam o fogo e, em vários
casos, foram encontrados em associação com animais de grande porte, indicando
atividades de caça especializada.
O filme A guerra do fogo (BRACH, 1981) aborda um período pré-histórico anterior ao uso da linguagem
tal qual a conhecemos. Ao longo da película, são mostradas interações entre distintos hominídeos e a
relação existente entre eles. Trata-se de um exemplo interessante para quem quer conhecer um pouco
mais da história dos antepassados humanos.
O último grupo de seres humanos conhecidos atrás do estudo de fósseis é
denominado de Cro-Magnon. Acredita-se que estão entre os fósseis de Homo
sapiens mais antigos encontrados na Europa e apresentavam características de
seres humanos modernos (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Viveram entre 35 e 10 mil
anos atrás, habitaram a Europa, Ásia e África, chegando mais tarde à América e
Austrália. Apresentavam caixa craniana de 1.200 a 1.600 cm , e altura que
alcançava até 1,86 metro. O rosto era reto, com nariz desenvolvido e mais fino, e a
testa larga. Possuía forte mandíbula, estrutura robusta e esqueleto bem
construído. A tecnologia material foi a mais avançada entre todas as espécies de
hominídeos, e a capacidade criativa deu origem às extraordinárias pinturas e
gravuras rupestres encontradas em diversos lugares do planeta. Eram hábeis
caçadores e coletores e, com o passar do tempo, desenvolveram outras técnicas
baseadas em atividades de forrageio e horticultura.
VOCÊ QUER VER?
3
2.2. Hipóteses sobre a saída dos
primeiros hominídeos da África e sua
dispersão pelo mundo
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Os hominídeos que fizeram parte do gênero Homo, como o Homo habilis, Homo
erectus e o Homo sapiens,ocuparam outras partes do planeta, diferentemente de
espécies como os Australopithecus e Paranthropus, que habitaram somente o
território africano (SANTOS, 2014). Neste tópico, abordaremos alguns dos
processos associados à migração dessas espécies para fora da África, em direção à
Ásia e Europa. Posteriormente, apresentaremos algumas discussões sobre a
chegada do Homo sapiens sapiens à Austrália e ao continente americano.
A discussão sobre esses fenômenos é um elemento importante no
desenvolvimento deste tópico, pois aqui explicamos o processo de dispersão que
levaram os hominídeos a diferentes ambientes onde, com o passar do tempo,
foram modificados pela ação humana e transformados nas primeiras cidades
conhecidas do mundo antigo.
Para dividir os períodos da Pré-História humana, os instrumentos de pedra lascada
produzidos pelos primeiros hominídeos e encontrados em sítios arqueológicos
foram classificados no início do século XX pelos europeus conforme diferentes
morfologias, técnicas de produção e períodos em que foram produzidos. Dessa
forma, a cronologia da Pré-História foi dividida entre o período Paleolítico (idade
da pedra lascada) e o Neolítico (idade da pedra polida) (FUNARI; NOELLI, 2002).
Não há um consenso e uma definição precisa sobre a cronologia desses
momentos, porém, de uma maneira geral, costuma-se chamar de Paleolítico
Inferior o período que vai de 2 milhões e meio de anos até 300 mil anos atrás,
seguido do Paleolítico Superior, que se estende até 10 mil anos atrás. Já o
Neolítico se situa entre 10 mil e 4 mil anos atrás, aproximadamente, e se refere ao
surgimento das primeiras civilizações.
A cultura material associada ao período Paleolítico se baseia, principalmente, na
produção de instrumentos de pedra lascada, o material arqueológico mais comum
de se encontrar nos sítios arqueológicos pré-históricos. O conjunto de diversos
artefatos encontrados em um sítio é chamado de indústria lítica. Esses artefatos
foram fabricados por diferentes hominídeos, como o Australopithecus africanus,
Homo habilis, Homo erectus, Homo sapiens neanderthalensis e Homo sapiens sapiens
(MARCONI; PRESOTTO, 2001). 
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A indústria lítica é definida pela utilização de diferentes técnicas de fabricação de
instrumentos com distintas morfologias, incluindo machados, raspadores, pontas
de flecha e de lança, lascas e lâminas de corte, entre outros, que poderiam ter sido
fabricados também em osso e em madeira (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Como
exemplos, citamos a cultura Musteriense, que se refere à produção de distintos
instrumentos de pedra, como pontas, facas e raspadores, que foram fabricados
pelo Homo sapiens neanderthalensis, e a cultura Solutrense, caracterizada
 Figura 2 - Instrumento lítico
Acheulense. Fonte: Diego Barucco, Shutterstock, 2018.
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principalmente pela perícia técnica aplicada às pontas de projétil com morfologia
foliácea, produzidas pelo Homo sapiens. Outras culturas presentes em distintos
períodos do Paleolítico são a Olduvaiense, Acheulense e Magdaleniense.
Com base na leitura deste e-book, podemos afirmar que todas as espécies de
Australopithecus, o gênero Paranthropus e o Homo habilis foram encontrados na
África, assim como algumas das indústrias líticas do Paleolítico Inferior, como a
cultura Olduvaiense (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Por outro lado, hominídeos
como o Homo sapiens neanderthalensis, Homo erectus e o Homo heildelbergensis
desenvolveram artefatos característicos ao habitarem os continentes europeu e
asiático, e muitas dessas culturas podem ter sido precursoras de outras
encontradas em outros continentes. A indústria lítica Acheulense, por exemplo,
tem seus conjuntos mais antigos encontrados na África, porém foi definida a partir
de um sítio arqueológico encontrado na França (Saint-Acheul) e é comum ser
encontrada no continente europeu.
Essas culturas arqueológicas nos trazem evidências da produção dos mesmos
instrumentos em diferentes regiões do planeta e demonstram alguns das
primeiras evidências de migração ocorridas no passado. As indústrias líticas e os
fósseis humanos são as principais evidências que comprovam esses fenômenos e
estão relacionadas à dispersão de diversos hominídeos pelo mundo, como o Homo
erectus, na Ásia. Existem evidências científicas desse hominídeo encontradas no
Cáucaso e em Israel, datadas em aproximadamente 1,6 milhão de anos atrás, e os
fósseis e materiais líticos de Homo erectus que habitaram a China há
aproximadamente 2 milhões de anos (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
Em relação aos dados existentes sobre a dispersão do Homo sapiens sapiens para
fora da África, sabemos que esse processo migratório deve ter ocorrido há
aproximadamente 60 mil anos. Contudo, há novas evidências que sugerem a
ocorrência de outro processo migratório, que ocorreu por volta de 125 mil anos,
com base nas pesquisas científicas que aconteceram no sítio arqueológico Jebel
Faya, nos Emirados Árabes Unidos (ARMITAGE et al., 2011). Esses dados são
significativos, pois recuam ainda mais o período de entrada do Homo sapiens
sapiens em outros continentes e sugerem que o contato com outros hominídeos
ocorreu muito antes do que se imaginava.
As principais hipóteses sobre a chegada do Homo sapiens à Austrália indicam que
esse processo migratório ocorreu entre 50 mil e 60 mil anos atrás. Contudo, novas
pesquisas publicadas na conceituada revista científica Nature indicam que
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homens modernos já habitavam o continente australiano há 65 mil anos
(CLARKSON, 2017). Essas evidências reforçam ainda mais a ideia de que os
processos migratórios para fora do continente africano poderiam ter ocorrido em
períodos mais antigos do que afirmam as pesquisas, desmistificando a ideia de
que somente em períodos mais recentes o Homo sapiens poderia ter realizado
grandes travessias, tanto marítimas quanto terrestres.
Em relação à presença de outros hominídeos na América, novos dados sempre
têm trazido novas problemáticas e hipóteses: há publicações que afirmam, por
exemplo, que o Homo erectus ocupou a América ou que o Brasil teria sítios
arqueológicos de mais 70 mil anos atrás. Contudo, até o momento, não há dados
coerentes e ninguém da comunidade científica internacional considera a validade
dessas teorias. Sendo assim, os dados presentes até o momento comprovam que
o Homo sapiens sapiens foi o primeiro e único hominídeo a ocupar a América
(FUNARI; NOELLI, 2002).
A principal hipótese sobre a chegada do Homo sapiens à América, defendida pela
grande maioria dos pesquisadores que estuda a Pré-História americana, diz
respeito à entrada das primeiras populações pelo Estreito de Behring, uma região
localizada entre a Ásia e América do Norte. Essas populações teriam chegado ao
continente em um dos três últimos períodos de glaciação, que ocorreram em três
momentos distintos: em 40 mil, 25 mil e 14 mil anos atrás, aproximadamente. A
cultura arqueológica mais conhecida e que por muito tempo foi considerada a
primeira na América é a Cultura Clovis, caracterizada pelas pontas de projétil
produzidas em pedra lascada. Esse modelo seria, então, a principal hipótese que
explicaria o povoamento inicial do continente.
Além dessa hipótese, outros dados sugerem que esse processo ocorreu muito
antes do que prevê o modelo da Cultura Clovis e, inclusive, pode ter sido iniciado a
partir de outras rotas migratórias. Desde a década de 1970, por exemplo, a
arqueóloga Niède Guidon foi a responsável pelas pesquisas arqueológicas
realizadas no sítio Boqueirão da Pedra Furada, no Piauí (GUIDON, 1991). Essa
pesquisadora argumentousobre a possibilidade dos primeiros seres humanos
terem chegado à região há 50 mil anos e utilizado outras rotas. Entretanto, a
maioria dos pesquisadores não aceita um período tão antigo, argumentando que
as fogueiras antigas e as pedras lascadas identificadas nessas pesquisas seriam
naturais ou até produzidas por macacos-prego.
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Somente a partir dos anos 2000 é que alguns estudos foram retomados, e
pesquisadores têm obtido evidências incontestáveis sobre a chegada das
primeiras populações à América do Sul, que ocorreu em períodos bem mais
recuados do que se imaginava – como é o caso, por exemplo, das datações de
mais de 20 mil anos no Vale da Pedra Furada, no Piauí (BOEDA et al., 2014), e em
Santa Elina, no Mato Grosso (VIALOU; VIALOU, 2009). Esses dados possuem mais
validade e cada vez mais têm sido aceitos pela comunidade científica. Na América
do Norte, também foram encontrados sítios arqueológicos – como o sítio Bluefish
Caves, em Yukon, no Canadá – com datas que alcançam até 24 mil anos.
Outra problemática sobre a arqueologia brasileira é a descoberta de Luzia, um
fóssil de Homo sapiens de 10 mil anos atrás encontrado em Minas Gerais. Uma das
características mais interessantes dessa descoberta é o fato de que seu crânio se
distingue da morfologia craniana das populações indígenas que ocuparam o
continente. Essas diferenças foram exploradas pelo arqueólogo Walter Neves,
responsável pela criação do modelo dos dois componentes biológicos principais
(NEVES; BERNARDO; OKUMURA, 2007), baseado na análise da variabilidade
morfológica dos crânios de populações nativas extintas.
Pré-História do Brasil, escrito por Pedro Paulo Funari e Francisco Silva Noelli, é um excelente texto
didático que introduz o leitor às principais discussões sobre a Pré-História do continente americano e,
principalmente, do atual brasileiro. Os dados utilizados são coerentes e as discussões apresentadas
ainda são atuais.
Os grupos nativos americanos se dividiram em dois padrões: o primeiro foi o
paleoamericano, com registros arqueológicos distintos e morfologia semelhante
às encontradas em populações africanas e australianas; já a segunda morfologia,
denominada como mongoloide, caracterizou os grupos que se tornaram
dominantes entre as populações nativas da América (NEVES; BERNARDO;
OKUMURA, 2007). O modelo sugere que teriam ocorrido dois eventos migratórios
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para o continente, sendo um associado às populações com traços morfológicos
semelhantes à Luzia e outro com as populações com traços morfológicos
semelhantes às populações indígenas atuais.
2.3. Do nomadismo ao sedentarismo
Neste tópico, apresentaremos algumas discussões sobre o processo que levou os
seres humanos a transformarem o modo de vida que era centrado na caça, na
coleta e na alta mobilidade, em um modo de vida sedentário, que passou para a
formação de assentamentos permanentes e na realização de atividades agrícolas
e pastoris em algumas regiões do Oriente Próximo. Nosso objetivo é introduzir
mudanças que ocorreram na história humana durante os últimos 10 mil anos em
ambientes como a Mesopotâmia.
Enquanto no período Paleolítico apareceram diferentes hominídeos nos
continentes africanos, europeus e asiáticos e surgiram inúmeras culturas
arqueológicas caracterizadas pelos instrumentos de pedra lascada (como vimos
nos tópicos anteriores), no Neolítico houve uma grande transformação no modo
de vida das populações humanas em um “curto” espaço de tempo, considerando
que estamos falando de milhares de anos. A história do Brasil, por exemplo, possui
um pouco mais de 500 anos e, quando comparamos com a Pré-História,
percebemos que nossa história é ainda bem recente.
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Nos primeiros momentos da história humana, o Homo sapiens foi
predominantemente caçador e coletor. Houve momentos em que os recursos
necessários para a sobrevivência eram obtidos a partir da utilização de outras
estratégias, como o aproveitamento dos restos de alimentos deixados por animais
selvagens ou o canibalismo que, apesar de já ter sido praticado por questões
simbólicas, pode ter sido exercido em função da própria necessidade de se obter
 Figura 3 - Os
povos nômades pré-históricos tinham sua cultura e sociedade embasada na caça, como podemos ver
na arte rupestre, que representa uma cena típica. Fonte: Dmitry Pichugin, Shutterstock, 2018.
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recursos necessários à sobrevivência. Contudo, na maior parte da Pré-História, as
populações desenvolveram como principais fontes de subsistência as estratégias
de caça e de coleta de alimentos (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
Até o surgimento do comércio, a alimentação que os primeiros hominídeos tinham
à disposição se limitava à distribuição natural dos recursos. As populações eram
pequenas e então caçavam e coletavam o que existia no ambiente em que viviam.
A mobilidade desses grupos dependia, muitas vezes, de movimentos sazonais,
orientados para a procura de áreas onde existiam os principais recursos de
subsistência. Ao longo da Pré-História, encontramos exemplos de populações que
consumiam recursos marinhos durante uma época do ano e, em outra,
precisavam se deslocar para áreas onde caçavam pequenos animais; em outros
casos, esses grupos habitavam regiões cuja distribuição de recursos não
apresentava variações ao longo do ano (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Dessa
maneira, os seres humanos possuíam distintas características de mobilidade e
territorialidade e puderam manter a caça e a coleta como um dos principais meios
de subsistência.
Por outro lado, alguns sítios arqueológicos que foram ocupados entre o fim do
Paleolítico Superior e o início do Neolítico apresentam algumas evidências da
mudança de um modo de vida baseado na caça e na coleta para a realização de
atividades que indicam os primeiros processos de sedentarização do Homo
sapiens. Esse é o caso dos sítios arqueológicos da cultura Natufiana, encontrados
na Palestina (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Esses povos podem ter sido os
antepassados daqueles que formaram os primeiros núcleos urbanos e as
primeiras civilizações durante a história da Mesopotâmia, e em seus sítios foram
observados vestígios materiais que sugerem a realização de distintas atividades
culturais, por exemplo: a produção de instrumentos líticos, sugerindo a realização
de atividades ligadas à produção de alimentos, além de outras evidências
arqueológicas que indicam a existência de práticas inéditas durante o período,
como a domesticação de animais e o cultivo de cereais.
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O período Neolítico é caracterizado por diferentes mudanças no modo de vida
nômade, entre elas o aparecimento das primeiras evidências da coleta de
vegetais, a permanência de grupos humanos em regiões mais favoráveis à
habitação, a produção de alimentos (que favoreceu a criação de recursos
próprios), a invenção da cerâmica (que propiciou o armazenamento e a cocção de
alimentos) e o polimento da pedra (que proporcionou a fabricação de
instrumentos mais eficientes do que aqueles produzidos pelas técnicas de
lascamento). Outros processos que podemos citar são: domesticação de animais e
de plantas, surgimento do pastoreio e agricultura. Todos esses fenômenos
contribuíram e fizeram parte do processo de sedentarização das populações
humanase da formação das cidades (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
O Neolítico ocorreu na região conhecida como Crescente Fértil (MARCONI;
PRESOTTO, 2001), que corresponde atualmente aos territórios da Palestina, de
Israel, da Jordânia, do Kuwait, do Líbano e do Chipre, assim como algumas partes
da Síria, do Iraque, do Egito, da Turquia e do Irã. Esse imenso território possuía
Figura 4 - As cenas cotidianas dos povos caçadores-coletores eram retratadas em pinturas e, por meio
delas, podemos identificar as mudanças ocorridas nos períodos pré-históricos. Fonte: Jannarong,
Shutterstock, 2018.
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importantes redes hidrográficas, como os rios Jordão, Eufrates, Tigre e Nilo. Ao
longo dessa rede fluvial, estabeleceram-se populações de caçadores, coletores e,
posteriormente, agricultores, dando início à formação dos primeiros centros
urbanos. Algumas das atividades identificadas no registro arqueológico e
associadas ao período são o cultivo do trigo, da cevada e do linho, a caça, a pesca,
as atividades pastoris, a criação de ovelhas, cabras, porcos, bois etc.
O modo de vida sedentário influenciou o grande aumento populacional ocorrido
em diversas áreas no Crescente Fértil e, desta maneira, as aldeias se tornaram
cada vez mais comuns na região. Alguns dos sítios arqueológicos mais conhecidos
desse período e que representam os primeiros momentos de formação de centros
urbanos são: Jericó, Mallaha, Çatalhüyük, Hacilar, Khirokitia (ou Choirokoitia),
Hassuna, entre outros (MARCONI; PRESOTTO, 2001).
O sítio arqueológico de Khirokitia, descoberto em 1934 no Chipre, por exemplo, foi
listado como um dos patrimônios culturais da humanidade pela Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO, 2018). Ele é
Figura 5 - A pesca se tornou também uma atividade importante de subsistência entre as populações
humanos ao longo do tempo. Fonte: Ekkachai, Shutterstock, 2018.
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bastante conhecido pelos arqueólogos, porque apresenta vestígios de um
assentamento coletivo composto por fortificações e é caracterizado pela
realização de atividades, como a criação de ovelhas, cabras e porcos.
A agricultura também foi um processo importante para o surgimento das cidades,
pois proporcionava a produção de alimentos e, consequentemente, a
permanência de muitas pessoas em uma mesma região. Todavia, ao contrário do
que se imaginava, o processo de sedentarização não é resultado somente dessa
prática, mas envolve outros fenômenos, como a arquitetura de monumentos, os
primeiros registros de escrita e comunicação, o comércio ocorrido nas aldeias ou
entre aldeias, as estruturas políticas, entre outros exemplos. Há inúmeros casos de
cidades que se formaram sem a agricultura, como é o caso do sítio arqueológico
Çatalhüyük, localizado na Turquia, cercado por uma extensa planície bem
abastecida de água, tornando a pesca uma atividade atrativa para a população,
além da exploração de plantas e animais. Havia, nesse centro urbano, a
elaboração de atividades específicas – como a produção de implementos de
pedra, tecelagem e produtos feitos em metal e cerâmica (GOUCHER; WALTON,
2016).
Diferentemente de Çatalhüyük, outros aglomerados urbanos eram especializados
em atividades distintas, por exemplo: a vila de Mallaha, na Palestina, foi
caracterizada pela preferência às atividades de caça, pesca e coleta, e não
apresentava evidências de cultivo ou domesticação, com exceção de alguns dados
que indicavam a domesticação de cães (VALLA et al., 2017). Outros exemplos
demonstram que alguns centros urbanos obtiveram êxito e se consolidaram na
região, enquanto outros se formaram por curtos períodos de tempo e acabaram
sendo abandonados por diversos motivos políticos, econômicos, culturais etc.
A continuação das atividades de caça e coleta entre as populações humanas
durante o período Neolítico, mesmo após o surgimento das cidades, foi uma
escolha estratégica realizada pelos grupos humanos que ocuparam o Crescente
Fértil. Esse modo de vida era menos vulnerável às mudanças climáticas extremas
ou aos fenômenos de cheia que ocorriam na região, que poderiam tanto fornecer
os recursos hídricos necessários para as plantações quanto causar alagamentos e
destruir os assentamentos. Ao longo do tempo, essas populações encontraram
soluções para esses problemas, e as atividades agrícolas e pastoris foram se
intensificando cada vez mais.
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2.4. Ocupação do oriente próximo
A história da Mesopotâmia se configura como um dos processos históricos mais
importantes da Antiguidade. Como objetivo deste tópico, mostraremos alguns
aspectos importantes sobre as civilizações que surgiram nessa região, nos
sistemas fluviais dos rios Tigre e Eufrates, que demonstram algumas das mais
importantes invenções que surgiram no período, como os monumentos, a escrita
e os códigos de leis mais antigos que temos conhecimento até hoje.
 Figura 6 - Nesta figura, podemos ver
a pedra na qual foi registrado o Código de Hamurabi, reconhecido historicamente como um dos
primeiros compilados de leis da humanidade. Fonte: jsp, Shutterstock, 2018.
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O território compreendido como Mesopotâmia corresponde a uma vasta área
onde se localizam os rios Tigre e Eufrates, e atualmente estão localizados países
como o Iraque, o Kuwait e a Síria. Essa região é conhecida por muitos
historiadores como o berço da civilização, pelo fato de que lá não somente
surgiram as primeiras sociedades da humanidade, mas também ocorreram
importantes fenômenos culturais: a invenção da escrita, o cultivo de cereais, a
invenção da roda, a agricultura, entre outros (JOÃO, 2013). Durante o período
Neolítico, vários povos se estabeleceram na região, dando início ao processo de
sedentarização e de formação dos primeiros núcleos urbanos, por exemplo as
cidades de Ur, Uruk e Akad (PINSKY, 2011).
O documentário Mesopotâmia: retorno ao Éden (DISCOVERY CHANNEL, 2012) mostra diversas imagens e
fatos sobre a Babilônia, Assíria e Suméria. Se você busca obter mais informações sobre os povos
antigos da Mesopotâmia, o documentário pode ser uma ótima opção.
Existem importantes acontecimentos que merecem destaque na história da
Mesopotâmia, como as obras de irrigação, o desenvolvimento da escrita
cuneiforme pelos sumérios, a formação do primeiro império unificado babilônico
e a invenção do Código de Hamurabi (um dos conjuntos de leis escritas mais bem
preservados da Antiguidade). Além disso, é nessa região que foram erguidos os
zigurates, espécie de templos antigos que foram construídos pelo seu povo
(sumérios, assírios e babilônios). Essas construções tinham o formato de
pirâmides e possuíam finalidades religiosas, com idolatração aos deuses e
realização de cerimônias públicas. O zigurate, de Ur, é um dos mais notáveis,
construído há aproximadamente 4 mil anos (GOUCHER; WALTON, 2016).
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Durante a Antiguidade, a Mesopotâmia foi marcada pelos regimes de cheias dos
rios Tigre e Eufrates. Esse fenômeno impulsionou a criação de complexos sistemas
hidráulicos, como diques, barragens, reservatórios e canais de irrigação, que
conduziam a água na medida adequada para as plantações e o restante para
outros lugares, impedindo a inundaçãoe o aparecimento de predadores,
favorecendo as atividades agrícolas (GOUCHER; WALTON, 2016). Além disso, esses
sistemas hidráulicos permitiam o armazenamento de água durante todo o ano.
O texto de Jaime Pinsky, 100 textos de história antiga, é uma aproximação do mundo antigo com a nossa
atualidade. Nesse livro  (2003), foram reunidos cem documentos antigos que foram traduzidos e
organizados em diversos temas: escravismo, educação, mitos, entre outros.
Figura 7 - O surgimento da escrita marcou a passagem da pré-história para a história. O Código de
Hamurabi, que vemos em detalhe nesta figura, é um importante registro histórico em escrita
cuneiforme. Fonte: jsp, Shutterstock, 2018.
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Nos primeiros momentos da história da Mesopotâmia, não havia ainda uma
unificação política na região. Dessa forma, os núcleos urbanos existentes eram
caracterizados por manifestações de poder, que eram independentes entre si.
Entretanto, a formação de alianças e o surgimento de conflitos entre diversas
aldeias motivaram a expansão de algumas cidades-estado e o predomínio de
alguns povos sobre outros (PINSKY, 2011). Esses processos históricos podem ter
sido alguns dos fatores que influenciaram o surgimento das principais civilizações
da época, das chefias religiosas e das guerras pelo controle do território.
A invenção da escrita, a construção das primeiras arquiteturas monumentais e
outras inovações, como os sistemas de irrigação e a invenção da roda, são
atribuídas aos sumérios, uma das primeiras civilizações conhecidas da
Mesopotâmia. A maioria das informações que conhecemos atualmente sobre a
Mesopotâmia deriva dos registros escritos que foram produzidos na época. A
complexidade das relações políticas, econômicas e culturais existentes no período
exigiam informações que precisavam ser registradas, pois a comunicação era um
grande problema entre as primeiras sociedades. Sendo assim, a escrita se originou
a partir do registro de pictogramas gravados em pedaços de argila, que
funcionavam praticamente como símbolos autoexplicativos, representando
ideias, objetos e conceitos, os quais, com o passar do tempo, se tornaram cada vez
mais comuns também em outras civilizações (PINSKY, 2011).
Os acádios habitaram a Mesopotâmia, enquanto essa região foi dominada pelos
sumérios. O rei Sargão, da Acádia, se tornou um personagem célebre na história
dessa civilização por ter conquistado cidades-estado que pertenciam aos
sumérios, tendo inclusive dominado toda a Mesopotâmia (PINSKY, 2011). Esse rei
foi percebido como uma referência para outros líderes que governaram a
Mesopotâmia posteriormente, pois sua dinastia durou mais de um século,
realizando conquistas de territórios mesopotâmicos por volta de 2370 a.C.
(PINSKY, 2011).
Outros povos que se destacam na história da Mesopotâmia são os assírios,
conhecidos por sua alta capacidade militar e que ocuparam muitos territórios no
Oriente Médio. Faziam parte de seu poderoso exército os famosos carros de guerra
e também as unidades de cavalaria e infantaria. O império assírio era governado
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por chefes que eram guerreiros, e o processo expansionista, associado a essa
civilização, permitiu que vários historiadores a considerassem uma das mais
organizadas e eficientes do mundo antigo.
Os babilônios foram os responsáveis pela formação do primeiro império unificado
na Mesopotâmia. Um de seus reis foi Hamurabi, responsável pela ampliação da
hegemonia babilônica por quase todo o território mesopotâmico e pela criação
dos primeiros códigos de controle da sociedade, como as leis de talião
(caracterizadas por punições que eram aplicadas de acordo com a gravidade dos
delitos cometidos e conhecidas pela célebre frase “olho por olho, dente por
dente”). Os babilônios também desenvolveram o primeiro sistema de mensuração
do tempo, que era baseado nas revoluções lunares e permitia, entre outras coisas,
conhecer melhor as cheias dos rios e melhorar as condições agrícolas.
Hamurabi foi considerado um dos principais personagens da história. Além de ter criado o código de
leis mais famoso da Antiguidade, foi um grande militar e administrador. Como militar, possuiu
conquistas notáveis em quase toda a Mesopotâmia e, como administrador, realizou pessoalmente a
coordenação de diversas obras que foram construídas durante seu império, como edifícios públicos e
canais de irrigação (PINSKY, 2011).
A Mesopotâmia também é conhecida pelas civilizações que possuíam notáveis
conhecimentos em Astronomia, Matemática e Medicina, além de diferenciarem os
planetas, dividirem o ano em meses, semanas, dias, horas, minutos e segundos,
efetuarem cálculos matemáticos (como multiplicação, divisão, soma, subtração,
raízes quadradas e cúbicas), entre outros. Nesse período, muitos males eram
explicados por origens sobrenaturais, e a Medicina foi cada vez mais sendo
respeitada por tratar esses males com a utilização de remédios à base de ervas,
atos cirúrgicos e aplicação de receitas.
VOCÊ O CONHECE?
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VOCÊ SABIA?
Os Jardins Suspensos da Babilônia são considerados uma das sete maravilhas do
mundo antigo, contudo praticamente não existem evidências arqueológicas,
tampouco textos antigos que comprovam que eles tenham existido. Alguns
pesquisadores afirmam, inclusive, que podem nunca ter sido construídos,
enquanto outros acreditam que já encontraram a região onde esse local existiu
(FREITAS, s/d). E você, o que acha do assunto?
Existem ainda vários outros acontecimentos notáveis e povos que ocuparam a
Mesopotâmia ao longo do tempo, em um período que se estende desde as origens
dos primeiros assentamentos urbanos (entre 9 mil e 7.500 anos atrás) até a era
cristã (MARCONI; PRESOTTO, 2001). Durante esse período, outros povos
conquistaram o território, como os caldeus (responsáveis pela formação do
segundo império babilônico), partos, romanos, persas, entre outros. O estudo
desse período da Antiguidade é de fundamental importância, pois foi nessa região
que ocorreram diversos acontecimentos importantes para a história da
humanidade, como a invenção das cidades, da agricultura, dos sistemas de
irrigação, da escrita, das leis e da religiosidade do ser humano.
Apesar de sua enorme importância no mundo antigo, é necessário observar que a
história da Mesopotâmia não se configura como uma história universal ou de uma
civilização superior em relação às civilizações que se formaram em outras regiões.
A história do território mesopotâmico é uma parte importante da história do
mundo, porém deve ser entendida em seu próprio contexto e deve ser comparada
com a história de outras regiões do planeta que também passaram por processos
históricos relevantes e, em muitos casos, semelhantes.
CASO
Em 1932, no Nepal, foram encontrados alguns fósseis de um hominídeo
chamado Ramapithecus. Os pesquisadores que analisaram a arcada
dentária desse fóssil afirmaram que as características observadas eram
semelhantes àquelas que encontramos em hominídeos que apareceram
posteriormente. Ele foi datado entre 8 e 9 milhões de anos atrás e
representava, então, os primeiros momentos da história da humanidade.
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Alguns hominídeos, como o Sahelanthropus tchadensis e o Australopithecus
afarensis, tinham a capacidade craniana compatíveis com chimpanzés,
contudo os outros fósseis analisados indicavam que eram bípedes e
possuíam a capacidade de andar em pé. Essas características foram
analisadasna observação de ossos das pernas e dos joelhos, e dos crânios
desses hominídeos. Por outro lado, a interpretação de que o
Ramapithecus era um possível ancestral do ser humano se deu somente a
partir da análise da arcada dentária. Dessa maneira, será que apenas as
observações de algumas características isoladas permitem inserir
determinados fósseis dentro da história da humanidade?
A resposta é: não. Com o passar do tempo, as interpretações sobre o
Ramapithecus e a descoberta de novos fósseis da mesma espécie
permitiram concluir que essa espécie não era ancestral da espécie
humana, mas sim de um orangotango, que diz respeito muito mais à
linhagem evolutiva dos primatas de uma maneira geral do que ao Homo
sapiens sapiens. Foi preciso compreender que, para interpretar a existência
de um antepassado do ser humano, seria necessário encontrar mais
evidências do que apenas a arcada dentária, bem como pesquisar um
pouco mais sobre o assunto, e só depois publicar a descoberta.
Finalizamos retomando um pouco do que aprendemos sobre os principais
acontecimentos relacionados à História da Mesopotâmia. Trata-se de uma
discussão muito importante, pois foi nessa região que os povos pioneiros
formaram os primeiros núcleos urbanos do mundo antigo e foi onde se
desenvolveu a escrita cuneiforme e as primeiras evidências de agricultura.
Assim, concluímos o capítulo, compreendendo como os hominídeos foram
deixando suas marcas pelo mundo que possibilitaram aos historiadores
compreender e sistematizar as origens e a evolução da humanidade. 
Síntese
Chegamos ao fim do capítulo. Estudamos alguns dos principais fenômenos
relacionados aos primeiros hominídeos que habitaram o planeta e que fazem
parte do processo evolutivo que deu origem ao ser humano moderno. Além disso,
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apresentamos também importantes discussões sobre os processos históricos que
levaram o ser humano a mudar o modo de vida e construir os primeiros
assentamentos humanos ao longo do território mesopotâmico.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
conhecer as características dos principais fósseis de hominídeos que fazem
parte da linhagem humana;
compreender os processos que levaram o ser humano do nomadismo ao
sedentarismo;
aprender novos conhecimentos sobre a ocupação do território
mesopotâmico e a formação das primeiras civilizações.
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