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trabalho 67 - pavimentação

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42ª RAPv – REUNIÃO ANUAL DE PAVIMENTAÇÃO 
 
 
FAURGS – GRAMADO 
12 a 14 de novembro de 2013 
 
 
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE PAVIMENTO 
REFORÇADO SOB CARREGAMENTO CÍCLICO EM MODELO FÍSICO 
DE VERDADEIRA GRANDEZA 
 
 
Lidia Pacheco Miranda1; Michéle Dal Toé Casagrande2; Laura Maria Goretti da Motta3 
 
 
RESUMO 
O presente trabalho teve o objetivo de analisar o comportamento mecânico de uma estrutura de pavimento reforçado, 
sendo uma geogrelha o material de reforço da camada de base na condição de subleito muito deformável. A estrutura do 
pavimento experimental foi submetida à aplicação de carregamento cíclico e à variação de umidade do material do 
subleito. Foi utilizado para o desenvolvimento dos ensaios um modelo físico de verdadeira grandeza no qual foi 
construída a estrutura do pavimento composta de um subleito de 100 cm de espessura e uma camada de base de brita de 
20 cm de espessura. Nesta estrutura analisou-se o efeito da inserção da geogrelha como reforço de camada de base e a 
variação da umidade do subleito. As medidas fornecidas pelos transdutores de deslocamentos (LVDTs) foram os 
parâmetros de comparação entre a estrutura de pavimento com e sem reforço no decorrer dos ensaios. Os refletômetros 
no domínio do tempo (TDRs) monitoraram a variação da umidade do subleito. A comparação entre os deslocamentos 
da estrutura reforçada e não reforçada permitiu determinar a influência do reforço mostrando-se eficiente na redução 
dos deslocamentos superficiais verticais. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Pavimento Reforçado, Geogrelha, Carregamento Cíclico, Modelo Físico Verdadeira Grandeza. 
 
 
ABSTRACT 
This study had the objective to analyze the mechanical behavior of a structure of geogrid reinforced pavement, being a 
geogrid reinforcement material of the base layer in the subgrade condition very deformable. The pavement structure 
was submitted to the application of cyclic loading and variation in subgrade layer moisture. It was used for the 
development of tests a true scale physical model, in which was built a structure of pavement composed of a subgrade 
with 100 cm of thickness and a gravel layer of 20 cm of thickness. In this structure has been analyzed the effect of 
insertion of geogrid like base layer reinforcement and a variation in subgrade layer moisture. The measures provided by 
the displacement transducers (LVDTs) were the parameters of comparison between a structure of pavement with and 
without reinforcement during the tests. The Time Domain Reflectometry (TDR) monitored the variation of moisture 
from the subgrade. The comparison between the displacements of reinforced and unreinforced structure allowed 
determine the influence of reinforcement showing to be efficient to reduce superficial vertical displacements. 
 
KEY WORDS: Reinforced Pavement, Geogrid, Cycling Loading, True Scale Physical model. 
 
 
 
 
1,2
 Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, PUC-Rio – Rua Marquês de São Vicente, 225 – Gávea, Rio de Janeiro-RJ – 
pamiranda_03@hotmail.com ; michele_casagrande@puc-rio.br 
3
 Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ/COPPE – Cidade Universitária - Ilha do Fundão, Rio de Janeiro-RJ – laura@coc.ufrj.br 
 
 
 
INTRODUCCIÓN 
 
A existência de subleitos de baixa capacidade de suporte em locais onde serão implantadas novas 
rodovias demanda técnicas inovadoras construtivas de maneira a aumentar a durabilidade dos 
pavimentos. A esta problemática também pode-se acrescentar a escassez de materiais adequados 
para compor as camadas de aterros ou reforço de subleito próximos ao local da construção do 
pavimento, sendo necessário o transporte de grande volume de materiais de outros locais o que 
incrementa o custo do pavimento. 
Atualmente uma tecnologia disponível com o fim de aumentar a vida útil dos pavimentos é a 
utilização dos geossintéticos, desenvolvidos com propriedades mecânicas e hidráulicas adequadas 
para uso em várias etapas e soluções no meio rodoviário. A utilização deste material como reforço 
em pavimentos, seja nas camadas de subleito, base ou revestimento, contribui para a minimização 
de impactos ambientais, eliminando o emprego de técnicas construtivas que comprometem a 
integridade do ambiente natural, em geral diminuem as espessuras finais do pavimento, além de 
poder proporcionar o aumento de vida útil. 
 
O uso do modelo físico de pavimento de verdadeira grandeza, situado no Laboratório de Geotecnia 
da COPPE/UFRJ é uma ótima ferramenta de pesquisa por permitirem aproximação maior com a 
situação de campo, e sendo devidamente instrumentado, contribuem a obter resultados que 
permitem avaliar o comportamento de um pavimento. 
 
Neste contexto, o presente trabalho aborda o estudo de geossintéticos em reforço de subleito/base, 
especificamente, avaliando o comportamento da estrutura de pavimento desenvolvida num modelo 
físico de verdadeira grandeza, submetida à aplicação de carregamento cíclico e contribuindo com o 
estudo de materiais típicos da região do Rio de Janeiro experimentalmente. 
 
PROGRAMA EXPERIMENTAL 
MATERIAIS E MÉTODOS 
Os ensaios do programa experimental desta pesquisa foram realizados no Laboratório de 
Geotecnia/Pavimentos da COPPE/UFRJ. A continuação é descrito os materiais utilizados nesta 
pesquisa, detalhes de execução dos ensaios e equipamentos utilizados. 
Solo fino 
O solo fino para compor a camada do subleito foi escolhido propositalmente com características de 
baixa qualidade como material de fundação de um pavimento. Foi selecionado um solo saprolítico, 
visualmente contendo silte, proveniente do Município de Belford Roxo no Estado de Rio de 
Janeiro. A amostra de solo, com cerca de 8,0 m3, foi armazenada nas instalações do laboratório. Na 
Figura 1 é mostrado o local da Jazida e a aparência física do solo. Os ensaios a que foram 
submetidos o materiais da presente pesquisa foram realizados com a finalidade de obter parâmetros 
de referência a serem utilizados para analisar o comportamento geotécnico do material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Local da jazida do solo utilizado como subleito e armazenamento do material. 
 
 
A classificação do solo segundo os sistemas S.U.C.S., H.R.B e MCT são respectivamente, CL-ML, 
A-7-6 e NS’. O material foi compactado na energia intermediária do ensaio Proctor (DNER-ME 
129/94). Também foi realizado o ensaio para a determinação do índice de suporte Califórnia (CBR) 
(DNER ME 049/94). Os resultados destes ensaios são apresentados na Tabela 1. 
 
Tabela 1. Resultados dos ensaios de compactação e CBR do subleito. 
Material Energia de compactação Wot (%) ρdmax (g/cm 
3) CBR (%) 
Solo P. Intermediária 17 1,746 6 
 
Brita 
A camada de base foi composta por uma brita graduada, faixa DIRENG. Este material é 
proveniente da Pedreira EMASA, localizada em Senador Camará no Estado de Rio de Janeiro, 
sendo a rocha matriz classificada como quartzo monzonito. 
 
 
 
Figura 2. Armazenamento e aparência física do material utilizado como base no experimento deste estudo (brita) 
A classificação da brita segundo os sistemas S.U.C.S. e H.R.B são respectivamente, GW, A-1a. O 
material foi compactado na energia modificada do ensaio Proctor (DNER-ME 129/94). Foi 
realizado o ensaio para a determinação do índice de suporte Califórnia (CBR) (DNER ME 049/94). 
Os resultados destes ensaios são apresentados na Tabela 2. Também o agregado usado foi 
submetido ao ensaio de Abrasão “Los Angeles” (DNER-ME 035/98) e apresentou uma perda da 
ordem de 43%, valor abaixo do limite de 55% para materiais utilizados na construção de bases de 
pavimentos rodoviários estabilizados granulometricamente. 
 
Tabela 2. Resultados dos ensaios de compactação e CBR da brita. 
Material Energia de compactação Wot (%) ρdmax (g/cm
3 ) CBR (%) 
Brita P. Modificada 5,4 2,257 208,6 
 
O ensaio triaxial de cargas repetidas para avaliação do módulo de resiliência foi realizado para os 
dois materiais (solo e brita) na umidadeótima em corpos de prova de 10,0 x 20,0 cm de dimensões, 
compactadas em 10 camadas por impacto com energia intermediária e modificada, respectivamente, 
do ensaio Proctor. 
 
A Figura 3 apresenta a título ilustrativo a linha de tendência (sem indicar os pontos experimentais) 
do resultado do ensaio triaxial de cargas repetidas, de três corpos de prova moldados, que representa 
 
 
a variação do MR em função da variação do estado de tensão, expresso pelo modelo potencial de MR 
em função da tensão desvio para o solo e em função da tensão confinante para a brita. 
 
 
(a) 
 
 
(b) 
Figura 3. Resultado do ensaio triaxial cíclico de módulo de resiliência. (a) Material empregado como subleito. (b) Brita. 
Elemento de reforço de base 
O elemento de reforço utilizado na presente pesquisa foi a geogrelha de polipropileno modelo 
Fornit J600 (30/30) fabricada pela Empresa Huesker Ltda. Este produto é produzido de filamentos 
de polipropileno de alta tenacidade, com revestimento protetor polimérico de elevada rigidez e 
apresenta malha de abertura de 40 mm. Este modelo de geogrelha possui elevada resistência ao 
arrancamento e é capaz de mobilizar elevadas cargas de tração a níveis de deformação muito baixos 
segundo o manual do fabricante. A Tabela 3 apresenta as especificações técnicas fornecidas pelo 
fabricante da geogrelha em questão. 
 
Tabela 3. Especificações técnicas da geogrelha Fornit J600 (30/30). Fonte: Huesker (Agosto, 2010) 
 Propriedade Unidade Método Valor 
Abertura de malha nominal mm 40 
Módulo de rigidez à tração 
nominal (à 2% de deformação) KN/m ABNT 12.824 600 
Deformação máxima na 
resistência nominal % ABNT 12.824 10 
Coeficiente de interação ASTM D 6706 ≥ 0,95 
 
Tanque-Teste de Pavimentos 
 
O modelo físico de grandes dimensões usado nesta pesquisa, denominado de “Tanque-Teste” de 
Pavimentos, foi desenvolvido por Silva (2009). 
Para o presente trabalho o “Tanque-Teste” foi utilizado para simular um pavimento com dimensões 
próximas das reais em campo, principalmente às espessuras das camadas. A área interna do Tanque 
é de 4,0 m2 e volume interno de aproximadamente 8,0 m3, o mesmo que se encontra num prédio de 
29,0 m2 de área aproximadamente, localizado no Laboratório de Geotecnia da COPPE/UFRJ, bloco 
anexo ao Centro de Tecnologia, na cidade Universitária da UFRJ, Ilha do Fundão, no Rio de 
Janeiro. Na Figura 4 estão apresentados: o prédio em que se encontra o “Tanque-Teste” e sua planta 
com dimensões. 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. Prédio onde está localizado o “Tanque-Teste” e o plano da planta baixa (sem escala) 
Estrutura do pavimento experimental no Tanque-Teste 
 
As espessuras das camadas do pavimento experimental construído no “Tanque-Teste” foram 
concebidas a partir de estruturas típicas. 
O “Tanque-Teste” possui seção interna de 2,0 x 2,0 m e altura interna de 1,80 m, com paredes 
duplas de concreto armado com 0,20 m de espessura. O pavimento experimental foi composto por 
uma camada de drenagem de lastro de brita (1”) com espessura de 0,14 m, de uma camada 
considerada como subleito (solo A-7-6) de 1,00 m de espessura e uma camada de base (brita 
graduada) de 0,20 m de espessura. 
Além da estrutura conformada o Tanque foi implementado com sistema de instrumentação e 
aquisição de dados, que permitiram avaliar o comportamento da estrutura frente à aplicação de 
carga por impacto e à variação da umidade do subleito. Assim também foi utilizado o sistema de 
umedecimento do tanque para a inundação do subleito. Na Figura 5 está apresentada 
esquematicamente a estrutura de pavimento construída, onde foram realizadas três etapas de ensaios 
que permitiram avaliar o comportamento mecânico do pavimento com e sem geogrelha na situação 
mais severa de umidade, quando o subleito foi inundado. 
 
 (a) (b) 
Figura 5. (a) Esquema das camadas do pavimento. (b) Sistema de umedecimento do tanque 
Sistema de carregamento cíclico 
O sistema de carregamento cíclico utilizado foi o pneumático constituído por um cilindro aplicador 
de cargas, que atua sobre uma placa metálica circular de 25,05 cm de diâmetro que transfere a carga 
ao pavimento. O cilindro, de marca Norgren, tipo “tandem”, de tirantes aparentes e dupla ação, 
possui diâmetro do êmbolo de 200 mm e curso de 50 mm. Sua força resultante, segundo o 
fabricante, é de 3895 kgf (38,2 kN) a 10 Bar (1000 kPa) de pressão de ar. Duas vigas (metálicas) de 
reação de seção 20,3 x 22,0 cm foram utilizadas como reação para permitir a aplicação de cargas 
dinâmicas sobre a estrutura do pavimento experimental, as quais ficam apoiadas nos muros do 
 
 
tanque. A Figura 6 mostra o sistema de carregamento cíclico que é composto de um cilindro 
pneumático, um compressor de ar, filtros coalescentes e purgadores e válvulas de controle de 
entrada e saída de ar. 
 
 
 
 (a) 
 
 (b)
 
 (c) 
 
Figura 6 (a) Sistema de vigas de reação, (b) Cilindro pneumático de diâmetro de 200 mm, (c) Placa circular de 
25.05 cm de diâmetro. 
Sistema de instrumentação 
A instrumentação utilizada nessa pesquisa foi composta por: transdutores de deformação (LVDTs) 
para o registro das medidas dos deslocamentos elásticos e plásticos na superfície da seção ensaiada, 
dois apoiados sobre a placa circular próximo ao seu centro, evitando-se o efeito da vibração da 
placa, e dois posicionados fora da área carregada e alinhados aos anteriores e apoiados sobre a 
superfície do pavimento. 
Para se evitar que as pequenas deformações da estrutura do tanque teste, surgidas durante o ensaio, 
não interferissem nas leituras realizadas pelos LVDTs, projetou-se uma estrutura de suporte para os 
mesmos que fosse completamente independente do sistema de aplicação da carga dita estrutura foi 
fixada num perfil metálico tipo I de seção 8”x 4” o qual atravessa a seção do tanque e é apoiado nos 
muros do tanque, assim como se mostra na Figura 7. 
 
 
Figura 7. Sistema de fixação dos LVDT´s 
Também foram colocados dispositivos de medição de umidade TDRs (Refletômetros no Domínio 
do Tempo) e de sucção TAC (Tensiômetros de Alta Capacidade) que permitiram avaliar a variação 
da umidade do subleito, distribuídos a diferentes profundidades no interior das camadas do 
pavimento. A Figura 8 mostra a distribuição da instrumentação utilizada na presente pesquisa. 
 
 
 
 (a) 
 
 (b) 
 
 (c) 
Figura 8. (a) Distribuição da instrumentação utilizada nesta pesquisa. (b) TDRs. (c) TACs. 
Programa dos ensaios realizados no modelo físico “Tanque-Teste” 
 
O objetivo da presente pesquisa foi a de verificar a eficiência e o beneficio do uso da geogrelha na 
estrutura de pavimentos flexíveis, mais especificamente do reforço na camada de base de 
pavimento. A avaliação da resposta do material de reforço foi realizada mediante a medida das 
deflexões na superfície da seção de pavimento devido ao carregamento cíclico imposto sobre a 
estrutura. Foi testada a situação não reforçada e reforçada quando a estrutura foi inundada até o 
nível do subleito. 
A Figura 9 mostra a estrutura do pavimento avaliada na qual foi avaliado o comportamento 
mecânico do pavimento, para as três etapas de ensaios no “Tanque Teste”. 
 
 
 
Figura 9. Estrutura do pavimento para as três etapas de ensaios no “Tanque-Teste”. 
METODOLOGIA 
A metodologia do programa experimental estabelecido foi resumida em três etapas, descritas a 
continuação: 
Foi construída a estrutura de pavimento básico subleito – base dentro do modelo físico, 
considerando se a situação típica de post - construção com as camadas compactadas nas respectivas 
umidades ótimas. 
a) Foi colocada a geogrelha na interface subleito - base. 
b) Foi mudada a condição de umidade do subleito, mediante inundação até o topo do subleito 
sob a anterior estrutura reforçada. 
c) Foi retiradaa geogrelha ainda com o subleito inundado e novamente foi conformada a 
camada de base. 
 
O processo experimental dentro do Tanque-Teste foi desenvolvido em três etapas, a primeira e a 
segunda correspondem à estrutura reforçada tanto na umidade ótima como na condição inundada do 
subleito e a terceira etapa corresponde à estrutura no reforçada sobre o subleito inundado. 
A Figura 10 mostra a estrutura de pavimento para as três etapas de ensaios desenvolvidos nos quais 
foi avaliado o comportamento mecânico do pavimento. 
 
 
a. b. c.
Figura 10. Estructura del pavimento para as tres etapas de ensayos. 
Para todas as etapas dos ensaios no Tanque-Teste foi aplicado um carregamento cíclico de 26.96 kN 
sobre a placa rígida de 25.05 cm de diâmetro resultando numa pressão de contacto de 550 kPa, que 
se compara à pressão de uma das rodas de um eixo-padrão de rodas duplas. Foram aplicados 35.000 
ciclos de carga com freqüência de 1 Hz (0.1 s de atuação de carga por 0.9 s de repouso). 
 
RESULTADOS 
Os resultados obtidos dos ensaios de carregamento cíclico desenvolvidos para três diferentes 
situações da estrutura do pavimento se apresentam a continuação. O objetivo é verificar as 
diferenças do comportamento mecânico entre uma estrutura não reforçada e reforçada com 
geogrelha. 
Ensaio com a geogrelha na interface subleito-base 
O material de reforço foi devidamente ancorado ao solo do subleito a Figura 11 mostra o 
desenvolvimento das deformações superficiais elásticas e plásticas em função do número de ciclos 
de carga. 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
D
es
lo
ca
m
en
to
 E
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito na umidade ótima
LVDT-1
LVDT-2
LVDT-3
LVDT-4
 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
0.20
0.40
0.60
0.80
1.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 P
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito na umidade ótima
 
 
Figura 11. Desenvolvimento das deformações elásticas e plásticas da primeira etapa de ensaios 
Analisando a Figura 11 pode-se observar que a deformação superficial vertical elástica e plástica 
máxima é de 0,80 e 0,94 mm, respectivamente, obtidos pelos LVDTs localizados sobre a placa de 
carga depois da aplicação de 35.000 ciclos de carga. 
 
Ensaio com a geogrelha na interface subleito - base, após a inundação do subleito 
Uma vez concluído a etapa anterior foi submetida a inundação o material do subleito, por ascensão 
capilar, simulando a condição severa que poderia se encontrar no campo. O avanço da franja capilar 
foi controlado pelas leituras diárias realizadas pela instrumentação da umidade (TDRs) que 
indicaram o valor da umidade em cada camada de 20 cm do subleito. Os valores de umidade 
obtidos pelos TDRs uma vez que foi atingida a estabilização da franja são mostrados na Figura 12. 
 
 
 
 
 
Figura 12. Valores de umidade nas camadas do subleito na umidade ótima y apos a inundação. 
Novamente a estrutura foi submetida à carga cíclica, os resultados são mostrados na Figura 13. 
 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 E
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito inundado
LVDT-1
LVDT-2
LVDT-3
LVDT-4
 
 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
2.00
4.00
6.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 P
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito inundado
 
Figura 13. Desenvolvimento das deformações elásticas e plásticas da segunda etapa de ensaios. 
Observando os resultados obtidos, pode-se concluir que a deformação vertical máxima elástica e 
plástica foi de 1,46 e 3,77 mm respectivamente. Ambos os valores incrementaram 
consideravelmente com respeito ao anterior ensaio, provavelmente pelo excesso de água no solo 
que origino a perdida de rigidez do subleito. 
 
Ensaio com a geogrelha na interface subleito - base, após a inundação do subleito 
Para esta etapa foi retirada a geogrelha que foi colocada no interior da estrutura do pavimento, foi 
necessário rebaixar a altura da franja capilar, através do sistema de drenagem do Tanque (ralos 
posicionados no fondo do tanque protegidos com uma membrana que evitam o entupimento deles 
pelos finos do solo), e para logo reconstruir a camada de base. 
A Figura 14 mostra os resultados obtidos nesta etapa de ensaios. 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
0.40
0.80
1.20
1.60
2.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 P
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito inundado
LVDT-1
LVDT-2
LVDT-3
LVDT-4
 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
2.00
4.00
6.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 P
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito inundado
Figura 14. Desenvolvimento das deformações elásticas e plásticas da terceira etapa de ensaios. 
 
 
 
Analisando a Figura 14, pode-se observar que as deformações verticais máximas incrementaram 
quando foi retirada a geogrelha na mesma condição de umidade do subleito, sendo a deformação 
elástica e plástica de 1,63 e 5,53 mm. Com respeito à deformação elástica verifica-se que a 
deformação máxima com a utilização da geogrelha é 12% (Figura 15) menor que a obtida com o 
ensaio sem reforço. Em tanto o efeito positivo da utilização da geogrelha na redução da deformação 
plástica é de 47%. (Figura 15) 
 
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
0.40
0.80
1.20
1.60
2.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 E
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito inundado
Com reforço
Sem reforço
0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000
Nro de ciclos de carga
0.00
2.00
4.00
6.00
D
es
lo
ca
m
en
to
 P
lá
st
ic
o 
(m
m
)
Subleito inundado
Com reforço
Sem reforço
 
Figura 15. Análise comparativa da deformação máxima elástica e plástica com a utilização de material de 
reforço com o subleito inundado. 
Análise das leituras realizadas pelos tensiômetros de alta capacidade (TAC) 
A análise dos tensiômetros de alta capacidade empregados nesta pesquisa foi feita para as duas 
condições de umidade do subleito. O interesse da pesquisa é a análise dos valores de sucção que 
forneceram os tensiômetros colocados nas camadas do subleito. 
Dos tensiômetros dos quatro instalados registraram leituras de forma eficiente os quais foram 
codificados como TAC-109 e TAC-111. Após três dias do monitoramento, as leituras 
estabilizaram-se registrando os tensiômetros mencionados leituras similares, considerando-se que 
neste momento tinha sido atingido o equilíbrio do contato do solo com o tensiômetro. 
Comparando os valores de sucções para ambas as situações de umidade do subleito, pode-se notar 
que houve diminuição da sucção quando o solo foi submetido à inundação, como mostra a Tabela 4, 
como esperado. 
Tabela 4 – Valores de sucção máximos registrados nas duas condições de umidade do subleito. 
Estrutura do 
pavimento 
TAC Umidade 
ótima (%) 
Sucção Umidade após 
inundação 
(%) 
Sucção 
(kPa) (kPa) 
Subleito (1,00m) 
109 16,67 -8,92 27,67 -1,06 
111 17,07 -8,27 27,57 -0,57 
 
Pode-se concluir que os tensiômetros de alta capacidade responderam satisfatoriamente aos efeitos 
de variação da umidade do subleito fornecendo valores de sucção coerentes com cada situação da 
umidade do solo do subleito. 
 
CONCLUSIONES 
 
 A utilização da geogrelha como material de reforço na camada de base mostrou ser eficiente 
na redução dos deslocamentos superficiais verticais, apresentando maior redução nas 
deformações permanentes ou plásticas na condição saturada do subleito. 
 
 
 Observou-se a eficácia da geogrelha no processo de compactação da camada de base através 
da determinação da massa específica aparente in situ com o emprego do frasco de areia 
comparando a situação sem e com a geogrelha. Houve mobilização da geogrelha durante o 
processo de aplicação da energia e pela sua resistência à tração opôs-se à deformação lateral 
do material de base tornando mais eficiente a absorção da energia. 
 O modelo físico (tanque– teste) empregado nesta pesquisa mostrou-se adequado para o 
propósito previsto como objetivo deste estudo. 
 O processo de umedecimento (inundação) da estrutura do pavimento mais propriamente dito 
do subleito, a partir da compactação na umidade ótima, produziu uma diminuição de 55% no 
valor do módulo de resiliência, quando comparados ao resultado do ensaio realizado na 
umidade ótima, concluindo que a variação da umidade repercute muito na perda de rigidez 
deste tipo de material empregado no subleito deste estudo. 
 A instrumentação com TDR destinada ao controle da umidade do “Tanque-Teste” forneceu 
resultados satisfatórios face às duas situações de umidade consideradas para os ensaios. 
 A caracterização e estudo do solo do subleito proveniente de uma jazida local do Estado do 
Rio de Janeiro permitiu contribuir com o catálogo de materiais destinados a obras 
rodoviárias. 
 Verificou-se que um solo não laterítico siltoso NS’ quando compactado na umidade ótima e 
massa especifica aparente máxima apresenta baixa capacidade de suporte quando imerso em 
água, refletido em um módulo de resiliência baixo. 
 
REFERENCIAS 
 
[1] BERNUCCI, L. L. B., et al. Pavimentação asfáltica: Formação básica para engenheiros. 1°ed. 
Programa Asfalto nas Universidades, Petrobras Distribuidora S.A., 2008. 
[2] CARMO, C. A. T. do; D’ÁVILA, C. A.; RUIZ, E. F. Deformation Analysis of a Geogrid-
Reinforced Pavement. Second Pan American Geosynthetics Conference & Exhibition. 
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