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Aula 8 Os Raios -X História Novembro de 1895 - Wilhelm Conrad Roentgen, fazendo experiências com raios catódicos. Notou um brilho em um cartão fluorescente colocado a pouca distância do tubo, mesmo com papel preto a sua frente. Chamou esses raios desconhecidos de Raios – X. Notou também a passagem desses raio por materiais mais densos, como ossos. Produção de Raios-X De um modo geral os Raios X são produzidos quando elétrons (partículas elementares de carga negativa) em alta velocidade colidem violentamente contra alvos metálicos. Ao se chocar com o alvo, estes elétrons são freados bruscamente e são produzidos raios-X (1%) e calor (99%). Raios-X são produzidos ao interagir com o material do alvo por dois tipos: Característicos e de Freamento. Produção de Raios-X Raios-X Característicos: Esse processo envolve uma “colisão” entre o elétron incidente e um elétron orbital ligado ao átomo no material do alvo. O elétron incidente transfere energia suficiente ao elétron orbital para que seja ejetado de sua órbita ou “salte” para uma outra órbita, deixando um "buraco“ Esta condição instável é imediatamente corrigida com a passagem de um elétron de uma órbita mais externa para este “buraco”. Produção de Raios-X Raios-X Característicos: Como os níveis de energia dos elétrons são únicos para cada elemento, os raios-X decorrentes deste processo também são únicos e, portanto, característicos de cada elemento (material). Daí o nome de raios-X característico. Produção de Raios-X Raios-X de Freamento (Bremsstrahlung) O processo envolve um elétron passando bem próximo a um núcleo do material alvo. A atração entre o elétron carregado negativamente e o núcleo positivo faz com que o elétron seja desviado de sua trajetória perdendo parte de sua energia. Esta energia cinética perdida é emitida na forma de um raio-X, que é conhecido como "bremsstrahlung” ("braking radiation") ou radiação de frenagem. Produção de Raios X Espectro de Raios-X Tubo de Raios-X Tubo de Raios-X Tubo de vidro denominado ampola no qual se faz vácuo e que Contém, no seu interior, o catodo e o anodo. Sua função também é de promover isolamento térmico e elétrico entre as partes. Possui uma janela com espessura menor do que o resto da ampola e pela qual passa o feixe útil com o mínimo de absorção possível. O tubo é colocado dentro de uma calota protetora revestida de chumbo, chamado de cabeçote a fim de reduzir a radiação espalhada. Tubo de Raios-X Cabeçote contém a ampola e demais acessórios. É geralmente de alumínio ou cobre cuja função é de blindar radiação de fuga evita emissão de radiação para todas as direções. Possui uma janela radiotransparente por onde passa o feixe. Espaço preenchido com óleo que atua como isolante elétrico e térmico. Tubo de Raios-X Cátodo • É o lado negativo do tubo de raios X; • Divide-se em duas partes: filamento e focalizador; • Filamento: fio de tungstênio (Z = 74) com a forma de espiral, que emite elétrons devido ao seu aquecimento Emissão Termoiônica. Tubo de Raios-X Focalizador Capa carregada negativamente, mantendo os elétrons unidos em volta do filamento e concentrando os elétrons emitidos em uma área menor do anodo. Tubo de Raios-X Focalizador - Muitos tubos de raios X possuem dois focos, um pequeno chamado de foco fino e um grande chamado de foco grosso. Foco fino: comprimento entre 0,3 e 1,0mm; Foco grosso: comprimento entre 1,3 e 1,5 cm. Foco grosso Foco fino O uso de um foco ou de outro é selecionado na mesa de comandos do equipamento. Tubo de Raios-X Copo focalizador: tem por objetivo direcionar os elétrons para que o maior número possível atinja o alvo. Tubo de Raios-X Ânodo • É o lado positivo do tubo de raios X; • Também é chamado de alvo; • Constituído por materiais de alto ponto de fusão e alto número atômico (Z): geralmente Tungstênio para tubos convencionais ou Molibdênio para tubos de mamografia. Tubo de Raios-X Ânodo - O material utilizado para o alvo é o tungstênio devido às seguintes características: Alto número atômico: grande eficiência de produção de raios-X e maior energia; Alta condutividade térmica: rápida dissipação do calor produzido; Alto ponto de fusão (3370°C); Baixa taxa de evaporação (para evitar metalização do vidro da ampola); Alta resistência física quando aquecido. Tubo de Raios-X Ânodo - Existem dois tipos de anodos: Ânodo fixo: utilizado em tubos de baixas correntes (equipamentos odontológicos e equipamentos transportáveis); Ânodo rotatório: utilizado em tubos de raios X de alta intensidade. Ânodo Fixo Mais simples; Mais compacto; Mais barato; Menor capacidade térmica; Usado principalmente em odontologia, radiografia industrial de pequeno porte e radioterapia superficial (Baixa Energia – Ortovoltagem). O ânodo fixo possui baixa durabilidade; Como “aumentar” a área de colisão dos elétrons mantendo o mesmo tamanho de foco? A solução foi fazer o ânodo girar em alta velocidade Anodo rotatório. Anodo Rotatório Precisa ser bom condutor de eletricidade e alta capacidade térmica – tungstênio; O local de colisão dos elétrons, ao girar, chama-se pista pista anódica; Pode-se ter duas pistas para que haja os dois focos: foco fino e grosso; Ânodo Rotatório Apesar de resistente, o ânodo giratório requer cuidados quanto ao calor; O técnico não deve exigir (carga) do equipamento quando ele ainda está frio (primeiros exames do dia); Deve sempre escolher maiores tempos com menores correntes para que a produção de calor seja menor e mais prolongada. Normalmente a capacidade de rotação é de 3.400 rotações por minuto. Existe anodo de tubos de maior capacidade que giram a 10.000 rpm. Tubo de Raios-X Ponto Focal Não é toda a área do anodo que está envolvida na produção de raios X, mas sim uma pequena região denominada ponto focal. Elétrons que saem do filamento do catodo atingem apenas o ponto focal. É uma área geralmente retangular. Tubo de Raios-X Ponto Focal O tamanho do ponto focal está relacionado com a resolução e com a dissipação de calor. Quanto menor o ponto focal, melhor será a resolução. Por outro lado, quanto maior for sua área, mais facilmente dissipará o calor. Anodo fixo: foco inclinado para melhorar a distribuição da radiação. Tubo de Raios-X ANODO FIXO Principio do Foco Linear Faz com que o tamanho do ponto de foco real pareça menor quando visto da posição do filme devido a uma angulação do anodo com relação ao feixe catódico. Este ponto de foco projetado é chamado de PONTO DE FOCO APARENTE ou EFETIVO. Entretanto a um limite para esta angulação (15° a 20°). Se for muito pequeno causa um excessivo declínio de intensidade do lado anódico do feixe, chamado de EFEITO DE TALÃO OU ANÓDICO. Cuidados com o Tubo O mecanismo do rotor de um tubo rotatório pode falhar ocasionalmente. Quando isso acontece, há um superaquecimento criando depressões no anodo (danos sérios) ou rachaduras causando danos irreversíveis ao tubo. Cuidados com o Tubo Ao acionar o disparador de exposições de uma unidade radiográfica, deve-se esperar 1 a 2 segundos, antes da exposição, para que o rotor acelere e desenvolva o número de rotações por minuto desejadas. Quando a exposição é completada pode-se ouvir o rotor diminuir a rotação e parar em mais ou menos 1 minuto. Valores Máximos de Operação O operador do aparelho de raios-X deve estar atento à capacidade máxima de operação do tubo para não danificá-lo. Existem vários tipos de tabelas que podem ser usadas para estabelecer os valores máximos de operação do tubo de raios-X, mas apenas três são mais discutidas: 1. Curvas de rendimento máximo; 2. Resfriamento do anodo; 3. Resfriamento dacalota do tubo. Fases da produção dos Raios-X 1. O filamento catódico é aquecido devido à passagem de uma corrente elétrica (corrente de filamento – mA) de uma fonte de baixa voltagem, controlada por um seletor de mA. Aumentando-se o mA, maior será a corrente, elevando a temperatura e produzindo mais elétrons por efeito termiônico, criando uma nuvem negativa (nuvem catódica) em torno do catodo. 2. A aplicação de uma diferença de potencial elevada (tensão ou campo elétrico) (kV) ao conjunto catodo- anodo, acelera os elétrons da nuvem catódica em direção ao anodo. Fases da produção dos Raios-X 3. Os elétrons com grande velocidade (e Energia Cinética) “colidem” com o anodo, no ponto de foco ou na pista focal, causando um desarranjo na estrutura atômica do objetivo, produzindo Raios X e calor. Propriedades fundamentais dos raios x Causam fluorescência em certos sais metálicos; Enegrecem placas fotográficas; São radiações eletromagnéticas, não sofrem desvio em campos elétricos ou magnéticos; São diferentes dos raios catódicos (feixe de elétrons); Tornam-se "duros" (mais penetrantes) após passarem por absorvedores; Propriedades fundamentais dos raios x Produzem radiações secundárias em todos os corpos que atravessam; Propagam-se em linha reta (do ponto focal) para todas as direções (divergência); Transformam gases em condutores elétricos (ionização); Atravessam o corpo tanto melhor quanto maior for à tensão aplicada ao tubo (kV). Elementos de um conjunto gerador de raios x A fonte de alimentação vem da rede elétrica. Acoplados a ampola existem dois circuitos: BV – Baixa voltagem, com corrente regulável que aquece o filamento. AV – Alta voltagem que funciona junto a um retificador que fornece o campo elétrico e mantém a polaridade no tubo. Elementos de um conjunto gerador de raios x Numa instalação de Raios X, observa-se: a) Transformador que recebe 110/220V e fornece ao filamento aproximadamente 10V e ao conjunto catodo-anodo uma tensão variável entre 40kV e 150kV (ou mais). b) Painel de controle que possuem os controles b.1) Liga/desliga; b.2) Seletor de kV; b.3) Seletor de mA; b.4) Seletor de mAs c) Ampola. d) Mesa para o paciente. Elementos de um conjunto gerador de raios x As máquinas de Raios-X podem operar a diversas tensões a diversas correntes no tubo. De um modo geral, temos as seguintes características: • Diagnóstico: de 40 a 150 KVP e correntes de 25 à 1200 mA. • Terapia: de 60 a 250 KVP e correntes de aproximadamente 8 mA • Raio-X dentário: de 50 a 90 KVP e correntes de até 10 mA. • Raio-X industrial: de 50 a 300 KVP e correntes de até 10 mA Observações A KILOVOLTAGEM – kV: É a tensão aplicada no tubo; O KILOVOLTPICO (kVp): É a tensão máxima aplicada no tubo que determina a energia do fóton mais energético em keV (Kiloeletronvolt) não representa a energia efetiva do feixe que está em torno de 30% a 40% do valor do kVp; O RETIFICADOR: Transforma CORRENTE ALTERNADA (CA) em CORRENTE CONTÍNUA (CC); Observações O MILIAMPERE – SEGUNDO (mAs): É o número total de elétrons que atingem o anodo; Frequentemente, as unidades mA e mAs são confundidas ou tomadas como termos sinônimos. Não são. Cada uma dessas unidades refere-se a uma grandeza diferente. A unidade mA refere-se à grandeza física corrente elétrica (i). A corrente elétrica é definida como a quantidade de carga elétrica (Q), dada em Coulomb (C), que passa por um meio qualquer, dividido pelo intervalo de tempo em que ocorre esta passagem, em segundos (s). Observações CONTROLE AUTOMÁTICO DE EXPOSIÇÃO (CAE) Dispositivo que controla o nível de exposição, suspendendo a geração de Raios X quando o receptor de imagens (conjunto tela-filme) recebe uma determinada quantidade de exposição pré determinada considerada ideal para um determinado exame; QUALIDADE DOS RAIOS X: Capacidade de penetração que depende da energia dos Raios X; O feixe de Raios X possui diversas energias (policromático); FILTRAGEM A filtragem do feixe aumenta a energia média do feixe, pois retira radiação com pouco poder de penetração “raios X moles”. Observações TEMPO DE EXPOSIÇÃO: Em radiografias, a exposição é iniciada pelo operador do equipamento e terminada depois que se esgota o tempo selecionado previamente. Em fluoroscopia, a exposição é iniciada e terminada pelo operador, mas há um indicador do tempo de exposição acumulado que emite um sinal sonoro após 5 minutos de exposição. Os temporizadores e botões de controle ajustados pelo operador ativam e desativam a geração de raios X acionando dispositivos de chaveamento que pertencem, ao circuito primário do gerador. Observações TEMPO – AJUSTE MANUAL: Nos temporizadores manuais, o ajuste do tempo de exposição deve ser feito pelo operador antes de iniciar o procedimento. A seleção adequada dos ajustes do tempo de exposição no equipamento dependerá do conhecimento pessoal ou da consulta a uma Tabela de Exposição que correlaciona a espessura do paciente com o kV, o mA e o tempo. Exercícios Aula 8 – Raios-X 1. Qual a faixa de voltagem utilizada em um raios-x diagnostico? 2. Quais são as fases de produção dos raios-x? 3. O que é o princípio do foco linear? 4. Como é produzido os raios-x? 5. Quem foi o descobridor dos raios-x e em qual data aconteceu a descoberta? 6. Qual a diferença do anodo fixo para o giratório? 7. O que é feito para diminuir o calor na produção dos raios- x? 8. Quais são os componentes do cátodo e explique a função de cada um deles. 9. Cite 5 propriedades fundamentais dos raios-x. 10.Qual a função do filtro em um raio-x diagnostico?