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SERV
IÇO
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L E PRO
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ESSO
 D
E TRA
B
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LH
O
Serviço social
e processo de
trabalho
Elaine Cristina Vaz Vaez Gomes
Serviço social e processo 
do trabalho
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Gomes, Elaine Cristina Vaz Vaez 
 
 ISBN 978-85-8482-872-2
 1. Serviço social - Emprego. 2. Assistentes sociais – 
Descrição ocupacional. I. Título.
 CDD 361 
Vaz Vaez Gomes. – Londrina: Editora e Distribuidora 
Educacional S.A., 2017.
 120 p.
G633s Serviço social e processo de trabalho / Elaine Cristina
© 2017 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer 
modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo 
de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2017
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Sumário
Tema 1 | O Estado e as mudanças na organização do trabalho
Tema 2 | Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais
Tema 3 | Políticas sociais, trabalho reflexão do SUAS e a 
interdisplinaridade/multidisciplinaridade profissional
Tema 4 | Questão social e o trabalho do assistente social na atualidade
Tema 5 | O mercado de trabalho do serviço social na 
contemporaneidade
Tema 6 | Projeto ético-político do serviço social, as novas diretrizes 
curriculares para o curso de serviço social e o espaço ocupacional do 
assistente social
5
21
41
63
81
103
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho4
Neste tema vamos estudar sobre o Estado e as mudanças 
na organização do trabalho, para tanto é necessário termos a 
clareza do significado de Estado, bem como das transformações 
e modificações ocorridas na contemporaneidade, quando o 
assistente social tem um papel fundamental em sua atividade 
laborativa. Nesse sentido, devemos conhecer e compreender 
as mudanças na realidade social, por meio de um senso crítico, 
divulgando a informação e instigando a produção e a valorização 
das potencialidades do usuário dos serviços ofertados pelo Estado.
Esse é um dos objetivos propostos a serem trabalhados neste 
tema, sendo assim, é importante iniciarmos com a conceituação 
de elementos que permeiam a complexidade do Estado, pois 
esclarecer tais elementos possibilitará a compreensão das 
mudanças na organização do trabalho do assistente social nesse 
processo.
Convite à leitura
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 5
O Estado e as mudanças na 
organização do trabalho
Nesse primeiro 
momento, vamos 
conceituar o que vem a 
ser o Estado, que pode ser 
entendido a partir de três 
concepções: concepção 
organicista, concepção 
atomista ou contratualista 
e concepção formalista, 
como mostra o Quadro 1.1.
Bastos (1995, p. 10) menciona que o Estado é complexo e podemos 
compreendê-lo da seguinte forma: 
De acordo com a citação acima, o Estado tem plenos poderes para 
agir e decidir por todos e suas decisões devem ser cumpridas e não 
questionadas. A Figura 1.2 retrata a estrutura da sociedade organizada, a 
forma e o poder de um Estado eclesiástico e civil. 
Entender o significado do Estado perpassa pela organização da 
sociedade, das regras, normas, territórios e, ainda, de suas funções, a 
partir dos três poderes: Legislativo (aquele que estabelece normas de 
forma geral e organiza o modo de reger a vida na sociedade), Executivo 
Tema 1
POR DENTRO DO TEMA
[...] O Estado é a organização política sob a qual vive o homem 
moderno. Ela caracteriza-se por ser a resultante de um povo 
vivendo sobre um território delimitado e governado por leis 
que se fundam num poder não sobrepujado por nenhuma 
externamente e supremo internamente.
Quadro 1.1 | Concepções do Estado
Concepção Conceito
Organicista
O Estado é independente 
dos indivíduos e anterior 
a eles.
Atomista ou 
contratualista
O Estado é criação dos 
indivíduos. 
Formalista O Estado é uma formação jurídica.
Fonte: adaptado de Abbagnamo (2014, p. 423).
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho6
(a organização e a tradução do ato 
do homem individual, ex.: tributos) e 
Judiciário (administração de conflito, 
quando a lei não é aplicada ou o 
quando ocorrem polêmicas).
Observa-se que para compreensão 
da temática é necessário esclarecer 
alguns elementos. Para facilitar 
a assimilação sobre o Estado, 
vamos relembrar alguns conceitos 
importantes e suas diferenças.
Quadro 1.2 | Conceitos importantes
Elemento Conceito
Território 
Base geográfica do Estado. Toda parte sólida do globo terrestre é ocupada 
por Estados, com exceção da Antártida. O território é o elemento material 
do Estado.
Povo
Conjunto de pessoas que fazem parte de um Estado. Assim, o povo é o 
seu substrato. Não pode, obviamente, existir Estado sem povo. Por isso, 
elencamos o motivo da nacionalidade ser um vínculo jurídico, uma vez que 
é o que leva alguém a fazer ou não parte do chamado Estado de direito.
Poder Consiste na faculdade do cidadão expressar suas vontades e desejos.
Fonte: adaptado de Bastos (1995).
Você pode até pensar que os conceitos descritos no Quadro 1.2 
não têm relação com sua profissão. Digo que verá, ao longo de nossos 
estudos, que cada vez mais é um engano pensar que a prática é mais 
importante que a teoria. Perceberá também que sem a compreensão 
de tais elementos é difícil entender a sociedade, tal embasamento nos 
dará condições para realizarmos uma práxis profissional, e não uma 
prática rasa, por isso, sempre é necessário em nossos estudos trazer 
o significado de conceitos que contribuirão para a compreensão do 
Estado de forma mais ampla.
Entender a concepção de Estado nos dará condições de assimilar 
as relações sociais que permeiam a sociedade, pois o ser humano vive 
em comunidade, a partir de regras e normas que estabelecem a forma 
do homem viver em grupo.
Figura 1.1 | Leviatã (força e 
ostentação do Estado)
Fonte: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Estado#/
media/File:Leviathan_by_Thomas_Hobbes.
jpg>. Acesso em: 11 jun. 2016.
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 7
Nesse sentido, sociedade “vem a ser toda forma de coordenação 
das atividades humanas objetivando um determinado fim e regulada 
por um conjunto de normas” (BASTOS, 1995, p. 1). 
Na concepção do Serviço Social, ambas estão sempre intrinsicamente 
relacionadas. Conforme Mota (2009), entender sobre sociedade civil 
é compreender que ocorre uma inesperável relação entre sociedade 
e Estado, a partir do entendimento da sociedade política, ambas 
se separam apenas em seu conceito, pois a compreensão de sua 
totalidade nos permite entender o conceito de amplitude de Estado.
Vamos buscar entender que nas relações sociais ocorrem a disputa 
e o antagonismo entre capital e trabalho, e se configuram as diferenças 
entre classes no cenário de nossa sociedade. Essas questões estão 
impostas no cotidiano da vida social.
As relações e mudanças existentes no mundo do trabalho ocorrem 
devido ao sistema imposto pelo capitalismo, que rege a organização 
do mundo do trabalho, e entender esse arcabouço é complexo, então 
vamos aprofundar a discussão a partir do conceito de trabalho.
O trabalho se origina do latim que significa labuta, que pode ser atividade 
intelectual, ocupação ou esforço. Nesse sentido, Antunes (2011) menciona 
que tripálio foi um instrumento que significava dor, pois era feito de três 
paus e foi utilizado como instrumento de tortura na época da escravidão 
(veja uma representação na Figura 1.2). No contexto de instrumento de 
trabalho, foi utilizado por agricultores para bater o trigo.
A categoria trabalho, a partir da reflexão Marxista, é entendida por 
meio da teoria econômicada obra O Capital, na qual encontramos que 
o trabalho é indispensável na vida do ser humano, isto é, em qualquer 
Figura 1.2 | Tripalium
Fonte: <https://goo.gl/JsquKb>. Acesso em: 11 jun. 2016.
O termo trabalho é originário do latim tripalium, que designa 
instrumento de tortura. Por extensão, significa aquilo que fatiga ou 
provoca dor. Na etimologia da palavra tripalium (Tri = três, palum = pau) 
é um instrumento romano de tortura formado por três estacas cravadas 
no chão, no qual eram supliciados os escravos. Assim surge o verbo 
tripaliare (ou trepaliare), que significa, inicialmente, torturar alguém no 
tripalium. 
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho8
sociedade. Nesse contexto ocorre a disputa, a concorrência, a mais-
valia, o consumo e a mercadoria no processo de compra e venda. 
Tais relações passam constantemente por mudanças ao longo da 
história do homem em sociedade. Você com certeza já ouviu falar das 
propostas oriundas dos modelos de produção no mundo do trabalho, 
a partir do processo de industrialização.
O sistema de organização do trabalho consiste basicamente 
nos modelos clássicos. Vemos de forma resumida, a partir das 
contribuições de Behring e Boschetti (2008) e Antunes (2011), as 
diferentes concepções sobre esses modelos: 
- O modelo Fordista foi criado pelo norte-americano Henry Ford, 
é um modelo de produção em massa de um produto, inicialmente 
implantado na indústria automobilística. Também visa aumentar a 
produção através do desenvolvimento da eficiência para baixar o preço 
do produto, resultando no crescimento das vendas que, por sua vez, 
permitiria manter baixo o preço do produto.
- O Taylorismo visa ao aumento da produtividade, nesse contexto, 
aumentar o lucro das empresas é uma forma de gestão nas indústrias, 
em que a dinâmica na atividade laborativa é alargar a produtividade.
- O Toyotismo visa à valorização do trabalho em equipe, da 
qualidade no e do trabalho, da multifuncionalidade, da flexibilização e 
da qualificação do trabalhador. Foi criado no Japão, após a Segunda 
Guerra Mundial, e é voltado para a produção de mercadorias.
Curiosidade!
Você sabia que o tema acima tem sido cada vez mais utilizado no 
ENEM e outras provas?
O Fordismo foi mencionado na questão 53 do Vestibular da UERJ, 
que você pode observar na Figura 1.3, em que foi apresentada uma 
imagem do trabalho repetitivo, uma das características do modelo 
fordista de produção em uma forma de organização fabril, no início 
do século XX.
A questão 53 do Vestibular da UERJ de 2011, do 1° Exame de 
Qualificação, coloca em contexto a obra de Andy Warhol, o que ajuda 
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 9
a explicar o consumo como um tema importante em seus trabalhos.
Observamos que o modelo fordista vislumbra a produção em série. 
Assim, os modelos sempre visam normatizar a forma de gestão que 
garante a sustentação do modelo capitalista. 
O livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de John 
Maynard Keynes, destaca que esse modelo capitalista tem relação direta 
com o Estado de que temos falado até agora. A Teoria Keynesiana, ou 
Keynesianismo, é o modelo de gestão que mais defendeu a intervenção 
do Estado na economia. O Estado passa a ser o agente indispensável 
de controle da economia, visando também assegurar um sistema de 
pleno emprego.
As teorias mencionadas oportunizaram o desdobramento e a 
renovação de uma nova teoria, bem como a reformulação da política 
de livre mercado.
Podemos observar que estão em curso mutações no mundo do 
trabalho como expressão do processo de reorganização do capital 
através da implantação dos modelos de produção já explanados.
Tais mudanças acontecem a partir da década de 1980, ocasião em 
que surgem as tecnologias robóticas e microeletrônicas, que regem as 
formas de operacionalização nas indústrias, por isso, nesse período o 
homem é substituído pelas máquinas. 
Antunes (2011, p. 23) esclarece que essas mudanças e transformações 
“invadiram o universo fabril, inserindo-se e desenvolvendo-se nas 
relações de trabalho e de produção do capital”. 
Figura 1.3 | Trabalho repetitivo
Fonte: adaptado de: <http://migre.me/wynUu>. Acesso em: 11 jun. 2016.
Andy Warhol (1928 - 1987) é um artista 
conhecido por criações que abordam 
valores da sociedade de consumo, em 
especial, o uso e o abuso da repetição. 
Esses traços estão presentes, por 
exemplo, na obra que retrata as latas 
de sopa Campbell’s, de 1962.
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho10
Acrescenta o autor que os modelos mencionados já não são 
únicos, eles vão se mesclar com outros modelos produtivos, tais como 
neofordismo, neotaylorismo pós-fordismo até o kamarianismo, todos 
são modelos de gestão no mundo do trabalho, cuja evolução pode 
verificar-se na Figura 1.4. 
Figura 1.4 | Evolução da produtividade
Fonte: <http://www.pucsp.br/~diamantino/Ind.pdf>. Acesso em: 11 jun. 2016. 
Conhecermos tais conceitos nos auxilia a compreender o processo 
da reorganização da economia política introduzida pelo neoliberalismo, 
o qual é ponto de discussão do nosso próximo tema.
No Livro-Texto da disciplina você verá, conforme aponta Almeida 
(2007), que a reorganização do processo econômico na dinâmica do 
capitalismo ocorre quando há queda do capitalismo e este precisa de 
uma reestruturação para sua manutenção. Esclarece o autor que tal 
queda dos capitalistas acontece quando os empresários não têm o 
lucro esperado com a venda de mercadorias, isto é, com a diminuição 
relevante na taxa de lucros. Para compreensão dessa dinâmica, vamos 
conceituar alguns elementos essenciais desse processo.
Konder (1981), ao realizar uma análise econômica de Marx, 
menciona que nas relações sociais existe o valor de uso e o valor de 
troca. Para um objeto ter o valor de troca é preciso que tenha valor 
de uso, isto é, que alguém o considere útil e esteja interessado em 
comprá-lo. Podemos ver essa dinâmica em nosso cotidiano, na oferta 
e procura, em que os preços são variados. Vemos o valor expresso 
pela pecúnia, ou seja, o valor da moeda por meio do dinheiro, do lucro 
expresso pela mais-valia, que é a forma cristalizada por meio do lucro, 
juro, rendas, bem como do tempo de trabalho não pago.
Para Marx (2013), a fonte básica do valor não é a circulação do 
dinheiro, e sim o trabalho humano. A estrutura econômica da sociedade 
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 11
burguesa é a forma de mercadoria. “A mercadoria é, antes de mais 
nada, um objeto externo, uma coisa que, por suas propriedades, satisfaz 
necessidades humanas” (MARX, 2013, p. 57). 
Explanando sobre o trabalho humano, Konder (1981 p. 137) 
esclarece que:
Konder (1981) esclarece que o capitalismo foi e é o regime que 
mercantilizou a vida humana, pois nesse sistema os burgueses, isto 
é, os donos dos meios de produção, necessitavam do proletário 
para produzir. O trabalhador, via de regra, não consegue vender aos 
empresários o produto de seu trabalho, pois os proletariados não têm 
os meios técnicos que permitem reconhecer-se no produto final. 
Assim, quanto maior for a utilidade de determinada coisa ou objeto, 
maior é o valor de uso, este valor de uso é constituído pelo consumo 
e sua utilização. 
Harvey (2013, p. 25) menciona que para entender o modelo 
capitalista temos, a priori, que compreender que a mercadoria é o 
ponto de partida, é “a riqueza das sociedades nas quais reina o modo 
de produção capitalista, pois aparece como uma enorme coleção de 
mercadorias”. 
De acordo com Harvey (2013), a mercadoria está presente nas 
relações sociais independentemente das classes sociais, das quais 
fazemos parte. O autor acrescenta que:
[...] O Trabalho humano, como criador de valores de uso, 
é uma condição da existência em geral, uma necessidade 
que está presente em todas as formas de organização da 
sociedade: ele existia na sociedade primitiva, continuou 
a existir nas sociedades escravistas ou feudais, existe nas 
sociedades capitalistasou socialistas e prosseguirá existindo 
no comunismo. O trabalho, portanto é indispensável a vida 
de qualquer sociedade humana.
[...] A forma mercadoria é uma presença universal no interior do 
modo de produção capitalista. Marx escolheu o denominador 
comum, algo familiar e comum a todos nós, sem distinção 
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho12
Nesse contexto ocorre o antagonismo entre o binômio capital e 
trabalho. Esclarecer tais elementos nos possibilita entender que nos 
modelos mencionados, no processo da organização do trabalho, 
sempre observamos que o objetivo se expressava no aumento da 
produtividade, justamente pelo sistema inerente ao capitalismo, que 
não prevê transformação social, empoderamento, e sim a ideologia 
que garanta a manutenção do sistema capitalista, conforme você pode 
verificar no Quadro 1.3.
Quadro 1.3 | Principais diferenças entre os modelos
FORDISMO TAYLORISMO
Você com certeza já ouviu falar do carro 
Ford. Este faz parte de uma empresa pioneira 
em veículos, a Ford, criada no começo 
do século XIX. Henry Ford foi o inventor 
do primeiro carro comercial e também 
o criador de um sistema de produção 
moderno chamado de produção em massa.
O que chamamos hoje de taylorismo é um 
modelo de administração desenvolvido 
por um engenheiro norte-americano, 
Frederick Taylor. Este é considerado o 
pai da administração científica e um dos 
primeiros sistematizadores da disciplina 
científica no meio da administração de 
empresas.
Na produção de Henry Ford cada pessoa 
devia fazer uma parte do produto. Uma 
pessoa apenas colocava os botões, outra 
apenas colocava as calotas, outra apenas 
as rodas, e assim por diante. Esse sistema 
de produção é usado até hoje não apenas 
na fabricação de carros, mas para todos os 
outros itens fabricados no mundo.
O sistema do taylorismo tem como base a 
execução de tarefas de forma a aumentar a 
eficiência do resultado operacionalmente. 
É encontrar formas de trabalhar melhor 
para potencializar o resultado.
Fonte: adaptado de Boschetti (2008) e Antunes (2011).
Tanto o taylorismo quanto o fordismo tinham como objetivos a 
ampliação da produção em um menor espaço de tempo e dos lucros 
dos detentores dos meios de produção, através da exploração da força 
de trabalho dos operários. O sucesso desses dois modelos fez com 
que várias empresas adotassem as técnicas desenvolvidas por Taylor 
e Ford, sendo utilizadas até os dias atuais por algumas indústrias. Nas 
Figuras 1.5 e 1.6 destaca-se a divisão do trabalho, conforme o Fordismo. 
A Divisão do Trabalho é destacada na Figura 1.5, com alguns 
exemplos do modelo de Henry Ford que ressaltam a forma de 
de classe, raça, gênero, religião, nacionalidade, preferência 
sexual ou que for. Tomamos conhecimento das mercadorias 
de maneira cotidiana e, além disso, elas são essenciais a nossa 
existência: de comprá-las para viver (HARVEY, 2013, p. 26).
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 13
reorganização da 
indústria, isto é, da 
fábrica. Cada função 
foi dividida em partes 
muito menores, para que 
cada etapa da produção 
pudesse ser padronizada 
e acelerada.
Entender esses dois 
modelos e as mudanças 
que ocorreram e ocorrem 
na organização do mundo 
do trabalho é o ponto 
inicial para assimilarmos 
a teoria do Estado de 
Bem-Estar Social, bem 
como as lutas de classes 
e necessidades sociais 
repercutidas nas políticas 
sociais, que elucidaremos 
em nosso próximo tema.
O filme Tempos Modernos mostra a fase industrial do capitalismo 
na qual a doutrina liberal começava a apresentar sinais de superação.
Ele apresenta uma visão da luta entre o sindicalismo democrático 
e o neoliberalismo e foca a vida na sociedade industrial caracterizada 
Figura 1.5 | Divisão do trabalho
Fonte: <http://migre.me/wynZi>. Acesso em: 11 jun. 2016. 
Uma pessoa, fazendo todas as cinco etapas requeridas na 
manufatura de um carro produz apenas uma unidade.
Cinco pessoas, cada uma especializada em uma das cinco 
etapas, podem fazer dez unidades ao mesmo tempo.
Figura 1.6 | Linha de montagem da Ford
Fonte: <http://www.pucsp.br/~diamantino/Ind.pdf>. Acesso em: 11 
jun. 2016. 
Quadro 1.4 | Diferença entre Liberalismo e Neoliberalismo
LIBERALISMO NEOLIBERALISMO
O que é liberalismo?
Durante muitos anos Igreja, Estado 
e economia foram uma coisa só. 
O liberalismo é uma ideologia que 
incentiva as pessoas a terem seus 
pensamentos, teorias e crenças 
próprias. Não mais seria o Estado 
a controlar as crenças de cada 
um, mas sim cada um que teria a 
liberdade de escolha sobre o que 
fazer com suas economias, o que 
seguir e o que pensar.
O que é neoliberalismo?
Neoliberalismo é a política de não participação do 
Estado na economia. Hoje no sistema capitalista 
muitos Estados participam abertamente do controle 
da economia, principalmente nas economias mais 
fechadas, nas ditaduras. O neoliberalismo promove 
uma participação mínima ou ausente do Estado na 
economia, tanto do Estado como um todo como 
nos investimentos individuais. Contudo, pode haver 
uma regulação de órgãos econômicos para manter 
a estabilidade da economia.
Fonte: adaptado de Almeida e Alencar (2011).
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho14
pela produção com base 
no sistema de linha de 
montagem e especialização 
do trabalho.  O filme ainda 
trata das desigualdades entre 
a vida dos pobres e das 
camadas mais abastadas, 
sem representar, contudo, 
diferenças nas perspectivas 
de vida de cada grupo. Mostra 
ainda que a mesma sociedade 
capitalista que explora o 
proletariado, alimenta todo o conforto e a diversão da burguesia. 
Almeida e Alencar (2011 ) trazem reflexões sobre as relações entre 
trabalho e o serviço social. Nesse sentido é certo que o tema propiciará 
elucidações que contribuirão em sua trajetória acadêmica, em sua 
formação.
Para complementar sua leitura, confira o glossário que foi preparado 
para tirar suas dúvidas e para ampliar seus conhecimentos, responda 
aos exercícios propostos, consulte as páginas indicadas e, na sequência, 
daremos continuidade aos estudos, por meio do tema intitulado: 
Neoliberalismo, Políticas Públicas e as classes Sociais. Bons estudos!
Figura 1.7 | Cena do filme Tempos Modernos
Fonte: <http://migre.me/wyoaS>. Acesso em: 11 jun. 2016.
Estado e Políticas (Públicas) Sociais
• Leia o texto Estado e Políticas (Públicas) Sociais, de Eloisa de 
Mattos Höfling. Aprofunde seus conhecimentos sobre o Brasil e 
as políticas públicas. Esse texto tem o objetivo de trazer elementos 
que contribuam para a compreensão de Estado e política social e da 
relação destes com diferentes visões de sociedade, citando autores 
que se aproximam da abordagem marxista e da neoliberal. Disponível 
em: <https://goo.gl/2LXDPj>. Acesso: em 13 maio 2016. 
Uma análise das condições de vida da população brasileira 
• Conheça os relatórios do PNAD, com números e análises sobre 
a realidade socioeconômica brasileira. Atualize-se sobre os dados, 
ACOMPANHE NA WEB
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 15
os indicadores que são fornecidos pelo IBGE acerca da realidade 
brasileira. Esses indicadores seguem recomendações internacionais 
e servem como parâmetros para conhecimento da situação brasileira, 
contribuindo para as modificações nos perfis social, demográfico 
e econômico da população, com dados relevantes a para nossa 
sociedade. Disponível em: <https://goo.gl/SUDpKp>. Acesso em: 
13 maio 2016.
Estado, Capitalismo, Classes e Políticas Sociais
• Assista ao vídeo com trechos da palestra do Prof. Márcio 
Pochmann, doutor em Economia, ao Centro Celso Furtado, em 2014. 
Aqui, ele faz uma rápida análise sobre o redescobrimento das classes 
sociais e das novas estruturas sociais dos ‘centros’ e ‘periferias’ do 
capitalismo globalizado. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=WGLG7ZDqI4k>. Acesso em: 13 maio. 2016. Tempo: 12:52 
min.
José Paulo Netto: “Crise do capital e suas consequências 
societárias”
• Assista ao vídeoda palestra de José Paulo Netto, realizada no 
5º Seminário Anual de Serviço Social, organizado pela Cortez Editora. 
Nesse vídeo, ele faz uma análise da recente crise da economia 
capitalista, como o prefácio de uma crise da ordem do capital. 
Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v= ZRlfA5QyIk>. 
Acesso em: 14 maio. 2016
Tempos Modernos (Modern Times). Charles Chaplin. EUA, 1936
• Assista ao filme Tempos Modernos, de Charles Chaplin, e 
faça uma reflexão sobre o conceito da teoria científica, objetivando 
compreender o contexto e a realidade da época. 
Sinopse retirada do site Adoro Cinema: Charles Chaplin é o 
diretor e a estrela principal do filme, ele é um operário de uma linha 
de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar 
a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do 
seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado 
de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para 
começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada 
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho16
e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que 
liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente 
uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda 
são bem garotas. Elas não têm mãe e o pai delas está desempregado, 
mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei 
vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem 
consegue escapar. Ano de produção: 1936. Disponível em: <http://
www.adorocinema.com/filmes/filme-1832/trailer-19541259/>. Acesso 
em: 11 jun. 2016. Tempo do trailer: 1:58 min.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você 
encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia 
cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo 
pedido.
1. Entende-se por Nação um grupo de indivíduos que possuem vínculo 
socioeconômico e político, dentro de um território, pessoas que possuem 
uma identidade comum. O que mais esse conceito abrange.
2. O ser humano, vive em comunidade, a partir de regras e normas que 
estabelecem a forma do homem viver em grupo. Nesse sentido, o que 
vem a ser Sociedade?
3. Konder (1981 p. 137) esclarece sobre o trabalho humano, como 
criador de valores de uso, é uma condição da existência em geral, uma 
necessidade que está presente em todas as formas de organização da 
sociedade. Desde quando o trabalho humano existe?
4. O trabalho se origina do latim que significa labuta, que pode ser 
atividade intelectual, ocupação ou esforço. Nesse sentido, Antunes (2011) 
menciona que tripálio foi um instrumento que significava __________.
Complete a lacuna conforme as alternativas a seguir.
a) Diferenças de classes e organização do trabalho.
b) Ação social, capital e trabalho em Marx.
c) Luta de classe e estratificação social em Marx.
d) Organização do trabalho e prazer em Marx.
e) Tortura, um tripé de três pontas utilizado para castigar.
5. (ENADE, 2010 – adaptado) Os estudos de Antunes (2001) acerca da 
AGORA É A SUA VEZ
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 17
centralidade das transformações no mundo do trabalho esclarecem 
aspectos fundamentais da influencia toyotista e do processo de 
mundialização no setor produtivo.
a) A utilização do trabalho de imigrantes, negros e crianças.
b) A articulação do trabalho industrial com o setor de serviços.
c) O aumento progressivo do trabalho feminino no interior da classe 
trabalhadora.
d) A incorporação de trabalhadores de diversas partes do mundo no 
processo de produção e de serviços.
e) A ampliação das empresas multinacionais nos países “pobres” como 
estratégia de exploração de mão de obra barata.
Observamos que é necessário entender a organização do 
sistema capitalista quando consideramos a concepção de Estado. 
Observa-se que tal funcionamento é independente de nossa 
profissão, o sistema organiza o Estado, que organiza a política 
pública e o homem em sociedade, por meio das legislações, 
vivendo sobre um território delimitado e governado por tais leis, 
que regem todo o povo, independentemente de suas diferenças. 
As expressões da questão social se apresentam por meio do 
antagonismo entre capital e trabalho, lutas de classes, mais-valia 
pobreza, dentre outros. É necessário que o profissional do serviço 
social entenda o tema proposto, o qual nos dá condições de 
conhecer o desafio de propiciar e instigar a transformação social, 
isto é, permitir ao cidadão condições de ter sua autonomia e 
empoderamento em tal contexto.
FINALIZANDO
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Editora Wmf Martins Fontes, 
2014.
ANTUNES, Ricardo. Adeus ao Trabalho. Ensaio sobre as metamorfoses e a centralidade 
no mundo do trabalho. 15. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2011.
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de Teoria do Estado e Ciência Política. 3. ed. São Paulo: 
Editora Saraiva, 1995. 
BEHRING, Elaine Rossetti; BOSCHETTI, Ivanete. Política Social: Fundamentos e história. 
5. ed. São Paulo: Editora Cortez, 2008. v. 2. 
REFERÊNCIAS
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho18
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Anhanguera Educacional, 2014. p. 1-61. Disponível em: <http://anhanguera.com>. 
Acesso em: 3 mar. 2014.
BUENO, Silveira. Minidicionário da Língua Portuguesa. Edição Atualizada. São Paulo: 
FTD, 1996.
DICIONÁRIO Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013. Disponível em: 
<http://www.priberam.pt/dlpo/>. Acesso em: 15 abr. 2016.
HARVEY, David. Para entender o Capital. 1. ed. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013. 
HÖFLING. Eloisa de Mattos. Estado e Políticas (Públicas) Sociais. Cadernos Cedes, 
ano XXI, n. 55, novembro/200. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/
v21n55/5539.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2016.
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da população brasileira 2013. 2013. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/
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Acesso em: 13 mar. 2016.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. 
ENADE: Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes. Brasil. Provas e Gabaritos 
2010. 2010. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/enade/provas-e-
gabaritos-2010>. Acesso em: 13 mar. 2016.
______. Provas e Gabaritos 2007. 2007. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/
guest/enade/provas-e-gabaritos-2007>. Acesso em: 13 mar. 2016.
KONDER, Leandro. Marx. Vida e obra. 4. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
MARX, Karl. O capital - Livro 1 - O processo de produção do capital. 33. ed. Rio de 
Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 2013. v. 1.
MOTA, Ana Elizabete (Org.). O mito da assistência social ensaios sobre estado política 
e sociedade. 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Cortez, 2009.
NETTO, José Paulo. Crise do capital e suas consequências societárias. Palestra 
realizada no 5º Seminário Anual de Serviço Social, organizado pela Cortez Editora em 
14 de maio de 2012 no Teatro Tuca/SP. Disponível em: <https://www.youtube.com/
watch?v=9ZRlfA5QyIk>. Acesso em: 10 mar. 2016. 27:24min.
POCHMANN, Márcio. Estado, Capitalismo, Classes e Políticas Sociais. Palestra do Prof. 
Márcio Pochmann, doutor em Economia, ao Centro Celso Furtado em 2014. Disponível 
em: <https://www.youtube.com/watch?v=WGLG7ZDqI4k>. Acesso em: 14 fev. 2015. 
12:52min.
T1 - O Estado e as mudanças na organização do trabalho 19
Antagonismo: Oposição de ideias ou de sistemas, rivalidades, incompatibilidade, 
luta, relutância, inimizade.
Capital: Dinheiro que constitui o fundo de uma indústria ou de um rendimento; 
valores, dinheiro, numerário; aquilo que constitui fundo ou valor, suscetível de 
produzir lucros ou vantagens; fortuna. 
Empoderamento: Dar ou adquirir poder ou mais poder.
Marxista: Relativo ao marxismo, que é o sistema das teorias filosóficas, econômicase políticas de Karl Marx.
Proposta: Proposição, determinação.
Tripálio: É um instrumento romano de tortura, um tripé formado por três pontas 
enterradas no solo em forma de uma pirâmide, utilizadas para castigar os escravos.
GLOSSÁRIO
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais20
Neste tema vamos explicitar sobre: neoliberalismo, políticas 
públicas e as classes sociais, assim conceituaremos o termo 
neoliberalismo, deste modo o tema dará subsídios para a 
compreensão da diferença elementar de políticas públicas e 
políticas sociais, conforme a especificidade e o direcionamento 
do modelo de gestão e as legislações da política social trabalhada, 
bem como, as diretrizes as quais embasam e fundamentam a 
prática profissional do assistente social.
Você também verá o conceito de liberalismo que permeia esse 
cenário e compreendendo tais elementos e concepções o tema 
proporcionará o aprofundamento e o entendimento mais amplo 
do antagonismo existente entre as classes sociais.
Assim convidamos você a ficar por dentro do assunto que 
trataremos a seguir.
Boa Leitura!
Convite à leitura
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 21
Neoliberalismo políticas 
públicas e as classes sociais
Você iniciará a leitura a partir do conceito de Neoliberalismo que 
segundo Abramides e Cabral (2003) para compreender a concepção 
neoliberal na modernidade é necessário entender que tal conceito 
é inerente ao sistema capitalista que prevê acumulação do capital, e 
esta impacta nas relações sociais. Sendo Assim, o neoliberalismo é a 
política de não participação do Estado na economia. Ele promove uma 
participação mínima ou ausente do Estado no sistema econômico 
como um todo e nos investimentos. Assim, conta com a participação 
da sociedade civil nos investimentos sociais. 
As mesmas autoras Abramides e Cabral (2003) ainda esclarecem 
que para entender o neoliberalismo é necessário compreender que 
as reformas neoliberais têm transferido e/ou dividido suas ações para 
o chamado terceiro setor, instituindo a este a função de dar respostas 
às diversas expressões da questão social. Isto é, a sociedade civil, 
também corrobora para que o Estado não seja o responsável pelas 
políticas públicas e sociais e passe ter o interesse no campo do capital, 
para manutenção da ideologia do sistema capitalista.
Terceiro setor é uma terminologia sociológica que dá significado 
a todas as iniciativas privadas de utilidade pública com origem 
na sociedade civil. A palavra é uma tradução de Third Sector, um 
vocábulo muito utilizado nos Estados Unidos para definir as diversas 
organizações: de Primeiro setor - (Público, Estado); Segundo setor 
(Privado, Mercado) e o Terceiro Setor (Sociedade Civil). 
Primeiro setor
Segundo setor
Terceiro setor
???
Tema 2
POR DENTRO DO TEMA
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais22
Então, você pode estar pensando o que é liberalismo e qual sua 
relação com o neoliberalismo e o terceiro setor? Para compreendermos 
a temática vamos trazer alguns esclarecimentos a partir de Faleiros 
(2009, p. 118):
As afirmações de Smith apresentam uma proposta de interesse 
da classe dominante representada pela burguesia. A essência da 
vertente é de uma ideologia que incentiva as pessoas a entenderem 
que o direcionamento de sua vida, teorias e crenças próprias, não tem 
relação com a conjuntura e cenário social em que vivemos, isto é, 
não mais seria o Estado a controlar as crenças de cada um, como 
acontecia nos primórdios e sim cada um que teria a liberdade de 
escolha sobre o que fazer com suas economias, religião etc.
Entretanto, o pano de fundo da proposta é ajustar o homem 
à sociedade, isto é, a manutenção do sistema capitalista a partir do 
princípio que o indivíduo está desajustado ao sistema e o “problema” 
não é do sistema e sim do indivíduo. Veja a seguir o esclarecimento de 
Faleiros (2009 p. 119): 
Assim, no contexto liberal surgem as práticas filantrópicas por meio 
do neoliberalismo e a participação da sociedade civil.
[...] Adam Smith, o pai do liberalismo econômico, 
concebia o êxito social como um assunto puramente 
individual, dependendo da inteligência e das habilidades 
do indivíduo. Dizia que as duas circunstâncias que 
trazem consigo a riqueza são: a habilidade, a destreza e 
a inteligência que se põe na aplicação de um trabalho, e 
a proporção que encontramos entre aqueles que estão 
ocupados em um trabalho útil e os que não estão. Um 
pouco mais adiante afirmava “Se um operário é sóbrio e 
trabalhador, pode gozar de um certo bem-estar na vida”. 
[...] A prática liberal filantrópica considera-se problema 
o desajustamento à sociedade estabelecida. As 
interferências para interpretá-lo deveriam encontrar na 
história pessoal de cada indivíduo, em suas relações com 
outros membros de sua família, ou com as instituições 
da comunidade. 
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 23
Lembrando!
• O liberalismo setorializou a sociedade e propiciou instituições 
populares de governo e representação democrática, promovendo 
a exclusão social, seja porque sua principal característica consiste 
na separação entre a atividade política governamental e as ações 
localizadas na sociedade, seja porque vem acompanhado de um 
liberalismo econômico descomprometido com o bem-estar social, 
em decorrência de sua crença na autorregularão do mercado 
(GABARDO, 2003).
• O neoliberalismo tenta substituir essa sociedade por outro tipo, 
que estimule a eficiência, a competitividade e o individualismo. Ela 
valorizaria tudo o que é privado, alcançado à custa da esfera pública. 
O interesse público desaparece ou fica gravemente enfraquecido 
(SUNKEL, 1999).
Existem várias definições encontradas sobre o terceiro setor, mas 
Salamon e Anheier (1992) propõe a definição estrutural/operacional, 
composta por cinco atributos estruturais ou operacionais que 
distinguem as organizações do terceiro setor de outros tipos de 
instituições sociais (Figura 2.1), que é amplamente utilizada como 
referência, inclusive por organizações multilaterais e governos. 
Evidencia-se o quadro acima que o terceiro setor infere-se, na 
análise, que a sociedade articula em diferentes setores, visando atender 
direitos sociais básicos e combater a exclusão social.
Figura 2.1 | Atributos estruturais ou operacionais
1. Formalmente 
constituídas
Alguma forma de institucionalização, legal ou não, com 
um nível de formalização de regras e procedimentos, para 
assegurar a sua permanência por um período mínimo de 
tempo.
2. Estrutura básica não 
governamental
São privadas, ou seja, não são ligadas institucionalmente a 
governos.
3. Gestão própria Realiza sua própria gestão, não sendo controladas externamente.
4. Sem fins lucrativos
A geração de lucros ou excedentes financeiros deve ser 
reinvestida integralmente na organização. Estas entidades não 
podem distribuir dividendos de lucros aos seus dirigentes.
5. Trabalho voluntário
Possui algum grau de mão de obra voluntária, ou seja, não 
remunerada ou o uso voluntário de equipamentos, como a 
computação voluntária.
Fonte: adaptado de Salamon e Anheier (1992).
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais24
A composição do terceiro setor é realizada por meio de 
organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas pela participação 
voluntária, de natureza privada, não submetida ao controle direto do 
Estado, podendo ter práticas tradicionais da caridade, da filantropia, 
trabalhando para realizar objetivos sociais ou públicos, proporcionando 
à sociedade a melhoria na qualidade de vida por meio de projetos e 
programas que visam o atendimento na área da saúde, da cultura, 
esporte, campanhas educacionais, entre tantas outras atividades de 
caráter social existentes nas políticas sociais.
Essas organizações não fazem parte do Estado, nem a ele estão 
vinculadas, mas se revestem de caráter público na medida em que 
se dedicam a causas e problemas sociais, que apesar deserem 
sociedades civis privadas, não têm como objetivo o lucro, e sim o 
atendimento das necessidades da sociedade.
Na Figura 2.2 observamos que 
o terceiro setor não é público 
nem privado, mas sim uma 
junção (podemos ver no ponto 
de intersecção dos círculos) do 
setor estatal e do setor privado 
para uma finalidade maior, de 
suprir a ausência do Estado, que 
tem responsabilidade propor 
por meio das políticas públicas e 
ações sociais, em uma relação de 
parceria com a sociedade civil organizada. 
A estrutura da sociedade demonstrada na Figura 2.2 indica o 
Estado (primeiro setor), o Mercado (segundo setor) e Organizações 
da Sociedade Civil que atuam sem finalidade de lucro com atuações 
de interesse público (terceiro setor). Sendo assim, o Estado atua na 
esfera pública estatal, o Mercado na esfera privada e o Terceiro Setor 
na esfera pública não estatal.
Na Figura 2.3 apresentamos um exemplo da representação da 
Sociedade Civil, chamado de Terceiro Setor, que pode ser considerada 
como vimos anteriormente, um conjunto de agentes privados com 
fins públicos, pois atende área pública, cujos programas, projetos e 
Figura 2.2 | Os três grandes setores da 
sociedade
Primeiro setor
Estado
Terceiro setor
Sociedade 
civil
Segundo 
setor
Mercado
 Fonte: elaborado pela autora.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 25
ações têm como objetivo atender direitos sociais básicos e combater 
a exclusão social nas diversas áreas das políticas sociais seja saúde, 
assistência social, habitação, meio ambiente, criança e adolescente, 
mulheres, idosos, dentre outros segmentos das políticas sociais. 
Deste modo, é necessário entender que as políticas públicas 
são macro, abrangentes, isto é, todas as políticas sociais fazem 
parte das políticas públicas. Já as politicas sociais são caracterizadas 
por segmento, por exemplo, políticas do idoso e suas legislações, 
da criança e adolescente sua legislação o Estatuto da Criança e do 
Adolescente, por exemplo etc. Ressalta-se que a sociedade civil pode 
atuar nas políticas sociais por meio do chamado terceiro setor.
O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos e 
não governamentais, que tem como objetivo gerar serviços de caráter 
público. São as instituições que financiam o terceiro setor, fazendo 
doações às entidades beneficentes.
Fiori (1997, p. 14 apud CARINHADO, 2008, p. 39) destaca que o 
neoliberalismo iniciou-se no Brasil no governo Collor (1990-1992): 
No início de 1990, o Brasil passava por desafios e contradições centradas 
[...] O Brasil, objeto de nosso interesse maior, foi 
apresentado às políticas neoliberais a partir do governo 
Collor, mas somente com eleição de Fernando Henrique 
Cardoso e o Plano Real – constituído na administração 
Itamar Franco – que o aplicou seus ditames no Estado 
Brasileiro. Segundo Fiori, FHC é que foi concebido para 
viabilizar no Brasil a coalizão de poder capaz de dar 
sustentação e permanência ao programa de estabilização 
do FMI, e viabilidade política ao que falta ser feito das 
reformas preconizadas pelo Banco Mundial.
Figura 2.3 | Organizações que compõem o Terceiro Setor da sociedade
Terceiro setor
OSCIP
Entidade filantrópicas, OSCIP 
(Organização da sociedade civil de 
interesse público)
Organizações sem fins 
lucrativos e outras formas 
de associações civis sem fins 
lucrativos
ONGs
(Organizações não 
governamentais
 Fonte: elaborado pela autora.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais26
num regime de altíssima inflação e incertezas quanto à condução política 
que seria tomada para uma nova tentativa de redução desse fenômeno 
econômico. Nessa definição, buscou-se uma forma que equalizasse e 
acrescentasse a economia e, simultaneamente, abrisse espaço para um 
novo caminho para a acumulação de capital para o país.
Assim, o neoliberalismo incentiva a participação da sociedade 
através da denominada responsabilidade social, assumindo o 
atendimento a questões voltadas à urgências e necessidades sociais, 
que se expressam por meio do objeto de estudo do Serviço Social, ou 
seja, a questão social e suas variadas formas de expressão, a violência, 
pobreza, fome, miséria, a exclusão social dentre outras, nas diferentes 
áreas das políticas públicas. Então nesse contexto temos as políticas 
sociais no âmbito das políticas públicas.
Quando pensamos em política pública podem surgir equívocos 
entre alguns elementos: a Assistência Social, um termo muito usado 
na área social, o Serviço Social e o Assistencialismo. O que acontece 
algumas vezes é a confusão entre eles. A Figura 2.4 a seguir, apresenta 
a diferença entre estes três termos. 
Figura 2.4 | Diferença entre serviço social, assistência social e assistencialismo
Fonte: elaborado pela autora.
Percebeu o quanto é importante entender a diferença da Assistência, 
Assistencialismo e do Serviço Social, no âmbito das políticas sociais? 
Serviço Social Assistência Social Assistencialismo
É uma profissão 
reconhecida por Lei. A Lei 
Nº 8662 de 7 de Junho 
de 1993 que regulamenta 
a profissão do assistente 
social. Dessa forma, o 
Serviço Social é uma 
profissão que requer 
formação superior e 
que tem como áreas de 
atuação a assistência, 
a saúde, a educação, 
habitação, dentre outros, 
podendo ser em órgãos 
públicos ou privados.
É uma Política Pública, 
conforme Constituição Federal 
de 1988 em seu Artigo de 
número 194 ao lado da saúde 
e da previdência social é o 
tripé da Seguridade Social. A 
referida Constituição reservou 
um Artigo para descrever a 
respeito dessa política pública, 
como a saúde, a previdência 
social e a educação. Assim, 
o Artigo 203 da Constituição 
federal trata especificamente 
da Assistência Social, 
especificando que ela 
será prestada a quem dela 
necessitar, independente de 
contribuição à seguridade 
social e tem por objetivos, 
proteger, amparar, promover, 
habilitar e reabilitar, além de 
garantir o pleno exercício da 
cidadania. 
É uma forma de atuação, 
em que o enfoque não 
é a transformação social 
no sentido de propiciar a 
autonomia do cidadão e 
sim o paternalismo, atuar 
com foco na caridade, na 
benemerência, no amor 
ao próximo como foi nos 
primórdios da profissão, em 
meados nos anos 1930 com a 
influência da igreja. Lembre 
que o assistente social pode 
atuar em diversas áreas do 
Serviço Social, desde que 
tenha formação superior. 
Quando não tem formação 
superior, a pessoa estará 
realizando o assistencialismo.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 27
Então vamos continuar!
Origem do Serviço Social Breve Histórico
A origem histórica do Serviço Social é marcada por benemerência, 
paternalismo, filantropia o que proporcionou o rótulo de que esta é 
uma profissão para atender aos pobres. É uma profissão que nasce nos 
anos 1930 no século XX, sob a influência do Serviço Social europeu 
(GOMES, 2006).
Mestriner (2001) afirma que, no Brasil, filantropia e benemerência 
são tratadas como sinônimos e escondem de fato a relação 
estado-sociedade. É responsabilidade de o Estado garantir políticas 
públicas que intervenham nas relações de desigualdade social que 
caracterizam o país, tornando-as responsabilidade de todos, por meio 
de organizações sem fins lucrativos.
Nos primórdios do Serviço Social, o principal instrumento de 
trabalho era a visita domiciliar realizada pelos agentes. Seu principal 
objetivo era verificar as condições de habitação, saúde e fortalecer o 
modo de pensar da classe trabalhadora (MARTINELLI, 1993).
A mesma autora coloca que, em 1869, em Londres foi criada a 
Sociedade de Organização da Caridade, e que ocorreram várias 
manifestações, quanto ao uso do instrumento de trabalho estabelecido 
com o fim de repressão e coerção.
Assim observamos que o Serviço Social nasce por meio da igreja 
católica onde as práticas eram caracterizadas pela solidariedade, 
“bondade”, que se concretiza na ajuda ao próximo. Portanto, nesse 
contexto, é que o Serviço Social nasce evem lutando para romper 
paradigmas e se fortalecer como uma profissão, que tem como 
objetivo desenvolver a assistência social e não o assistencialismo, que 
imperou ao longo dos anos, desde os primórdios da profissão, e que 
procurava mascarar e garantir a perpetuação da classe dominante, 
manipulando os trabalhadores (GOMES, 2015).
Nesse contexto, vimos que a influência oriunda da prática 
profissional na década de 1930, onde a profissão nasceu, surgiu por 
meio da classe dominante, em que aqueles que tinham maiores e 
melhores condições econômicas “ajudavam” aos necessitados.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais28
Para que a profissão se tornasse voltada à prática da assistência 
social e não assistencialista, passou-se por uma caminhada longa 
na história onde ocorreu um movimento na categoria profissional 
objetivando oportunizar, por meio de muita luta, mudanças na ação 
do Assistente Social. O chamado movimento de Reconceituação 
ocorreu no âmbito do Serviço Social latino-americano, a partir da 
década de 1970 e mudou os rumos da prática profissional.
Faleiros (2009) menciona que o Movimento de Reconceituação 
oportunizou mudanças na área da política social para propiciar a 
garantia dos direitos sociais.
Assim, observamos que a ação social passa a ter outro 
direcionamento e não somente nas práticas assistencialistas, mas sim 
buscando ações na área das políticas públicas. Os assistentes sociais se 
posicionavam fortemente em relação à “formulação das políticas sociais 
enquanto intervenção estatal” (CAMPOS, 1988, p. 13), isto é o Estado é o 
responsável para propor ações na área social não mais a igreja. 
Então nesse contexto podemos ver que o assistencialismo é a 
benemerência, a caridade que é prestar favor à sociedade “sem” o 
compromisso de orientar e sensibilizar o cidadão e propiciar-lhe 
uma leitura crítica de seus direitos e deveres. Ambos promovem uma 
relação de dependência e não têm finalidade de garantir a autonomia 
e o empoderamento para uma transformação social. 
Sposati et al. (1986, p. 29) explicitam que “[...] a introdução de políticas 
sociais calcadas no modelo assistencial consagra formas populistas”, 
destacando-se a benevolência enquanto forma de atendimento às 
necessidades daqueles em situação de miséria. 
A Assistência Social é política pública que faz parte da “Seguridade 
Social” e está prevista no artigo 194 da Constituição Federal do Brasil 
de 1988. Esse artigo refere, in verbis, que “[...] a Seguridade Social 
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes 
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à 
saúde, à previdência e à assistência social” (GOMES, 2015, p. XX).
A Seguridade Social é regulamentada na Lei Orgânica da Assistência 
Social (LOAS), 07 de dezembro de 1993, sancionada pelo presidente 
Itamar Franco e definida no artigo 1°, que refere in verbis:
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 29
A assistência social, enquanto política pública que compõe o tripé 
da seguridade social, e considerando as características da população 
atendida por ela, deve fundamentalmente inserir-se na articulação 
intersetorial com outras políticas sociais, particularmente, as públicas 
de saúde, educação, cultura, esporte, emprego, habitação, entre 
outras, para que as ações não sejam fragmentadas e se mantenha o 
acesso e a qualidade dos serviços para todas as famílias e indivíduos.
Barroco (2001, p. 171) assinala que:
Neste contexto, o Serviço Social é uma categoria profissional que 
trabalha em meio às múltiplas expressões que a questão social apresenta, 
e as políticas públicas são o campo de atuação profissional na atualidade 
contemporânea. O trabalho é realizado em meio às desigualdades sociais, 
diferenças entre classes e se estabelece a partir do antagonismo entre os 
dois elementos representados na Figura 2.5 abaixo:
Figura 2.5 | Relação de capital x trabalho
Capital Trabalho
Fonte: elaborado pela autora.
Sendo assim, a representatividade de tal antagonismo na 
realidade social é caracterizada por meio de lutas necessidades 
sociais. Em virtude desta realidade é necessário pensar em 
programas que possam atender essa parcela da população que 
sofre com esse processo oriundo do sistema econômico a partir 
da ideologia capitalista que já vimos em tema anterior.
[...] a assistência social, é direito do cidadão e dever do 
Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que 
provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto 
integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para 
garantir o atendimento às necessidades básicas.
O Serviço Social é uma prática profissional que tem 
uma função social via trabalho político-ideológico que, 
historicamente, tem se vinculado fundamentalmente ao 
projeto da classe dominante, no entanto, nos dias atuais, 
começa a buscar uma reorientação social dessa prática.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais30
Devido a esse cenário, o profissional não pode estar alheio às 
mudanças no tocante à economia, pois a tendência do projeto 
neoliberal tem sua repercussão no exercício profissional do 
assistente social. É necessário conhecermos as mudanças que 
ocorrem no contexto da condução das políticas sociais, assim, 
percebemos que é inegável que os aspectos teórico metodológico, 
ético-político e técnico operativo são dimensões que devem estar 
claras para que o profissional assistente social possa consolidar 
por meio de sua prática, a efetivação do projeto ético-político, 
contribuindo para emancipação e empoderamento do cidadão. 
Para que ocorram mudanças com relação à prática profissional, 
primeiro é preciso que seja feita uma leitura ampla da realidade 
social. Por esse motivo, trouxemos um breve histórico da profissão 
para que você perceba a importância das políticas públicas, bem 
como, a necessidade de uma leitura critica desse cenário, que está 
em movimento e em constante transformação.
Nesse sentido, é importante entender a proposta de utilizar-se de 
uma vertente marxista para a prática profissional, que teve seu início 
justamente nos anos de 1980. Por meio da proposta de uma teoria 
que facilita a análise dessas relações sociais, utilizando a categoria de 
mediação a partir da análise marxista fundamentada em Marx.
A leitura crítica da realidade social por meio da instrumentalidade 
profissional do Serviço Social na atuação frente às políticas públicas 
aos poucos vai se modificando com o desenvolvimento do debate 
e da produção intelectual do serviço social brasileiro. A partir desse 
debate temos como resultado o desdobramento e a explicitação das 
seguintes vertentes de análise que emergiram no bojo do movimento 
de reconceituação conforme podemos observar na Figura 2.6 a seguir. 
Figura 2.6 | Perspectivas propostas no movimento de reconceituação
Perspectiva 
modernizadora
Perspectiva de renovação do 
conservadorismo
Perspectiva de intenção de 
ruptura
Fundamentada na 
vertente positivista, 
abordagem 
influenciada pela igreja 
católica.
Fundamentada na proposta 
da vertente fenomenológica. 
Também é conhecida como 
forma de reatualização do 
conservadorismo.
Fundamentada mais 
precisamente por meio 
das propostas e discussões 
do Método BH que traz a 
proposta marxista para o 
Serviço Social.
Fonte: elaborado pela autora.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 31
Nesse sentido, vale ressaltar que tais perspectivas são estudadas por 
Netto (1999), no âmbito das discussões dos desafios para o profissional 
assistente social. É necessário conhecer tais vertentes para entender 
que a conquista de uma instrumentalidade sólida que proporcionasse 
mudança social, foi um processo na história do serviço social no 
cenário das políticas públicas sociais.
Percebemos assim, que um dos desafios para o profissional é o 
entendimento de tal instrumentalidade e de suas dimensões, sejam 
elas: política, ética ou teórica paracompreender o antagonismo 
existente na realidade social já demostrado na Figura 2.5 e, também 
se percebe o comprometimento que o profissional tem com a classe 
trabalhadora por meio do projeto ético-político do profissional.
As lutas de classes são representadas a partir da relação antagônica da 
classe dominante e a classe dos trabalhadores, veja abaixo na Figura 2.7
Figura 2.7 | As lutas de classes
Burguesia Proletariado
Fonte: elaborado pela autora.
Trata-se de compreender o movimento existente da contradição e 
antagonismo entre capital e trabalho nas relações sociais, uma vez que 
o projeto inerente ao sistema capitalista tem sua roupagem por meio 
das propostas neoliberais.
Nesse sentido, propiciar o empoderamento e a transformação 
social por meio das políticas públicas seria o mesmo de ir à contra 
mão das propostas neoliberais, as quais propõe o mínimo social, isto 
é, o Estado não sendo mais o único responsável de prover políticas 
sociais, possibilitando o mínimo necessário para os cidadãos, uma vez 
que divide com a sociedade civil, a responsabilidade no tocante às 
políticas públicas.
Neste sentido, Abreu (2011, p. 211 apud faleiros, 1999) explica que 
o empowerment “coloca-se em contraposição ao novo contrato 
social, imposto pelo processo de globalização, que consiste em tornar 
o indivíduo menos seguro, menos protegido, mais competitivo no 
mercado, com menos garantia ou nenhuma garantia de direitos”.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais32
Conforme afirma Vazques (1977, p. 185) “toda práxis é atividade, mas 
nem toda atividade é práxis”, sendo assim, entendemos que a práxis 
pode ser explicitada como uma atividade profissional desenvolvida 
por meio da categoria mediação, possibilitando mudança na realidade 
social, fomentando a consciência critica de si mesmo e do cidadão.
A prática por si só não é práxis, pois a prática sem o questionamento do 
imediato, sem o desenvolvimento da tríade singularidade, particularidade e 
universalidade na atividade profissional, não pode ser considerada práxis, 
pois esta é mais complexa e ampla em seu alcance.
Agora convido você aprofundar seu conhecimento no glossário 
proposto, exercícios e visitar as webs indicadas e na sequência daremos 
continuidade aos estudos por meio do tema três a seguir. Bons estudos!
Ilha das Flores
• Assista ao filme Ilha das Flores, sobre a sociedade do consumo 
e o estado organizado para acumulação. Sinopse retirada do Porta 
Curtas: Um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de 
consumo. Acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a 
plantação até ser jogado fora, o curta escancara o processo de geração 
de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho. 
Disponível em: <http://portacurtas.org.br/filme/?name=ilha_das_
flores>. Acesso em: 3 abr. 2016. Tempo: 13:00.
Memória TVT: Exclusão Social - Um erro histórico e contínuo
• Primeira parte do documentário: Memória TVT: Exclusão 
Social - Um erro histórico e contínuo. Sem pátrias, sem famílias, sem 
identidades, sem bússolas. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=CcVr1DM_9ec>. Vídeo exibido em 3 jul. 2014. Acesso 
em: 6 abr. 2016. Tempo: 7:55.
Vídeo Popular – 30 anos depois: Exclusão Social 2/2
• Assista a continuação do documentário 30 anos depois: 
Exclusão Social 2/2. A trajetória de três personagens: uma idosa, um 
morador de rua, e uma mulher negra, representando os excluídos 
ACOMPANHE NA WEB
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 33
da sociedade é a base deste vídeo, que através de entrevistas e 
depoimentos tentar mostrar o que leva à exclusão social e os 
caminhos para sua superação. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=5J4bVY0VT6Q>. 14 out. 2015. Acesso em: 6 abr. 2016. 
Tempo: 14:31.
A súbita guinada neoliberal do Brasil
• Palestra de Franklin Serrano - Professor do Instituto de Economia 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro e Pesquisador Associado 
Sênior do Center for Economic and Policy Research. A súbita guinada 
neoliberal do Brasil. Disponível em: <http://www.excedente.org/wp-
content/uploads/2015/11/A-subita-guinada-neoliberal-do-Brasil.pdf>. 
Acesso em: 3 abr. 2017.
O Serviço Social e as Lutas Sociais no Campo: Pensando nos 
Movimentos Sociais a partir das Relações de Gênero e da conquista 
de Direitos
• Veja sobre os movimentos populares e direitos sociais, 
movimentos sindicais, populares e sociais, movimento dos 
Trabalhadores Rurais sem Terra (MST). Para saber mais sobre essa 
perspectiva, leia o artigo de Mailiz Garibotti Lusa: “O Serviço Social e 
as Lutas Sociais no Campo: Pensando nos Movimentos Sociais a partir 
das Relações de Gênero e da conquista de Direitos”. Disponível em: 
<http://www.cibs.cbciss.org/arquivos/O%20SERVICO%20SOCIAL%20
E%20AS%20LUTAS%20SOCIAIS%20NO%20CAMPO.pdf>. Acesso em: 
10 abr. 2016.
Terceiro Setor Online
• Para obter mais conhecimentos acerca do Terceiro Setor 
comentado no tema dois, veja o link de acesso no qual poderá 
visualizar legislações, conceitos, pesquisas, estatísticas dentre outras 
informações relacionadas à ONG e OSCIP. Disponível em: <http://
www.portalterceirosetor.org.br>. Acesso em: 10 abr. 2016.
O Exercício profissional do Serviço Social no capitalismo 
contemporâneo: desafios e possibilidades para a efetivação do 
Projeto Ético-Político
• Para ampliar seus conhecimentos frente às demandas postas 
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais34
pelo capital na atualidade. Leia o artigo de Josy Amador: “O Exercício 
profissional do Serviço Social no capitalismo contemporâneo: desafios 
e possibilidades para a efetivação do Projeto Ético-Político”. Disponível 
em: <https://goo.gl/Gm6a54>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você 
encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia 
cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
1. Neoliberalismo é a política de não participação do Estado na economia. O 
que o neoliberalismo promove? 
2. Em Política Pública pode surgir equívoco entre alguns elementos: 
Assistência Social, um termo muito usado na área social, o Serviço Social e 
o Assistencialismo. O que acontece algumas vezes é a confusão entre eles. 
Qual a diferença entre estes três termos?
3. Segundo Marilda Vilela Iamamoto, em seu livro A Questão Social do 
Capitalismo, desde 1980, a análise do significado social da profissão está 
centrada no processo de reprodução das relações sociais, sustentando que a 
questão social é indissociável das relações sociais capitalistas, nos marcos da 
expansão monopolista e de seu enfrentamento pelo Estado. O processo de 
renovação crítica do Serviço Social é vivenciado internamente na categoria 
profissional, exigindo dos profissionais o entendimento da sua posição na 
divisão sociotécnica do trabalho. Conclui-se que o Serviço Social?
4. (ADAPTADA-ENADE/2013). A discussão nacional sobre a resolução 
das complexas questões sociais brasileiras e sobre o desenvolvimento em 
bases sustentáveis tem destacado a noção de corresponsabilidade e a 
de complementaridade entre as ações dos diversos setores e atores que 
atuam no campo social. A interação entre esses agentes propicia a troca de 
conhecimento das distintas experiências, proporciona mais racionalidade, 
qualidade e eficácia às ações desenvolvidas e evita superposições de recursos 
e competências. De uma forma geral, esses desafios moldam hoje o quadro 
de atuação das organizações da sociedade civil do terceiro setor. 
De acordo com o texto, o terceiro setor:
a) É responsável pelas ações governamentais na área social e ambiental.
b) Promove o desenvolvimento social e contribui para aumentar o capital 
social.
AGORA É A SUA VEZ
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais 35
Observamos que o neoliberalismo nasce nos anos de 1990, que 
incentiva a participação da sociedade na responsabilidade social, 
para atendimentoa questão social, seja a violência, pobreza, fome, 
miséria, a exclusão social por meio das políticas sociais no âmbito 
das políticas públicas.
Percebemos a importância de resgatar as vertentes utilizadas na 
prática profissional, pois no âmbito das políticas públicas o desafio é 
entender a proposta dialética para propiciar uma transformação social, 
isto é, uma práxis profissional nas políticas públicas sociais. Sendo assim, 
faz-se então necessário que o profissional assistente social, conheça 
os elementos discutidos para realizar uma prática em consonância 
FINALIZANDO
c) Gerencia o desenvolvimento da esfera estatal, com especial ênfase na 
responsabilidade social.
d) Controla as demandas governamentais por serviços, de modo a garantir a 
participação do setor privado.
e) É responsável pelo desenvolvimento social das empresas e pela 
dinamização do mercado de trabalho.
5. (ADAPTADA-ENADE/2013). O assistente social tem sido demandado para 
atuar na gestão de políticas públicas, abrindo possibilidades para seu ingresso 
no campo da formulação, gestão e avaliação. Tal atuação requer competência 
teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa. Como seu objeto 
de trabalho é a questão social, a pesquisa da realidade social é reconhecida 
como parte constitutiva desse trabalho, porque: 
a) As informações sobre a realidade social, produzidas pelos institutos oficiais 
de pesquisa, não são disponibilizadas para a sociedade.
b) O assistente social, no seu processo de formação profissional, dispõe de 
referencial teórico que lhe possibilita apreender a questão social na realidade 
fragmentada.
c) Ao assistente social, como membro de equipe, cabe a tarefa da pesquisa, 
enquanto, aos outros profissionais, cabe a sistematização e elaboração da 
política.
d) O campo da gestão de políticas requer acúmulo de informações sobre 
a totalidade social, que envolve dados referentes às várias formas de 
manifestação das contradições e sua vivência pelos sujeitos sociais.
e) A pesquisa da realidade social é uma atribuição privativa do assistente 
social.
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais36
com a instrumentalidade inerente ao serviço social vislumbrando 
um agir profissional, superando os desafios colocados para o Serviço 
Social que nada mais são que atuar em meio aos direitos e deveres 
garantidos pelas políticas públicas na assistência social e não um agir 
fragmentado paternalista de benemerência.
ABRAMIDES, M. B.;CABRAL, M. S. O novo sindicalismo e o Serviço Social. Constituição 
de 1988: o ordenamento jurídico dos direitos sociais e das políticas públicas. 7. ed. Rio de 
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SALAMON, L. Estratégias para Fortalecimento do Terceiro Setor. In: IOSCHPE, Evelyn Berg 
T2 - Neoliberalismo políticas públicas e as classes sociais38
Âmbito: Campo de Ação. Circuito, recinto, espaço cerrado ou que se considera cerrado. 
In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. 2008-2013. Disponível em: <http://www.
priberam.pt/dlpo/%C3%82mbito>. Acesso em: 12 abr. 2016.
Responsabilidade social: É a forma de gestão que se define pela relação ética e 
transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relacionae 
pelo estabelecimento de metas empresariais compatíveis com o desenvolvimento 
sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações 
futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades 
sociais. In Glossário-Indicadores-Ethos-V2013-09-022.pdf. Disponível em: <http://
www3.ethos.org.br/wp-content/uploads/2013/09/Gloss%C3%A1rio-Indicadores-
Ethos-V2013-09-022.pdf>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Miséria: Estado ou qualidade de miserável. Pobreza. In Dicionário Priberam da Língua 
Portuguesa. 2008-2013. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/mis%C3%A9ria>. 
Acesso em: 12 abr. 2016.
Exclusão social: Processo sócio-histórico caracterizado pelo recalcamento de grupos 
sociais ou pessoas, em todas as instâncias da vida social. Gerando profundo impacto 
na pessoa humana, e em sua individualidade. In Revista Âmbito Jurídico. Disponível 
em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_
id=11816>. Acesso em: 10 abr. 2016.
Projetos: Aquilo que alguém .planeja ou pretende fazer. Esboço de trabalho que se 
pretende realizar. In Dicionário Priberam da Língua Portuguesa. 2008-2013, 2008-
2013. Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/Projetos>. Acesso em: 12 abr. 2016.
GLOSSÁRIO
(Coord.). Terceiro Setor e Desenvolvimento Sustentado. Rio de Janeiro: Paz e Terra, São 
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SANTOS, Juliana Anacleto dos. A relevância de classe no debate da desigualdade – Classe 
social e gênero, Intersecções. Disponível em: <http://www.unicamp.br/cemarx/anais_v_
coloquio_arquivos/arquivos/comunicacoes/gt4/sessao2/Juliana_Santos.pdf>. Acesso em: 
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SERRANO, Franklin. A súbita guinada neoliberal do Brasil. Disponível em: <http://www.
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SPOSATI, A. O. et al. A assistência na trajetória das políticas sociais brasileiras: uma questão 
em análise. São Paulo: Cortez, 1986.
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Social Direitos e Competências Profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, 2009.
VAZQUEZ, A. S. Filosofia da Práxis. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.
T3 - Políticas sociais, trabalho reflexão do suas e a interdisplinaridade/multidisciplinaridade profissional40
Neste tema vamos explicitar as Políticas Sociais, Trabalho 
reflexão do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) e a 
interdisciplinaridade/multidisciplinaridade profissional. Um 
dos elementos e também um dos objetivos desta temática é 
discorrermos sobre as diferentes concepções, isto é, os diferentes 
conceitos dos termos interdisciplinaridade, multidisciplinaridade, 
na direção da compreensão dos mesmos, pois embora os termos 
sejam diferentes entre si, relacionam-se e se complementam a partir 
do entendimento de que tais elementos fazem parte do mesmo 
universo e que se constituem no cenário das relações sociais, 
assim entendemos o homem de forma biopsicossociocultural.
Ao refletir e estudar sobre o tema proposto, você entenderá 
como se dá o trabalho interdisciplinar e compreenderá as 
possibilidades de interface entre as áreas do conhecimento.
Assim convidamos você a ficar por dentro do tema fazendo a 
leitura detalhada do tema proposto a seguir.
Boa leitura!
Convite à leitura
T3 - Políticas sociais, trabalho reflexão do suas e a interdisplinaridade/multidisciplinaridade profissional 41
Políticas sociais, trabalho 
reflexão do SUAS e a 
interdisplinaridade/
multidisciplinaridade 
profissional
Tema 3
POR DENTRO DO TEMA
Para início de conversa, como vimos no tema anterior, Política 
Social é um conceito amplo que definimos a partir dos segmentos 
das diversas propostas e legislações das políticas sociais no âmbito 
das políticas públicas. Assim, podemos dizer que a política social é 
entendida como modalidade de política pública (VIANNA, 2002). 
A profissão do Serviço Social trabalha em meio às múltiplas 
expressões da questão social, nesse sentido, no cenário das políticas 
sociais.
É válido ressaltar que a profissão nasce na década de 1930 e de lá 
para cá muita coisa mudou, e muitas conquistas se efetivaram a partir 
dos movimentos sociais e da conquista da Constituição Federal de 
1988. Podemos dizer que a profissão no Brasil a respeito da política 
social aparece com mais força e robustez ao longo das duas décadas 
passadas e se consolida no século XXI, a partir do ano de 2005, com a 
conquista do Sistema Único da Assistência Social SUAS.
Assim, podemos dizer que ocorreram mudanças no sistema 
de proteção social brasileiro, com relação às suas normativas de 
organização e diretrizes com base na Política Nacional de Assistencial 
Social PNAS.
Veja no Quadro 3.1 a Trajetória da Assistência Social no âmbito das 
políticas sociais a partir da Constituição Federal de 1988.
T3 - Políticas sociais, trabalho reflexão do suas e a interdisplinaridade/multidisciplinaridade profissional42
Quadro 3.1 | Trajetória da Assistência Social
Ano Evento
05 de outubro de 1988 Solenidade de Promulgação da Constituição Federal de 1988.
07 de outubro de 1993 Promulgada a Lei Orgânica da Assistência Social-LOAS
16 de dezembro de 1988 Aprovada a Política Nacional de Assistência Social-PNAS
15 de outubro de 2004
Aprovada pelo Conselho Nacional de Assistência Social a 
Política Nacional de Assistência Social, onde estabelece as 
novas diretrizes e princípios para a PNAS com a implantação 
do Sistema Único da Assistência Social.
15 de junho de 2005 Aprovada a Norma Operacional da Assistência Social NOB/SUAS, por intermédio da Resolução de nº 130.
11 de novembro de 2009 Aprovada a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais pela Resolução nº 109.
Fonte: elaborado pela autora.
Ressaltamos que o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) trata 
da regulação, do funcionamento e da oferta de serviços de assistência 
social em todo o território, da seguinte forma:
• De hierarquia;
• Dos vínculos; e
• Das responsabilidades do sistema cidadão de serviços.
O SUAS contribui para a organização das políticas sociais do 
Sistema de Proteção Social garantidas na Constituição Federal de 
1988, no tópico Da Ordem Social, no Artigo 193, no qual ressalta-se 
que “A ordem Social tem como base o primado do trabalho, e como 
objetivo o bem-estar e a justiça sociais”.
Assim, o SUAS é um sistema articulador e provedor de ações para 
propiciar esse bem-estar e justiça social à população por meio da 
proteção social básica e especial junto a municípios e estados. Esse 
sistema regula e orienta a forma do trabalho da assistência social nas 
três esferas de governo: Federal, Estadual, Municipal.
Já os serviços socioassistenciais no SUAS são organizados por meio 
da proteção social básica e especial, conforme regulamentação da 
Resolução nº 109, referente à Tipificação dos Serviços Socioassistenciais, 
que estabelece que estes devem estar em conformidade com a citada 
resolução, pois ela define, regulariza os procedimentos, normas e 
critérios, estabelecendo as diretrizes referentes às Políticas Públicas 
T3 - Políticas sociais, trabalho reflexão do suas e a interdisplinaridade/multidisciplinaridade profissional 43
de Assistência Social, seus serviços e ações organizadas por meio dos 
atendimentos específicos de Proteção Social Básica e Especial.
Conforme descreve a Tipificação dos Serviços Socioassistenciais, 
observa-se no Art. 1º: “Aprovar a Tipificação Nacional de Serviços 
Socioassistenciais, organizados por níveis de complexidade do SUAS: 
Proteção Social Básica e Proteção Social Especial de Média e Alta 
Complexidade”.
Vamos ver, no Quadro 3.2 abaixo, de forma resumida, como se dá 
a organização do SUAS?
Quadro 3.2 | Organização dos Serviços do SUAS
SERVIÇOS DE 
PROTEÇÃO SOCIAL 
BÁSICA
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO 
SOCIAL ESPECIAL DE MÉDIA 
COMPLEXIDADE
SERVIÇOS DE PROTEÇÃO 
SOCIAL ESPECIAL DE ALTA 
COMPLEXIDADE
Serviço de Proteção e 
Atendimento Integral