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TCC - CARMEM (1) 2 (1)

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
SERVIÇO SOCIAL
 CARMEM EUNICE SANTANA DA SILVA
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NOS CENTROS DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS).
 
Parauapebas - Pará
2020
 CARMEM EUNICE SANTANA DA SILVA
O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NOS CENTROS DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL (CRAS).
Trabalho individual apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, interdisciplinar 8º semestre.
Orientadores: 
Parauapebas - Pará
2020
 SUMÁRIO
RESUMO 
1. INTRODUÇÃO 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 O SERVIÇO SOCIAL COMO EIXO IMPORTANTE DA PESQUISA 
2.2 A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL. 
2.3 POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL – PNAS. 
2.4 PROGRAMAS SOCIAIS VINCULADOS À POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA 
2.5 O DESMONTE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO PROJETO NEOLIBERAL 
3. O DESAFIO ATUAL DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA INSTITUIÇÃO CRAS.
3.1 QUESTÃO SOCIAL NO CRAS. 
3.2 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS.
3.3 O PROJETO ÉTICO POLÍTICO PROFISSIONAL COMO GUIA DE AÇÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
SILVA, Carmem Eunice Santana da. O Trabalho do Assistente Social nos Centros de Referências de Assistência Social (CRAS). 2020. Número fls. Trabalho de Conclusão de Curso Serviço Social – Universidade Norte do Paraná – Parauapebas, 2020.
RESUMO
O trabalho do Assistente Social sempre foi uma das dimensões discutidas pela profissão, tendo em mente a Política Nacional de Assistência Social na qual permite a sua inserção nos vários espaços ocupacionais, destacando-se os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS). Diante disto este estudo de cunho teórico-prático de caráter qualitativo foi desenvolvido objetivando conhecer o papel do profissional do Serviço Social dentro dos Centros de Referência de Assistência Social. Seu objetivo específico é descrever como se dá a intervenção dos profissionais do Serviço Social nesses espaços. As categorias que nortearam esse estudo foram Serviço Social e Assistência Social. Contudo as estratégias voltadas para as políticas sociais vem sofrendo diversas mudanças na qual há o aumento do risco de maiores vulnerabilidades sociais onde já haviam sido contornadas anteriormente, cabendo assim ao Assistente Social o escopo perante os anseios sociais.
Palavras-chaves: Assistência, Social, Políticas.
SILVA, Carmem Eunice Santana da. The Work of the Social Worker at the Social Assistance Reference Centers (CRAS). 2020. Number pages Conclusion of Social Work Course - North University of Paraná - Parauapebas, 2020.
ABSTRACT
The work of the Social Worker has always been one of the dimensions dis- covered by the profession, bearing in mind the National Policy of Social Assistance in which it allows its insertion in the various occupational spaces, highlighting the Social Assistance Referral Centers (CRAS ). In view of this, this theoretical-practical study of a qualitative nature was developed aiming at knowing the role of the Social Service professional within the Reference Centers of Social Assistance. Its specific objective is to describe how the intervention of Social Service professionals occurs in these spaces. The categories that guided this study were Social Work and Social Assistance. However, social policy strategies have undergone several changes in which there is an increased risk of greater social vulnerabilities where they had previously been circumvented, thus giving the Social Worker the scope for social desires.
Keywords: Assistance, Social, Policies.
1. INTRODUÇÃO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) surgiu como uma exigência do Curso de Serviço Social da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR, para obtenção do título de Bacharel em Serviço Social, visando discutir, aprofundar e apresentar proposições acerca da atuação dos profissionais do Serviço Social no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).
O CRAS é uma unidade pública estatal descentralizada da política de Assistência Social criado em 2004 com o objetivo de prevenir a ocorrência de situações de vulnerabilidades e riscos sociais e intra-familiar nos territórios de abrangência, com intuito de desenvolvimento de ações potencialmente para fortalecimento de vínculos familiares e comunitários e da ampliação do acesso aos direitos de cidadania. A partir da Constituição Federal de 1988 a assistência social passou a ser direito do cidadão e dever do Estado. Entretanto o que se tem percebido ao longo dos anos foi a contínua redução do investimento nas políticas sociais(MDS, 2009).
De acordo com MIOTO E NOGUEIRA (2013), no Brasil o debate instaurado em torno da profissão, e sobre a relação visceral entre Serviço Social e política social, floresceu e aprofundou-se significativamente ao longo das duas últimas décadas do século 20 e consolida-se no início do século 21 dando impulso para conquistarem cada vez mais um amplo espaço para desenvolver seus trabalhos.
A presença dos assistentes sociais no CRAS, enquanto profissionais que buscam efetivar a garantia de direitos aos usuários, apresenta-se como elemento de fundamental importância, pensando no acesso destes usuários à politica de Assistência Social.
Entretanto, durante o percurso histórico da referida politica muitos desafios incidem no processo de trabalho dos profissionais de Serviço Social no CRAS, dentre eles, podemos citar: o primeiro damismo; a falta de insumos e recursos humanos; a má administração, mediante a gestão municipal e também na própria instituição; como também os obstáculos enfrentados por esses profissionais no seu cotidiano de rotina de trabalho e; a forma de contratação dos profissionais, pois uma parte considerável trabalha sob o regimento de seleções públicas e até mesmo cargos comissionados.
No âmbito politico as perspectivas são de adensamento dos desafios apresentados acima para os próximos anos, principalmente, considerando os impactos da PEC 55/2016 aprovada em15/12/2016 tendo segundo o Senado Federal o apelido de Novo regime fiscal, PEC do teto dos gastos públicos que congelou os recursos destinados para os investimentos públicos em politicas sociais por vinte anos. Com o advento do Governo Bolsonaro, o escopo se apresenta ainda mais preocupante com o discurso de Estado Mínimo, defesa de terceirização e reformas em áreas estratégicas. (GONÇALVES, 2018).
O objetivo geral desta pesquisa consiste em compreender como se dá a atuação dos profissionais do Serviço Social no CRAS. Por sua vez, tem como objetivos específicos: identificar como os (as) assistentes sociais do CRAS lidam com os desafios propostos no seu cotidiano de trabalho e; analisar quais os principais fatores que interferem na atuação dos referidos profissionais.
A aproximação do tema se deu através da vivência de estágio supervisionado em Serviço Social no CRAS aqui do Município, no qual obtive considerável conhecimento sobre a importância dos assistentes sociais na execução da politica de assistência social no CRAS, com intuito de resolução dos problemas que afetam, principalmente, as pessoas mais vulneráveis. A pesquisa que embasa o presente trabalho foi realizado no CRAS aqui do Município de Parauapebas.
Será realizada uma pesquisa bibliográfica, que segundo (Gil, 2002), tem como objetivo aprofundar o conhecimento sobre o tema proposto, e contribuir para o estudo, através da pesquisa em livros, artigos científicos e legislações referentes ao tema. A pesquisa bibliográfica permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos mais amplos do que se pesquisasse diretamente.
Com base no exposto estruturei o presente trabalho em dois capítulos. No primeiro capítulo remete as principais construções teóricas e discussões realizadas historicamente acerca das categorias de pesquisa do presente estudo: Serviço Social e Assistência Social.
No segundo capitulo, remeto às questões dos desafios de organização, bem como a real atuaçãodos Assistentes Sociais nestas Instituições, procurando compreender como se dá a atuação dos assistentes sociais no CRAS. Também pretende-se identificar como as assistentes sociais do CRAS lidam com os desafios propostos no seu cotidiano de trabalho e analisar quais os principais fatores que interferem na atuação dos referidos profissionais.
Por fim, nas considerações finais, retomo os objetivos da pesquisa, apresento as principais compreensões e aponto possíveis contribuições que este trabalho poderá trazer para discussões posteriores a respeito da atuação dos assistentes sociais no CRAS.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Este capitulo tem como finalidade de referenciar a fundamentação teórica que servirá como base para este estudo. Os conceitos descritos a seguir serão utilizados para análise desta pesquisa sobre o problema em questão. Assim, durante a pesquisa pôde-se explorar a revisão bibliográfica, onde se buscou a teoria para contribuir na conclusão do presente trabalho. Ademais, conceitua-se acerca da atuação dos profissionais do Serviço Social no CRAS, onde serão abordados para identificar os processos de análise perante os objetivos escolhidos.
2.1. O SERVIÇO SOCIAL COMO EIXO IMPORTANTE DA PESQUISA
O Serviço Social é uma profissão que de acordo com CARVALHO (2009), surgiu como uma forma de resposta as expressões da questão social em um determinado período histórico. Já o significado social deve ser analisado perante o processo de produção e reprodução das relações, sociais como um todo e, sua institucionalização como profissão é explicada através das condições vivenciadas nos processos sociais entre as classes antagônicas ou sejas pessoas que vivem em grupos diferentes.
Ainda de acordo com CARVALHO (2009), 
o surgimento da profissão se deu com a emergência da sociedade burguesa que, com o desenvolvimento do capitalismo, trouxe como consequência o aumento das desigualdades sociais e o acirramento das expressões da questão social. É uma profissão que nasce articulada com um projeto de hegemonia do poder burguês gestada sob o manto de uma grande contradição que impregnou suas estranhas pois, produzidas pelo capitalismo industrial, buscou afirmar-se historicamente na sua própria trajetória se revelando como uma pratica humanitária, sancionada pelo o Estado e protegida pela a igreja, com uma mistificada ilusão de servir. (MARTINELLI, 2011, p. 66).
Segundo YAZBEK (2009), dessa forma, gradativamente, o Estado vai impulsionando a profissionalização do assistente social e ampliando seu campo de trabalho em função das novas formas de enfrentamento da questão social. Esta vinculada com as políticas sociais vai interferir também no perfil da população-alvo para a qual se volta a seção do serviço, que se amplia e alcança grandes parcelas de trabalhadores; o principal foco será nas ações assistenciais do Estado.
Décadas depois, o movimento de reconceituação do serviço Social objetivou construir a critica da profissão, aos seus pressupostos ideológicos, teóricos e metodológicos e as práticas profissionais vinculadas à caridade e ao positivismo. “A partir da crítica buscava-se uma referência distinta da qual orientava a profissão até então, desde sua emergência, de cunho conservador, com objetivo de orientar e redimensionar o exercício profissional do Serviço Social”. (KONNO, 2005, p. 7).
Segundo NETTO (2009), no Brasil, o esforço em rever as bases da profissão teve três vertentes distintas: a perspectiva Modernizadora que propôs algumas modificações no trabalho profissional, mas que na verdade assumiu um viés conservador, buscando manter a ordem vigente adequando os indivíduos a ela. A perspectiva de Reatualização do Conservadorismo, que propôs restaurar os elementos da tradição conservadora e ainda carregava elementos da ideologia da Igreja Católica. E fim, por fim, a perspectiva de Intenção de Ruptura, a mais significativa, pois, ao contrário das outras duas, buscou romper com o conservadorismo tradicional que a profissão vinha carregando ao longo dos anos e propôs melhorias para a atuação profissional, com mudanças na orientação teórica.
Segundo BARROCO E TERRA (2012), o Código de Ética atual é um resultado do projeto ético-político que nos últimos anos têm alavancado a hegemonia no Serviço Social brasileiro, no interior de um desenvolvimento de oposição e luta entre pensamentos e projetos profissionais e sociais. O ideário socialista, que marca a sua gênese e representa o seu polo profissional mais crítico, é representado no Código de Ética de 1993 nessa forma: “Opção por um respectivo projeto profissional ligado ao processo de construção de uma nova ordem societária, que não tenha dominação e nem exploração”.
Diante do discorrido é sabido que o código de ética respalda os profissionais Assistentes Sociais através de atribuições privativas deste, intrínseco a isso, vale ressaltar que durante o percurso de desenvolvimento deste estudo foi percebido por intermédio das profissionais que na qual se disponibilizaram a realização da conduta e objetivo deste, onde já foram citadas a cima, expondo assim as atribuições que resguarda a profissão, sendo estas: I-Coordenar, elaborar, executar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social; Planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidades de Serviço Social; III- Assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indiretamente, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; IV- Realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social; Assumir no magistério de Serviço Social tanto em nível de graduação quanto a pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular; VI- treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social; VII- Dirigir e coordenar Unidades de Ensino e cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação; VIII- dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudos e de pesquisas em Serviço Social; IX- elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; X- coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de serviço social; XI- fiscalizar o exercício profissional através dos conselhos Federal e Regionais; XII- dirigir serviços técnicos de serviço Social em entidades públicas ou privadas; XIII- ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional; tais atribuições amparam a categoria profissional de forma a viabilizar a tomadas de condutas adequadas inerentes à possíveis situações, o que caracteriza está como generalista.
Os fundamentos do trabalho do Serviço Social são entendidos aqui na perspectiva das diretrizes curriculares (ABEPSS, 1996), ao consolidarem que a intervenção do assistente social deve ser composta de três dimensões: teórico-metodológica, ético-político e técnico-operativo. As referidas dimensões apresentam níveis diferenciados de apreensão da realidade da profissão, porém são indissociáveis entre si, formando uma unidade, apesar de suas possíveis particularidades (GUERRA, 2000).
A competência teórico-metodológica, técnico-operativo e ético-político são requisitos primordiais que permite ao profissional colocar-se diante das situações com as quais se defronta, vislumbrando com a compreensão os projetos societários, seus vínculos de classe, e seu próprio processo e trabalho. Os fundamentos históricos, teóricos e metodológicos são de suma importância para aprender a formação cultural do trabalho profissional e, em particular, as formas de pensar dos assistentes sociais (ABEPSS, 1996, p.7).
2.2. A ASSISTÊNCIA SOCIAL NO BRASIL.
Ao longo dos anos a história da política de assistência social teve uma trajetória marcada por várias contradições,principalmente, em relação ao modelo de assistência de forma caritativa de solidariedade religiosa, sendo direcionada aos pobres, doentes e incapazes de se manterem. Na perspectiva caritativa a pobreza não era considerada um problema social, mas sim um problema individual. Com a Constituição Federal de 1988 e a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS) (LEI 8.742/93), a Assistência Social passa a ser um dos componentes fundamentais nas lutas para concretização das praticas de igualdade e de justiça estabelecidas na Seguridade Social (CARVALHO, 2008).
Considerando o percurso histórico da política, em 1942 foi criada a primeira grande instituição Federal de Assistência Social no Brasil, conhecida como a Legião Brasileira de Assistência Social, (LBA). O presidente Getúlio Vargas cria esta instituição como forma de legitimar seu governo através da tática do assistencialismo como um mecanismo de dominação política. Ao colocar sua esposa Darcy Vargas no comando dessa instituição, colaborou para que a assistência social passasse a ser associada ao primeiro damismo. Esse ato assegurou estatutariamente à presidência da LBA às primeiras-damas da República, ocorrendo a junção entre iniciativa privada e pública conformando assim a relação entre classes subalternas e Estado. Porém, neste período, a Assistência Social como sendo considerada ação social propriamente dita torna-se um ato de vontade e não de direito de cidadania. Com objetivo de abrangê-la também às famílias que sofrem em decorrência de calamidades, vinculou-se as situações de emergência à Assistência Social, que perdura até os dias de hoje (SPOSATI, 2002) (TORRES, et al. 2002).
Entretanto, de maneira geral, até a Constituição Federal de 1988, a questão social era controlada através da coerção e da violência, os conflitos sociais são reprimidos severamente, sendo vistos como caso de polícia. Nesse contexto, a demanda social passa a ser atendida pelo binômio repressão x assistência, onde as ações assistenciais passam a ser utilizadas pelo aparato estatal como forma de amenizar o estado de empobrecimento da população, em nome da segurança nacional, evitando que os trabalhadores realizassem alguma mobilização. Com isso o Estado procurou aliança com as elites, para ampliar a ação assistencial através de programas, benefícios e serviços. Outro fator a ser observado é que as condições de vida população continuaram as mesmas, a pauperização e a desigualdade social ainda era grande, o que fez com que os trabalhadores e a sociedade de forma geral começassem a lutar por melhores condições de vida, como também buscarem seus direitos cidadãos e burocráticos (FERREIRA, 2010)
2.3. POLÍTICA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL - PNAS.
A primeira Política Nacional de Assistência Social foi aprovada em 1998, após cinco anos de regulamentação da LOAS, mas apresentou-se de forma insuficiente. Somente passadas duas décadas da aprovação da LOAS (LEI ORGÂNICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL) é que a Política Nacional de Assistência Social foi efetivamente aprovada em 2004 (YAZBEK e RACHELIS, 2010).
Em dezembro de 2003 por conta do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social) foi realizada em Brasília/DF a IV Conferência Nacional de Assistência Social. Nela se aprovou uma nova agenda política no que diz respeito ao ordenamento da gestão participativa e descentralizada de assistência social no Brasil. A Política Nacional de Assistência Social tem como princípios: A supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; Universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas.
Esta política pública explicita as diretrizes que vão efetivar a assistência social como direito de cidadania e responsabilidade de Estado, possuindo um modelo de gestão compartilhada, tendo suas atribuições e competências realizadas nas três esferas do governo. Ela reafirma a necessidade de articulação com outras políticas e indica que as ações a serem realizadas devem ser feitas de forma integrada para enfrentamento da questão social (COUTO, YAZBEK e RAICHELIS, 2010).
As supracitadas autoras, afirmam ainda que a intersetorialidade foi um dos pontos mais importantes trazidos na PNAS, pois através da sua articulação com as demais políticas visa-se o desenvolvimento de ações conjuntas destinadas ao enfrentamento das desigualdades sociais existentes e identificadas em determinadas áreas, além de realizar a proteção básica dos usuários. Com a junção entre as políticas em torno de objetivos comuns passa-se a orientar a construção das redes municipais. Observa-se a ampliação dos usuários da política de assistência social, englobando agora não somente os usuários considerados tradicionais, como também as pessoas mais pauperizadas, e pessoas que estão desempregadas, ou que se encontram no mercado informal de trabalho, pessoas em situação de drogadição, entre outros.
Segundo TEIXEIRA (2009), a matricialidade sociofamiliar se dá na atenção à família e seus membros, a partir do seu território de vivência com prioridade àquelas mais vulnerabilizadas, sendo esta uma estratégia efetiva contra a setorialização, segmentação e fragmentação dos atendimentos, levando em consideração o contexto familiar geral como unidade de intervenção; além do caráter preventivo da proteção social, visando fortalecer os laços e vínculos sociais de pertencimento entre seus membros, de modo a romper com o caráter de atenção emergencial e pós esgotamento das capacidades protetivas das famílias.
2.4. PROGRAMAS SOCIAIS VINCULADOS À POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA 
Partindo do ponto de vista da matricialidade sociofamiliar e do impacto que este termo traz para a sociedade, é possível firmar questões e reaver conceitos, visto que se referido historicamente o Brasil de modo geral vem perpassando por situações de altos índices de vulnerabilidade, na qual fez-se necessário intervenções do Estado para possíveis reversão desta situação.
Sabendo desta realidade presente no quadro de vulnerabilidade social, intrínseco às mudanças que acometeram a população por meio do tempo e de forma governamental, surgiram programas e estratégias para harmonizar ou mesmo tentar subverter o ambiente criado através da problematização política que a própria crise construiu.
Surgindo assim, através da ONG Instituto Cidadania liderada por Luiz Inácio Lula da Silva no ano de 2001 o Projeto Fome Zero na qual foi elaborado por uma equipe de especialistas e discutidas em âmbito nacional, e contou com a contribuição de centenas de especialistas por mais de seis meses. Mas somente entrou em vigor como política pública em 2003 no ano subsequente à posse da presidência do então Presidente da República.
O Projeto Fome Zero partiu de um diagnóstico de que o Brasil não teria, até então, uma política geral de segurança alimentar e que a vulnerabilidade à fome atingiria um contingente de 44 milhões de brasileiros isto é 27,8% da população. A priori, o Projeto Fome Zero buscava reverter o problema de a insegurança alimentar a partir da melhoria do nível de renda da população considerada pobre o que fez emergir a distribuição de renda, uma vez que o problema da fome no Brasil está muito mais relacionado com a insuficiência de renda do que, propriamente, com a falta de oferta ou escassez de alimentos (MDS, 2010, p.54).
O Fome Zero é também o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e o seu complementar, o Programa Nacional de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PNAAAF), o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), a criação dos Restaurantes Populares e as cozinhas comunitárias. Engloba, também, a construção de cisternas de captação de água da chuva nas regiões do semiárido. Do Fome Zero faz parte, ainda, a iniciativa de estabelecer as bases para uma legislação específica para o setor que preserve e permita ampliar as conquistas. Essa é a importância da Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN), promulgada noano do centenário de Josué de Castro e que instituiu o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) (LULA, 2010).
Atrelado a este programa surgiu em outubro de 2003 o Bolsa Família programa de caráter assistencialista que tinha como objetivo o combate à pobreza e a desigualdade social, tendo como característica forte a transferência de renda condicionada sob a Medida Provisória 132 de 20 de outubro de 2003 e convertida em lei e 9 de janeiro de 2004. Sua funcionalidade se deu da seguinte forma todos os meses, as famílias atendidas pelo Programa recebem um benefício em dinheiro, que é transferido diretamente pelo governo federal. Esse eixo garante o alívio mais imediato da pobreza, mas para que fosse possível o desenvolvimento deste as famílias deveriam cumprir alguns compromissos (condicionalidades), que têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à saúde e à assistência social. Esse eixo oferece condições para as futuras gerações quebrarem o ciclo da pobreza, graças a melhores oportunidades de inclusão social (MDS, 2015).
A gestão do Bolsa Família é descentralizada, ou seja, tanto a União, quanto os estados, o Distrito Federal e os municípios têm atribuições em sua execução. Em nível federal, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) é o responsável pelo Programa, e a Caixa Econômica Federal é o agente que executa os pagamentos (MDS, 2015).
Devido ao êxito do programa Bolsa Família houve um esquecimento por parte dos governantes a respeito do programa Fome Zero que aos poucos deixou de existir.
Em meio a vulnerabilidade social faz-se necessário um sistema que assegure o direito social dos indivíduos, sendo estas básicas e ou avançadas estando relacionada à Política de Assistência Social(PNAS).
E em 2005, é instituído o Sistema Único de Assistência Social – SUAS descentralizado e participativo, que tem por função a gestão do conteúdo específico da Assistência Social no campo da proteção social brasileira (MDS, 2015)
Consolida o modo de gestão compartilhada, o cofinanciamento e a cooperação técnica entre os três entes federativos que, de modo articulado e complementar, operam a proteção social não contributiva de seguridade social[4] no campo da assistência social. Em 6 de julho de 2011, a Lei 12.435 é sancionada, garantindo a continuidade do SUAS.
O Sistema organiza as ações da assistência social em dois tipos de proteção social. A primeira é a Proteção Social Básica, que viabiliza à prevenção de riscos sociais e pessoais, através da oferta de programas, projetos, serviços e benefícios a indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social. A segunda é a Proteção Social Especial, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram em situação de risco e que tiveram seus direitos violados por ocorrência de abandono, maus-tratos, abuso sexual, uso de drogas, entre outros aspectos destacando está como proteção social de média complexidade, de outro modo encontra-se a Proteção Social Especial de alta complexidade garantindo direitos de proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram em situação de violação de direitos.
Este avante dado à família na Política de Assistência Social é justificada pelo reconhecimento da responsabilidade estatal de proteção social às famílias, apreendida como “núcleo social básico de acolhida, convívio, sustentabilidade, autonomia e protagonismo social e espaço privilegiado e insubstituível de proteção e socialização primária de seus entes” (MDS, 2009, p.12) o que viabilizou ao governo a oportunidade de criação de programas e órgãos que pudessem dar esse auxílio para tais grupos.
Dentro disso a Norma Operacional Básica – NOB-SUAS/2005 que fundamenta e norteia princípios para a criação do SUAS, conceitua como detalhamento as novas lógicas de organização, gestão e provisão no campo das ações continuadas de Assistência Social. Dentre os elementos essenciais dessa formulação, evidencia-se o território como base de organização do sistema, cujos serviços devem obedecer à lógica de proximidade do cidadão e localizar-se em territórios de incidência de vulnerabilidade e riscos para a população (BRASIL, 2005, p. 43)
Diante deste contexto o território passa a ser considerado como base de organização do SUAS/2005, mas não basta tal constatação. Faz-se necessário problematizar como esse conceito é compreendido, problematizado e utilizado não apenas na Norma, mas em outros documentos oficiais que a subsidiam. Desta forma, por exemplo, é possível extrair da seguinte citação, encontrada em um documento destinado a difundir a Norma e a capacitar gestores de diferentes níveis de gestão do SUAS, uma primeira visão sobre como o território vem sendo pensado:
O território representa muito mais do que o espaço geográfico. Assim, o Município pode ser considerado um território, mas com múltiplos espaços intraurbanos que expressam diferentes arranjos e configurações socioterritoriais. Os territórios são espaços de vida, de relações, de trocas, de construção e desconstrução de vínculos cotidianos, de disputas, contradições e conflitos, de expectativas e de sonhos, que revelam os significados atribuídos pelos diferentes sujeitos (BRASIL, 2008, p. 54)
Tendo em mente todo esse arrojo conceitual que foram supracitados, pode-se deferir que as Políticas Sociais representam uma forte razão para que estas sejam viáveis para todos os grupos sociais, veiculando direitos e assessorando uma construção de uma sociedade bem mais assistida.
2.5. O DESMONTE DA ASSISTÊNCIA SOCIAL NO PROJETO NEOLIBERAL 
Para que seja possível um debate sobre o quadro atual que se encontra o país mediante a Política Nacional de Assistência Social, é preciso que seja avaliado o desenvolvimento do capitalismo, o papel do estado e das classes.
O ordenamento jurídico que sustenta a política de assistência social como direito constitucional está intrínseco a um contexto de avanços do ideário neoliberal que reduz gastos na área social que objetiva o desenvolvimento econômico. O Estado, como pilar fundamental de sustentação do capital, assume a condução do processo de redução dos direitos com a subordinação das políticas sociais à lógica de estabilização econômica (FREITAS E SOUSA, 2019).
A Constituição Federal de 1988 reconheceu a assistência social como um direito fundamental. O artigo 203 determina que “a assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social” (BRASIL, 1988). No artigo 204 encontram-se duas diretrizes da política de assistência social, relacionadas à descentralização político-administrativa e à participação da população e controle social.
O ideário neoliberal no Brasil tem sido responsável pela redução dos direitos sociais e trabalhistas, manifestada no acirramento do desemprego estrutural, na precarização das relações e condições de trabalho, e no desmonte dos serviços sociais. No final da década de 1980 já podem ser observados no país os primeiros “sinais” do projeto neoliberal, com implicações no modo de produzir e viver (FREITAS E SOUSA, 2019).
Partindo disso se estabelecem mecanismos de subordinação do Estado ao mercado. Neste sentido, há uma ênfase na criação de elos do Estado com a sociedade civil. Isso acaba refletindo nos princípios e na qualidade dos serviços e programas prestados aos utentes, além de promover o desmonte da participação social nos espaços de controle social.
Na concepção de SPOSATI (2005) sobre a realidade brasileira há “uma regulação social tardia e frágil na efetivação dos direitos sociais, principalmente pela vivência de processos ditatoriais agravados pela sua duração e travamento da maturação democrática da sociedade” (p. 508).
Nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff é importante salientar que houve uma redução expressiva da desigualdade social e avanços sociais com a criação de alguns programas como o Bolsa Família. Entretanto, os fatores de continuidade da política neoliberal vistos nos anos 1990 permaneceram (MOTA,2012). Ao abordar a política neodesenvolvimentista desses governos, afirma que ao mesmo tempo em que cumpre tarefas democráticas, “A pobreza aparece distanciada dos debates estruturais e é transformada num objeto técnico em si”. ( p. 181).
Com o golpe de estado de 2016, que culmina na destituição da presidenta Dilma, o Presidente interino Michel Temer, na intenção de manter níveis econômicos satisfatórios, para mencionar alguns dos retrocessos, aprova a Emenda Constitucional do Teto dos Gastos (PEC nº 95/2016), que limita, por 20 anos a ampliação dos gastos na área social, com o objetivo de garantir a “[…] conservação e modernização da ordem capitalista”. (MOTA, 2012, p. 23).
Com a evolução da extrema direita, a expectativa de o Estado cumprir sua responsabilidade de investir e ampliar os programas sociais se torna cada vez mais distante. As medidas propostas pelo novo governo Bolsonaro possibilita a ascensão dos interesses do capital e do empresariado, o que significará retrocessos do ponto de vista social dificultando a concretização de serviços públicos de qualidade que possam atender as reais necessidades da população, no que levará a um progressivo retorno das desigualdades econômicas e sociais (FREITAS E SOUSA, 2019).
A Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE, divulgados no fim de 2018, mostram que, entre 2016 e 2017, a proporção de pessoas pobres no Brasil subiu de 25,7% para 26,5% da população: um aumento de 2 milhões. Já o grupo dos extremamente pobres cresceu de 6,6% da população em 2016 para 7,4% em 2017, passando de 13,5 milhões para 15,2 milhões (IBGE, 2018).
Nesse contexto, é notório que as necessidades sociais não tem sido prioridade da atuação estatal, e que se faz necessário propostas eficazes para a solução de problemas econômicos e sociais. Baseado nisso, a institucionalização da política de austeridade fiscal e o corte de gastos no orçamento público para áreas sociais, impactam a forma como as pessoas se relacionam no mundo do trabalho e no seu acesso a direitos.
Partindo desse pressuposto da viabilização ao mercado de trabalho vale ressaltar pontos chaves sobre a terceirização do trabalho na qual interfere no âmbito das relações humanas, econômicas, demográficas e sociais, além de dividir opiniões. O mundo do trabalho traz consigo lutas e memórias para que na atualidade hajam direitos e deveres iguais para os servidores a fim de que a mão de obra seja fácil e barata.
Neste contexto, a estratégia administrativa da terceirização do trabalho é definida como a transmissão de determinada quantidade de atividades que não são ligadas ao objeto social da instituição e que poderiam ser executados diretamente pelos trabalhadores contratados, mas são direcionados para outra empresa que irá prestar serviços especializados. Merece destaque que não existe nenhum vínculo trabalhista entre a empresa locatória e os trabalhadores terceirizados (DIEESE, 2003; GIOSA, 1997).
Embora as justificativas para empreender tal processo sejam várias (ganhos de eficiência, flexibilidade e maior competitividade), observa-se que o único parâmetro utilizado é a redução de custos. Por outro lado, as consequências para o trabalhador são diversas: arrefecimento dos encargos trabalhistas e previdenciários, redução de direitos, invisibilidade social e condições precárias de emprego (DRUCK; BORGES, 2002; LEIRA; SARATT, 1995; SILVA; PREVITALI, 2013).
Tão logo iniciou o movimento do Governo em regulamentar a terceirização do trabalho no Brasil, inúmeros estudos mostram que os projetos criados estão longe de atender os debates sociais e principalmente os interesses dos trabalhadores, que são os mais prejudicados com a precarização da labuta terceirizada (SEKIDO, 2010).
Diante disto, faz-se necessário expor fatos para ampliar e atualizar o debate acerca da terceirização do trabalho, mesmo quando se relaciona classes distintas em termos espaciais, econômico, demográfico e social. Contudo, observa-se que o momento é extremamente oportuno para tal elencamento, visto que constitui assunto polêmico no cenário recente do Brasil.
3. O DESAFIO ATUAL DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NA INSTITUIÇÃO CRAS
3.1 QUESTÃO SOCIAL NO CRAS
Quando se fala em questão social, de imediato se associa o termo a problema social geralmente com classe determinada, a dos pobres. Dependendo da perspectiva de análise, pode ser vista como disfunção, anomia social, ou até mesmo ameaça a ordem social vigente. Resquícios do surgimento da expressão no século XIX no contexto do reformismo conservador encampado pela igreja católica, ideologicamente direcionada para naturalizar o ordenamento capitalista e seus corolários, cujos ideais foram representados pelo papa Leão XIII, Durkheim e Bismark. Percebe-se desde então, a preocupação da classe dominante (burguesia) em justificar as desigualdades e injustiças sociais vivenciadas pelas classes dominadas (proletários).
Há consenso em torno da origem da questão social, cujos desdobramentos apontam para a emersão, desenvolvimento, e consolidação da sociedade capitalista, sobretudo, o processo de acumulação capitalista, e a consequente exploração do trabalho pelo capital. Conforme aponta Iamamoto 2001:
A questão social diz respeito ao conjunto das expressões das desigualdades sociais engendradas na sociedade capitalista madura, impensáveis sem a intermediação do Estado. Tem sua génese no caráter coletivo da produção, contraposto a apropriação privada da própria atividade humana – o trabalho-, das condições necessárias a sua realização, assim como de seus frutos. É indissociável da emergência do “trabalhador livre”, que depende da venda de sua força de trabalho como meio de satisfação de suas necessidades vitais (IAMAMOTO, 2001, p. 17)
Nessa perspectiva, a contradição decorrente dessa fórmula do capital ou Lei geral de acumulação capitalista nos termos Marx, corresponde à produção social e coletiva da riqueza e apropriação privada de seus frutos, mediada pela espoliação do trabalho. Em outras palavras, a produção/reprodução do capitalismo produz e reproduz ao mesmo tempo, as condições materiais e relações sociais de vida dos sujeitos individuais e coletivos. Isso significa que a sociabilidade humana é regida pela lógica do mercado (produção- distribuição-consumo-troca) com a total conivência do Estado, cujos interesses capitalistas são prioritariamente atendidos, em detrimento dos da classe trabalhadora. Sobre esse solo, constrói-se a sociabilidade capitalista, fruto do modo de produção capitalista, sobretudo em sua fase madura, que é indissociável da questão social, como afirma Netto 2001, “a questão social é constitutiva do desenvolvimento do capitalismo”.
Nesse sentido, a Questão social é acentuada na e pela sociabilidade típica do capitalismo, assentada em todas as formas de violência, pois, nas palavras de Tonet 2009, “esta é uma forma de sociabilidade que tem a violência em sua própria raiz”. Além do consumismo, concorrência, a descartabilidade, o efêmero, o individualismo, imediatismo, relativismo, valorização do ter, alienação, relações materialistas e a coisificação do humano, conforme Iamamoto 2012, na órbita do capital “reforça-se a materialização das relações sociais e personificação das coisas” (p.57).
Nessa perspectiva, aprofunda-se as múltiplas expressões da questão social na conjuntura neoliberal, em especial no mundo do trabalho e relações sociais decorrentes, sob o processo de reestruturação do capital ou ofensiva neoliberal, no qual o Estado intervém minimamente no social e alarga as bases de expansão do capital. Desse modo, as respostas engendradas para seu enfrentamento, são conforme orientações macroscópicas econômicas aliadas ao recuo do Estado frente ás necessidades sociais. A proposta neoliberal é naturalizar e despolitizar a questão social sem tocar nos fundamentos que a edificam.
Nesse cenário atua o assistente social, já que a questão social é matéria – prima do serviço social, o qual intervém em sua grande maioria sobre suas sequelas, via políticas públicas. Nessa perspectiva,é fundamental que o assistente social em seu exercício profissional atente para o conhecimento do objeto sobre o qual incide, decifrando os processos e construindo respostas para seu enfrentamento. Iamamoto 2012 afirma que:
O desafio é re-descobrir alternativas e possibilidades para o trabalho profissional no cenário atual; traçar horizontes para formulação de propostas que façam frente á questão social e que sejam solidárias com o modo de vida daqueles que a vivenciam, não só como vítimas, mas como sujeitos que lutam pela preservação e conquista da sua vida, da sua humanidade. (IAMAMOTO, 2012, p.75)
Nessa direção, as múltiplas expressões da questão social que se apresentam no cotidiano do CRAS, desafiam o assistente social quanto a proposição e respostas ás múltiplas demandas dos usuários, as denominadas situações de vulnerabilidade e risco social.
Tais vulnerabilidades sociais, se apresentam de diversas formas, tipos e níveis de intensidade. Um só usuário ou família, traz consigo múltiplas demandas.
Trabalha-se cotidianamente com os seguintes exemplos: Usuário (a) soropostivo que sofre processo de segregação e discriminação por sua condição de saúde, é excluído (a) do mercado de trabalho, não tem renda fixa, nem suficiente para suprir suas necessidades sociais, assim como dos seus filhos. Idoso (a) que sofre negligência, violência psicológica e financeira por parte dos familiares que na maioria das vezes são sustentados pelos próprios idosos, somados ao alcoolismo, a drogadição, subemprego, conflitos familiares.
Criança, órfã de mãe, o pai é presidiário, convive com avó paterna que apresenta um quadro de saúde debilitado e precárias condições de sobrevivência. A criança vivencia processo de evasão escolar.
Grande demanda de atendimento psicosocial, inclusive de adolescente com diagnóstico de esquizofrenia, crianças com síndromes, distúrbios mentais que convivem mutuamente com outros fatores socioeconomicos ( violência doméstica, trabalho precário e informal, drogadição) que conformam a situação de vulnerabilidade e risco social.
Mães adolescentes estigmatizadas pela família e sociedade, que sofrem com preconceitos, violência de gênero e institucional. Jovens que são excluídos do núcleo familiar e comunidade em virtude de orientação sexual, drogadição, gravidez na adolescência, atos infracionais entre outros.
Família a qual registra-se em seu núcleo a presença do alcoolismo, conflitos familares, drogas, desemprego, violência doméstica. Pais analfabetos, as crianças sofrem negligência e maus tratos, um dos filhos é especial. A família tem acesso as políticas de saúde, educação e Assistência Social uma vez que, o filho especial é beneficiário do Benefício de Prestação Continuada (BPC), além do benefício de transferência de renda o Bolsa Família, da moradia que é oriunda de projeto habitacional do município, e do acompanhamento realizado pelo PAIF, cujo atendimento desenvolve-se com equipe multiprofissional, pautado sobretudo na prevenção.
Tais exemplos são uma pequena mostra das situaçãoes vivenciadas pelos usuários do CRAS, delineadas expressões da questão social. Que, muito embora seja atentida a maioria das demandas, os sujeitos as vivenciam perenemente e reproduzem o seu ciclo, num movimento que não superam as situações de vulnerabilidade social.
Qual seria o “problema’’? seria de ordem pessoal, subjetiva? É claro que não devemos desconsiderar a dimensão subjetiva dos sujeitos sociais, mas a resposta para tais perguntas está situada numa dimensão para além das micro estruturas da sociedade.
Nesses termos, atuar na linha de enfrentamento das expressões da questão social é desafiador, pois, tais demandas apresentam alto nível de complexidade e exige postura profissional ético-política, crítico,competente, propositiva, compromissada com a garantia dos direitos dos usuários, como recomenda Iamamoto 2012.
Em vista disso, como intervém o assistente social nesses processos que conformam a questão social? Como é o trabalho do assistente social no CRAS? Apontamentos que veremos a seguir.
3.2 O TRABALHO DO ASSISTENTE SOCIAL NO CRAS
Diariamente somos interpelados sobre nosso fazer, ou o que faz o assistente social no CRAS? De imediato a resposta é a de mais fácil entendimento, tanto por parte dos usuários, quanto dos demais profissionais, e resume-se a garantir direitos. Não se faz tudo, pois, há as competências e atribuições privativas do Assistente Social6 que devemos materializar, claro que com as particularidades tanto da Assistência Social quanto do CRAS.
O CRAS “é uma unidade pública estatal de base territorial, que se localiza em áreas com maiores índices de vulnerabilidade e risco social” (Brasil, 2004). Em outros termos, é a unidade efetivadora da referencia e contra - referência dos usuários da rede socioassistencial do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), O qual executa, organiza, coordena, monitora e avalia os serviços locais de proteção social básica, considerados de acordo com a Política Nacional de Assistência Social – PNAS,
(...) aqueles que potencializam a família como unidade de referência, fortalecendo seus vínculos internos e externos de solidariedade, através do protagonismo de seus membros e da oferta de um conjunto de serviços locais que visam à convivência, a socialização e o acolhimento, em famílias cujos vínculos familiares e comunitários não foram rompidos. (BRASIL, 2004, p.29)
O CRAS é uma instituição necessária e fundamental para o acesso, garantia, ampliação e materialização dos direitos sócio-assistenciais preconizados pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS). Objetiva principalmente a prevenção e fortalecimento de vínculos familiares , no sentido de evitar a ruptura, ou seja, a violação de direitos.
Para o assistente social significa antes de qualquer intervenção, decifrar as situações, entender a	dinâmica responsável	por produzi-las, posteriormente apresentarmos resolutividade. Não é um processo simples, ao contrário é complexo, pois, temos que identificar, detectar, analisar, sugerir, acompanhar, informar, orientar, propor etc.
Procedimentos diariamente realizados no atendimento aos usuários, num movimento contínuo, repetitivo e sistemático. No pensamento de Iamamoto (2012):
Um dos maiores desafios que o assistente social vive no presente é desenvolver sua capacidade de decifrar a realidade e construir propostas de trabalho criativas e capazes de preservar e efetivar direitos, a partir de demandas presentes no cotidiano. (IAMAMOTO, 2012, p. 20)
Para tanto, destacamos o trabalho do assistente social no CRAS, por meio dos seguintes instrumentais: acolhimento; orientação; informação; escuta; encaminhamentos; entrevistas; visitas domiciliares; acompanhamento familiar; atividades institucionais; estudo social; relatórios sociais com pareceres, intervenção nos grupos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV); planejamento entre outros. É preciso deixar claro, que o trabalho do assistente social nesse equipamento está inserido em uma equipe multidisciplinar, e não se realiza de forma isolada. Apenas, de forma particular o destacamos nesse artigo.
Desse modo, o acolhimento institucional é o básico, consiste em proporcionar ao usuário ou família um atendimento humanizado - na verdade é preciso humanizar a humanidade - base para prosseguir com o atendimento das necessidades sociais específicas. A orientação e a informação são completamente diferentes. A informação é objetiva e a orientação subjetiva, porém, se completam. O profissional pode ao mesmo tempo realizar tais atividades, ou não.
A escuta é essencial para decifrar as demandas, entender a totalidade dos processos. Nesse procedimento, é de fundamental importância primar pelo sigilo profissional e postura ética, pois, os usuários expõe sua vida, as situações na qual estão inscritos, desabafam, choram, apresentam o emocional fragilizado etc.
O acompanhamento familiar é sistemático e continuado, objetiva principalmente a prevenção e fortalecimento de vínculos familiares frágeis. Segundo Mioto(2009, p.499) o acompanhamento “é uma ação de caráter educativo que interfere diretamente na formação de condutas e subjetividades dos sujeitos’’. Desse modo, exige do assistente social a articulação de várias mediações profissionais (informação, orientação, reflexão, socialização etc.) para a concretização dos objetivos. Tem ainda um caráter multiplicador, pois, a medida que alguma alteração é concretizada, esta vai se estender e se refletir em toda a família e quem sabe até à comunidade.
Com relação a visita domiciliar, é imprescindível para o desvelamento da realidade social vivenciada pelos sujeitos. Através da visita conhecemos, identificamos, interpretamos e analisamos determinada situação. Exige do assistente social o acionamento de toda uma metodologia apontada acima dentre outras, para a intervenção social, cuja natureza é complexa em virtude de estarmos adentrando na privacidade do lar.
Ás vezes o assistente social não é bem recebido pelas famílias nesse procedimento, é como se estivessemos sendo “metidos”ou “intrusos”, implicações decorrente de uma visão errônea da profissão. A visita domiciliar é imprevisível, não sabemos o que vamos presenciar. Por isso precisamos ter muita cautela para não fazermos análises equivocadas. Inclusive é recomendável sempre fazê-la na companhia de outro profissional.
Para além dessa dimensão, vale mencionar a imagem construída em torno da profissão. Por muitas vezes nos é solicitada uma prática coercitiva, moralizante e corretiva, junto aos usuários, para falar sério, chamar atenção, fazer ameaça, intimidar, dar uma prensa, reconciliação conjugal, além de atuarmos como confessionário.
Isso nos remete a dimensão histórica da profissão, ou resquícios de uma prática que ao longo do tempo e espaço transformou-se para acompanhar o movimento da sociedade.
O conjunto desses aspectos, nos leva a refletir sobre as reais possibilidades de implementação do projeto ético político profissional, sem cair no impossibilismo ou salvacionismo diante dos desafios, ou seja, implica uma postura profissional que dentro das possibilidades constrói estratégias de ação no contexto adverso da sociabilidade capitalista.
3.3 O PROJETO ÉTICO POLÍTICO PROFISSIONAL COMO GUIA DE AÇÃO
O Projeto ético político profissional do Serviço Social representa um compromisso da categoria com a sociedade em clara oposição a ordem vigente, ou melhor a sociabilidade capitalista. Conforme Netto:
Não é preciso uma argumentação detalhada para verificar o antagonismo entre o projeto ético-político que ganhou hegemonia no Serviço Social e a ofensiva neoliberal, que, também no Brasil, em nome da racionalização, da modernidade, dos valores do primeiro mundo etc., vem promovendo (ao arreio da Constituição de 1988) a liquidação dos direitos sociais (apontados como privilégios), a privatização do Estado, o sucateamento dos serviços públicos e a sistemática implementação de uma política macroeconômica lesiva à massa da população. (1999, p.107)
Isso significa principalmente construir uma identidade profissional no contexto adverso da sociabilidade capitalista, comprometida com a defesa e consolidação da democracia, requisito indispensável para a construção, afirmação e ampliação dos direitos sociais. Nessa direção propõe a construção de uma nova sociabilidade, que transforme a lógica capitalista.
Percebe-se mediante essa proposta, a defesa de valores como a liberdade de escolhas, a autonomia e emancipação dos indivíduos, igualdade, eliminação de preconceitos, consolidação da cidadania, equidade e justiça social, cujos princípios estão cristalizados no Código de Ética da profissão em vigor desde 1993.
Tais princípios são fundamentais para o enfrentamento das múltiplas expressões da questão social no CRAS, uma vez que direciona a ação profissional. Nessa direção, não menos importante está o conhecimento adquirido por meio das legislações sociais, legislação da profissão, Constituição Federal, decretos, resoluções etc. Instrumentos que potencializa e possibilita uma ação profissional que se mostre capaz de enfrentar a complexidade das demandas, na direção da viabilização, garantia e materialização dos direitos dos usuários do CRAS.
A título de informação, nenhum profissional do Serviço Social está obrigado a adotar ou assumir determinada postura ou perspectiva teórica, por isso somos uma categoria profissional heterogênea. Porém, se nosso compromisso é com o usuário temos o dever de propiciar atendimento com qualidade, mesmo considerando os limites existentes de nossa atuação, que são de ordem profissional, institucional e os provenientes da sociabilidade capitalista.
Diante disso vai surgir o questionamento: há resolutividade nos “problemas” dos usuários do CRAS com teoria? Entedemos que se não existisse a necessidade da iluminação teórica, seria desnecessária a formação profissional. Nessa perspectiva, o Projeto ético político profissional pode e deve ser materializado no enfrentamento das demandas dos usuários, pois, é o fundamental da intervenção profissional.
É tal postura que possibilita a viabilização e garantia dos direitos de cidadania. Não estamos afirmando ser possível transformar determinada situação social com o arsenal teórico-metodológico sem as condições objetivas necessárias para tal fim, mas sim, que o mínimo de intervenção profissional quando embasada nos princípios éticos políticos da profissão potencializam a ação, no sentido da assegurar os direitos dos usuários, e os meios de exercê-los.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Remetendo às práticas do Assistente Social embasadas no código de ética que respalda suas atribuições, é possível que se tenha uma noção satisfatória de campos de atuação deste, principalmente quando se enfatiza o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), onde se viabiliza um atendimento prático e que visa a maximização e expansão dos direitos alheios à comunidade em geral.
Através deste estudo foi possível averiguar a realidade presente no CRAS e atingir os objetivos iniciais nas quais impulsionaram o desenvolvimento deste, visto para que se possa pôr em prática o papel do Assistente Social é preciso que se tenha um montante de características que facilitem tal feito como a autonomia, proatividade, visão holística e determinação, isso são pontos fortes para que o profissional tenha êxito diante da realização de suas atribuições.
Em meio a Política Nacional da Assistência Social (PNAS) e o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) podemos compreender que o trabalho do Assistente Social está inserido dentro de um amplo aspecto de saberes inerentes ao contexto geral de políticas públicas que permeiam os saberes socioculturais, estando esse subordinado aos mesmos.
Partindo do ponto de vista da pergunta de partida trazida no contexto inicial deste trabalho, e através da fala importante das Assistentes Sociais que se fizeram figuras necessárias para o desenvolvimento deste, pode-se dizer que a atuação do Assistente Social no CRAS é bem mais que apenas ser um executor de políticas públicas, é conseguir avaliar, monitorar, realizar visitas técnicas, assessorar, administrar, é estar intrínseco a um conjunto de ações que flutuam por todas as suas possíveis atribuições como Assistente Social, em um contexto geral é ser um viabilizador de direitos.
Este estudo carreia informações importantes o que lhe fornece uma característica peculiar, o que me leva a dar-lhe uma acreditação para possível publicação em revistas voltadas para o Serviço Social, ou ser utilizada em âmbito de residência e mestrado, pois tendo em mente seu complexo grau de relevância levando em consideração que esta é uma pesquisa de campo que traz a tona a realidade do CRAS em locais de vulnerabilidade e possibilita o enriquecimento em nível de conteúdo de quem o dispuser.
Contudo, foi percebido que este estudo conseguiu alcançar os objetivos propostos e pode-se observar que diante de todas as vulnerabilidades sociais em que se inserem nos espaços sócios ocupacionais dos CRAS, é necessário reafirmar que o Assistente Socialsendo este de caráter propositivo viabiliza muito mais que acervos técnicos, busca ativamente a manutenção da ordem vigente sempre em consonância com o projeto ético-político, técnico operativo e teórico-metodológico da profissão.
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