Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacocinética II – Distribuição de drogas Conceitos gerais: • Distribuição das drogas: processo no qual, após a absorção, o fármaco chega ao tecido/órgão alvo em concentrações terapêuticas para exercer o efeito desejado sobre determinado processo fisiopatológico; • Órgãos suscetíveis: sofrerão a ação da droga; • Órgãos ativos: metabolizam a droga; • Órgãos inativos ou indiferentes: servem como reservatório temporário da droga; • Órgãos enunctóricos: servem como reservatório temporário da droga; • A concentração no plasma é utilizada para definir os níveis terapêuticos do fármaco e monitorá-los = difícil medir a quantidade de fármaco realmente captada pelo órgão-alvo; Fatores que influenciam a distribuição da droga: • Fluxo sanguíneo tecidual; ↪ Maior fluxo: fígado, rins e cérebro; ↪ Pulmões: fluxo alto; ↪ Músculos em repouso: fluxo baixo; • Propriedades físico-químicas da droga; • Tamanho molecular; • Lipofilicidade; • Intensidade do metabolismo do fármaco; • Características da membrana; • Taxa de ligação às proteínas plasmáticas e teciduais; Volume de distribuição: • Definição: volume no qual deve-se dissolver um fármaco para que sua concentração seja igual à do plasma; • Fármacos retidos no compartimento vascular: volume de distribuição é relativamente baixo; • Fármacos com distribuição no músculo, tecido adiposo e outros compartimentos não-vasculares: volume de distribuição relativamente alto; ↪ Frequentemente o Vd é muito maior que o volume de água total = reflete a baixa concentração do fármaco no compartimento vascular = amplamente distribuído; • Volume aparente de distribuição: volume de líquido do corpo no qual o fármaco está aparentemente dissolvido; FARMACOLOGIA DROGA VD (litros/70kg) Cloroquina 15.000 Fluoxetina 2.500 Morfina 230 Diazepam 140 Dipirona 40 Etanol 30 Clordiazepóxido 28 Warfarim 8 • Fármacos com atuação restrita = menor volume de distribuição; Ligação droga-proteínas plasmáticas: • Albumina: proteína plasmática mais abundante e responsável pela ligação dos fármacos; ↪ 4d/dl de sangue; ↪ Ácidos fracos – penicilinas e salicilatos; • Ligação com baixa afinidade: forças hidrofóbicas e eletrostáticas; • Ligação às proteínas plasmáticas → redução da disponibilidade de um fármaco para difusão ou transporte no órgão-alvo ou transporte em compartimentos não- vasculares, como o tecido adiposo e o músculo; • Apenas forma livre ou não-ligada é capaz de difundir-se através das membranas; • Fármaco altamente ligado às proteínas = permanece no sangue circulante = volume de distribuição relativamente baixo; • Droga livre → dissolvida no plasma; • Droga ligada às proteínas plasmáticas → temporariamente indisponível, inativa, em reserva; • Transferrina: ferro; • Transcortina: esteroides; • Transcobalamina: vitamina B12; • Ceruloplasmina: cobre; • Alfa-1-glicoproteína ácida (AGP): ↪ 41 a 121 mg/dl de sangue; ↪ Propanolol, quinidina, lidocaína; ↪ Elevada na artrite reumatóide, doença de crohn, queimaduras, infarto do miocárdio, lúpus eritematoso sistêmicos, neoplasias (especialmente com metástase) e exercício físico vigoroso; ↪ Diminuída na desnutrição, hepatopatias graves, enteropatias com perda proteica. ↪ O resultado não deve ser usado isoladamente para diagnóstico. ▪ Porcentagem Baixa de Ligação às Proteínas: menor que 30%. ▪ Porcentagem Média de Ligação às Proteínas: 30 a 75%. ▪ Porcentagem Elevada de Ligação às Proteínas: acima de 80%. • Fármaco não-ligado: ↪ Sofrem rápida difusão; ↪ Alto nível de ligação ao local de ação farmacológica (receptores) = efeito intenso; ↪ Alta taxa de biotransformação; ↪ Alta taxa de eliminação (órgão de depuração); ↪ Acetaminofeno, aciclovir, nicotina, ranitidina; • Fármaco ligado: ↪ É necessária uma concentração plasmática total mais elevada para assegurar uma concentração adequada de fármaco livre na circulação; ↪ Baixo nível de ligação ao local de ação farmacológica (receptores) = efeito menor; ↪ Baixa taxa de biotransformação; ↪ Baixa taxa de eliminação (órgão de depuração); ↪ Atuação menos intensa, entretanto, mais prolongada; ↪ Amiodarona, fluoxetina, naproxeno e varafarina; • Fatores que influenciam na ligação droga- proteínas plasmáticas: ↪ Afinidade química entre a droga e as proteínas plasmáticas; ↪ Concentração sanguínea da droga; ↪ Concentração das proteínas plasmáticas; ▪ Hipoalbuminemia (fração livre aumentada): cirrose, hepatites, síndrome nefrótica, desnutrição grave, hemorragias prolongadas, velhice e gestação (hemodiluição); ↪ Competição pelas proteínas plasmáticas: Droga deslocadora Droga deslocadora Consequências clínicas Warfarina e cumarínicos -Ác. Mefenâmico; - Fenilbutazona; -Oxifenbutazona; Hemorragia; Tolbutamida - Fenilbutazona; - Sulfafenazol; Hipoglicemia Ligação droga-proteínas teciduais: Substância Órgão Tetraciclina, chumbo, sais ferrosos Tecido ósseo Inseticidas organoclorados Tecido adiposo Digitálicos Rins Lítio Rins e coração Mercúrio e bismuto Rins, fígado e baço Distribuição dos fármacos: • Fase de distribuição: acentuada diminuição da concentração plasmática do fármaco pouco depois da sua adminitração endovenosa; ↪ Distribuição do compartimento vascular para outros compartimentos do corpo; • Fase de eliminação: declínio mais lento; ↪ Metabolização e excreção do corpo; ↪ O “reservatório” de fármaco no tecido pode ser liberado novamente para o sangue a fim de substituir o fármaco que foi eliminado; ↪ A meia-vida de eliminação é, normalmente, mais longa que a meia-vida de distribuição. • Compartimento altamente vascularizado (CAV) = primeiro local extravascular onde a concentração do fármaco aumenta; • Tecidos muscular e adiposo = maior capacidade (maior massa) de captar o fármaco do que o compartimento altamente vascularizado; • Tecido adiposo = maior capacidade de captar um fármaco + fluxo sanguíneo mais lento → captação de maior quantidade de fármaco, mas em taxa mais lenta; • Fármacos tendem a ser eliminados primeiro do compartimento altamente vascularizado, seguido do tecido muscular e, por fim, do tecido adiposo; Barreiras biológicas: • Hematoencefália: endotélio capilar + bainha de astrócitos; ↪ Barreira glial, em que os capilares são recobertos por prolongamentos de astrócitos; ↪ Células endoteliais são unidas por junções muito íntimas = poros são poucos e muito estreitos; ↪Possui importância clínica no combate a infecções do SNC e para a ação de psicotrópicos; ▪ Penicilina não atravessa a barreira hematoencefálica facilmente (ácido orgânico muito ionizado e fração não ionizada é pouco solúvel); ▪ Drogas muito lipossolúveis atravessam a BHE rapidamente (anestésicos, álcool, ansiolíticos, etc).; • Hematoliquórica: endotélio capilar + epitélio do plexo coroide; • Placentária: ↪ Pouco seletiva; ↪ Permite a passagem de diversas drogas (álcool, antibióticos, morfina, heroína, cocaína, nicotina, fenobarbital, etc); ↪Talidomida;
Compartilhar