Processo Saúde-Doença e DSS

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Prof. Ms. Patrícia Araújo Bezerra
Processo Saúde - Doença
Conceitos e evolução histórica
Apresentação 
Conceito de Saúde e de Doença
Processo Saúde e Doença
Evolução Histórica
Determinantes Sociais de Saúde
Conclusões
Saúde
A saúde é silenciosa, geralmente não a percebemos em sua plenitude; na maior parte das vezes apenas a identificamos quando adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no âmago do corpo individual (BERLINGUER apud BRÊTAS e GAMBA, 2006). 
O considerado normal em um indivíduo pode não ser em outro; não há rigidez no processo. O ser humano precisa conhecer-se, necessita saber avaliar as transformações sofridas por seu corpo e identificar os sinais expressos por ele (BERLINGUER apud BRÊTAS e GAMBA, 2006). 
Conceito 
Doença
A doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM; CAPONI apud BRÊTAS e GAMBA, 2006).
Para Evans & Stoddart (1990), quadros clínicos semelhantes, ou seja, com os mesmos parâmetros biológicos, prognóstico e implicações para o tratamento, podem afetar pessoas diferentes de forma distinta, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto, com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. 
Conceito 
Saúde e Doença
Não existe um limite preciso entre a saúde e a doença, mas uma relação de reciprocidade entre ambas; entre a normalidade e a patologia, na qual os mesmos fatores que permitem ao homem viver (alimento, água, ar, clima, habitação, trabalho, tecnologia, relações familiares e sociais) podem causar doenças. 
Entender o que é saúde e o que é doença só é viável na perspectiva relacional, pois o normal e o patológico só podem ser apreciados em uma relação. 
Conceito 
Conceito 
Evolução do Processo Saúde-Doença 
	FASES	CARACTERÍSTICAS
	Primeira Fase 
(magia ou aspectos sociais)	Os fatores determinantes das doenças provinham de forças sobrenaturais, atribuídos a deuses ou demônios, ou forças do mal. Se fosse cristão, era considerado uma forma de expiação dos pecados e se fosse de outra orientação religiosa, era considerado como possessão demoníaca. 
	Segunda Fase 
(fatores físico-químicos, os “miasmas”)	A teoria miasmática foi uma teoria biológica formulado por Thomas Sydenham e Giovanni Lancisi, durante o século XVII. As doenças eram geradas por emanações (gases) do solo ou do ar, supostamente nocivos, que atingiriam o corpo sadio. 
Evolução do Processo Saúde-Doença 
	FASES	CARACTERÍSTICAS
	Terceira Fase 
(bacteriológica ou microbiológica, abordagem unicausal)	A teoria bacteriológica, surgida no início do século XIX, baseava-se no conceito de que uma vez identificado o agente vivo específico da doença, os chamados agentes etiológicos e os seus meios de transmissão, os problemas de prevenção e cura das doenças correspondentes estariam resolvidos, esquecendo-se dos demais determinantes causais relacionados ao hospedeiro e meio ambiente. Essa foi a época da teoria da unicausalidade. 
Estabelece-se com a descoberta das bactérias e o advento do microscópio. 
Evolução do Processo Saúde-Doença 
Evolução do Processo Saúde-Doença 
	FASES	CARACTERÍSTICAS
	Quarta Fase 
(Abordagem multicausal)	Altera a abordagem da doença, relacionando-a a uma causalidade múltipla e incorporando os aspectos sociais ou psicossociais no processo de adoecer, buscando explicar o aparecimento e a manutenção da doença na coletividade como resultante da interação do homem com os fatores biológicos, físicos, químicos. Na abordagem multicausal, uma única doença é proveniente de diversos fatores determinantes, interrelacionados e dinâmicos. 
Evolução do Processo Saúde-Doença 
Síntese das Fases do Processo Saúde-Doença
Primeira Fase – Saúde é dádiva, doença é castigo.
Segunda Fase – Pela inspiração de “maus ares/miasmas” se acomete o corpo sadio. 
Terceira Fase – Era bacteriológica: toda doença tem um agente biológico. 
Quarta Fase – Múltiplos fatores podem gerar o processo de adoecimento. 
Modelo de Determinação Social da Doença
	As condições como classe social, escolaridade, segurança alimentar, habitação, moradia, acesso a bens e serviços públicos, vem desafiando a execução de práticas intersetoriais como estratégias provocadoras de mudanças no nível de saúde dos indivíduos e dos grupos sociais. 
Determinantes Sociais de Saúde 
São, portanto, as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham ou “as características sociais nas quais a vida transcorre” e que influenciam a saúde 
(Tarlov, 1996).
Os DSS são “as causas das causas”.
Determinantes Sociais de Saúde 
Exemplificando...
Desmame precoce
Anemia ferropriva infantil
Saneamento inadequado
Desajustamento familiar
Diversos outros fatores
Baixa Escolaridade Materna
Baixo nível socioeconômico
Hábitos Alimentares Incorretos
Determinantes Sociais de Saúde 
Determinantes Sociais de Saúde 
Microdeterminante
 Individual	
Macrodeterminante
Coletivo
Determinantes Sociais da Saúde
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Microdeterminantes
Condições genéticas e imunológicas;
Macrodeterminantes
Políticas Públicas
Desigualdade de renda
Renda
Acesso a serviços de saúde
Escolaridade
Personalidade
Hábitos
Desenvolvimento Sustentável
Produto Nacional Bruto 
Ambiente social
Iniquidades sociais
Micro e Macro Determinantes
Determinantes Sociais de Saúde 
Modelo Dahlgren & Whithead,1990.
Conclusões
Compreender no contexto histórico qual é o conceito saúde e doença, implica pensar quais são as “saídas e soluções” desenvolvidas para cuidar das pessoas. 
Cada contexto histórico apresenta, portanto, soluções diferenciadas, considerando a forma como veem a forma de adoecer. 
Na atualidade, o desafio da complexidade impõe inúmeras soluções, que devem ser pensadas dentro e fora do setor saúde.