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Legislação Específica

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Evolução histórica da organização do sistema de saúde no Brasil e a construção do Sistema Único de Saúde (SUS) – princípios, diretrizes e arcabouço legal.
As políticas públicas em saúde integram o campo de ação social do Estado orientado para a melhoria das condições de saúde da população e dos ambientes natural, social e do trabalho.
A ação do Estado no sentido de proporcionar qualidade de vida aos cidadãos é feita por intermédio das Políticas Públicas e, dentre as políticas voltadas para a proteção social, estão as Políticas de Saúde. 
Obs.: Vale ressaltar que as outras políticas de proteção social estão relacionadas ao tripé da Seguridade Social: + Previdência Social e da Assistência Social. 
“As políticas públicas devem estar em consonância com a necessidade do povo.”
A evolução histórica das políticas de saúde está relacionada diretamente a evolução político-social e econômica da sociedade brasileira, não sendo possível dissociá-los.
Obs.: somente a partir de 1988 a política de saúde é inclusa na agenda da política pública.
Contexto: Organização do Setor Saúde + Cenário Político e Econômico + Período Epidemiológico (Se atentar sempre a isso)!
Antes do SUS tínhamos um sistema público de saúde, porém não era uma organização universal da saúde.
 Brasil Colônia (1500-1889)
Ações de Saúde
- Curanderismo: Físicos e cirurgiões-barbeiros 
- Padres Jesuítas: Santa Casa de Misericórdia
Perfil Epidemiológico: doenças pestilenciais (relacionadas à falta de saneamento básico).
Cenário Político e Econômico: País agrário extrativista. (Colonizado para a exportação).
Organização do Setor Saúde: boticários, curandeiros; medicina liberal, escassez de médicos. (Salvador/BA era a capital).
Com a vinda da Família Real ao Brasil em 1808, a capital passa a ser Rio de Janeiro e neste momento há a higienização da capital para receber a Família Real surgindo as periferias (tiraram os pobres da cidade). 
Destaca-se alguns pontos: 
• Política médica; 
• Intervenção na condição de vida e de saúde da população;
• Vigiar/controlar o aparecimento de epidemias.
Até 1850 as atividades de saúde pública estavam limitadas:
1) Delegação das atribuições sanitárias as juntas municipais
2) Controle de navios e saúde dos portos. 
Neste período, não era o conjunto de problemas de saúde da população que demandavam ações de saúde, e sim aqueles que estavam diretamente ligados ao interesse econômico!
Emerge o modelo assistencial sanitarista/campanhista, considerado o primeiro modelo de atenção no brasil. (Controle de epidemias – campanha da vacinação, outubro rosa..são ações bem pontuais conforme o que está acontecendo na época.)
Foco: controle sanitário mínimo da capital do Império (RJ).
Movimento sanitário nunca foi setorial!
Não há campanhas de vacina para malária, mas sim o controle de ações de vacinação para varíola!
República Velha (1889-1930)
Características:
• Avanço da bacteriologia;
• Medicina higienista (lógica da prevenção); 
• Planejamento das cidades; 
• Doenças de destaque: cólera, peste bubônica, febre amarela, varíola, tuberculose, hanseníase e febre tifoide. Doenças relacionadas às péssimas condições de vida da população brasileira.
A medicina higienista passou a ter ênfase no Brasil e a determinar o planejamento urbano das grandes cidades. 
Medidas Jurídicas Impositivas: “A saúde como poder de polícia (população era obrigada)”.
- Notificação de doenças; 
- Vacinação obrigatória; 
- Vigilância sanitária.
Inicia os primeiros indícios de uma Política de Saúde efetiva.
Diferentemente dos períodos anteriores, a participação do estado na área da saúde tornou-se global: não se limitava às épocas de surto epidêmico, mas estendia-se por todo o tempo e a todos os setores da sociedade.
A carga de doenças acabou gerando consequências tanto para saúde coletiva quanto para outros setores como o do comércio exterior, visto que os navios não queriam mais atracar no porto por conta da situação sanitária. 
O presidente do Brasil (Rodrigues Alves – filha dele faleceu por febre amarela), nomeia então Oswaldo Cruz (1903) como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública (atualmente MS), propôs erradicar a FEBRE AMARELA no RJ, mas determinou ações impositivas de vacinação obrigatória contra VARÍOLA, que era realizado pela brigada militar (Gera a Revolta da Vacina - 1904).
1904: surto de varíola. OSWALDO CRUZ - DESAFIO
Agravada com a Lei Federal n. 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação anti-varíola obrigatória para todo o território nacional.
- Modelo Assistencial Campanhista: os fins justificam os meios, logo o uso da força e da autoridade eram considerados os instrumentos preferenciais de ação.
APESAR das arbitrariedades e dos abusos cometidos, o modelo campanhista obteve importantes vitórias no controle das doenças: erradicou a febre amarela no RJ, e o modelo torno hegemônico como proposta de intervenção na área da saúde coletiva saúde durante décadas.
Oswaldo Cruz procurou organizar a diretoria geral de saúde pública, criando: 
- Uma seção demográfica, 
- Um laboratório bacteriológico,
- Um serviço de engenharia sanitária e de profilaxia da febre-amarela 
- A inspetoria de isolamento e desinfecção, 
- E o instituto soroterápico federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz.
Em 1920 Carlos Chagas realiza a restruturação do Departamento Nacional de Saúde criando dois setores: Educação sanitária e Propaganda. 
Promove a educação e saúde. 
Criaram-se órgãos especializados na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenças venéreas.
- Expandiram-se as atividades de saneamento para outros estados e criou-se a Escola de Enfermagem Anna Nery.
O SURGIMENTO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL 
Antes do SUS era verticalizado e centralizado.
Durante a Primeira República, foram estabelecidas as bases para a criação de um Sistema Nacional de Saúde, caracterizado pela concentração e pela verticalização das ações no governo central.
Atualmente, o SUS em o seu planejamento ascendente e integrado, ou seja, de baixo para cima. Quem planeja e prioriza o problema, determina o orçamento.
OBS: A única centralização dentro do SUS que está correta é a centralização na pessoa, na família e na comunidade, mas a centralização do planejamento não está correta.
1923: Lei Eloy Chaves – MARCO INICIAL/EMBRIÃO DA PREVIDÊNCIA SOCIAL (CAPS)
A proteção social, e em particular, a assistência médica só vieram a ter um reconhecimento legal como política pública após a provação desta.
GOVERNO PASSA A INTERVIR NA SAÚDE!
– Primeiro momento em que o Estado realiza uma intervenção, ao aprovar uma lei para a criação das caixas de aposentadorias e pensões (CAPs). Os trabalhadores pararam e solicitaram melhores condições de trabalho através de duas grandes greves: 1917 e 1919.
Com ação e oferta aos serviços de saúde, mas não para todos, apenas para quem trabalhava nas grandes empresas. EXCLUDENTE
1923: 1ª CAP: Ferroviários
1926: 2ª CAP: Portuários e Marítimos. 
Características:
- Ser trabalhador por instituição ou empresa (diferente do SUS, que é para todos);
- Aposentadorias e pensões: na morte do trabalhador, a família recebia o valor.
- Serviços funerários, socorro médico para a família e medicamentos por preço especial; 
- Assistência por acidente de trabalho; 
- Financiamento e gestão: Trabalhador e Empregador. BIPARTITE 
- Assistência médica aos trabalhadores.
Obs: o governo não financiava nada!
	Dicotomia da Saúde no Brasil
Saúde Pública
1) Prevenção e controle das doenças – coletividade Obs: Antes da implantação do SUS, as ações predominantes do Ministério da Saúde eram de promoção da saúde e prevenção de doenças, voltadas para campanhas de vacinação e controle de endemias.
2) Modelo Campanhista – MS
Previdência Social
1) Medicina individual (assistência) – exclusiva aos trabalhadores. Divisão em dois grupos: previdenciários e não previdenciários.
2) Modelo médico privatista – previdência (foco na doença e nos sintomas, não o foco na vida do indivíduo, no motivo pelo qual ele está adoecendo). Esse é o modelomais hegemônico, no Brasil, e surge justamente por conta da dessa divisão que é dada entre assistência e promoção e prevenção, que era feita pelo Ministério da Saúde.
	
	A crise dos anos 30 – ERA VARGAS
	1922 a 1930: Inicia a mudança do modelo de produção: o país começou a se estruturar para a indústria, o foco do país agrário exportador sofre mudança, consequentemente impacta as condições econômicas no cenário epidemiológico.
- Crise da cana de açúcar: concorrência com o açúcar da beterraba
	Aturam no Brasil as crises internacionais de 1922 a 1929, tornando mais agudas as contradições e instalações contra a política dos governadores, redefinindo a organização do estado (modo de produção no Brasil, inclusive novas formas de adoecimento, com a necessidade de se remodelar as ações que existiam antes da criação do SUS).
	A Institucionalização da Saúde Pública
1930: comandada por Getúlio Vargas é instalada a revolução, que rompe com a política do café com leite (SP/MG), que sucessivamente elegiam o Presidente da República.
Foram criados:
– Ministério do Trabalho;
– Ministério da Indústria e Comércio;
– Ministério da Educação e Saúde;
– Juntas de arbitramento trabalhista.
	Era Vargas (1930-1945): 
O 1º GOVERNO É UM MARCO NA CONFIGURAÇÃO DE POLÍTICAS SOCIAIS NO BRASIL.
- Estendeu a todas as categorias do operariado urbano organizado os benefícios da previdência.
CAPs IAPs (Institutos de Aposentadoria e Pensões)
As caixas são substituídas/unificadas pelos institutos de aposentadorias e pensões que não era mais por grandes empresas e sim por categorias profissionais, marítimos, comerciários, bancários e industriários. 
Obs: sai das grandes empresas para categorias profissionais, mas ainda excludente. (Trabalhadores fooooormais)
Gestão financeira: tripartite.
Perfil epidemiológico
- Predomínio de doenças da pobreza: infecciosas e parasitárias, deficiências nutricionais e etc. A população rural procura as capitais, e não encontrando emprego, constitui os grandes bolsões da pobreza (periferia).
- Melhora das doenças imunopreveníveis (vacinação).
- Soma-se o surgimento das morbidades modernas: cardiopatias, neoplasias, acidentes e violência.
Organização do Setor Saúde: excludente!
1) Fracionamento da Assistência; manutenção da dicotomia - Ministério da Saúde (ações em saúde) e feitas pela Previdência Social (ações assistenciais).
2) Medicina liberal: pessoas com condições de pagar pela assistência médica individual
3) Hospitais Filantrópicos: não tinham trabalho formal, “indigentes”.
4) Empresas médicas: planos de saúde.
5) IAPS: para os que trabalhavam formais. 
AUGE DO SANITARISMO CAMPANHISTA: A criação do serviço nacional de febre amarela, e o serviço de malária do nordeste e o da baixada fluminense. 
Em 1942 é criado o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP): responsável por ações sanitárias em regiões afastadas do País, mas com interesse estratégico para a economia, como a região de produção de borracha na Amazônia. Para os não previdenciários.
	O Brasil fez um acordo com os Estados Unidos na Guerra em que o Brasil ofertaria o látex para a produção de borracha e receberia o know-how que os Estados Unidos tinham para atendimento nos moldes da Fundação Rockefeller, que era uma organização quase militar. As grandes unidades de saúde ofertavam ações de saúde (promoção e prevenção) para todos, não havia exclusão. LITERALMENTE UMA TROCA!
(A parte assistencial só tinha direito os previdenciários).
	Período do Autoritarismo (Ditadura Militar) 1964 – 1985
Brasil: duas décadas de seguidos governos ditatoriais e que cercearam diversos direitos e liberdades da população.
Golpe militar em 1964: consequência imediata para as políticas de saúde no Brasil, um total esvaziamento da participação da sociedade nos rumos da previdência. De outro lado, também provocou uma centralização crescente da autoridade decisória, marcada pela criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) em 1966 (fusão dos IAPs).
Perfil Epidemiológico 
- Condições de saúde continuam críticas: aumento da mortalidade infantil, tuberculose, malária, Chagas, acidentes de trabalho em concomitância com morbidades modernas e da pobreza. Algumas melhoras ocorrem apenas nas doenças imunopreveníveis (SESP);
- Predomínio das doenças da modernidade e presença ainda das DIP (Doenças infecciosas e parasitárias), relacionadas ao desenvolvimento.
Organização do Setor Saúde 
• 1977: Criação do (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social);
– 1966: Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
– Transição. 
• Privatização das ações curativas → pagamento por quantidade de atos médicos;
– O INAMPS ofertava assistência médica para os previdenciários e esse pagamento para os prestadores de serviço que atendiam os trabalhadores era como se fosse um cheque em branco, era por produtividade. 
• Quase inexistia controle ou regulação → “cheque em branco”.
– Uma característica marcante dessa época era que, a previdência, ao invés de manter os seus espaços para atendimento dos trabalhadores, ela contratou espaços para realizar esse atendimento, gerando um gasto excessivo.
– Em 1982 ocorre uma crise.
1967: Reforma Administrativa Federal, ficou estabelecido que o Ministério da Saúde seria o responsável pela formulação e coordenação da Política Nacional de Saúde, que até então não havia saído do papel. Ficaram as seguintes áreas de competência:
– Política nacional de saúde;
– Atividades médicas e paramédicas;
– Ação preventiva em geral, vigilância sanitária de fronteiras e de portos marítimos, fluviais e aéreos;
– Controle de drogas, medicamentos e alimentos e pesquisa médico-sanitária do Setor Saúde.
 
• 1969: Organizado, pela Fundação Sesp, o sistema de notificação de algumas doenças transmissíveis, prioritariamente aquelas passíveis de controle por meio de programas de vacinação;
• 1969: Criação do Boletim Epidemiológico pelo Sesp; 
• 1970: Reorganização administrativa do Ministério da Saúde, criando a Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (Sucam), subordinada à Secretaria de Saúde Pública; 
• 1972: Previdência para autônomos e empregadas domésticas; 
• 1973: Previdência para trabalhadores rurais → FUNRURAL; 
• 1974: Reforma, na qual as Secretarias de Saúde e de Assistência Médica foram englobadas, passando a constituir a Secretaria Nacional de Saúde, para reforçar o conceito de que não existia dicotomia entre Saúde Pública e Assistência Médica; 
• 1974: Criação do Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS);
• 1977: Criação do INANPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social)
O INAMPS ofertava assistência médica para os previdenciários e esse pagamento para os prestadores de serviço que atendiam os trabalhadores era como se fosse um cheque em branco, era por produtividade, mas quase não tinha controle ou regulação.
Uma característica marcante dessa época era que, a previdência, ao invés de manter os seus espaços para atendimento dos trabalhadores, ela contratou espaços para realizar esse atendimento, gerando um gasto excessivo. Em 1982 ocorre uma crise.
• 1978: Conferência de Alma-Ata, em que germinou o debate entre vários países sobre a importância da atenção primária à saúde e que impulsionou o debate de um novo modelo de saúde no Brasil. 	– Primeira conferência internacional de cuidados em saúde, relacionados à atenção primária. 
• 1982: Instituição do Plano CONASP (Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária).
	– O Plano se dividia em três grandes grupos de programas, um deles eram as Ações Integradas de Saúde (AIS);
	– Surge para tentar melhorar a situação da Previdência Social, que estava em crise.
– Marco inicial da atenção primária no Brasil. 
• 1983: Criação das AIS. Essa foi uma das primeiras experiências com um sistema de saúde mais integrado e articulado. 
	Um projeto interministerial (Previdência Saúde Educação), visando um novo modelo assistencial que incorporava o setor público, procurando integrar ações curativas preventivas e educativas ao mesmotempo. Assim, a Previdência passa a comprar e pagar serviços prestados por estados, municípios, hospitais filantrópicos, públicos e universitários.
• Amplia as ações de assistência (serviços previdenciários) para a população não contribuinte; 
 • Influência da Conferência Internacional de Cuidados Primários em Saúde - ALMA--ATA (1978).
Movimento Sanitário: o movimento dos profissionais de saúde e de intelectuais da área de saúde coletiva por mudanças no modelo se amplia! 
Não começa pela população, e sim pelos universitários e profissionais, os usuários (população) são chamados para participar. 
NÃO FOI SETORIAL.
Inicia na década de 60, mas seu ponto crucial foi na década de 80.
Foi organizada por: 
• Organização da classe operária do ABC;
• Movimento Sanitário; 
• Sociedade organizada; 
• Mobilização pelas “DIRETAS JÁ”: derrota do regime autoritário. A primeira eleição direta, após a queda do regime militar, se deu em 1990.
Fatos marcantes
V Conferência Nacional de Saúde – proposta do Sistema Nacional de Saúde através da lei 6229/75. Definindo as atribuições de diversos ministérios;
	Nova República (1985-1988) – Redemocratização
Queda da ditadura.
	O movimento das DIRETAS JÁ (1985) e a eleição de Tancredo Neves (por voto indireto) marcaram o fim do regime militar, gerando diversos movimentos sociais inclusive na área de saúde, que culminaram com a criação das associações dos secretários de saúde estaduais (CONASS) ou municipais (CONASEMS), e com a grande mobilização nacional por ocasião da realização da VIII Conferência Nacional de Saúde (Congresso Nacional, 1986), a qual lançou as bases da reforma sanitária e do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde), este sendo estratégia-ponte até o surgimento do SUS. 
A redemocratização trouxe, pela primeira vez no Brasil, a saúde para a agenda política.
Perfil epidemiológico 
- Queda da mortalidade infantil e doenças imunopreveníveis. 
- Manutenção das doenças da modernidade (aumento das causas externas, principalmente a violência no trânsito e por armas de fogo ou brancas). 
- Crescimento da AIDS.
- Epidemias de dengue (em vários municípios e inclusive nas capitais).
Reforma sanitária propõe: 
- Conceito ampliado de saúde (a forma de viver das pessoas passa a ser levada em consideração). 
- Reconhecimento da saúde como direito de todos e dever do Estado, com a criação do Sistema Único de Saúde (para que todos fossem iguais em relação à saúde brasileira) e a participação popular (controle social). 
- Constituição Federal com textos tratando claramente da saúde e ampliação do orçamento social.
1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde - Suas principais deliberações foram a base para a institucionalização do SUS pela Constituição Federal de 1988.
Foi o marco da reforma sanitária e discutiu três temas essenciais: 
• A saúde como dever do Estado e direito do cidadão; 
• A reformulação do Sistema Nacional de Saúde; e 
• O financiamento setorial.
1987: Criação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS).
1988: Institucionalização do SUS pela Constituição Federal de 1988, com disposições sobre a Seguridade Social nos art. 194 e 195 e, em relação à saúde, nos arts. 196 a 200. O SUS nasce 100% includente.
Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS) – Estratégia Ponte/Estadualização
Princípios básicos: 
• A UNIVERSALIZAÇÃO 
• A EQUIDADE 
• A DESCENTRALIZAÇÃO 
• A REGIONALIZAÇÃO 
• A HIERARQUIZAÇÃO E
 • A PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA.
	O SUDS não é antecessor do SUS. O SUS não possui antecessor, vez que é um sistema inovador e sua organização é totalmente diferente.
AIS (1983–1984) -> SUDS (1987–1988):
• Estratégia “ponte” para instalação do SUS; 
• Apresentava certos avanços organizativos: superava a compra de serviços ao setor privado; • Os repasses eram feitos com base na Programação Orçamentária Integrada (POI) e não mais em relação a produtividade; 
• Criação dos Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde; 
• Descentralização: “ESTADUALIZAÇÃO” – poder político aos estados;
• Tudo que era do antigo INAMPS passa agora à Secretaria Estadual de Saúde; 
• Os investimentos começaram a ser direcionado ao setor público e não mais ao privado.
	Pós-Constituinte (1989 – até os dias de hoje)
A década de 90 inicia-se com a epidemia de cólera e agravamento da mortalidade por causas externas, destacando-se o predomínio dos homicídios sobre os acidentes de trânsito.
 Aprofunda-se a instabilidade econômica com a hiperinflação e crise fiscal do Estado. O governo Collor, reduziu em quase metade os recursos para a saúde. Era o “caos do SUS”!
Após o impeachment de Collor (Movimento Cara Pintada) em 1992, iniciou-se a conjuntura sanitária que permitiu retornar certos aspectos da reforma. 
• Constituição de 1988:- “Constituição cidadã” 
• Aprovação das Leis Orgânicas da Saúde – LOS: Lei 8.080/90 e Lei 8.142/90. 
• Edição da primeira Norma Operacional Básica – NOB 91 (retroage) 
• Edição da NOB 92 (não foi implementada)
Entra o Itamar Franco no governo, retoma os ideais da Reforma e publica a NOB 93.
1990 – Edição das duas Leis Orgânicas da Saúde. Organização do SUS e formas de repasse dos recursos financeiros, respectivamente. 
1991 – NOB91 retroativa nos moldes do INAMPS e PACS como um programa e que impulsionou a criação do programa de saúde da família.
1993 – NOB93 versa sobre estratificação dos Municípios em três insipientes parciais e semiplenos, em que os Municípios categorizados como semiplenos receberiam de acordo com a Lei n. 8.142/90. 
1994 – Nasce o PSF, programa de saúde da família. 
2003 – Criação do SAMU. 2006 – Portaria 399/2006 que impulsiona a regionalização do Brasil: pacto pela vida, pacto pela defesa do SUS e luta pelo financiamento adequado e justo para o sistema de saúde. 
2009 – Regulamento do SUS. 
2011 – Cria outras portas de entrada (não só atenção primária): rede de urgência e emergência, atenção psicossocial e serviço especial de acesso aberto. Mantem a atenção primária como porta de entrada preferencial do sistema.
2012 – LC 141. Fixa os percentuais mínimos de contrapartida dos Municípios e Estados, contudo não fixa do Governo Federal (gastos do ano anterior acrescido de variação nominal do PIB). Gastos com a saúde. Resolução n. 453, revoga a Resolução n. 333/2003, dispõe sobre a organização dos Conselhos de Saúde (autonomia administrativa e financeira), composta por cinco diretrizes.
2015 – EC/86 altera o art. 198 da CF/88 fixando percentual de contrapartida mínimo do Governo Federal. 
2017 – Lei 13.097 altera a Lei Orgânica no que tange a mudança no texto e permissões da participação de capital estrangeiro. Lei 13.427 institui o princípio do SUS relacionado às mulheres e vítimas de violência doméstica em geral. Há seis Portarias de Consolidação.
2017 – Portaria 2436 revogada por Consolidação em 2017 e que há alterações nos textos anexos na Portaria de Consolidação n. 2/2017 (anexo XXII). 
2019 – Modificação da forma de repasse de recurso do Governo Federal para a atenção básica. 
2020 – Nenhum NASF poderia ser criado a partir de janeiro/2020, deixando as constituições dos NASF a cargo do gestor local. 
Lei n. 14.021/2020 trata do subsistema de atenção à saúde indígena, com nova forma de financiamento para situações de emergência (COVID).
RESUMO: LINHA HISTÓRICA DO TEMPO!
• 1923 – Lei Eloy Chaves (Embrião da Previdência Social): Grandes empresas – CAP; 
• 1933 – Era Vargas: As caixas são unificadas em Instituto de Aposentadorias e Pensões – por categoria profissional. 
• Amplia a assistência para todo o operariado urbano, aqueles que trabalhavam. 
• A CAPs tinha um financiamento bipartite (empregado e empresário). Não havia participação do governo, mesmo com a criação da Lei. 
• Nos IAPs o governo oferta a gestão financeira dos Institutos. Quando o estado realiza intervenção na área financeira, nos Institutos, há a utilização desse recurso, destinado ao trabalhador, para grandes obras do governo. A previdência já nasce em crise justamente por causa disso. O Governo assume a gestão financeira, o financiamento é tripartite.• 1930 uma nova forma de organização previdenciária surge através dos IAPs: organizados por categoria profissional e com uma maior participação do componente estatal.
• As CAPs eram por grandes empresas e com uma maior participação do componente no Estado. 
• Os IAPs foram criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização e importância da categoria profissional em questão. Assim:
– Em 1933 foi criado o primeiro instituto, o de aposentadoria e pensões dos marítimos (IAPM),
– Em 1934 o dos comerciários (IAPC) e dos bancários (IAPB), 
– Em 1936 o dos industriários (IAPI), 
– Em 1938 o dos estivadores e transportadores de cargas (IAPETEL)
• 1964 – Ditadura Militar; 
• 1966 – Instituto Nacional de Previdência Social (INPS).
• 1977: Criação do (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
Organização Institucional da Saúde no Brasil
A Lei Orgânica da Saúde (Lei n. 8.080/1990) e a n. 8.142/1990, que dispõem sobre a participação da comunidade na gestão do SUS, andam juntas.
O SUS antigamente: era excludente, ou seja, as ações sociais de saúde eram limitadas a pessoas com condições financeiras ou a quem contribuía para a Previdência Social (vínculo empregatício). 
	Dicotomia: Ministério da Previdência responsável por ações de assistência e Ministério da Saúde responsável por ações de promoção e prevenção. (O Estado não era diretamente responsável por fornecer as condições de acesso ao Sistema de Saúde).
Com a CF/1988: todos os cidadãos passaram a estar inclusos na Seguridade Social, compondo, com a Previdência e com a Assistência Social, o tripé da Seguridade Social (saúde, previdência e assistência social).
- “Controle social” é um item que faz parte da Seguridade Social.
SUS não é sucessor do INAMPS e nem do SUDS.
SUS É ÚNICO, pois segue doutrina e princípios organizativos em todo o território nacional.
Sistema: é formado por várias redes de atenção (RAS).
VIII Conferência Nacional de Saúde (1986) e a Constituinte (1987 a 1988), um alto grau de consenso político veio a constituir fator decisivo para a conformação federativa do SUS. Tal consenso defendeu três teses convergentes: 
1. Gestão compartilhada nos âmbitos federal, estadual e municipal, com direção única em cada esfera de governo;
2. Descentralização que concede papel destacado à gestão municipal; 
3. Funcionamento obrigatório do controle social, por meio dos conselhos de saúde.
Princípios e Diretrizes
Universalidade: direito de todos.
Equidade (não está contemplado como princípios na lei, é um princípio doutrinário): justiça social. “Tratar desigualmente os desiguais.” Diferente de igualdade (ofertar a mesma coisa para todos).
Integralidade: é olhar o indivíduo como um todo e entender que esse indivíduo é um ser social inserido em um contexto que extrapola a condição clínica. MAIS COBRADO EM PROVA!
Hierarquização e Regionalização: Para que seja possível alcançar o princípio doutrinário da integralidade, é preciso haver uma estrutura organizada de forma hierarquizada onde os pontos são igualmente importantes. Portanto, não caia na pegadinha de que o SUS é organizado de forma piramidal. Ele é organizado de forma regionalizada, hierarquizada em níveis de complexidade crescente.
Resolubilidade: significa dizer que, de acordo com a política, a área, setor ou ação cumpriram com os objetivos específicos.
Descentralização: redistribuir o poder entre os três níveis de poder e voltado para os municípios.
Participação popular: canais de participação popular criada em todas as esferas do SUS.
Marcos Legais de Institucionalização e Regulamentação do SUS
A data de nascimento do SUS é 5 de outubro de 1988, quando foi publicada a Carta Magna, que está vigente até hoje. É a primeira Constituição a contemplar o setor Saúde. Para se ter saúde, é preciso ter acesso a um conjunto de fatores, como alimentação, moradia, emprego, lazer, educação etc. Conjunto que reitera, reforça o caráter e a necessidade de intersetorialidade
Lei n. 8.080, de 19 de setembro de 1990 – Lei Orgânica da Saúde: dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes.
Sempre quando se perguntar como o sus é organizado, a resposta será: de forma regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente. Existem vários níveis de atenção e o que os diferencia é a crescente incorporação de densidade tecnológica.
Lei Orgânica da Saúde – Lei n. 8.142/1990: trata especificamente da participação da comunidade e da forma de transferência de recursos.
O SUS conta em cada esfera de governo com as seguintes instâncias colegiadas de participação da sociedade:
• A Conferência de Saúde e 
• O Conselho de Saúde. 
Essa Conferência ocorre de quatro em quatro anos. Essa é a forma oficial de participação da sociedade. Está relacionado ao controle social.
CONSELHO DE SAÚDE 
Caráter permanente e deliberativo, órgão colegiado composto por: 
• Representantes do governo; 
• Prestadores de serviço;
• Profissionais da saúde;
• Usuário (A lei não fala como será dada a distribuição, mas coloca que 50% é dos usuários: princípio da paridade).
A Resolução n. 453/2012 destrincha como será a distribuição das outras vagas: 25% para os trabalhadores e o restante é dividido entre prestadores e representantes do Governo Brasileiro.
O Conselho atua na formulação de estratégias e no controle da execução da política de saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo. 
É importante lembrar que a reunião do Conselho no Plenário é mensal, de forma ordinária. Os conselheiros deverão receber toda a pauta e material do plenário com, no mínimo, dez dias de antecedência. Além disso, o conselho elabora e aprova e seu regimento interno.
O artigo 2º estabelece que só podem ser utilizados para financiar: despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde, seus órgãos e entidades, da Administração direta e indireta; investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional; investimentos previstos no Plano Quinquenal do Ministério da Saúde; e a cobertura das ações e serviços de saúde a serem implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal. 
É importante não esquecer que a gestão financeira do SUS é compartilhada. Uma parte do recurso vem da Seguridade Social e cai no Fundo Nacional de Saúde, que será distribuído entre Estados e Municípios, sendo que 70% dos recursos ficam para os municípios e 30% para os estados
O recurso do Fundo Nacional de Saúde vem da Seguridade Social, que por sua vez vai para o Fundo Estadual de Saúde, que envia o recurso para o Fundo Municipal de Saúde. Quando o recurso cai na conta do Governo Federal, a União repassa parte para o estado e parte para os municípios.
A Lei n. 8.142/1990 não deixa claro quanto seria a contrapartida dos estados e municípios. No ano 2000, a LC n. 29/2000 busca fixar um valor mínimo de contrapartida. Isso somente ocorreu em 2012, com a publicação da Lei Complementar n. 141, que fixa os percentuais mínimos dos municípios e dos estados: 15% dos municípios e 12% dos estados. A União não fixou percentual mínimo naquele momento de 2012. Somente em 2015 que o valor percentual é fixado, através da alteração do artigo 198 da CF.
Controle Social e Participação da Comunidade
Lei n. 8.142/1990: instâncias colegiadas de controle social, que são os conselhos permanentes e deliberativos, eles devem existir, inclusive, porque são um dos pré-requisitos para o recebimento de recursos Fundo a Fundo (recurso que vem do Governo Federal e “cai” nas contas especiais dos estados, municípios e Distrito Federal); e as conferências de saúde, que acontecem de forma ordinária a cada quatro anos.
O conselho é permanente e deliberativo. Ele existe para que a população possa participar da execução das políticas de saúde, nos aspectos econômicos e financeiros. A população participaatravés da eleição dos representantes do segmento dos usuários, que vão compor e dar o princípio da paridade, 50% da composição é destinada ao segmento dos usuários
Conferências de Saúde
Relatório Final: traz as deliberações, no formato de diretrizes, propostas e moções, buscando subsidiar a gestão e favorecer o monitoramento por parte da população.
1ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1941. Tema: Situação sanitária assistencial dos estados e municípios.
2ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1950. Tema: Legislação referente à higiene e segurança do trabalho.
3ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1963. Tema: Descentralização na área da saúde.
4ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1967. Tema: Recursos humanos para as atividades em saúde.
5ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1975. Tema: Constituição do Sistema Nacional de Saúde e a sua institucionalização.
6ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1977. Tema: Controle das grandes endemias e interiorização dos serviços de saúde.
7ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1980. Tema: Extensão das ações de saúde através dos serviços básicos.
8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1986. Tema: Saúde como direito, reformulação do Sistema Nacional de Saúde e financiamento do setor. 
Grande evento fundador do SUS.
A partir de 1988, a Constituição Federal institucionalizou a participação da comunidade. Dois anos mais tarde, em 1990, foi promulgada a Lei Orgânica da Saúde, n. 8.142, que estabeleceu o prazo para realização regular de Conferências a cada quatro anos. 
9ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1992. Tema: Municipalização é o caminho. 
10ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 1996. Tema: Saúde, cidadania e políticas públicas; gestão e organização dos serviços de saúde; controle social na saúde; financiamento da saúde; recursos humanos para a saúde; atenção integral à saúde. 
11ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 2000. Tema: Efetivando o SUS: Acesso, qualidade e humanização na atenção à saúde com controle social. 
12ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 2003. Tema: Saúde, um direito de todos e dever do Estado. A saúde que temos, o SUS que queremos. 
13ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 2007.Tema: Políticas de Estado e Desenvolvimento. 
14ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 2011. Tema: Todos usam o SUS! SUS na Seguridade Social Política Pública, Patrimônio do Povo Brasileiro. Teve como eixo “acesso e acolhimento com qualidade: um desafio para o SUS”.
15ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 2015. Tema: Saúde pública de qualidade para cuidar bem das pessoas: Direito do povo brasileiro. 
16ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) – 2019. Tema: Democracia e Saúde: Saúde como Direito e Consolidação e Financiamento do SUS. 
Buscou resgatar e atualizar os eixos da 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, marco para a construção do SUS, para reafirmar seu fortalecimento. 
Esta Conferência foi realizada com o intuito de resgatar as discussões da 8ª Conferência, trazendo de volta aquilo que foi posto em 1986. 
Eixos temáticos: 
I – Saúde como direito; 
II – Consolidação dos princípios do SUS; 
III – Financiamento adequado e suficiente do SUS.
O Ministério da Saúde surge, de forma independente a partir de 1953, por força de uma Conferência de Saúde.
O Conselho teve caráter consultivo. Atualmente, ele possui caráter deliberativo. Ele não é apenas um espaço de consulta, também é um espaço de deliberação. Em 1990 ele deixa de ser consultivo e passa a ser tambééééém deliberativo.
O CNS é a instância maior de controle social dentro do SUS.
o Conselho possui autonomia: • Administrativa; • Financeira; • Dotação orçamentária.
Resolução 453/12
Diretrizes:
Instituição; 
Reformulação; 
Reestruturação; 
Funcionamento dos conselhos de saúde.
CONSELHO DE SAÚDE: Instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS), em cada esfera de Governo (obrigatório), integrante da estrutura organizacional.
O processo (diretriz) bem-sucedido de descentralização (municipalização) da saúde promoveu o surgimento de CONSELHOS LOCAIS (fortalecem a governança local).
Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde.
O PRESIDENTE será eleito entre os membros do Conselho EM REUNIÃO PLENÁRIA. (Pode ser o Secretário de Saúde, mas não que deva ser).
Vagas distribuídas da seguinte forma: por escrito e sem remuneração.
– De entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde (25%);
– De representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados, ou sem fins lucrativos (25%);
– De entidades e movimentos representativos de usuários (50%).
Obs: cargos de direção ou confiança, não podem ser representantes, pois gera conflito de interesses.
Obs.: a participação dos membros eleitos do Poder Legislativo, representação do Poder Judiciário e do Ministério Público, como conselheiros, não é permitida nos Conselhos de Saúde.
RECOMENDA-SE QUE, OS SEGMENTOS DE REPRESENTAÇÕES DE Usuários, Trabalhadores, Prestadores de serviços, ao seu critério, promovam a renovação de no mínimo, 30% de suas entidades representativas. (ou seja, a cada 2 anos). Exceto Governo!
Obs.: o Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento (autonomia financeira) e também administrativa.
O plenário do conselho de saúde se reunirá: no mínimo mensalmente, extraordinariamente e terá como base o seu Regimento Interno.
- Abertas ao público, mas a população não possui poder de voto.
A pauta e o material de apoio às reuniões devem ser encaminhados aos conselheiros com antecedência mínima de 10 (dez) dias.
Decisões: quórum mínimo (metade + 1).
Entende-se por maioria simples o número inteiro imediatamente superior à metade dos membros presentes.
Entende-se por maioria absoluta o número inteiro imediatamente superior à metade de membros do Conselho. 
Entende-se por maioria qualificada 2/3 (dois terços) do total de membros do Conselho.
AS RESOLUÇÕES SERÃO OBRIGATORIAMENTE homologadas pelo chefe do poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30 (trinta) dias, dando-se lhes publicidade oficial.
Obs.: a rede privada participa em caráter complementar.
SUS e a Constituição Federal de 1988
A Constituição Federal brasileira, promulgada em 5 de outubro de 1988, institucionalizou o Sistema Único de Saúde — SUS. A CF/1988 foi a primeira a trazer uma seção dedicada à saúde (arts. 196 a 200).
• Em 1923, nasce o embrião da previdência social do Brasil, através das Caixas de Aposentadorias e Pensões. Gestão dos empregados e empregadores (bipartite);
• Em 1933, as CAPS são unificadas em institutos. Gestão e o financiamento passam a ser tripartite (+ governo);
• Em 1953, tem-se a criação do Ministério da Saúde;
• Em 1966, nasce o Instituto Nacional da Previdência Social; 
• Em 1977, nasce o Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social; 
• Em 1978, ocorreu a Primeira Conferência Internacional de Cuidados Primários em Saúde ALMA NATA;
• Em 1981/1982, cria-se o Plano CONASP; 
• Em 1983/1984 são implementadas as Ações Integradas em Saúde, marco inicial da Atenção Primária do Brasil; 
• Em 1986, ocorreu a VIII Conferência Nacional de Saúde, que mesmo sendo a oitava, foi a primeira a contemplar a participação popular; 
• Entre 1987 e 1989, implementa-se o Sistema Único Descentralizado de Saúde. Serviu para descentralizar as políticas previstas para a Saúde na Constituição Federal; 
· 1988 – Constituição Federal: É quando o SUS é institucionalizado. Os artigos constitucionais da saúde são do 196 ao 200;
• Em 1991, cria-se a primeira Norma Operacional Básica e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde; 
• Em 1993, cria-se a Norma Operacional Básica 93; 
• Em 1994, nasce o Programa de Saúde da Família; 
• Em 2001, traz as ideias de regiões de saúde; 
• Em 2006, ocorreu o primeiro marco jurídico que não normatiza. O Pacto trabalha com prioridades inequívocas; 
• Em 2011, cria-se o Decreto n. 7.508/2011, que regulamenta a Lei n. 8080/1990; 
• Em 2015, a EmendaConstitucional n. 86/2015 altera dispositivos constitucionais. Nesse mesmo ano, é publicada a Lei n. 13.097/2015; e 
• Em 2017, é implantado o mais novo princípio constitucional voltado para o Sistema de Saúde, que trata da violência doméstica e às mulheres.
Art. 194: conceito e objetivos da Seguridade Social.
A seguridade social compreende um conjunto integrado 1 de ações de iniciativa dos PODERES PÚBLICOS e da SOCIEDADE, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Tripé da seguridade social: saúde, previdência e assistência.
Algumas bancas examinadoras chamam os objetivos de princípios.
1) Universalidade da cobertura e do atendimento.
2) Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais.
3) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços. 
4) Irredutibilidade do valor dos benefícios.
5) Equidade na forma de participação no custeio, ou seja, quem ganha mais contribui mais.
6) Diversidade da base de financiamento, preservado o caráter contributivo.
7) Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
Art. 195: trata do financiamento $.
Será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos de todas as esferas governamentais.
São contribuições sociais que fazem parte do financiamento da Seguridade Social:
I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a. a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
b. a receita ou o faturamento; 
c. o lucro;
II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas Alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre:
Aposentadoria e Pensão – Concedidas pelo regime geral de previdência social; (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019). 
Obs.: o valor que os aposentados e pensionistas recebem, nenhum valor será descontado, porque esse valor já é concedido pelo Regime Geral de Previdência Social.
III – sobre a receita de concursos de prognósticos
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
§ 2º A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela SAÚDE, PREVIDÊNCIA SOCIAL E ASSISTÊNCIA SOCIAL, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. Obs.: é preciso haver uma rubrica para cada setor.
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei,
– não poderá contratar com o Poder Público
– nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
§ 6º As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias
§ 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas diferenciadas em razão
– Da atividade econômica,
– Da utilização intensiva de mão de obra,
– Do porte da empresa ou– Da condição estrutural do mercado de trabalho,
– Sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas "b" e "c" do inciso I do caput. (Redação dada pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
Obs.: a forma de transferência para o Sistema Único de Saúde é o “Fundo a Fundo, de forma regular e automática”.
§ 11 São vedados: A moratória e o parcelamento: em prazo superior a 60 (sessenta) meses
§ 14. O segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social
– A competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 103, de 2019)
Art. 196: versa sobre o direito de todos e obrigação do Estado.
Obs.: o objetivo da política social é o de reduzir o risco de doença e de agravos.
“PROPRORE”: promoção, proteção e recuperação (nessa ordem).
Obs: A saúde está relacionada a diversos fatores, como os sociais e econômicos, em que se incluem moradia, alimentação, lazer e acesso a bens e serviços essenciais (em 2015 foi introduzida a atividade física).
Universal: para todos. Sistema Único de Saúde INCLUDENTE (100%); 
Igualitário: sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie (sem discriminação).
Obs: Igualdade é fazer tudo igual para todos. Equidade é tratar os diferentes de forma diferenciada.
Art. 197: regulamentador
São de relevância pública as ações e serviços e saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua Regulamentação, Fiscalização e Controle (REFICO), devendo sua execução ser feita:
– Diretamente ou por meio de terceiros e, também
– por pessoa física ou jurídica de direito privado.
Art. 198: organização do SUS! CAI MUITO EM PROVA
Rede REGIONALIZADA e HIRARQUIZADA.
Diretrizes/princípios:
I – descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II – atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 
III – participação da comunidade.
– Atenção primária: “encaminhamento” (Ex: Unidades de saúde da família)
– Atenção Secundária: área das especialidades.
–Atenção Terciária: área hospitalar, de urgência, clínicas médicas cirúrgicas, hospitais universitários. 
O que diferenciam os níveis são as densidades tecnológicas.
Obs.: as UPA transitam entre as primárias e secundárias.
Obs.: o recurso da Seguridade Social contempla o Fundo Nacional de Saúde, que distribuirá para os Estados, DF e Municípios.
RECURSOS MÍNIMOS NA SAÚDE
– União: a receita corrente líquida do respectivo exercício financeiro, não sendo inferior a 15%
– Estados: no mínimo 12% da receita de sua competência
– Municípios: no mínimo 15% da receita de sua competência.
– Distrito Federal: 12% a 15% das receitas de competência estadual e municipal, respectivamente.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
Art. 199: iniciativa privada
Livre à iniciativa privada.
§ 1º As instituições privadas poderão 
• Participar de forma complementar do sistema único de Saúde, segundo diretrizes deste 
• Mediante contrato de direito público ou convênio 
• Tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.
§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. 
O SUS não pode injetar dinheiro na rede privada, é uma proibição explícita, sem exceções. 
§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos casos previstos em lei.
A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de transplantes, pesquisa e tratamento, bem como coleta, processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo vedado todo tipo de comercialização.
Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei: 
I – controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde e participar da produção de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;
II – executar as ações de vigilância sanitária e epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador; 
III – ordenar a formação de recursos humanos na área de saúde;
IV – participar da formulação da políticae da execução das ações de saneamento básico. Caso o comando da questão diga que cabe ao SUS formular a política e a execução das ações de saneamento básico, considere como uma questão ERRADA.
V – incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento científico e tecnológico e a inovação;
VI – fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas para consumo humano.
VII – participar do controle e fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos; 
VIII – colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho
Decreto 7.508/11
Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados, com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde; 
Ex.: 4 municípios limítrofes com as mesmas características formam uma região de saúde.
Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo de colaboração firmado entre entes federativos com a finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos necessários à implementação integrada das ações e serviços de saúde;
Para cada região de saúde, há um COAP. Se há 10 regiões de saúde em 1 estado, há 10 COAP.
III – Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à saúde do usuário no SUS; 
Obs.: por muito tempo, a porta de entrada é a atenção primária. O decreto traz outras portas de entrada, mas a atenção primária continua sendo a porta de entrada preferencial do sistema, por estar localizada mais próxima da população e do povo, logo consegue criar vínculo longitudinal, garantindo que os usuários procurem primeiro a atenção primária. No entanto, outras portas de entrada foram criadas pelo decreto.
 IV – Comissões Intergestores - instâncias de pactuação consensual entre os entes federativos para definição das regras da gestão compartilhada do SUS; 
Obs.: não é de participação e controle social. São formadas por gerstores do SUS. Atualmente, há 3 comissões: CIR, CIB e CIT. Toda a discussão dentro das comissões não são por votação, por isso são chamadas de instâncias de pactuação consensual. Se há uma situação que vai lidar com qualquer situação nacional, será pactuada pela CIT, se for do estado, será pela CIB e a CIR é para garantir governança regional por conta da criação das regiões de saúde.
V – Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a capacidade instalada existente, os investimentos e o desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do sistema;
Obs: O mapa também vai ser utilizado para fins de planejamento, mas ele não é um instrumento do Planeja SUS. É um instrumento para o planejamento, mas terá que contemplar também a rede privada contratada em caráter complementar e a rede privada que não é contemplada, já que está última poderá fazer parte do SUS quando o espaço do território não tiver estabelecimentos suficientes do SUS para garantir a integralidade.
Rede de Atenção à Saúde: com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à saúde.
Obs.: não é obrigatório o uso da iniciativa privada, mas é para complementar a assistência.
Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT a que se refere o inciso I do art. 30.
Obs: Muitas provas trazem que o estado vai determinar. O estado define as regiões, mas tem como base o diálogo e a participação dos municípios.
§ 2º A instituição de Regiões de Saúde situadas em áreas de fronteira com outros países deverá respeitar as normas que regem as relações internacionais. 
Obs.: é uma obrigação.
Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo, ações e serviços de:
I – atenção primária; 
II – urgência e emergência; 
III – atenção psicossocial; 
IV – atenção ambulatorial especializada e hospitalar; e 
V – vigilância em saúde.
Obs.: sem um deles não se forma região de saúde, no entanto não são todos os municípios que têm as ações e serviços de saúde, é o conjunto dos municípios que deve ter esse conjunto mínimo de ações e serviços de saúde.
Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as transferências de recursos entre os entes federativos.
Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores. 
Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes elementos em relação às Regiões de Saúde: 
I – seus limites geográficos; 
II – população usuária das ações e serviços; 
Obs.: quantidade da população, perfil demográfico, perfil epidemiológico. 
III – rol de ações e serviços que serão ofertados; e 
IV – respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e escala para conformação dos serviços. 
Obs.: o estado articula uma região de saúde e assina um contrato autorizativo. Cada município que compõe essa região vai assinar o contrato. Se um município fere o que foi pactuado no contrato, ele vai ter muito mais chance de cobrar o que disse que ia fazer, porque estava no contrato autorizativo da ação pública.
Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas Redes de Atenção à Saúde os serviços: 
I – de atenção primária; 
II – de atenção de urgência e emergência; 
III – de atenção psicossocial; e 
IV – especiais de acesso aberto.
Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de saúde, considerando as características da Região de Saúde
Lei Orgânica da Saúde 8.142/90 - dezembro
A Lei Orgânica da Saúde n. 8.142/1990 é a segunda lei orgânica. Foi instituída devido aos vetos que a Lei n. 8.080/1990 sofreu no governo de Fernando Collor de Mello, e trata de dois grandes temas: o controle social (participação da comunidade) e as transferências intergovernamentais de recursos financeiros. 
As duas instâncias colegiadas de participação social ou controle social são os conselhos de saúde, que são permanentes e deliberativos, e as conferências de saúde, que acontecem a cada quatro anos, ou em necessidade pode adiantar o prazo.
- sem prejuízo do Poder Legislativo.
- A convocação da Conferência de Saúde é feita, ordinariamente, pelo Poder Executivo.
Conferência de Saúde: Para avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de saúde nos níveis correspondentes.
Conselho de Saúde
Recursos serão destinados, pelo menos 70% aos Municípios e o restante aos Estados.
RESUMO
• 1923 – CAPs: Marco inicial da previdência Social no Brasil. Criadas pela Lei Eloy Chaves. Momento inicial em que o Estado assume a responsabilidade pelas ações de saúde dos trabalhadores. A gestão era feita pelas empresas e empregados. Excludente. 
• 1933 – Unificação das CAPs em IAPs (Institutos de Aposentadorias e Pensões). Passam a ser por categoria profissional e sua gestão era tripartite: governo (gestão financeira), empregadores e empregados. Também tinha formato excludente. 
• 1953 – Criação do Ministério da Saúde – O foco de ação eram ações e programas de saúde, incluindo vacinação e o controle de endemias/epidemias – ações de promoção e prevenção. 
• 1966 – Unificação dos IAPs e criação do Instituto Nacional da Previdência Social – INPS. Ratifica a dicotomia entre a prevenção e a assistência à saúde.Sistema EXCLUDENTE, só tinham acesso os trabalhadores formais (previdenciários/contribuintes). 
• 1977 – Criação do Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS: responsável pela assistência médica dos previdenciários. EXCLUDENTE
• 1978 – Primeira Conferência Internacional de Cuidados Primários em Saúde, aconteceu em Alma-Ata e foi um marco na Atenção Primária em todo mundo. Impulsionou mudanças na organização do sistema de saúde no Brasil. 
• 1982 – Criação do CONASP – Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária (CONASP), em 1982, a partir do qual foi implementada a política de Ações Integradas de Saúde (AIS), em 1983. Estas constituíram uma estratégia de extrema importância para o processo de descentralização da saúde. 
• 1983/84 – Implementação das AIS (Ações Integradas em Saúde) como componente originalmente subalterno do Plano do CONASP e como redefinição democratizante de uma política racionalizadora que passou a ter mais espaço com o avanço das lutas democráticas.
• 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde – Sendo a primeira a permitir a participação popular. Pode ser considerada o maior marco do movimento sanitário. Seu relatório tem caráter importante na construção de um sistema de saúde para todos.
• 1988 – Promulgação da Carta Magna de 1988, a primeira a contemplar o SETOR SAÚDE em seus artigos: 196 ao 200 – Institucionaliza o SUS. 
• 1987/89 – Criação do SUDS – Sistema Único Descentralizado “estadualização” da Saúde. Teve grande importância de Saúde. Conhecido como estratégia ponte ou no processo de Descentralização das ações e serviços de saúde. 
• 1990 – Edição das Leis Orgânicas da Saúde: Lei n. 8.080/1990 (dispõe sobre a organização do SUS) e Lei n. 8.142/1990 (dispõe sobre o controle social e o financiamento do SUS). 
• 1991 – Edição da primeira Norma Operacional Básica – NOB 91 – Retroage e possui características centralizadores. O PACS (Programa de Agentes Comunitários) é criado e a atenção básica começa a ganhar importância no Sistema de Saúde. 
• 1993 – Edição da segunda Norma Operacional Básica – NOB 93 – Traz formas de habilitação dos municípios, estratificando o grau de autonomia destes. Os municípios poderiam ser classificados em: incipientes, parciais e semiplenos. 
• 1994 – Criação do Programa Saúde da Família. Grande avanço para a Atenção Básica no Brasil.
• 1996 – Edição da terceira Norma Operacional Básica – NOB 96. Institui o Piso da Atenção Básica e fortalece a descentralização e a Atenção Básica, incentivando financeiramente os municípios a estruturar a rede, através da Atenção Básica e da Saúde da Família. Habilita os municípios em Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal. 
• 2000 – Emenda Constitucional n. 29 de 2000 – Traz a importância da fixação de valores mínimos para o financiamento do SUS. Somente em 2012, a Lei n. 141/2012 traz em seu texto os valores mínimos para aplicação de recursos próprios, pelos estados, DF e municípios, no setor da saúde. 
• 2001 – Edição da primeira Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS 2001 – Esta NOAS-SUS atualiza a regulamentação da assistência, considerando os avanços já obtidos e enfocando os desafios a serem superados no processo permanente de consolidação e aprimoramento do Sistema Único de Saúde. 
• 2002 – Edição da segunda Norma Operacional de Assistência à Saúde – NOAS 2002 – Esta NOAS-SUS assegura a manutenção das diretrizes organizativas definidas pela NOAS-SUS n. 01/2001, procura oferecer as alternativas necessárias à superação das dificuldades e impasses oriundos da dinâmica concreta de sua implementação. 
• 2006 – Divulgação do Pacto pela Saúde através da Portaria n. 399/2006. O Pacto é composto por 3 componentes, cada um traz prioridades para todas as esferas de governo: Pacto em Defesa do SUS (repolitização), Pacto pela Saúde (prioridades inequívocas a todos os gestores) e Pacto de Gestão (gestão compartilhada). 
• 2009 – Publicação do Regulamento da Saúde através da Portaria n. 2.048/2009, cria o Regulamento do SUS, revoga a Portaria n. 399/2006. 
• 2011 – Publicação do Decreto n. 7.508/2011 – Regulamenta a Lei Orgânica n. 8.080/1990. Traz conceitos importantes e fortalece a regionalização através da Instituição de Regiões de Saúde – o que garante a INTEGRALIDADE da assistência em saúde. 
• 2011 – Publicação da Nova Portaria da Atenção Básica – PNAB. 
• 2012 – Sancionada a Lei Complementar n. 141/2012, que traz em seu texto os percentuais mínimos a serem investidos pelas esferas de governo nas ações e serviços de saúde. Deixa claro, em seu texto, quais são as ações e serviços de saúde.
• 2015 – Emenda Constitucional n. 86/2015 – Altera o art. 198 da Constituição Federal, deixando claro o valor mínimo a ser investido pelas esferas de governo. Deixa claro o valor mínimo de 15% para a União – recursos próprios. 
• 2015 – Publicação da Lei n. 13.097/2015 – Altera o art. 23 da Lei Orgânica da Saúde n. 8.080/1990 – passando a ser permitida a participação direta e indireta de capital estrangeiro na assistência à saúde no Brasil. Inclui o art. 53-A na citada LOS. 
• 2017 – Publicação da Lei n. 13.427/2017 – Altera o art. 7º da Lei n. 8.080/1990, incluindo mais um princípio.
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE
São instrumentos padronizados de monitoramento e coleta de dados. Esse sistema de monitoramento antecede a ação que melhor atenta a sociedade, subsidiando a tomada de decisão nos níveis municipais, estaduais e federal.
- Científico!
Deve assegurar a avaliação permanente.
Três matérias primas: dados, conhecimento e informação.
Informações que podem ser obtidas através do SIS: 
• Indicadores de Saúde. 
• Assistência à Saúde (internação hospitalar, produção ambulatorial, imunização, saúde da família, vigilância alimentar e nutricional). 
• Vigilância Epidemiológica e Morbidade (morbidade hospitalar do SUS, doenças de notificação, estado nutricional e outros agravos). 
• Rede Assistencial (informações do Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde – CNES). 
• Estatísticas Vitais (natalidade, mortalidade, câncer); Demográficas e Socioeconômicas (população, educação e saneamento). 
• Inquéritos e Pesquisas. 
• Saúde Suplementar.
Qual o papel de um SIS: Organizar a produção de informações compatíveis com as necessidades dos diferentes níveis, garantindo uma avaliação permanente das ações executadas e do impacto destas sobre a situação de saúde.
SISPRENATAL – SISTEMA DE ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE
Planejamento, acompanhamento e avaliação.
O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento está estruturada nos seguintes princípios: 
• Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério; 
• Toda gestante tem direito de ter assegurado o acesso à maternidade em que será atendida no momento do parto, bem como de saber qual será essa maternidade; 
• Toda gestante tem direito à assistência no parto e no puerpério, realizada de forma humanizada e segura, de acordo com os princípios gerais e condições estabelecidas na prática médica; 
• Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de forma humanizada e segura. A humanização do pré-natal abrange também o puerpério e o acompanhamento do recém-nascido. 
Esses requisitos mínimos consistiram em: 
• Início precoce do acompanhamento pré-natal; 
• Mínimo de seis consultas; 
• Imunização contra o tétano – atualmente, há a vacina DTPA, acelular, que a cada ges1 5 m tação deve ser administrada; 
• Duas rotinas de exames básicos (incluindo sorologias para HIV e sífilis) e; 
• Consulta puerperal até 42 dias. Note que atualmente existem as testagens rápidas para Sífilis, HIV, Hepatite B e Hepatite C, que devem ser feitas logo na primeira consulta.
Quando se trata de rede, sempre deve haver o sistema logístico, que diz respeito ao transporte sanitário e à regulação.
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