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Direito Tributário Constitucional - Maurício Andreioulo - 2013 01

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DIREITO TRIBUTÁRIO CONSTITUCIONAL.
PROF. MAURÍCIO ANDREIOULO - CURSO FÓRUM TV.
1ª e 2ª AULA: 01.03.2013.
Primeiramente devemos sempre ter em mente a natureza jurídica dos institutos, que é 
o lugar que o instituto ocupa dentro do ordenamento jurídico.
O Direito Tributário é um direito de justaposição, de forma que toma por empréstimo 
institutos de outros ramos do direito.
OBS.: Incide IR (art. 43 do CTN) no contrato de Hedge1? Apesar de não saber o que 
é este contrato, devemos ir para a base. A base é o IR. Qual é o fato gerador do IR na 
base? É a renda e o art. 43 do CTN define seu fato gerador, que é o acréscimo de 
patrimonial. A pergunta é a seguinte: o contrato de hedge acarreta acréscimo 
patrimonial? Se sim, incidirá IR, caso contrário não.
BIBLIOGRAFIA:
• Curso de Direito Tributário do Ricardo Lobo Torres. Ed. Renovar.
• Curso de Direito Tributário – Hugo de Brito Machado – ed. Malheiros.
• Compêndio de Legislação Tributária – Rubens Gomes de Souza.
• Introdução ao Direito Tributário – Amílcar de Araújo Falcão.
• Curso de Direito Constitucional Tributário – Roque Antonio Carraza
• Direito Tributário Brasileiro – Luciano Amaro (não cobre todo o programa e 
por possuir opiniões particulares gera problemas para alunos iniciantes)
• Direito Tributário Brasileiro – Aliomar Baleeiro.
• Comprar algum CTN comentado. (o do Leandro Paulsen é excelente, o da RT é 
excelente não comprar o da Forense)
• Teoria Geral do Direito Tributário – Alfredo Augusto Becker
• O Direito e a Vida dos Direitos – Vicente Rao.
• Jurisprudência
O direito tributário está diretamente ligado à atividade financeira do Estado.
O que se entende por atividade financeira do Estado (Aliomar Baleeiro)? É toda 
a atividade executada pelo Estado com objetivo de captar, gerir e gastar 
recursos, provendo as necessidades públicas.
1 A palavra "hedge" pode ser entendida como "proteção". Hedge é uma operação que tem por finalidade proteger o 
valor de um ativo contra uma possível redução de seu valor numa data futura ou, ainda, assegurar o preço de uma dívida 
a ser paga no futuro. Esse ativo poderá ser o dólar, uma commodity, um título do governo ou uma ação. Os mercados 
futuros e de opções possibilitam uma série de operações de hedge. Por exemplo, através de mercado futuro de dólar 
(negociado na BM&F), uma entidade que possui dívidas em dólar pode reduzir o risco de uma perda provocada por 
uma elevação da cotação da moeda norte-americana, desde que compre contratos futuros de dólar em valor equivalente 
à sua dívida. Proteções semelhantes podem ser feitas para reduzir riscos de outros mercados, com taxas de juros, bolsas 
de valores, contratos agrícolas e outros, dependendo das necessidades da instituição que está à procura do hedge.
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OBS.1: necessidade pública se confunde com coletiva? Toda necessidade pública é 
coletiva, mas nem toda necessidade coletiva é pública. A resposta é: não 
necessariamente.
OBS.2: quantos são os objetos da atividade financeira? São três os objetos da 
atividade financeira (captar, gerir e gastar).
OBS.3: qual o ramo do direito que regula a atividade financeira do Estado? O Direito 
Financeiro é o ramo do Direito Público que juridiciza a atividade financeira, não 
se confundindo com o fenômeno da ciência das finanças, que é o ramo da 
economia política responsável pela análise da atividade financeira.
►A variação do dólar influenciando no II é um tema de direito financeiro ou de 
ciência das finanças? Ciência das finanças.
►A variação do dólar antes e depois da importação afeta o quantum debeatur 
(elemento quantitativo) do fato gerador? (ex. importei uma Ferrari num dólar a 2 
reais, quando ela chega no Brasil, o dólar era 10 reais, o que vou pagar?). Trata-se de 
tema afeto a Direito financeiro. Ver art. 1432 do CTN, que determina que incida o 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
A atividade financeira pode ter um aspecto metajurídico da economia política ou 
pode ter um aspecto jurídico strictu sensu do Direito Financeiro.
Quantos são os objetos de estudo do Direito Financeiro? Segundo Aliomar Baleeiro 
são 5:
• Receita pública;
• Despesa pública;
• Crédito público;
• Orçamento público;
• Processo fiscal .
A ideia de Baleeiro era destacar o direito financeiro do direito público, conferindo-lhe 
autonomia. Ocorre que tal tese não é gabarito de provas hoje.
Com isso, na atualidade a doutrina entende que o Direito Financeiro possui 4 objetos 
de estudo, ressalvando a figura do processo fiscal3. 
Hoje a doutrina insere o processo fiscal não como um objeto autônomo de estudo no 
direito financeiro, pois para a doutrina atual tal se insere na Teoria Geral do Processo 
e não como objeto autônomo de estudo do direito financeiro.
2 Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no 
lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação.
3 Ver STJ – CPC e Lei de Execução Fiscal – “Teoria do Diálogo das Fontes” – veremos que o STJ tem aplicado o CPC 
junto a LEF na problemática penhora eletrônica e da penhora online.
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Receita Pública:
Ver aula de Direito Financeiro – Lei 4.320/64.
Nosso curso é de direito tributário, mas é preciso que saibamos a diferença:
Receita pública versus Ingresso ou Entrada ou Movimento de Fundo ou 
Movimento de caixa: (noções de Baleeiro) Ingresso é todo e qualquer recurso que 
adentra aos cofres do Estado, vinculado (ou não) a uma despesa anterior; 
condicionado (ou não) à devolução futura; de forma permanente ou temporária. O 
ingresso é tudo.
Receita Pública é todo recurso que adentra aos cofres do Estado de forma 
desvinculada a despesas anteriores, incondicionada (à devolução) e permanente, 
aumentando as suas divisas. Com isso se tem que a receita pública agrega valor novo 
as divisas do erário. A receita está contida no ingresso. Podemos dizer que a receita 
é um ingresso qualificado.
Questões:
►Qual natureza jurídica dos Royalties do Petróleo? (duas vezes prova do MPF). Ver 
art. 20 § 1º4 da Constituição. Receita Pública, pois se trata de recurso que adentra aos 
cofres do Estado, agregando valor novo às divisas do erário, desvinculados de uma 
despesa anterior, não estando condicionados à devolução futura. O STF já decidiu 
que esta é a natureza jurídica dos Royalties do Petróleo.
►Qual a natureza jurídica do Empréstimo Público? É um ingresso, porque é um 
contrato que exige e pressupõe devolução futura (o valor agregado não será 
permanente, pois está condicionado à devolução futura).
►Qual a natureza jurídica da reparação por dano causado ao meio ambiente? 
Ingresso. A reparação ambiental, teoricamente, é ingresso, pois o dinheiro que 
adentra com esta finalidade, está vinculada à reposição do status quo ante, no que 
toca ao meio ambiente.
Receita Pública Originária versus Receita Pública Derivada :
Receita Pública Originária – é aquela captada pelo Estado que, despindo-se do seu 
poder de império, explora economicamente o seu próprio patrimônio deixando 
prevalecer as regras de direito privado.
Receita Pública Derivada – é aquela captada pelo Estado que lançando mão do seu 
poder de império, explora coercitivamente o patrimônio alheio deixando 
prevalecer as regras do direito público.
São conceitos inversamente proporcionais.
4 Art. 20. § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos 
da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos 
hídricos para fins de geração deenergia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, 
plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa 
exploração.
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Questões:
►Qual natureza jurídica dos Royalties do Petróleo? Já sei que é uma receita. Preciso 
saber se é originária ou derivada... É receita pública originária. Isso porque, o Estado 
na qualidade de particular explora seu próprio patrimônio à luz das regras do direito 
privado. Repartição é direito público, mas não exploração.
►Qual a natureza jurídica dos juros compensatórios? Aqui devemos ter calma. O 
direito tributário é um direito de justaposição... No âmbito da teoria geral do direito 
privado, os juros são frutos civis, porque decorrem de um fato jurídico. Junto da 
Administração estes aparecem nos contratos quando a Administração é credora. No 
caso juros compensatórios têm natureza de receita pública originária.
►Qual é a natureza jurídica da multa penal? Qual é a natureza jurídica do art. 515 do 
CP? É uma receita pública derivada, pois o Estado atua lançando mão do seu 
poder de império, explorando coercitivamente o patrimônio alheio através da 
prevalência de regras do direito público, sem que haja vinculação a uma despesa 
anterior e sem que haja condicionamento à devolução futura.
Quem tem legitimidade para deflagrar a execução, cobrar o art. 51 do CP? Lei de 
Execução Fiscal! A multa é dívida de valor e como tal será cobrada e executada nos 
termos da LEF – Lei 6.830/90. Portanto a legitimidade ativa é da Fazenda Pública 
e não do Ministério Público, apesar de este ser o titular da ação penal e promover a 
persecutio criminis em juízo.
O PGR já ajuizou uma ADI contra o art. 51 do CP, arguindo que como a persecutio 
criminis compete ao Ministério Público, competiria a tal a execução da multa. Ocorre 
que não houve pronunciamento sobre tal, de modo que o art. 51 do CP está vigendo 
(ver aula de processo penal, especialmente a noção intrascendência da pena).
►Qual a natureza jurídica da multa de trânsito? É uma receita pública derivada.
►Qual é a natureza jurídica do dano moral coletivo? (ainda não é um instituto que 
tenha grande repercussão na jurisprudência). É um ingresso, pois é um recurso 
vinculado a uma despesa anterior, a indenização dano moral. Toda vez que se falar 
em indenização não há acréscimo patrimonial, logo há uma vinculação a uma despesa 
anterior.
Quantos são os objetos de Estudo do Direito Financeiro? Cinco numa visão clássica e 
quatro numa prova de múltipla escolha.
Três são as diferenças entre despesa pública originária e a despesa pública derivada.
5 Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as 
normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e 
suspensivas da prescrição.
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TRIBUTO:
Ver art. 3º do CTN, onde temos a definição de tributo.
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor 
nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e 
cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Qual a natureza jurídica do Tributo?
Qual é o lugar que a prestação pecuniária ocupa no ordenamento jurídico? Devemos 
nos remeter à noção de justaposição... Prestação é um instituto do direito civil 
obrigacional.
Vínculo através do qual uma pessoa pode exigir da outra uma prestação, que se 
descumprida pode ser convolada em pecúnia
1. Qual a natureza jurídica do Tributo? Toda prestação pecuniária (compulsória). 
Obrigação de dar coisa certa (dinheiro, pecuniária). É também Receita pública 
derivada.
A natureza jurídica do tributo é híbrida, tratando-se de uma receita publica 
derivada exteriorizada sob a forma de obrigação de dar coisa certa*.
*A continuar...
2. Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir.
 ↓
Ver art. 143 (moeda estrangeira) e 1626 (forma de pagamento) do CTN.
Ver art. 156, XI 7 do CTN .
Qual é a interpretação que se dá à expressão: Em moeda ou cujo valor nela se possa 
exprimir? Para uma 1ª tese, a interpretação é literal e restritiva. O pagamento do 
tributo far-se-á em moeda – nesta linha de raciocínio o CTN autoriza apenas a 
indexação do valor do tributo a uma unidade fiscal de referência, isto é, a um índice 
financeiro. Ex.: UFIR, TR, OTN. A ideia força está em prevenir e reprimir o trabalho 
cativo. Há uma 2ª tese, pela qual a segunda parte da expressão admite o pagamento in 
natura, em espécie (não usar – nenhum doutrinador acata esta tese, mas para um 
6 Art. 162. O pagamento é efetuado:
 I - em moeda corrente, cheque ou vale postal;
 II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico.
 § 1º A legislação tributária pode determinar as garantias exigidas para o pagamento por cheque ou vale postal, 
desde que não o torne impossível ou mais oneroso que o pagamento em moeda corrente.
 § 2º O crédito pago por cheque somente se considera extinto com o resgate deste pelo sacado.
 § 3º O crédito pagável em estampilha considera-se extinto com a inutilização regular daquela, ressalvado o 
disposto no artigo 150.
 § 4º A perda ou destruição da estampilha, ou o erro no pagamento por esta modalidade, não dão direito a 
restituição, salvo nos casos expressamente previstos na legislação tributária, ou naquelas em que o erro seja imputável à 
autoridade administrativa.
 § 5º O pagamento em papel selado ou por processo mecânico equipara-se ao pagamento em estampilha.
7 Art. 156. Extinguem o crédito tributário: XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições 
estabelecidas em lei.
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raciocínio, devemos saber a posição). Percebe-se que não há uma vedação expressa 
quanto ao pagamento em espécie. A dação em pagamento é genericamente aceita...
Temos também uma 3ª tese: há regra e exceção. Regra geral o pagamento do tributo 
se dará em dinheiro, excepcionalmente o pagamento será feito in natura através do 
fenômeno da dação em pagamento, quando o devedor oferece ao credor uma 
prestação diferente daquela que foi originalmente pactuada. 
Antes do advento da Lei Complementar nº 104 de 2001 a doutrina (Roque Carraza) 
entendia que dação em pagamento poderia se dar através da oferta de bem móvel ou 
imóvel, na forma da lei. 
Com o advento da LC 104/2001 (art. 156 XI do CTN) ficou claro que a dação em 
pagamento extinguirá o crédito tributário se implementada uma dupla condição: 1ª. 
Existir expressa previsão na lei; 2ª. Se tratar de bem imóvel8.
OBS.: acompanhar STJ nos índices financeiros.
3. que não constitua sanção de ato ilícito
O prof. traz aqui uma pergunta básica: é correto afirmar que o tributo pode incidir 
sobre a prática de um ato ilícito?
O prof. lembra de uma grande ação que foi realizada no RJ, onde se apurou a renda 
auferida pelos ‘bicheiros’, o que desencadeou uma ação penal pela sonegação fiscal 
de IR. Cogitou-se que tal seria sanção de ato ilícito, mas não é!
Novamente: é correto afirmar que o tributo pode incidir sobre a prática de um ato 
ilícito? Sim, desde que a prática do ilícito se confunda com o fato gerador da 
obrigação tributária. 
Ex.: extorsão mediante sequestro – a renda auferida pelo criminoso perfaz o fato 
gerador do IR (art. 43 do CTN). Não declarando a renda criminosa, responderá pelo 
crédito tributário omitido (princípio do pecúnia non olet).
A prática de ilícito gera sima cobrança de tributo, porém o tributo não poderá 
servir como sanção. O tributo não é um instrumento para penalizar o particular, 
mas sim uma ferramenta para arrecadar receita. Este é o espírito do art. 3° do 
CTN.
Questão de alto nível: o Direito Tributário admite o fenômeno da ‘sanção politica’? 
O prof. afirma que tal é de alta indagação, pois devemos ir para a jurisprudência do 
STF. Sanção política é o caso, de, por ex., o município impedir o contribuinte de 
lavrar nota fiscal enquanto não pagar o tributo. Temos, pois, que se entende por 
sanção política a medida adotada pelo Fisco para constranger, indiretamente, o 
sujeito passivo da obrigação tributária ao recolhimento do tributo devido, sem 
observar os atributos do devido processo legal (proporcionalidade e razoabilidade – 
8 Há polêmica: STF (só bem imóvel) versus Ricardo Lobo Torres e Luciano Amaro (bens móveis e imóveis) – iremos 
aprofundar quando do estudo da dação em pagamento.
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ver STF). Ou seja, o Fisco exige do contribuinte um tributo devido, sem que se 
observe o devido processo.
Porque a sanção política é inconstitucional? Na linha da jurisprudência do STF a 
sanção política é um constrangimento ilegítimo, uma penalização que viola diversos 
direitos e garantias fundamentais: legalidade, isonomia, livre iniciativa, livre 
concorrência, liberdade do exercício da profissão e a razoabilidade/proporcionalidade 
(ver art. 5º XIII e LIV da CF/88 c/c art. 170 IV e 173, todos da CF/88 c/c art. 150 I e 
II da CF/88).
O tributo não poderá servir com sanção política, o tributo não é um instrumento para 
penalizar o particular; mas sim uma ferramenta para arrecadar receita.
OBS.: o fenômeno da sanção politica não é definido a priori, portanto, cada caso é 
um caso (caso Souza Cruz: esta não entregou ao Fisco documentos necessários à 
fiscalização, que revogou seus benefícios fiscais. Foi-se ao STF e se entendeu pela 
inconstitucionalidade da sanção política, mas também se entendeu que no caso não 
houve sanção política, pois não houve cooperação com o Fisco, para viabilizar o 
advento da verdade real, de modo que poderia também o Fisco deixar de beneficiar, 
num jogo de isonomia), temos, pois, que a sanção política é um conceito, mas ele não 
é aplicado a priori. Cada caso é um caso e irá depender das provas e circunstâncias.
1. instituída em lei
Orozimbo Nonato traz uma divisão da obrigação em ex voluntate e ex lege. Pelo art. 
3º do CTN, o tributo é instituído em lei. 
Com isso: a natureza jurídica do tributo é híbrida, tratando-se de uma receita 
pública derivada exteriorizada sob a forma de obrigação ex lege, de dar coisa 
certa.
Na regra generalíssima, o direito tributário é EX LEGE.
4. cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada
Ver art. 142, § único9 do CTN (princípio da vinculação do lançamento). Podemos 
dizer que isso se dá porque o tributo tem uma natureza híbrida e é uma receita pública 
derivada, e a partir da justaposição, podemos afirmar que o tributo é um bem público 
e como tal há a presunção de indisponibilidade, que só pode ser afastada por lei. Se 
há indisponibilidade, há vinculação. Para o prof. esta é uma argumentação, mas não é 
a mais sofisticada.
Qual a diferença entre o Direito Tributário Penal e o Direito Penal Tributário??
9 Art. 142. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de 
responsabilidade funcional.
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Direito Tributário Penal é o ramo do direito tributário que regula os ilícitos 
meramente fiscais. Direito Penal Tributário é o ramo do direito penal que tipifica 
crimes relacionados à tributação. Diferenças:
• Não resumir o tema nos crimes contra ordem tributária, pois há diversos crimes 
ligados à tributação que estão previstos mesmo no CP. Com isso, não esquecer 
da subsidiariedade do Código Penal e da legislação extravagante.
• O Direito Tributário Penal comina pena patrimonial (regra geral multa, e em 
alguns casos, perdimento). O Direito Penal Tributário comina penas 
patrimoniais e privativas de liberdade.
• O Direito Tributário Penal satisfaz-se com a responsabilização objetiva, 
enquanto o Direito Penal Tributário exige o elemento subjetivo específico, isto 
é: a intenção de praticar o ilícito (muito importante e abordado em 
jurisprudências do STJ).
O art. 136 do CP é ícone para caracterizar a responsabilidade tributária objetiva: Art. 
136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da 
legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da 
efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
No mesmo sentido o art. 161 do CTN, que legitima a responsabilidade objetiva no 
direito tributário penal: Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é 
acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem 
prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas 
de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária.
Mas o prof. afirma que devemos ‘quebrar’ essa noção.
OBS.: evitar, em prova, a utilização de estrangeirismos, mas o prof. traz a noção: de 
lege lata = na forma posta pela lei; de lege ferenda = como deveria estar postada na 
lei.
De lege lata, ou como está previsto, o CTN tutela a responsabilidade objetiva do 
sujeito passivo. O STJ, interpretando de lege ferenda o Código Tributário Nacional, 
tem mitigando a responsabilização objetiva do sujeito passivo, exigindo como regra 
geral a demonstração da intenção de fraudar, por parte do fisco. Isto é a 
jurisprudência do STJ tem desenvolvido a figura do Direito Tributário Penal 
Subjetivo.
Temos, pois, que os artigos 136 e 161 do CTN continuam em vigor, mas há uma 
mitigação pelo STJ, como dito acima. Atenção, pois a jurisprudência está oscilando e 
em construção.
QUESTÕES:
1ª. O inadimplemento da obrigação tributária acarreta, por si, a responsabilização 
pessoal do sócio gerente? A jurisprudência do STJ é pacífica no sentindo de afirmar 
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que o mero inadimplemento não acarreta a responsabilização do sócio porque não há 
ali ato ilícito, mas sim descumprimento de obrigação legal. Ou seja, o STJ é 
subjetivista, de modo que se deve vislumbrar a intenção de fraudar, que não se 
equipara à impossibilidade de pagar.
2ª. É correto afirmar que todo sócio poderá vir a ser pessoalmente responsabilizado 
pela prática de ato ultra vires? Não, apenas sócio com poder de gestão, porque a 
responsabilidade tributária decorrente da prática de ilícito é subjetiva, exigindo a 
demonstração da intenção de fraudar, ao lado da possibilidade de agir. 
3ª. Poderá o fisco promover o redirecionamento automático junto ao sócio gerente 
na hipótese de não encontrar a pessoa jurídica ou bens a penhorar? O 
redirecionamento é um fenômeno incidental da execução fiscal e ocorre e o 
automático ocorre quando o Fisco não demonstra que o sócio teve a intenção de 
fraudar. A jurisprudência admite o redirecionamento automático? Regra geral, não 
é admitido pela jurisprudência do STJ, o juiz redirecionará o processo de execução 
fiscal para a figura do sócio gerente apenas se o Fisco demonstrar a intenção de 
fraudar. Ou seja, o Fisco pedirá a suspensão do processo para que individualize a 
intenção do sócio gerente e, juntando provas da prática do ilícito, recorra ao juiz, a 
quem pleiteará o redirecionamento da execução, na forma do artigo 4º inciso V da 
LEF10.
O STJ entendeque o redirecionamento automático é um abuso do direito por parte do 
Fisco credor porque viola o princípio geral da autonomia, frente aos sócios que a 
compõem. A ideia da autonomia patrimonial da pessoa jurídica e dos sócios da 
pessoa jurídica vem desde o direito romano.
Porém, a jurisprudência do STJ admite o redirecionamento automático, mas de forma 
excepcional: 1°. Cessação irregular das atividades da empresa – acarreta uma 
presunção 11 de fraude. 2°. A mudança do domicílio do sujeito passivo sem 
conhecimento do fisco.
Nas duas hipóteses acima, o STJ admite, excepcionalmente, que se redirecione a 
execução fiscal automaticamente.
Há súmulas do STJ neste ponto.12
10 Art. 4º - A execução fiscal poderá ser promovida contra:
V - o responsável, nos termos da lei, por dívidas, tributárias ou não, de pessoas físicas ou pessoas jurídicas de direito 
privado; e
11 A presunção de fraude é absoluta ou relativa? Ponto já cobrado em prova do TJMG. Historicamente o STJ 
vislumbrava uma presunção absoluta, tendo decidido em 2012, que se trata de uma presunção relativa, ou seja, a mera 
cessação irregular das atividades da empresa não é suficiente para ativar o redirecionamento automático 
exigindo-se outras provas.
12 S. 435. Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem 
comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.
S. 430. O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a responsabilidade solidária do 
sócio-gerente.
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Questão PGM/RIO – A União Federal cessou o repasse de transferência voluntária ao 
Estado que não cumpriu as metas estabelecidas pela LRF. O Estado impugnou 
judicialmente tal restrição, tendo alegado que em 1° lugar o descumprimento havia 
ocorrido na vigência do mandato do governante anterior não reeleito; e em 2° lugar 
que o descumprimento dizia respeito a orçamento do Poder Judiciário intangível à luz 
do princípio da separação entre os poderes. Quem tem razão?
Ver art. 5º, XLV13: o STF decidiu por aplicar o princípio da intrascendência da pena 
ao Direito Financeiro e ao Direito Tributário Penal. A ideia é a de que se não foi o 
governante atual e se não foi o Poder Executivo o causador do descumprimento da 
meta, não pode da União fazer cessar o repasse.
Checar REsp nº 122379214: multa de mora tributária contra massa falida pode 
alcançar créditos anteriores a nova lei de falências. Ver art. 3º do CTN c/c 113§ 2º c/c 
18615 do CTN.
Qual é a natureza jurídica da multa tributária?
Não é tributo! A multa não tem natureza jurídica de tributo, não é obrigação tributária 
principal, não é crédito tributário e não é dívida ativa tributária (é dívida ativa não 
tributária) (é cobrada como se fosse obrigação tributária principal).
13 Art. 5°. XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação 
do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor 
do patrimônio transferido;
14 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA.
FALÊNCIA. REGIME DA LEI 11.101/2005 (FALÊNCIA DECRETADA EM 2007).
POSSIBILIDADE DE INCLUSÃO DA MULTA NA CLASSIFICAÇÃO DOS CRÉDITOS.
1. Com a vigência da Lei 11.101/2005, tornou-se possível a cobrança da multa moratória de natureza tributária da 
massa falida, tendo em vista que o art. 83, VII, da lei referida impõe que "as multas contratuais e as penas pecuniárias 
por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias" sejam incluídas na classificação dos 
créditos na falência.
2. Cumpre registrar que, em se tratando de falência decretada na vigência da Lei 11.101/2005, a inclusão de multa 
tributária na classificação dos créditos na falência, referente a créditos tributários ocorridos no período anterior à 
vigência da lei mencionada, não implica retroatividade em prejuízo da massa falida, como entendeu o Tribunal de 
origem, pois, nos termos do art. 192 da Lei 11.101/2005, tal lei "não se aplica aos processos de falência ou de 
concordata ajuizados anteriormente ao início de sua vigência, que serão concluídos nos termos do Decreto-Lei nº 7.661, 
de 21 de junho de 1945", podendo-se afirmar, a contrario sensu, que a Lei 11.101/2005 é aplicável às falências 
decretadas após a sua vigência, como no caso concreto, em que a decretação da falência ocorreu em 2007.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1223792/MS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/02/2013, 
DJe 26/02/2013)
15 Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua constituição, 
ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho. (Redação dada pela Lcp nº 
118, de 2005)
 Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
 I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de restituição, nos 
termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do bem gravado; (Incluído pela Lcp 
nº 118, de 2005)
 II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da legislação do 
trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
 III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp118.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp118.htm#art1
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A Lei de Execução Fiscal nos informa que a dívida ativa pode ser tributária ou não 
tributária. A multa tributária, apesar de não ser tributo, é inscrita em dívida ativa, 
mas constitui dívida ativa não tributária.
Quid iuris? O STJ compreende bem o tema na atualidade, vislumbrando a multa 
tributária como sanção paralela ao crédito tributário, não se lhe aplicando, por 
exemplo, o prazo prescricional do CTN, de 5 anos. Ocorre que, sabemos que a multa 
tributária prescreve em 5 anos também. Mas porque? Justaposição! O STJ aplica o 
prazo quinquenal da prescrição no tocante à cobrança da multa valendo-se do Dec. 
20.910/1932.
OBS.: como fica o princípio do não confisco na multa? Ver aula de princípio do não 
confisco (ainda será abordado).
Preparando para a próxima aula:
FONTES DA TRIBUTAÇÃO:
As fontes da tributação se dividem em principais e acessórias, e não há hierarquia 
entre elas, à luz da jurisprudência atual do STJ.
Lei complementar e Lei ordinária não encontram fundamento de validade na 
hierarquia, mas sim na Constituição.
MK (Michael Kors relógios) = FM (fonte material da tributação) = art. 145 § 1º16 da 
CF/88 (capacidade contributiva).
Não se pode falar em tributação legítima, sem riqueza tributável. A exteriorização de 
capacidade contributiva se dá através da riqueza tributável, de forma que a tributação 
sem riqueza se confunde com o confisco (art. 150, IV CF/88).
3ª e 4ª AULA: 15.03.2013.
FONTES DA TRIBUTAÇÃO:
As fontes da tributação se dividem em principais e acessórias, e não há hierarquia 
entre elas, à luz da jurisprudência atual do STJ.
Não se pode falar em tributação legítima, sem riqueza tributável.
A exteriorização de capacidade contributivase dá através da riqueza tributável, de 
forma que a tributação sem riqueza se confunde com o confisco (art. 150, IV CF/88).
Fontes formais são as normas que viabilizam o poder de tributar. Atenção, pois se 
fala em normas.
16 Art. 145. § 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses 
objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as 
atividades econômicas do contribuinte.
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Como se classificam as fontes da tributação? Dividem-se em primárias ou 
secundárias, principais ou acessórias (fontes/normas complementares – ver art. 100 
do CTN).
►Fonte formal primária – quando se fala em fonte formal devemos nos remeter à 
noção de norma. É a norma que inaugura/altera/extingue o tributo. É a norma que 
cria, altera ou extingue um ou mais aspectos da obrigação tributária principal 
(do fato gerador integral). 
►Fonte formal secundária ou acessória – é aquela que não interfere nos elementos 
essenciais do tributo, isto é, não interfere no tributo propriamente dito. É a norma 
que encontrando fundamento imediato de validade numa fonte primária 
explicita o seu significado. As fontes secundárias nada criam junto ao tributo. 
►FONTE FORMAL PRIMÁRIA:
OBS.1: Constituição Federal de 1988 é a primeira fonte formal primária. A parte da 
CF que cuida da tributação está no Título VI entre os artigos 145 e 156. Ler também, 
especialmente para provas objetivas, o artigo 157 e seguintes cuida da repartição de 
receitas tributárias.
OBS.2: A Constituição, em matéria tributária, agasalha, didaticamente três funções: 
nunca esquecer!! Funções: 1. Artigos 14517, 148 e 14918 – enumerar as espécies 
tributárias; 2. Artigo 150 – inaugurar as limitações constitucionais ao poder de 
tributar; 3. Artigos 153, 155 e 156* – outorgar competência tributária. 
A Constituição não institui tributo, apenas enumera as espécies tributárias. É a lei 
que institui o tributo.
A Constituição não institui tributo, mas outorga poder de tributar aos diversos 
entes da federação. 
A Constituição não resume as limitações constitucionais ao poder de tributar, mas 
inaugura o tema. Basta olhar o que está descrito no artigo 150 da CF “sem prejuízo de 
outras garantias”. 
17 Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos 
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
18 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 
150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de 
interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado 
o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a 
que alude o dispositivo.
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►Qual é a segunda fonte formal primária? A segunda fonte formal primária são as 
Emendas à Constituição (artigo 59, I c/c artigo 60 da CF). Qual é a natureza jurídica 
da Emenda? É espécie normativa autônoma, cujo processo legislativo está 
configurado no art. 60 da CF.
O artigo 60 caracteriza a emenda, em função do devido processo legislativo. 
Qual é a força normativa, a eficácia de uma emenda à Constituição? A emenda 
constitucional tem efeito equiparado à norma constitucional originária. No entanto, a 
emenda à Constituição encontra limites formais, materiais e circunstanciais. Aqui a 
emenda se distingue da norma constitucional originária, que a priori, é ilimitada. “A 
emenda constitucional pode muito, mas não pode tudo”.
►Quantas e quais são as funções da emenda à constituição tributária? A emenda é 
espécie normativa autônoma e se equipara à Constituição originária quanto a seus 
efeitos, então são três as suas funções: enumerar, inaugurar e outorgar. 
Porém, as funções serão exercidas limitadamente, pois deverão observar as cláusulas 
pétreas, explícitas ou implícitas. As emendas à Constituição têm o condão de 
enumerar espécies tributárias, versar princípios da tributação e veicular 
competência impositiva, desde que não haja ofensa à cláusula pétrea.
O direito brasileiro admite o fenômeno da norma constitucional inconstitucional? 
Depende, não pode se falar em controle da constitucionalidade entre normas 
constitucionais originárias porque eventual conflito entre normas originárias 
será apenas aparente e, portanto, desafiará os métodos de interpretação da 
Constituição e não o controle da constitucionalidade. Temos outro argumento: ‘a 
criatura não julga o criador’ – como o STF tem sua competência delimitada na 
Constituição, ele não pode julgá-la: o Poder Judiciário é poder constituído 
submetido à “vontade de constituição” é por isso, a ela se submete como um todo 
(princípio da unidade). Porém, em se tratando de conflito entre uma norma 
constitucional originária e uma norma constitucional derivada será possível sim 
o exercício do controle da constitucionalidade porque a norma derivada observará 
as cláusulas pétreas e não o fazendo será excluída do ordenamento.
Exemplo: EC 3 de 1993. Trouxe o IPMF e disse que ele incidiria imediatamente, não 
sendo observado o principio da anterioridade. Ocorre que a EC 3/1993 foi declarada 
inconstitucional na parte em que suprimiu a aplicação do princípio da anterioridade 
tributária. Trata-se de norma constitucional derivada inconstitucional.
A EC não é Constituição propriamente dita, é espécie normativa autônoma, com 
efeitos equiparados à Constituição.
 
Simulações: 
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►Poderá uma emenda criar uma espécie tributária nova? É um tema complicado. 
Roque Antonio Carrazza traz dissenso. Mas o prof. afirma que sim, desde que 
observe as cláusulas pétreas. À primeira vista a supressão de tributo se confunde com 
a supressão da competência impositiva, o que sugere uma ofensa ao pacto federativo 
e, portanto, uma restrição à autonomia financeira, o que leva à inconstitucionalidade 
da medida. A ideia força é a de que supressão de tributo ofende o pacto federativo 
(ofende cláusula pétrea – artigo 60, §4º, IV da CF), no entanto nada impede que a EC, 
suprimindo um tributo, venha a oferecer uma nova fonte de receita, mantendo a 
autonomia do ente federado. Conclusão: nada impede a supressão do tributo desde 
que não haja ofensa à cláusula pétrea.
►Emenda à constituição poderá manipular as limitações constitucionais ao poder de 
tributar? Sim, desde que eleve o grau das garantias constitucionais. Ver a nova 
anterioridade tributária. Se diminuir as garantias a emenda ofende cláusula pétrea 
(artigo 60, §4º, IV da CF). 
A emenda manipula a competência, espécies tributáriase as limitações 
constitucionais ao poder de tributar, desde que não venha a ofender cláusula 
pétrea. 
Exemplo: ver artigo 153, §4º, III c/c art. 158, II da CF. Ver aula de competência 
privativa e capacidade tributária ativa.
►Qual é a terceira fonte formal primária? Lei complementar. Artigo 59, II da CF. 
Qual é a natureza jurídica da LC? É uma espécie normativa autônoma. 
O artigo 6919 define lei complementar. 
A LC distingue-se em formal e material: entende-se por Lei Complementar 
formal ou lei formalmente complementar a espécie normativa autônoma que se 
distingue das demais em razão do quórum qualificado de maioria absoluta para 
a sua aprovação. Lei materialmente complementar ou lei complementar 
material é aquela que regula a Constituição quando assim o exige, de forma 
expressa ou sistemática o seu texto. Há uma complementação da Constituição.
Já sabemos que a Constituição tem três funções (enumerar as espécies tributárias; 
inaugurar as limitações constitucionais ao poder de tributar; outorgar competência 
tributária) e que a LC complementa a Constituição, a partir daí, quantas são as 
funções da LC em matéria tributária? Em matéria tributária a lei complementar 
exterioriza três funções: 1. Artigo 146, I da CF; 2. Artigo 146, II da CF; 3. Artigo 
146, III, a e b da CF20. 
19 Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
20 Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios;
 II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
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Constituição tributária Lei complementar tributária
Enumerar Dirimir conflitos de competência
Inaugurar Regular
Outorgar Definir
• Se a Constituição enumera as espécies tributárias, a LC define os tributos;
• Se a Constituição outorga competência, a LC dirime os conflitos;
• Se a Constituição inaugura as limitações, regula as limitações.
Regra geral a lei complementar tributária traça normas gerais sobre tributação, isto é, 
regra geral a lei complementar tributária não institui tributo. Excepcionalmente 
caberá à lei complementar instituir tributo, em quatro hipóteses: 1. Artigo 14821 da 
CF (empréstimos compulsórios); 2. Artigo 153, VII22 da CF* – o IGF pode instituído 
nos termos de LC e não mediante LC; 3. Artigo 154, I23 da CF (impostos da 
competência residual da União federal); 4. Artigo 195, §4º24 da CF (contribuições 
sociais da competência residual da União federal). 
* “mediante” X “nos termos de”: a doutrina entende que o IGF será instituído 
mediante lei ordinária, nos termos da lei complementar, ou seja, caberá à lei 
complementar definir grandes fortunas. Não há posição do STF, pois o IGF não foi 
sequer criado.
A vocação da lei complementar é estabelecer normas gerais de tributação (regra). 
►Existe no direito tributário em vigor uma norma geral sobre tributação? O artigo 
146, III da CF está suprido? Sim, o CTN colmata, preenche este artigo. 
CTN – Lei nº 5.172/1966. Qual a natureza jurídica do CTN?
O CTN foi editado como lei ordinária à luz da Constituição de 1946, quando não 
existia a espécie normativa lei complementar. A Constituição de 1967 e sua Emenda 
Constitucional 01/69 recepcionaram o CTN na qualidade de lei complementar, 
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos 
respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
21 Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 
150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que 
fundamentou sua instituição.
22 Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
23 Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não 
tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
24 Art. 195. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade 
social, obedecido o disposto no art. 154, I.
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porque já existia à época referida espécie normativa autônoma 
(“complementalização”). A Constituição de 1988 recepcionou o CTN, de forma que a 
natureza jurídica do CTN, na atualidade, é de lei complementar (material, porque na 
forma não o é).
OBS.: complementalização x descomplementalização: é uma teoria que tem fonte 
na aplicabilidade das normas constitucionais (José Afonso da Silva). É um fenômeno 
através uma norma é recepcionada com status normativo inferior ou superior. 
Ex. de complementalização – CTN à luz da Constituição de 1967, enquanto que a 
Constituição de 1988 recepcionou o CTN como LC.
Ex. de descomplementalização – Lei complementar 07/1970 (PIS) c/c artigo 23925 da 
CF. Foi rebaixado ao status de lei ordinária pelo poder constituinte originário. STF já 
cuidou do tema. 
►Qual foi o dispositivo que recepcionou o CTN? Artigo 146, III c/c artigo 34, § 5º26 
do ADCT.
O CTN pode ser revogado por lei ordinária superveniente?
Para a doutrina o CTN é híbrido, pois em parte é lei complementar e em parte é lei 
ordinária. Será lei complementar quando chancelar a matéria prevista no artigo 146 
da CF, no entanto, será lei ordinária toda vez que extrapolar o artigo 146 da CF, neste 
caso será suscetível de revogação parcial (derrogação). 
O STJ entende que o CTN é lei complementar em seu conjunto, nem mencionando a 
noção do hibridismo (não é como um frango a passarinho, cortadinho). A 
interpretação não pode ser híbrida, mas unitária, à luz de uma unidade. 
Exemplo 1: artigo 20527 do CTN trata de certidão negativa. Seria LC? Pela tese do 
hibridismo, não se trata de LC, pois não está no art. 146 da CF. Ocorre que como o 
STJ trabalha com a unidade, não admitindo hibridismo (passarinhagem, de frango a 
passarinho), o CTN é LC como um todo. A certidão negativa está ligada ao credito 
tributário, que está inserido na noção do art. 146, III, ‘b’ da CF.
Exemplo 2: o artigo 2º, § 3°28 da Lei de Execução Fiscal suspende a prescrição do 
crédito tributário? A Lei de Execução Fiscal é LC ou ordinária? A Lei de Execução 
25 Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei 
Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, 
criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a 
financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo.
26 Art. 34. § 5º - Vigente o novo sistema tributário nacional, fica assegurada a aplicação da legislação anterior, no que 
não seja incompatível com ele e com a legislação referida nos §3º e § 4º.
27 Art. 205. A lei poderá exigir que a prova da quitação de determinado tributo, quando exigível, seja feita por certidão 
negativa, expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações necessárias à 
identificação de sua pessoa, domicíliofiscal e ramo de negócio ou atividade e indique o período a que se refere o 
pedido.
28 Art. 2°. § 3º - A inscrição, que se constitui no ato de controle administrativo da legalidade, será feita pelo órgão 
competente para apurar a liquidez e certeza do crédito e suspenderá a prescrição, para todos os efeitos de direito, por 
180 dias, ou até a distribuição da execução fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo.
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp08.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp07.htm
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Fiscal não é híbrida e sim uma lei ordinária, logo, não pode cuidar da prescrição 
tributária, pois de acordo com o artigo 146, III, ‘b’29 da CF, tal é tema reservado à lei 
complementar. 
STJ: o artigo 2° § 3° da Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/1980) não tem o 
condão de suspender a prescrição do crédito tributário porque em matéria 
tributária a prescrição é um tema que guarda reserva de lei complementar 
(artigo 146, III, b da CF). 
Grandes questões: fechando a problemática da LC:
1. Existe hierarquia entre lei complementar e lei ordinária? 
Para o STJ sim, existe hierarquia entre LC e lei ordinária, inclusive quando o conflito 
se dá entre uma Lei Complementar formal e uma lei ordinária. 
STF.1 (Sepúlveda Pertence): não existe hierarquia entre lei complementar formal e 
lei ordinária. A lei complementar formal é um abuso do direito de legislar, o que é 
corrigido através do “rebaixamento” de forma que a lei complementar formal se 
equipara a lei ordinária. 
STF atual (Gilmar Mendes): não existe hierarquia em nenhuma hipótese entre a lei 
complementar e a lei ordinária, pois ambas as leis encontram fundamento imediato de 
validade na CF/1988, portanto, se distinguem em função da matéria; das 
competências legislativas autônomas.
Temos aqui um conceito de direito constitucional, que migra para o direito tributário. 
O prof. critica a posição de Gilmar. A melhor posição para o direito tributário, 
segundo o prof., é a de Sepúlveda, no sentido de que existe hierarquia entre lei 
ordinária e lei materialmente complementar, já que a lei ordinária encontra 
fundamento de validade na lei complementar material tributária.
Para provas objetivas seguir a posição seca do STF: não existe hierarquia!
2. Uma lei ordinária pode revogar uma lei complementar? 
Sim, em se tratando de lei complementar formal. A lei complementar formal é um 
abuso de forma, é um abuso do poder de legislar e assim tem força normativa de lei 
ordinária. Fala-se em um rebaixamento, pois a lei é apenas formalmente 
complementar.
29 Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
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3. O art. 150, VI, “c”30, da Constituição guarda reserva de lei ordinária ou de lei 
complementar? 
Trata-se de uma imunidade prevista como limitação constitucional ao poder de 
tributar.
Pelo art. 146, II da CF, compete à lei complementar regular as limitações ao poder de 
tributar. 
A Constituição inaugura as limitações e a lei complementar regula. 
4. O art. 195, §7º31 da CF também prevê uma imunidade. O tema será regulado 
pela lei ordinária ou por lei complementar? 
Mesmo raciocínio acima: lei complementar, pois a natureza jurídica do art. 195, § 7º 
da CF é de limitação constitucional ao poder de tributar (imunidade). 
Cabe à LC regular as limitações ao poder de tributar e as imunidades são limitações!
5. O art. 150, VI, “c”, da CRFB/88 exige o implemento de certas condições para 
que seja reconhecida a imunidade. É sabido que o tema guarda reserva de lei 
complementar. Existe no direito tributário brasileiro a referida lei 
complementar? 
Art. 14 do CTN. É o que o STF diz.
Lei Ordinária 
A lei ordinária é a fonte formal primária por excelência. Os tributos são instituídos, 
em regra, mediante lei ordinária. Ver art. 150, I32 da CF/88.
Qual é a lei que institui o tributo? Em regra é a lei ordinária, ressalvada as quatro 
hipóteses constitucionais que serão instituídas por lei complementar.
Medida Provisória 
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar 
medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001) 
30 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos 
trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei;
Art. 146. Cabe à lei complementar:
II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
31 Art. 195. § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que 
atendam às exigências estabelecidas em lei.
32 Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito 
Federal e aos Municípios: 
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
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Qual a natureza jurídica da Medida Provisória? Art. 59, V da CF – é espécie 
normativa autônoma. 
Qual a força normativa da Medida Provisória? Art. 62, §1º, III33, da CF: tem força de 
lei ordinária. 
Temos, pois, que a Medida Provisória é uma espécie normativa autônoma, que tem 
forca de lei ordinária.
Medida Provisória pode veicular tributo? Sim, desde que não veicule as matérias 
reservadas à LC, ou seja, menos em quatro hipóteses. 
Medida Provisória pode mudar a base de cálculo de imposto? Sim, desde que não se 
trate de imposto reservado à LC.
É possível se falar em Medida Provisória estadual ou Medida Provisória municipal? 
Sim, desde que haja expressa previsão nas leis fundamentais (Roque Antonio 
Carrazza) (CE e lei orgânica).
E se a Constituição Estadual simplesmente não prevê Medida Provisória? Não pode 
haver vedação, caso contrário é possível, desde que não se trate de matéria com 
reserva de LC. O prof. destaca que no RJ não existe previsão de Medida Provisória na 
Constituição Estadual.
Lembrando: guardam reserva de LC: artigo 148 da CF (empréstimos compulsórios); 
artigo 153, VII da CF – o IGF; artigo 154, I da CF (impostos da competência residual 
da União federal); artigo 195, §4º da CF (contribuições sociais da competência 
residual da União federal).
Lei Delegada:
Art. 68. As leis delegadas serão elaboradas pelo Presidente da República, que 
deverá solicitar a delegação ao Congresso Nacional. 
§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso 
Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado 
Federal, a matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre: 
I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia 
de seus membros; 
II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
Lei delegada pode instituir tributo, menos em 4 hipóteses, as reservadas à lei 
complementar.
33 Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de 
lei, devendosubmetê-las de imediato ao Congresso Nacional. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 
2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
III – reservada a lei complementar;
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DIREITO TRIBUTÁRIO CONSTITUCIONAL.
PROF. MAURÍCIO ANDREIOULO - CURSO FÓRUM TV.
Decreto Legislativo:
Qual é a natureza jurídica do decreto legislativo? Espécie normativa autônoma (art. 
59, VI da CF). 
Qual a diferença entre o decreto legislativo e a lei? Ambos são espécie normativa 
autônoma, o seu conteúdo se distingue do conteúdo da lei, à luz do art. 49 da CF, o 
decreto legislativo veicula matéria da competência exclusiva do Congresso Nacional, 
o que significa dizer que os temas tratados pelo decreto legislativo são 
indelegáveis enquanto os temas tratados pela lei ordinária são delegáveis. 
O decreto legislativo se distingue da lei junto ao processo legislativo. A lei está 
submetida ao controle a posteriori do chefe do poder executivo (sanção ou veto) 
enquanto o decreto legislativo não está, gerando efeitos a contar de promulgação. 
Qual é a função do decreto legislativo no direito tributário? Art. 49, I34 c/c art. 84, 
VIII35, da CRFB/88. Internalizar definitivamente os tratados internacionais em 
matéria tributária.
OBS.: os decretos legislativos têm força de norma infraconstitucional, isto é, tem 
força de norma ordinária. Ressalva feita ao art. 5º, § 3º36 da CF, que cuida da 
internalização dos tratados internacionais sobre Direitos Humanos.
Tratados Internacionais em Matéria Tributária (sexta fonte originária): é a fonte 
mais importante, segundo o prof., depois da LC.
Ver art. 9837 do CTN.
Que norma é essa que, uma vez internalizada, revoga e tem ultra atividade? Porque 
isso ocorre? Isso é discutido até os dias de hoje na doutrina e jurisprudência.
Interpretação do art. 98 do CTN: 1ª. Posição – art. 98 do CTN é inconstitucional ou 
não foi recepcionado pela CF/88, porque discrimina uma superioridade hierárquica 
que não foi autorizada pela Constituição. OBS.: desconsiderar esta posição. 2ª. 
Posição – o art. 98 do CTN está em vigor e deve ser interpretado em duas partes. A 
primeira parte está equivocada, pois é errado afirmar que os tratados revogam a 
legislação interna. Na verdade os tratados suspendem a eficácia da norma interna 
(Hugo de Brito Machado). Porque isso ocorre? As normas do direito internacional 
não são hierarquicamente superiores às normas internas, mas sobre elas prevalecem. 
Isto ocorre porque o plano de validade do direito internacional sobrepaira o plano 
34 Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos 
gravosos ao patrimônio nacional;
35 Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
36 Art. 5°. § 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em cada Casa do 
Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às 
emendas constitucionais.
37 Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão 
observados pela que lhes sobrevenha.
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interno, ou seja, é mais abrangente. Já a segunda parte do art. 98 do CTN é completa, 
pois os tratados serão observados pela legislação superveniente na medida em que o 
direito interno não tangencia o direito internacional, ou seja, ocorre uma prevalência 
do direito internacional sobre o direito interno. Esta tese não é mais o nosso perfil. 3ª. 
Posição: STF e Luciano Amaro – o art. 98 do CTN está em vigor, foi recepcionado 
pela CF/88 e a sua redação está correta. Os tratados revogam a lei interna e serão 
observados pela superveniente. Os tratados internalizados regularmente através dos 
decretos legislativos são incorporados ao direito interno, ao direito positivo, e por 
isso têm força de norma infraconstitucional aplicando-se-lhes a primeira regra de 
resolução de conflito da lei no tempo: a lei posterior revoga a anterior. Na mesma 
linha de pensamento, os tratados serão observados pela legislação superveniente 
porque será levado em conta o segundo método de resolução de conflito da lei no 
tempo: a lei posterior revoga a lei anterior, desde que não se trate de lei anterior mais 
específica. 
E se uma lei posterior for mais específica do que o tratado? A questão está sendo 
analisada pelo STF. Acompanhar caso Volvo.
OBS.: cuidado com a ideia da soberania. Os tratados podem ser revogados no plano 
interno, o que não gerará, necessariamente, efeitos no plano internacional. A cessação 
dos efeitos de um tratado, no plano internacional, se dá através de uma ferramenta 
própria denominada denúncia. A soberania do estado não sucumbe à vontade 
internacional, porém o Estado soberano tem o dever de assumir suas 
responsabilidades perante os demais estados, ou seja, a revogação de um tratado pode 
vir a acarretar a responsabilização internacional do estado. 
Os tratados estão no plano interno, na medida em que são internalizados através de 
decreto legislativo. Para o prof. o melhor fundamento é no sentido de que o art. 59 da 
CF é exemplificativo, mas devo justificar que ele está no inc. VI, decreto legislativo, 
pois é como se dá a sua internalização.
Os tratados são hierarquicamente superiores ao direito interno? Não. Posição atual do 
STF.
O tratado pode ser revogado pela legislação interna – certo ou errado? Depende. 
Tratado genérico pode, mas tratado de Direitos Humanos não, pois estes, pela 
jurisprudência do STF, são normas supralegais. Norma supralegal é aquela que esta 
acima da lei e abaixo da Constituição.
Resoluções:
1. Qual é a natureza jurídica da resolução? 
É uma espécie normativa autônoma. 
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2. Pra que serve a resolução em matéria tributária? 
Ver art. 155, § 2º, IV e V e art. 155, § 1º, IV38, ambos da CF. 
A 1ª função das resoluções em matéria tributária é estabelecer as alíquotas máximas 
para fins de ITDMC, e a 2ª é estabelecer alíquotas do ICMS. 
Observa-se, pois, que a resolução atua junto aos impostos estatuais, no tocante às 
alíquotas. 
As resoluções são forte formal primária, porque manipulam a alíquota, e a alíquota é 
um dos aspectos quantitativos da obrigação tributária.
Outro ponto – as resoluções têm um objetivo: viabilizar o pacto federativo, otimizar o 
federalismo fiscal, prevenir ou reprimir a guerra fiscal entre os entes da federação. 
O prof. cita uma questão da PGE-RJ e a constitucionalidade de resoluções: é válida 
Resolução do Senado Federal que estabeleça alíquota interestadual diferenciada 
para produtos importados com a finalidade de coibir a guerra fiscal? 
Sim, art. 155, § 2º, IV e V, da CRFB/88. A resolução é espécie normativa 
autônoma que tem por objetivo prevenir e reprimir a guerra fiscal. A 
extrafiscalidade é a tônica de modo que deve existir uma ponderação entre a 
isonomia e a manutenção do pacto federativo. 
Ver aula de direito constitucional: Senado Federal enquanto casa de representação 
dos Estados, não se falando em ofensa ao pacto federativo.
O prof. traz sua opinião: a resolução deve ser interpretada restritivamente. Devemos 
acompanhar a jurisprudência do STF.
►FONTE FORMAL SECUNDÁRIA OU ACESSÓRIA:
38 Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federalinstituir impostos sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos;
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República ou de um terço dos Senadores, aprovada 
pela maioria absoluta de seus membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, interestaduais e 
de exportação;
V - é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela 
maioria absoluta de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito específico que envolva interesse de Estados, 
mediante resolução de iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros;
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal;
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Ver art. 10039 do CTN, que é exemplificativo. As fontes secundárias complementam 
as primárias. Dentro desta ótica, a 1ª fonte secundária é o decreto, à luz do art. 99 do 
CTN.
A topografia induz o intérprete a erro, pois o decreto não pode ser fonte primária.
O direito tributário é fâmulo, escravo da legalidade. O decreto observa a legalidade 
tributária em sentido estrito, e o único decreto admitido pelo direito tributário é o 
secundum legis, ou seja, o executório e o regulamentar. O direito tributário brasileiro 
não admite o decreto autônomo, pois este não tem previsão legal.
Próxima aula:
Decreto autônomo.
Decreto regulamentar.
Decreto executório.
Ver aula de legalidade tributária.
5ª e 6ª AULA: 10.05.2013.
Estudávamos fontes formais e analisamos a fonte formal primária e estávamos nas 
fontes formais secundárias ou acessórias.
►FONTE FORMAL SECUNDÁRIA OU ACESSÓRIA:
Ver art. 10040 do CTN, que é exemplificativo. Com isso a fonte secundária é tudo 
aquilo que explicita uma fonte formal primária.
Uma fonte secundária nada inaugura, não cria, não suprime tributos... A fonte 
formal secundária explicita, minudencia as fontes formais primárias.
39 Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de 
juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
40 Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de 
juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
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As fontes secundárias complementam as primárias. 
Dentro desta ótica, a 1ª fonte secundária seria o decreto, à luz do art. 9941 do CTN. 
Ocorre que a topografia induz o intérprete a erro, pois o decreto não está inserido no 
art. 100 do CTN, que inaugura a seção das normas complementares, o que nos leva a 
pensar que o decreto seria uma fonte primária. Ocorre que o decreto não pode ser 
fonte formal primária e é sim uma fonte formal secundária.
No Direito Administrativo a natureza jurídica do decreto é de ato administrativo 
normativo. 
O art. 99 do CTN cuida do Decreto em matéria tributária. E sua função está nesse 
mesmo artigo 99 do CTN: no campo da tributação ou o decreto será 
regulamentar ou executório, pois, o decreto autônomo ofende o princípio da 
estrita legalidade (ver art. 150, inciso I da Constituição).
O direito tributário brasileiro não admite o decreto autônomo, pois este não tem 
previsão legal.
Aqui cabe um estudo em conjunto com o direito administrativo, pois o prof. afirma 
que não sabe qual é o tratamento do concurso público no que toca ao estudo do 
decreto autônomo face ao art. 84 da Constituição, já que o direito administrativo atua 
hoje dentro da ótica da regulática ou da deslegalização, mitigando o princípio da 
legalidade, falando-se em uma neolegalidade. É importante verificar o 
posicionamento do direito administrativo no que tange ao art. 84 da CF e o decreto 
autônomo.
O que podemos afirmar é que no âmbito do direito tributário há um conservadorismo: 
legalidade stricto sensu, deslegalização nem pensar. O art. 99 do CTN é filho da 
legalidade estrita.
Atenção! TRF 4ª Região cobra decreto regulamentar no âmbito da tributação. Em 
provas estaduais não é o foco.
Ex.: de decreto regulamentar – pena de perdimento e demissão de funcionário 
público.
Como 2ª fonte formal secundária temos o art. 100, I do CTN: os atos normativos 
expedidos pelas autoridades administrativas. É um dispositivo completamente 
genérico e nos remete ao direito administrativo, especialmente no que toca à 
competência da autoridade na expedição dos atos administrativos.
Desta análise temos que apenas é fonte secundária o ato normativo administrativo 
expedido pela autoridade competente, de modo que a analise da competência é 
imprescindível. 
41 Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam expedidos, 
determinados com observância das regras de interpretação estabelecidas nesta Lei.
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Cuidado com provas objetivas: qualquer ato normativo administrativo é fonte 
secundária? Não! O ato expedido por autoridade incompetente não é.
Como 3ª fonte formal secundária temos o art. 100, II do CTN: as decisões dos 
órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia 
normativa.
O prof. traz um questionamento que para ele é o que cai em provas: em nome do 
princípio da isonomia poderá o contribuinte alegar igualdade de condições para ver 
estendida a seu favor uma decisão administrativa? Em outras palavras: a decisão 
administrativa é, a priori, vinculante, em nome da isonomia? Não! A decisão 
administrativa apenas terá efeito vinculante se a lei determinar!! Isso porque a 
Administração tem opinião livre, podendo alterar a sua opinião desde que o faça com 
racionalidade.
Portanto, o art. 100, II é um artigo de prova: a fonte secundária surge não em razão de 
uma decisão administrativa pura e simples, mas de uma decisão administrativa que 
possui efeito vinculante, mas é decorrente de lei.
Como 4ª fonte formal secundária temos o art. 100, III do CTN: as práticas 
reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas.
Em tese seriam os usos e costumes, mas o CTN assim não descreveu porque o art. 
100 é exemplificativo, sendo prática reiterada é um conceitoindeterminado. O 
legislador intencionalmente foi atécnico porque se escrevesse usos e costumes estaria 
fazendo justaposição com o código comercial ou com a teoria do direito privado na 
definição, e o legislador decidiu abrir o entendimento. 
O que é prática reiterada? Prática reiterada é aquela realizada duas ou mais vezes. E 
prática reiterada em si é fonte secundária? Não! É preciso que também seja observada 
pela autoridade administrativa, ou seja, chancelada pelo administrador.
Como 5ª fonte formal secundária temos o art. 100, IV do CTN: os convênios que 
entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Não confundir convênio com convênio, esta é uma palavra polissêmica. Clássico – 
TJRJ. 
O examinador está atento para isso. O convênio do art. 100 IV possui uma 
natureza jurídica: o mosaico é art. 100, IV do CTN c/c art. 19942 do CTN c/c com 
art. 37 XXII43 da CF/88. 
42 Art. 199. A Fazenda Pública da União e as dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios prestar-se-ão 
mutuamente assistência para a fiscalização dos tributos respectivos e permuta de informações, na forma estabelecida, 
em caráter geral ou específico, por lei ou convênio.
43 Art. 37. XXII - as administrações tributárias da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atividades 
essenciais ao funcionamento do Estado, exercidas por servidores de carreiras específicas, terão recursos prioritários para 
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Este convênio é o do art. 199 do CTN e também será o do art. 37 XXII. O objeto 
desse convênio é a fiscalização ao lado da arrecadação de tributo (administração 
tributária). Portanto, o art. 100, IV tem natureza jurídica de fonte 
secundária/complementar porque está viabilizando a Administração Tributária, 
ou seja, o convênio é fonte secundária.
Ocorre que temos outro convênio. Ver art. 155 § 2° XII ‘g’44 da CF c/c LC 24/1975. 
Aqui temos outra configuração e abordagem para provas de PGE. Hoje a discussão 
na PGE gira em torno de resolução, porque o Congresso deseja mudar no que diz 
respeito a ICMS origem e ICMS destino. 
Cuidado! Convênio de ICMS não tem nada a ver com os convênios de arrecadação 
ou fiscalização, tanto que o fundamento normativo é outro.
Os convênios de ICMS estabelecerão isenções, incentivos fiscais para o ICMS. Então 
temos um convenio deliberado pelos Estados que gera isenção e benefícios fiscais 
referentes ao ICMS. Então qual a natureza jurídica do convênio de ICMS? É uma 
fonte primária, eis que gerará isenções e benefícios fiscais referentes ao ICMS, 
porque muda a estrutura do ICMS. 
O STF já se manifestou pela constitucionalidade da Lei Complementar nº 24. 
Temos, pois, que o convênio do art. 155 § 2° XII ‘g’ da CF tem natureza jurídica de 
fonte primária, enquanto que o convênio do art. 100, IV c/c art. 199 do CTN é um 
convênio de fiscalização que trata de arrecadação e fiscalização tributária, e tem 
natureza jurídica de fonte formal secundária.
Questão TJRJ: um convênio poderá gerar uma fiscalização realizada por autoridade 
estatal junto a um tributo federal? Há coação neste ato? Haverá ato coator se a 
autoridade fazendária estadual estiver fiscalizando tributo federal sem que haja 
convênio. Em havendo convênio, não há coação!
O prof. destaca que há controvérsia de convênio veicular isenção. Por ora basta que 
saibamos que o STF entendeu pela constitucionalidade da Lei Complementar 24. 
Questão forte: qual a diferença prática em distinguir uma fonte primária de uma fonte 
secundária?
Ver art. 100 p. único45. A diferença prática está nos efeitos. O art. 100 p. único do 
CTN faz uma distinção entre uma fonte primária e secundária no campo da 
tributação. 
a realização de suas atividades e atuarão de forma integrada, inclusive com o compartilhamento de cadastros e de 
informações fiscais, na forma da lei ou convênio.
44 Art. 155. § 2°. XII - cabe à lei complementar:
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios 
fiscais serão concedidos e revogados.
45 Art. 100. Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a 
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
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Estando o administrado subordinado a uma fonte secundária e ela está viciada, 
compete ao administrado pagar o tributo, mas este pagamento se dará sem a 
incidência de juros, multa e correção, pagando apenas o valor histórico.
Vício de fonte primária rescinde a relação jurídica tributária, não há vínculo entre o 
Fisco e o particular, já o vício de fonte secundária mantém o vínculo jurídico 
tributário, no entanto afasta a incidência dos juros da mora, da multa fiscal e afasta 
atualização monetária da base de cálculo do tributo, na forma do que dispõe o art. 100 
p. único do CTN. 
O bem jurídico tutelado pelo art. 100 p. único é a boa-fé, este artigo é um exemplo de 
tutela da boa-fé objetiva face aos equívocos do Fisco frente à boa-fé objetiva do 
contribuinte.
INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO EM MATÉRIA TRIBUTÁRIA: 
O artigo mais importante de interpretação e integração é o art. 111 do CTN e o 
melhor livro é o do prof. Ricardo Lobo Torres. 
►O que significa interpretar? A interpretação é a busca do significado da 
norma. 
►O que vem primeiro a interpretação ou a aplicação da norma? A 
interpretação precede à aplicação. 
►Qual a diferença entre a interpretação e a aplicação? A interpretação desafia 
mais de um resultado, enquanto a aplicação elege um resultado. 
Ex.: a Lei Complementar 105 de 2001 é constitucional? Para o STJ sim e para o STF 
não. Há duas interpretações, mas prevalece o entendimento do STF = aplicação. 
São dois resultados para uma significância. Na aplicação o aplicador elege um 
modelo de interpretação.
►Qual a diferença entre interpretação e integração? Tanto a interpretação 
quanto a integração buscam o significado da norma, porém enquanto a 
interpretação busca o significado da norma dentro dela mesma, na integração o 
significado da norma depende do preenchimento de uma lacuna. 
►Prova PGE: defina lacuna. Qual a diferença entre lacuna e norma em branco? 
A lacuna é uma omissão legislativa relevante indesejada pelo legislador, 
enquanto a norma em branco é a uma omissão legislativa desejada pelo 
legislador.
Métodos de Interpretação: 
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→Método de Interpretação Literal ou Gramatical – art. 11146 do CTN. Decorar 
as hipóteses.
Pelo inc. I do art. 111 se exige a interpretação literal para as causas de suspensão ou 
de exclusão do crédito tributário. Cuidado, pois as causas de extinção não são 
interpretadas literalmente, então diferenciar das causas do art. 156 do CTN.
No art. 111, II do CTN temos a interpretação literal da outorga de isenções. 
Diferenciar do art. 150, VI da Constituição, pois a imunidade interpreta-se 
extensivamente.
O art. 111, III do CTN: decorar! Dispensa de cumprimento de obrigação tributária 
acessória.
OBS.: o que se entende por interpretação literal? A interpretação literal se confunde 
com a interpretação gramatical, portanto não cabe ao operador formar juízo crítico de 
valor, que já terá sido realizado pelo legislador. 
Numa interpretação literal o intérprete não realiza juízo crítico de valor, pois este já 
foi realizado pelo legislador.
OBS. (Ricardo Lobo Torres): o art. 111 chega a ofender a Constituição no nível da 
separação entre

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