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Direito Tributário - Fontes e Legislação

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Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
Curso Regular 
 Prof. Marco Aurelio
Prof. Marco Aurélio www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA N° 4 
Os artigos de 83 a 95 tratam das distribuições de receitas tri-
butárias, porém, apesar de apresentá-los abaixo, falaremos deste as-
sunto quando estudarmos o sistema tributário na Constituição Federal. 
Neste encontro veremos os artigos de 96 até 112 do CTN: 
1) Legislação Tributária; 
2) Fontes do Direito Tributário; 
3) A lei tributária; 
4) Tratados Internacionais; 
5) Normas Complementares das leis 
6) Vigência da lei tributária; 
7) Interpretação da lei tributária; e 
8) Integração da lei tributária. 
 
LIVRO SEGUNDO 
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 
TÍTULO I 
Legislação Tributária 
CAPÍTULO I 
Disposições Gerais 
SEÇÃO I 
 
Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
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Disposição Preliminar 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende 
as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e 
as normas complementares que versem, no todo ou em parte, 
sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. 
Vamos começar estudando este tópico com uma pergunta: 
Quais as fontes do Direito Tributário? 
Temos que responder a essa questão para seguirmos adiante 
em nossa análise do CTN. 
No Direito Tributário há dois tipos de fontes, que são: 
FONTES FORMAIS e FONTES NÃO FORMAIS 
1) FONTES FORMAIS 
Dividem-se em : 
PRINCIPAIS e SECUNDÁRIAS 
PRINCIPAIS 
São as Leis, os Tratados Internacionais e os Decretos. 
SECUNDÁRIAS 
Estão compreendidas aqui as Normas Complementares: Ins-
truções Normativas, Normas de Execução. 
2) FONTES NÃO FORMAIS 
2.1) São os costumes, que nada mais são que, práticas reite-
radas e uniformes, surgidas com o tempo e que criam a sensação de 
força jurídica. 
 
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2.2) A Doutrina é produção escrita de estudiosos no assunto, 
os chamados tributaristas. Há apresentação de conceitos, explicações de 
legislação, idéias próprias surgidas com o estudo aprofundado da maté-
ria. 
2.3) A Jurisprudência é o conjunto de decisões jurídicas uni-
formes. É uma tendência de pensamento único, em relação a algum as-
sunto específico do judiciário, em suas diversas Cortes. Com o passar do 
tempo pode haver uma mudança de entendimento e uma nova tendên-
cia. A jurisprudência não é algo rígido que se perpetua. Ela deveria se-
guir o pensamento do bem coletivo, sem privilégios. 
SEÇÃO II 
Leis, Tratados e Convenções Internacionais e Decretos 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
I - a instituição de tributos, ou a sua extinção 
É o princípio da reserva legal. 
É a criação e, logicamente, se for o caso, a extinção de tributos 
por lei pela entidade pública competente. Obedece estritamente a Cons-
tituição Federal. 
Tendo como base julgamento em que decidiu pela ilegalidade 
de ato, do então Diretor da Receita Federal, em que por Instrução Nor-
mativa criava fato gerador do IOF, o STJ editou a Súmula 185: “Nos 
depósitos judiciais, não incide o Imposto sobre Operações Finan-
ceiras.” DJ 31/03/1997 p. 9667 RDDT vol. 21 p. 219 RSTJ vol. 101 p. 
77 RT vol. 739 p. 205. A Corte entendeu que instrução normativa é 
norma complementar da lei, não podendo contrariá-la. Houve, no caso, 
afronta ao artigo 97, I do CTN. 
 
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 Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado 
o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65 
O aumento e a redução da base de cálculo e alíquotas dos tri-
butos devem ser definidos em lei. O inciso comporta algumas exceções, 
como o II, IE, IPI e o IOF. 
Em relação à majoração de tributo, o STJ expediu a Súmula 
160 confirmando que “É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, 
mediante decreto, em percentual superior ao índice oficial de 
correção monetária.” Um aumento acima do índice oficial de correção 
monetária, significaria um aumento do tributo, fato que somente pode-
ria ocorrer por lei, de acordo com art. 97 do CTN. O simples fato da atu-
alização monetária não constituiria majoração do tributo e poderia ter 
sido feita por Decreto do Poder Executivo. 
Com base no entendimento de que a isenção de um tributo, 
não implica redução de alíquota de outro tributo, o STJ editou a Súmu-
la 95: “A redução da alíquota do Imposto sobre Produtos Indus-
trializados ou do Imposto de Importação não implica redução do 
ICMS.” DJ 28/02/1994 p. 2961 RSTJ vol. 61 p. 215 RT vol. 703 p. 159 
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária 
principal, ressalvado o disposto no inciso I do § 3º do artigo 52, 
e do seu sujeito passivo; 
 
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Não sou o Pedro Bial...mas vamos dar uma “espiadinha” na 
doutrina. Vamos definir sujeito ativo e sujeito passivo da obrigação tri-
butária. 
O Sujeito Ativo da Obrigação Tributária é aquele que tem o po-
der, atribuído por lei, de cobrar os tributos. 
Já o Sujeito Passivo da Obrigação Tributária é o que tem o de-
ver de pagar o tributo devido. 
É fácil memorizar: 
SUJEITO ATIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 AGE PARA COBRAR 
SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 PAGA O TRIBUTO DEVIDO E CUMPRI OUTRAS OBRI-
GAÇÕES 
OBRIGAÇÃO é o dever de cumprir algo. 
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA – É a relação entre o Estado e o 
cidadão, cujo objeto é uma prestação de fazer ou deixar de fazer, ou 
seja, uma prestação positiva ou negativa. O cidadão tem o dever de pa-
gar o tributo e seus acréscimos (multa e juros), fazer alguma coisa pre-
vista na legislação além do pagamento, ou deixar de fazer determinado 
ato. 
Há dois tipos de obrigação tributária: 
O primeiro é a OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA PRINCIPAL, que 
consiste no pagamento do tributo e de seus acréscimos pecuniários, ou 
seja, multas e juros. 
O segundo tipo é a OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA ACESSÓRIA, 
que consiste em prestar contas ao Fisco, como, por exemplo, criar e 
manter os livros fiscais em boa ordem, emitir notas fiscais. São atos bu-
rocráticos, determinados pela legislação tributária ao sujeito passivo. 
Tudo o que for obrigação tributária e não envolver prestação pecuniária 
é obrigação acessória. Se não for obrigação tributária principal é obriga-
ção acessória. 
 
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Falamos em dever de fazer e de não fazer, então vamos aos 
exemplos. Escriturar livros fiscais é um dever de fazer; não rasurá-los é 
um dever de não fazer. 
Voltando ao estudo do CTN, o inciso III determina que somen-
te a lei pode informar o fato gerador, definindo assim o tributo, e o su-
jeito passivo da obrigação principal, claro está que esta definição do su-
jeito passivo é genérica. A lei define os contribuintes em geral, não é 
uma lista nominal. Pode até ser, no caso do IPI, que ele defina por tipos 
de estabelecimentos ou profissões, em outros casos. 
No momento do estudo deste inciso, lembre-se que o artigo 52 
foi revogado. 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
... 
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de 
cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
Este inciso é o complemento dos incisos acima, pois a obriga-
ção tributária principal se define com o seu fato gerador e tem como e-
lementos a alíquota e a base de cálculo. 
As exceções ao princípio da reserva legal referem-se aos im-
postos: 
II, IE, IOF – Estes impostos têm natureza extrafiscal, por isso 
o executivo pode alterar as alíquotas,porém subordinam-se à lei para 
atendimento das condições dessa alteração, ou seja, há uma subordina-
ção à lei, como não poderia deixar de ser. 
ITDC, ICMS – Têm suas alíquotas máximas definidas por Reso-
lução do Senado Federal. 
 
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Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
... 
V - a cominação de penalidades para as ações ou omis-
sões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações nela 
definidas; 
Somente a lei pode determinar as penalidades que surgem em 
função de alguma desobediência à legislação tributária. Esta é uma re-
gra básica trazida do Direito Penal. 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
... 
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de 
créditos tributários, ou de dispensa ou redução de penalidades. 
Verificamos neste dispositivo, que surgiram algumas palavras 
novas em nosso estudo de tributário (exclusão, suspensão e extinção). 
Os casos de exclusão, suspensão e extinção estão relacionados à modifi-
cação do crédito tributário. 
Vamos explicar, primeiramente, a suspensão do crédito tri-
butário. Vamos dar um exemplo que ocorre várias vezes na Receita Fe-
deral. 
 
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Por dentro da Receita Federal... 
Auto de Infração, de modo resumido, é o documento o qual a 
Receita Federal apura o crédito tributário e informa ao contribuinte to-
das as condições do pagamento. 
Pois bem, vamos ao exemplo. 
A Receita Federal lavrou um auto de infração e deu ciência ao 
contribuinte. O contribuinte, inconformado, resolveu recorrer ao judiciá-
rio contra a exigência. O juiz, preliminarmente, determinou que a Recei-
ta se abstivesse de cobrar a exigência, até que ele examinasse o mérito, 
o que levaria meses. A Receita não iria anular o Auto, pois em um futuro 
próximo o juiz ou outra instância do judiciário poderia anular a sentença 
do juiz anterior. A Receita tem que suspender o crédito. O crédito é de-
vido, porém a Receita está impedida de efetuar a cobrança. 
A extinção do crédito tributário ocorre quando não há mais dí-
vida do contribuinte para com a Receita. O pagamento do débito pelo 
contribuinte é a forma mais simples de extinção do crédito. Há vários 
modos de extinção do crédito, que estudaremos, com detalhe, nas pró-
ximas aulas. 
Por fim, nós temos a exclusão do crédito tributário, em que o 
contribuinte não pode ter seu débito cobrado pela Fazenda por causa de 
uma previsão legal. 
Em breve voltaremos ao assunto com mais detalhes. 
 
Muitas vezes os alunos se confundem com as terminologias tri-
butárias: crédito, débito, dívida. 
Pois bem, o crédito tributário é o valor que a Fazenda Pública 
espera receber do sujeito passivo e usa dos meios legais para a cobran-
ça. 
Dívida e débito é o valor pela ótica do contribuinte. 
Falamos assim: 
“A fazenda espera com esta fiscalização obter um crédito de R$ 
10.000.0000,00” 
 
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“O débito tributário do contribuinte para com a Fazenda é de 
R$ 5.000,00” 
“O contribuinte está com uma dívida para com a Fazenda de 
R$ 5.000,00” 
Estas definições não são rígidas, mas é somente para vocês 
entenderem que estes termos correspondem ao valor a ser recebido pe-
la Fazenda Pública. 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação 
da sua base de cálculo, que importe em torná-lo mais oneroso. 
O parágrafo acima quer evitar a malícia do político em aumen-
tar o tributo, modificando a base de cálculo. 
 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do 
disposto no inciso II deste artigo, a atualização do valor monetá-
rio da respectiva base de cálculo. 
Apesar de o parágrafo 1° proibir o aumento do tributo via mo-
dificação da base de cálculo, e do inciso II não permitir que se aumente 
a base de cálculo senão por lei, o parágrafo segundo informa que atuali-
zação monetária da base de cálculo não é majoração, portanto poderia 
ser feita por decreto do poder executivo. 
O STJ pacificou esse entendimento e editou a Súmula nº 
160: “É defeso, ao Município, atualizar o IPTU, mediante 
decreto, em percentual superior ao índice oficial de correção 
 
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monetária.” Neste caso, a proibição deu-se pelo fato do aumento abu-
sivo da atualização, o que tornaria uma majoração do tributo. 
1) (FGV/Fiscal/Angra dos Reis/2010) Lei de determinado estado da 
Federação estabelece base de cálculo reduzida para produtos que com-
põem a cesta básica. A lei foi regulamentada por ato normativo do Exe-
cutivo que subordinou a aplicação da base legalmente reduzida ao cum-
primento, pelo contribuinte, das obrigações acessórias. A regulamenta-
ção da lei 
(A) é ilegal. 
(B) é inconstitucional. 
(C) é eficaz. 
(D) é inválida. 
(E) é ineficaz 
Solução: 
Ato normativo somente regulamenta a lei. Este ato não pode ir 
além do que consta na lei. Base legal: CTN art. 97. Somente a lei pode 
estabelecer: II - a majoração de tributos, ou sua redução; IV - a fixação 
de alíquota do tributo e da sua base de cálculo. 
A resposta certa é a letra “a”. 
Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais re-
vogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão ob-
servados pela que lhes sobrevenha. 
É consenso, entre os tributaristas, que tratados e convenções 
não diferem em seus significados. 
Os Tratados Internacionais são acordos firmados entre países, 
com a finalidade de produzir normas que serão aplicadas em todos os 
países signatários. 
 
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O Presidente da República assinará o acordo internacional co-
mo Chefe de Estado, ou seja, ele é o representante do país naquele a-
cordo. 
Os Tratados devem ser submetidos ao Congresso Nacional, 
que lhes dá força de lei com a aprovação por Decreto Legislativo. 
Os Tratados geralmente referem-se ao Comércio Exterior, pois 
haverá sempre um interesse mútuo na assinatura de um Tratado Inter-
nacional. 
Após aprovação, este segue para promulgação do Presidente 
da República, como Chefe de Governo, passando a viger no país. 
Há, por exemplo, diversos Tratados em relação aos países do 
Mercosul estipulando alíquotas para a importação/exportação de seus 
produtos. 
Um desses Tratados é o Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 
(GATT) que prevê tratamento isonômico para os produtos importados 
face ao similar nacional. 
Nesse acordo o produto importado dos países membros do A-
cordo terá o mesmo tratamento dado aos produtos nacionais em relação 
a benefícios fiscais. 
Os estados, Distritos Federais e municípios não podem celebrar 
acordos internacionais. Se houver interesse, o ente da federação deve 
solicitar a intervenção da União que detém a competência privativa, 
conforme art. 21, inc. I da Constituição Federal. 
Na esteira desse raciocínio, vejamos a Súmula nº 575 do 
STF: “À MERCADORIA IMPORTADA DE PAÍS SIGNATÁRIO DO 
(GATT), OU MEMBRO DA (ALALC), ESTENDE-SE A ISENÇÃO DO 
IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS CONCEDIDA A SI-
MILAR NACIONAL.” Fonte de Publicação: DJ de 3/1/1977, p. 4; DJ de 
4/1/1977, p. 36; DJ de 5/1/1977, p. 60. 
Em outra súmula, a de nº 20, o STJ definiu que: “A MER-
CADORIA IMPORTADA DE PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT É 
 
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ISENTA DO ICM, QUANDO CONTEMPLADO COM ESSE FAVOR O 
SIMILAR NACIONAL.” 
Os acordos firmados pelos governos estaduais não se subme-tem à Assembleia Legislativa, conforme decidiu o STF em julgamento de 
ADIn sobre artigos da Constituição Estadual que determinava que acor-
dos firmados pelo Poder Executivo estadual deveriam submeter-se à As-
sembleia Legislativa: “Afronta o princípio da separação e indepen-
dência dos Poderes a submissão de convênios celebrados pelo 
Governador do Estado à aprovação prévia do Poder Legislativo. 
Com base nesse entendimento, o Tribunal, julgando o mérito de 
ação direta ajuizada pelo Governador do Estado de Santa Catari-
na, declarou a inconstitucionalidade de dispositivos da Constitui-
ção do mesmo Estado, que submetiam à Assembléia Legislativa a 
apreciação de convênios e ajustes firmados pelas entidades da 
administração pública e pelo Governador do Estado (art. 20, do 
inc. III do art. 40 e da expressão "ad referendum da Assembléia 
Legislativa", constante do inciso XIV do artigo 71). 
ADI 1.857-SC, rel. Min. Moreira Alves, 5.2.2003. (ADI-1857)” 
 “Com base no mesmo entendimento acima menciona-
do, o Tribunal, julgando procedente o pedido formulado em ação 
direta ajuizada pelo Governador do Estado do Paraná, declarou a 
inconstitucionalidade do inciso XXI do art. 54 da Constituição do 
referido Estado, que dizia ser da competência privativa da As-
sembléia Legislativa "autorizar convênios a serem celebrados 
pelo Governo do Estado, com entidades de direito público ou pri-
vado e ratificar os que, por motivo de urgência e de relevante in-
teresse público, forem efetivados sem essa autorização, desde 
que encaminhados a Assembléia Legislativa, nos noventa dias 
subseqüentes a sua celebração". 
ADI 342-PR, rel. Min. Sydney Sanches, 6.2.2003. (ADI-342)” 
 
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EIS A QUESTÃO! 
2) (AFRF/2002-1/ESAF) O Acordo para Isenção de Impostos Relati-
vos à Implementação do Projeto do Gasoduto Brasil-Bolívia, celebrado 
entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da Re-
pública da Bolívia, em Brasília, em 5 de agosto de 1996, se obedeceu 
aos comandos constitucionais, foi aprovado por 
a) lei ordinária. 
b) lei complementar. 
c) lei delegada. 
d) decreto legislativo. 
e)resolução do Senado Federal 
Solução: 
Esta questão não está explícita no CTN. O CTN trata de legisla-
ção tributária em seu artigo 96. O Tratado Internacional está compreen-
dido na legislação tributária. Acordo bilateral entre dois países é Tratado 
Internacional. Segundo o artigo 49 da Constituição Federal é o Congres-
so Nacional quem resolve definitivamente sobre Tratados Internacionais. 
O decreto legislativo é o instrumento adequando à aprovação. 
A resposta certa é a letra “d”. 
3) (AFRF/2002-1/ESAF) 
• Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), os tratados internacio-
nais precisam ser observados pelo legislador, que, assim, não poderá 
alterá-los por normas com eles incompatíveis? 
• À luz do CTN, os atos normativos expedidos pelas autoridades admi-
nistrativas podem ser considerados como “legislação tributária”? 
• Decretos podem instituir impostos autorizados pela Constituição? 
a) Sim, Sim, Sim 
b) Sim, Sim, Não 
c) Sim, Não, Sim 
d) Não, Não, Não 
e) Não, Sim, Não 
 
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Solução: 
A primeira formulação está certa. Base legal: Art. 98. Os 
tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legis-
lação tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
A segunda formulação está certa. Base legal: Art. 96. A ex-
pressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as con-
venções internacionais, os decretos e as normas complementares que 
versem, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles 
pertinentes. 
A terceira formulação está errada. Base legal: Art. 97. Somen-
te a lei pode estabelecer: I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; 
A resposta certa é a letra “b” 
4) (ATE MS/2001/ESAF) Os tratados e as convenções internacionais 
que disponham sobre matéria tributária 
a) submetem-se à legislação tributária interna 
b) revogam ou modificam a legislação tributária interna, mas não serão 
observados pela que lhes sobrevenha 
c) não têm eficácia se contrários à legislação tributária interna 
d) terão suas cláusulas modificadas para serem aplicadas no Brasil, a-
daptando-se à legislação interna 
e) modificam ou revogam a legislação tributária interna, e serão obser-
vados pela que lhes sobrevenha 
Solução: 
A letra “b” está errada. Base legal: CTN art. 98. Os tratados e 
as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tribu-
tária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
As letras “a”, “c” e “d” estão erradas. Conforme o art. 98 acima 
eles revogam ou modificam a legislação interna que lhes contrariem. 
A resposta certa é a letra “e”. 
 
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5) (FGV/Fiscal/RJ/2009) A respeito dos denominados acordos de 
bitributação (Tratados Internacionais Bilaterais em Matéria de Imposto 
sobre a Renda) firmados pelo Brasil, assinale a afirmativa correta. 
(A) Submetem-se à lei interna brasileira sempre que com ela (lei inter-
na) conflitarem. 
(B) Sobrepõem-se à lei interna, limitando a sua eficácia nas hipóteses 
previstas em seus dispositivos (dos acordos de bitributação). 
(C) Podem limitar as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domí-
nio Econômico (CIDE) nos casos de pagamentos de royalties ao exterior. 
(D) Ampliam a soberania tributária do Brasil sobre fatos econômicos 
que, na sua ausência, não seriam tributados. 
(E) Sobrepõem-se ao direito interno, inclusive em relação aos dispositi-
vos constitucionais, pois contêm normas supranacionais. 
Solução: 
Os acordos de bitributação são tratados internacionais destina-
dos a evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de 
impostos sobre a renda. Atualmente, o Brasil tem esse acordo com 29 
países. 
A letra “a” está errada. Os Tratados Internacionais não se 
submetem à lei interna. Base legal: CTN Art. 98. Os tratados e as con-
venções internacionais revogam ou modificam a legislação tributá-
ria interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
A letra “b” está certa. De forma geral, os tratados internacio-
nais sobrepõem-se à lei interna, limitando a sua eficácia naqueles casos 
regulados pelo próprio tratado. Base legal: CTN art.98. 
A letra “c” está errada. Os acordos de bitributação tem por ob-
jeto os “impostos sobre a renda” e, neste sentido, não se aplicam à CI-
DE, que é uma contribuição. 
A letra “d” está errada. Os acordos de bitributação tem efeito 
limitador da lei interna, jamais ampliativo, de tal forma que, se um fato 
não é tributado segundo a lei brasileira (por força de isenção ou simples 
caso de não-tributação), jamais o será em função do tratado internacio-
nal. 
A letra “e” está errada. Os acordos de bitributação submetem-
se aos limites traçados pela Constituição Federal, não podem sobrepor-
se ao texto constitucional. 
 
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A resposta certa é a letra “b”. 
6) (FGV/Fiscal/RJ/2010) Com relação aos tratados internacionais 
bilaterais firmados para evitar a bitributação, assinale a alternativa cor-
reta. 
(A) Versam especificamente sobre tributos incidentes sobre a renda e o 
capital. 
(B) Encontram-se submetidos às regras do GATT e OMC. 
(C) Podem ser interpretados sempre de acordo com a lei interna dos pa-
íses signatários. 
(D) Ampliam, em muitos casos, a tributação (alíquota e base de cálculo) 
prevista na lei interna. 
(E) Não dependem de referendo do Congresso Nacional, sendo prerro-
gativaexclusiva do chefe do Executivo. 
Solução: 
A letra “a” está correta. Os tratados internacionais bilaterais 
em matéria tributária, firmados para evitar a bitributação, têm por obje-
to os tributos incidentes sobre a renda e o capital. 
A letra “b” está incorreta. GATT – O acrônimo “GATT” significa 
“Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio”, base da OMC (Organização 
Mundial de Comércio. É um acordo entre Estados objetivando eliminar a 
discriminação e reduzir tarifas e outras barreiras ao comércio de bens. 
Os tratados internacionais bilaterais, firmados para evitar a bitributação, 
ditam regras sobre tributos incidentes sobre a renda e o capital. 
A letra “c” está incorreta. Os Tratados Internacionais não se 
submetem à lei interna. Base legal: CTN Art. 98. Os tratados e as con-
venções internacionais revogam ou modificam a legislação tributá-
ria interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. 
A letra “d” está incorreta. Os acordos de bitributação têm efei-
to limitador da lei interna, jamais ampliativo, de tal forma que, se um 
fato não é tributado segundo a lei brasileira (por força de isenção ou 
simples caso de não-tributação), jamais o será em função do tratado 
internacional. 
A letra “e” está incorreta. Os tratados internacionais dependem 
do referendo do Congresso Nacional, que o aprova por Decreto Legisla-
tivo. Base legal: CF art. 49. É da competência exclusiva do Congresso 
Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
 
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internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional. 
A resposta a ser marcada é a letra “a”. 
Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-
se aos das leis em função das quais sejam expedidos, determi-
nados com observância das regras de interpretação estabeleci-
das nesta Lei. 
Uma lei é auto-aplicável quando não precisa de atos do Poder 
Executivo para produzir os seus efeitos jurídicos. 
Há casos, porém, em que a lei para viger necessita de atos in-
fralegais, com a regulamentação de seu conteúdo. A determinação da 
expedição de decreto pode vir expressa na lei ou não. 
O Poder Executivo pode expedir decretos, autorizado pelo arti-
go 99 do CTN, com a finalidade de regulamentar o conteúdo de uma lei. 
Entenda que regulamentar uma lei é ditar os pormenores necessários à 
execução desta. 
A lei instituirá um imposto definindo-lhe o fato gerador, base 
de cálculo, etc. O decreto servirá para definir todos os procedimentos 
necessários à execução desta lei, como, por exemplo, o uso de formulá-
rios. 
Pode, também, o decreto aprovar uma instrução normativa, 
como é o caso na Receita Federal. Na Instrução Normativa estarão deta-
lhados os procedimentos e os formulários necessários ao caso. 
 
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SEÇÃO III 
Normas Complementares 
São normas complementares, os atos normativos que são ex-
pedidos pelo Poder Executivo, com a finalidade de complementar as leis, 
os tratados e os decretos. Sem, contudo, alterar o sentido das normas 
legais. 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tra-
tados e das convenções internacionais e dos decretos: 
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades ad-
ministrativas; 
 
Os atos normativos são atos de hierarquia inferior aos decre-
tos, pois são expedidos pelas autoridades hierarquicamente abaixo dos 
Chefes do Poder Executivo. Podemos citar como exemplos, as Portarias 
Ministeriais e as Instruções Normativas dos Secretários de Fazenda. 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tra-
tados e das convenções internacionais e dos decretos: 
... 
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de ju-
risdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa; 
 
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As Fazendas Públicas possuem em suas organizações, órgãos 
de julgamento administrativo. Os órgãos possuem em geral duas ou três 
instâncias, em geral a primeira instância é singular, ou seja, há apenas 
um julgador para cada caso. As outras instâncias são órgãos coletivos, 
quer dizer que são compostos por uma turma de julgadores que deci-
dem cada caso. 
O inciso II do artigo acima cita: “somente as decisões adminis-
trativas a que a lei atribua eficácia normativa”. Ocorre que se um órgão 
julgador decide para um determinado caso, este julgamento só surtirá 
efeito para as pessoas que estão no processo administrativo, ou como 
dizem os constitucionalistas, só haverá efeito inter partes (entre um de-
terminado contribuinte e o Fisco). Não haverá efeito para outros contri-
buintes, o que seria efeito erga omnes. Neste caso, a decisão é um ato 
concreto. Se o legislador achar por bem estender essa decisão para os 
outros contribuintes, que se encontrem na mesma situação do processo 
em questão, teremos atribuição de efeito normativo do ato. 
Desconheço a aplicação deste artigo na prática, porém a legis-
lação permitiria a ocorrência deste fato. 
Por dentro da Receita Federal... 
A Receita Federal possui em sua estrutura dois órgãos julgado-
res: 
1ª instância: DRJ – Delegacia de Julgamento 
2ª instância: CARF - Conselho Administrativo de Recursos Fis-
cais. 
Os dois órgãos são colegiados, ou seja, não há julgamento de 
um só julgador. 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tra-
tados e das convenções internacionais e dos decretos: 
... 
 
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III - as práticas reiteradamente observadas pelas auto-
ridades administrativas; 
As práticas reiteradas são os costumes criados no âmbito do 
Fisco, de modo que o conjunto uniforme de interpretações de uma lei, 
acaba concretizando-se como uma norma complementar. 
Podemos citar como exemplo, os casos de vários julgamentos 
uniformes dos órgãos administrativos na estrutura do Fisco. Cria uma 
espécie de jurisprudência administrativa, porém jamais poderá ir contra 
a lei. 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tra-
tados e das convenções internacionais e dos decretos: 
... 
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Es-
tados, o Distrito Federal e os Municípios. 
 
Os convênios são atos administrativos celebrados entre dois ou 
mais entes da Federação, com a finalidade de ajustar procedimentos ou 
trocar informações de caráter fiscal. 
É o caso do convênio entre a Receita Federal e alguns estados 
para troca de informações. 
Parágrafo único. A observância das normas referidas 
neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança de 
juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cál-
culo do tributo. 
 
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É possível que a administração pública cometa erro ao expedir 
alguma norma complementar, levando o contribuinte a incorrer em al-
guma infração tributária. 
Nesse caso, haverá proteção ao contribuinte que, ao seguir de-
terminada norma complementar, infringiu a lei. 
Vamos imaginar que uma Instrução Normativa autorize o con-
tribuinte, em determinada situação, a pagar um tributo com uma alíquo-
ta menor que a citada na lei ou decreto. Neste caso, o Fisco não poderá 
cobrar deste contribuinte a diferença entre o valor pago e o devido pela 
lei. Nem poderá impor o pagamento de multa, por não cumprimento da 
obrigação tributária. 
EIS A QUESTÃO! 
7) (AFRFB/2009/ESAF) Sobre a Legislação Tributária, assinale a op-
ção correta. 
a) Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida por Delegado da Re-
ceita Federal doBrasil, contendo normas relativas ao atendimento do 
contribuinte, integra a “legislação tributária”. 
b) O prazo de recolhimento de determinado tributo não pode ser mino-
rado por regulamento específico, haja vista a exigência constitucional de 
lei em sentido estrito. 
c) Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei complementar 
para a instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico. 
d) Com o advento da Emenda Constitucional n. 45/2004, os tratados e 
convenções internacionais, que visam ao estabelecimento de regras pa-
ra coibir a evasão fiscal, ao serem aprovados pelo Congresso Nacional, 
serão equivalentes às emendas constitucionais. 
e) As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita Federal de Julga-
mento, em regra, integram a legislação tributária. 
Solução: 
A letra “a” está certa. Base legal: CTN Art. 100. São normas 
complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais 
 
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e dos decretos: I - os atos normativos expedidos pelas autoridades ad-
ministrativas; 
 A letra “b” está errada. Súmula 669 do STF: “NORMA LEGAL 
QUE ALTERA O PRAZO DE RECOLHIMENTO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
NÃO SE SUJEITA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE.” 
Data de Aprovação Sessão Plenária de 24/09/2003 
A letra “c” está errada. Jurisprudência STF. 
RE 545187 AgR / RJ - RIO DE JANEIRO AG.REG. NO RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO 
Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA 
Julgamento: 01/02/2011 Órgão Julgador: Primeira Turma 
Publicação DJe-034 DIVULG 18-02-2011 PUBLIC 21-02-2011 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁ-
RIO. TRIBUTÁRIO. DESNECESSIDADE DE EDIÇÃO DE LEI COMPLEMEN-
TAR PARA CRIAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO 
ECONÔMICO – CIDE. PRECEDENTES. 
AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 
A letra “d” está errada. Base legal: CF art. 5° § 3º Os tratados 
e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprova-
dos, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três 
quintos dos votos dos respectivos membros, serão equivalentes às e-
mendas constitucionais. 
A letra “e” está errada. Não é regra, pelo contrário. Eu desco-
nheço alguma decisão que a lei tenha atribuído eficácia normativa. Base 
legal: CTN art 100: São normas complementares das leis, dos tratados e 
das convenções internacionais e dos decretos: II- As decisões dos ór-
gãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei a-
tribua eficácia normativa. 
A resposta a ser marcada é a letra “a” 
 
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CAPÍTULO II 
Vigência da Legislação Tributária 
 
Em uma prova, pode o examinador tentar verificar se o aluno 
sabe a diferença entre vigência e aplicação da norma. 
Vigência é quando a norma entra em vigor, ou seja, pode sur-
tir os efeitos jurídicos desejados. 
Mas Marco, uma norma pode estar em vigor e não ser 
aplicada? 
As leis, como estudamos, têm que obedecer a alguns princí-
pios, como o da anterioridade. Então, a resposta a essa pergunta, irá 
depender da matéria tratada na lei, pois há tributos que não obedecem 
ao princípio da anterioridade, portanto temos que analisar a lei para que 
possamos dizer a data em que ela poderá ser aplicada. 
A lei somente terá eficácia total na data em que puder ser apli-
cada. 
Vamos ao exemplo! 
Em 1° novembro de 2010, a União publicou lei, criando um im-
posto que somente teria que obedecer ao princípio da anterioridade a-
nual. Não constou a data de sua vigência na lei. Quando entrará em vi-
gor esta lei e qual a data de sua aplicação total? 
A lei foi silente quanto à data da vigência. Esta lei entrará em 
vigor 45 dias após sua publicação, ou seja, dia 15 de dezembro. A sua 
aplicação, porém será no dia 1° de janeiro de 2011, por causa do princí-
pio da anterioridade anual. 
 
Art. 101. A vigência, no espaço e no tempo, da legislação 
tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas 
jurídicas em geral, ressalvado o previsto neste Capítulo. 
 
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Nós já estudamos sobre o que vem a ser vigência, porém ire-
mos aprofundar o assunto para entendermos este capítulo do CTN. 
A vigência no tempo significa o período de tempo que a norma 
está em vigor, ou seja, produz eficácia jurídica. Tem que ser cumprido 
por todos, no tempo em que ela vige. É o tempo de vida da lei. 
A vigência no espaço abrange a área geográfica em que a 
norma produz seus efeitos. O princípio, no qual a norma vige no territó-
rio do ente que a expediu, é o da territorialidade. Há casos em que a 
extraterritorialidade impera. Isso ocorre quando um ente expede a nor-
ma e ela vige no território do outro ente federativo, no caso de convênio 
entre dois entes, por exemplo. 
Art. 102. A legislação tributária dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos 
territórios, nos limites em que lhe reconheçam extraterritoriali-
dade os convênios de que participem, ou do que disponham esta 
ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
Verificamos, neste artigo, o que explicamos no artigo anterior. 
A norma geral é o atendimento ao princípio da territorialidade, porém há 
dois casos de vigência da norma obedecendo ao princípio da extraterri-
torialidade. 
O primeiro caso é o de convênios celebrados entre os entes fe-
derativos. 
O outro caso é de Lei Complementar da União, pois somente 
por meio de Lei Complementar a União pode editar normais gerais de 
Direito Tributário. A vigência, obedecendo a extraterritorialidade, neste 
caso é quando o Brasil assina um Tratado Internacional e a Lei irá vigo-
rar no território dos signatários do Tratado. 
 
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Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vi-
gor: 
Quer dizer que pode haver lei, neste caso, ordinária, que de-
termine outra data para o início da vigência. 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vi-
gor: 
... 
I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do 
artigo 100, na data da sua publicação; 
Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrati-
vas, por exemplo, as Portarias Ministeriais e as Instruções Normativas, 
começam a vigorar na data da publicação em Diário Oficial. 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vi-
gor: 
... 
II - as decisões a que se refere o inciso II do artigo 100, 
quanto a seus efeitos normativos, 30 (trinta) dias após a data da 
sua publicação; 
 
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As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição 
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, entram em vigor 
30 dias após a data da publicação da lei que atribuiu eficácia normativa 
ao julgado. 
Art. 103. Salvo disposição em contrário, entram em vi-
gor: 
... 
III - os convênios a que se refere o inciso IV do artigo 
100, na data neles prevista. 
Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios entram em vigor na data neles prevista. 
EIS A QUESTÃO! 
8) (AFRF/2005/ESAF) Em relação à vigência da legislação tributária 
podemos afirmar que, salvo disposição em contrário, 
a) os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas en-
tram em vigor, 30 dias após sua publicação. 
b) as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição adminis-
trativa, a que a lei atribua eficácia normativa, entram em vigor na data 
de sua publicação. 
c) os convênios que entresi celebrem a União, os estados, o Distrito Fe-
deral e os municípios entram em vigor na data de sua publicação. 
d) em face do princípio da legalidade, uma lei pode estar vigente e efi-
caz, mas só se pode aplicá-la aos fatos geradores que ocorrerem no e-
xercício seguinte ao da sua publicação. 
e) a medida provisória, até que seja convertida em lei, revoga ou sus-
pende a lei com ela incompatível. Caso não haja a conversão, a lei ante-
rior voltará em sua plenitude, cabendo ao Congresso Nacional disciplinar 
 
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as relações jurídicas formadas no período de vigência da medida provi-
sória. 
Solução: 
A alternativa “a” está errada, porque o CTN no inciso I do arti-
go 103, combinado com o inciso I do artigo 100 rege que, salvo disposi-
ção em contrário, os atos normativos expedidos pelas autoridades ad-
ministrativas entram em vigor na data de sua publicação. 
A alternativa “b” está errada, porque o CTN no inciso II do ar-
tigo 103, combinado com o inciso II do artigo 100 rege que, salvo dis-
posição em contrário, as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de 
jurisdição administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa, entram 
em vigor, quanto a seus efeitos normativos, 30 dias após a data da sua 
publicação. 
A alternativa “c” está errada, porque o CTN no artigo 103, 
combinado com o artigo 100 rege que, salvo disposição em contrário, os 
convênios que entre si celebrem a União, os estados, o Distrito Federal e 
os municípios entram em vigor na data neles prevista. 
A alternativa “d” está errada, porque o item cita o princípio da 
legalidade e define o princípio da anterioridade . A lei somente será efi-
caz quando puder ser aplicada. 
A alternativa “e” está correta. Antes da conversão em lei há 
suspensão de eficácia da lei. A revogação ocorre na conversão da medi-
da provisória em lei. Base legal: CF art. 62 Em caso de relevância e ur-
gência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, 
com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacio-
nal. § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 
perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no 
prazo de sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por 
igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto le-
gislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. 
A opção correta é a letra “e”. 
9) (AFRF/2000/ESAF) Segundo o Código Tributário Nacional, os atos 
normativos expedidos pelas autoridades administrativas entram em vi-
gor, salvo disposição em contrário, 
 
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a) no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua pu-
blicação 
b) 30 dias após sua publicação 
c) 45 dias após sua publicação 
d) na data da sua publicação 
e) na data de sua assinatura 
Solução: 
Base legal: CTN Art. 103. Salvo disposição em contrário, en-
tram em vigor: I - os atos administrativos a que se refere o inciso I do 
artigo 100, na data da sua publicação; 
A resposta certa é a letra “d” 
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos 
de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda: 
I - que instituem ou majoram tais impostos; 
II - que definem novas hipóteses de incidência; 
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei 
dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado 
o disposto no artigo 178. 
Vamos recordar! Os impostos sobre o patrimônio ou a renda 
são o IR, ITR, ITDC, IPVA, IPTU e ITBI. 
Nos três incisos acima, temos fatos que poderiam surpreender 
o contribuinte caso houvesse a cobrança no mesmo exercício em que 
fosse instituído o imposto. Vamos a eles! 
Nos dois primeiros incisos, temos casos de leis que instituem, 
majoram e definem novas hipóteses de incidência, em relação aos im-
postos que incidem sobre o patrimônio ou a renda. Esses casos nada 
 
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mais são que instituição de imposto, portanto devem obedecer ao prin-
cípio da anterioridade anual e da anterioridade nonagesimal. 
Definir novas hipóteses de incidência significa determinar no-
vos fatos geradores. 
O inciso III, quando se fala em extinguir ou reduzir isenção, 
quer dizer que o contribuinte que estava isento não deve ser surpreen-
dido com o reinício da cobrança. A lei de isenção proibia ao Fisco de co-
brar dos contribuintes que estavam nas condições impostas pela lei. O-
ra, se houvesse uma redução ou extinção da isenção, e não existisse 
esse inciso, a Fazenda poderia cobrar imediatamente do contribuinte. 
Seria uma surpresa que os outros contribuintes deste mesmo imposto 
não teriam, por causa do princípio da anterioridade anual. 
Ainda, no caso do inciso III, se houver lei mais favorável ao 
contribuinte, esta regerá o caso, pois é mais benéfica ao contribuinte. 
A única exceção é no caso da isenção a prazo certo e com cer-
tas condições, determinadas por lei. Esta exceção consta do artigo 178 
que estudaremos depois. 
EIS A QUESTÃO! 
10) (ATN Recife/2003/ESAF) Avalie as formulações seguintes e, ao 
final, assinale a opção que corresponde à resposta correta. 
I - Em consonância com a Constituição Federal, medida provisória que 
implique majoração do imposto sobre propriedade territorial rural só 
produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido conver-
tida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
II - De conformidade com a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, a 
legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios 
vigora, no País, fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe 
reconheçam extraterritorialidade os convênios de que participem, ou do 
que disponham o Código Tributário Nacional ou outras leis de normas 
gerais expedidas pela União. 
III - Os dispositivos de lei que definem novas hipóteses de incidência, 
referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda, entram em vigor 
 
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no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publi-
cação, conforme estabelece o Código Tributário Nacional. 
IV - Determina o Código Tributário Nacional que, salvo disposição em 
contrário, os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios entram em vigor na data da sua publica-
ção. 
a) Apenas as formulações I, II e III são corretas. 
b) Apenas as formulações I, II e IV são corretas. 
c) Apenas as formulações I, III e IV são corretas. 
d) Apenas as formulações II, III e IV são corretas. 
e) Todas as formulações são corretas. 
Solução: 
A 1ª formulação está correta Base legal: CTN art.62 § 
2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, 
exceto os previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá e-
feitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei 
até o último dia daquele em que foi editada. 
A 2ª formulação está correta A Lei nº 5.172, de 25 de ou-
tubro de 1966 é o CTN. Base legal: CTN Art. 102. A legislação tribu-
tária dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios vigora, no País, 
fora dos respectivos territórios, nos limites em que lhe reconheçam ex-
traterritorialidade os convênios de que participem, ou do que disponham 
esta ou outras leis de normas gerais expedidas pela União. 
A 3ª formulação está correta Art. 104. Entram em vigor no 
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publica-
ção os dispositivos de lei,referentes a impostos sobre o patrimônio ou a 
renda: II - que definem novas hipóteses de incidência; 
A 4ª formulação está errada Art. 103 c/art.100. Salvo dispo-
sição em contrário, entram em vigor: III - os convênios que entre si 
celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, na data 
neles prevista. 
A resposta certa é a letra “a”. 
CAPÍTULO III 
 
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Aplicação da Legislação Tributária 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente 
aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos 
aqueles cuja ocorrência tenha tido início, mas não esteja com-
pleta nos termos do artigo 116. 
Para facilitar o entendimento, colei o artigo 116 do CTN 
abaixo, pois o artigo 105 a ele se refere. 
Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se 
ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: 
I - tratando-se de situação de fato, desde o momento em que 
o se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza 
os efeitos que normalmente lhe são próprios; 
II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que 
esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. 
Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsi-
derar atos ou negócios jurídicos praticados com a finalidade de dissimu-
lar a ocorrência do fato gerador do tributo ou a natureza dos elementos 
constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a 
serem estabelecidos em lei ordinária. (Incluído pela Lcp nº 104, de 
10.1.2001)
Aqui, temos um artigo sobre um assunto que já falamos que é 
a diferença entre vigência e aplicação. 
Vimos que a legislação entra em vigor em geral na data de sua 
publicação e outros casos específicos. Porém não resolve a situação do 
Fisco, se uma lei entra em vigor, mas não produz todos seus efeitos ju-
rídicos, como, por exemplo, a possibilidade da cobrança de um determi-
nado tributo. 
 
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Temos que enfrentar agora mais uma questão importante. É a 
diferença entre retroatividade e irretroatividade. Em um primeiro mo-
mento parece-nos ridículo este tema, mas... 
Estudamos o princípio da irretroatividade e o artigo 105 so-
mente confirma esse princípio. 
“A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos ge-
radores futuros e aos pendentes.” 
A letra da lei, acima, rege que para uma lei nova, com aplica-
ção eficaz, somente atingirá os fatos geradores futuros, que ainda não 
aconteceram, e os pendentes, ou seja, os que já começaram, mas não 
se aperfeiçoaram. 
EIS A QUESTÃO! 
11) (AFRF/2005/TA/ESAF) Considerando os temas “vigência” e “a-
plicação” da legislação tributária, julgue os itens a seguir. Marque com 
(V) a assertiva verdadeira e com (F) a falsa, assinalando ao final a op-
ção correspondente. 
( ) É condição de vigência da lei tributária a sua eficácia. 
( ) O CTN veda a extraterritorialidade da legislação tributária. 
( ) Não é vedado aos decretos dispor sobre o termo inicial da vigência 
dos atos expedidos pelas autoridades administrativas tributárias. 
( ) O Código Tributário Nacional adota como regra a irretroatividade da 
lei tributária. 
a) V F F V 
b) F F V F 
c) F F V V 
d) V F V V 
e) V F V F 
Solução: 
Nós estudamos acima que uma lei ao ser editada tem em geral 
a data que entrará em vigor, porém há limitações, como por exemplo, 
 
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princípios da anterioridade e anterioridade nonagesimal, que impedem a 
aplicação na data da vigência. A lei somente tem eficácia a partir da da-
ta em que puder ser aplicada. 
Concluímos desta forma que a primeira assertiva está errada, 
pois o correto seria o contrário, ou seja, “é condição de eficácia da lei 
tributária a sua vigência”. A lei tem que viger para poder ser aplicada e 
não o contrário. 
A segunda assertiva está errada, pois de acordo com o artigo 
102 do CTN, a legislação tributária dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Municípios vigora, no País, fora dos respectivos territórios, isso é 
extraterritorialidade. 
A terceira assertiva é verdadeira, conforme o artigo 103, inciso 
I. 
A quarta assertiva também é verdadeira. O artigo 105 acima é 
a regra geral determinando que a lei tributária seja irretroativa. Este 
princípio comporta exceções como a retroatividade da lei interpretativa. 
De acordo com o exposto acima se verifica que a alter-
nativa correta é a letra c. 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente inter-
pretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dis-
positivos interpretados; 
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer 
exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudu-
lento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; 
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a 
prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. 
 
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O artigo 106 trata da retroatividade da lei. 
A lei nova somente retroage se for o caso de lei interpretativa 
e no caso em que ela for mais benigna ao infrator. 
Calmamente, vamos analisar estas duas hipóteses. 
A 1ª hipótese do artigo 106 diz respeito à lei interpretativa. 
A lei interpretativa é uma lei em sentido estrito, quero dizer, é 
ato privativo do Legislativo, com a finalidade de explicar uma lei anteri-
or. 
Seria o caso de uma lei que criou um tributo, porém sua reda-
ção deixou sérias dúvidas em relação ao fato gerador da obrigação tri-
butária. O Fisco e o contribuinte ficaram em litígio quanto à cobrança do 
tributo. O legislativo, verificando a controvérsia, edita outra lei, expli-
cando a anterior. Com isso a lei “nova” poderá retroagir, alcançando o 
fato gerador pretérito e dirimindo as dúvidas do Fisco e do contribuinte. 
Esta lei interpretativa não poderá modificar a anterior, ela apenas escla-
rece os pontos controversos da redação anterior. 
Agora, como hipótese, vamos supor que o contribuinte ao in-
terpretar erroneamente a lei anterior, que tinha a redação confusa, dei-
xe de pagar o tributo. Caso a lei interpretativa considere que o Fisco ti-
nha razão, a Fazenda poderá cobrar o tributo devido, mas de acordo 
com o inciso I, ela não poderá proceder à aplicação de penalidade à in-
fração dos dispositivos interpretados, ou seja, cobrar multa. Logicamen-
te, poderá cobrar os juros, pois não é penalidade. Juros é somente uma 
atualização monetária. 
A 2ª hipótese refere-se à lei mais benigna ao infrator. 
Neste caso o CTN buscou o princípio da retroatividade da lei 
mais benigna ao infrator. 
A Constituição Federal em seu artigo 5°, inciso XL define que a 
lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu. 
 
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Isso significa que se uma lei for editada, deixando de conside-
rar determinado ato como infração ou reduzindo a pena anterior estabe-
lecida, esta poderá ser aplicada a qualquer caso pretérito. 
Esses são casos de redução ou extinção de multas por fato que 
ocorreu quando vigia uma lei que considerava esse ato como infração, 
mas com a aplicação de uma lei nova, este ato deixou de ser considera-
do com infração ou houve a redução da multa para esse determinado 
caso. 
A retroatividade não abrange o valor do tributo, apenas a mul-
ta, que significa a quantificação da penalidade.EIS A QUESTÃO! 
12) (TRF/2000/ESAF) A lei se aplica a ato ou fato pretérito: 
a) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei 
vigente ao tempo da sua prática 
b) quando seja expressamente interpretativa 
c) tratando-se de ato não definitivamente julgado quando deixe de defi-
ni-lo como infração 
d) quando deixe de tratar ato não definitivamente julgado como contrá-
rio a qualquer exigência de ação ou omissão, não sendo fraudulento e 
não tendo implicado falta de pagamento de tributo 
e) quando expressamente interpretativa, determine a aplicação de pe-
nalidade por infração dos dispositivos interpretados 
Solução: 
A alternativa “a” é o texto do inciso II, alínea “c”, do artigo 
106, CTN. 
A alternativa “b” é o texto do inciso I, do artigo 106, CTN. 
A alternativa “c” é o texto do inciso II, alínea “a”, do artigo 
106, CTN. 
A alternativa “d” é o texto do inciso II, alínea “c”, do artigo 
106, CTN. 
 
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A alternativa “e” está incorreta, porque o inciso I, do artigo 
106, CTN diz que a lei retroage em qualquer caso, quando seja expres-
samente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração 
dos dispositivos interpretados. 
A resposta a ser marcada é a opção “e”. 
13) (ATE PI/2001/ESAF) A aplicação retroativa de lei tributária não é 
admitida quando: 
a) estabelecer hipóteses de isenção. 
b) for interpretativa. 
c) deixar de definir ato não definitivamente julgado como infração. 
d) estabelecer penalidade mais branda que a prevista na lei vigente ao 
tempo da prática do ato. 
e) deixar de tratar ato não definitivamente julgado como contrário a 
qualquer exigência de ação ou omissão, respeitados os demais requisi-
tos legais 
Solução: 
A lei somente retroagirá em nos casos citados no artigo 106 do 
CTN. 
A alternativa “a” não consta nos casos do artigo 106. Vamos 
usar o bom senso. Se a isenção é caso de exclusão do tributo, ela não 
deve retroagir. 
A alternativa “b” está no artigo 106, inciso I. A lei neste caso 
deve ser expressamente interpretativa. 
A alternativa “c” consta no artigo 106, inciso II, alínea a. Diz o 
texto do CTN, que a lei retroagirá quando deixe de tratar o ato não defi-
nitivamente julgado como infração. 
A alternativa “d” é a retroatividade mais benigna ao infrator. É 
o que diz o artigo 106, inciso II, alínea c. No caso de ato não definitiva-
mente julgado. 
A alternativa “e” consta no artigo 106, inciso II, alínea b. Diz o 
texto do CTN, que a lei retroagirá nesse caso quando deixe de tratar o 
 
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ato não definitivamente julgado desde que não tenha sido fraudulento e 
não tenha implicado em falta de pagamento de tributo. 
Vimos acima que somente no caso de lei interpretativa abran-
ge todos os casos. O inciso II da artigo 106 trata apenas de casos ainda 
não definitivamente julgado. 
A resposta certa é a letra “a”. 
14)(FGV/Fiscal/RJ/2009) De acordo com o Código Tributário Nacio-
nal a lei aplica-se a ato ou fato pretérito. 
A esse respeito analise as afirmativas que apresentam as situações em 
que a lei se aplica. 
I. Em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluí-
da a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados. 
II. Quando reduza a alíquota de tributo cujo fato gerador já foi pratica-
do, desde que a defesa ofertada pelo contribuinte, administrativa ou ju-
dicial, ainda não tenha sido definitivamente julgada. 
III. Tratando-se de ato não definitivamente julgado, quando deixe de 
tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde 
que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado falta de pagamen-
to de tributo. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Solução: 
A alternativa “I” está correta por reproduzir o mandamento ve-
iculado pelo inciso I do artigo 106 do CTN. 
A alternativa “II” está incorreta posto que a aplicação retroati-
va da lei somente se aplica às penalidades e não ao tributo devido. Base 
legal: CTN; artigo 106; inciso III. 
A alternativa “III” está correta em razão de reproduzir o man-
damento veiculado pela alínea “b” do inciso II do artigo 106 do CTN. 
A resposta certa é letra “c”. 
15)(FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) A aplicação da lei a 
ato ou fato pretérito 
 
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(A) não ocorrerá em hipótese alguma. 
(B) ocorrerá sempre que houver previsão para sua retroatividade, em lei 
ordinária, e forem observados os princípios da anterioridade e da “no-
ventena”. 
(C) ocorrerá sempre que houver previsão para sua retroatividade, em lei 
complementar, e forem observados os princípios da anterioridade e da 
“noventena”. 
(D) ocorrerá, em qualquer caso, quando deixar de definir o ato como 
infração. 
(E) ocorrerá, tratando-se de ato não-definitivamente julgado, quando 
deixar de defini-lo como infração. 
Solução: 
A aplicação retroativa da lei está estabelecida no art. 106 do 
CTN. Este artigo traz dois casos de retroatividade. O primeiro é cabível 
em qualquer caso e o segundo somente nas condições determinadas pe-
lo Código. Base legal: Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: I 
- em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída 
a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II - 
tratando-se de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe 
de defini-lo como infração. 
A resposta certa é a letra “e”. 
CAPÍTULO IV 
Interpretação e Integração da Legislação Tributária 
Art. 107. A legislação tributária será interpretada con-
forme o disposto neste Capítulo. 
Interpretar a lei tem, no estudo tributário, o mesmo sentido 
que usamos em nosso cotidiano, que é o fato de entender o conteúdo da 
norma em questão para uma correta aplicação de seus dispositivos. 
 
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CLASSIFICAÇÃO DOS MODOS DE INTERPRETAÇÃO 
Vamos pontuar os diversos modos de interpretação das nor-
mas tributárias. 
Temos a interpretação literal, chamada por alguns de inter-
pretação gramatical, que considera somente o conteúdo do texto. Quem 
interpreta a lei desse modo somente se preocupa com o aspecto restrito 
das palavras. É como se você fosse fazer uma interpretação de um texto 
comum, sem impor sentido diverso que uma palavra pode ter gramati-
calmente. 
Outro modo de interpretação é a teológica, em que o intér-
prete busca a intenção do legislador ao editar aquela lei agora estudada. 
A interpretação sistêmica ou também chamada de sistemá-
tica é quando há um cotejamento entre o conteúdo da norma e o sis-
tema jurídico vigente no momento da interpretação. O intérprete busca 
outras normas de mesmo conteúdo para a definição dos pontos estuda-
dos. 
Na interpretação histórica considera toda a situação política e 
socioeconômica da época da em que a lei foi feita. Há uma busca de to-
do o contexto histórico que envolveu essa lei. 
Não existe modo melhor ou pior, nem certo ou errado ao inter-
pretar uma norma. O intérprete deve buscar tudo o que for possível pa-
ra a melhor compreensão da lei. Não é prudente interpretar a lei de um 
só modo, pois eles se somam de modo a tornar a interpretação eficaz, 
ou seja, que se aplique corretamente a norma. 
Veremos que há exceções a esta regra. 
 
Dependendo do órgão que realize a interpretação podemos ter 
uma outra classificação. 
Se a normaé interpretada por estudiosos, damos o nome de 
interpretação doutrinária. 
 
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Caso seja interpretação dos juízes singulares e tribunais, te-
mos aí a interpretação judicial ou jurisprudencial. 
A interpretação executiva ou administrativa é feita pelo Po-
der Executivo pela expedição de decretos, portarias, instruções, solu-
ções de consultas, pelas decisões dos órgãos de julgamento. 
Por fim nós temos a interpretação autêntica realizada pelo 
Poder Legislativo, o qual foi o órgão que edital a norma. Ninguém me-
lhor do que o “pai da criança” para explicá-la. Faz-se pela publicação da 
lei interpretativa, que acabamos de ver. 
Classificação quanto ao modo: 
Quanto ao modo Considera 
Literal Aspecto das palavras 
Teológica Intenção do legislador 
Sistêmica ou sistemáti-
ca 
Sistema jurídico vigente 
Histórica Situação jurídica da época 
da edição da lei 
Classificação quanto à pessoa: 
Quanto à pessoa QUEM INTERPRETA 
Doutrinária Estudiosos 
Jurisprudencial ou judi-
cial 
Magistrados 
Executiva ou adminis-
trativa 
Poder Executivo 
Autêntica Poder Legislativo 
 
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EIS A QUESTÃO! 
16) (PFN/98/ESAF) O esclarecimento do significado de uma lei tribu-
tária por outra posterior configura a chamada interpretação 
a) ontológica 
b) científica 
c) integrada 
d) autêntica 
e) evolutiva 
Solução: 
Quando o Poder Legislativo edita uma lei interpretando outra 
lei anterior temos o caso de interpretação autêntica, como estudamos 
acima. A classificação não consta do CTN, é uma classificação doutriná-
ria. 
A resposta certa é a letra “d”. 
_________________________________________________ 
INTEGRAÇÃO 
Art. 108. Na ausência de disposição expressa, a autori-
dade competente para aplicar a legislação tributária utilizará su-
cessivamente, na ordem indicada: 
Vimos acima que para interpretar uma norma não há ordem de 
preferência em relação aos diversos modos de interpretação. 
Neste artigo 108 verificaremos as modalidades de integração. 
 
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Mas..., o que é integração? 
A legislação pode não cobrir todos os casos concretos que po-
derão ocorrer, deixando uma lacuna em nosso ordenamento jurídico. 
Pode acontecer de o administrador ou o judiciário tenha que 
decidir um caso concreto que não esteja previsto em lei. Desta forma o 
agente público tem o dever de decidir baseado na legislação existente e 
no seu poder de dedução encaixando o fato concreto na legislação exis-
tente. Nesta integração o agente público tem como limite a lei. 
O CTN nos diz taxativamente as modalidades de integração, ou 
seja, não pode haver outras modalidades, somente as listadas no CTN. 
Também mostra hierarquicamente essas modalidades, não podendo o 
agente público escolher a ordem que será usada na integração. 
 MODALIDADES DE INTEGRAÇÃO 
I - a analogia; 
O agente público deverá usar primeiramente a analogia. Aná-
logo quer dizer semelhante. Analogia, portanto, é a modalidade de inte-
gração das normas em que se busca uma lei semelhante para aplicação 
ao caso concreto. A ideia é pensar que o legislador iria fazer uma lei 
semelhante, pois os casos, em tese, seriam semelhantes. 
MODALIDADES DE INTEGRAÇÃO 
... 
II - os princípios gerais de direito tributário; 
 
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Caso não consiga encontrar no ordenamento jurídico um caso 
semelhante ao analisado, o agente público deverá usar os princípios ge-
rais de direito tributário. Os princípios gerais são: legalidade, anteriori-
dade, irretroatividade, isonomia, não-confisco, não-limitação ao tráfego, 
etc. são princípios que atingem principalmente o Direito Tributário. Con-
sultem a tabela dos princípios tributários em nossa primeira aula. Como 
princípios eles tendem a ser genéricos, atingindo casos que porventura 
não estejam na legislação tributária. 
 MODALIDADES DE INTEGRAÇÃO 
... 
III - os princípios gerais de direito público; 
Se os dois anteriores não resolveram a problemática do agen-
te, então partamos para a “solucionática” do inciso III. Esses princípios 
são os que podem servir para integrar o caso concreto, porém são prin-
cípios “emprestados” dos outros Direitos. Como exemplos temos a am-
pla defesa e contraditório, moralidade administrativa, impessoalidade 
administrativa, razoabilidade, etc. 
MODALIDADES DE INTEGRAÇÃO 
... 
IV - a eqüidade. 
Nesta última modalidade de integração que iremos estudar 
temos a justiça como palavra chave. É lógico que é algo muito subjeti-
vo, pois o conceito de justiça varia na mente de cada um. 
 
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Aqui, porém, tratasse de deixar a discricionariedade como e-
lemento de convicção, sem, no entanto, falar de forma expressa. E con-
vicção está diretamente ligada à experiência de cada um. 
A equidade significa que, entre duas ou mais interpretações 
possíveis para uma regra jurídica, a autoridade deve utilizar a mais be-
nigna para o contribuinte. 
De qualquer forma, o que interessa para o nosso estudo é que 
a autoridade fiscal e o judiciário poderá /deverá usar de justiça, quando 
as outras três modalidades não puderem resolver o problema de uma 
lacuna da lei. 
ATENÇÃO: 
Ao contrário da interpretação das normas tributárias, não po-
demos misturar as modalidades de integração para definir o caso con-
creto. Só poderemos usar uma modalidade e na ordem em que se en-
contra neste artigo. 
§ 1º O emprego da analogia não poderá resultar na exi-
gência de tributo não previsto em lei. 
Este parágrafo está baseado no princípio da legalidade, pois 
somente um tributo, com seus elementos, ou seja, fato gerador, alíquo-
ta e base de cálculo, poderá ser cobrado, caso esteja previsto em lei. O 
agente fiscal ou o judiciário não pode, por analogia, dizer que um caso 
não previsto em lei tem o fato gerador de um determinado tributo. 
§ 2º O emprego da eqüidade não poderá resultar na dis-
pensa do pagamento de tributo devido. 
 
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 Neste parágrafo do artigo 108, novamente encontra-se a 
confirmação de que o legislador estava, à época da edição do CTN, pre-
ocupado com o princípio da legalidade. Veja que ao longo de nosso es-
tudo, mostramos que este é o princípio que deve nortear todos os atos 
jurídicos tributários, principalmente em relação à instituição, cobrança e 
dispensa do pagamento de tributos. Nesse caso, o emprego da equidade 
não deve servir para que se dispense o contribuinte do pagamento de 
tributo, caso este fato não esteja em lei. 
EIS A QUESTÃO! 
17) (AFRF/2003/ESAF) Relativamente à interpretação e integração 
da legislação tributária, avalie o acerto das afirmações adiante e marque 
com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida,marque a opção 
correta. 
( ) Interpreta-se da maneira mais favorável ao sujeito passivo a legisla-
ção tributária que disponha sobre dispensa do cumprimento de obriga-
ções tributárias acessórias. 
( ) Os princípios gerais de direito privado utilizam-se para pesquisa da 
definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e for-
mas, bem assim para definição dos respectivos efeitos tributários. 
( ) Na ausência de disposição expressa, a autoridade competente para 
aplicar a legislação tributária utilizará sucessivamente, na rigorosa or-
dem, a analogia, osprincípios gerais de direito público, os princípios ge-
rais de direito tributário e a eqüidade. 
a) F, V, F 
b) F, F, F 
c) F, F, V 
d) V, V, F 
e) V, F, V 
Solução: 
A primeira afirmação é falsa, porque a legislação tributária que 
disponha sobre dispensa do cumprimento de obrigações tributárias a-
cessórias deve ser interpretada literalmente, de acordo com o artigo 
111, inciso III do CTN. 
 
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A segunda afirmação é falsa, porque os princípios gerais de di-
reito privado não serão utilizados para definição dos respectivos efeitos 
tributários, conforme artigo 109 do CTN. 
A terceira afirmação é falsa, pois a ordem a ser utilizada é a 
analogia, os princípios gerais de direito público, os princípios gerais de 
direito tributário e a eqüidade, de acordo com artigo 108 do CTN. 
A resposta certa é a letra “b”. 
18) (AFPS/2002/ESAF) Sobre o tema legislação tributária, é correto 
afirmar que, nos termos do Código Tributário Nacional: 
a) a aplicação da legislação tributária restringe-se a fatos geradores fu-
turos, isto é, àqueles ocorridos a partir de sua vigência, em consonância 
com o princípio constitucional da irretroatividade das leis. 
b) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, quando seja expres-
samente interpretativa, incluída a aplicação de penalidade à infração dos 
dispositivos interpretados. 
c) a lei tributária aplica-se a ato pretérito que não tenha sido definitiva-
mente julgado, quando deixe de defini-lo como infração. 
d) a lei tributária aplica-se a ato ou fato pretérito, não definitivamente 
julgado, quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência 
de ação ou omissão, inclusive no caso de envolver inadimplemento de 
obrigação principal, desde que o ato ou fato não se tenha realizado por 
meio de fraude. 
e) é permitido à autoridade administrativa empregar a eqüidade para 
dispensar o cumprimento de obrigação tributária principal, quando se 
depara com ausência de disposição legal expressa para decidir litígio tri-
butário cujo julgamento é de sua competência. 
Solução: 
Alternativa “a” está errada Este item diz respeito à aplica-
ção da legislação tributária. CTN Art. 105. A legislação tributária apli-
ca-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, as-
sim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja 
completa nos termos do artigo 116. 
As letras de “b” a “e” tratam de retroatividade da lei. 
 
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Alternativa “b” está errada CTN Art. 106. A lei aplica-se a 
ato ou fato pretérito: I - em qualquer caso, quando seja expressamente 
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos disposi-
tivos interpretados; 
Alternativa “c” está certa CTN Art. 106. A lei aplica-se a ato 
ou fato pretérito: II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: 
a) quando deixe de defini-lo como infração; 
Alternativa “d” está errada CTN Art. 106. A lei aplica-se a 
ato ou fato pretérito: II - tratando-se de ato não definitivamente jul-
gado: b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência 
de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha 
implicado em falta de pagamento de tributo; 
Alternativa “e” está errrada CTN art. 108 § 2º O empre-
go da eqüidade não poderá resultar na dispensa do pagamento de tribu-
to devido. 
A resposta certa é a letra “c”. 
19) (TRF/2002-1/ESAF) Na ausência de disposição expressa, a auto-
ridade competente para aplicar a legislação tributária utilizará, sucessi-
vamente, na ordem indicada (art.108 da Lei 5.172/65-Código Tributário 
Nacional): 
a) a analogia; os princípios gerais de direito tributário; os princípios ge-
rais de direito público; a eqüidade. 
b) os princípios gerais de direito tributário; os princípios gerais de direito 
público, a eqüidade; a analogia. 
c) a eqüidade; os princípios gerais de direito tributário; os princípios ge-
rais de direito público; a analogia. 
d) a analogia; os princípios gerais de direito público; os princípios gerais 
de direito tributário; a eqüidade. 
e) a analogia; a eqüidade; os princípios gerais de direito público; os 
princípios gerais de direito tributário. 
Solução: 
O artigo 108 define a sequência da letra “a” com aquela a ser 
usada como integração da legislação tributária, ou seja, se houver uma 
lacuna na legislação esta é a ordem a ser usada para preenchê-la. 
 
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A resposta certa é a letra “a”. 
20)(FGV/Fiscal/RJ/2011) Não pode(m) ser usado(a)(s) como técnica 
de interpretação e integração da legislação tributária 
(A) a equidade. 
(B) os princípios gerais de direito tributário. 
(C) os costumes. 
(D) os princípios gerais de direito público. 
(E) a analogia. 
Solução: 
A interpretação da legislação tributária é a técnica que se usa 
no sentido de entender o conteúdo da norma em questão para uma cor-
reta aplicação de seus dispositivos. Vimos acima que existem dois mo-
dos de interpretação da legislação tributária. Os costumes não são usa-
dos como técnica de interpretação das normas tributárias. 
A integração se faz necessária para o preenchimento de lacu-
nas da legislação tributária. O CTN determina, no art.108, a ordem de 
aplicação de cada modalidade de integração. As letras a, b, d, e são 
modalidades de integração. 
Portanto os costumes não podem ser usados nem para inter-
pretação e nem para integração da legislação tributária. 
A resposta certa é a letra “c” 
21) (FCC/Fiscal/Município/São Paulo/2007) O art. 107 do CTN 
determina que a legislação tributária seja interpretada em conformidade 
com o disposto no Capítulo IV do Título I do Livro Segundo. Por sua vez, 
o art. 108 desse mesmo código estabelece que, na ausência de legisla-
ção tributária expressa, a integração da legislação tributária se fará com 
observância de uma determinada ordem, a saber: 
(A) I − a analogia; II − os princípios gerais de direito tributário; III −
os princípios gerais de direito público e IV − a eqüidade. 
(B) I − a analogia; II − os princípios gerais de direito público; III − os 
princípios gerais de direito tributário e IV − a eqüidade. 
(C) I − a analogia; II − a eqüidade; III − os princípios gerais de direito 
tributário e IV − os princípios gerais de direito público. 
(D) I − a eqüidade; II − os princípios gerais de direito público; III − os 
princípios gerais de direito tributário e IV − a analogia. 
 
Direito Tributário – Teoria e Exercícios 
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(E) I − a eqüidade; II − os princípios gerais de direito tributário; III −
os princípios gerais de direito público e IV − a analogia. 
Solução: 
Esta questão é literalmente a dicção do art. 108 do CTN. Lem-
bre que os casos de integração têm ordem para ser usados e os de in-
terpretação podem ser usados em qualquer ordem e de forma conjunta. 
Base legal: CTN art. 108. 
A resposta certa é a letra “a”. 
Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizam-
se para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus 
institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos res-
pectivos efeitos tributários. 
O Direito Privado cuida do estudo das relações entre particula-
res. O Poder Público não pode estar em um dos pólos dessa relação, 
quando se tratar de Direito Público. O Direito Privado se preocupa em 
dispor normas com o objetivo de combinar as vontades de dois ou mais 
particulares. 
No Direito Privado a vontade do particular importa, ao contrá-
rio do Direito Público em que há uma imposição do Estado e, na relação 
entre Estado e particular,

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