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DIREITO FINANCEIRO TRIBUTÁRIO – Aula 01 da AV2 Dia 07/05/2021 Ciência do Direito, classificada entre as disciplinas jurídicas, fundamentais constitui um conjunto ordenado e sistemático [04] de princípios e regras que tem por tarefa definir e sistematizar o ordenamento jurídico (Direito positivo ou direito posto [05], vale dizer, produzido pelo Estado) que o Estado impõe à sociedade e apontar solução para os problemas ligados à sua interpretação e aplicação. Seu objeto [07] é o Direito positivo (ou direito posto), mas considerado o Direito positivo de um Estado determinado, num dado momento histórico-cultural, ou como direito em certo ponto do espaço-tempo, com suas peculiaridades histórico socioculturais. Lógica Teônica – (O Dever Ser) (DIREITO OBJETIVO) AS FONTES DO DIREITO TRIBUTÁRIO. • Delas emanam regras Jurídicas- instrumento normativo. • As fontes principais do Direito Tributário são as leis, os tratados e convenções internacionais e os decretos (CTN, art. 96), tendo em vista que as demais normas são elencadas no art. 100 do CTN, sob título de Normas Complementares A expressão "fontes do direito", segundo BERNARDO R. DE MORAES, é empregada com o significado de "ponto originário de onde provém ou nasce a norma jurídica", sendo expressão sinônima de "causas de nascimento do direito", correspondendo, pois aos processos de criação das normas jurídicas. (ROSA JR., 1991, p. 134). CLASSIFICAÇÃO: Basicamente, podemos, então, classificá-las como formais, principais e secundárias. Paulo de Barros Carvalho (1991, p. 43), atualmente, prefere, ao invés de utilizar a expressão fontes formais, empregar instrumentos introdutórios de normas. Aquela expressão (fontes formais), entretanto, é a mais utilizada, v. g., por Celso Ribeiro Bastos (1999, p. 163), pois, segundo ele, "são elas que exprimem esse Direito, e nada mais são do que o conjunto das normas que compõem esse ramo das ciências jurídicas". Impõe-se, desde já, salientar que a doutrina não é fonte do direito positivo, ajudando a compreendê-lo sem, contudo, modificá-lo [2], assumindo feição deontológica. As chamadas fontes reais (ou materiais) referem-se aos pressupostos fáticos da tributação sendo, também, conhecidas doutrinariamente como pressupostos de fato da incidência ou fatos imponíveis [3]. Esclarece a doutrina que o estudo de tais fontes (reais ou materiais) interessa a outras áreas (v. g., à sociologia, à política e à economia) e não ao direito, "porque as mesmas correspondem a um conjunto de causas que determinam a formação de ordem jurídica ou que lhe dão certa configuração" [4]. FONTE MATERIAL – São órgãos habilitados pelo Sistema Tributário. Ex. Congresso Nacional, Assembleias Legislativas, Câmaras Municipais e a Presidência da República. FONTE FORMAL – São os veículos introdutoras de normas. Ex. Medidas Provisórias, Constituição, Leis Ordinárias, Leis Complementares. • As fontes formais do Direito são também chamadas de formas de expressão do Direito, significando a sua exteriorização (do direito), e corporificando-se nos atos normativos através dos quais o Direito "cria corpo e nasce para o mundo jurídico" • As fontes formais, consoante a preleção de Luiz Emygdio F. da Rosa (1991, p. 135), podem ser extraídas do exame conjugado dos artigos 96 e 100 do CTN [6], devendo ser divididas em fontes primárias (ou principais) e fontes secundárias (ou complementares). • O legislador pátrio, no art. 96 do CTN, adotou a expressão legislação tributária no sentido lato sensu, nela inserindo, também, a lei (stricto sensu) propriamente dita. FONTES FORMAIS PRIMÁRIAS, são chamadas DE PRINCIPAIS ou IMEDIATAS, são aquelas que podem criar regras jurídicas, podem inovar em caráter originário uma norma Jurídica.(a CF vai dizer onde pode ser criada uma lei). As fontes principais do Direito Tributário são as leis, os tratados e convenções internacionais e os decretos (CTN, art. 96), tendo em vista que as demais normas são elencadas no art. 100 do CTN, sob título de Normas Complementares. Constituição É na Carta da República que, direta ou indiretamente, encontramos o sustentáculo do Direito Constitucional Tributário Positivo, porque é a sua primeira e principal fonte. Contempla a Constituição a principiologia básico-normativa atinente aos tributos, bem como o apanágio da soberania do Estado e os limites do seu poder de tributar. O Sistema Tributário Nacional vem contemplado no Título VI, Capítulo I, da Magna Carta, que trata dos princípios gerais (Seção I, arts. 145-149); das limitações do poder de tributar (Seção II, arts. 150-152); dos impostos da União (Seção III, arts. 153-154); dos impostos dos Estados e do Distrito Federal (Seção IV, art. 155); dos impostos dos Municípios (Seção V, art. 156); e da repartição das receitas tributárias (Seção VI, arts. 157-161). https://jus.com.br/tudo/direito-constitucional A Constituição, no dizer de Paulo de Barros Carvalho (1991, p. 45), é o instrumento primeiro e soberano que se "sobrepõe aos demais veículos introdutórios de normas". Cumpre salientar que a Constituição, conquanto seja considerada a Lei Tributária Fundamental, não cria tributos. A competência tributária (direito de criar o tributo), esgota-se na lei. Editada a norma, afasta-se aquela expressão (competência tributária), vez que surge a capacidade tributária ativa (direito de arrecadar o tributo, após a ocorrência do fato imponível). A competência tributária, assim, não sai da esfera do legislativo, pois exaure-se com a edição da lei (tributária). Apenas o Legislativo pode criar tributos. É na Constituição que encontramos a delimitação e fracionamento da competência tributária, pelo que a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal, receberam cada qual um campo tributável próprio. FONTES FORMAIS EM ESPÉCIES: A primeira FONTE FORMAL EM ESPÉCIE é a Constituição, lembramos de três autores e o primeiro e Kelsen, o segundo é o Bulos (força Normativa), a constituição não cria Tributos, quem cria é a Lei, a constituição de 1988 veio tratar de várias espécies tributárias nos seus art. 145, 148, 149 e 195 da CF (força normativa). No art. 150 da CF trata de Princípios e no Inciso VI trata das imunidades. O art. 146 da CF trata de reserva de Lei complementar.(o conteúdo do art. 146 é muito importante que aprendamos e levemos para o resto da vida). A segunda FONTE FORMAL É A EMENDA CONSTITUCIONAL – Ela pode modificar as regras tributárias contidas no texto da CF.(as cláusulas imodificáveis não cabem emendas). EC Nº 03 EC EC Nº 20 1988 – ART. 195 CF EC Nº 32 2001 - ART. 62 §2º CF EC Nº 33 2001 – ART.149 §2º - SIDS Inciso IX - ICMS As Emendas Constitucionais não criam Tributos, elas instituem(modificam, mas não criam) o Tributo, porém, quem cria é a Lei. FONTE FORMAL EM ESPÉCIE É LEI COMPLEMENTAR FEDERAL – As leis complementares federais são fontes primarias principais ou imediatas. A CF selecionou diversos temas de direito tributário como reserva de lei complementar no art. 146 da CF. – Já mais poderá ser lei ordinária, lei delegada, decreto, EC.... Aparecem com temas selecionados pela própria constituição. Podem elaborar Lei complementar LCM, LCE, LCF e CFRB a) Dispor sobre conflitos de competências sobre Tributação entre os entes federativos, para isso é necessário dispor de uma Lei complementar para tratar desse assunto. (Examinar a CF, o que vai dizer estabelecer normas gerais sobre distribuições de Tributos). A competência tributária é tema exclusivamente constitucional, o qual foi esgotado pelo constituinte, sendo a Constituição, para as pessoas políticas, a Carta das Competências. Em epítome, a Constituição não criou tributos, apenas atribuiu competências para que as pessoas políticas, por meio de lei, venham a fazê-lo. EMENDAS CONSTITUCIONAISA Constituição deve refletir a realidade social, impondo-se lhe, por corolário, a evolução, mediante sujeição às emendas (reforma ou revisão parcial de uma ou de diversas regras constitucionais), excepcionadas as matérias enunciadas no seu art. 60, § 4º, I a IV, tendo em vista que não se admite a abolição da forma federativa de Estado; do voto direto, secreto, universal e periódico; da separação dos Poderes; e dos direitos e garantias fundamentais. A Constituição, por ser a Lei Fundamental, deve ser estável, porém, mutável. É nesse sentido que ela (Constituição) própria incorpora as regras do processo legislativo constitucional para sua emenda (CF, art. 59, I), referindo-se aos procedimentos concernentes à sua proposta, discussão, promulgação e exceções [7]. LEIS COMPLEMENTARES - (Estadual, Distrital e Municipal – definidos pela constituições Estaduais e as Leis orgânicas tendo como simetria a CF). "A lei complementar caracteriza-se por seu âmbito material predeterminado pelo constituinte e no quórum especial para sua aprovação" (TEMER, p. 150 apud ROSA JÚNIOR, 1991, p. 136). • As Leis Ordinárias Federais em regra são elas que vão disciplinar o Direito Tributário, criar novos Tributos. O uso de Leis Complementares são exceções.(Cabe a essa Lei disciplinar tudo o que não estiver disciplinado. A Emenda n. 18 (de 1965), à Constituição de 1946, proporcionou e instrumentalizou a integral reestruturação do sistema tributário nacional, "constituindo a mesma um marco na história do nosso Direito Tributário" (ROSA JÚNIOR, 1991, p. 136). Essa emenda constitucional incorporou à técnica legislativa a figura jurídico- constitucional da Lei Complementar (CF, art. 59, II). A inspiração que ensejou a criação da lei complementar visou à obtenção de um ato representativo do interesse de toda a Nação, e não só da União, na qualidade de fisco federal. Nesse sentido, a própria Constituição estabelece as atribuições, o objeto, a amplitude e a delimitação da lei complementar. Esta, destarte, completa uma norma constitucional que não tem, por si, eficácia, por não ser autoexecutável, sujeitando-se à aprovação por maioria absoluta. https://jus.com.br/tudo/separacao https://jus.com.br/tudo/processo • É através de Lei complementar federal que vamos dispor do fato gerador do ISS art. 156, III da CRFB • As fontes de custeio da seguridade social art. 195 §4º ADIN 2391/96 (É admitida MPs estaduais, desde que estejam previstas na Constituição Estadual daquele Estado). MEDIDAS PROVISÓRIAS MP – Medida Provisória – precisa ter relevância e a urgência. (nasce com força de lei, mas precisa ser submetida de imediato ao CN – Congresso Nacional. (Só trata de tema de Lei Ordinária). - Não haja reserva de lei complementar. Art. 62 CF Estabelece a Constituição, verbis: Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional, que, estando em recesso, será convocado extraordinariamente para se reunir no prazo de cinco dias. Parágrafo único. As medidas provisórias perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de trinta dias, a partir de sua publicação, devendo o Congresso Nacional disciplinar as relações jurídicas delas decorrentes. A medida provisória não se mostra instrumento hábil e legal à criação ou majoração de tributos, pois a Constituição exige via específica, consubstanciada na lei formal, em face do princípio da legalidade. Celso Ribeiro Bastos (1999, p. 172), afirma que a medida provisória, em matéria tributária, só é utilizável para a criação de impostos extraordinários de guerra, e para a instituição de empréstimos compulsórios de emergência (guerra, sua iminência e calamidade pública). O Direito Tributário consagra a reserva formal da lei (necessidade do ato legislativo) e a reserva absoluta (necessidade de a lei descrever todos os elementos do tipo tributário). Convencemo-nos, porém, que a retirada do decreto-lei - instrumento de poder extremamente forte - das mãos do Presidente da República, na prática, pouco mudou. O número exacerbado de medidas provisórias, editadas em descompasso com os parâmetros jurídico-constitucionais (relevância e urgência), vem deturpando sua essência e tumultuando a ordem jurídica e, ainda, tem gerado profunda irresignação dos "consumidores de justiça" e insegurança no meio jurídico. As medidas provisórias são atos administrativos lato sensu (e não leis), embora sejam dotadas de alguns atributos da lei. O Congresso Nacional aprecia a medida provisória sob enfoque político (conveniência) e jurídico (constitucionalidade). O aspecto da conveniência guarda adstrição aos requisitos da relevância e da urgência. A ótica constitucional refere-se à matéria tratada na medida provisória e aos próprios limites materiais. Cuidamos trazer a lume a abalizada lição de Roque Antônio Carraza (1999, p. 194/197), verbis: E a medida provisória rejeitada não pode ser reeditada (ao contrário do que, na prática, infelizmente, vem acontecendo, com o consentimento do próprio Poder Judiciário). Há casos, até, de reedição com emendas, ampliando o objeto da medida provisória. (...) Queremos, a propósito, fazer dois registros. O primeiro: a medida provisória nula, isto é, editada em descompasso com o art. 62 da CF, não pode ser validamente convertida em lei (será, pois, inconstitucional a lei que a ´aprovar´). O segundo: a medida provisória não revoga lei que dispõe em sentido contrário. Apenas suspende-lhe a eficácia. A revogação dar-se-á quando a medida provisória for convertida em lei. E, ainda assim, se não houver nenhuma inconstitucionalidade a tisná- la. Acompanhando esse entendimento, Alexandre de Moraes (2000, p. 542) afirma que as medidas provisórias não podem aumentar ou criar os tributos sujeitos ao princípio da anterioridade. Ressalta, no entanto, que pela relevância da decisão o intérprete maior da Constituição (STF, Pleno, ADIN n. 1.441-2-DF, DJU 26.11.1996), excepcionalmente e em sede de medida liminar, admitiu, verbis: A edição de medida provisória para determinar a extensão, aos proventos dos servidores públicos inativos, da incidência de contribuição para o custeio da previdência social, observando, porém, a obrigatoriedade do cumprimento do prazo de noventa dias para a sua exigibilidade, nos termos do art. 195, § 6º, da Constituição Federal. Há outras decisões, em sede liminar (ADIN n. 1.417-0-DF) e, até, em decisão definitiva de mérito (ADIN n. 1.135-9-DF), quando o Supremo Tribunal Federal (Pleno) julgou parcialmente inconstitucional a Medida Provisória n. 628, de 23.9.1994 (e reedições, até a MP n. 1.482-34, de 14.3.1997), por entender que "apesar da possibilidade de instituição de tributos, absolutamente necessário o respeito, por parte das medidas provisórias, do princípio da anterioridade do Direito Tributário" (MORAES, 2000, p. 542). Destarte, a possibilidade de disciplinar matéria tributária, por meio de medidas provisórias (que têm força de lei), é pacífica no Pretório Excelso, ainda que com ressalvas. https://jus.com.br/tudo/atos-administrativos Entretanto, acompanhando os entendimentos de Marcelo Figueiredo e de Leon Frejda Szklarowsky, Alexandre de Moraes (2000, p. 543) preleciona a impossibilidade de edição de medida provisória em matéria reservada à lei complementar, verbis: ... uma vez que o legislador constituinte originário expressamente estabeleceu uma reserva de competência à edição de lei complementar, a ser deliberada por maioria absoluta dos membros de ambas as Casas Legislativas, incompatível, pois, com a uni pessoalidade na edição das medidas provisórias. Além disso, como afirma Marco Aurélio Greco, o ´art. 62 prevê a conversão da medida provisória em lei e não em lei complementar´. CONSTITUIÇÃOESTADFUAL, Também é uma fonte formal do Direito Tributário, elas não podem criar Tributos, só trazem os meios para que sejam criadas por Lei Complementar.(não pode conceder isenções de tributos, imunidades). IMUNIDADES – irrevogáveis, vem na Constituição. ISENÇÃO – Vem de uma Lei fora da Constituição Federal ou Estadual, revogável. Em matéria tributária, a eficácia de várias normas constitucionais depende de lei complementar: instituição de empréstimos compulsórios (CF, art. 148); instituição de contribuições sociais (CF, art. 149); instituição de alguns impostos (CF, art. 154 c/c art. 153), dentre outras (CF, arts. 155, 156, 161). IMUNIDADE – NA CRFB – C. PÉTREA STF ISENÇÃO - LEI Limita a competência Tributária- Antes do fato gerador. Interpretação ampliativa Dispensa o pagamento depois de ocorrido o fato gerador Interpretação literal – aquela que está em cima da lei, moldura de Kelsen. Alcança Impostos, em regra Exclui a Competência Tributária São Perenes Alcanças todos os Tributos Decorrentes da competência Tributária Tendem a temporariedade O Código Tributário Nacional (Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966) é a principal lei complementar, mesmo tendo sido aprovado como lei ordinária. É que, àquela época, o ordenamento jurídico-constitucional não previa a lei complementar. Esse status, redunda da análise comparativa do art. 146, da Constituição, com o art. 1º do CTN, que define o objeto da mencionada lei. Portanto, o Código Tributário Nacional "tem hoje eficácia de lei complementar, por versar assunto reservado exclusivamente a esse tipo de ato legislativo, só podendo ser revogada por diploma desta natureza" (CARVALHO, 1985, p. 37 apud ROSA JÚNIOR, 1991, p. 138). RESOLUÇÕES A resolução consubstancia-se na deliberação tomada por uma das Câmaras do Poder Legislativo ou pelo próprio Congresso Nacional, fora do processo legislativo. A resolução, conquanto não seja lei, tem força como tal. Regula matéria de competência do Congresso Nacional, ou de competência privativa do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados, mas em regra com efeitos internos (interna corporis). Excepcionalmente, porém, a Constituição admite a resolução com efeitos externos, como a que dispõe sobre a delegação legislativa. Em matéria tributária, a Constituição Federal prevê a expedição de resolução do Senado Federal nas hipóteses previstas no seu artigo 155, com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 3, de 17.3.1993 [15]. De conformidade com a finalidade pretendida pela resolução, podemos classificá-la em ato político (resolução senatorial que referenda nomeações); ato deliberativo (fixação de alíquotas); ato de coparticipação na função judicial (suspensão de lei declarada inconstitucional pelo STF); e ato-condição da função legislativa (autorização ao Executivo para elaborar lei delegada: habilita a produção da lei delegada). DECRETOS Decreto é o ato baixado pelo Poder Executivo aspirando à regulamentação da lei, tendo em vista que esta apenas fixa os pontos primários (básicos) relativos ao assunto sobre o qual trata, cabendo àquele (decreto) a função de tratar de seu detalhamento (complemento). O conteúdo e o alcance do decreto encontram-se delineados no art. 99 do CTN, sendo que a vigência da lei que dele depende ocorre somente depois de sua expedição, conforme reiterada jurisprudência do Supremo Tribunal Federal [17]. No que concerne ao decreto regulamentar, estabelece o art. 84, IV, da Constituição Federal, que compete privativamente ao Presidente da República "sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução". O decreto regulamentar traça as normas para a fiel execução da lei, da qual é mero complemento e de cujos limites não se pode afastar. O regulamento é um ato de caráter normativo, assemelhando-se, neste aspecto, à lei material, não fugindo, em matéria tributária, à regra geral da estrita subordinação à lei. Assim, não pode revogá-la, aditá-la, ou recusar-lhe eficácia, dada a sua posição subalterna (infra legem). TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS Os tratados e as convenções internacionais derivam de atos externos que provocam efeitos na ordem interna, máxime em matéria tributária, tendo em vista que o art. 98 do CTN atribui-lhes, especificamente, o condão revocatório ou modificativo [10]. O art. 98 do CTN poderia conduzir ao entendimento (equivocado) que sua premissa é autônoma e absoluta. Os atos que envolvem os tratados e as convenções são celebrados pelo Executivo, representado pelo Presidente ou ministros plenipotenciários, não prescindindo, porém, da chancela do Congresso Nacional, mediante decretos legislativos, conferindo-lhes os efeitos (material e formal) de lei [11]. O aperfeiçoamento dos tratados e das convenções internacionais exige que o Congresso Nacional os referende, sendo que o Legislativo pode recusá-los, não os recepcionando. LEIS ORDINÁRIAS A lei é fonte por excelência do Direito como um todo, e não só em matéria tributária. A questão fiscal, no entanto, exige que a lei contenha os atributos imanentes à criação, modificação e extinção da obrigação tributária, estabelecendo, inclusive, as punições pelo seu não-cumprimento. Deverá a lei descrever o fato gerador da obrigação principal, determinar a alíquota e a base de cálculo e os sujeitos (ativo e passivo) dos tributos, competindo-lhe instituir e aumentar tributos [12]. Por força da Constituição, a lei ordinária não pode instituir certos tributos, que exigem um plus procedimental. Os empréstimos compulsórios, parte das contribuições sociais e os impostos residuais, por exemplo, dependem, para sua criação, de lei complementar (CF, arts. 148, 154, I e 195, § 4º). O princípio da legalidade, assegurado expressamente ao contribuinte, delimita as prerrogativas das pessoas políticas, vedando à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, v. g., exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça (CF, art. 150, I). No mesmo sentido, estabelece o Código Tributário Nacional (arts. 9º e 97). LEIS DELEGADAS Trata-se de ato normativo oriundo do Poder Executivo, em forma de lei, emanado de delegação expressa do Poder Legislativo, tão-somente para casos específicos e concretos. O Presidente elabora a lei delegada, após o deferimento do pedido de delegação formulado ao Congresso Nacional, que o confere mediante resolução. O objeto da delegação não é irrestrito, não podendo envolver os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a matéria adstrita à lei complementar, e determinadas matérias próprias da legislação [13]. A lei delegada está no mesmo plano de eficácia da lei ordinária, pelo que, através dela, qualquer matéria tributária poderá ser veiculada, desde que não afronte os direitos individuais como, por exemplo, o princípio da legalidade tributária. FONTES SECUNDÁRIAS OU COMPLEMENTARES DECRETOS, INSTRUÇÃO NORMATIVA, PORTARIAL MINISTERIAL, REGULAMENTO As fontes secundárias (também chamadas complementares) do Direito Tributário são estabelecidas pelo art. 100 do Código Tributário Nacional e, juntamente com as fontes principais (alhures expendidas), compõem a legislação tributária. FONTE FORMAL SECUNDÁRIA – É acessória, ela não pode inovar a ordem jurídica. Ex. Decreto, que é uma fonte acessória, ou secundária. Tríade Kelsiana. O que diz a lei O que diz a jurisprudência O que diz a Doutrina ATOS NORMATIVOS Os atos normativos são normas genéricas e abstratas, visando à minudência do regulamento. São expedidos pelas autoridades administrativas e, por vezes, interpretam certo ponto sujeito à atuação administrativa, aproveitando ao contribuinte que o cumpre. Exemplos: as portarias, as circulares, as resoluções, ospareceres normativos, etc. Os atos normativos obedecem ao rigor hierárquico das normas, pelo que devem guardar conformidade à lei à qual são pertinentes. Poder-se-ia enquadrá-los como lei em sentido lato sensu, pois têm força normativa, implicando o seu descumprimento na imposição de sanções. PRÁTICAS REITERADAS (Ex. solicitações, documentos, informações que pegamos e levamos já por costumes). Os usos e costumes que, adotados pelo contribuinte, eximem-no de qualquer penalidade, denominam-se introdutórios (nova norma de conduta oriunda de falta de lei); ab-rogatórios (consideram revogada uma lei que tenha deixado de ser aplicada); e interpretativos (explicam o sentido de uma lei). Não paira dúvida que, em matéria tributária, acolhem-se somente os costumes interpretativos, posto que somente a lei (stricto sensu) pode instituir tributo, não sendo a lei revogada pelo costume, ainda que em desuso, nos termos do art. 2º da LICC. Nesse sentido, "não podemos considerar os usos e costumes como fontes do Direito Tributário, tendo em vista que a obrigação tributária só pode resultar da lei" (ROSA JÚNIOR, 1991, p. 143). Porém, especificamente, quanto às práticas reiteradas na administração, esclarece Celso Ribeiro Bastos (1999, p. 176), verbis: As práticas reiteradas na Administração num determinado sentido geram no contribuinte o sentimento de estar cumprindo com o seu dever. Seria uma demasia exigir-se que ele próprio fosse se insurgir contra um comportamento administrativo que o beneficiasse para pleitear outro mais oneroso. Se a Administração decidir alterar essa prática, só poderá fazê-lo com relação aos comportamentos futuros e nunca relativamente aos pretéritos, pois estes encontram-se protegidos pelo caráter normativo de que se reveste o comportamento habitual da Administração. DECISÕES ADMINISTRATIVAS Por lei, as decisões administrativas são dotadas de eficácia normativa, sendo emanadas de órgãos singulares ou coletivos como, por exemplo, os pareceres normativos proferidos pela Secretaria da Receita Federal, as decisões dos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda, etc. Celso Ribeiro Bastos (1999, p. 176), tratando do tema sob comento (decisões administrativas), preleciona, acerca da busca da tutela jurisdicional, verbis: É da índole do nosso sistema constitucional a recorribilidade irrestrita ao Poder Judiciário independentemente do percurso prévio pela instância contenciosa administrativa. Esta é, portanto, voluntária. Cumpre observar, no entretanto, que as decisões proferidas pelos órgãos administrativos em favor do contribuinte são imodificáveis. Dá-se, aí, a impropriamente chamada coisa julgada. A normatividade das decisões proferidas na esfera administrativa, que se aplicam não só a quem foi parte no processo que a originou, mas a todos os que estejam na mesma situação, sujeita-se, à obviedade, ao direito e garantia fundamental inserto no art. 5º, XXXV, da Carta da República. DECISÕES JUDICIAIS A solução legislada (constituição, lei, etc...) contempla o caráter normativo, obrigando a todas as hipóteses submetidas à sua parte dispositiva. A jurisprudência consolida-se como precedente (exemplo de solução), mas não obriga, por si, não constituindo o seu não atendimento uma infração. Esta, ocorre quando o contribuinte desatende à lei, ou o funcionário não a cumpre, ou o juiz decide contra o seu texto, ensejando os recursos especiais. Segundo Ruy Barbosa Nogueira (1990, p. 71), "por isso é que se coloca a jurisprudência como fonte depois das disposições legisladas". Este mesmo autor refere-se à chamada jurisprudência administrativa, rotulando-a como uma quase jurisprudência, a qual constitui-se das soluções dos órgãos fiscais de julgamento (órbita administrativa), ensinando, verbis: Estas soluções que do ponto de vista teórico são colocadas no final das fontes, porque o administrativo não decide conclusivamente, porque os seus julgados não produzem, mesmo na espécie, a chamada coisa julgada (qualidade que é encontrada na decisão judicial definitiva), entretanto têm muita importância prática em Direito Tributário, pois toda vez que esses órgãos decidem em última instância administrativa contra o fisco, https://jus.com.br/tudo/processo praticamente fica estabilizada a decisão, porque pertencendo esses órgãos à própria Fazenda, não seria possível fosse ela pleitear ao Judiciário a modificação de sua própria orientação: ´Nemo potest venire contra factum proprium´. É o que reconhece atualmente o art. 156, IX, do CTN Realmente, a decisão administrativa irreformável (definitividade na órbita administrativa, que não pode ser objeto de ação anulatória), extingue o crédito tributário, nos termos do art. 156, IX, do Código Tributário Nacional. CONVÊNIOS Os convênios que a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios celebram entre si, são ajustes ou acordos entre duas ou mais pessoas para a prática ou comissão de certos e determinados atos. Podem os convênios visar à execução de suas leis, serviços ou decisões, através da atuação de funcionários federais, estaduais ou municipais. Os convênios, mesmo não possuindo força vinculativa absoluta, instrumentalizam a orientação na solução de problemas jurídicos relativos às normas que contenham, enquanto não forem transmudados em lei pelo legislativo, sendo que - erroneamente, na opinião de Luiz Emygdio F. da Rosa Júnior (1991, p. 143) – têm sido opostos às leis estaduais e municipais, redundando na injuridicidade. Daí, a necessidade de validação do conteúdo dos convênios pelas Assembleias Legislativas, em ratificação aos termos prefirmados nas assembleias de Estados- membros, prelecionando Celso Ribeiro Bastos (1999, p. 177), verbis: Sob o ponto de vista formal, são atos administrativos porque dimanam de órgão administrativo colegiado (assembleia de funcionários representantes do Poder Executivo dos Estados). Sob o ponto de vista material, são atos legislativos porque têm conteúdo de preceituação genérica e normativa (não há aplicação de norma a caso concreto). Como o princípio da legalidade para pôr e tirar o tributo exige lei em sentido formal – proveniente de órgão legislativo -, a previsão de ratificação pelo Poder Legislativo dos Estados teria precisamente esta finalidade: conferir aos convênios força de lei. A hipótese é prevista na atual Constituição Federal – como o foi na anterior – tendo os convênios, por objeto, as matérias fiscais cujos efeitos (reflexos, repercussões) ultrapassam os limites territoriais de cada unidade da federação. Estabelece o art. 155, XII, g, da CF que cabe à lei complementar a regulamentação da forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, as isenções, os incentivos e os benefícios fiscais serão concedidos e revogados. II - CÓDIGO TRIBUTÁRIO A Lei n. 5.172, de 25 de outubro de 1966, com as alterações posteriores, nos termos do Ato Complementar n. 36, de 13 de março de 1967 (art. 7º) passou a denominar-se Código Tributário Nacional. O CTN é a principal lei complementar (em sentido material), mesmo tendo sido aprovado como lei ordinária, pois a Lei n. 5.172/66 é o seu veículo legislativo. É que, àquela época, o ordenamento jurídico-constitucional não previa a lei complementar. https://jus.com.br/tudo/atos-administrativos Esse status, redunda da análise comparativa do art. 146, da Constituição, com o art. 1º do CTN, que define o objeto da mencionada lei. Portanto, o Código Tributário Nacional "tem hoje eficácia de lei complementar, por versar assunto reservado exclusivamente a esse tipo de ato legislativo, só podendo ser revogada por diploma desta natureza" (CARVALHO, 1985, p. 37 apud ROSA JÚNIOR, 1991, p. 138). Roque Antônio Carraza (1999, p. 585-586), tratando do tema sub examine, assevera (em nota de rodapé), verbis: A nosso ver, a Lei n. 5.172/66 continua, sim, sendoformalmente uma simples lei ordinária: materialmente, entretanto, é lei de cunho nacional. Nem poderia ser de outra forma, como escorreitamente sustenta Paulo de Barros Carvalho, ao inferir que o raciocínio ortodoxo "(...) representaria o mesmo dislate de conceber-se como Emenda Constitucional um decreto-lei que versasse matéria agora privativa do legislador constituinte, por virtude de ordem jurídica adventícia". Evidentemente, a matéria de que a lei em questão cuida (normas gerais em matéria de legislação tributária) passou a ser privativa de lei complementar, por determinação, primeiro, do art. 18, § 1º, da Carta de 1967/69 e, agora, do art. 146 da atual Constituição. Desta forma, a Lei nacional n. 5.172/66 só poderá ser revogada ou modificada por lei formalmente complementar. Em verdade, o palco principal do Direito Tributário é a Constituição Federal (Lei Fundamental Tributária) - que disciplinou o exercício da atividade tributária e garantiu a liberdade e o patrimônio do contribuinte - e não o Código Tributário Nacional. Este, não tem o condão de ingerência naqueles temas, sob pena de revelar o inadmissível (e inconstitucional) autoritarismo. Não pode o Código Tributário Nacional, inclusive, "estabelecer o modo pelo qual deverão ser entendidas e aplicadas, aos casos concretos, as leis tributárias federais, estaduais, municipais e distritais. Noutras palavras, não lhe é dado disciplinar a interpretação e a integração da legislação tributária" (CARRAZA, 1999, p. 587). Sinoticamente, no que concerne à hermenêutica tributária, extrai-se dessa mesma obra e página, verbis: Em suma: o contribuinte, o Fisco e, acima de tudo, o Judiciário não poderão ter sua atuação disciplinada por eventual ‘norma interpretativa’ contida na lei complementar ora em exame. O ideal seria que o novo Código Tributário Nacional – ao contrário do atual – não cuidasse deste tema, até para evitar possíveis inconstitucionalidades na aplicação das leis tributárias. CONCLUSÃO As fontes do Direito Tributário encontram-se delineadas no art. 96 do Código Tributário Nacional, sendo que a expressão legislação tributária nele inserida tem a conotação lato sensu, abrangendo as leis, os tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares, desde que tenham por objeto, ainda que de modo parcial, a matéria tributária e as relações dela oriundas. As normas complementares estão elencadas no art. 100 do CTN e referem-se aos atos normativos, às decisões proferidas pelas autoridades administrativas, às práticas reiteradas, e aos convênios celebrados pelas pessoas políticas. Preocupa-nos não conter a Carta da República dispositivo expresso que obste o uso da medida provisória para instituição e modificação de tributos, consolidando uma ameaça aos contribuintes, em face do poder tributário do Estado e da eficácia imediata da medida provisória. A doutrina entende que a medida provisória pode, tão-somente, criar impostos extraordinários de guerra e instituir empréstimos compulsórios de emergência (guerra, calamidade pública). Vemo-nos, porém, inseguros e fragilizados frente à avalanche de edição de medidas provisórias, em manifesta afronta aos requisitos que lhe são imanentes (relevância e urgência), e em desfavor do "consumidor de justiça", com a concordância tácita do Judiciário. Recentemente, perplexos, vimos a absurda vulneração do Estatuto Consumerista (Lei n. 8.078/90), norma de ordem pública e interesse social, de berço constitucional, impingida teratologicamente por uma pretensa medida provisória que, praticamente, o "revogaria", sob argumento da crise de energia e que o procedimento visava a tutela do interesse nacional. Questões desse gênero são uma constante no cenário jurídico-político do País, necessitando, imediatamente, de um instrumento legal mais eficaz à sua coibição e de uma atuação mais efetiva e enérgica dos Poderes Legislativo e Judiciário. A abordagem aos tratados e convenções internacionais, também, merece destaque, vez que o mundo globalizado impõe as parcerias internacionais, destacando-se, hodiernamente, o Mercosul e a União Europeia. Aula 02 da Av2 dia 14-03-2021 TÍTULO II obrigação tributária SEÇÃO I Disposições gerais FATO GERADOR. Conceito: é aquela situação definida pelo legislador(descrito em lei), ao qual praticada por determinada pessoa, impõem a ela a “obrigação” de “doar” ao Estado parcela do seu patrimônio. Conceito do professor: é o fato imponível, é a ocorrência concreta no mundo das relações sociais no sentido de mundo econômico. Ex. circulação de mercadorias, comprar um imóvel......(o evento específico é um fato gerador)- Auferir renda(fato gerador de imposto de renda) CTN-ART. 114- Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. “Obrigação acessória, declarar o tributo”. TIPOS DE OBRIGAÇÕES, são dois. Produto-obrigação principal NF- Obrigação acessória CTN - Art. 113. a obrigação tributária é principal ou acessória. (........) § 2o a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. Conceito: é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação tributária. Ex. quando ocorre o fato gerador existe é criada a hipótese de incidência Tributária. Auferir renda(fato gerador de imposto de renda). Doutrina de Geraldo Ataliba, traz o conceito de hipótese de incidência tributária (deus Hermes-Hermenêutica). Critérios ou aspectos da hipótese incidência tributária: é a descrição legal de um fato”, é um “mero conceito abstrato”, é a “descrição genérica de um fato”. ... Assim, a obrigação tributária não surge da lei, mas sim da realização da hipótese contida nesta lei, que é, portanto, um conceito legal. 1) Aspecto temporal- Tem a função de dizer o momento da ocorrência do fenômeno(fato) gerador. É a hipótese de incidência de definir o fato gerador. Determina o instante que ocorre o fato gerador . 2) Aspecto territorial ou espacial- É a delimitação geográfica de sua ocorrência, isto é local onde ocorre o fato tributário. Por Ex. União, Estados, DF e Municípios em suas zonas urbanas e rural. CF art. 170 art. 5º XXIII 3) Aspecto material- Representa a ação ou a situação que dá origem ao nascimento da obrigação tributária(fato gerador, evento ou situação que ocorrendo, produz o dever de pagar tributo). Nesse sentido, confunde-se com o próprio fato gerador, ou seja, o que está sendo tributado. Ex. Ser proprietário de veículo automotor e efetuar a venda de mercadorias são exemplos do aspecto material. Ex1 procurar um banco para fazer um CDC, paga o imposto em operação de crédito, que é pago pelo capital e dos juros. 4) Aspecto pessoal- visa caracterizar o sujeito ativo e o sujeito passivo da relação tributária, ou seja, visa caracterizar o ente político que possui competência para instituir o tributo, bem como caracterizar o sujeito que efetivamente realizou o fato gerador, que é o contribuinte. 5) Aspecto quantitativo- Este é o aspecto que define o valor devido. Estão compreendidos neste aspecto os elementos necessários à operação matemática que irá determinar o quantum devido, vale dizer, a alíquota e a base de cálculo. CTN CAPÍTULO III Sujeito Ativo Art. 119. sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Art. 120. salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, sub-roga-se nosdireitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que entre em vigor a sua própria. CAPÍTULO IV Sujeito Passivo SEÇÃO I Disposições gerais Art. 121. sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. o sujeito passivo da obrigação principal diz-se: I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA – É atribuída exclusivamente pela Constituição. É o poder de tributar conferido pela CFRB, a União, Estados, DF e Municípios para criar, modificar, instituir tributos por meio de Lei......, Art. 6 do CTN. • Não pode ser conferida ou modificada através de Lei ou outras normas infraconstitucionais. Arts. 145, 147, 148, 149, 149A, 153, 156 e 195 da CFRB.(somente as Entidades Federativas) – Direito que Integram a Administração direta. Art. 18 da CF. • Poder = denominação legal concedido pela CFRB. TÍTULO II Competência tributária CAPÍTULO I Disposições gerais Art. 6o a atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição Federal, nas Constituições dos Estados e nas Leis orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios, e observado o disposto nesta Lei. Parágrafo único. os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a que tenham sido atribuídos. Outro conceito de Competência tributária é a possibilidade conferida pela Constituição Federal aos entes federativos de instituírem em seus territórios determinados tributos. Diante dessa autorização constitucional, o ente pode, por meio de lei stricto sensu, instituir o tributo em seu território. Capacidade Tributária Ativa – é a aptidão para figurar, por lei, na posição de sujeito ativo da relação tributária, ou seja, na posição de credor, com as prerrogativas que lhe são inerentes de fiscalizar o cumprimento das obrigações pelos contribuintes e de cobrar os respectivos créditos tributários.”. Ela desenvolve-se por meio de exercício de função administrativa. A competência Tributária é indelegável, mas a capacidade pode ser delegada. • A Capacidade Tributária Ativa é atribuída ao sujeito ativo do tributo, ou seja, para aquele que possui o direito subjetivo de cobrar o tributo(Poder público competente). QUADRO COMPLEMENTAR COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA - CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA 1- Criar tributo; 1- Cobrar Tributos(arrecadar e promover Tributo) 2- Legislar; 2- Função Administrativa(exercício da função estatal) 3- Poder de Tributar; 3- Poder executivo 4- Exclusivo das entidades Federativas; 4- Fiscalizar o Tributo 5- Indelegável. 5- Delegável através de Lei. Atributos ou características da competência Tributária a) Indelegabilidade; impossibilidade de a entidade transferir por vontade própria a aptidão de receber o tributo para outa pessoa. b) Privatividade; é privativo ao ente o direito(competência) para cobrar determinado tributo a ele determinada pela CRFB. c) Facultatividade; é uma permissão dada ao legislador, nunca um dever, esse não está obrigado a elaborar lei criando algum tributo. d) Irrenunciabilidade; o ente não pode renunciar da sua competência de criar ou receber seu tributo e) Incaducabilidade; Não caduca, não tem prazo, o direito ao Tributo, ainda que não seja regularizada a norma art. 156 CF f) Inampliabilidade. O ente federativo não pode aumentar sua competência tributária. (Só o Constituinte é quem pode mudar aumentando ou diminuindo) Art. 174. a ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.72 Parágrafo único. a prescrição se interrompe: I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; II – pelo protesto judicial; III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. O CTN O Código Tributário Nacional – CTN (Lei nº 5.172/66) dispõe sobre normas gerais acerca da legislação tributária, em atendimento ao disposto no art. 146, III, da Constituição Federal de 1988. • Lei Ordinária cria os tributos, nunca a CRFB, esta, só autoriza. • Lei Complementar cria tributo, porém, precisa Art.153, 155 e 156 – Carta de competência foi extraída desses artigos, juntando tudo encontra a carta de competência privativa do ente federativo chamado União. A competência privativa da União é referente a imposto. Criado através de Lei Ordinária, exceto Grandes Fortunas(imposto não vinculado), esta será Lei Complementar. CRFB SEÇÃO III Dos Impostos da União - Competência Privativa, Residual, extraordinária, especial, cumulativa e comum. Por Lei Ordinária ou Complementar. Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (EC no 20/98 e EC no 42/2003) I – importação de produtos estrangeiros; II – exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III – renda e proventos de qualquer natureza; IV – produtos industrializados; V – operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI – propriedade territorial rural; - Lei Complementar VII – grandes fortunas, nos termos de lei complementar. § 1o É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V. § 2o O imposto previsto no inciso III: I – será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da lei; II – (Revogado). § 3o O imposto previsto no inciso IV: I – será seletivo, em função da essencialidade do produto; II – será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; III – não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior; IV – terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo contribuinte do imposto, na forma da lei. § 4o O imposto previsto no inciso VI do caput: I – será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades improdutivas; II – não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel; III–será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. § 5o O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o inciso V do caput deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da arrecadação nos seguintes termos: I–trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II – setenta por cento para o Município de origem. Obs. As MPs quando aprovada, se transforma em Lei Ordinária.(Pode criar um imposto por MP que quando transformada em Lei Ordinária)- Respeita o princípio da Legalidade, anterioridade, noventena...., Exceto quando cuida do Imposto Importação e do Imposto de Renda, que se inicia no momento da publicação. Carrazzo, Alexandre Mazza e Paulo Barros de Carvalho diz que só a Lei ordinária no geral e Lei complementar pode criar.Estados possuem competência – Privativa, comum, especial comum...... SEÇÃO V Dos Impostos dos Municípios e DF (suigeneres)Competência Estadual e Municipal e é cumulativo. O DF é uma (Civita Civitat, pois hospeda Brasília) Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (EC no 3/93, EC no 29/2000 e EC no 37/2002) I – propriedade predial e territorial urbana; II – transmissão Inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III – serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar; IV – (Revogado). § 1o Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4o, inciso II, o imposto previsto no inciso I poderá: I – ser progressivo em razão do valor do imóvel; e II – ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. § 2o O imposto previsto no inciso II: I – não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil; II – compete ao Município da situação do bem. § 3o Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei complementar: I – fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior; III – regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados. § 4o (Revogado) Competência Comum. É criada para todos os entes federativos e serve para serviços que precisam dá uma contrapartida. CRFB SEÇÃO I os Princípios Gerais Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: I – impostos; II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; III – contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. § 1o Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. § 2o As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos. Outra categoria de competência tributária que temos dentro do texto da nossa Constituição. Art. 154. A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; Obs1.( Competência residual da União). – Trata-se do poder que é conferido a união para instituir de novos impostos, diferentes daqueles já discriminados na CF que já é de sua competência, precisa ser um imposto novo. Somente através de Lei Complementar. – Ter um novo fato gerador e ter nova base de cálculo. As contribuições sociais residuais são instituídas pela União, respeitada as exigências no art. 195 §4º da CF(§ 4o A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.) II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. Obs2.(Competência extraordinária da União) Ex. Imposto de Guerra Externa ou em sua iminência). Criado por Lei Ordinária, são exceção ao princípio da anterioridade e ao princípio da noventena, não há qualquer exceção ao princípio da legalidade. – Pode ser sobre fatos geradores que já existe. (Art. 76 CTN. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.) Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (EC no 20/98, EC no 42/2003 e EC no 47/2005) § 4o A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. SEÇÃO II do CTN impostos Extraordinários Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz. Competência Tributária Especial – O Doutrinador que mostra melhor essa competência é Cláudio Borba – é a competência o ente União tem para instituir empréstimo compulsório em Lei Complementar Federal. As contribuições parafiscais, chamadas de especial. Art. 148, 149 e 149ª Competências............ Art. 148 da CF. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios: I – para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; II – no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, “b”. Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição. Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6o, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (EC no 33/2001, EC no 41/2003 e EC no 42/2003) § 1o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. § 2o As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I – não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II – incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III – poderão ter alíquotas: a)ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. § 3o A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. § 4o A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. A Competência Especial Comum foi instituída para o servidor público. Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o dispostono art. 150, I e III. (EC no 39/2002) Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. Art. 195 da CF. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: (EC no 20/98, EC no 42/2003 e EC no 47/2005) § 4o A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. .............Aqui é uma categoria da competência extraordinária do regime especial, que vai incidir sobre toda população, entre as receitas e faturamentos de todos. Competência cumulativa ou múltipla. É assim determinada porque certo ente político instituiu um imposto que seria competência de um outro ente instituir. Ex. Sendo criado Territórios, a própria União poderá criar tributos dentro do território e se não houver municípios a União criará os municipais para a própria União receber todos. A competência no caso do Distrito Federal. Institui os impostos municipais e também os estaduais. • A Hipótese De Incidência, que é o fato gerador em abstrato, se ele acontecer, terá o fenômeno da obrigação. • Fato Gerador. • Obrigação: Principal e a Acessória. ____________________________________________________________________________________ Autores: Kelsen. Tudo na forma da Lei. Lassale. Na CRFB. A constituição sofre com os fatores reais de poder, que é toda essa realidade representada pela sociedade. Quem examina se houve inconstitucionalidade por ação ou omissão? Se for por questão administrativa é pelo Tribunal de contas. União é o STF Estados e Municípios são os TJs Estaduais ou Federais se caso for matéria da União. Quem auxilia encontrar irregularidades? Os tribunais de Contas. AULA DO DIA 28/05/2021 REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. DIFERENÇAS ENTRE HIPÓTESES DE INCIDÊNCIA E FATA GERADOR Os conceitos de hipótese de incidência e de fato gerador derivam sua importância da aplicação do princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF88) às relações entre os contribuintes e a Fazenda Pública: há um procedimento determinado para que a Fazenda Pública cobre o contribuinte pelos tributos que deve pagar futuramente e pelos que deixou de pagar. A Fazenda Pública não pode, para cobrar os tributos, valer-se de meios indiretos ou de sanções políticas. Somente a lei pode determinar o procedimento de cobrança de tributos. O primeiro momento da incidência tributária é a previsão genérica e abstrata do tributo, o que se faz por meio da lei e em obediência ao princípio da estrita legalidade tributária, consignado no art. 150 inciso I da CF. 1) FATO GERADOR.(Fenômeno) - (Concreto-Objetivo) É a ocorrência concreta da situação descrita na hipótese de incidência pertencente ao mundo concreto. Ex. Proprietário de veículo automotor; Proprietário de Residência na Rua Felipe Camarão.... Art. 114 do CTN CTN - Lei nº 5.172 de 25 de Outubro de 1966 Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e Municípios. Art. 114. Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua ocorrência. II - que definem novas hipóteses de incidência; https://www.jornalcontabil.com.br/direito/ https://www.jornalcontabil.com.br/direito/ https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91647/CTN-Lei-n-5.172-de-25-de-Outubro-de-1966#art-114 1) HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA.(Abstrato-Subjetiva, não aconteceu, porém quando acontece, essa aparece) 155, III da CRFB – ser proprietário de veículo automotor A Hipótese de incidência é a situação descrita em lei, recortada pelo legislador entre inúmeros fatos do mundo fenomênico, a qual, uma vez concretizada no fato gerador, enseja o surgimento da obrigação tributária. A descrição da hipótese em que o tributo é devido, só se materializará com a efetiva ocorrência do fato legalmente previsto. É um fato previsto em lei que, quando praticado pelo sujeito passivo (pessoa física ou jurídica), torna-se fato jurídico, vinculando o contribuinte ou responsável ao sujeito sanções previstas nas normas. Qual é a utilidade da hipótese de incidência? O instituto da Hipótese de incidência tem uma dupla finalidade a) Primeira finalidade, no plano do ordenamento serve como instrumento para delimitar a competência tributária, definindo o âmbito dentro do qual o tributo pode ser instituído na sua atribuição legal. b) No Plano Doutrinário, atua como ferramenta, como instrumento dos advogados tributaristas, serve como facilitador dos cinco critérios ou aspectos que envolvem a relação jurídico tributária, o aspectos temporal, territorial, material, pessoal e o aspecto quantitativo. Portanto, a hipótese de incidência se refere a situação futura e incerta que caso venha a se materializar se configurará em fato imponível, ao qual será cabível a imputação por autoridade administrativa da consequência legal, em referência ao consequente da hipótese de incidência. Já o fato gerador pode ser considerado como o fato efetivamente realizado, materializado. É a realização concreta de um comportamento descrito na norma, cuja observação faz nascer uma obrigação jurídica, bem como define juridicamente a natureza do tributo. Ou seja, a materialização da hipótese de incidência. A Hipótese de Incidência e o fato gerador são coisas distintas. Ex. ser proprietário é a descrição legal de hipótese de Incidência(o aspectos temporal, territorial, material, pessoal e o aspecto quantitativo). -Aspecto temporal(o período(tempo), que cria essa hipótese), é parte da hipótese de incidência responsável por definir quando se considera ocorrido o fato gerador, ou seja, a fixação do momento de sua ocorrência. Ex. IR inicia-se 01/01/2021 até 31/12/2021 (Esse é o momento)(Fato gerador complexivo) – Existe fato gerador instantâneo (Fazer a Feira, abastecer o carro, etc...) -Aspecto Territorial ou espacial - https://www.jornalcontabil.com.br/direito/ https://www.jornalcontabil.com.br/direito/ O critério espacial ocupa-se da definição do lugar para a verificação do fato. No caso do Imposto Territorial Rural, sua incidência se dá sobre imóveis rurais. Nesse contexto, surge uma antiga polêmica doutrinária acerca do que seja imóvel rural e do que seja imóvel urbano. Surgem assim, duas teorias: a da situação e a da destinação do imóvel. Pelo critério de destinação, se o imóvel urbano é destinado à agricultura ou pecuária, é considerado como rural. Do contrário, se destinado à moradia, comércio e indústria, é, por sua vez, considerado como urbano. Já pelo critério da situação, um imóvel que se encontra situado dentro do perímetro urbano do município é um imóvel urbano, enquanto um imóvel situado fora deste, é considerado um imóvel rural. [10:47] FRANCISCO NICACIO DO NASCIMENTO Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XXII - é garantido o direito de propriedade; [10:49] FRANCISCO NICACIO DO NASCIMENTO Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: II - propriedade privada; III - função social da propriedade; Prov. 31.8 - Aspecto Material – Representa a ação ou a situação que dá origem ao nascimento da obrigação tributária. Nessesentido, confunde-se com o próprio fato gerador, ou seja, o que está sendo tributado. Ser proprietário de veículo automotor e efetuar a venda de mercadorias são exemplos do aspecto material. -Aspecto Pessoal – O aspecto pessoal visa caracterizar o sujeito ativo e o sujeito passivo da relação tributária, ou seja, visa caracterizar o ente político que possui competência para instituir o tributo, bem como caracterizar o sujeito que efetivamente realizou o fato gerador, que é o contribuinte. SUJEITO ATIVO - CREDOR A Constituição Federal, em seu artigo 153, inciso VI, determina a competência da União para instituir impostos sobre a propriedade territorial rural, conforme trecho abaixo transcrito: "Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) VI - propriedade territorial rural". (...) § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: (...) III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. Logo abaixo, no art. 158, inserido na seção que corresponde à repartição das receitas tributárias, determina o Texto Constitucional, no novo inciso II, incluído pela Emenda Constitucional nº 42: "Art. 158. Pertencem aos Municípios: (...) II - cinquenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III. Como se verifica, a norma constitucional estipula que o ITR poderá ser fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, desde que esta opção não acabe por implicar em qualquer redução do imposto ou outra forma de renúncia fiscal, conforme se depreende da leitura do artigo 150, §4º, inciso III acima citado. Como explicitado pelo próprio texto constitucional, efetivando-se por parte dos Municípios esta opção, competirá aos mesmos à totalidade do produto da arrecadação do imposto no que se refere, logicamente, aos imóveis situados em seu território; de outra forma, não se realizando tal escolha, a fiscalização e a cobrança permanecerão como atribuição da União, que deverá repassar aos Municípios em questão apenas os cinquenta por cento do produto da arrecadação dos imóveis neles situados, nos exatos termos do inciso II do art. 158 da CF/88. Assim, temos que o referido imposto não saiu, portanto, da competência legislativa da União, mas os Municípios optantes passam a ter as atribuições de arrecadar e fiscalizar o imposto em questão. Não se trata de uma simples delegação de atribuições, mas apenas de uma alteração da sujeição passiva, uma vez que o Município passa a arrecadar e fiscalizar o ITR, não podendo, no entanto, instituí-lo. Deste modo, não há transferência da competência tributária, e sim a transferência da delegação da capacidade tributária ativa, permissão para cobrança e fiscalização. Neste sentido, o art. 119 do Código Tributário Nacional estabelece que o sujeito ativo da obrigação é o titular da competência para lançar e cobrar o tributo, aquele que detém a competência para exigir o adimplemento da obrigação. Deste modo, temos que o sujeito ativo da relação tributária relativa ao Imposto sobre a propriedade territorial rural pode ser tanto a União quanto os Municípios, estes últimos quando estiverem no exercício da capacidade tributária ativa. SUJEITO PASSIVO - DEVEDOR O contribuinte do ITR é a pessoa física ou jurídica, inclusive condômino ou copossuidor, que na data da efetiva apresentação da declaração, seja proprietário do imóvel rural – quem possui o direito de usar, gozar e dispor do imóvel e de reavê-lo de quem quer que injustamente o possua ou o detenha –, seja titular do domínio útil – enfiteuta ou foreira – ou possuidora a qualquer título – inclusive a usufrutuária. É o que determina o artigo 34 do Código Tributário Nacional, que assim dispõe: Art. 34. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. A figura do sujeito passivo do Imposto sobre a propriedade territorial rural também está estampada no artigo 4º da Lei 9.393/1996, senão vejamos: Art. 4º Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. Parágrafo único. O domicílio tributário do contribuinte é o município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro. Portanto, o contribuinte do referido imposto é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título. -Aspecto Quantitativo – Este é o aspecto que define o valor devido. Estão compreendidos neste aspecto os elementos necessários à operação matemática que irá determinar o quantum devido, vale dizer, a alíquota e a base de cálculo. Dois elementos: A Base de Cálculo – é a grandeza econômica sobre a qual incide o Tributo. Ex. Valor da área construída versos valor do terreno esse é o valor venal do Tributo, esse é o valor apurado. A Alíquota – é o percentual(fração) aplicado sobre o valor apurado durante a medição no cálculo do bem, esse serve como base para se calcular o valor do tributo a ser cobrado. Ainda sobre a Hipótese de Incidência: Noutro prisma, impende destacar que a tributação deverá incidir sobre atividades lícitas, ilícitas ou imorais, porque para o direito tributário não importa se a situação concreta ou a natureza do objeto do ato que ensejou a ocorrência do fato gerador é proibido, permitido ou nulo. Uma vez ocorrida concretamente a situação e o verbo previstos na norma, o tributo é devido. Podemos então concluir que fato gerador e hipótese de incidência são institutos diferentes onde o primeiro é o fato concretamente realizado conforme descrito na norma e o segundo é a abstração legal que descreve um fato relevante para o direito tributário. Posto isso, veja que a incidência dos referidos princípios deverá ser aplicada em sua plenitude, pois prestigia a isonomia e a igualdade da tributação. Os contribuintes devem ser tratados de forma isonômica entre si, até mesmo aqueles que auferem lucros e desenvolvem atividades proibidas ou punidas por lei, devendo ser considerada legal a tributação de todo e qualquer ato ilícito. 2) REGRA MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA Critério Temporal: o momento em que se realiza, totalmente, o fato social de mercancia ou prestação de serviços desenhados na hipótese normativa de incidência tributária, fazendo surdir o liame abstrato entre as pessoas obrigadas em direitos e deveres correlatos. Sequência do rito Tributário – Rito Legal. (MAPA MENTAL....) 1º- Descrição de Hipótese de Incidência Tributária (Lei) 2º- Ocorrência do Fato Gerador Tributário 3º- Nascimento da Obrigação Tributária 4º- Lança o Tributário 5º- Constituição do Crédito, (gera obrigação) 6º- Não Pagou – Inscrição na Dívida Ativa 7º- Certidão da Dívida Ativa https://www.jornalcontabil.com.br/direito/ https://www.jornalcontabil.com.br/direito/ 8º- Propositura da Execução Fiscal Aula do dia 04/06/2021 Obrigação. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA E SEUS ASPECTOS LEGAIS INTRODUÇÃO O instituto da obrigação tributária trata-se de um liame jurídico estabelecido entre Estado e Particular, onde aquele amparado pela lei tributária poderá exigir deste uma prestação tributária tanto positiva quanto negativa. O Direito Tributário possui natureza obrigacional, ou seja, gira em torno de relações obrigacionais, objetivando, ao final, a aquisição de receitas para o erário. A relação jurídica desta obrigação tributária é objeto essencial do direito tributário, pois sendo este de natureza obrigacional, constitui sempre em um vínculo obrigacional entre o sujeito passivo – Estado, e o sujeitoativo – Contribuinte. Tem credor(ativo-Estado) e devedor(passivo-particular) A relação estabelecida entre estes sujeitos segue, em princípio, as mesmas regras que regulam as relações obrigacionais entre as pessoas, com sujeito ativo e passivo, causa, objeto e, envolvendo tudo isso, o próprio vínculo jurídico. 1. NOÇÕES GERAIS A obrigação tributária, integrada, originariamente, pelos mesmos elementos de uma obrigação privada, é um vínculo jurídico ligado ao campo das relações do Direito Público, mediante o qual, uma entidade estatal – o fisco federal, estadual ou municipal, na condição de sujeito ativo, e a partir da ocorrência de uma situação prevista em lei ou na legislação tributária – fato gerador, pode exigir de uma pessoa física ou jurídica – sujeito passivo, um determinado objeto, que tanto pode ser um pagamento do tributo ou multa pecuniária, como uma prestação positiva ou negativa – obrigação de fazer ou não fazer, que não constitua pagamento. Segundo o renomado doutrinador Ricardo Alexandre, para se entender os parâmetros da obrigação tributária se faz necessário estudar o instituto de obrigações previsto no Direito Civil, citando Washington de Barros Monteiro, define obrigação como: Conceito: “Obrigação é uma relação jurídica, de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor e cujo objeto consiste numa prestação pessoal econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, garantindo-lhe o adimplemento através do seu patrimônio (ALEXANDRE apud MONTEIRO, p. 289, 2015)”. Na esfera jurídico-tributária também há a relação obrigacional, entre o polo ativo – credor, que pode ser um ente político ou até mesmo uma pessoa jurídica de direito público que tenha recebido atribuições de forma delegada para exercer função pública. No polo passivo estará um particular – devedor de uma obrigação tributária. É importante mencionar que entre credor e devedor existe o elemento objetivo que vinculam as partes, qual seja: uma prestação econômica que pode ser positiva ou negativa. No Direito Civil é conhecida como obrigações de dar, fazer ou deixar de fazer algo. Na relação tributária, também poderá ser definida desta forma (ALEXANDRE, p. 290, 2015): “Pagar tributo ou multa tributária caracteriza-se como uma obrigação de dar (dinheiro); Escriturar livros fiscais e de entregar declarações tributárias são obrigações de fazer; Não rasurar a escrituração fiscal e não receber mercadorias sem os documentos fiscais previstos na legislação são obrigações de deixar de fazer. Pode se aplicar, ainda, uma quarta modalidade; O dever de permitir algo (tolerar que se faça), como seria a obrigação de permitir o acesso da fiscalização a livros, documentos e mercadorias”. Obrigação tributária é um gênero na relação de tributação, possuindo duas espécies, quais sejam: Obrigação principal e Obrigação acessória. Trata, ainda, de uma imposição constitucional, conforme prevê o art. 146, III, “a e b” CF/88, in verbis: Art. 146. Cabe à lei complementar: […] III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 2. DAS ESPÉCIES DE OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Como supramencionado, a obrigação tributária trata de vínculo obrigacional tributário existente entre um ente público, ou fisco, e um particular, derivado da obrigação civil, que tem por elemento objetivo uma prestação que envolve direta ou diretamente um tributo ou multa, bem como deveres instrumentais de fazer ou não fazer em favor alguma coisa em favor do fisco. Ressalta-se que obrigação tributária se diferencia de crédito tributário que é uma obrigação tributária quantificada pelo fisco, ou seja, trata da própria obrigação tributária, nos termos do art. 139, CTN, mas já lançada, titulada e individualizada. O crédito tributário quantifica, valoriza e materializa a obrigação tributária, isto é, determina a quantidade do tributo, mediante o lançamento por autoridade administrativa que é o ato que o constitui, conforme art. 142, CTN. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. As obrigações principal e acessória estão expressamente previstas no art. 113 e parágrafos, do Código Tributário Nacional, espécies o instituto da obrigação tributária divide-se em, senão vejamos: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. 2.1. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL - A possibilidade do tributo. A obrigação principal surge em razão do fato gerador, seu objetivo final é o pagamento tanto da prestação pecuniária – tributo, ou penalidade pecuniária – multa, prevista no art. 113, §1º, CTN. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. Vale ressaltar que um crédito assim como seus respectivos juros e multas são considerados obrigação tributária principal, vez que para ser uma obrigação tributária principal depende exclusivamente do seu conteúdo pecuniário. Diferente do que é apresentado na esfera civil, onde a coisa acessória segue a principal, pois só esta existe por si, abstrata ou concretamente. Logo, se uma obrigação principal for nula, nula também será a respectiva cláusula penal (multa). A multa é o que o tributo não pode ser, nem por definição legal – uma sanção por ato ilícito. Desta forma, a obrigação de pagar a multa tributária é uma obrigação tributária principal, ou seja, a multa tributária não é tributo, mas a obrigação de pagá-la tem natureza tributária. Em suma, a obrigação tributária principal é caracterizada pelo pagamento, seu objeto principal, tanto do tributo ou da multa tributária, isto é, tal obrigação é sempre de dar – dinheiro, jamais de fazer ou não fazer algo. 2.2. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Ex. emissão de documentos A obrigação acessória é caracterizada pelas prestações de cunho positivo ou negativo, ou como são classificadas pelo Direito Civil de obrigações de fazer ou deixar de fazer, previstas no interesse da fiscalização dos tributos ou da arrecadação, nos termos do § 2.º do art. 113 do CTN: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.[…] § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. É importante frisar que tratam de obrigações simples e instrumentais que viabilizam o cumprimento das obrigações principais
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