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A Origem do Código Civil Brasileiro

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A Origem do Código Civil Brasileiro
CÓDIGO CIVIL: Conjunto de normas que determinam os direitos e deveres das pessoas, dos bens e das suas relações no âmbito privado, com base na Constituição Nacional. 
	
Com a Independência do Brasil, em 1822, não havia como se editar, da noite para o dia, toda uma nova legislação. Assim, a Lei de 20 de Outubro de 1823, determinou que continuasse a vigorar no Império, a legislação do Reino (no caso, à época, as “Ordenações Filipinas”), até que tivéssemos legislação própria.
A primeira Constituição brasileira, de 1824, art. 179, determinou que se organizasse, o quanto antes, um Código Civil baseado na Justiça e na Equidade.
Em 1855, Inicia-se o processo de codificação civil brasileira, e Sob encomenda do Imperador, Augusto Teixeira de Freitas elaborou a Consolidação das Leis Civis brasileiras, que concluiu em 1858. No mesmo mês em que ocorreu a aprovação do texto da Consolidação das Leis Civis, o governo imperial editou um decreto autorizando o Ministro da Justiça a contratar um “jurisconsulto de sua escolha” para a confecção do Código Civil do Império. Diante do êxito obtido com a Consolidação, bem como dos laços de amizade que possuía com Nabuco de Araújo, Freitas foi novamente o escolhido. Em 1867, depois de 5.018 artigos escritos, fracassou a primeira tentativa de codificação do Direito Civil Brasileiro.
Em 1872, o governo imperial nomeia Nabuco de Araújo para terminar o que Teixeira tinha começado, depois de mais de cinco anos, muito trabalho e dedicação,  Nabuco de Araujo falece levando consigo a chave do projeto que deixou.
Em 1881 o jurisconsulto mineiro Joaquim Felício dos Santos ofereceu ao governo imperial os seus “Apontamentos para o Projeto do Código Civil Brasileiro”. Aceitando-os o Governo nomeou uma comissão de jurisconsultos para estudá-los. Não tendo merecido a aprovação dessa comissão os Apontamentos de Felício dos Santos, o Governo designou a mesma comissão de jurisconsultos para elaborar um projeto definitivo, tendo sido infrutíferos os seus trabalhos.
Em 1890, entendendo o Ministro Campos Sales que a comissão não dava bons resultados, encarregou o jurista Coelho Rodrigues de organizar o projeto do Código Civil, dando-lhe um prazo de três anos. Depois de ser publicado e apreciado por uma comissão, o Projeto foi recusado.
Em 1899,Carlos de Carvalho fez publicar em Bruxelas A sua "Nova Consolidação das Leis Civis " ou " Direito Civil Brasileiro Recopilado" composta de três partes: a) uma Introdução, com 112 paginas ; b) um "Código Civil", com titulo preliminar, a Parte Geral e a Parte Especial, com cinco livros ( Bens, Obrigações, Família, Sucessão e Concurso de Credores), em um total de 1.920 artigos ; c) uma Parte Complementar, tratando dos registros , dividas em seis Títulos. Mas infelizmente também fora recusado pela comissão de jurisconsultos da época.
Em 1895, decidiu o Senado nomear uma Comissão Especial para a escolha do projeto que poderia servir de base ao futuro Código (1916) e, em 6 de novembro de 1896, resolveu o governo contratar um jurisconsulto, lembrando-se do nome de Clóvis Bevilácqua, jurista cearense, o qual recomendou aproveitar tanto quanto possível o projeto de Coelho Rodrigues.
Em 1912, após mais de uma década de discussões e emendas, principalmente propostas pelo senador Rui Barbosa, o Senado remete o projeto à Câmara do deputados, e em Janeiro de 1916 o presidente Venceslau Brás sanciona o Código Civil Brasileiro.
CARACTERÍSTICAS DO CÓDIGO CIVIL DE 1916
Tinha apenas 1.807 artigos, curtos e com poucos parágrafos. Vacatio legis de um ano e revogação das ordenações até então vigente. Original e nacional são suas principais características. Sua forma literal merece elogios e sua maior preocupação é com a correção da linguagem e dos conceitos do que com a efetiva aplicação prática dos preceitos. O Código se mostra conservador, especialmente nas regras sobre a família, há uma completa rejeição de aspectos sociais em seu conteúdo e seus preceitos foram redigidos com excesso de abstração. Tentativas de reforma pelo surgimento do Estado social.

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