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Conceito de território

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Texto 22 - As diferentes abordagens do conceito de território 
 
As relações de poder aparece, direta ou indiretamente, nos ensinamentos de todos os 
autores. 
 
Raffestein: ​caráter político do território. ​Utiliza o conceito de espaço geográfico, sendo 
esse, um substrato, um palco pré existente ao território. “O território se forma a partir do 
espaço - ao se apropriar de um espaço o ator territorializa o espaço”. 
Ênfase político-administrativo: ​o território é tratado como o território nacional, um espao 
onde se delimita uma ordem jurídica e política. 
“O território é um espaço onde se revela as relações marcadas pelo ​poder”. 
 
Haesbaert: ​três vertentes básicas para análise do território: ​jurídico-política, cultural e 
econômica. 
Na primeira, o território é um espaço sobre o qual se exerce um determinado poder; no 
segundo, o território é visto como produto da apropriação feita através da identidade social 
e no terceiro, destaca o embate entre classes sociais. 
 
Diante de um cenário de globalização e fragmentação, o autor identifica a 
multiterritorialidade em três elementos territórios zona(prevalece lógica política), territórios 
rede (prevalece lógica econômica) e os aglomerados de exclusão (lógica social de exclusão 
sócio-econômica das pessoas). Esses três elementos integrados compõem efetivamente 
uma territorialidade (especialidade complexa) 
 
Marcelo Lopes de Souza: ​abordagem ​política e cultural. ​O autor identifica grupos sociais 
que estabelecem relações de poder formando territórios no conflito pelas diferenças 
culturais. Para ele, o território é um espaço definido e delimitado por e a partir de relações 
de poder. 
Há existência de múltiplos territórios dentro do território do Estado-Nação. 
A autonomia constitui, no entender do autor, a base do desenvolvimento, este encarado 
como um processo de auto-instituição da sociedade rumo a uma maior liberdade e menor 
desigualdade. Em um território autônomo, as pessoas têm maior liberdade de manifestar 
suas escolhas e potencialidades. 
 
Saquet:​ O território é produzido espaço-temporalmente pelas relações de poder 
engendradas por um determinado grupo social. Saquet também leva em consideração as 
vertentes de Haesbert (política, econômica e cultura), além de considerar a vertente da 
natureza. 
 
Manuel Correia de Andrade: ​abordagem política e econômica​ de ocupação do espaço. 
Para ele, o território está associado à ideia de poder, de controle. O território pode ser 
entendido como o controle administrativo, fiscal, jurídico, político, econômico, efetivo do 
espaço ou de uma região. O território associa-se a ideia de integração nacional​, ​de uma 
área efetivamente ocupada pela população​. É no território que as relações capitalistas 
efetivamente se fazem presentes. Já o espaço é mais amplo que o território, englobando as 
áreas que não sofreram uma ocupação humana efetiva. O espaço é uma área delimitada 
geograficamente e administrativamente pelas suas fronteiras. 
Também utiliza a expressão de​ territorialidade,​ que é “tanto o que se encontra no território e 
ao mesmo tempo, o processo subjetivo de conscientização da população de fazer parte um 
território”. A ​territorialização ​ é a forma de como se materializa o território. 
 
Caio Prado Júnior: ​o território é palco dos acontecimentos ​econômicos. 
 
Milton Santos: ​Abordagem política.​ ​A formação do território é algo externo ao território. A 
periodização da história é o que define como será organizado o território (​o que será o 
território e como serão as suas configurações econômicas, políticas e sociais). O autor 
nomeia território como ​configuração territorial. ​ O espaço é um matrimônio entre a 
configuração territorial, a paisagem e a sociedade (muito mais amplo). O território pode 
adotar especialidades particulares, conforme o movimento da sociedade. O território pode 
ser distinguido pela intensidade das técnicas trabalhadas, bem como pela diferenciação das 
técnicas. ​O autor faz uma leitura múltipla do território. ​O trabalho é um dos pontos fortes 
para compreensão do território. 
 
Texto 23 - Conceito de território 
 
O território era a base, o fundamento do Estado Nação. Com a globalização passamos da 
noção de território estatizado para território transacional (o interesse de todos, habitado por 
um processo ​racionalizador). 
 
Milton Santos: o espaço geográfico é uma mediação entre o mundo e a sociedade nacional 
e local. Ele também chama atenção para o novo funcionamento do território com 
horizontalidades (lugares vizinhos com continuidade territorial) e verticalidades (pontos 
distantes ligados por processos sociais). As ​redes ​ justificam a expressão verticalidade. 
 
Quem impõe uma racionalidade às redes é o mundo (do mercado universal e governos 
mundiais, com organizações internacionais) dão fundamento à globalização e ataque ao 
Estado Territorial. 
 
Quando se fala em mundo, fala sobretudo em mercado. A versão política da globalização 
perversa é a democracia de mercado. O neoliberalismo é outro braço dessa globalização e, 
a democracia de mercado e neoliberalismo são necessários para reduzir as possibilidades 
de viver em solidariedade, na vizinha solidária, isto é, no território compartilhado. 
 
Na democracia de mercado, o território é o suporte de redes que transportam regras e 
normas utilitárias parciais, parciais e verticalidades, enquanto as horizontalidades, 
enfraquecidas, são obrigadas a levar em conta a totalidade dos atores. A arena de 
oposição entre mercado (que o singulariza) e a sociedade civil (que a generaliza) é o 
território. 
 
A tendência atual é que os lugares se unam verticalmente. 
 
O lugar recebe os impactos do mundo e como são o espaço da existência e da 
coexistência, reside a única possibilidade de resistência​, dada a possibilidade real e efetiva 
da comunicação, da troca de informação e construção política. ​ cia aos processos perversos 
do mundo. As uniões horizontais podem ser ampliadas, mediante as próprias formas novas 
de produção e consumo. ​O lugar é o espaço do acontecer solidário - as solidariedades 
pressupõe coexistências no espaço geográfico. O lugar é a sede da resistência da 
sociedade civil - para estender essa resistência às escalas mais altas, é indispensável 
insistir na necessidade de conhecimento sistemático da realidade medinte tratamento 
analitico do uso do territorio.

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