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Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz De Direito Da ____ Vara Criminal Do Foro ______________ Amapá/AP URGENTE – RÉU PRESO Processo-crime número: _______________ Paulo Las Vegas já devidamente qualificado nos autos do processo em epígrafe, por seu advogado, xxxxxxxxxxxxx, inscrito na OAB sob nº xxxxxxxxxxxxx, com escritório profissional na xxxxxxxxxx, xxx, Bairro xxxxxxxx, Amapá – AP, CEP xxxxxxxx, onde recebe avisos e intimações em geral, vem muito respeitosamente à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 23, II do CP c/c 25, parágrafo único CP, requerer Pedido De Revogação Da Prisão Preventiva Pelas razões de fato e fundamentos jurídicos a seguir expostas: I- DOS FATOS O acusado encontra-se atualmente preso preventivamente no Presidio Local, Amapá/AP. O acusado após ter tido a prisão preventiva decretada, confessou o crime, mas não por motivos fúteis. Com motivos, o acusado alega ter matado o seu vizinho Lucas Califórnia em razão de tê-lo visto, com um estilete em punho, praticando ato libidinoso com a sua filha de 04 (quatro) anos, que se encontrava na porta de sua residência aguardando a mãe. Ao ver a cena, entrou imediatamente em luta corporal com Lucas Califórnia e o empurrou para a garagem de sua casa, quando, imbuído de violência emoção, alcançou uma faca que se encontrava no local e, em legitima defesa, desferiu um golpe no peito de Lucas, que imediatamente veio a óbito. Ato continuo, muito rapidamente, arrastou o corpo para um lote vago situado ao lado de sua residência. Paulo narrou tudo a sua esposa que até o momento não tinha conhecimento dos fatos. De imediato levaram a menor ao hospital para avaliação médica. Lá foi constatado pelo médico que ela teria sido violentada sexualmente. Faz necessário ressaltar que o acusado é primário, haja vista que não possui em seu desfavor nenhuma condenação penal transitada em julgado. Além do mais, é trabalhador com residência fixa. Tanto é assim, que o acusado reforça sua intenção de não se furtar da Justiça, e compromete-se desde logo a comparecer a todos os atos do processo. A defesa requer sua liberdade para que possa responder adequadamente ao processo e pela aplicabilidade de um brocardo jurídico da excludente de ilicitude. Assim, diante do Art. 23 Excludente de ilicitude, inc. I e II do Código Penal, legitima defesa Art. 25 do Código Penal e Art. 121, § 1 – Homicídio simples sob o domínio de violenta emoção. II – DO DIREITO Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. O dispositivo reitera o comando do art. 282, § 6º, do CPP, de que “a prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar (art. 319)”. Reforça-se, aqui, a natureza subsidiária da prisão preventiva em relação às medidas cautelares diversas da prisão (art. 319, do CPP), sensivelmente menos onerosas para o investigado ou acusado. Os critérios previstos no art. 282, a que se refere o art. 321, do CPP, são, em primeiro lugar, a proporcionalidade, traduzida em adequação (aptidão para a produção dos efeitos desejados) e necessidade (impossibilidade de obtenção de tais efeitos por outro meio). Nos termos do art. 282, I, do CPP, as medidas cautelares devem ser aplicadas quando forem necessárias “para aplicação da lei penal, para a investigação ou a instrução criminal e, nos casos expressamente previstos, para evitar a prática de infrações penais”. Além disso, como dispõe o art. 282, II, do CPP, devem ser aplicadas tendo em conta “a adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado ou acusado”. A regra, portanto, na falta de motivos para a imposição da prisão preventiva, será a decretação da liberdade provisória, sem fiança. Vale pontuar que o acusado cumpre todos os requisitos para obtenção de liberdade provisória, eis que possui residência fixa, RÉU PRIMÁRIO e trabalhador. Comprometendo-se a comparecer em todos os atos processuais solicitados. Vejamos o que discorre o insigne JULIO FABRINI MIRABETE sobre o tema: Como, em princípio, ninguém dever ser recolhido à prisão senão após a sentença condenatória transitada em julgado, procura-se estabelecer institutos e medidas que assegurem o desenvolvimento regular do processo com a presença do acusado sem sacrifício de sua liberdade, deixando a custódia provisória apenas para as hipóteses de absoluta necessidade. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656127/artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10655830/par%C3%A1grafo-6-artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10651224/artigo-319-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656127/artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10650238/artigo-321-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656127/artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656088/inciso-i-do-artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656127/artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10656050/inciso-ii-do-artigo-282-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 No caso em tela, patente é a inexistência do periculum in libertatis, cabendo ressaltar que a medida cautelar só deve prosperar diante da existência de absoluta necessidade de sua manutenção e caso subsista os dois pressupostos basilares de todo provimento cautelar, ou seja, o fumus bonis júris e o periculum in mora, devendo haver a presença simultânea dos dois requisitos, de modo que, ausente um, é ela incabível. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA O Requerente não apresenta e não ocasionará nenhum risco para a ordem pública, cabendo ressaltar que é no seio da família, núcleo social de suma importância para a redução da criminalidade, que o Requerente pretende se estabelecer e dar continuidade sua vida cotidiana, razão pela qual não se pode cometer a injustiça de presumir uma periculosidade inexistente. Igualmente, impor ao Requerente o cumprimento antecipado de uma pena é o mesmo que fechar os olhos aos princípios que norteiam o ordenamento jurídico, em especial, no que pertine ao princípio da inocência e a dignidade da pessoa humana. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL O Requerente não pretende e de nenhuma forma perturbará ou dificultará a busca da verdade real, no desenvolvimento da marcha processual, pois estará voltado, tão-somente, a defender-se da acusação que contra si foi imputada, estando certo de que com a continuidade do labor diário chegará ao termo do processo com a consciência de ter feito jus à confiança do Estado-juiz e da sociedade. Ademais, o Requerente é consciente de que a instrução criminal é o meio hábil de exercer o direito constitucional do contraditório e da ampla defesa, ONDE PROVARÁ A LEGITIMA DEFESA NO CURSO PROCESSUAL, razão pela qual não se pode presumir que o mesmo se voltará contra o único meio que possibilitará o exercício de sua defesa. APLICAÇÃO DA LEI PENAL A prisão não deve prosperar sob o argumento de se garantir a aplicaçãoda lei penal, posto que o Requerente possui possibilidade de trabalho, endereço conhecido e jamais se furtará a se defender da acusação que lhe é imputada, sendo que poderá e se disponibilizará a ser localizado a qualquer momento para a prática dos atos processuais, comprometendo-se a comparecer a todos os atos do processo. Mais por mais, é de singular interesse do Requerente se prontificar e disponibilizar-se para responder ao processo, uma vez que a única forma de trazer à tona a verdade real dos fatos para a aplicação justa da lei. O mesmo tem requisitos legais para estar em liberdade e responder a todo ato processual dessa forma, nada mais justo é que seja concedido através da postulada, em sede revogação da prisão preventiva, para assim, seja efetuada a justiça consagrada na Constituição Federal de 1988. Referente a dignidade da pessoa humana, pontuam os autores Ives Gandra da Silva Martins, Gilmar Ferreira Mendes, Carlos Valder do Nascimento (Tratado de direito constitucional, v. 1 / – 2. Ed. – São Paulo: Saraiva, 2012): “O fundamento básico de todos esses direitos é a dignidade da pessoa humana, pela sua criação à imagem e semelhança de Deus, diferente e, portanto, superior a todo o universo material. As Constituições Alemã (art. 1.1), Chinesa (art. 38) e Espanhola (art. 10), entre tantas, assentam ser inviolável a dignidade da pessoa humana. Assim, nesse Estado Constitucional e democrático de direito é que encontraremos o fundamento de validade do ius puniendi, bem como suas limitações. É um Estado em que os direitos humanos deverão ser preservados a qualquer custo. Como diz precisamente Norberto Bobbio, ‘o reconhecimento e a proteção dos direitos do homem estão na base das Constituições democráticas’. A Carta magna de 88: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. Que espécie de ressocialização de um ser humano poderemos esperar, quando lhe são sonegados os mínimos direitos constitucionalmente assegurados. Assim, constitucionalmente assegura-se o direito da liberdade ao acusado, já que é possuidor de todos os requisitos legais e a prisão cautelar é exceção, figurando na Constituição Federal a presunção de inocência até o trânsito em julgado de todos os recursos cabíveis no contraditório e ampla defesa. Neste sentido: É certo que a ordem pública não será burlada e nem afetada com a soltura do acusado, pois não se justifica nenhum argumento como o de que com a soltura poderia voltar a delinquir, já que o mesmo é trabalhador, tem residência fixa e meios lícitos de sobrevivência. Neste sentido, a ampla defesa através de medidas protetivas ao acusado deverão exaurir-se todas as possiblidades levando em consideração a excludente de ilicitude, consagrada no Código Penal, artigo 23. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/188546065/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988 A segregação cautelar é medida excepcional, exigindo a presença dos requisitos previstos nos artigos 312 e 313 do Código de Processo Penal para a sua decretação. Assim, deve vir assentada em elementos que demonstrem a sua efetiva imprescindibilidade no contexto em que praticada a infração, especialmente com a entrada em vigor da Lei 12.403/2011. A prisão não pode ser encarada como antecipação de pena, pois seu caráter é de necessidade diante da periculosidade do agente e da gravidade concreta do suposto crime. Ademais, a prisão cautelar deve ocorrer somente nos casos em que é necessária, em que é a única solução viável -ultima ratio - onde se justifica a manutenção do infrator fora do convívio social devido à sua periculosidade e à probabilidade, aferida de modo objetivo e induvidoso, de voltar a delinquir, o que certamente não é o caso presente. Dessa forma, ínclito julgador, a concessão de LIBERDADE PROVISÓRIA SEM ARBITRAMENTO DE FIANÇA ao acusado é medida que se ajusta perfeitamente ao caso em tela, não havendo, por conseguinte, razões para a manutenção do mesmo aprisionado. Assim, notório que a concessão da liberdade provisória atenderá aos ditames do ordenamento jurídico, beneficiará a sociedade como um todo e possibilitará ao Requerente o retorno de sua vida pessoal e a exercer seu direito de defesa em liberdade, razão pela qual requer-se a V. Exa que seja concedida a LIBERDADE PROVISÓRIA ao Requerente, haja vista que o mesmo é PESSOA PRIMÁRIA, TRABALHADOR, PROVEDOR DA FAMILIA E SEM ANTECEDENTES CRIMINAIS, tem plenas condições de responder o processo criminal em liberdade, não havendo razão para mantê-lo em custódia. DOS PEDIDOS Assim sendo, conclui-se ser admissível a revogação da prisão preventiva, haja vista as condições pessoais do acusado, isto basta para evidenciar a não periculosidade do agente e baseado nas excludentes de ilicitude. Por todo o exposto, requer seja revogada a prisão preventiva, por ausentes os requisitos dos artigos 311 de 312 do Código de Processo Penal, com devida expedição de alvará de soltura em favor do acusado, como medida de INTEIRA JUSTIÇA. Pelo exposto e de acordo com a melhor doutrina e jurisprudência aplicadas ao caso em análise, requer a concessão da LIBERDADE PROVISÓRIA SEM FIANÇA, uma vez restarem ausentes às hipóteses constantes do Art. 312 do CPP. Se V. Exa entender de outra forma, que seja aplicada outra medida diversa da prisão. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652044/artigo-312-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10651970/artigo-313-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1027637/lei-12403-11 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652080/artigo-311-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652044/artigo-312-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10652044/artigo-312-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41 Concedida a medida pleiteada, requer a imediata expedição de alvará de soltura em favor do Requerente, conforme as disposições legais pertinentes. Nesses Termos, Pede Deferimento. Local e Data. ___________________________________ Nome e Assinatura do Advogado. N° da OAB
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