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APOSTILA PARTE TEORICA E PRATICA PENAL

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APOSTILA DE PRÁTICA PENAL 
 
 
 
 
Professor Nilton de Souza Vivan Nunes 
 
 
 
UNIMESP/FIG 
 
 
tonnunesadvogado@hotmail.com 
1 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA.................................................................2 
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO.....................................................5 
MEMORIAIS DE DEFESA....................................................................7 
RECURSO DE APELAÇÃO.................................................................9 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.....................................................17 
CARTA TESTEMUNHÁVEL.................................................................20 
CORREIÇÃO PARCIAL......................................................................21 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE....................................22 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO...........................................................22 
AGRAVO EM EXECUÇÃO...................................................................23 
AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL.........................................................23 
HABEAS CORPUS............................................................................25 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO...........................................................26 
RECURSO ESPECIAL........................................................................27 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL........................................27 
QUEIXA CRIME...............................................................................29 
MODELOS 
LIBERDADE PROVISÓRIA SEM ARBITRAMENTO DE FIANÇA...............30 
LIBERDADE PROVISÓRIA COM ARBITRAMENTO DE FIANÇA OU 
 REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA..............................................37 
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO COM PRELIMINAR.........................47 
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO SEM PRELIMINAR..........................54 
MEMORIAIS DE DEFESA COM PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO.....................56 
MEMORIAIS DE DEFESA COM CONFISSÃO E DIMINUIÇÃO DE PENA...63 
RECURSO DE APELAÇÃO...................................................................65 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.......................................................69 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE......................................82 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO............................................................89 
RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL..........................................94 
AGRAVO EM EXECUÇÃO....................................................................106 
AGRAVO DE INSTRUMENTO CRIMINAL..............................................112 
CARTA TESTEMUNHÁVEL...................................................................116 
CORREIÇÃO PARCIAL........................................................................120 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO.............................................................125 
RECURSO ESPECIAL..........................................................................129 
PROBLEMAS PARA RESOLUÇÃO.........................................................137 
BIBLIOGRAFIA..................................................................................152 
2 
 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA (Artigos 5º, LXVI, da CF; artigos 310, inciso III, 321 e 
322 do CPP) 
 
 
1- INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
Desde os tempos remotos da sociedade politicamente organizada, o estado tratou 
de tutelar um dos direitos mais importantes do indivíduo: a liberdade. 
 
 
 
2) CONCEITO 
 
 
Liberdade Provisória nada mais é do que um instituto processual que garante ao 
indiciado o direito de aguardar em liberdade o transcurso do procedimento até o 
trânsito em julgado da sentença condenatória, vinculado ou não a certas 
condições, podendo ser revogada a qualquer momento se descumprida qualquer 
condição imposta e aceita, servindo então para mitigar os rigores das prisões processuais. 
 
 
Nos dizeres do professor Mirabete (2002, p. 402): 
 
 
“É, pois, um estado de liberdade que pode estar gravado nas condições que torna 
precário e limitado o seu gozo. Tem a denominação de ‘provisória’ porque: 
 
a) pode ser revogada a qualquer tempo, salvo no caso de não ser vinculada; 
 
 
b) vigora apenas até o trânsito em julgado da sentença final que, se condenatória, torna 
possível a execução da pena e, se absolutória, transforma a liberdade em definitiva. “ 
3 
 
 
 
 
3) DAS ESPÉCIES DE LIBERDADE PROVISÓRIA 
 
 
Nosso ordenamento jurídico admite três espécies de liberdade provisória: obrigatória, 
permitida e a vedada. 
 
 
1) a primeira espécie trata-se de liberdade provisória obrigatória, situação na qual 
a autoridade competente é obrigada a colocar em liberdade o indivíduo que se encontra 
preso, com base nas condições estabelecidas em lei. Tais condições referem-se às medidas 
estabelecidas nos artigos 69, § único da Lei 9.099/95 (no qual determina que o indivíduo 
que se comprometer a comparecer ou for encaminhado ao Juizado Especial Criminal não 
se imporá em prisão em flagrante); artigo 301 da lei 9.503/97 (nos acidentes de trânsito 
em que o motorista prestar socorro à vítima não se autuará em flagrante); artigo 321, 
incisos I e II do Código de Processo Penal (situações em que o réu livrar-se-á solto, 
independente do pagamento de fiança) e artigo 48, §3º da Lei 11.343/06 (indivíduo pego 
com drogas para uso pessoal não poderá ser preso em flagrante). 
 
2) a segunda espécie trata-se da liberdade provisória permitida ou autorizada. 
 
Neste tipo de liberdade, a concessão da medida liberatória não é obrigatória, podendo 
então o magistrado concedê-la quando preenchido um dos requisitos dos artigos 310, 322 
a 350 do Código de Processo Penal. 
 
Por fim, a liberdade provisória proibida ou vedada é aquela em que a lei expressamente 
proíbe o benefício de tal medida. 
 
Atualmente, admite-se em nosso ordenamento a concessão de liberdade 
provisória para qualquer tipo de crime, desde que preenchido os requisitos que 
autorizam a medida. 
 
 
MODALIDADES 
 
4 
 
No que tange às modalidades, o critério adotado é o modo como a liberdade provisória 
será concedida, assim, poderá ser enquadrada como liberdade provisória sem fiança e 
sem condições, liberdade provisória sem fiança com condições e liberdade provisória 
com fiança e com condições. 
 
Na primeira modalidade, liberdade provisória sem fiança e sem condições, o acusado preso 
em flagrante delito será posto em liberdade sem que haja a necessidade de exigir 
pagamento de fiança ou o comprometimento de qualquer condição que o torne vinculado 
a tal liberdade. Com isto, esta modalidade equivale às hipóteses da espécie de liberdade 
provisória obrigatória. 
 
 A liberdade provisória sem fiança com condições refere-se à situação em que o 
indivíduo não está obrigado ao pagamento de fiança, entretanto, estará livre sob 
condições, estas encontradas no artigo 310, inciso III, segunda parte e Parágrafo único, 
do Código de Processo Penal, e artigo 350 do mesmo dispositivo. 
 
O artigo 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal, determina a concessão de 
liberdade provisória sem fiança com condições ao indivíduo que, ao ser preso, praticou o 
fato sob excludente de ilicitude ou antijuridicidade, sendo irrelevante a gravidade do delito, 
seus antecedentes ou se o delito é afiançável ou não, devendo inclusive ter a manifestação 
do Ministério Público, tendo como condição o comparecimento a todos os atos processuais, 
sob pena de revogação. 
 
No caso do preso em flagrante que tenha praticado o delito sob a égide de uma causa que 
o isente de pena (artigos 20, § 1º; 21; 22; 26 e 28, § 1º do Código Penal), o benefício da 
liberdade, ainda que provisoriamente, deverá ser concedido, entretanto, há dois 
entendimentos doutrinários que deverão ser observados. 
 
Em um primeiro momento, é exigida a fiança para manter o acusado vinculado ao distrito 
de culpa a fim de que se submeta ao processo e a aplicação dalei penal, já em um segundo 
momento, a fiança visa assegurar o pagamento das custas processuais, eventuais multas 
e indenizações à vítima, sendo possível seu arbitramento pelo delegado de polícia nos 
crimes em que a pena em abstrato seja igual ou inferior a 04 (quatro) anos (artigo 322 do 
CPP) e pelo juiz em qualquer situação. A partir daí, o indivíduo que tiver a liberdade 
provisória com fiança deverá observar o que diz os artigos 327 e 328 co Código de Processo 
Penal, comparecendo então aos atos processuais aos quais for intimado, não podendo, 
inclusive, mudar de residência sem dar ciência ao magistrado nem se ausentar da comarca 
por período superior a oito dias, inclusive, não poderá praticar nova infração penal. 
5 
 
 
 
RESPOSTA ESCRITA À ACUSAÇÃO (Artigo 396 e 396A do CPP) 
 
No dia 20 de junho de 2008 foi publicada a Lei 11.719/2008. 
 
Entre outras importantes mudanças, ela trouxe para o Código de Processo Penal a 
chamada defesa preliminar. 
 
Ao contrário da antiga, revogada e facultativa defesa prévia que costumávamos fazer, 
onde simplesmente dizíamos que as provas seriam produzidas em momento oportuno e 
arrolávamos testemunhas, a nova defesa preliminar do artigo 396-A é mais complexa e, 
o mais importante, obrigatória. 
Vamos aos pontos que precisa conhecer para acertar: 
Reza o novo artigo 396-A do CPP 
"Art. 396-A. Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas 
pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando 
necessário." 
Percebam que agora, o juiz ao receber a denúncia ou queixa (art. 396), cita o acusado 
não mais para ser interrogado, e sim para apresentar a defesa preliminar. 
Tendo como prazo válido 10 dias, o acusado terá que constituir defensor ou, não 
possuindo condições, ser defendido pelo Estado de forma gratuita. Constituída ou 
nomeada, a defesa tem a obrigação de apresentar, no decênio legal, todos os argumentos 
válidos e lícitos existentes para obter a antecipação da tutela absolutória, denominada 
de absolvição sumária do rito comum (art. 397). 
Deverá a defesa alegar tudo o que interessar: argüir preliminares (como as exceções de 
incompetência, litispendência e coisa julgada); reforçar uma tese defensiva previamente 
levantada durante a fase de investigação; fragilizar o alegado pela acusação na 
denúncia/queixa já regularmente recebida pelo magistrado etc. 
6 
 
Este também é o momento de especificar as provas que serão produzidas na audiência 
do artigo 400, inclusive apresentando o rol de testemunhas (8 para o rito ordinário e 
5 para o rito sumário). 
As exceções serão processadas em apartado, nos moldes do que já estava previsto 
anteriormente nos artigos 95 a 112 do CPP. 
 
A obrigatoriedade desta nova modalidade de defesa do rito comum fica evidente ao 
lermos o § 2.º do art. 396-A: "§ 2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o 
acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, 
concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias." 
Observação importante, agora para os magistrados: há um lapso na literalidade do § 2.º 
do art. 396-A: "ou se o acusado, citado, não constituir defensor". Essa regra deve ser 
válida apenas para os casos em que a citação se deu pessoalmente. Pois se o réu, 
citado por edital, não comparecer e nem constituir defensor, aplica-se a regra do 
art. 366 do CPP: suspende-se o processo e a prescrição até que o réu seja 
encontrado. 
 
Como forma de auxiliar os colegas, com exemplos de pedidos de defesa preliminar, 
podemos apontar: 
a) Excludente de ilicitude - a conduta do acusado, apesar de ser típica (conduta dolosa 
ou culposa, omissiva ou comissiva, com nexo de causalidade e resultado jurídico nos 
crimes materiais, não é ilícita pois está amparada por alguma excludente de ilicitude, 
previstas no art. 23 do Código Penal (legítima defesa, estado de necessidade, estrito 
cumprimento do dever legal e exercício regular de direito). 
 
b) Excludente de culpabilidade - erro de proibição, coação moral irresistível, 
obediência hierárquica, são hipóteses de excludentes de culpabilidade. Com base na 
existência de alguma dessas circunstâncias, o réu poderá pleitear a sua absolvição 
sumária. Se o réu for menor de idade, faça prova disso, pois a inimputabilidade pela 
menoridade pode ser provada neste momento e exclui a culpabilidade penal. Neste caso, 
o processo deve ser encaminhado ao Ministério Público da Infância e da Adolescência 
para a tomada das medidas cabíveis com base no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (Lei 8.069/1990). 
 
7 
 
c) Excludente de tipicidade - lembre-se que o delito é um fato típico, ilícito e culpável. 
Preenchidos os três elementos, surge para o Estado a punibilidade, ou seja, o dever de 
punir. A ilicitude e culpabilidade já foram explicadas anteriormente. Resta agora falarmos 
da tipicidade. 
O fato será típico se o agente praticar uma conduta previamente prevista em lei comissiva 
(ação) ou omissiva, dolosa ou culposa (quando prevista taxativamente em lei) atingindo 
o bem jurídico-penal de forma significativa, pois o resultado jurídico decorrente da 
conduta do agente (nexo de causalidade) somente será importante para o direito penal 
se, e somente se, o bem jurídico-penal for atingido de forma relevante (princípio da 
ofensividade). 
Faltando qualquer desses elementos o fato será atípico e assim, com base no inciso III 
do novo art. 397, o réu deverá ser absolvido sumariamente. 
d) Excludente de punibilidade - as causas extintivas da punibilidade estão previstas 
no art. 107 do Código Penal. Por exemplo, a prescrição. 
 
e) Causas supra legais de exclusão: de ilicitude, como o consentimento do ofendido; 
de tipicidade, como a adequação social; e de culpabilidade, como a inexigibilidade de 
conduta diversa. 
Concluindo, não é mais suficiente, para advogar na área criminal, fazer uma defesa prévia 
padrão e, nas alegações finais, postular pela simples absolvição por falta de provas. 
O CPP, após as mudanças da Reforma de 2008, espera um advogado que efetivamente 
conheça o Direito Penal e Processual Penal. 
Tais teses defensivas são ferramentas constitucionais prontas para trazer justiça ao caso 
concreto. 
MEMORIAIS DE DEFESA (artigo 403, §3º e 404 do CPP) 
• Noção: Previstos no nos arts. 403, § 3º e 404, CPP, os memoriais são as alegações 
escritas, que substituem as alegações orais. 
• Cabimento 
• Julgamento dos tribunais 
• Nesse caso, os memoriais podem não substituir, mas apenas servir como reforço, pois 
são distribuídos antes do julgamento aos componentes da turma julgadora, e é possível 
que a sustentação oral seja feita, mesmo com a entrega dos memoriais 
8 
 
• Resumo das razões ou contrarrazões do recurso 
• Resumo do HC ou Revisão, etc. 
• Substituição às alegações orais no procedimento ordinário e do júri 
• Procedimento ordinário 
• Cabível quando o caso for complexo (art. 403, § 3º), em razão do tema, ou porque 
os autos têm muitos volumes, ou em razão do número de réus (art. 403, § 3º). 
Também prevê a lei a hipótese em que há alguma diligência imprescindível ordenada 
em diligência (art. 404). 
• Prazo 
• Sucessivo (primeiro o prazo da acusação, depois a defesa) de 5 dias 
• Demais ritos 
• Sumário: sem previsão legal, cabível por analogia, segundo a doutrina e a praxe 
forense. 
• Sumaríssimo: sem previsão legal 
• Júri: sem previsão específica, mas há a aplicação subsidiária dos arts. 403 e 404. 
• Teses possíveis 
o Preliminar 
§ Incompetência do juízo; 
§ Inépcia da inicial; 
§ Nulidade; 
§ Cerceamento de defesa; 
§ Extinção de punibilidade. 
o Mérito (principal e subsidiária) 
§ Absolvição; 
§ Desclassificação; 
§ Afastamento de qualificadoras, causas de aumento de pena e agravantes; 
§ Reconhecimento de causas de diminuição de pena, privilégioou atenuante; 
§ Fixação da pena no mínimo legal, baseado nas circunstâncias do art. 59; 
§ Regime de cumprimento de pena mais brando; 
§ Substituição da pena; 
 
• Absolvição: o pedido de absolvição deverá ser feito com base no art. 386 e seus 
incisos, do CPP. 
9 
 
 
• Júri: Os memoriais são apresentados na primeira fase do procedimento do júri, 
o judicium accusationis, de modo que é preciso saber quais as decisões possíveis nessa 
fase, para formular as teses. 
 
Terminada a instrução, o juiz decretar: 
o Pronúncia: se o juiz se convencer da prova da materialidade do crime e de indícios 
de autoria (art. 413, CPP) 
o Impronúncia: se o juiz não se convencer da prova da materialidade ou da 
existência de indícios de autoria (art. 414, CPP) 
o Absolvição sumária: se provado: que o fato não existiu; não ser o réu o autor ou 
partícipe do crime; não constituir o fato infração penal; causa de isenção de pena 
ou exclusão de crime (art. 415, CPP) 
o Desclassificação: o juiz se convence de que o crime que ocorreu não é de 
competência do tribunal do júri (art. 419, CPP), como lesão corporal seguida de 
morte ou homicídio culposo. 
 
• Dica: Na prova da OAB, será fácil concluir que cabe a apresentação de 
memoriais. Tal peça é sempre ao final da instrução probatória e o enunciado 
dirá que a acusação apresentou seus memoriais com suas postulações, 
normalmente a condenação. 
 
 
RECURSO DE APELAÇÃO (artigos 593-606 do CPP) 
Conceito: 
 É o recurso interposto da sentença definitiva ou com força de definitiva, para a 
segunda instância, com o fim de que se proceda reexame da matéria, com a conseqüente 
modificação parcial ou total da decisão. São apeláveis todas as decisões do juiz singular, 
exceto as interlocutórias simples e aquelas das quais caiba o recurso em sentido estrito. 
 
 É um recurso residual, que só pode ser interposto se não houver previsão expressa 
de cabimento de recurso em sentido estrito para a hipótese. Porém, a apelação goza de 
primazia em relação ao recurso em sentido estrito, de modo que se a lei prever, 
expressamente, o cabimento deste último recurso com relação a uma parte da decisão e 
a apelação do restante, prevalecerá a apelação, que funcionará como único recurso 
oponível. 
10 
 
Exemplo: da sentença condenatória sempre cabe apelação, de acordo com o CPP, não 
havendo possibilidade do recurso em sentido estrito, ante a falta de previsão expressa 
neste sentido. No entanto, no caso de decisão denegatória do sursis, é previsto o recurso 
em sentido estrito. Portanto, se na sentença condenatória, houvesse a denegação do 
benefício, ficaria a dúvida: cabe apelação contra o mérito da decisão, e recurso em sentido 
estrito da parte denegatória da suspensão condicional da pena? Haveria dois recursos para 
a mesma decisão? Resposta: não, pois a apelação, neste caso, goza de primazia. Caberá 
somente apelação contra qualquer parte da decisão condenatória. 
 
 Aplica-se ao Processo Penal a parêmia tantum devolutum quantum 
appellatum. O juízo ad quem não pode julgar ultra nem extra petitum, mas tão 
somente a matéria que lhe foi devolvida pelo recurso da parte, não podendo ir além de 
acolher o pedido ou rejeitá-lo, no todo ou em parte. No entanto, pelo princípio do favor 
rei, o tribunal tem liberdade para apreciar a sentença, mesmo na parte não guerreada, 
desde que seja para favorecer o réu. 
 
 O momento processual em que o apelante deve limitar os termos da 
apelação. 
 
 O Ministério Público deve fixar os limites do apelo na petição de interposição (“a 
extensão da apelação se mede pela petição de sua interposição e não pelas razões do 
recurso, de modo que a promotoria pública, como ocorreu no caso, se apela sem 
estabelecer restrições, não pode, posteriormente, nas razões, restringir a apelação”, STF). 
 
 No caso da defesa, os limites também serão fixados na interposição, havendo, 
porém, entendimento em sentido oposto, sustentando que é nas razões que o apelante 
melhor refletiu contra o que deseja apelar. O STF passou a entender que o defensor dativo 
não está obrigado a apelar. 
 
 Apelação subsidiária do apelo oficial. Na ação penal pública, se o MP não 
interpõe a apelação no qüinqüídio legal, o ofendido ou seu cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão poderão apelar, ainda que não se tenham habilitado como 
assistentes, desde que o façam dentro do prazo de quinze dias, a contar do dia em que 
terminar o do MP. 
11 
 
 Apelação do assistente. Prazo: cinco dias, se habilitado, contados da data da 
intimação; quinze, caso não esteja habilitado, a contar do vencimento do prazo para o 
MP. Porém, se o assistente habilitado for intimado antes do MP, neste caso, o prazo (de 
cinco dias) começará a contar do trânsito em julgado para o Ministério Público, e não da 
intimação. 
 Assim, se o Ministério Público não o fizer no tempo e modo devidos, o assistente 
da acusação pode apelar da sentença tanto absolutória quanto da condenatória com o fito 
de aumentar a pena. Se o Ministério Público também apelou de forma mais ampla, pedindo, 
além da modificação da pena, a anulação do julgamento, seu recurso tem precedência 
sobre o da defesa, por tornar prejudicado este último na hipótese de provimento. 
 
 O co-réu absolvido não pode intervir como assistente para apelar pleiteando a 
condenação do outro co-réu, uma vez que o art. 270 do CPP veda a pretensão. “Por ter 
sido incluído na denúncia como responsável por uma das atividades delituosas objeto de 
apuração do presente, a única posição que o acusado pode ocupar é de defesa. Ainda que 
absolvido em primeiro grau, tal fato não faz desaparecer a condição de réu, o que impede 
seu retorno aos autos como assistente à acusação. Esta intervenção é exclusiva do 
ofendido. 
Exemplo de Súmulas do STF sobre o recurso do assistente: 
SÚMULA Nº 210 - O assistente do Ministério Público pode recorrer, inclusive 
extraordinariamente, na ação penal, nos casos dos arts.584, parágrafo 1º, e 598 do CPP. 
SÚMULA Nº 448 - O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr 
imediatamente após o transcurso do prazo do Ministério Público. 
 
Renúncia e desistência. 
 O defensor dativo não pode desistir do recurso, pois para tanto necessitaria de 
poderes especiais. Contudo, não está obrigado a apelar, em face do princípio da 
voluntariedade dos recursos. 
 
Hipóteses de cabimento da apelação: 
 
- de toda sentença condenatória cabe apelação; 
12 
 
- de quase todas as sentenças absolutórias cabe apelação, salvo a absolvição sumária, 
hipótese em que caberá o “recurso” oficial e o recurso em sentido estrito; 
- das sentenças definitivas que, julgando o mérito, põem fim à relação jurídica processual 
ou ao procedimento, sem, contudo, absolver ou condenar o acusado (decisões definitivas 
em sentido estrito ou terminativas de mérito). Obs. Por expressa disposição legal, o recurso 
em sentido estrito é o adequado para atacar a sentença que declara extinta a punibilidade. 
- das decisões com força de definitivas (interlocutórias mistas), ou seja, aquelas que põem 
fim a uma fase do procedimento (não terminativas) ou ao processo (terminativas), sem 
julgar o mérito. Algumas hipóteses de decisões dessas espécies Renúncia e desistência. O 
defensor dativo não pode desistir do recurso, pois para tanto necessitaria de poderes 
especiais. Contudo, não está obrigado a apelar, em face do princípio da voluntariedade dos 
recursos. 
 Resta para saber se o caso é de recurso em sentido estrito ou de apelação: caberá 
apelação contra todas as decisões definitivas ou com força de definitivas, desde que a lei 
não preveja expressamente recurso em sentido estrito. A apelação é recurso residual. 
 As decisões interlocutórias simples são irrecorríveis (ex: recebimentoda denúncia 
ou queixa), salvo previsão expressa de recurso em sentido estrito (ex: decisão que concede 
liberdade provisória). 
 Apelação das decisões do júri: A apelação das decisões do Júri tem caráter 
restrito, pois não devolve à superior instância o conhecimento pleno da questão, por força 
da garantia constitucional da soberania dos veredictos. Interposta a apelação por um dos 
motivos legais, o tribunal fica circunscrito a eles, não podendo ampliar seu campo de 
análise. 
São cabíveis nas seguintes hipóteses: 
 
a) nulidade posterior à pronúncia; 
b) sentença do juiz-presidente contrária à letra expressa da lei ou à decisão dos jurados; 
c) quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de 
segurança; 
d) quando a decisão dos jurados for manifestamente contrária à prova dos autos. Neste 
caso, só cabe apelação com base nesse fundamento uma única vez. Não importa qual das 
partes tenha apelado, é uma vez para qualquer das duas. 
13 
 
Obs. No caso de condenação por crimes conexos, o tribunal, em grau de recurso, pode 
anular o julgamento com relação a um, mantendo a decisão no que toca aos outros delitos. 
Prazo da apelação: 
 Em regra, é de cinco dias a contar da intimação. No caso de intimação por 
edital, o prazo começa a correr a partir do escoamento do prazo do edital, que será de 
sessenta dias, se imposta pena inferior a um ano, e de noventa dias, se igual ou superior 
a um ano. No caso de intimação por precatória, o prazo começa a fluir da data da juntada 
aos autos. No caso do réu devem ser intimados ele e seu defensor, iniciando-se o prazo 
após a última intimação. 
Processamento da apelação: 
a) a apelação é interposta por termo ou petição, admitindo-se, ainda, a interposição por 
telex ou fax; 
b) interposta a apelação, as razões devem ser oferecidas dentro do prazo de oito 
dias, se for crime, e três dias, se for contravenção penal, salvo nos crimes de 
competência do juizado especial criminal, quando as razões deverão ser apresentadas no 
ato de interposição; 
c) é obrigatória a intimação do apelante para que passe a correr o prazo para o 
oferecimento das razões de apelação; 
d) se houver assistente, este arrazoará no prazo de três dias, após o MP; 
e) se a ação penal for movida pelo ofendido, o MP oferecerá suas razões, em seguida, pelo 
prazo de três dias; 
f) o advogado do apelante pode retirar os autos fora do cartório para arrazoar o apelo, 
porém, se houver mais de um réu, o prazo será comum e correrá em cartório. O MP tem 
sempre vista dos autos fora de cartório; 
g) se o apelante desejar poderá apresentar suas razões em segunda instância, perante o 
juízo ad quem. O assistente da acusação não tem esta faculdade; 
h) com as razões ou contra-razões, podem ser juntados documentos novos; 
i) o MP não pode desistir do recurso, nem restringir seu âmbito nas razões, segundo 
entendimento doutrinário. Há posicionamento em sentido contrário; 
j) a defesa também não pode mudar a fundamentação do apelo nas razões de recurso. 
l) inexiste juízo de retratação na apelação; 
14 
 
m) se houver mais de um réu, e não houverem sido todos julgados, ou não tiverem todos 
apelados, caberá ao apelante promover a extração do traslado dos autos, para remessa a 
superior instância; 
n) há quem entenda que os autos não podem subir sem as razões seja do MP seja do 
defensor do acusado; 
o) a apresentação tardia de razões de apelação não impede o conhecimento do recurso. 
p) o defensor está obrigado a oferecer contra-razões, sob pena de nulidade. 
Liberdade provisória. A apelação da sentença absolutória não tem efeito 
suspensivo, de modo que o réu, se estiver preso, deverá ser colocado 
imediatamente em liberdade. 
 
 Segundo entendimento jurisprudencial majoritário, a apelação da sentença 
condenatória só tem efeito suspensivo se o réu for primário e tiver bons antecedentes, e 
assim ficar estabelecido na sentença (“não poderá apelar sem recolher-se à prisão, ou 
prestar fiança, salvo se for primário e de bons antecedentes, assim reconhecido na 
sentença condenatória, ou condenado por crime de que se livre solto”). Se o réu, por 
ocasião da sentença condenatória, encontrava-se preso em razão do flagrante delito ou 
preventiva, não pode apelar em liberdade, ainda que primário e portador de bons 
antecedentes. 
Efeitos da apelação. 
a) devolutivo: tantum devolutum quanto appellatum; 
b) suspensivo: somente nas condenatórias em que o réu for primário e de bons 
antecedentes; 
c) regressivo: não há; na apelação inexiste o juízo de retratação; 
d) extensivo: o co-réu que não apelou beneficia-se do recurso na parte que lhe for comum. 
 
Reformatio in pejus. 
 É vedada. O tribunal não pode agravar a pena quando só o réu tiver apelado. 
Súmula 160 do STF: “é nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, 
nulidade não argüida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de 
ofício”. Assim, a menos que a acusação recorra pedindo o reconhecimento da nulidade, o 
tribunal não poderá decretá-la ex officio em prejuízo do réu, nem mesmo se a nulidade for 
absoluta. 
15 
 
Reformatio in pejus indireta: 
 Anulada a sentença condenatória em recurso exclusivo da defesa, não pode ser 
prolatada nova decisão mais gravosa do que a anulada. Por exemplo: réu condenado a 
um ano de reclusão apela e obtém a nulidade da sentença; a nova decisão poderá 
impor-lhe, no máximo, a pena de um ano, pois do contrário o réu estaria sendo 
prejudicado indiretamente pelo seu recurso. Trata-se de hipótese excepcional em que 
o ato nulo produz efeitos (no caso, o efeito de limitar a pena na nova decisão). A regra, 
porém, não tem aplicação para limitar a soberania do Tribunal do Júri, uma vez que a lei 
que proíbe o reformatio in pejus não pode prevalecer sobre o princípio constitucional da 
soberania de veredictos. Assim, anulado o Júri, em novo julgamento, os jurados poderão 
proferir qualquer decisão, ainda que mais gravosa ao acusado (ex. conhecer uma 
qualificadora que não havia sido conhecida anteriormente). 
Obs. No caso de a sentença condenatória ter sido anulada em virtude de recurso da defesa, 
mas, pelo vício da incompetência absoluta, a jurisprudência não tem aceito a regra da 
proibição da reformatio in pejus indireta, uma vez que o vício é de tal gravidade que não 
se poderia, em hipótese alguma, admitir que uma sentença proferida por juiz 
absolutamente incompetente, tivesse o condão de limitar a pena na nova decisão. 
Valendo-se da jurisprudência para elucidar a reformatio in pejus, o STF assim decidiu: 
EMENTA: Habeas Corpus. Júri. Anulação do julgamento pelo Tribunal de Justiça. 
2. O paciente foi condenado por homicídio qualificado consumado e por 
homicídio tentado. Recorreu da decisão do Júri, tão-só, quanto à condenação 
pelo homicídio consumado. 
3. Quanto à condenação por homicídio tentado, não houve apelação nem do 
Ministério Público, nem do réu, ora paciente. 
4. O Tribunal anulou o julgamento amplamente, por vício formal, 
determinando que o réu fosse submetido a novo pronunciamento do Júri, 
também de referência ao homicídio tentado. 
5. Alegação, no habeas corpus, de reformatio in pejus. 
6. A apelação do réu ensejava à Corte julgadora anular o julgamento no que se 
referia à condenação por homicídio qualificado consumado. Ao determinar, 
entretanto, o Tribunal local a renovação integral do julgamento, pelo Júri, 
16 
 
também quanto ao crime tentado, contra cuja condenação não houve apelação, 
ultrapassou os limites do recurso. 
7. Na inicial o impetrante alega que houve reformatio in pejus, pois a decisão 
prejudica ao paciente. 
8. Habeas Corpus deferido para, cassando em parte o acórdão referente à 
apelação criminal, afastar a determinação de o paciente ser submetido a novo 
julgamento pelo Júri, quanto ao homicídio tentado. 
Relator: Ministro Neri da Silveira.Paciente: Euclides Antonio Penteado. Impetrante: Waldir 
Francisco Honorato Júnior. Coator: Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. 
Deferimento. Votação: unânime; em 19/11/96. 
 
REFORMATIO IN MELIUS 
 
 Norteado no princípio do "ne eat judex ultra petita partium" o qual, enseja que 
não pode o juiz julgar além do pedido da parte; então, não pode o Tribunal ad quem, em 
recurso exclusivo da acusação, em favor do réu reformar a decisão, quer seja agravando-
lhe a pena, quer seja abrandando-lhe. Sendo esse o entendimento do STF, onde deixa a 
mostra a não possibilidade da reformatio in melius, tendo em vista que existe coisa julgada 
para o réu, incidindo dessa maneira no princípio "tantum devolutum quantum 
appellatum" o qual não permite essa possibilidade. 
 A reformatio in melius é aceita pela maioria dos doutrinadores como também pelos 
Tribunais Estaduais. Conquanto, têm se decidido que em se tratando de recurso de 
apelação emanado da acusação, possuirá este vasto efeito devolutivo, proibindo-se 
a reformatio in pejus, em assim agindo, os Tribunais possuem o poder de julgar além do 
pedido em prol do condenado em recurso de exclusividade da acusação. 
 Caracteriza-se a reformatio in melius quando há a proibição da aplicação de pena 
mais severa quando se der ao fato definição jurídica diferente da constante na denúncia 
ou queixa. 
 
 
 
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (artigo 581 do CPP) 
17 
 
 
Conceito: 
 Recurso mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas matérias 
especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da 
questão, antes da remessa dos autos à segunda instância. 
Cabimento: O elenco legal das hipóteses de cabimento não admite ampliação, embora 
possa haver interpretação extensiva e até a analogia. 
 
São hipóteses legais de cabimento do recurso em sentido estrito: 
a) da sentença que rejeitar a denúncia ou queixa. Do recebimento, em regra, não cabe 
qualquer recurso, apenas a impetração de habeas corpus. Porém, no caso dos crimes 
previstos na Lei de Imprensa cabe recurso em sentido estrito da decisão que receber a 
denúncia ou queixa e apelação da que as rejeitar. No caso das infrações penais de 
competência do juizado especial criminal, não cabe recurso em sentido estrito da decisão 
que rejeitar a denúncia ou queixa, mas apelação. 
b) da decisão que concluir pela incompetência do juízo. Da decisão que concluir pela 
competência não cabe qualquer recurso, mas apenas habeas corpus. 
c) da decisão que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição. São cinco as 
exceções previstas no CPP: suspeição, incompetência do juízo, litispendência, ilegitimidade 
de parte e coisa julgada. As exceções devem ser opostas no prazo da defesa prévia, 
atuando-se em apartado, sem suspender, em regra, o andamento da ação penal. Se o juiz 
rejeitar qualquer das exceções, não caberá recurso. Somente no caso de exceção de 
suspeição, se o juiz vier a acolher a exceção, não caberá qualquer recurso. Deve o juiz 
dar- se espontaneamente por suspeito. Porém, não aceitando a suspeição, mandará autuar 
em apartado a petição, dará a sua resposta em três dias, podendo oferecer testemunhas 
e, em seguida, remeterá os autos ao tribunal. 
d) da decisão que pronunciar o réu. 
e) da decisão que conceder, negar, arbitrar ou julgar inidônea a fiança, indeferir 
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou relaxar 
prisão em flagrante. Não cabe recurso da decisão que decretar a prisão preventiva ou 
indeferir pedido de liberdade provisória ou relaxamento de prisão. A decisão que revoga a 
prisão preventiva, por excesso de prazo, não equivale à concessão de liberdade provisória, 
logo, também é irrecorrível. 
18 
 
f) da decisão que absolver sumariamente o réu. A absolvição sumária ocorre em face de 
prova inequívoca da existência de causa de exclusão da ilicitude e prova da existência de 
causa excludente da culpabilidade (absolvição própria). Se for reconhecida a prática de 
infração penal, mas também a inimputabilidade do agente por doença mental haverá 
absolvição sumária com imposição de medida de segurança (absolvição imprópria), e, 
nesse caso, o acusado também terá interesse em recorrer. 
g) da decisão que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor. Ocorre a quebra da 
fiança: quando o réu, legalmente intimado para ato do processo, deixar de comparecer 
injustificadamente; quando este mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade 
processante; se o acusado ausentar-se sem prévia permissão por mais de oito dias de sua 
residência; quando na vigência da fiança, praticar outra infração penal. Traz como 
consequências: a perda de metade de seu valor, a proibição de nova fiança no mesmo 
processo, a revelia do acusado e o seu recolhimento à prisão. A decisão que decretar a 
quebra ou perda da fiança é de competência exclusiva do juiz. O recurso em sentido estrito, 
no caso do perdimento da fiança, terá efeito suspensivo; no de quebramento, suspenderá 
unicamente a perda de metade de seu valor, não impedindo os demais efeitos. 
 
h) da decisão que julgar extinta a punibilidade do acusado. São casos de extinção de 
punibilidade, segundo o art. 107, do CP: I - pela morte do agente; II - pela anistia, graça 
ou indulto; III - pela retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso; 
IV - pela prescrição, decadência ou perempção; V - pela renúncia do direito de queixa ou 
pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada; VI - pela retratação do agente, nos casos 
em que a lei a admite; VII - pelo casamento do agente com a vítima, nos crimes contra os 
costumes, definidos nos Capítulos I, II e III do Título VI da Parte Especial deste Código; 
VIII - pelo casamento da vítima com terceiro, nos crimes referidos no inciso anterior, se 
cometidos sem violência real ou grave ameaça e desde que a ofendida não requeira o 
prosseguimento do inquérito policial ou da ação penal no prazo de 60 (sessenta) dias a 
contar da celebração; IX - pelo perdão judicial, nos casos previstos em lei. 
 
i) da decisão que indeferir pedido de extinção de punibilidade e habeas corpus. Trata-se, 
no caso, de decisão de primeira instância. Na hipótese de concessão, é necessária também 
a remessa de ofício. Decisão denegatória proferida em única ou última instância, pelos 
TRF’s e TJ’s, caberá recurso ordinário ao STJ. Sendo a decisão denegatória proferida pelos 
Tribunais Superiores, caberá recurso ordinário ao STF. 
 
19 
 
j) da decisão que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena. O 
dispositivo não tem nenhuma aplicação. Se a decisão encontrar-se embutida na sentença, 
caberá apelação. Após o trânsito em julgado da condenação, caberá agravo em execução. 
l) da decisão que conceder, negar ou revogar o livramento condicional. O dispositivo 
também está revogado. Cabe, no caso, agravo em execução. 
m) da decisão que anular, no todo ou em parte. 
n) da decisão que incluir ou excluir jurado na lista geral. O prazo, neste caso, será de 20 
dias. 
o) da decisão que denegar a apelação ou julgá-la deserta. 
p) da decisão que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial. 
Lembre-se que, suspenso o processo criminal, para aguardar a solução da prejudicial, fica 
também suspensa a prescrição da pretensão punitiva. 
q) da decisão que ordenar a unificação de penas: revogado. Cabe agravo em execução. 
r) da que decidir o incidente de falsidade. 
s) da decisão que impuser medida de segurança depois de transitar em julgado a sentença, 
ou que a mantiver, substituir ou revogar: revogado. Cabe agravo em execução. 
t) da decisão que converter a multa em detenção ou prisão simples: também revogado. 
Art. 51 do CP: “Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada 
dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativaà dívida ativa da 
Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da 
prescrição.” 
 
 
PROCESSAMENTO DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. 
 O recurso em sentido estrito subirá nos próprios autos nos casos arrolados pelo 
art. 581, incisos I (rejeição de denúncia ou queixa), III (decisão que julgar procedente as 
exceções, salvo a de suspeição), IV (que pronunciar o réu), VI (absolvição sumária), VIII 
(que julga extinta a punibilidade) e X (que conceder ou denegar ordem de habeas corpus). 
 Interposto o recurso, dentro do prazo de dois dias, o recorrente deverá oferecer 
suas razões, sendo indispensável a intimação, sem a qual não começa a correr o prazo, 
segundo entendimento jurisprudencial. A falta do oferecimento das razões não impede a 
subida do recurso. Não existe no recurso em sentido estrito a possibilidade de arrazoar em 
segunda instância. 
Efeito regressivo: recebendo os autos, o juiz, dentro de dois dias, reformará ou 
sustentará a sua decisão, mandando instruir o recurso com as cópias que lhe parecerem 
necessárias. A falta de manifestação do juiz importa em nulidade, devendo o tribunal 
20 
 
devolver os autos para esta providência. Não ocorre a deserção o caso de fuga do réu logo 
após a interposição do recurso em sentido estrito nem do recurso de apelação. 
 
Reformatio in pejus indireta: 
 No novo julgamento, os jurados estarão livres para decidir, uma vez que a proibição 
da reformatio in pejus, direta ou indireta, é de natureza infraconstitucional, não podendo 
se sobrepujar ao princípio constitucional da soberania dos veredictos. No entanto, o juiz- 
presidente não pode aplicar pena maior, se a decisão for mantida pelo novo conselho de 
sentença. Por exemplo: no primeiro júri, o réu é acusado de homicídio triplamente 
qualificado, vindo a ser condenado somente em duas qualificadoras. Concedido o protesto, 
no segundo julgamento, os jurados poderão escolher soberanamente todas as três 
qualificadoras, não estando limitados à primeira decisão. No entanto, caso seja repetida a 
mesma votação, o juiz-presidente não poderá impor pena mais grave, pois a ele se aplica 
a vedação legal. 
Súmula 206 do STF: “é nulo o julgamento ulterior pelo júri com a participação de jurado 
que funcionou em julgamento anterior do mesmo processo”. 
 
CARTA TESTEMUNHÁVEL (artigo 639-646 do CPP) 
Conceito: 
 Recurso que tem por fim provocar o reexame de decisão que denegar ou impedir o 
seguimento de recurso em sentido estrito e do agravo em execução. Por expressa 
disposição legal, o recurso em sentido estrito é o adequado para atacar as decisões que 
negam subida à apelação. Da mesma forma, o agravo de instrumento é o recurso cabível 
em caso de despacho denegatório do recurso extraordinário ou especial. Denegação de 
embargos infringentes e embargos de nulidade: cabe agravo regimental. 
Procedimento: 
 A carta testemunhável deve ser requerida dentro de quarenta e oito horas, após 
a ciência do despacho que denegar o recurso ou da decisão que obstar o seu seguimento. 
Formalizado o instrumento, no caso do recurso em sentido estrito, o recorrente será 
intimado para oferecer suas razões dentro do prazo de dois dias, e, em seguida, será 
21 
 
intimado o recorrido para oferecer suas contra-razões, dentro do mesmo prazo, 
possibilitando-se, após, o juízo de retratação por parte do juiz que denegou o recurso. 
 
CORREIÇÃO PARCIAL (Leis 1.531/51 e 5.010/66) 
Conceito: 
 Providência administrativo-judiciária contra despachos do juiz que importem em 
inversão tumultuária do processo, sempre que não houver recurso específico previsto em 
lei. 
Natureza jurídica: 
 
 Para boa parte da doutrina é recurso. Para outra, é simples medida administrativa. 
 
Objeto: 
 Corrigir o erro cometido pelo juiz em ato processual, que provoque inversão 
tumultuária do processo (error in procedendo). Não é adequada a correição quando se 
pretende impugnar error in judicando, ou seja, quando seu objeto versar sobre decisão 
que envolve matéria de mérito. 
 
 
EMBARGOS INFRINGENTES E DE NULIDADE (artigo 609, parágrafo único do CPP) 
 
Conceito: 
 
 Recurso oponível contra decisão não unânime de segunda instância, desde que 
desfavorável ao réu. É exclusivo da defesa. 
 
Prazo: 10 dias. 
 
Cabimento: contra decisão não unânime em Apelação, Recurso em Sentido Estrito e 
Agravo em Execução. 
 
22 
 
 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (artigo 619/620 do CPP) 
 
Conceito: 
 Recurso interposto para o mesmo órgão prolator da decisão, dentro do prazo de 
dois dias, no caso de ambigüidade, obscuridade, contradição ou omissão da sentença. A 
Lei 9.099/95 substitui o termo ambigüidade por dúvida. 
Prazo: 
 Dois dias perante o juiz prolator da decisão ou, no caso dos tribunais, endereçados 
ao próprio relator do acórdão embargado. No caso dos JEC’s, o prazo de interposição dos 
embargos será de cinco dias. 
Efeito infringente: 
 Atualmente, a jurisprudência, majoritariamente (inclusive do STF), entende ser 
possível atribuir efeito modificativo aos embargos de declaração. Neste caso, torna-se 
fundamental, em cumprimento ao princípio do contraditório, intimar a parte contrária, a 
fim de possibilitar-lhe contraditar o embargante. 
 
 
AGRAVO EM EXECUÇÃO 
Consiste em recurso usado para impugnar toda decisão proferida pelo magistrado da 
execução penal, que prejudique direito das partes principais envolvidas no processo. 
Conforme preceitua o artigo 197 da LEP, não tem efeito suspensivo, a única exceção à 
regra é o agravo interposto contra decisão de liberação de pessoa sujeita a medida de 
segurança (artigo 179 da LEP). Atualmente, segue o rito do recurso em sentido estrito. O 
prazo pra a interposição é de 05 (cinco) dias, a contar da ciência da decisão, de acordo 
com o que proclama a Súmula 700 do STF. 
23 
 
Fundamentação: 
• Artigo 197 da Lei nº 7.210/84 (Lei de Execução Penal) 
• Súmula 700 do Supremo Tribunal Federal 
 
 
AÇÃO DE REVISÃO CRIMINAL (artigo 621-631 do CPP) 
 
Conceito: 
 Ação penal rescisória promovida originariamente perante o tribunal competente, 
para que, nos casos expressamente previstos em lei, seja efetuado o reexame de um 
processo já encerrado por decisão transitada em julgado. 
Legitimidade: 
 A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou mediante representação por 
procurador legalmente habilitado (advogado inscrito na OAB, não havendo necessidade de 
poderes especiais). Entendeu o STF que o réu tem capacidade para formular em nome 
próprio pedido de revisão criminal, nos termos do art. 623 do CPP, que não foi derrogado 
pelo art. 1º, I, da L. 8.906, de 04.07.94 (Estatuto da Advocacia). No caso de morte do réu, 
a revisão poderá ser movida pelo seu cônjuge, descendente, ascendente ou irmão. 
Entende-se que o MP não é parte legítima para requerer revisão criminal. 
Poderá impetrar habeas corpus: no caso de falecimento do réu após a revisão, o presidente 
do Tribunal competente deverá nomear curador para dar prosseguimento à ação. Trata- 
se de hipótese de substituição processual que dispensa a iniciativa dos familiares do réu. 
Prazo: 
 Após o trânsito em julgado, a qualquer tempo. 
 
Cabimento: 
 Segundo entendimento majoritário, as hipóteses elencadas no CPP de cabimento 
da revisão criminal são taxativas. São elas: 
24 
 
a) quando a sentença condenatória for contrária a texto expresso da lei. A revisão criminal 
é meio inadequado para a aplicação da lei posterior que deixar de considerar o fato como 
crime (abolitio criminis), uma vez que a competência é do juiz da execução de primeira 
instância, evitando-se seja suprimido um grau de jurisdição (Súmula 611 do STF). 
b) quando a sentença condenatória for contrária à evidência dos autos. 
c) quando a sentençacondenatória se fundar em provas comprovadamente falsas. 
d) quando surgirem novas provas da inocência do condenado. 
e) quando surgirem novas provas de circunstâncias que autorize a diminuição da pena. 
 
Súmula 393 do STF: “para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a 
recolher-se à prisão”. 
 
Importante: No caso de revisão criminal contra condenação manifestamente contrária à 
prova dos autos, proferida pelo júri popular, o tribunal deve julgar diretamente o mérito, 
absolvendo o peticionário, se for o caso. De nada adiantaria simplesmente anular o júri e 
remeter o acusado a novo julgamento, porque, mantida a condenação pelos novos jurados, 
o problema persistiria sem que a revisão pudesse solucioná-lo. Portanto, dado que o 
princípio da soberania dos veredictos não é absoluto e a prevalência dos princípios da 
plenitude de defesa, do devido processo legal (incompatível com condenações absurdas) e 
da verdade real, deverão ser proferidos os juízos rescindente e rescisório. 
 
Admissibilidade: 
 Além dos casos de sentenças condenatórias, cabe revisão criminal das sentenças 
absolutórias impróprias, onde há imposição de medida de segurança. Porém, não cabe de 
sentença de pronúncia. Da sentença penal estrangeira não cabe revisão criminal, pois, 
quando de sua homologação pelo STF, este não ingressa no mérito, limitando-se a verificar 
os aspectos meramente formais (prelibação). 
 
 
HABEAS CORPUS (artigo 5º, LXVIII da CF e artigos 647-667 do CPP) 
Conceito: 
 Remédio judicial-constitucional que tem por finalidade evitar ou fazer cessar a 
violência ou a coação à liberdade de locomoção decorrente de ilegalidade ou abuso de 
poder. 
25 
 
Espécies: Liberatório ou repressivo e preventivo. 
Legitimidade ativa: 
 Pode ser impetrado por qualquer pessoa, independentemente de habilitação legal 
ou representação de advogado (dispensada a formalidade de procuração). Atente-se, 
porém, que “embora o réu tenha capacidade para formular pedido de habeas corpus, não 
é de se reconhecer a ele capacidade postulatória para impetrar ação de reclamação (RISTF, 
art. 156) para garantir a autoridade da decisão concessiva de habeas corpus que não 
estaria sendo cumprida pelo tribunal apontado coator, uma vez tratar-se de atividade 
privativa de advogado”(STF). 
Admissibilidade: 
 É inadmissível a impetração de habeas corpus durante o estado de sítio. A vedação 
se dirige apenas contra o mérito da decisão do executor da medida, podendo ser impetrado 
o remédio se a coação tiver emanado de autoridade incompetente, ou em desacordo com 
as formalidades legais. Não cabe contra a transgressão militar disciplinar. Não cabe contra 
dosimetria da pena de multa, uma vez que esta não pode mais se converter em pena 
privativa de liberdade. 
Cabimento: 
a) justa causa. 
b) quando alguém estiver preso por mais tempo do que a lei determina. O processo de réu 
preso deve estar encerrado dentro do prazo de oitenta e um dias. A jurisprudência tem 
entendido que esse prazo só é contado até o encerramento da instrução criminal, não 
ocorrendo excesso de prazo se o processo já se encontrar na fase dos arts. 499 e 500 do 
CPP. Tratando-se de crime da competência do Júri, pronunciado o réu, fica superada a 
alegação de constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução (Súmula 
21 do STJ). Do mesmo modo, encerrada a instrução criminal fica superada a alegação de 
constrangimento ilegal por excesso de prazo (Súmula 52 do STJ). Finalmente, não constitui 
constrangimento ilegal o excesso de prazo na instrução provocado pela defesa (súmula 64 
do STJ). 
c) quando quem ordenar a coação não tiver competência pra fazê-lo. 
d) quando houver cessado o motivo que autorizou a coação. 
e) quando não se admitir a fiança, nos casos em que a lei prevê. 
26 
 
f) quando o processo for manifestamente nulo. 
g) quando já estiver extinta a punibilidade do agente. 
Recursos: 
 Cabe recurso em sentido estrito da decisão que conceder ou negar a ordem de habeas 
corpus em primeira instância. Cabe recurso oficial da concessão. Quando não estiver em 
jogo a liberdade de locomoção, é cabível o mandado de segurança em matéria criminal, 
tem o MP legitimidade para impetração. Porém, não cabe mandado de segurança contra 
decisão judicial com trânsito em julgado. 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO (CF, artigo 102, III; Lei 8038/90) 
 Não há grandes diferenças para o Recurso Extraordinário em matéria cível. Veja-
se, porém, que o prazo para a interposição do agravo de instrumento contra decisão que 
nega seguimento ao Recurso Extraordinário ou Especial, em matéria penal, é de cinco dias 
e não de dez dias. 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: ... 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou ultima 
instância, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição. 
 
RECURSO ESPECIAL (artigo 105, III; Lei 8038/90) 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e 
Territórios, quando a decisão recorrida: 
27 
 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face de lei federal. 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
 
 
ROC - RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
AO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
Art. 105 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça, cabendo-lhe: 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus, decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão 
for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos Tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão; 
 
c) As causas em que forem partes o Estado estrangeiro ou organismo internacional, de 
um lado, e do outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. 
 
 Regra: os recursos serão voluntários (interpõe se quiser), exceto o caso de 
reexame necessário: da sentença que conceder habeas corpus. 
Tempestividade: é interpor o recurso no prazo fixado na lei. Se perder o prazo, o 
recurso será Intempestivo. Dançou meu caro. 
E se a culpa do processo não chegar no cartório for do Distribuidor, e não do advogado? 
Aí vc não será prejudicado. 
Obrigatoriedade: princípio que impede o MP de desistir do recurso que haja interposto. 
Quem pode interpor recurso? MP, querelante, réu, seu advogado ou defensor. 
Interesse recursal: só posso recorrer se meu pedido não foi atendido total ou 
parcialmente. 
28 
 
Fungibilidade: é uma viajada básica. Você erra o recurso e troca as peças. Vale isso? 
Na prova da OAB não vale, mas na vida real é possível aceitar um recurso pelo outro. 
Exemplo: é caso de RESE e você interpõe apelação. Para dar certo isso, algumas 
observações são importantes. 
Não pode ter feito isso de má-fé; tem que respeitar o prazo do recurso correto; não pode 
ser um erro grosseiro, tem que existir o mínimo de dúvida na interposição. 
Se o juiz aceitar, ele manda processar seu recurso da forma correta. 
REPITO: na OAB não rola a fungibilidade hein? Não adianta alegar isso em recurso. 
Se eu tenho uma quadrilha. Só um dos agentes recorre. Os outros podem se dar bem e 
pegar carona no recurso do único que recorreu? 
 Resp: SIM, desde que os argumentos não sejam pessoais. Exemplo: o agente querecorreu busca a redução da prescrição pela metade pois completou 70 anos na data da 
sentença. 
Se os outros não têm 70 anos, o recurso dele não serve para os demais. 
Súmula 700 
É DE 5 DIAS O PRAZO PARA INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO CONTRA DECISÃO DO JUIZ DA 
EXECUÇÃO 
PENAL. 
Súmula 705 
A RENÚNCIA DO RÉU AO DIREITO DE APELAÇÃO, MANIFESTADA SEM A ASSISTÊNCIA 
DO DEFENSOR, NÃO IMPEDE O CONHECIMENTO DA APELAÇÃO POR ESTE INTERPOSTA. 
Súmula 708 
É NULO O JULGAMENTO DA APELAÇÃO SE, APÓS A MANIFESTAÇÃO NOS AUTOS DA 
RENÚNCIA DO ÚNICO DEFENSOR, O RÉU NÃO FOI PREVIAMENTE INTIMADO PARA 
CONSTITUIR OUTRO. 
29 
 
 
QUEIXA CRIME 
É a petição feita pelo particular ofendido em ação penal privada, denunciando o fato 
criminoso para a punição do culpado. Para que a queixa-crime seja recebida pelo juiz, a 
fim de que se instaure o inquérito policial, é necessário que preencha aos requisitos 
previstos no artigo 41, do Código de Processo Penal, ou seja, nela deverá conter exposição 
do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou 
esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando 
necessário, o rol das testemunhas. 
Fundamentação: 
• Artigos 12, 29, 31, 33, 34, 36, 38, 41, 44, 45, 46, parágrafo 2º, 48, 49, 50, 
parágrafo único, 60, dentre outros do Código de Processo Penal 
• Artigos 100, parágrafos 2º e 4º, 103, 104, 105, 107, V, 117, I, 145, dentre outros 
do Código Penal 
 
MODELOS DE PETIÇÕES 
 
1. LIBERDADE PROVISÓRIA SEM ARBITRAMENTO DE FIANÇA COM APLICAÇÃO 
DE MEDIDAS CAUTELARES 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DO 
FÓRUM DA COMARCA DE GUARULHOS - SÃO PAULO. 
 
30 
 
 
 
 
Processo nº. 
 
 
 
 
 
 
 
 OBINA EUFRATES, devidamente qualificado nos autos do processo em 
epígrafe, atualmente recolhido nas dependências do 1º Distrito Policial de Guarulhos, São 
Paulo, vem, por seu procurador que subscreve (mandato incluso), mui respeitosamente à 
Douta presença de Vossa Excelência, requerer: 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA COM APLICAÇÃO DE MEDIDAS CAUTELARES 
 
 Com fundamento no artigo 321 c.c. o artigo 323 e 319, todos do Código de Processo 
Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
 O Requerente foi preso em flagrante, acusado da prática do delito tipificado no artigo 
157, §4º, inciso I, do Código Penal Brasileiro, por ter praticado furto de energia hidráulica. 
 
 Baseado em tais delineamentos, o nobre Delegado de Polícia do 6º Distrito Policial 
da Comarca de Guarulhos, ao invés de autuá-lo pelo que preclui o artigo 155, §3º do 
Código Penal, entendeu por autuá-lo no artigo retro mencionado, remetendo o mesmo 
para as dependências do 1º Distrito Policial de Guarulhos. 
 
 Ocorre que, conforme farta documentação acostada, o Requerente é absolutamente 
primário, mora com companheira, tem filho em idade impúbere, sofre de cardiopatia e, 
atualmente, está desempregado, pois estava afastado do serviço por conta de sua doença. 
 
 Todavia, sem adentrarmos ao mérito da imputação que lhe é feita, haja vista não ser 
este o momento processual adequado, verifica-se da documentação acostada que o 
Requerente tem raízes, família com filho e esposa, além de efetuar labor lícito, no intuito 
de garantir o sustento próprio e de sua família de forma digna e honesta, conforme poderá 
observar Vossa Excelência ao compulsar os documentos em anexo, tratando-se de fato 
isolado em sua vida a conduta apontada contra o mesmo. 
31 
 
 
 E, por não se reconhecer, data venia nenhuma necessidade de mantê-lo preso, como 
se encontra, porque, na atual conjectura, se constituiria maxima concessa venia, uma 
atitude precipitada, principalmente da forma como ocorreram os fatos. Mantê-lo no cárcere 
poderá trazer danos irreparáveis para sua vida, haja vista que tem família em extremo 
estado de necessidade, que necessita desesperadamente de seu apoio e, mantê-lo nas 
condições em que se encontra atualmente, poderá trazer sequelas irreparáveis para o 
futuro de sua vida pessoal e familiar. 
 
 Conforme documentação acostada, além de auxiliar seus familiares com as despesas 
do lar, pessoas estas que dependem diretamente de seu auxílio, sempre trabalhou 
honestamente e, atualmente, estava desempregado, se recuperando de uma cirurgia 
cardíaca, conforme mencionado e comprovado com os documentos em anexo e, afastá-lo 
do convívio social ao qual estava totalmente integrado não é a decisão mais adequada, 
pois, em uma prisão temporária, em companhia de pessoas de péssima índole, estará 
suscetível a sofrer violência e coação moral, o que não é o intuito do Judiciário. 
 
 Temos que levar ainda em consideração, a valorização da presunção de inocência 
recepcionada, inclusive, pela nossa Carta Magna, onde se faz claro e cristalino o princípio 
de que ninguém será considerado culpado, senão após sentença transitada em julgado. 
 
 O Requerente sempre trabalhou para auxiliar na manutenção de sua residência, 
onde reside com sua família, estando, atualmente, desempregado, recuperando-se de uma 
cirurgia cardíaca, conforme retro mencionado. 
 
 Encontra-se residindo com sua companheira e sustenta um filho em idade tenra, 
portanto com residência fixa, conforme se comprova. 
 
 Sua liberdade se faz urgente, pois, como salientado anteriormente, tem familiares 
que dependem diretamente de seu amparo, evitando-se, dessa forma, a pena prévia, 
injustificada e injusta, pois este é o direcionamento de nossa boa jurisprudência, senão 
vejamos: 
 
 “O problema das prisões provisórias ainda continua sem solução definitiva, 
expondo muitas vezes, o acusado, desnecessariamente, ao regime deletério dos cárceres, 
apesar da presunção de inocência que os beneficia. Através de verdadeiras condenações, 
impõem-se medidas ruinosas e desnecessárias de restrição à liberdade individual, que vão 
32 
 
atingir diretamente a honra, a família e o patrimônio do homem” (Tales Castelo Branco. 
Da prisão em Flagrante, Saraiva, 1.980, p. 10). 
 
 O artigo 310, inciso III, do Código de Processo Penal contém o seguinte preceito: 
Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: 
 
 Inciso III. Conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. 
 
 O artigo 321 do Código de Processo Penal preclui: 
 
 Ausentes os requisitos que autorizem a decretação da prisão preventiva, 
o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas 
cautelares previstas no artigo 319 deste Código e observados os critérios 
constantes do artigo 282 deste Código. 
 
 Permissa concessa venia, pela conjugação de ambos os regramentos transcritos, a 
conclusão lógica e jurídica a que se chega, por força das interpretações literal e teleológica, 
é que deverá ser concedida liberdade vinculada, ao réu ou indiciado, sem fiança, quando 
o Juiz verificar pelo auto de prisão em flagrante delito a inocorrência de qualquer hipótese 
autorizativa da prisão preventiva: garantia da ordem pública, econômica, conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da pena (artigo 312 do CPP). 
 
 Em circunstâncias desse matiz, se não há pelas provas coligidas no auto de prisão 
em flagrante circunstância demonstrativa do autor da infração típica se furtar ao 
cumprimento de eventual pena, quando se findar o processo penal de conhecimento, não 
há razão para conservá-lo preso, quer se cuide de infração penal afiançável ou 
não. Sua segregação, em face da mudança operada pela Lei 6416/77, somente 
será plausível em casos extremos. 
 
 Provém do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo o seguinte aresto: 
“Embora preso em flagrante por crime inafiançável, pode o réu ser libertado 
provisoriamente, desde que inocorram razões para sua prisão preventiva.” (RT 
523/376). 
 
 No mesmo sentido,os julgados acondicionados nos seguintes repertórios 
autorizados: RT 521/32 e JTACRESP 63/113, 68/103 e 69/155. 
 
33 
 
 Por outro lado, na esteira da jurisprudência iterativa do Egrégio Tribunal de Alçada 
Criminal do Estado de São Paulo, a ementa a ser transcrita cristaliza ex abundantia, os 
matizes insertos na hipótese sublinhada nos autos: 
 
 “O ius libertatis” é direito sagrado: “Todo indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à 
segurança em sua pessoa”, proclamou a Declaração Universal dos Direitos do Homem 
(artigo 3º). Logo, qualquer restrição a essa liberdade é inteiramente excepcional. Quando 
a autoridade pública restringe a liberdade de alguém (com a prisão preventiva, por 
exemplo), ou permite que tal restrição prossiga (manter a prisão em flagrante), urge que 
diga o porquê. "O delituoso tem o direito de ser esclarecido dos motivos de sua custódia." 
(RT 559/334). 
 
 Extrata-se, pacificamente, do julgado reproduzido que a liberdade provisória do réu 
ou indiciado é um direito processual subjetivo, em nível pretoriano, seguindo desta maneira 
os entendimentos doutrinários lavrados a respeito; 
 
 E, como se isso não bastasse, na esteira ainda do Colegiado Judicante predito, “a 
nova sistemática legal (Lei nº 12.403/11), não se satisfaz mais, para a subsistência da 
prisão em flagrante, com um auto revestido de todas as formalidades legais, exigindo, 
além disso, que se demonstre de forma satisfatória a necessidade dessa prisão em face 
dos requisitos objetivos e subjetivos autorizadores da decretação da prisão preventiva.” 
 
 No mesmo diapasão jurisprudencial os arestos contidos in: RT 511/369 e JTACRESP 
62/89, 63/113 e 70/107. 
 
 Basta uma análise perfunctória sobre os elementos probatórios contidos no auto de 
prisão em flagrante delito, para se chegar à conclusão inarredável de que é incabível a 
decretação de medida cautelar penal consistente na prisão preventiva do postulante. 
 
 Res vera, no que tange à “garantia da ordem pública”, como um dos fundamentos 
autorizadores da prisão preventiva, há de se verificar se, ficando o indiciado ou réu em 
liberdade, haverá perturbação da tranqüilidade coletiva, do meio social. 
 
 Em verdade, “a garantia da ordem pública”, dada como fundamento da decretação 
da custódia cautelar, deve ser de tal ordem que a liberdade do réu possa causar 
perturbações de monta, que a sociedade venha a se sentir desprovida de garantias para 
sua tranqüilidade. (RJDTACRIM) 11/201). 
 
34 
 
 
 É de constatação meridiana e palmar que o Requerente, conforme documentação 
acostada na presente postulação, é absolutamente primário, está trabalhando e tem 
residência fixa, o que por si só é suficiente para se extratar que sua liberdade não atentará, 
inexoravelmente, contra a paz coletiva. 
 
 Por outro lado, quanto à “conveniência da instrução criminal”, outro requisito 
possibilitador da decretação da custódia cautelar em espécie somente se fará presente 
quando ocorrer a hipótese em que a normalidade da apuração do crime e de sua autoria 
ou da própria instrução probatória o exigir. 
 
 Como ponderado por Júlio Fabbrini Mirabete, “também pode ser decretada a prisão 
preventiva por conveniência da instrução criminal, ou seja, para assegurar a prova 
processual contra a ação do criminoso, que pode fazer desaparecer provas do crime, 
apagando vestígios, subornando, aliciando ou ameaçando testemunhas etc.” (Op. Cit. P. 
378). 
 
 Às escâncaras, deve haver nos autos provas de fatos que autorizem o entendimento 
de que o indiciado ou acusado irá atentar, se solto, contra a prova processual. 
 
 E, como se isso não bastasse, mesmo por via indiciária, não há como estabelecer 
algum nexo autorizador de tal entendimento, mesmo porque não há um fato concreto 
sobre o qual possam incidir os indícios, os quais pressupõem, sempre, um fato provado, 
nos termos do artigo 239, do Código de Processo Penal, muito embora para a hipótese da 
prisão preventiva, necessário e indeclinável se torna que a prova seja direta. 
 
 
 Ademais, tendo em linha de consideração a imputação assacada ao indiciado e os 
meios de prova de que dispõe o encarregado da persecutório criminais, não existe a mínima 
viabilidade de qualquer interferência sua no modo de jurisdicionalização dos elementos de 
convicção que integrarão a persuasão racional do magistrado. 
 
 Pertinentemente a “assegurar a aplicação da lei penal”, também não existe naquele 
auto de prisão em flagrância delitiva provas capazes de demonstrar que havendo futuro 
provimento da pretensão punitiva ministerial o condenado irá se subtrair aos efeitos da 
condenação. 
 
35 
 
 Ad argumentandum, o asseguramento da aplicação da lei penal, através da 
imposição da medida cautelar, somente será possível, para evitar o periculum in mora, 
quando houver razões plausíveis no sentido de que o réu ou indiciado se furtará ao 
cumprimento da pena. 
 
 Insta salientar que, se por ventura vier a ser condenado, o que argumenta apenas 
por amor ao debate, não se furtará a aplicação da lei penal, principalmente pelo fato de 
ser absolutamente primário. 
 
 Como foi exposto, o Requerente é trabalhador e tem endereço fixo, além de possuir 
família composta por esposa e filho, não havendo, portanto, razão alguma para se concluir 
que, provido o pedido condenatório público e transita formalmente em julgado a decisão 
de mérito em sentido amplo, esse procurará não cumprir a pena que lhe for imposta. 
 
 Tangentemente a aplicação da Lei 5.941 de 1973, da hipótese de flagrância delitiva, 
a jurisprudência de nossos colegiados superiores é no sentido de que, em se tratando de 
réu primário e de bons antecedentes, sua liberdade provisória, nas hipóteses dos artigos 
408, parágrafo 2º e 594, ambos do Código de Processo Penal, constitui-se em direito 
processual subjetivo: 
 
 “Fica assentado que o benefício que a lei encerra é um direito processual subjetivo 
do acusado, sobre o qual, obrigatoriamente, deve manifestar-se, fundamentalmente, o juiz 
a quem invoque semelhante tutela jurisdicional.” (RTJ 77/145) 
 
 No mesmo sentido os acórdãos acordados in: RT 471/298, 484/385, 485/336, 
486/249, 490/279, 497/300, 503/506, 509/386. 
 
 Todavia, por força de entendimento jurisprudencial majoritário, as regras de 
liberdade provisória, aproveitáveis aos pronunciados para o Tribunal do Júri e aos 
condenados em primeira instância, para efeito recursal, aplicam-se também àqueles que 
estão em flagrans crimen: 
 
 Segundo entendimento jurisprudencial que vai se tornando predominante, a 
existência de prisão em flagrante não impede a aplicação do benefício contido na Lei 
5.941/73, que corresponde à mudança operada na sistemática processual penal, segundo 
a qual na atualidade a regra é o não cumprimento antecipado da pena. (RT 479/298). 
 
36 
 
 Na mesma esteira de pensamento os arestos insculpidos in: RT 475/262, 478/289, 
486/249. 
 
 Consoante a documentação acostada ao presente pedido, demonstrando que o 
Requerente tem residência fixa, tem família que depende diretamente do mesmo, além de 
ser trabalhador, E O CRIME IMPUTADO AO MESMO NÃO TER SIDO PRATICADO COM 
VIOLÊNCIA E/OU GRAVE AMEAÇA, além de não fazer parte do rol de crimes 
inafiançáveis, de rigor que lhe seja concedido o benefício pleiteado com a imposição do 
cumprimento de medidas cautelares determinadas por Vossa Excelência. 
 
 
 
 DO PEDIDO 
 
 Diante de todo o exposto, invocando dos Doutos suprimentos desse E. Juízo, 
mui respeitosamente requer a Vossa Excelência se digne conceder o benefício da 
LIBERDADE PROVISÓRIA COM DETERMINAÇÃO DE CUMPRIMENTO DE UMA OU 
MAIS MEDIDAS CAUTELARES PREVISTAS NO ARTIGO 319, DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL, para que o mesmo se livre solto, visto que é absolutamente primário, 
expedindo-se, imediatamente, o competente ALVARÁ DE SOLTURA,sendo esta medida 
a mais correta e justa para o caso vertente, desde já se comprometendo a comparecer a 
todos os atos processuais. 
 
 Requer ainda que Vossa Excelência determine vistas ao nobre representante do 
Ministério Público, reiterando seu comprometimento em comparecer perante Vossa 
Excelência e respectivo cartório, em todos os atos do processo. 
 
 
 Deferindo pelo exposto, como sempre, pode estar certo Vossa Excelência de mais 
uma vez estar cumprindo o honroso mister de distribuir 
 
 JUSTIÇA! 
 
 Termos em que, 
 Pede deferimento. 
 Local e data. 
 
 
37 
 
 ADVOGADO OAB Nº 
 
 
2. LIBERDADE PROVISÓRIA OU REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA COM 
ARBITRAMENTO DE FIANÇA 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL 
DA COMARCA DE TATUÍ – SÃO PAULO. 
 
 
 
 
Processo nº. 0006721-51.2014.8.26.0624 
 
 
 EPISTOLINO ALVES, devidamente qualificado nos autos do processo em 
epígrafe, atualmente recolhido nas dependências do Centro de Detenção Provisória da 
Comarca de Capela do Alto, vem, por seu procurador que subscreve, mui respeitosamente 
à Douta presença de Vossa Excelência, requerer: 
 
 
LIBERDADE PROVISÓRIA COM ARBITRAMENTO DE FIANÇA OU REVOGAÇÃO DE 
PRISÃO PREVENTIVA 
 
 Com fundamento no artigo 321 c.c. o artigo 323, ambos do Código de 
Processo Penal, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 
 
 O Requerente foi preso, supostamente em flagrante, acusado da prática do 
delito tipificado no artigo 180, § 1º, DO Código Penal, por supostamente ter receptado 
produtos de origem espúria na condição de comerciante. 
 
 Baseado em tais delineamentos, o nobre Delegado de Polícia da Comarca de 
Tatuí entendeu por bem autuá-lo em flagrante, capitulando tal prisão no artigo 180, § º 
do Código Penal Brasileiro. 
 
38 
 
 Ocorre que, conforme farta documentação acostada, o Requerente é 
primário, mora com esposa e filhos, tem trabalho lícito, com sede própria, na Comarca de 
Tatuí, conforme comprova com os documentos anexos. 
 
 Todavia, sem adentrarmos ao mérito da imputação que lhe é feita, verifica-
se da documentação acostada que o Requerente tem raízes, família com filhos, dentre eles 
um recém nascido com uma semana de vida, e esposa, além de efetuar labor lícito, neste 
município, no intuito de garantir o sustento próprio e de sua família de forma digna e 
honesta, conforme poderá observar Vossa Excelência ao compulsar os documentos em 
anexo. 
 
 Também de rigor mencionar que, por ser pessoa honesta e cônscia 
de suas responsabilidades, assim que tomou conhecimento da detenção do 
funcionário de sua empresa, ESPONTANEAMENTE, se dirigiu à Delegacia e se 
apresentou ao Delegado de Polícia, contribuindo, desde àquele momento, para 
elucidação do fatos. 
 
 Vale frisar que, a própria Autoridade Policial, ao elaborar o Auto de Prisão em 
Flagrante delito, às folhas 01, narrou o que segue abaixo: 
 
 ...Outrossim, por haver fortes indícios de que os indiciados ELIEZER 
FERREIRA DA SILVA e JOSÉ EMILSON GADELHA DE LIMA foram os autores do 
Roubo perpetrado contra a empresa LOPESCO e, por haver investigação em curso, 
que apura a prática de outros roubos envolvendo os indiciados ELIEZER 
FERREIRA DA SILVA, JOSÉ EMILSON GADELHA DE LIMA E DIEGO GERMANDO 
MACIEL, bem como por terem suprimido as numerações das armas roubadas, 
denotando a vontade de ocultar futuras condutas criminosas, levando-se em 
conta ainda o fato dos indiciados associarem-se com o fim específico de cometer 
crimes, a Autoridade Policial, como medida de manutenção da Ordem Pública e 
com fundamento no artigo 312 do Código de Processo Penal REPRESENTA pela 
Decretação de Prisão Preventiva dos indiciados ELIEZER FERREIRA DA SILVA, 
JOSÉ EMILSON GADELHA DE LIMA E DIEGO GERMANDO MACIEL (os grifos são 
nossos). 
 
 Ora Excelência, a própria Autoridade Policial percebendo que o Requerente 
EPISTOLINO não está em conluio com os demais indivíduos, bem como não se 
associou aos mesmos para cometimento de crimes, SOMENTE REPRESENTOU 
PELA PRISÃO DOS INDIVÍDUOS CITADOS ACIMA E NÃO PELA PRISÃO DO 
39 
 
REQUERENTE, ao qual, inclusive, não arbitrou fiança por absoluta impossibilidade 
jurídica. 
 
 Outro fator importantíssimo de se mencionar, apesar de não ser este o 
momento processual adequado, é o de que, hipoteticamente, em vindo a ser 
condenado pelo crime de RECEPTAÇÃO QUALIFICADA, com pena mínima de 03 
(três) e máxima de 08 (oito) anos de reclusão, o que não acredita e argumenta 
tão somente por amor ao debate, por ser primário, de excelentes antecedentes, 
conduta anterior ilibada e demais requisitos legais, sua eventual pena em 
concreto se aproximaria do mínimo legal, portanto, ainda que analisássemos esta 
situação no presente momento, o mesmo poderia ser beneficiado com o regime 
prisional aberto e até com a substituição da pena privativa de liberdade por duas 
restritivas de direito, conforme preclui o artigo 44, ao qual a defesa pede venia 
para transcrever abaixo: 
 
 Artigo 44 do Código Penal. As penas restritivas de direito são autônomas 
e substituem as privativas de liberdade quando: 
 
 I - Aplicada pena privativa de liberdade, não superior a 04 anos, e o 
crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou qualquer que 
seja a pena aplicada, se o crime for culposo; 
 
 II - O réu não for reincidente em crime doloso. 
 
 III - A culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem 
que essa substituição seja suficiente. 
 
 
 Também preclui o artigo 33 do Código Penal, ao qual a defesa também 
pede venia para transcrever abaixo: 
 
 Artigo 33. A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi 
aberto e aberto. A detenção, em regime semi aberto ou aberto, salvo necessidade de 
transferência a regime fechado. 
 
40 
 
 § 2º. As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma 
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios e 
ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: 
 
 Alínea c. O condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 04 
(quatro) anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto. 
 
 E, por não se reconhecer, data venia nenhuma necessidade de manter-se 
o Requerente preso, como se encontra, porque, na atual conjectura, mantê-lo preso se 
constituiria maxima concessa venia, uma atitude precipitada, principalmente da forma 
como ocorreram os fatos. 
 
 Mantê-lo no cárcere poderá trazer danos irreparáveis para sua vida, haja vista 
que tem família em extremo estado de necessidade, que necessita desesperadamente de 
seu apoio e, mantê-lo nas condições em que se encontra atualmente, poderá trazer 
sequelas irreparáveis para o futuro de sua vida pessoal e familiar. 
 
 Conforme documentação acostada, além de auxiliar seus familiares com as 
despesas do lar, pessoas estas que dependem diretamente de seu auxílio, sempre 
trabalhou honestamente e, atualmente, continua trabalhando em sua empresa, de forma 
lícita, sendo o fato ora tratado, um fato isolado, o que será demonstrado no decorrer da 
instrução processual. 
 
 Afastá-lo do convívio social ao qual estava totalmente integrado não é a decisão 
mais adequada, pois, em uma prisão temporária, em companhia de pessoas de péssima 
índole, estará suscetível a sofrer violência e coação moral, pois além de tudo é ex policial 
militar do Estado de São Paulo. o que não

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