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AULA 1 MODELOS DE NEGÓCIOS INOVADORES Profª Anelise Jensen 2 CONVERSA INICIAL Diversas mudanças têm ocorrido no mundo em que vivemos. São mudanças significativas, e seguem acontecendo em ritmo acelerado. O ambiente de negócios, nesse sentido, é cada dia mais dinâmico e se torna cada vez mais complexo. Dessa maneira, as empresas precisam estar preparadas e também abertas às mudanças que esse cenário impõe. Quando falamos em mudanças nas organizações, é importante entender que mudar implica tomar novas direções, tentar novas abordagens ou mesmo criar novas soluções, no intuito de alcançar melhores resultados, o que por vezes exige a adequação das estratégias. A gestão da mudança trata, assim, de conduzir as empresas – e as pessoas que dela fazem parte – de sua situação atual (presente), em um processo de transição que as levará até a forma como as coisas serão feitas no amanhã (futuro). Neste módulo teremos a oportunidade de abordar a gestão das mudanças e sua conceituação teórica, desde sua origem nas organizações e seus processos administrativos, até chegar às organizações do século XXI. Finalizaremos com a prática, por meio de uma atividade de estudo de caso. CONTEXTUALIZANDO As organizações fazem parte do nosso cotidiano e estão presentes nos mais diversos setores: clínicas de saúde, aeroportos, supermercados, lojas de produtos agrícolas, dentre tantas outras. Todas essas empresas, em maior ou menor grau, afetam nosso cotidiano, por meio de suas atividades de produção. Tanto é verdade que, para Chiavenato (2014a, p. 9), “a administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana.” E, nesse sentido, observamos que, diante de um quadro de grande concorrência, as estruturas organizacionais vêm sobrevivendo no mercado: seja desenvolvendo constantemente novos produtos e serviços, seja adaptando-se aos movimentos da concorrência, em um contexto de atuação que, como já vimos, é dinâmico. Com base nisso, nosso objetivo aqui é entender o contexto e as possibilidades que surgem com a gestão das mudanças, os níveis em que estas 3 mudanças podem acontecer e conhecer formas de melhor conduzir esse processo. TEMA 1 – A ORIGEM DAS ORGANIZAÇÕES As organizações existem, em sua essência, para produzir os bens e serviços de que todos nós necessitamos, atendendo assim às demandas das pessoas e do mercado. Antigamente, as organizações existentes eram poucas e pequenas. Predominavam pequenas oficinas, artesãos, escolas, armazéns de bairro e também profissionais autônomos como médicos e advogados (Chiavenato, 2014a). Nessa época, os produtos normalmente eram produzidos pelos próprios moradores; e, quando muito, trocados com vizinhos ou nas redondezas. Isso, com o tempo, colabora para o desenvolvimento das atividades econômicas, intensificando a produção de produtos destinados às vendas. É nessa conjuntura que a administração vai incorporando, ao longo do tempo, a influência da filosofia, das ciências, de economistas, da igreja e de organizações militares. Assim também recebe influência da Revolução Industrial, com suas fases de mecanização, invenção de produtos e desenvolvimento das fábricas. Os conhecimentos dos trabalhadores passam a ser transferidos para as máquinas, ao mesmo tempo em que há o desenvolvimento da produção e de aspectos ligados ao aumento da economia. Ao longo do século XIX o mundo segue o curso de suas mudanças, e as organizações também. Crescem os grandes conglomerados corporativos e a indústria se expande. Nesse momento se consolidam as condições que mais tarde irão concretizar o aparecimento das teorias administrativas. As empresas passam a se dividir em departamentos, como produção, vendas, engenharia, finanças; caracterizando então a chamada organização funcional. Ocorre que, por conta disso, as empresas acabam tendo muitas instalações e muitos funcionários, implicando em aumento de custos. Os insumos passam a ser adquiridos pelos departamentos de compras, e as relações com fornecedores também são aos poucos estabelecidas. Os lucros dependem, então, da otimização e gerenciamento de toda essa estrutura. Na tentativa de conquistar novos mercados e diversificar produtos, a estrutura funcional é substituída por uma estrutura integrada e multidepartamental 4 (Chiavenato, 2014a): busca-se reduzir o número de intermediários, diminuindo custos e consequentemente resultando em um produto final mais barato. Muitas invenções surgem nesse período, como o telégrafo sem fio, a máquina de escrever, o motor a explosão, o aço, a lâmpada elétrica e o telefone, levando as empresas aos futuros investimentos em pesquisa e tecnologia. A partir do século XX, a administração como ciência se desenvolve de maneira mais robusta. Amplia-se a competição e o número de competidores no mercado, consequência do aumento da capacidade produtiva e do desenvolvimento tecnológico. Esse momento gera condições oportunas para a busca de bases científicas que pudessem contribuir para a melhoria das práticas empresariais, por meio de soluções efetivas para os problemas enfrentados pelas empresas, propiciando o desenvolvimento das teorias administrativas. TEMA 2 – HISTÓRIA DAS TEORIAS ADMINISTRATIVAS Como resultado da Revolução Industrial e as alterações dela decorrentes, que visavam ao aumento da produtividade nas fábricas e economia com a mão de obra, surgem as chamadas teorias administrativas. a partir do momento em que as organizações alcançaram certo tamanho e complexidade é que a sua administração começou a apresentar dificuldades e desafios até então intransponíveis para seus dirigentes. Foi nesse momento que surgiu a necessidade de uma teoria da administração, que permitisse oferecer aos dirigentes das organizações os modelos e as estratégias adequados para a solução de seus problemas empresariais. (Chiavenato, 2014a, p. 10) As teorias administrativas, para Maximiano (2011, p. 8), “são conhecimentos organizados, produzidos pela experiência prática das organizações”. Ou seja, são modelos que priorizam um determinado elemento para observação e estudo, sendo agrupadas em fases ou escolas, como veremos a seguir. Os primeiros processos administrativos ocorrem nos EUA, no começo do século XX, por meio da chamada administração científica, representada por Frederick Taylor e Henry Ford. Nessa época, o foco principal das atenções eram as tarefas, que representavam então as atividades realizadas por operários em uma fábrica. Essa teoria foi motivada tendo como foco a racionalização da produção, de modo a encontrar maneiras de ampliar a eficiência nas fábricas, padronizar métodos, desenhar cargos e tarefas, além da análise do tempo e dos movimentos dos trabalhadores. 5 Em seguida, vem o período conhecido como teoria clássica, representada por Fayol, que deu ênfase à estrutura administrativa formal e à distribuição de tarefas na empresa. Nesta teoria são avaliados alguns aspectos, como: divisão do trabalho, questões referentes à autoridade, hierarquia e disciplina, ordem e estabilidade, remuneração. Na Europa, esse movimento é conduzido por Max Weber e sua teoria da burocracia visava encontrar modelos aplicáveis não somente ao “chão de fábrica”. A avaliação das estruturas de autoridade incluía questões como normas e procedimentos, relação entre competência técnica e mérito, profissionalização etc. Mais tarde, essas teorias se desdobram na chamada teoria estruturalista. Segue-se a teoria das relações humanas, na qual a ênfase é dada às pessoas (e consequentemente ao papel que representam dentro de uma organização). Tudo começa com estudos de Elton Mayo, que avalia a motivação das pessoas em relação ao alcance das metas organizacionais, relacionando integraçãoe comportamento, participação nas decisões, dentre outros. Essa fase é objeto de complementação, mais tarde, com a teoria comportamental e com a teoria do desenvolvimento organizacional, cujos expoentes são Abraham Maslow (teoria das necessidades humanas), Frederick Herzberg (teoria da motivação) e Douglas McGregor (teoria X e Y). A ênfase no ambiente surge com a teoria dos sistemas, na qual o que está ao redor da organização é avaliado. Ela é complementada pela teoria da contingência, de Joan Woodward, que busca para explicar como as empresas reagem frente a diferentes condições; tendo assim uma relação entre o ambiente externo e as técnicas administrativas, apoiadas, para isso, em tecnologia para a produção de bens e serviços, mantendo assim os padrões de competitividade das empresas. Tudo em administração depende da situação e das circunstâncias. Tudo nela é relativo por causa da complexidade das organizações. Por isso, existem várias teorias a respeito da administração. Cada uma delas ensina a discernir o que é relevante e a guiar suas ações e o que deve ser feito em cada situação ou circunstância. Cada teoria funciona como um modelo de pensar sobre o curso de ação diante de uma situação específica. (Chiavenato, 2014a, p. 13) Assim, todas essas teorias, por meio de seus respectivos conteúdos, foram e são responsáveis por colaborar para o desenvolvimento das teorias que regem a administração até hoje. Para Chiavenato (2014a, p. 23), “todas as teorias são aplicáveis às situações de hoje” e certamente encontram sua relevância na 6 medida em que existem para buscar respostas úteis aos problemas de cada época. TEMA 3 – AS ORGANIZAÇÕES NO SÉCULO XXI Ne década de 70, as empresas se deparam com as chamadas tecnologias de informação e comunicação (TICs), que trazem ao ambiente corporativo o uso de computadores e sistemas de informação. Com a criação da internet, no começo da década de 90, a forma como as organizações fazem negócios mudou radicalmente, gerando uma alteração social por meio da qual as pessoas e as empresas passaram a estar muito mais conectadas. Esse quadro traz junto de si uma mudança expressiva nos padrões, nos quais o foco não está mais nas máquinas ou nos processos de produção, mas sim em aspectos como o conhecimento. Seguindo Chiavenato (2014, p. 579), “A nova riqueza passa a ser o conhecimento, o recurso organizacional mais valioso e importante”. Se, antes, ter estruturas hierarquizadas que aplicavam e mantinham as mesmas estratégias era tido como uma força para as empresas, atualmente isto é tido como um elemento de sua vulnerabilidade (Schlemm; Loures, 2012). Assim, notamos que, se antes havia uma preocupação, por parte das empresas, na obtenção de lucros e resultados, passa a existir um entendimento diferenciado sobre a gestão de organizações, em que, para Chiavenato (2014, p. 580), “a informação torna-se a principal fonte de energia da organização: seu principal combustível e o mais importante recurso ou insumo.” Tudo isso deve estar fortemente ancorado na missão, visão e valores da organização, que os colaboradores devem conhecer e, preferencialmente, adotar. Para Chiavenato e Gomes de Matos (2009, p.48), quando “os funcionários conhecem a missão e os valores que norteiam seu trabalho, tudo fica mais fácil de entender, de saber qual é o seu papel e como contribuir para a organização.” Essa perspectiva está ligada à visão de futuro das organizações no século XXI, uma visão estratégica que procura entender quais são os objetivos da empresa, aonde pretende chegar, qual o seu propósito, que recursos e competências possui e, com base nisso, quais os melhores produtos e serviços pode oferecer ao mercado. 7 Figura 1 – Visão de futuro Fonte: Chiavenato; Gomes de Matos, 2009, p. 51. É nessa direção que as organizações do século XXI vêm atuando, não apenas pautadas por números, mas mesclando o uso de tecnologias avançadas à busca de excelência constante; os processos de informação com a (boa) tomada de decisão, combinando sua finalidade de ter lucro, ao mesmo tempo em que procuram contribuir para a sociedade. Talvez organizações com esse grau de sofisticação ainda não existam, mas é certo dizer que já existem muitas por aí que estão a caminho desse patamar. Basta lembrarmos de empresas como a Apple, Google, 3M, ou aqui mesmo no Brasil, como Natura, Itaú, Boticário, Gerdau, Pão de Açúcar, entre outros exemplos. TEMA 4 – GESTÃO DAS MUDANÇAS Dentro de uma perspectiva de que as organizações do século XXI precisam voltar seu olhar para o futuro, sempre que uma empresa planeja novos projetos, seja para otimizar seus processos internos, seja na implementação de um novo sistema, seja para manter-se competitiva no mercado, invariavelmente isso se traduz em algum nível de mudança. De acordo com Chiavenato (2014a, p. 598), “A velocidade da mudança e os desafios do mundo globalizado estão conduzindo a um sentido de emergência quanto ao ajustamento e à adaptabilidade das organizações, como condição para que sobrevivam no novo ambiente de negócios”. Estado atual da empresa (hoje) Metas Estado desejado pela empresa (futuro) 8 Isso pressupõe, para além das mudanças na empresa, que as pessoas (seus colaboradores) alterem de alguma maneira a forma como trabalham, para que os objetivos corporativos possam ser alcançados. Existem diversos níveis de mudanças dentro de uma organização, que tanto podem ser mudanças na estrutura ou nas tecnologias utilizadas pela empresa, quanto nos produtos e serviços ofertados, além de possibilidades de mudança na cultura e no clima organizacional. A gestão das mudanças acontece em um campo no qual agem diferentes forças e tem relação tanto com o comportamento dos indivíduos quanto dos grupos existentes na organização, considerando que ambos fazem parte de um ambiente maior. Para Tachizawa, Cruz Júnior e Rocha (2006, p. 161), isso nada mais é que um “ajustamento dos indivíduos e das organizações ao meio ambiente.” Um dos fatores mais importantes para iniciar uma mudança na organização é que a direção e altos executivos da empresa “comprem” a ideia da mudança, no intuito de engajar o quadro funcional e atuando, assim, em todos os níveis hierárquicos. Também é necessário que sejam pontuados os impactos que determinada mudança pode trazer, garantindo que, para isso, seja feita toda uma preparação para a mudança, que envolva os funcionários e deixando-os cientes de sua implementação. É preciso assegurar que os colaboradores compreendam a proposta e a importância da mudança prevista. Um dos modelos mais conhecidos foi o modelo desenvolvido por Kurt Lewin. O autor propôs, em Group Decision and Social Change (1958), um processo de mudança denominado Modelo das três fases, conforme segue: Figura 2 – Modelo das três fases – Lewin 9 Nesse modelo, a primeira fase, ou fase do descongelamento, reflete a disposição para mudar vindo da empresa, em que são feitas consultas e estabelecidos os objetivos da mudança, o plano e nomeados líderes que possam organizar o trabalho. A segunda fase, a fase da mudança, trata da implementação propriamente dita. Nesse momento, há o gerenciamento da mudança, contemplando treinamento, orientação e feedback constante. Por fim, a última fase, chamada de fase de recongelamento, aborda a persistência na mudança, por meio do controle e da avaliação de indicadores de desempenho, incluindo compensações ou penas pelo atingimento da mudança. Nessa fase, os comportamentos e práticas desejados devem ser consolidados. Um outro modelo largamente utilizado foi cunhado por John Kotter, professor emérito de Harvard, e é conhecido como o modelo dos oito passos para a mudança organizacional. Esse modelo levou em conta uma pesquisa com mais de 100 organizações, emque foram observados os processos de mudança, até chegar ao modelo de oito etapas para a mudança nas organizações, que são: 1. Instituir um senso de urgência: para o autor este é o passo mais importante. Trata de tornar os colaboradores cientes da necessidade de mudança, por meio de um diálogo aberto e franco, o que gerará apoio. 2. Construir uma aliança poderosa: é a criação de uma equipe administrativa que irá conduzir o projeto. É uma equipe de projetos, formada por funcionários de diferentes setores. 3. Desenvolver visão e estratégia: a criação de uma visão contribui para enxergar o que a organização deseja atingir; ideias de funcionários são aceitas, de modo que estes também adotem a visão. 4. Divulgar a visão: comunicar a visão contribui para gerar apoio e envolvimento e aceitação dos membros. 5. Remover obstáculos e empoderar envolvidos: é preciso remover qualquer aspecto que possa atrapalhar o acolhimento da visão, observando, por exemplo, aonde há resistência à mudança. 6. Criar e planejar objetivos para o curto prazo: essas metas possibilitarão ter a noção exata, em curto prazo, das melhorias oriundas da implementação da mudança, fazendo com que os funcionários a incorporem e se sintam determinados a ampliá-la ainda mais. 10 7. Consolidar as melhorias: segundo o autor algumas mudanças fracassam de maneira precoce. A mudança é um processo lento e gradual e, portanto, é preciso se manter na busca de melhorias, de forma a consolidá-las. 8. Ancorar as conquistas na cultura organizacional: o processo de mudança deve se tornar parte do DNA da organização, com o apoio permanente dos funcionários e discussões regulares que permitam evoluir consolidar a mudança. Figura 3 – Modelo oito passos para a mudança organizacional Fonte: Kotter, 1996. É importante notar que do primeiro bloco para o segundo é o momento no qual deve ser criada uma atmosfera propícia para a mudança; no segundo bloco, deve-se conquistar o comprometimento da organização, capacitando-a para a mudança. Por fim, do segundo para o terceiro bloco é o momento da implementação e da sustentação da mudança. Assim, conduzidos por líderes capacitados e aliados ao feedback regular, o conhecimento da mudança e o seu acompanhamento por meio de uma comunicação que seja clara, acompanhada de informações transparentes possibilitam condições para o sucesso em sua implementação, resultam numa mudança ágil, eficaz e comprometida nas organizações. 11 TEMA 5 – ESTUDO DE CASO O Banco Dinheiro Bom é uma empresa tradicional e já consolidada, atuando com produtos financeiros há muitos anos. Para manter sua competitividade, irá se unir, em um processo de fusão, ao DuoBanco, de forma que as instituições ganhem em escala, expandindo a distribuição de seus produtos e serviços. Esse processo de fusão será amparado por uma forte comunicação, estruturada para explicar ao consumidor os motivos e benefícios com a mudança. A ação inicial de fusão será dada com a criação de um departamento único, responsável pelas atividades de endomarketing, tendo como meta informar aos funcionários das duas empresas os principais pontos da fusão, os quais tornarão este o maior banco da América Latina. Foram realizadas, então, ações de integração dos funcionários à nova marca, seguida de uma comunicação da mudança ao mercado, objetivando tornar público o processo. Diante desse processo estruturado, em apenas um ano a nova empresa Dinheiro-Duo alcançou a consolidação de seu novo nome junto ao público. Para tanto, foram estabelecidos controles internos, que fazem avaliações trimestrais sobre diversos itens relativos à mudança. Um dos grandes desafios continua sendo conciliar as metas de produto das empresas anteriores, que vem sendo balizadas. Tomando como partida os dados fornecidos, responda: 1. Em qual das fases de mudança propostas por Lewin (modelo das 3 fases) você acredita que essa situação se encaixa? Justifique. 2. Com base no pressuposto teórico de Kotter, visto no capítulo, o novo banco – DinheiroDuo – encontra-se em qual dos passos em seu modelo de mudanças? Explique. 3. Seguindo o modelo de Kotter (8 etapas para a mudança organizacional) citado no texto, pode-se considerar que a empresa Dinheiro-Duo se encontra entre a sétima e a oitava etapa do processo (o aluno pode citar as duas), que correspondem à consolidação dos ganhos e a ancoragem das mudanças; isto porque os ganhos vindos da fusão já estão praticamente consolidados, ao mesmo tempo em que as mudanças vão sendo cada vez mais incorporadas ao DNA e cultura organizacional. 12 Padrão de respostas esperadas: 1. De acordo com o modelo das três fases proposto por Lewin, a empresa Dinheiro-Duo encontra-se na fase do recongelamento, uma vez que a nova marca (após cerca de 1 ano de trabalho de comunicação e outros departamentos) foi consolidada junto ao público, e a empresa gerada da fusão vem acompanhando o processo de perto, observando comportamentos e práticas que constituem um único e novo DNA organizacional, tendo um ou outro ajuste ainda a ser feito. 2. Seguindo o modelo de Kotter (8 etapas para a mudança organizacional) também citado no texto, pode-se considerar que a empresa Dinheiro-Duo se encontra entre a sétima e a oitava etapa do processo (o aluno pode citar as duas), pois os ganhos vindos da fusão já estão praticamente consolidados, ao mesmo tempo em que as mudanças vão sendo cada vez mais incorporadas ao DNA e cultura organizacional. 3. Por terem perfis distintos (um banco era mais arrojado em termos de percentuais do que o outro), um ajuste a ser promovido, por meio de reunião, será chegar a um patamar médio de metas para produtos. Por exemplo, se um banco tinha como meta mensal faturar 40% a mais em produtos financeiros e o outro 60%, a nova meta (do banco gerado com a fusão) seria 50%. Os controles internos e as avaliações devem ser feitos com base nesses critérios. Quanto aos tipos de produtos ofertados, será necessário conhecer o perfil socioeconômico do público, entendendo, por exemplo, se é mais interessante oferecer seguros de vida, planos de previdência ou fundos de investimento, de acordo com a renda, faixa etária e fase da vida dos clientes. 13 FINALIZANDO Este é um assunto que não termina aqui. Cada empresa define aonde quer chegar, e para tanto estabelece objetivos a cumprir. Nesse cenário de grande concorrência, possivelmente nem tudo sairá como o previsto, e por isso é necessária a correta coleta de informações, tanto quanto a análise e o planejamento na coordenação desta atividade, que atingirá todos os níveis da organização. A metodologia criada para a gestão de mudanças traduz a capacidade que uma organização possui de ser flexível e de se adaptar, incorporando processos e tecnologias com mais facilidade, ao mesmo tempo em que mantém seus níveis de produtividade. Isso conduz as empresas e os indivíduos a processos de mudança mais satisfatórios, em que planos são traçados, fazendo a devida mensuração dos impactos sobre a estrutura, de forma a garantir o apoio dos colaboradores e pessoas envolvidas. LEITURA COMPLEMENTAR Texto de abordagem teórica FERREIRA, A. C.; PINÕL, S. T. Gestão das mudanças, de Bauer. Revista PUCSP, ano VI, n. 12, 2003. Resenha. Disponível em: <https://revistas.pucsp.br/index.php/pensamentorealidade/article/viewFile/8481/6 293>. Acesso em: 30 jul. 2018. Texto de abordagem prática TUSHMAN, M. L. et al. A gestão de mudança está cada vez mais baseada em dados. As empresas não estão preparadas para isso. Harvard Business Review, 8 fev. 2018. Disponível em: <http://hbrbr.uol.com.br/gestao-de-mudanca- baseada-em-dados/>. Acesso em: 30 jul. 2018. Saiba mais GESTÃO da mudança. Rede Indigo, 9 mar. 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ZKqFTt2VYaI>.Acesso em: 30 jul. 2018. 14 GESTÃO de mudança. Eduardo Carmelo, 6 out. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=mW1oZl4vdmg>. Acesso em: 30 jul. 2018. O PROCESSO de mudança segundo Kurt Lewin. Eric L., 8 jul. 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=4xXE6PZ7uFk>. Acesso em: 30 jul. 2018. 15 REFERÊNCIAS CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 2014a. _____. Teoria geral da administração: abordagens prescritivas e normativas. 7. ed. São Paulo: Manole, 2014b. CHIAVENATO, I.; GOMES DE MATOS, F. Visão e ação estratégica: os caminhos da competitividade. 3. ed. São Paulo: Manole, 2009. KOTTER, J. P. Leading change. Boston: Harvard Business Review Press, 1996. LEWIN, K. et al. (Ed.). Group Decisions and Social Change. In: _____. Readings in social phycology. New York: Holt Rinehart and Winston, 1958. MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. 6. ed. (ver. e atual.) São Paulo: Atlas, 2011. SCHLEMM, M.; LOURES, R. Inovação em ambientes empresariais: teorias, reflexões e práticas. Curitiba: Ibpex, 2012. TACHIZAWA, T.; CRUZ JÚNIOR, J. B.; ROCHA, J. A. O. Gestão de negócios: visões e dimensões empresariais da organização. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
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