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Nome: Tânia Maria de Oliveira 7º B AO MM. JUÍZO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE GUAXUPÉ, MG Renato da Silva, brasileiro, estado civil X, profissão X, portador da cédula de identidade RG nº 12.345.678 e inscrito no CPF sob o nº 123.456.789, residente e domiciliado na Rua X, nº X, bairro X, cidade X, estado X, por seu advogado e bastante procurador que esta subscreve, procuração em anexo, vem, mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor a presente: AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS DECORRENTE DE COLISÃO DE VEÍCULOS em face de Raimundo de Tal, brasileiro, estado civil Y, profissão Y, portador da cédula de identidade RG nº 87.654.321 e inscrito no CPF sob o nº 987.654.321, residente e domiciliado na Rua Y, nº Y, bairro Y, cidade Y, estado Y, pelos fatos e fundamentos que a seguir expõe DA JUSTIÇA GRATUITA O requerente é pessoa pobre, na acepção jurídica do termo, não podendo arcar com as custas e demais despesas processuais, sem prejuízo do próprio sustento, razão pela qual requer lhes sejam deferidos os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos dos artigos 98 e seguintes do CPC. DOS FATOS O autor é proprietário do veículo marca Celta, de placas HTT-0000. Na data de 01/12/2019, em Guaxupé, por volta das 18:30h, o requerente transitava normalmente, com veículo acima descrito, quando efetuou a parada obrigatória. Havia, adiante, sinalização do semáforo. O requerido, conduzindo o veículo marca Toyota, de placas HTA-0000, abalroou na traseira do veículo, conduzido pelo autor. Na ocasião, as partes não chegaram a um consenso sobre o pagamento dos prejuízos, causados devidos à conduta do requerido. Foi expedido Boletim de Ocorrência, no qual conclui-se que o Sr. Raimundo não observou a devida distância regular em relação ao veículo de Renato. Assim, Raimundo agiu sem as cautelas necessárias estatuídas pelo Código de Trânsito Brasileiro. Renato efetuou três orçamentos para conserto dos danos causados no veículo, sendo que o mais barato deles estimava o valor de R$9.600,00 (nove mil e seiscentos reais). DO DIREITO Conforme narrado acima, o requerido deixou de observar as regras previstas no Código de Trânsito (Lei 9.503/97). Vejamos. Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito. Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas: II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas. O requerido, conforme já mencionado, deixou de observar as regras previstas na legislação quando conduzia seu veículo, e, pior, deixou de guardar distância se segurança frontal entre o seu veículo e o veículo do requerente. Assim, no caso presente, verifica-se que o réu, agindo com imprudência e até mesmo negligência, cometeu ato ilícito, que resultou em danos ao requerente, os quais devem ser custeados pelo réu. Nesse sentido, determinam os artigos 186 e 927, ambos do Código Civil: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Dessa forma, estão devidamente comprovados os requisitos que obrigam o requerido a reparar o dano causado ao requerente: há dano, há conduta ilícita, praticada pelo requerido, e há nexo causal entre o dano e a conduta. Sobre o tema, já decidiu o E. TJMG: EMENTA: APELAÇÃO CÍVEL - ACIDENTE DE TRÂNSITO - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS - COLISÃO NA TRASEIRA - NÃO OBSERVÂNCIA DA DISTÂNCIA DE SEGURANÇA - PRESUNÇÃO DE CULPA NÃO ELIDIDA - RESPONSABILIDADE CONFIGURADA - LUCROS CESSANTES - PRAZO PARA CONSERTO INFORMADO EM NOTA FISCAL DE SERVIÇOS - AUSÊNCIA DE PROVA EM CONTRÁRIO - PREJUÍZOS COMPROVADOS - REPARAÇÃO DEVIDA. I - Age com imprudência e negligência o motorista que não respeita as normas de trânsito e não transita em distancia de segurança capaz de possibilitar a frenagem adequada, evitando a colisão com veículos que se encontrem à sua frente ou que freiam na via em razão de frenagem anterior. II - Não tendo o réu logrado êxito em desconstituir tal presunção, que milita contra si, não há como atribuir culpa ao proprietário do veículo abalroado, que transitava à sua frente. III - Ao dever de reparar impõe-se configuração de ato ilícito, nexo causal e dano, nos termos dos arts. 927, 186 e 187 do CC/02, de modo que ausente demonstração de um destes requisitos não há que se falar em condenação, ressalvada a hipótese de responsabilidade objetiva, na qual prescindível a demonstração da culpa. IV - Comprovado o período em que o caminhão dos autores permaneceu na oficina para realização dos reparos necessários, após acidente causado pelo motorista do veículo dos réus, bem como o valor que o proprietário deixou de ganhar no período, sem prova em contrário, imperiosa a condenação ao pagamento de lucros cessantes (TJMG, AC n. 1.0000.19.152688-8/001, 18ª Câm. Cív., j. 17 mar 2020, Rel. Des. João Cancio, v.u. Disponível em www.tjmg.jus.br. Acesso em 06 abril 2020). Nesse mesmo contexto, ensina Rui Stoco, citando Wilson Melo da Silva, em acórdão retirado do site do TJMG1, que: 1 TJMG, AC n. 1.0000.19.152688-8/001, 18ª Câm. Cív., j. 17 mar 2020, Rel. Des. João Cancio, v.u. Disponível em www.tjmg.jus.br. Acesso em 06 abril 2020. http://www.tjmg.jus.br/ http://www.tjmg.jus.br/ "Sobre isso já ensinava Wilson Melo da Silva que 'imprudente e, pois, culpado, seria, ainda, o motorista que integrando a corrente do tráfego descura-se quanto à possibilidade de o veículo que lhe vai à frente ter de parar de inopino, determinando a colisão. O motorista que segue com seu carro atrás de outro veículo, prudentemente, deve manter uma razoável distância do mesmo, atento à necessidade de ter de parar de um momento para o outro. Ele não vê e não sabe, às vezes, o que se encontra na dianteira do veículo em cujo rastro prossegue. Mandaria, por isso mesmo, a prudência, que tivesse cautela e atenção redobradas para que não se deixasse colher de surpresa por alguma freada possível do veículo após o qual ele desenvolve sua marcha' (ob.cit., p.375/733) Trafegando dois veículos no mesmo sentido de direção será sempre possível e, por isso previsível, que o motorista que segue à frente se veja forçado a diminuir a marcha ou a frear bruscamente. Se um veículo segue outro com a mesma velocidade do que lhe vai adiante, deve guardar distância suficiente e que permita frenar, como reação à frenada inopinada do outro." Portanto, não restam dúvidas acerca da responsabilidade do requerido, motivo pelo qual deve ele ser condenado a ressarcir ao autor os prejuízos advindos da colisão, que somam a quantia de R$9.600,00 (nove mil e seiscentos reais), conforme documentos anexos. DOS PEDIDOS 1) A citação do requerido, para comparecer à audiência de mediação/conciliação a ser designada por Vossa Excelência, nos termos do artigo 334 do Código de Processo Civil; 2) Sejam os pedidos JULGADOS TOTALMENTE PROCEDENTES, condenando-se o requerido ao pagamento dos prejuízos por ele causados ao autor, em virtude da colisão do veículo, na quantia de R$9.600,00 (nove mil e seiscentos reais), nos termos dos artigos 186 e 927 do CC; 3) Os benefícios da Justiça Gratuita; 4) Seja o requerido condenado ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. DAS PROVASProtesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos. DO VALOR DA CAUSA Dá-se à causa o valor de R$9.600 (nove mil e seiscentos reais). Guaxupé, 24 de março de 2020. _____________________________________ ADVOGADO OAB/MG 111.111
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