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MODELO DE CONTESTAÇÃO - CASO RENATA

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE TEÓFILO OTONI DO ESTADO DE MINAS GERAIS
PROCESSO N º: .....
Renata Pereira da Silva, brasileira, solteira, desempregada, inscrita no CPF 234.567.890-00 e-mail renatapereiradasilva@gmail.com, residente na Rua Dinamarca, 74, Vila Betel, Teófilo Otoni, CEP 39800-612, representada por sua procuradora que a esta subscreve, vem à presença de Vossa Excelência, com fundamento no artigo 335 e seguintes do Código de Processo Civil, apresentar
CONTESTAÇÃO À AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS
à ação que lhe move Camila Fagundes, já qualificada nos autos do processo pelos fatos e fundamentos a seguir expostos.
1. DA SÍNTESE DA DEMANDA
Ajuizou a Autora ação de Indenização por Danos Materiais sofridos em decorrência de acidente de trânsito envolvendo três veículos, ocorrido no dia 15 de abril de 2020, na Avenida Dr. Luiz Boali Porto Salman, próximo ao número 150.
A Autora requer indenização no valor de R$ 10.000,00 com base em orçamentos apresentados.
2. BREVE SÍNTESE DOS FATOS
Requer a Autora indenização pelos danos causados em seu veículo de modelo Corolla, da marca Toyota, ocasionados após colisão com o veículo do Réu, alegando culpa exclusiva deste pela batida.
Informa que transitavam os três veículos, Corolla, Pálio e Fusca, conduzidos respectivamente pela Autora, a Ré e uma terceira condutora, denominada Tatiane, conforme Boletim de Ocorrência anexo.
Narra ainda que, próximo ao número 150 da Avenida Luiz Boali Porto Salman, o veículo da Ré o abalroou na traseira de seu veículo, após este também ser atingido na traseira pelo terceiro veículo, conduzido pela terceira envolvida, nomeada como Tatiane.
A Autora apresenta três orçamentos que avaliam o conserto dos danos em R$ 10.000,00, utilizando estes como meio de quantificar a indenização requerida.
Ocorre, Excelência, que os fatos narrados pela Requerente não condizem com a total realidade dos acontecimentos daquele dia, os quais serão demonstrados a seguir.
3. DA REALIDADE FÁTICA
3.1. PRELIMINARMENTE
A presente ação não deve ser movida contra a Ré, considerando que todas a colisões foram causadas por ação do terceiro veículo, conduzido por Tatiane, a qual trafegava acima da velocidade permitida para a via, bem como os pneus de seu veículo não estavam dentro dos padrões correto para utilização, prejudicando o sistema de frenagem do veículo. Tal acidente resultou em engavetamento dos três veículos, ocasionando danos na parte traseira da Autora, na parte dianteira e traseira do veículo da Ré e na parte dianteira do veículo de Tatiane.
Sendo os danos causados por terceiro, não possui a Ré legitimidade para figurar no polo passivo da presente ação, devendo a terceira condutora, Tatiane, ser responsabilizada pelo pagamento da indenização requerida pela Autora. Termo afirmado nos artigos 338 e 339, caput e § 1º do Código de Processo Civil, dando o prazo de 15 (quinze) dias ao Autor, após aceitar a indicação, para a alteração da petição inicial para substituição do réu. Recordando o Parágrafo único do artigo 338 do CPC: 
“Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8o.”.
Roga então a Ré, que seja extinto o feito, com base no artigo 485, VI do CPC, considerando a ilegitimidade em ser demandada pelos atos irresponsáveis da terceira autora. Acrescenta que além de não ter culpa no acidente, também sofreu danos em seu veículo em decorrência da imprudência de outrem.
3.2. DO MÉRITO
A Requerida confirma que seu veículo (Fiat Palio) colidiu frontalmente com a traseira do veículo da Requerente (Corolla). Entretanto, tal fato só ocorreu por conta de uma outra colisão sofrida pela Requerida pelo veículo da terceira condutora, Tatiane, conforme demonstrado no próprio Boletim de Ocorrência anexado pela Requerente.
Acontece que, no dia e local mencionados pela Autora, a terceira condutora, que dirigia o veículo Fusca, chocou a traseira do veículo da Ré (Palio), impulsionando-o em direção à traseira do veículo Corolla, causando os danos responsáveis pelo pedido de indenização, razão desta ação.
Logo, verifica-se que a terceira envolvida, nomeada Tatiane, foi a real responsável pelo engavetamento ocorrido no dia e local citados, visto que a Ré só colidiu com o veículo da Autora devido a outra colisão causada por Tatiane.
Ademais, a terceira condutora dirigia em velocidade superior a permitida pela via e com os pneus em situação irregular (conforme vistoria), podendo tais fatos terem sido motivantes para a ocorrência do acidente. Isto posto, não cabe à Ré, que segue estritamente as leis de trânsito e mantém seu veículo em perfeitas condições de utilização.
Como podemos verificar, a condutora Tatiane, responsável pelo engavetamento, dirigia em desatenção aos preceitos do Código de Trânsito Brasileiro, dentre os quais destacamos: 
“Art. 27: Antes de colocar o veículo em circulação nas vias públicas, o condutor deverá verificar a existência e as boas condições de funcionamento dos equipamentos de uso obrigatório (...)”.
“Art. 28. O condutor deverá, a todo momento, ter domínio de seu veículo, dirigindo-o com atenção e cuidados indispensáveis à segurança do trânsito.”.
“Art. 29. O trânsito de veículos nas vias terrestres abertas à circulação obedecerá às seguintes normas:
II - o condutor deverá guardar distância de segurança lateral e frontal entre o seu e os demais veículos, bem como em relação ao bordo da pista, considerando-se, no momento, a velocidade e as condições do local, da circulação, do veículo e as condições climáticas;”.
Assim como a Autora, a Ré também deve ser considerada vítima do acidente, pois não cometeu nenhum ato ilícito. 
Neste sentido:
“RECURSO INOMINADO. ACIDENTE DE TRÂNSITO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. ENGAVETAMENTO. PRESUNÇÃO DE CULPA DAQUELE QUE COLIDE PRIMEIRO E CAUSA O ENGAVETAMENTO DOS VEÍCULOS A SUA FRENTE. [...] MERECE O RÉU RETER OS SALVADOS DO VEÍCULO DO AUTOR, A FIM DE SE EVITAR O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. [...] (Recurso Cível Nº 71005701925, Primeira Turma Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Roberto Carvalho Fraga, Julgado em 23/02/2016).”.
Sem ato ilícito não há responsabilidade civil. a Ré em nenhum momento praticou ação voluntária com negligência ou imprudência que causasse danos à parte autora e, consequentemente, gerasse o dever indenizatório. Não houve afronta, portanto, aos artigos 186 c/c 925 do Código Civil.
Além do exposto, não há que se falar em indenização, visto que a Autora não anexou comprovantes de pagamento pelo conserto de seu veículo, tendo anexado apenas orçamentos. 
4. DOS PEDIDOS
4.1. A EXTINÇÃO DO FEITO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, por carência de ação, em função da ilegitimidade passiva. (art. 485, VI, do CPC);
4.2. A TOTAL IMPROCEDÊNCIA do pedido inicial de condenação a título de danos materiais, formulado pela Requerente, diante da inexistência de culpa da Requerida no evento danoso;
4.3. Substituição do polo passivo. (art. 337, XI, CPC);
4.4. A extinção do processo quanto à Ré Renata. (art. 338, Parágrafo Único, CPC);
4.5. Que seja a autora condenada ao pagamento dos honorários devidos à advogada da ré e das despesas processuais;
4.6. Pleiteia provar o alegado por todos os meios em direito admitido, em especial ao depoimento da Autora e as mídias das câmeras de vigilância existentes no local.
Nestes termos, pede deferimento.
Teófilo Otoni, 22 de junho de 2020
Advogada
OBS: Todos os fatos, nomes, endereços e documentos são fictícios e não condizem com a realidade.

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