Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Nome: Iracema Antõnia de Abreu Semestre: 10 Curso: Fisioterapia Disciplina: Prótese e Órtese Professor(a): Clariana Lia Teixeira Data de entrega: 24/04/2020 Responda as seguintes perguntas sobre as unidades 1 e 2 da nossa disciplina. 1 – Faça um resumo da evolução histórica da cirurgia de amputação. R. A primeira amputação foi descrita por Hipócrates pai da Medicina, na Grécia Antiga, as primeiras referências de amputação registrada são de V a. C. Naquela época tinha uma taxa de mortalidade elevada, devido à dificuldade de antingir a homostase, o tratamento do coto era feito por meio de mergulho no oléo fervente. Todo este processo aumentava o risco de morte e dificultava a cicatrização do coto devido a condução do tratamento, aumentando a lesão . A primeira amputação foi relizada pelo watson (1885) por meioda tecnica de cobertura muscular, pelo cirugião romano Celsus, no periodo da idade media ( sec XIV a XV). Periodo marcado por muitas perdas de membros, devido a doenças endêmicas, punições graves e pelos efeitos mutilantes da guerra. O desenvolvimento das amputações foram relevantes graças Ambrose Paré (1510-1590) no século XV, foi um aprendiz de cirurgião – barbeiro, iniciou sua carreira com cirurgias e amputações , desenvolveu muitas técnicas , procedimentos cirúrgicos e tratamentos de coto, foi o pioneiro na homeostase das amputações. No século XVIII, na Europa a amputação foi o tipo de cirurgia mais realizado. Já no século XIX é marcada pelo avanço significativo nas técnicas cirurgicas de amputação, usada até hoje. No século XX no periodo da primeira Guerra Mundial, a amputação ficou em segundo plano, e foi dado ênfase nos detalhes de melhoria da morfologia do coto, objetivo era deixa-lo o mais funcional possivel e proporcionar rapida recuperação do paciente. No anos de 1950 até 1960, todos as amputação deveria ser realizada acima da articulação do joelho,porque se objetivava a cicatrização precoce. . Em 1960, a situação se inverteu, quanto maiore presevado o coto mais rápida era a recuperação do paciente, pois o coto se trornava mais adaptavel para a protese, e o braço de alavanca durante a marcha era maior. 2 – O que é e para que serve o Índice de Pizur? O índice laboratorial de Pinzur é utilizado para verificar os níveis dealbumina, proteína plasmática fundamental para o controle da distribuição dos líquidos corporais (pressão osmótica), e de linfócitos, células que participam do mecanismo de defesa do organismo. Por exemplo, paciente que apresenta o índice de albumina menor que 3g/dL (valor de referência: 3,5 a 4,5 gramas por decilitros) e de linfócitos menor que 1.500 mm³ (valor de referência: 1.500 a 3.500 mm³) tem maior dificuldade de cicatrização. Por isso, a importância de utilizá-lo no caso de amputação. 3 – Cite e explique as possíveis complicações cirúrgicas de amputação? Neuromas: são emaranhados formados nas fibras que compõem o nervo devido à sua secção, geralmente muito sensíveis, necessitando que sejam inseridos nos tecidos moles durante a cirurgia de amputação para evitar atritos. Dor: pode originar-se no coto e ser designada dor local, ou pode se manifestar como dor “fantasma”, que ocorre quando o paciente relata dor no membro amputado; essas dores, geralmente, são causadas por neuromas. Edema: é muito comum nas amputações e, se não tratado rapidamente, pode evoluir para eczema crônico e formação de úlceras; é causado pela deficiência de retorno venoso e linfático. Contraturas: ocorrem nas articulações e podem acontecer antes ou após a amputação; sua causa, geralmente, é devido ao mal posicionamento do membro ou do coto. Sensação fantasma: nesse caso, o paciente relata sentir a parte ausente do membro que foi amputado; pode estar associada à sensação de “formigamento”. Quando um nervo é seccionado, produz descarga elevada de impulsos nervosos às fibras que o compõem e, como existe no córtex motor do cérebro o mapa da região amputada, isso causa a sensação que aquela parte ainda existe no corpo. Problemas cutâneos: devido ao processo de amputação, podem ocorrer diversas alterações da pele, como irritação, lesões, inflamações, escoriações e alteração da coloração. Problemas psicológicos: o processo de amputação é extremamente agressivo e causa complicações psicológicas, como depressão por distorção da imagem corporal, além das mudanças de estilo de vida. Infecções: ocorrem por contaminação dos pontos de suturas ou do próprio curativo. Problemas ósseos: geralmente, ocorrem por formação de esporões ósseos. Escoliose: devido à má postura causada pela diferença de comprimento dos membros inferiores. 4 – De forma geral as próteses podem ter 5 classificações. Explique cada uma delas. Próteses passivas ou estéticas: são mais leves, porém com pouca ou nenhuma funcionalidade, seu objetivo é praticamente estético. Próteses ativas ou funcionais: apresenta certa funcionalidade, que é acionada a partir do movimento realizado pelo coto. Próteses mioelétricas: são acionadas por meio de eletrodos inseridos na superfície da pele, os quais captam os estímulos do músculo e enviam para o processador da prótese, resultando no movimento. Próteses hidráulicas: possuem uma unidade hidráulica que controla a fase de balanço da marcha. Próteses metálicas: componentes que são implantados no corpo do paciente, por exemplo, prótese de quadril e de joelho. 5 – Descreva os objetivos e atuação da fisioterapia nas fases pré-operatória. Controle da dor: eletroterapia, crioterapia e cinesioterapia. Cabe ressaltar que qualquer recurso terapêutico a ser aplicado só pode ser realmente utilizado após avaliação criteriosa da situação clínico-patológica. Ganho ou manutenção da amplitude de movimento: cinesioterapia com séries de alongamentos, exercícios passivos, ativos e resistidos proporciona a manutenção do grau de amplitude de movimento. Esses exercícios podem ser feitos de forma livre ou por meio dos recursos mecanoterapêuticos. Ganho ou manutenção da força muscular: do membro a ser amputado e dos membros não amputados: programas de exercícios resistidos com ou sem aparelhos mecânicos, com o objetivo de fortalecimento muscular. Os membros não amputados devem ser fortalecidos para que possam auxiliar o membro amputado, principalmente em casos de membros inferiores na fase de transferência da marcha. Prevenção ou correção de deformidades: exercícios de alongamento muscular e posturais devem ser realizados para corrigir ou prevenir deformidades. Manutenção do equilíbrio: exercícios com o objetivo de treinar o equilíbrio são fundamentais para que o paciente já se prepare para a amputação do membro, principalmente nos casos de membro inferior. O equilíbrio é fundamental para o processo da marcha. Condicionamento físico: exercícios aeróbios para a manutenção da capacidade física e cardiorrespiratória do paciente. Eles podem ser realizados por meio de aparelhos ergométricos, hidroterapia e hidroginástica. Manutenção da capacidade cardiorrespiratória: exercícios aeróbios e respiratórios devem ser realizados na fase pré-operatória, objetivando a manutenção da capacidade vital e, com isso, a prevenção da instalação de problemas pulmonares com consequente déficit respiratória no pós-operatório. Treino de transferência e marcha: nos casos de amputações de membros inferiores, os membros superiores devem ser fortalecidos com o intuito de preparar o indivíduo para as transferências, para a independência no leito e para as AVD’s. A marcha pode ser trabalhada nas barras paralelas, em escadas e rampas, o paciente deve ser preparado para deambular com a prótese. Sempre enfatizar as orientações quanto aos cuidados e AVD’s. 6 – Descreva os objetivos e atuação da fisioterapia nas fases pós-operatória. O fisioterapeuta deve priorizar na cicatrização da ferida cirúrgica mas olhando de foram global as funções motora, sensorial , corporal, o acolhimento do paciente de forma humanizada; desenvolver habilidades e realizaratividades sem a prótese; adquirir bom equilíbrio muscular; treinar transferências e equilíbrio ortostático; treinar e proporcionar marcha com auxiliares e locomoção em cadeira de rodas para melhorar suas AVD’s; recuperar a função muscular prévia; impedir e eliminar contraturas, prevenindo deformidades secundárias; diminuir e eliminar estados dolorosos; dessensibilizar aderências cicatriciais, modelar e maturar o coto utilizando o enfaixamento compressivo, impedir a formação de contratura, previne o edema, mudança de decúbito no leito que é fundamental para a prevenção de deformidades, principalmente em casos de amputação de membro inferior, por isso o paciente deve ser orientado a adotar a posição em decúbito ventral no leito durante quinze minutos, três vezes ao dia, para prevenir essa deformidade. 7 – Descreva os objetivos e atuação da fisioterapia nas fases pré-protética. Com este propósito a fase pré-protetização é essencial para que o paciente consiga se adaptar a prótese com fortalecimento muscular, prevenção e diminuição de deformidades, alongamento, redução do edema e aumento do equilíbrio, indispensáveis para a melhor função do membro protetizado e, conseqüentemente, melhor independência e qualidade de vida. A cinesioterapia deve ser prescrita na fase pré-protética com a prescrição dos seguintes exercícios: - Alongamento muscular: visa à prevenção de contratura e encurtamento muscular. - Exercícios ativos livres e assistidos: visam à manutenção da ADM e à prevenção de contraturas. - Exercícios de estiramento ou pendulares: visam ao alongamento muscular e à prevenção de contraturas. - Exercícios de equilíbrio e coordenação: exercícios mais complexos e elaborados que abrangem o tronco e membros, com e sem apoios. - Exercícios de fortalecimento muscular: séries de exercícios isométricos. - Exercícios isotônicos: treinamento de AVD’s para restabelecer a independência pessoal. - Exercícios de propriocepção e esquema corporal: utilizam-se estiramentos, equilíbrio e contração isométrica. - Transferência de peso e treino de marcha: para futura protetização. 8 – Descreva os objetivos e atuação da fisioterapia nas fases pós- protética. Objetivos proporcionar o máximo de independência ao paciente para realizar suas AVD’s, marcha, no caso de membro inferior, e reintegração social do paciente. Processo de adaptação do coto à prótese (soquete): Ajustes, desensibilização, Alongamentos e fortalecimentos, proporcionar o máximo de independência ao paciente para realizar suas AVD’s,Treinos funcionais; coordenação; marcha (mmii), reintegração social do paciente. Criteriosa avaliação da prótese: Seus componentes , altura, alinhamento locais de alívio, acabamento, descarga de peso, sistema de suspensão. 9 – Qual a importância da avaliação cognitiva na avaliação fisioterapêutica? A avaliação cognitiva deve ser conduzida por um profissional que saiba diagnosticar situações de demências, estresse pós-traumático, negação, ansiedade e desorientação, que podem influenciar nos resultados. Para que a avaliação seja eficaz, é recomendável que se considere a capacidade de aprender a lidar com a prótese, para isso, é preciso que se incluam testes de função intelectual, atenção, concentração e processamento cognitivo, além da investigação das funções executivas, memória de trabalho de curto e longo prazo e reconhecimento. Estudos têm recomendado a adoção do miniexame do estado mental (minimental), que é composto por itens de orientação espacial, teste de atenção, memória, linguagem e habilidade construtiva. 10 – Quais são as formas de se avaliar a independencia funcional do paciente amputado? Escolha uma forma e a explique. Considerar aspecto: emocional, socioeconômico e físico-funcional do paciente. Avaliação multidisciplinar – planos de tratamento individualizados. · Avaliação físico funcional é muito importante · Corpo está alterado no seu esquema · Diminuição de força e ADM · Muito tempo acamado – sedentarismo · Avaliação fisioterapêutica: · Anamnese · Avaliação da agilidade (funcional) · Avaliação da compreensão · Avaliação da força muscular · Avaliação da ADM · Avaliação do coto Anamnese:Informações pessoais: nome, idade, sexo, data de nascimento, estado civil, profissão, endereço e telefone, causa da amputação, data e local da cirurgia, patologias associadas (doenças crônicas), uso de medicamentos. Independência nas AVDs e participação social na comunidade: Classificação de 0 a 3 (Pedrinelli,2004). Avaliação de Independencia funcional · Barthel Index · Avaliação auto aplicável · 10 medidas sobre auto-cuidados e mobilidades · Escore varia de 0 a 100 : maiores pontuações revelam maior independência funcional. · ESCROW scale: Incorpora seis fatores, avaliados e pontuados independentemente, de 1 a 4. · Sendo 1 mais independente ou melhor e 4 mais dependente ou pior. · Investiga: adaptação no seu meio, recursos ou situação financeira, suporte social, convívio familiar e comunitário, capacidade de tomar decisões, status de estudo ou trabalho. · Soma dos escores varia de 6 (melhor) a 24 (pior) PULSES Profile: Avalia condição física, função de membro superior, função de membro inferior, componente sensorial, controle esfincteriano e suporte intelectual, emocional, familiar, social e financeiro. Escores variam de 6 a 24 e quanto menor a pontuação, maior a independência. Dependência Social: Avalia 4 níveis de independência, pontuados de 1 a 4 1- o indivíduo independente, que cuida da casa e não necessita auxílio; 2- levemente dependente, necessita de ajuda doméstica de uma a quatro horas por semana e/ou inábil para serviços de casa; 3- moderadamente dependente, necessita ajuda doméstica por, no mínimo, 5 horas por semana e/ou inábil para realizar higiene pessoal; 4- o indivíduo totalmente dependente, que necessita de enfermeiro ou de cuidador. · Functional Independence Measure (FIM): Avalia de forma quantitativa a carga de cuidados demandada por uma pessoa para realização de 18 tarefas motoras e cognitivas da vida diária. · 7 domínios: auto cuidados, transferência, locomoção, controle de esfíncter, comunicação, cognição social. · Cada nível de função é pontuado de 1 (assistência total) a 7 (independência completa). · Escore varia de 18 a 126. · Quanto maior a pontuação obtida, maior a independência funcional. Reintegration to Normal Living Index (RNL) Auto-avaliação do indivíduo ao ajuste da vida acometido por doenças incapacitantes. · Avalia oito áreas com relação às atividades de vida diária e três áreas relacionadas à auto-percepção (incluindo estratégia de enfrentamento) · 11 questões, concisas e de fácil compreensão · Cinco respostas são possíveis: concordo fortemente, concordo, sem opinião, discordo e discordo fortemente · Howard Rusk: Classifica a função dos pacientes amputados em 6 graus · Grau 1- restabelecimento completo com recuperação da mesma função anterior no trabalho, esporte e vida social; · Grau 2- restabelecimento parcial, com mudanças no trabalho, esporte e vida social; · Grau 3- maior independência e autonomia para atividades da vida diária; trabalham em atividades que não tenham que caminhar ou ficar em pé; não podem dançar, nem realizar longas caminhadas; · Grau 4- menor autonomia, usam a prótese muito pouco, necessitam de ajuda nas atividades de vida diária, fazem uso social da prótese; · Grau 5- somente usam a prótese por aspectos pessoais, necessitam de ajuda nas atividades de vida diária; · Grau 6 - os pacientes não são elegíveis para uso de prótese. A capacidade funcional deve ser avaliada pré e pós-operatório, para que se analise o grau de independência nas realizações das atividades de vida diária (AVD’s), e de acordo com essa avaliação a conduta é traçada com o objetivo da aquisição da autonomia, sendo assim, deve-se avaliar a amplitude de movimento das articulações e a força muscular. 2
Compartilhar