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Teologia_Sistematica_(Hodge)_II_Antropologia_Soteriologia

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TEOLOGIA SISTEMÁTICA 
[Clique en ÍNDICE] 
 
VOLUME II 
 
CHARLES HODGE, D.D. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tradutor e digitador: 
 
Carlos Biagini 
 
 
 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 2 
ÍNDICE 
 
 
PARTE II: ANTROPOLOGIA 
 
CAPÍTULO I 
A ORIGEM DO HOMEM 
 
§1. A doutrina escriturística 
§2. Teorias antiescriturísticas 
A doutrina pagã da geração espontânea 
A moderna doutrina da geração espontânea 
Teorias do desenvolvimento 
Lamarck 
Vestígios da Criação 
Darwin 
Observações sobre a teoria darwinista 
O caráter ateu desta teoria 
É uma mera hipótese 
Teorias do Universo 
Darwin 
J. J. Murphy 
Owen 
O reino da teoria da lei 
Dificuldades admitidas para a teoria darwinista 
A Esterilidade dos híbridos 
Distribuição geográfica 
Pangênese 
§3. A antiguidade do homem 
Habitações lacustres 
Restos fósseis humanos 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 3 
Ossos humanos achados profundamente sepultados 
Implementos de pederneira 
Argumento com base nas raças de homens e monumentos 
antigos 
 
CAPÍTULO II 
A NATUREZA DO HOMEM 
 
§1. A doutrina escriturística 
Verdades a respeito deste tema assumidas nas Escrituras 
Relação da alma com o corpo 
Dualismo realista 
§2. Tricotomia 
A Tricotomia é antiescriturística 
Explicação de passagens duvidosas 
§3. Realismo 
Seu caráter geral 
Humanidade genérica 
Objeções ao Realismo 
O Realismo não é apoiado pela consciência 
O Realismo é contrário aos ensinos da Escritura 
O Realismo é inconsistente com a doutrina da Trindade 
O Realismo é inconsistente com o que a Bíblia ensina 
sobre a pessoa e a obra de Cristo 
§4. Outra forma da teoria realista 
 
CAPÍTULO III 
A ORIGEM DA ALMA 
 
§1. Teoria da Preexistência 
A doutrina de Orígenes 
§2. Traducianismo 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 4 
§3. Criacionismo 
Argumentos com base na natureza da alma 
§4. Observações finais 
 
CAPÍTULO IV 
A UNIDADE DA RAÇA HUMANA 
 
§1. Conceito de Espécie 
Características gerais das espécies 
Definições de espécie 
§2. Evidências da identidade das Espécies 
Estrutura orgânica 
O argumento fisiológico 
O argumento psicológico 
§3. Aplicação destes critérios ao homem 
A evidência da raça acumulativa 
§4. O argumento filológico e moral 
A relação espiritual dos homens 
 
CAPÍTULO V 
O ESTADO ORIGINAL DO HOMEM 
 
§1. A doutrina escriturística 
§2. O homem criado à imagem de Deus 
§3. A justiça original 
Efésios 4:24 
§4. O domínio sobre as criaturas 
§5. A doutrina da Igreja Romana 
Objeções à doutrina romana 
§6. A doutrina Pelagiana e Racionalista 
A consciência demonstra que as disposições, diferente dos atos, 
podem ter caráter moral 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 5 
O argumento do juízo geral dos homens 
O caráter moral dos atos são determinados pelos 
princípios de onde fluem 
O argumento da Escritura 
A Fé da Igreja sobre este tema 
O caráter moral das Disposições depende de sua natureza 
moral e não de sua origem 
Esta é a Regra Comum de Juízo 
O testemunho da Escritura 
A fé da Igreja 
Objeções consideradas 
Os Pelagianos ensinam que o homem foi criado mortal 
Resposta aos argumentos de Pelágio 
 
CAPÍTULO VI 
A ALIANÇA DAS OBRAS 
 
§1. Deus fez uma aliança com Adão 
§2. A promessa 
§3. A condição 
§4. A penalidade 
§5. As partes da aliança das obras 
§6. A perpetuidade da aliança das obras 
 
CAPÍTULO VII 
A QUEDA 
 
O relato escriturístico 
A árvore da vida 
A árvore do conhecimento 
A serpente 
A natureza da tentação 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 6 
Os efeitos do primeiro pecado 
 
CAPÍTULO VIII 
O PECADO 
 
§1. A natureza da questão a ser considerada 
§2. Teorias filosóficas da natureza do pecado 
O pecado considerado como uma mera limitação do ser 
A teoria de Leibnitz sobre a privação 
O pecado é antagonismo necessário 
A teoria de Schleiermacher sobre o pecado 
A teoria sensorial 
A teoria de que todo pecado consiste em egoísmo 
§3. A doutrina da Igreja Primitiva 
§4. A teoria Pelagiana 
Argumentos contra a doutrina Pelagiana 
§5. A doutrina de Agostinho 
O elemento filosófico da doutrina de Agostinho 
As razões de Agostinho para fazer do pecado uma negação 
O elemento moral de sua doutrina 
§6. A doutrina da Igreja de Roma 
Diversidade de doutrina na Igreja Latina 
Os Semipelagianos 
A doutrina de Anselmo 
A doutrina de Abelardo 
A doutrina de Tomás de Aquino 
A doutrina dos Escotistas 
A doutrina Tridentina a respeito do Pecado Original 
A verdadeira doutrina da Igreja de Roma 
§7. A doutrina Protestante a respeito do pecado 
O pecado é um mal específico 
O pecado tem relação com a lei 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 7 
O pecado está relacionado com a lei de Deus 
Alcance das demandas da Lei 
O pecado não se limita a atos da vontade 
Consiste na ausência de conformidade com a Lei de Deus 
O pecado inclui culpa e contaminação 
§8. Os efeitos do pecado de Adão sobre sua posteridade 
§9. Imputação imediata 
Enunciado da doutrina de imputação imediata 
A base da imputação do pecado de Adão 
Adão, a Cabeça Federal de sua raça 
O princípio representativo nas Escrituras 
O mesmo princípio envolto em outras doutrinas 
Argumento com base em Romanos 5:12-21 
Argumento com base no consentimento geral 
Objeções à doutrina 
§10. Imputação mediata 
A imputação mediata fora da Igreja Francesa 
Objeções à doutrina da imputação mediata 
A imputação mediata aumenta as dificuldades que devem 
ser explicadas 
Inconsistente com o argumento do apóstolo em Rm 5:12-21 
A doutrina está baseada sobre um princípio falso 
A teoria da propagação 
§11. A preexistência 
§12. A Teoria Realista 
A teoria da identidade, do Reitor Edwards 
Objeções à teoria de Edwards 
A própria teoria Realista 
Recapitulação das Objeções à teoria realista 
O Realismo não é solução para o problema do pecado 
§13 O pecado original 
A natureza do pecado original 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 8 
Enunciado da doutrina Protestante 
Prova da doutrina da doutrina do pecado original 
Primeiro argumento com base na universalidade do pecado 
Segundo argumento com base na total pecaminosidade 
dos homens 
A pecaminosidade dos homens é incorrigível 
Argumento com base na experiência do povo de Deus 
Terceiro argumento com base na manifestação inicial 
do pecado 
Evasões dos argumentos que antecedem 
As Escrituras ensinam esta doutrina de maneira expressa 
A Bíblia descreve os homens como espiritualmente mortos 
Argumento com base na necessidade da Redenção 
Argumento com base na necessidade da Regeneração 
Argumento com base na universalidade da morte 
Argumento com base no consentimento comum dos cristãos 
Objeções 
A objeção de que os homens são responsáveis apenas 
por seus atos voluntários. 
Objeção baseada na justiça de Deus 
A doutrina representa a Deus como autor do pecado 
Diz-se que destrói o livre-arbítrio dos homens 
§14. O Assento do Pecado Original 
Toda a alma é o Assento do Pecado Original 
§15. Incapacidade 
A doutrina tal como é indicada nos Símbolos Protestantes 
A natureza da incapacidade do pecador 
A incapacidade não surge da perda de nenhuma faculdade 
da alma 
Nem da perda do livre-arbítrio 
A incapacidade não é mera ausência de inclinação 
Surge da carência de discernimento escriturístico 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 9 
A incapacidade, declarada só com referência às «Coisas do 
Espírito» 
Num sentido, sua capacidade é natural 
Em outro sentido é moral 
Objeções à distinção popular entre capacidade moral e natural 
Prova da doutrina 
Declarações expressas das Escrituras 
Envolto na doutrina do Pecado Original 
A necessidade da influência do Espírito 
O argumento com base na experiência 
A convicção do pecado 
Objeções 
Não debilita os motivos para o esforço 
A doutrina não incentiva a demoraCAPÍTULO IX 
LIVRE-ARBÍTRIO 
 
§1. Diferentes teorias da vontade 
Necessidade 
Contingência 
Certeza 
§2. Definição de termos 
Vontade 
Motivo 
Causa 
Liberdade 
Liberdade e capacidade 
Autodeterminação e autodeterminação da vontade 
§3. A certeza é consistente com a liberdade 
Pontos de concordância 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 10 
O argumentos de que a certeza é idônea para todos os 
agentes livres 
Argumentos derivados da Escritura 
O argumento baseado na consciência 
Argumentos com base no caráter moral das volições 
Argumento com base na natureza racional do homem 
Argumento com base na doutrina de uma causa suficiente 
 
PARTE III: SOTERIOLOGIA 
 
CAPÍTULO I 
O PLANO DA SALVAÇÃO 
 
§1. Deus tem este plano. 
A importância do conhecimento deste Plano 
Como se pode conhecer o plano de Deus 
§2. O Supralapsarianismo 
Objeções ao Supralapsarianismo 
§3. Infralapsarianismo 
Diferentes significados que se atribuem à palavra predestinação 
§4. Redenção hipotética 
Argumentos contra este esquema 
§5. A doutrina luterana quanto ao plano da salvação 
§6. A doutrina Remonstrante 
§7. O Arminianismo Wesleyano 
§8. O esquema Agostiniano 
Observações preliminares 
Exposição da doutrina 
Prova da doutrina 
Argumento com base nos fatos da Providência 
A soberania de Deus nas dispensações de Sua providência 
Argumento com base nos fatos da Escritura 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 11 
Pela obra do Espírito 
A Eleição é para a Santidade 
Pela natureza gratuita da salvação 
O argumento do Apóstolo em Romanos 9 
O argumento da experiência 
As declarações expressas da Escritura 
As palavras de Jesus 
§9. Objeções ao esquema Agostiniano. 
As mesmas objeções militam contra da Providência de Deus 
Baseadas em nossa ignorância 
Estas objeções foram levantadas contra os ensinos do 
Apóstolo Paulo 
 
CAPÍTULO II 
A ALIANÇA DA GRAÇA 
 
§1. O plano da salvação é uma Aliança 
§2. Diferentes pontos de vista da natureza desta aliança 
§3. As partes da Aliança 
Duas Alianças que se devem distinguir 
§4. A Aliança da Redenção 
A obra atribuída ao Redentor 
As promessas feitas ao Redentor 
§5. A Aliança da graça 
Cristo como Mediador da Aliança 
A condição da Aliança 
As promessas da Aliança 
§6. Identidade da Aliança da graça sob todas as Dispensações. 
A promessa da vida eterna dada antes do Advento 
Cristo, o Redentor, sob ambas as dispensações 
Desde o princípio a fé é a condição da salvação 
§7. Diferentes Dispensações. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 12 
A primeira, de Adão a Abraão 
A segunda dispensação 
A terceira dispensação 
A dispensação do Evangelho 
 
CAPÍTULO III 
A PESSOA DE CRISTO 
 
§1. Considerações preliminares 
§2. Os fatos escriturísticos a respeito da Pessoa de Cristo 
Prova da doutrina 
Primeiro argumento: Todos os elementos da doutrina são 
ensinados separadamente 
Cristo tinha um verdadeiro corpo 
Cristo tinha uma alma racional 
Cristo é verdadeiramente Deus 
Cristo é uma Pessoa 
Segundo argumento, com base nas exposições próprias da 
Escritura 
Terceiro argumento, com base em passagens particulares 
da Escritura. 
§3. A união hipostática 
Duas naturezas em Cristo 
As duas naturezas estão unidas, mas não misturadas nem 
confundidas 
Não há transferência de atributos de uma natureza para a outra 
A união é uma união pessoal 
§4. Consequências da União Hipostática. 
Comunhão de atributos 
Os atos de Cristo 
O Homem Cristo Jesus é o objeto da adoração 
Cristo pode simpatizar com o Seu povo 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 13 
O Logos encarnado é a fonte da vida 
A exaltação da Natureza Humana de Cristo. 
§5. Doutrinas errôneas e heréticas a respeito da Pessoa de Cristo 
Os Ebionitas 
Os Gnósticos 
A doutrina Apolinária 
Nestorianismo 
Eutiquianismo 
 §6. A doutrina das Igrejas Reformadas 
§7. A doutrina Luterana 
Diferentes posturas entre os Luteranos 
Observações a respeito da doutrina luterana 
§8. Formas posteriores da doutrina. 
Socinianismo 
A preexistência da Humanidade de Cristo 
Swedenborg 
Isaac Watts 
Objeções 
§9. Formas modernas da doutrina. 
Cristologia panteísta 
Cristologia teísta 
Ebrard 
Gess 
Observações 
Schleiermacher 
A Cristologia de Schleiermacher 
Objeções a esta teoria 
Baseado em princípios panteístas 
Envolve a rejeição da doutrina da Trindade 
A antropologia de Schleiermacher 
A teoria de Schleiermacher perverte o plano de salvação 
 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 14 
CAPÍTULO IV 
A OBRA MEDIADORA DE CRISTO 
 
§1. Cristo o único Mediador 
§2. Qualificações para a obra 
§3. O tríplice ofício de Cristo 
 
CAPÍTULO V 
O OFÍCIO PROFÉTICO 
 
§1. A natureza do ofício profético 
§2. Como Cristo executa o ofício de Profeta 
 
CAPÍTULO VI 
O OFÍCIO SACERDOTAL 
 
§1. Cristo é verdadeiramente Sacerdote, não em sentido figurado 
§2. Cristo nosso único Sacerdote 
§3. Definição de termos 
A palavra expiação 
Satisfação 
Penalidade 
Vicário 
Culpa 
Redenção 
Expiação e Propiciação 
 
CAPÍTULO VII 
A SATISFAÇÃO DE CRISTO 
 
§1. Enunciado da doutrina 
§2. O valor intrínseco da satisfação de Cristo 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 15 
A doutrina Romanista da Satisfação 
§3. A doutrina dos Escotistas e dos Remonstrantes 
§4. A satisfação dada à justiça 
§5. A obra de Cristo satisfaz as demandas da Lei 
Prova da imutabilidade da Lei 
§6. Prova da doutrina 
Cristo nos salva como nosso Sacerdote 
Cristo nos salva como un Sacrificio 
Prova da doutrina comum a respeito dos sacrifícios pelo pecado 
Os sacrifícios expiatórios do Antigo Testamento 
O capítulo 53 de Isaías 
Passagens do Novo Testamento em que a obra de Cristo é 
exposta como Sacrifício 
Cristo nosso Redentor 
Redenção da pena da Lei 
Redenção da Lei 
Redenção do poder do pecado. 
Redenção do poder de Satanás 
Redenção Final de todo o mal 
Argumento com base em doutrinas relacionadas 
Argumento com base na experiência religiosa dos crentes. 
§7. Objeções. 
Objeções morais 
Objeções populares 
Não há justiça vindicatória em Deus 
Não pode haver antagonismo em Deus 
É impossível a transferência de culpa ou de justiça 
A expiação é um conceito pagão 
A satisfação da justiça é desnecessária 
 
 
 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 16 
CAPÍTULO VIII 
POR QUEM CRISTO MORREU? 
 
§1. Estado da questão 
§2. Prova da doutrina Agostiniana. 
Argumento com base na doutrina da Eleição 
As declarações expressas da Escritura 
Argumento com base no especial amor de Deus 
Argumento com base na união do crente com Cristo 
Argumento com base na intercessão de Cristo 
A doutrina da Igreja inclui todos os fatos do caso 
Se a expiação é limitada no desígnio, deve ser limitada na oferta 
Certas passagens da Escritura consideradas 
 
CAPÍTILO IX 
TEORIAS SOBRE A EXPIAÇÃO 
 
§1. A postura ortodoxa 
§2. A doutrina de alguns dos Pais 
§3. A teoria moral 
Objeções a esta teoria 
§4. A teoria governamental 
Remonstrantes 
Os sobrenaturalistas 
Teólogos americanos 
Objeções à teoria 
§5. A teoria mística. 
Teoria mística ao tempo da Reforma 
Osiander 
Schwenkfeld 
Oetinger 
As posturas modernas 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 17 
§6. Observações finais 
 
CAPÍTULO X 
A INTERCESSÃO DE CRISTO 
 
§1. Cristo nosso Intercessor 
§2. Sua natureza 
§3. Seus objetos 
§4. A intercessão dos santos 
 
CAPÍTULO XI 
O OFÍCIO RÉGIO DE CRISTO 
 
§1. A Igreja, o Reino de Deus 
§2. Cristo é o único Rei 
§3. A natureza do Reino de Cristo 
O domínio de Cristo sobre o universo 
O reino espiritual de Cristo 
O reino visível de Cristo 
A natureza deste reino 
§4. O Reino da glória 
 
CAPÍTULO XII 
A HUMILHAÇÃO DE CRISTO 
 
§1. Inclui Sua Encarnação 
Cristo nasceu numa condição humilde 
§2. Ele foi feito sujeito à Lei 
§3. Seus sofrimentos e morte 
§4. Ele suportoua ira de Deus 
§5. Sua morte e sepultura 
A doutrina romana do “Descensus ad Inferos” 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 18 
As posturas dos Luteranos e de Teólogos Modernos 
a respeito da Humilhação de Cristo 
 
CAPÍTULO XIII 
A EXALTAÇÃO DE CRISTO 
 
§1. A Ressurreição de Cristo 
A natureza do corpo da Ressurreição de Cristo 
O Agente eficiente da Ressurreição de Cristo 
§2. A Ascensão de Cristo 
§3. Sentado à direita de Deus 
§4. A vinda de Cristo para julgar o mundo 
 
CAPÍTULO XIV 
A VOCAÇÃO 
 
§1. Uso escriturístico do termo 
§2. A chamada externa 
Não é inconsistente com a doutrina da Predestinação 
É consistente com a sinceridade de Deus 
A doutrina luterana 
A chamada à salvação é só por meio do Evangelho 
Por que o Evangelho dirige-se a todos os homens? 
§3. A graça comum 
A doutrina Luterana da graça comum 
A postura racionalista 
Há uma influência do Espírito distinta da Verdade 
A influência do Espírito pode ser sem a Palavra 
A obra do Espírito é diferente da eficiência providencial 
As influências do Espírito, concedidas a todos os homens 
O argumento da experiência 
Os efeitos da graça comum 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 19 
§4. A graça eficaz 
Por que é chamada eficaz 
Congruidade 
A doutrina Agostiniana da graça eficaz 
O principal princípio envolvido 
A graça eficaz é misteriosa e peculiar 
Não é persuasão moral 
A graça eficaz age imediatamente 
O uso da palavra física 
A graça eficaz é irresistível 
A alma é passiva na regeneração 
A regeneração é instantânea 
Um ato da graça soberana 
§5. Prova da doutrina 
O consentimento comum 
Argumento da analogia 
Argumento com base em Efésios 1:17-19 
Argumento com base no ensino da Escritura 
Argumento com base na natureza da regeneração 
Argumento com base nas doutrinas relacionadas 
Argumento com base na experiência 
§6. Objeções 
§7. História da doutrina da graça 
A doutrina pelagiana 
O Semipelagianismo 
Período Escolástico 
A doutrina tridentina 
A controvérsia dos sinérgicos 
A Igreja Reformada 
Universalismo Hipotético 
O Sobrenaturalismo e o Racionalismo 
 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 20 
 
 
 
 
 
 
 
PARTE II 
 
ANTROPOLOGIA 
 
 
TENDO considerado as doutrinas que tratam da natureza de Deus e 
sua relação com o mundo, passamos agora às que tratam do homem: de 
sua origem, natureza, estado primitivo, prova, e apostasia; tema este 
último que inclui a questão a respeito da natureza do pecado; e os efeitos 
do primeiro pecado de Adão sobre si mesmo e sobre sua posteridade. 
Estes temas constituem a seção de Antropologia. 
 
 
 
 
 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 21 
CAPÍTULO I 
A ORIGEM DO HOMEM 
 
§ 1. A doutrina escriturística 
 
O relato escriturístico da origem do homem está contido em 
Gênesis 1:26,27: «Também disse Deus: Façamos o homem à nossa 
imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os 
peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, 
sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra. Criou 
Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem 
e mulher os criou». E Gênesis 2:7: «Então, formou o SENHOR Deus ao 
homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o 
homem passou a ser alma vivente». 
Incluem-se duas coisas neste relato; primeiro, que o corpo do 
homem foi formado pela imediata intervenção de Deus. Não cresceu; 
não foi produzido por nenhum processo de desenvolvimento. Segundo, a 
alma foi derivada de Deus. Ele soprou no homem «fôlego de vida», isto 
é, aquela vida que lhe constituía em homem, uma criatura vivente, 
portadora da imagem de Deus. 
Muitos inferiram com base nesta linguagem que a alma é uma 
emanação da essência divina, uma partícula spiritus divini in corpore 
inclusa. Esta ideia foi intensamente resistida pelos pais cristãos e 
rejeitada pela Igreja como inconsistente com a natureza de Deus. 
Pressupõe que a essência divina é suscetível de ser dividida; que sua 
essência pode ser comunicada sem seus atributos, e que pode ser 
degradada tal como estão degradadas as almas dos homens caídos. 
 
(See Delitzsch’s “Biblical Psychology” in T. and T. Clark’s 
“Foreign Library,” and Auberlen in Herzog’s “Encyclopädie,” article 
“Geist der Menschen.”) 
 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 22 
 
§ 2. Teorias antiescriturísticas. 
 
A doutrina pagã da geração espontânea. 
A doutrina escriturística opõe-se à doutrina sustentada por muitos 
dos antigos, de que o homem é uma produção espontânea da terra. 
Muitos deles afirmavam ser gegeneis, autochthones, terrigena. Supunha-
se que a terra estava fertilizada com os germes de todos os organismos 
vivos, que eram trazidos à vida sob circunstâncias favoráveis; ou eram 
considerados como o instinto de uma vida produtiva a que se refere a 
origem de todas as plantas e animais que vivem em sua superfície. A esta 
primitiva doutrina da antiguidade tornaram a filosofia e a ciência 
modernas em algumas de suas formas. Os que negam a existência de um 
Deus pessoal, distinto do mundo, têm naturalmente que negar a doutrina 
de uma criação ex-nihilo e, por conseguinte, a criação do homem. A 
perspectiva teológica quanto à origem do homem, diz Strauss, «rechaça a 
perspectiva da filosofia natural e da ciência em geral. Estas não admitem 
a intervenção imediata da causação divina. Deus criou o homem, não 
como tal, ou, ‘quatenus infinitus est, sed quatenus per elementa nascentis 
telluris explicatur.’ Esta é a postura que apresentaram os filósofos gregos 
e romanos, certamente de uma maneira muito rudimentar, e contra a qual 
os pais da Igreja Cristã lutaram intensamente, mas que é agora o juízo 
unânime da ciência natural assim como da filosofia».1 À objeção de que 
a terra já não mais produz de forma espontânea homens e animais 
irracionais, responde-se que passaram muitas coisas antes que não 
ocorrem no estado atual do mundo. À objeção ainda mais evidente que 
um homem infantil deve ter morrido sem o cuidado de uma mãe, 
responde-se que o menino flutuava no oceano de seu nascimento, 
envolto numa coberta, até que chegou o desenvolvimento de um menino 
de dois anos de idade; ou se diz que a filosofia só pode estabelecer o fato 
 
1 Dogmatik. vol. I, pág. 680. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 23 
 
geral quanto à forma em que a raça humana se originou, mas não pode 
ser obrigada a explicar todos os detalhes. 
 
A moderna doutrina da geração espontânea. 
Embora Strauss exagere muito quando diz que os homens de 
ciência de nossos dias são unânimes em dar seu apoio à doutrina da 
geração espontânea, é indubitavelmente certo que uma numerosa classe 
de naturalistas, especialmente do continente da Europa, estão a favor 
desta doutrina. O Professor Huxley, em seu discurso a respeito da «Base 
Física da Vida», dá-lhe todo o peso de sua autoridade. Certamente, não 
ensina de uma maneira expressa que a matéria inerte se torne ativa sem 
ficar sujeita à ação de uma matéria anteriormente viva, mas todo o seu 
artigo tem o propósito de mostrar que a vida é o resultado da peculiar 
disposição das moléculas da matéria. Sua doutrina é que «a matéria da 
vida está composta de matéria comum, diferindo dela só na forma em 
que seus átomos estão dispostos».2 Diz ele: «Se as propriedades da água 
podem-se considerar de maneira apropriada como o resultado da 
natureza e disposição de suas moléculas componentes, não posso achar 
nenhuma base inteligível para recusar dizer que as propriedades do 
protoplasma resultam da natureza e disposição de suas moléculas».3 Em 
seu discurso perante a Associação Britânica diz que se pudéssemos olhar 
o suficientemente longe retrospectivamente, ele esperaria poder ver «a 
evolução do protoplasma vivo procedente de matéria não viva». E 
embora aquele discurso estava dedicadoa expor que a geração 
 
2 Lay Sermons and Addresses, Londres, 1870, pág. 144. 
3 Ibid., pág. 151. Mas aqui se envolve uma enorme falácia. A questão real não é a que se devam as 
propriedades do protoplasma. É certo o que diz Huxley que se devem à natureza e disposição de suas 
moléculas componentes. A pergunta crucial é como chegaram a dispor as moléculas do «protoplasma» 
(isto é, da matéria viva) da maneira em que estão dispostas. Por acaso, ou por desígnio? O estudo da 
complexidade da disposição das moléculas nos distintos mecanismos da célula leva a toda pessoa com 
uma mente sensata e reflexiva à conclusão racional de que esta disposição das moléculas não pode ser 
devida absolutamente às propriedades da matéria, mas sim a um desígnio imposto sobre a matéria. (N. 
do T.). 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 24 
 
espontânea, ou abiogênese, como também a chama, nunca foi provada, 
diz ele que «devo me guardar cuidadosamente contra a disposição de que 
tento sugerir que nunca tenha tido lugar abiogênese no passado, ou que 
não possa ter lugar no futuro. Com a química orgânica, física molecular 
e a fisiologia ainda em sua infância, creio que seria uma grande 
presunção da parte de qualquer um dizer que as condições sob as quais a 
matéria assume as propriedades que chamamos “vitais” não possam ser 
um dia produzidas artificialmente».4 Tudo isto supõe que a vida é 
produto de causas físicas; que tudo o que se precisa para sua produção é 
«reunir» as condições necessárias. 
Sir Mivart, enquanto se opunha à teoria de Darwin, não só sustenta 
que a doutrina da evolução é “longe de qualquer oposição necessária 
para a teologia mais ortodoxa”, mas acrescenta que “o mesmo pode 
dizer-se da geração espontânea.”5 Como os químicos tiveram êxito em 
produzir uréia, que é um produto de origem animal, ele pensa que não é 
irrazoável que estes possam produzir um peixe. 
Mas enquanto há uma classe de naturalistas que sustentam a 
doutrina da geração espontânea, a grande massa inclusive daqueles que 
são os mais avançados em admitir que omne vivum ex vivo, pelo que a 
ciência sabe ainda, é uma lei estabelecida da natureza. Demonstrar isto é 
o objetivo do importante discurso do Professor Huxley, a que já se fez 
referência, pronunciado perante a Associação Britânica em setembro de 
1870. Faz duzentos anos, diz-nos ele, foi usualmente tomado por sentado 
que os insetos que fizeram sua aparição na decomposição de substâncias 
animais e vegetais produziram-se de forma espontânea. Redi, entretanto, 
um naturalista italiano, nos meados do século XVII, demonstrou que se a 
matéria em decomposição fosse protegida por um pedaço de gaze 
 
4 Athenæum, September 17, 1870, p. 376. Esta é outra falácia de raciocínio de T. H. Huxley. Se se 
produzem «artificialmente», porque naturalmente não o podem ser espontaneamente, só se demonstra 
com isso a presença do desígnio inteligente alimentado por uma informação adquirida com base no 
paciente estudo da criação de Deus. (N. do T.) 
5 Genesis of Species, by St. George Mivart, F. R. S. p. 266. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 25 
 
admitindo o ar, mas com exclusão das moscas, tais insetos não fariam 
sua aparição. “Portanto, a hipótese de que a matéria viva sempre surge 
pela agência da matéria viva preexistente, tomou forma definitiva, e de 
agora em diante havia um direito a ser considerado e uma reivindicação 
a ser refutada, em cada caso particular, antes da produção da matéria 
viva que de qualquer outra maneira pode ser admitida pelos arrazoadores 
cuidadosos.”6 Esta conclusão foi cada vez mais definitivamente fixada 
por todas as investigações e experimentos que foram processados desde 
aquele dia até hoje. Demonstrou-se que ainda os animálculos infusórios, 
que são necessários os microscópios mais potentes para detectar, nunca 
fazem sua aparição quando todos os germes vivos preexistentes foram 
cuidadosamente excluídos. Estes experimentos, julgados à beira da não-
existência, tendo para suas coisas matéria de tema tão pequeno como 
para que seja duvidoso que fossem qualquer coisa ou nada, e ainda mais 
incerto se estavam vivos ou mortos, são revisados em ordem cronológica 
pelo Professor Huxley, e a conclusão a que conduzem plenamente 
estabelecido.7 Isto se vê confirmado pela experiência diária. Carne, 
verduras e frutas se conservam na medida de centenas de toneladas cada 
ano. “As matérias que se conservam estão bem cozidas num estojo, 
provido de um orifício pequeno, e este buraco é soldado quando todo o 
ar no caso se substituiu por vapor. Mediante este método pode-se 
guardar-se durante anos, sem putrefação, a fermentação, ou fazer-se 
mofado. Agora, isto não é porque o oxigênio é excluído, considerando 
que hoje está demonstrado que o oxigênio livre não é necessário tanto 
para a fermentação ou a putrefação. Não é porque se esgotaram as latas 
de ar, por vibriões e bactérias vivas, como Pasteur demonstrou, sem ar 
ou oxigênio livre. Não é porque as carnes cozidas ou verduras não são 
putrefacientes ou fermentáveis, como as que tiveram a desgraça de 
encontrar-se num casco de navio suprido com latas fechadas de modo 
 
6 Athenæum, September 17, 1870, p. 374. 
7 O que Charlton Bastian, quem rejeitou as conclusões do professor Huxley, tomou por organismos 
vivos, resultou ser nada mais que os folículos diminutos de vidro. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 26 
 
inexperiente. O que é, pois, senão a exclusão dos germes? Creio que os 
abiogenistas estão obrigados a responder a esta pergunta antes de que 
nos peçam para considerar os novos experimentos, precisamente a 
mesma ordem.”8 
Mas admitindo que a vida se deriva sempre da vida, a pergunta 
continua sendo se um tipo de vida, não poderá dar lugar à vida de uma 
espécie diferente? Faz tempo supunha-se que os parasitas derivassem 
sua vida da planta ou do animal em que vivem. E o que é mais ao ponto, 
é uma questão de experiência familiar “que a pressão na pele só dará 
lugar a um calo”, que parece ter uma vida própria, e que os tumores se 
desenvolvem com frequência no corpo que adquirem, como na facilidade 
de câncer, o poder de multiplicação e reprodução. No caso da vacinação, 
também, uma diminuta partícula de matéria se introduz sob a pele. O 
resultado é uma vesícula distendida com a matéria de vacinas “na 
quantidade de cem ou mil vezes o que se inseriu originalmente.” De 
onde vem? O Professor Huxley nos diz que se demonstrou que “o 
elemento ativo na linfa vacina é não difusível, e compõe-se de partículas 
diminutas que não excedem de 1/20000 de uma polegada de diâmetro, 
que se fazem visíveis na linfa pelo microscópio. Experimentos similares 
demonstraram que dois dos mais destrutivos das epizootias, as ovelhas 
da varíola e o mormo, também dependem para sua existência e sua 
propagação em muito pequenas partículas sólidas de vida, a que se aplica 
o título de microenzimas.” A questão que surge, diz ele, é se estas 
partículas são o resultado de homogênese, ou de xenogênese, isto é: São 
produzidas por partículas preexistentes que vivem da própria natureza? 
ou: São uma modificação dos tecidos das entidades nas quais se 
encontram? 
A decisão desta questão resultou ser uma questão de grande 
importância prática. Alguns anos visto que as doenças atacaram a videira 
e o bicho-da-seda na França, que ameaçou destruindo dois dos ramos 
 
8 Huxley’s Address, as reported in the London Athenæum, September 17, 1870, p. 376. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 27 
 
mais produtivas da indústria nesse país. A perda direta da França pela 
doença do bicho-da-seda apenas, no curso de dezessete anos, estima-se 
em duzentos e cinquenta milhões de dólares. Descobriu-se que estas 
doenças da videira e o verme, que eram doenças infecciosas e 
contagiosas, deveram-seaos organismos vivos, pelos quais foram 
reproduzidos e propagados. Transformou-se num assunto da maior 
importância determinar se estas partículas vivas se propagaram, ou se 
foram produzidas pela ação mórbida da planta ou animal. 
M. Pasteur, o eminente naturalista, enviado pelo governo francês 
para investigar o assunto, depois de uma laboriosa investigação decidiu 
que eram organismos independentes, propagando-se e multiplicando-se 
com rapidez assombrosa. “Guiado por essa teoria, ele ideou um método 
de extirpação da doença, que demonstrou ser um completo êxito onde se 
realizou corretamente”9 
O Professor Huxley fecha seu discurso dizendo que tinha convidado 
a seu público a que o seguisse “num intento de traçar o caminho que foi 
seguido por uma ideia científica, em seu lento avanço da posição de uma 
provável hipótese à de uma lei estabelecida da natureza.” A Biogênese, 
então, segundo Huxley, é uma lei estabelecida da natureza.10 
 
9 London Athenæum, September 17, 1870, p. 378. À vista dos fatos expostos no texto, o professor 
Huxley pergunta: “Como podemos superestimar o valor de que o conhecimento da natureza da 
epidemia e epizootias, e, em consequência, dos meios de controle ou a erradicação deles, o amanhecer 
dos quais certamente começou? Olhando para trás não mais de dez anos, é possível selecionar três 
(1863, 1864 e 1869) em que o número total de mortes pela febre escarlatina subiu a noventa mil. Essa 
é a volta dos mortos, o mutilado e incapacitado deixado fora de vista. . . . . Os fatos que coloquei antes 
de ter que deixar o menos otimista, sem dúvida, que a natureza e as causas deste flagelo um dia se 
entende tão bem como os da pebrina (a doença do bicho-da-seda) e que o massacre pacientemente 
sofrido de nossos inocentes chegará a seu fim.” 
10 Ao citar o professor Huxley como autoridade em ambos os lados da questão da geração espontânea, 
não há injustiça feita a esse distinto naturalista. Ele quer crer nessa doutrina. Seus princípios nos 
levam a essa conclusão. Mas, como uma questão de fato científico, ele está obrigado a admitir que 
todas as provas estão contra ele. Ele, portanto, não o crê, embora ele pensa que pode ser verdade. 
Portanto Mc. Mivart diz que o professor Huxley e Tyndall, enquanto que dissentem das conclusões do 
Dr. Bastian em favor da geração espontânea, não obstante, “concordam com ele, em princípio, apesar 
de que limitam a evolução do mundo orgânico do inorgânico a um muito remoto período da história 
do mundo” – Genesis of Species, p. 266, note. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 28 
 
O Professor Tyndall trata este tema em sua conferência pronunciada 
em setembro de 1870, sobre “Os Usos científicos da imaginação.” Ele 
diz que a questão relativa à origem da vida é, se é devida a um plano 
criativo: ‘Haja vida!’ ou a um processo de evolução. Estava 
potencialmente na matéria desde o princípio? Ou: Foi inserida num 
período posterior? Por mais que as convicções aqui ou ali podem ser 
influenciadas, diz ele, “o processo deve ser lento, e elogia a hipótese da 
evolução natural à mente do público. Porque que são o núcleo e a 
essência desta hipótese? Dispa-se e você está parado frente a frente com 
a noção de que não apenas as formas mais ignóbeis da vida animal, não 
apenas as formas mais nobres do cavalo e do leão, não só o mecanismo 
delicioso e maravilhoso do corpo humano, mas sim a mente humana em 
si mesma — a emoção, o intelecto, a vontade e todos os seus fenômenos 
— foram uma vez latentes numa nuvem de fogo. Sem dúvida, a mera 
enunciação de tal noção é mais que uma refutação. Não creio que 
qualquer possuidor da hipótese da evolução diria que eu o exagero ou o 
esgoto em nenhuma maneira. Eu somente o corto de toda a incerteza, e 
trago perante vocês, sem roupa e sem adornos, os conceitos pelos quais 
deve sustentar-se ou cair. Sem dúvida estes conceitos representam um 
absurdo muito monstruosos para ser entretidos por qualquer mente sã.”11 
O Professor Tyndall, entretanto, assim como o Professor Huxley, 
está em ambos os lados desta questão. O materialismo, com sua doutrina 
da geração espontânea, portanto é monstruosa e absurda, só no suposto 
de que a matéria é matéria. Se você só espiritualizar a matéria até que se 
transforma em mente, o absurdo desaparece. E também o fazem o 
materialismo e a geração espontânea, e todo o conjunto de doutrinas 
científicas. Se a matéria converte-se na mente, a mente é Deus, e Deus é 
tudo. Assim, o panteísmo monstro traga a ciência e seus devotos. Não no 
esquecemos de que o naturalista, depois de passar sua vida no estudo da 
matéria, chega à conclusão de que “a matéria não é nada,” que a 
 
11 Athenæum, September 24, 1870, p. 409. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 29 
 
“Suprema Inteligência” é o universo.12 Assim é que aqueles que 
excedem os limites do conhecimento humano, ou rejeitam o controle das 
verdades primárias, caem no abismo das trevas de fora. 
A forma em que o Professor Tyndall põe a questão é a seguinte:13 
“Estas noções da evolução são absurdas, monstruosas, e só servem para a 
forca intelectual com relação às ideias relativas à matéria que foi 
plantada em nós quando jovens. O espírito e a matéria jamais nos foram 
apresentados no mais rude contraste, um como todo-nobre, o outro como 
todo-mau.” Se em lugar destas ideias pervertidas da matéria e o espírito, 
encontramo-nos “a considerá-los como igualmente digno e maravilhoso 
em partes iguais, a considerá-los, de fato, como duas caras opostas do 
mesmo grande mistério”, como elementos diferentes, de “que nosso mais 
poderoso mestre espiritual chamaria o Fato Eterno do Universo,” então o 
caso seria diferente. Já não seria absurdo, como o Professor Tyndall 
parece pensar que, para a mente converter-se em matéria ou a mente a 
matéria, ou os fenômenos de uma ser produzido pelas forças da outra. A 
distinção real, de fato, entre eles se acabará. “Sem esta revolução total”, 
diz ele, “das noções que prevalecem hoje, a hipótese da evolução tem 
que ser condenada, mas em muitas mentes profundamente atentas tal 
revolução já ocorreu.” Temos, pois, o juízo do Professor Tyndall, uma 
das mais altas autoridades do mundo científico, de que se a matéria é o 
que todo mundo crê que é, o materialismo, a geração espontânea, e a 
 
12 Contributions to the Theory of Natural Selection, pp. 363-368. O Sr. Wallace pensa que “o maior 
feito da ciência, a mais nobre verdade da filosofia,” pode-se encontrar expresso em suas seguintes 
palavras de um poeta da América: — 
“Deus do granito e a rosa! 
Alma do pardal e a abelha! 
A poderosa maré de Ser flui 
Através de inumeráveis canais, o Senhor de ti 
Salta à vida no pasto e nas flores, 
Através de todos os graus de ser corre, 
Enquanto que desde as torres radiantes da Criação 
Sua glória flameja em Estrelas e Sóis” 
13 Athenæum, September 24, 1870, p. 409. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 30 
 
evolução ou desenvolvimento, são absurdos “muito monstruosos de ser 
entretido por qualquer mente sã.” 
Podemos citar sua grande autoridade quanto a outro ponto. 
Suponhamos que renunciamos a tudo; admitir que não existe uma 
distinção real entre matéria e espírito, que todos os fenômenos do 
universo, vital e mental incluído, podem ser referidos a causas físicas, 
que um ato livre e espontâneo é um absurdo, que não pode haver 
intervenção de uma mente controladora ou vontade, nos assuntos dos 
homens sem a existência pessoal do homem depois da morte, — 
suponhamos que assim renunciamos à nossa moral e à religião, tudo o 
que enobrece e dignifica ao homem sua existência, o que ganhamos? 
Segundo o Professor Tyndall, nada.14 “A hipótese da evolução”, diz-nos, 
“não soluciona o problema — não professa resolver — o mistério último 
deste universo. Deixa esse mistério intacto. No fundo, não faz nada mais 
que “a transposiçãoda concepção de origem da vida a um passado 
longínquo indefinidamente. Mesmo a concessão da nebulosa e sua vida 
em potencial, a pergunta: “De onde vieram?” seguiria ainda para nos 
confundir e nos desconcertar.” Se tivermos que admitir a agência da 
vontade, “capricho”, como o Professor Tyndall o chama, milhares de 
milhões de anos no passado, por que seria antifilosófico admiti-lo agora? 
É muito evidente, portanto, que a admissão das verdades primárias 
da razão — verdades que, na realidade, todos os homens admitem — 
verdades que se referem inclusive a nossas percepções sensoriais, e 
implicam a existência objetiva do mundo material, exige a admissão da 
mente, de Deus, da providência e da imortalidade. O Professor Tyndall, a 
seu juízo, o materialismo, a geração espontânea, a evolução da vida, 
pensamento, sentimento, e a consciência fora da matéria, são absurdos 
“muito monstruosos para ser entretidos por uma mente sã, a menos que a 
matéria se espiritualiza na mente, — e então tudo é Deus, e Deus é tudo. 
 
 
14 The London Athenæum, September 24, 1870, pp. 407-409. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 31 
Teorias do desenvolvimento. 
 
Lamarck. 
Lamarck, um naturalista francês distinto, foi o primeiro dos 
modernos homens de ciência que adotaram a teoria de que todos os 
vegetais e animais que vivem na terra, incluindo o homem, desenvolveu-
se a partir de certos germes originais e simples. Esta doutrina foi exposta 
em sua “Zoologie Philosophique,” publicada em 1809. Lamarck admitiu 
a existência de Deus, a quem ele referiu a existência da matéria de que se 
compõe o universo. Mas Deus, tendo criado a matéria com suas 
propriedades, não faz nada mais. A vida, os organismos, e a mente são 
todos o produto da matéria não inteligente e suas forças. Toda a matéria 
viva está composta de tecido celular, que consiste na agregação de 
células minúsculas. Estas células não vivem em si mesmas, mas são 
aceleradas na vida por um pouco de líquido etéreo que impregna o 
espaço, tais como o calor e a eletricidade. A vida, portanto, segundo esta 
teoria, origina-se na geração espontânea. 
A vida, as células vivas ou os tecidos, tendo assim sua origem, 
todas as formas diversificadas dos reinos vegetal e animal, foram 
produzidos pelo funcionamento de causas naturais; o mais alto, ainda o 
mais elevado, forma-se do mais baixo por um processo longo e 
continuado de desenvolvimento. 
Os princípios da teoria do Lamarck “estão envoltos nas três 
proposições seguintes: — 
“1. Que qualquer mudança considerável e permanente nas 
circunstâncias em que se coloca uma raça de animais, induz neles uma 
mudança real em seus desejos e necessidades. 
“2. Que esta mudança em suas necessidades requer novas ações de 
sua parte para satisfazer essas necessidades, e que finalmente novos 
hábitos são assim gerados. 
“3. Que estas novas ações e hábitos requerem um uso maior e mais 
frequente de alguns órgãos já existentes, que assim se tornam 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 32 
 
fortalecidos e melhorados; ou o desenvolvimento de novos órgãos, 
quando novas necessidades os requerem, ou o descuido da utilização de 
órgãos velhos, o que pode assim diminuir gradualmente até 
desaparecer.”15 
 
Vestígios da Criação. 
Uns trinta anos desde que uma obra apareceu de forma anônima, 
intitulada “The Vestiges of Creation,” em que a teoria de Lamarck em 
aspectos essenciais foram reproduzidos. O escritor esteve de acordo com 
seu predecessor em admitir uma criação original da matéria, ao referir-se 
à origem da vida a causas físicas; e em derivar todas as espécies em geral 
e variedades de plantas e animais mediante um processo de 
desenvolvimento natural de uma fonte comum. Estes escritores se 
diferenciam na forma em que levam a cabo seus pontos de vista comuns 
e quanto aos motivos que enfatizam em seu apoio. 
O autor de “Vestiges of Creation” assume a verdade da hipótese 
nebular, e argumenta por analogia que, como são complicados e 
ordenados os sistemas dos corpos celestes são o resultado de leis físicas 
que agem sobre a matéria original que impregna o espaço, é razoável 
inferir que as diferentes ordens de plantas e animais surgiram da mesma 
maneira. Ele se refere à gradação observada nos reinos vegetal e animal; 
a mais simples, em todas as partes anteriores, precedendo a mais 
complexa, e a unidade do plano que se conserva em todas as partes. Ele 
faz muita insistência também no desenvolvimento fetal das ordens mais 
elevadas dos animais. O feto humano, por exemplo, assumindo que na 
sucessão das peculiaridades da estrutura do réptil, dos peixes, das aves e 
do homem. Supõe-se que isto demonstra que o homem é só um réptil 
melhor desenvolvido, e que as ordens dos animais diferem simplesmente 
quanto à etapa que ocupam nesta série de desenvolvimento da vida. À 
medida que a mesma larva da abelha pode chegar a transformar-se numa 
 
15 William Hopkins, F. R. S. Fraser’s Magazine, June 1860, 151. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 33 
 
rainha, um zangão, ou uma operária, assim a mesma célula viva pode 
chegar a converter-se num réptil, num peixe, num pássaro, ou num 
homem. No entanto há,, o autor admite, interrupções na escala, as 
espécies que aparecem de repente sem a devida preparação. Isto ele 
ilustra com uma referência à máquina de calcular, que por um milhão de 
vezes produzirá os números em série regular, e então por uma vez, 
produz uma quantidade de uma ordem diferente; assim a lei de espécies 
que se gerarão possam ter êxito por um período indefinido, e de repente 
uma nova espécie é gerada. 
Estas teorias e seus autores têm caído no descrédito absoluto entre 
os homens de ciência, e que não é outro senão um leve interesse 
histórico. 
 
Darwin. 
A nova teoria sobre o tema proposta pelo Sr. Charles Darwin, tem, 
de momento, uma retenção mais forte na mente do público. Ele fica na 
primeira fila dos naturalistas, e está em todos lados respeitados não só 
por seus conhecimentos e sua destreza na observação e descrição, mas 
por sua franqueza e justiça. Sua teoria, entretanto, é substancialmente a 
mesma com os já mencionados, na medida em que também explica a 
origem de todas as variedades de plantas e animais pela operação gradual 
de causas naturais. Em sua obra sobre a “Origem das Espécies”, diz: 
“Creio que os animais são descendentes do máximo só quatro ou cinco 
progenitores, e as plantas de um igual ou menor número.” Na mesma 
página,16 contudo, vai muito além, e diz: “A analogia me levaria um 
passo além, isto é, a crença de que todos os animais e plantas descendem 
de um protótipo”, e acrescenta que “todos os seres orgânicos que 
viveram nesta terra, podem ter descendido de uma forma primordial.”17 
 
16 The Origin of Species by Means of Natural Selection, or the Preservation of Favoured Races in the 
Struggle for Life, by Charles Darwin, M. A., F. R. S., etc., fifth edition (tenth thousand). London, 
1869, p. 572. 
17 Ibid. p. 573. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 34 
O ponto de maior importância em que Darwin se diferencia de seus 
predecessores é que começa com a vida, eles com a matéria morta. Eles 
se comprometem a explicar a origem da vida por causas físicas, 
enquanto que ele assume a existência de células vivas ou germes. Ele 
não entra na questão de sua origem. Ele assume que existe; o que 
pareceria a necessidade de envolver a pressuposição de um Criador. 
O segundo ponto importante da diferença entre as teorias de que se 
trata é que os antes mencionados representam a diversidade de espécies 
pelo poder interno de desenvolvimento, um vis a tergo por assim dizer, 
quer dizer, uma luta depois da melhora, enquanto que Darwin refere-se à 
origem das espécies principalmente às leis naturais que operam ab extra, 
matando os fracos ou menos perfeitos, e a preservação do mais forte ou 
mais perfeito. 
O terceiro pontode diferença, quanto ao autor de “Vestiges of 
Creation,” refere-se, é que este último supõe novas espécies que se 
formaram de repente, enquanto que Darwin mantém que surgem por um 
lento processo de mudanças muito minúsculas. 
Todos estão de acordo, entretanto, no principal ponto que todas as 
diversidades infinitas e maravilhosos organismos vegetais e animais, do 
mais baixo ao mais alto, devem-se à operação de causas físicas não 
inteligentes. 
A teoria darwiniana, portanto, inclui os seguintes princípios: 
Primeiro, que semelhante gera semelhante; ou a lei da herança, 
segundo a qual através do mundo vegetal e animal a descendência é 
semelhante aos progenitores. 
Segundo, a lei da variação; isto é, que enquanto que em todo o 
essencial a descendência é semelhante aos progenitores, sempre difere 
em maior ou menor grau de seu progenitor. Estas variações são às vezes 
deteriorações, às vezes neutras, e às vezes melhoras; isto é, tais que 
capacitam à planta ou ao animal a exercer mais vantajosamente suas 
funções. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 35 
 
Terceiro, que como as plantas e os animais aumentam em 
proporção geométrica, tendem a transbordar grandemente seus meios de 
sustento, e isto, necessariamente, leva a uma contínua e universal luta 
pela vida. 
Quarto, nesta luta sobrevivem os mais aptos: isto é, aqueles 
indivíduos que têm umas variações acidentais de estrutura que os fazem 
superiores a seus semelhantes na luta pela existência, sobrevivem, e 
transmitem aquela peculiaridade à sua descendência. Esta é a «seleção 
natural», isto é, a natureza, sem inteligência nem propósito, seleciona aos 
indivíduos melhor adaptados para prosseguir e melhorar a raça. É pela 
operação destes poucos princípios que no curso de incontáveis foi se 
produziram todas as formas diversificadas de vegetais e animais. 
«É interessante», diz Darwin, «contemplar uma ribeira revestida de 
muitas plantas de muitos tipos, com pássaros cantando nos matagais com 
vários insetos revolteando ao redor, e com vermes arrastando-se pela 
úmida terra, e meditar em que estas formas elaboradamente construídas, 
tão diferentes entre si, e interdependentes entre si de uma maneira tão 
complexa, foram todas produzidas por leis que agem em nosso redor. 
Estas leis, tomadas no sentido mais amplo, são Crescimento com 
Reprodução; a Herança que é quase implicada pela reprodução; a 
Variabilidade com base na ação indireta e direta das condições de vida, e 
pelo uso e falta de uso; uma Taxa de Aumento tão alta que leva à Luta 
pela Existência, e como consequência a Seleção Natural envolvendo 
Divergência de Caráter e a Extinção de formas menos melhoradas. 
Assim, é base da guerra da natureza, pela fome e a morte, segue o objeto 
mais exaltado que somos capazes de conceber, isto é a produção dos 
animais superiores».18 
 
 
 
 
18 Darwin, C., The Origin of Species, quinta edição, Londres 1869, pág. 579. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 36 
 
Observações sobre a teoria darwinista. 
Em primeiro lugar, abala o senso comum dos homens não 
sofisticados que se lhes diga que a baleia e o colibri, o homem e o 
mosquito, derivam-se da mesma fonte. Não é que a baleia foi 
desenvolvida a partir do colibri, ou o homem do mosquito, mas que 
ambos são derivados por um lento processo das contínuas variações 
através de incontáveis milhões de anos. Tal é a teoria científica com suas 
penas arrancadas. Não é de estranhar que em sua primeira promulgação 
foi recebida pelo mundo científico, não só com surpresa, mas também 
com indignação.19 A teoria tem, de fato, sobrevivido a este ataque. Sua 
harmonia essencial com o espírito da época, a aprendizagem real de seu 
autor e defensores, asseguraram uma influência que está generalizada e, 
no momento, imponente. 
Uma segunda observação é que a teoria em questão não pode ser 
verdade, porque se baseia na hipótese de uma impossibilidade. Supõe-se 
que a matéria faz o trabalho da mente. Esta é uma impossibilidade e um 
absurdo no juízo de todos os homens, exceto dos materialistas; e são 
materialistas, sempre foram, e devem ser sempre, um punhado entre os 
homens, quer sejam cultos ou incultos. 
 
19 See Proceedings of the Literary and Philosophical Society of Liverpool during the Fiftieth Session, 
1860-61. Este volume contém um documento sobre a teoria de Darwin pelo presidente da sociedade, o 
reverendo H. H. Higgins, em que diz que ele considerava o papel de M. Agassiz, inserido nos Annals 
and Magazine of Natural History, contra Darwin, “ser absolutamente indigno de tão distinto 
naturalista” (p. 42). Numa página posterior el dá uma seleção de comentários depreciativos de 
Agassiz. O mesmo volume contém um documento do Dr. Collingwood em defesa de Agassiz e sua 
crítica. Na revisão do argumento que diz que vai passar acima de Agassiz “comentários cáusticos 
sobre a confusão das ideias implícitas nos termos gerais, a variabilidade das espécies,” e também 
“suas contradições categóricas de muitas das declarações fundamentais de Darwin; mas nunca foi uma 
teoria mais acossada que unicamente é a de Darwin pelos repetidos ataques de um gigante em 
paleontologia como Agassiz. Declaração após declaração, pela que toda a teoria se atém junto, é 
atacado e impugnado, — pedra a pedra da estrutura darwiniana treme perante o aríete do campeão das 
espécies. Dos doze tais reiterados ataques, dos quais dez são puramente paleontológicos, e ficam 
indiscutíveis só se chamou aos comentários, e que, possivelmente, o menos importante” (p.87). 
Agassiz não é um teólogo; ele opõe-se à teoria como um homem de ciência e sobre bases científicas. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 37 
A doutrina de Darwin é, que um germe primordial, sem inteligência 
inerente, desenvolve, sob influências puramente naturais, em toda a 
infinita variedade de vegetais e organismos animais, com todas as suas 
complicadas relações entre si e o mundo que os rodeia. Ele não só afirma 
que tudo isto se deve a causas naturais, e, além disso, que os impulsos 
mais baixos da vida vegetal passam, por gradações insensíveis, ao 
instinto dos animais e à inteligência superior do homem, mas ele se opõe 
à intervenção da mente em qualquer parte do processo. Deus, diz 
Lamarck, criou a matéria; Deus, diz Darwin, criou a célula viva não 
inteligente; ambos dizem que, depois desse primeiro passo, tudo o mais 
segue a lei natural, sem propósito e sem desígnio. Nenhum homem pode 
crer nisto, que não pode crer que todas as obras de arte, da literatura e da 
ciência no mundo são os produtos do ácido carbônico, água e amônia. 
 
O caráter ateu desta teoria. 
Em terceiro lugar, o sistema é completamente ateu e, portanto, não 
é possível ficar de pé. Deus revelou Sua existência e Seu governo do 
mundo tão claro e com autoridade, que qualquer especulação filosófica 
ou científica em contradição com as verdades são como teias de aranha 
na pista de um tornado. Não oferecem resistência sensível. O mero 
naturalista, o homem dedicado de maneira exclusiva ao estudo da 
natureza quanto a crer em nada mais que causas naturais, não é capaz de 
compreender a força com a que as convicções morais e religiosas se 
apoderam das mentes dos homens. Estas convicções, entretanto, são as 
mais fortes, as nobres, e as mais perigosas para qualquer classe de 
homens não ter em conta ou ignorar. 
Ao dizer que este sistema é ateu, não se diz que o Sr. Darwin é um 
ateu. Ele reconhece expressamente a existência de Deus, e parece sentir a 
necessidade de Sua existência para explicar a origem da vida. Tampouco 
se pretende que todo aquele que adota a teoria o faz num sentido ateu. Já 
se assinalou que existe uma forma teísta e ateia da hipótese nebular sobre 
a origem do universo; assim pode haver uma interpretação teísta da 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 38teoria darwiniana. Os homens que, como o duque do Argyle, levam o 
reino da lei em tudo, afirmando que inclusive a criação é por lei, pode 
manter, como o faz, que Deus usa em todas as partes e constantemente as 
leis físicas, para produzir não só as operações comuns da natureza, senão 
para dar lugar a coisas concretamente novas, e portanto a novas espécies 
no mundo vegetal e animal. Estas espécies, portanto, seriam devidas à 
finalidade e ao poder de Deus como se tivessem sido criados por uma 
palavra. As leis naturais, diz-se que são para Deus o que o cinzel e o 
pincel são para o artista. Então Deus é tanto o autor das espécies assim 
como o escultor ou pintor é o autor do produto de sua habilidade. Esta é 
uma doutrina teísta. Essa, entretanto, não é a doutrina de Darwin. Sua 
teoria é que centenas ou milhares de milhões de anos atrás, Deus chamou 
um germe vivo, ou germes vivos, à existência, e que desde esse 
momento Deus não tem mais que ver com o universo mais que se Ele 
não existisse. 
Este é o ateísmo para todos os efeitos, porque deixa a alma como 
inteiramente sem Deus, sem um Pai, Auxiliador, ou Governador, como a 
doutrina de Epicuro ou de Comte. Darwin, além disso, oblitera todas as 
evidências da existência de Deus no mundo. Ele se refere às causas 
físicas que todos os teístas creem que é devido às operações da mente 
divina. não há forma mais eficaz de desfazer-se de uma verdade que por 
rejeitar as provas em que se apoia. O Professor Huxley diz que quando 
leu pela primeira vez o livro de Darwin, ele o considerava como o golpe 
de morte da teleologia, quer dizer, da doutrina do desígnio e a finalidade 
da natureza.20 
 
20 Criticisms on “The Origin of Species;” in his Lay Sermons and Addresses, p. 330. “O argumento 
teleológico,” diz ele, “diz assim: Um órgão ou organismo é, precisamente, equipado para realizar uma 
função ou propósito, pelo que foi construído especialmente para realizar esta função. Na famosa 
ilustração do Paley, a adaptação de todas as partes do relógio para a função ou propósito de mostrar o 
tempo, considera-se evidência de que o relógio foi especialmente ideado para tal fim; pelo fato de que 
a única causa que sabemos, competente para produzir tal efeito como um relógio que mostrará a hora, 
é uma adaptação da inteligência idear os meios diretamente a esse fim.” Suponhamos, entretanto, ele 
continua dizendo, se pudesse demonstrar que o relógio foi o produto de uma estrutura que dava mal a 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 39 
 
Büchner, a quem o caráter ateu de um livro é uma recomendação, 
diz que “a teoria de Darwin é a mais completamente naturalista que se 
possa imaginar, e muito mais ateu que a de seu desprezado (verrufenen) 
predecessor Lamarck, quem admitiu ao menos uma lei geral do 
progresso e desenvolvimento, enquanto que segundo Darwin, todo o 
desenvolvimento deve-se à soma progressiva de inumeráveis operações 
naturais minúsculas e acidentais.”21 
Darwin argumenta contra qualquer intervenção divina no curso da 
natureza, e especialmente na produção das espécies. Diz ele que está 
chegando o tempo em que a doutrina da criação específica, isto é, a 
doutrina de que Deus fez as plantas e os animais, cada um segundo sua 
natureza, será considerada como «uma curiosa ilustração da cegueira da 
opinião preconcebida. Estes autores», acrescenta ele, «não parecem mais 
surpreendidos diante do milagroso ato da criação que diante de um 
nascimento comum. Mas, creem realmente que em inumeráveis períodos 
da história da terra se ordenou a certos átomos elementares que se 
constituíram de repente em tecidos vivos?» [Isto é precisamente o que 
Darwin professa crer que sucedeu no princípio. Se sucedeu uma vez, não 
é absurdo que sucedesse com frequência.] «Creem eles que em cada 
suposto ato de criação produziu-se um ou muitos indivíduos? Foram 
todas as imensamente numerosas classes de animais e plantas criadas 
como ovos ou sementes, ou plenamente desenvolvidas? E no caso dos 
mamíferos, acaso foram criados levando falsas marcas de alimentação no 
ventre da mãe?»22 
 
hora, e que de uma estrutura que não era relógio absolutamente, e isso de um barril rotatório simples, 
então “a força dos argumentos do Paley se teria ido”; e seria “demonstrado que um aparelho 
completamente adaptado a um propósito em particular poderia ser o resultado de um método de ensaio 
e erro operado pelos agentes inteligentes, assim como da aplicação direta dos meios adaptados a tal 
fim, por um agente inteligente.” Isto é precisamente o que ele entende que Darwin obteve. 
21 Sechs Vorlesungen über die Darwin’sche Theorie, etc., by Ludwig Büchner, Zweite Auflage, 
Leipzig, 1868, p. 125. 
22 Origin of Species, pág. 571. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 40 
 
Wallace dedica o oitavo capítulo de sua obra sobre «Seleção 
Natural»23 a responder às objeções apresentadas pelo Duque de Argyle 
contra a teoria darwinista. Diz ele: «A questão em que mais insiste o 
Duque é que na natureza nos encontramos por todas as partes com 
provas da mente, e que são mais especialmente manifestas quando 
encontramos “inventos” ou “beleza”. Ele mantém que isto indica a 
constante supervisão e a direta interferência do Criador, e que não pode 
absolutamente ser explicado por alguma combinação de leis. Agora, a 
obra do Sr. Darwin tem como o principal objetivo mostrar que todos os 
fenômenos dos seres viventes — todos seus maravilhosos órgãos e 
complexas estruturas; a infinita variedade de forma, tamanho e cor; suas 
intrincadas e complexas relações mútuas, – podem ter sido produzidas 
pela ação de umas poucas leis gerais da natureza mais simples, – leis que 
na maior parte dos casos são meras declarações de fatos admitidos».24 
Em oposição à doutrina de que Deus «aplica leis gerais para 
produzir efeitos que aquelas leis não são em si mesmas capazes de 
produzir», diz ele, «eu creio, ao contrário, que o universo está 
constituído de tal maneira que se regula a si mesmo; que enquanto que 
contém vida, as formas sob as quais esta vida se manifesta têm um poder 
inerente de ajustar-se entre si e com a natureza ao redor; e que este ajuste 
conduz necessariamente a maior quantidade de variedade e de beleza e 
 
23 Wallace on Natural Selection, p. 264. 
24 Wallace on Natural Selection, p. 265. Quando alguém fala a respeito da «ação da lei», tem que 
significar por lei uma força permanente e de ação regular. Mas as leis às quais se refere o Sr. Wallace 
na passagem anterior não são forças, mas simplesmente regras com base nas quais age um agente, ou 
uma sequência regular, estabelecida, de eventos. As leis mencionadas são a lei da multiplicação em 
progressão geométrica, a lei da limitação da população, a lei da herança, a lei da variação, a lei da 
mudança incessante das condições físicas sobre a superfície da terra, o equilíbrio ou harmonia da 
natureza. Mas deve-se objetar intensamente contra o uso da palavra lei em diferentes sentidos no 
mesmo argumento. Se por lei se significa aqui a regra pela qual um agente age (neste caso Deus), o 
Duque de Argyle poderia estar de acordo com todas as palavras do Sr. Wallace. Se se tomam no 
sentido que lhes dá o escritor, a passagem ensina exatamente o oposto, isto é, que tudo o que o mundo 
é ou contém deve-se a forças físicas carentes de inteligência. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 41 
 
de prazer, porque depende de leis gerais, e não de uma supervisão 
contínua e reajuste dos detalhes».25 
O Dr. Gray26 esforça-se para vindicar a teoria de Darwin da 
acusação de ateísmo. Seus argumentos, entretanto, só vão demonstrar 
que a doutrina do desenvolvimento, ou da derivação das espécies, podem 
ser mantidos numa forma consistente com o teísmo. Isto ninguém o 
nega. Eles não provam que o senhor Darwinapresenta-se nessa forma. O 
próprio Dr. Gray, admite tudo o que aqueles que consideram a teoria de 
Darwin como ateia disputam.27 Ele diz: “A proposta de que as coisas e 
acontecimentos na natureza não foram designados para ser assim, se 
logicamente levada a cabo, é sem dúvida, equivalente ao ateísmo.” Mais 
uma vez,28 ele diz: “Para nós, um Cosmos fortuito é simplesmente 
inconcebível. A alternativa é um Cosmos designado. .... Se o Sr. Darwin 
crê que os acontecimentos que ele supõe sucederam e os resultados que 
contemplamos foram não dirigidos e sem desígnio, ou se o físico crê que 
as forças naturais às quais atribui os fenômenos são processadas e sem 
direção, não se precisa de nenhum argumento para mostrar que tal crença 
é ateia”. Depois do que se disse mais acima, não se precisa de nenhum 
argumento para nos mostrar que Darwin ensina certamente que as causas 
naturais «carecem de direção», e que agem sem desígnio ou referência a 
um fim. Isto não só é declarado de maneira explícita vez após vez, mas 
também que se argumenta para estabelecê-lo, enquanto que o ponto de 
vista oposto é ridicularizado e rejeitado. Seu livro foi aclamado como o 
golpe de morte contra a teleologia.29 Por isso, Darwin ensina 
 
25 Ibid. p. 268. O Sr. Russel Wallace diz que ele crê que todas as maravilhas dos organismos animais e 
vegetais e da vida podem ser explicados mediante leis físicas carentes de inteligência. A realidade é, 
como já vimos, que não crê tal coisa. Não crê que haja tal coisa como matéria ou forças carentes de 
inteligência; [para ele] toda força é força mental; e o único poder operando no universo é a vontade da 
Suprema Inteligência. 
No número de outubro do Atlantic Monthly de 1860, pág. 416. 
27 Na página 409. 
28 Na página 408. 
29 Três artigos nos números de julho, agosto e outubro do Atlantic Monthly para o ano 1860 foram 
reimpressos com o nome do doutor Asa Gray como seu autor. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 42 
 
precisamente o que o Dr. Gray descreve como ateísmo. Pelo que parece, 
pode-se crer em Deus, e entretanto ensinar ateísmo. 
O caráter antiteísta e materialista desta teoria é ainda mais 
evidenciado pelo que diz Darwin de nossas capacidades mentais. «No 
distante futuro», diz ele, «vejo campos abertos para mais importantes 
investigações. A psicologia se levantará sobre uma nova base, a da 
necessária aquisição de cada poder e capacidade mental por gradação. Se 
arrojará luz sobre a origem do homem e sua história».30 Ele mesmo 
tentou cumprir esta predição em sua recente obra a respeito «Da 
linhagem do homem», na qual tenta demonstrar que o homem é um símio 
desenvolvido. A Bíblia diz: o Homem foi criado à imagem de Deus. 
 
É uma mera hipótese. 
Uma quarta observação a respeito desta teoria é que é uma mera 
hipótese, sendo por seu própria natureza incapaz de ser provada. Pode 
tomar seu lugar junto à hipótese nebular como um engenhoso método de 
explicar muitos dos fenômenos da natureza. Vemos ao nosso redor, no 
caso dos animais domésticos, numerosas variedades produzidas pelas 
operações de causas naturais. No mundo vegetal esta diversidade é ainda 
maior. A teoria do Sr. Darwin justificaria todos estes fatos. Dá conta, 
além disso, pela unidade de plano em que todos os animais da mesma 
classe ou ordem se constroem, porque os órgãos subdesenvolvidos e 
rudimentares em quase todas as classes de seres viventes, e pelas 
diferentes formas através das quais o embrião passa antes de chegar à 
maturidade. Estes e muitos outros fenômenos podem ser explicados na 
hipótese da derivação das espécies. Admitindo tudo isto e muito mais, 
isto não equivale a uma prova da hipótese. Estes fatos podem explicar-se 
de outra maneira; enquanto que são, como o próprio Darwin admite, 
muitos fatos para os quais sua teoria não dará conta. Que tenha em conta 
o que a teoria é. Não é que todas as espécies de qualquer gênero 
 
30 Origin of Species, p. 577. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 43 
 
existente de plantas ou animais se derivaram de um tronco comum, que 
todos os gêneros e classes de seres que agora vivem organizados foram 
assim derivados, mas que todos os organismos, dos mais antigos 
períodos geológicos, por um processo que requer uns quinhentos milhões 
de anos, foram derivados de um germe primordial.31 Isto não é tudo. Não 
é só que esses organismos materiais foram obtidos por um processo de 
gradação, mas também que os instintos, as faculdades mentais e morais, 
foram derivadas e alcançadas pelo mesmo processo. Isto nem sequer é 
tudo. Chama-nos a crer que tudo isto foi provocado pela ação de causas 
físicas não inteligentes. Para nossa compreensão, não há nada na 
mitologia e cosmologia hindu mais incrível que isto. 
Não se arrisca muito dizer que esta hipótese não pode ser 
demonstrada. Certamente, seus defensores não pretendem prover prova 
alguma. O Sr. Wallace, como vimos, diz: «A obra do Sr. Darwin tem 
como principal objetivo mostrar que todo os fenômenos dos seres vivos 
– todos os seus maravilhosos órgãos e complexas estruturas; a infinita 
variedade de forma, tamanho e cor; suas intrincadas e complexas 
relações mútuas, – podem ter sido produzidas pela ação de umas poucas 
leis gerais da natureza mais simples». Podem ter sido. Não se pretende 
que este relato da origem das espécies possa ser demonstrado. Tudo o 
que se afirma é que é uma possível solução. Os cristãos devem ser muito 
pacatos para assustar-se por um mero «podem ter sido». 
 
31 Sir William Thompson, da Inglaterra, tinha objetado a teoria de que, segundo seus cálculos, o sol 
não pode ter existido num estado sólido de mais de quinhentos milhões de anos. A isso o Sr. Wallace 
responde, que tal período, pensa ele, é tempo suficiente para satisfazer as demandas da hipótese. Sr. 
J.J. Murphy, entretanto, é da opinião contrária. Ele diz que é provável que se requer pelo menos 
quinhentos anos para produzir um galgo — o ideal de Mc. Darwin de simetria — de cães originais de 
lobo, e que sem dúvida se requereria mais de um milhão de vezes mais tempo para produzir um 
elefante de um protozoário, ou inclusive um girino. Além disso, Sir William Thompson tolera, de fato, 
só um, e não quinhentos milhões de anos para a existência da terra. Nas Transactions of Geological 
Society of Glasgow, Vol. III, ele diz: “Quando, por último, consideramos a temperatura do subsolo, 
vemo-nos obrigados à conclusão de que o estado atual de coisas na terra, a vida na terra, toda a 
história geológica que mostra a continuidade da vida, deve ser limitado dentro de um período de 
tempo passado como até cem milhões de anos.” Veja-se Habit and Intelligence, by J. J. Murphy, 
London, 1869, Vol. I. p. 349. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 44 
 
O Sr. Hux1ey diz: «Depois de muita consideração, e certamente 
sem preconceito contra os pontos de vista do Sr. Darwin, é nossa clara 
convicção de que, tal como está a evidência, não está demonstrado 
absolutamente que um grupo de animais, possuindo todos os caracteres 
exibidos pelas espécies na Natureza, tenha-se jamais originado por 
seleção, seja esta artificial ou natural».32 
Nos números de junho e julho de 1860 de Fraser's Magazine 
aparecem dois artigos a respeito da teoria darwinista, escritos pelo 
William Hopkins, F.R.S. No número de julho diz-se: «Se aceitamos 
totalmente o peso de todos os argumentos de nosso autor em seu capítulo 
a respeito de hibridismo, só chegamos à conclusão de que a seleção 
natural talvez pudesse ter produzido mudanças de organização, que 
podem ter induzido a esterilidade das espécies; e que portanto a 
proposição anterior possa ser certa, embora não se possa aduzir nem um 
só fato positivo como prova da mesma. E deve-se lembrar que esta não é 
uma proposição de uma importância secundária – uma mera torre, por 
assim dizer, na fábrica teórica de nosso autor,– mas sim a principal 
pedra angular que a sustenta. Confessamos que todo o respeito que 
sentimos para com o autor destas opiniões não nos inspirou um 
sentimento semelhante para com esta filosofia do poderia ser, que se 
contente pondo o meramente possível em lugar do provável, e que, ao 
ignorar a responsabilidade de qualquer aproximação a uma 
demonstração rigorosa no estabelecimento de suas próprias teorias, dá 
por sentado de maneira complacente que são corretas até que sejam 
rigorosamente demonstradas falsas. Quando Newton, em tempos 
passados, propôs sua teoria da gravitação, não pediu aos filósofos que 
 
32 Lay Sermons and Reviews, pág. 323. Admite-se que inumeráveis variedades foram produzidas por 
causas naturais, mas o Professor Huxley diz que não se demonstrou que nenhuma espécie se formou 
assim. Por isso, por mais forte razão, não se demonstrou que todos os gêneros e espécies, com todos 
os seus atributos de instinto e inteligência, tenham sido formados desta maneira. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 45 
 
cressem ou que lhe demonstrassem que era errônea, mas sentiu que cabia 
a ele demonstrar que era correta».33 
A resenha do Sr. Hopkins foi escrita antes que Darwin se definiu de 
maneira plena a respeito de suas opiniões quanto à origem do homem. 
Diz ele que a grande dificuldade em qualquer teoria de desenvolvimento 
é “a transição em passar ao homem dos animais mais próximos por 
debaixo dele, não ao homem considerado meramente como um 
organismo físico, mas sim ao homem como ser intelectual e moral. 
Lamarck e o autor dos ‘Vestígios’ não duvidaram em expor-se a uma 
acusação do mais áspero materialismo ao derivar a mente da matéria, e 
ao atribuir todas as suas propriedades e operações à nossa organização 
física. .... Cremos que o homem tem uma alma imortal, e que as bestas 
do campo não a têm. Se alguém negar isto, não podemos então ter 
nenhuma base comum para argumentar com ele. Agora quereríamos 
perguntar: Em que momento de seu avanço progressivo adquiriu o 
homem esta parte espiritual de seu ser, dotada com o esmagador atributo 
da imortalidade? Foi uma “variedade acidental”, captada pelo poder da 
“seleção natural”, e feita por ela permanente? Deve-se considerar a 
passagem do finito ao infinito como um dos passos indefinidamente 
pequenos no contínuo progresso no desenvolvimento do homem, 
alcançado pela operação de causas naturais comuns?”34 
Mas o ponto de que tratamos agora é que a teoria do Sr. Darwin é 
incapaz de demonstração. Pela própria natureza do caso, o que trata da 
origem das coisas não pode ser conhecido mais que por revelação 
sobrenatural. Tudo o mais deve ser especulação e conjetura. E ninguém 
que seja guiado pela razão renunciará aos ensinos de uma revelação bem 
autenticada, obedecendo a especulações humanas, por engenhosas que 
sejam. A incerteza que acompanha todas as filosofias ou teorias 
científicas a respeito da origem das coisas é suficientemente evidente 
 
33 Frazer' s Magazine, julho de 1860, pág. 80. 
34 Frazer' s Magazine, julho de 1860, pág. 88. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 46 
com base na quantidade de incoerências que apresentam. A ciência, logo 
que se separa do real e do existente, é a região da especulação, confunde-
se com a filosofia, e fica sujeita a todas as suas alucinações. 
 
Teorias do Universo 
Assim, temos: 
1. A teoria puramente ateia, que dá por sentado que a matéria 
existiu sempre, e que tudo o que o universo contém e revela é devido a 
forças materiais. 
2. A teoria que admite a criação da matéria, mas nega qualquer 
intervenção adicional de Deus no mundo, atribuindo a origem da vida a 
causas físicas. Esta era a doutrina de Lamarck, e a do autor de «Vestígios 
da Criação», e é a teoria à que parece inclinar-se o Professor Huxley, 
apesar de sua negação da geração espontânea no estado atual de coisas, 
parece fortemente inclinado em seu discurso como Presidente da 
Associação Britânica para o Fomento da Ciência, emitido em setembro 
de 1870, ele disse: “Olhando para trás através da vista prodigiosa do 
passado, não encontro nenhum registro do início da vida, e portanto 
estou destituído de meios para formar uma conclusão definitiva quanto 
às condições de sua aparição. A crença, no sentido científico da palavra, 
é um assunto sério e requer bases sólidas. Dizer, portanto, em falta das 
provas admitidas, que tenho uma crença quanto ao modo em que as 
formas atuais de vida têm sua origem, seria o uso de palavras num 
sentido errado. Mas a expectativa é permissível, onde a crença não é, e 
me foi dado olhar para além do abismo do tempo genealogicamente 
registrado ao período mais remoto, quando a terra passava pelas 
condições físicas e químicas que não podem ver-se outra vez mais que 
um homem pode lembrar sua infância, eu devo esperar ser uma 
testemunha da evolução do protoplasma vivo da matéria não viva. Devo 
esperar vê-lo aparecer sob as formas de uma grande simplicidade, 
dotado, como os cogumelos existentes, com o poder de determinar a 
formação de novo protoplasma de tais matérias como carbonatos de 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 47 
 
amônio, oxalatos e tartaratos, fosfatos alcalinos e terra, e água, sem a 
ajuda da luz.”35 
Tinha sido também pela causa da verdade, e assim para os centenas 
que foram pervertidos por seus escritos, se o senhor Darwin tivesse 
reconhecido esta distinção entre “crença científica” que necessitam 
“bases sólidas” e “expectativas,” fundadas, como o Professor Huxley diz 
numa frase seguinte, “no raciocínio analógico.” No artigo já citado no 
“Fraser’s Magazine,” o escritor diz com referência a Darwin: “Também 
servirá lembrar que o naturalista filosófico não só deve treinar o olho 
para observar com precisão, mas também a mente para pensar de 
maneira lógica; e neste último com frequência encontra-se a tarefa mais 
difícil dos dois. Com relação a todos, exceto as ciências exatas, pode-se 
dizer que a mais alta faculdade mental que nos chamam a exercer é 
aquela pela qual separamos e apreciamos justamente o possível, o 
provável, e o demonstrável.”36 
 
Darwin. 
3. A terceira ideia especulativa é a do Sr. Darwin e de seus 
partidários, que admitem não só a criação da matéria, mas também da 
matéria viva, em forma de um ou uns poucos germes primitivos dos 
quais, sem nenhum propósito nem desígnio, pela lenta operação de 
causas naturais não inteligentes e de variações acidentais, durante longas 
foi, foram-se formando todas as ordens, classes, gêneros, espécies e 
variedades de plantas e animais, desde os mais inferiores até os mais 
superiores. Por isso, a teleologia, e por isso a mente, ou Deus, ficam 
explicitamente excluídas do mundo. Ao argumentar contra a ideia do 
controle de Deus com o desígnio da operação das segundas causas, o Sr. 
Darwin pergunta: “Ordenou Ele que o cultivo e as penas da cola da 
pomba deveria variar, a fim de que o entendido possa fazer seu bico 
grotesco e raças de pombo-correio? Faz Ele que a estrutura e qualidades 
 
35 Athenæum, London, September 17, 1870, p. 376. 
36 July, 1860, p. 90. 
Teologia Sistemática (Hodge) – Volumes I, II, II 48 
 
mentais do cão variam com o fim de que uma raça se possa formar de 
ferocidade indomável, com mandíbulas adaptadas a obrigar o touro para 
o esporte brutal do homem? Mas, se abandonamos o princípio num caso, 
— se não se admitir que as variações dos cães primitivos foram 
intencionalmente guiados, com o fim de que o galgo, por exemplo, que a 
imagem perfeita da simetria e vigor, podem formar-se — nenhuma 
sombra da razão pode ser atribuída à crença de que variações, tanto na 
natureza e resultado das próprias leis gerais, que foram as bases da 
seleção natural da formação ou os animais melhor adaptados no mundo, 
incluído o homem, foram guiados intencionalmente e especialmente. Por 
muito que desejemos,

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