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Monografia Paulo Cesar

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO
 INSTITUTO DE ADMINISTRAÇÃO, ECONOMIA E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CAMPUS UNIVERSITÁRIO "JANE VANINI” 
FACULDADES DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO CIÊNCIAS CONTÁBEIS 
 
 
  
PAULO CÉSAR DE SOUZA FRANÇA 
 
 
 
 
 O PAPEL DA CONTABILIDADE NO AUXILIO À PRESTAÇÃO DE CONTAS NAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR – Um Estudo de Caso na Associação de Pais e Amigos Excepcionais – APAE Cáceres
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CÁCERES-MT
2015
PAULO CÉSAR DE SOUZA FRANÇA 
	
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO AUXILIO À PRESTAÇÃO DE CONTAS NAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR – Um Estudo de Caso na Associação de Pais e Amigos Excepcionais – APAE Cáceres
Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Contábeis apresentado à Universidade do Estado de Mato Grosso – UNEMAT, na disciplina TCC II, ministrada pela Professora Mª Juliana Vitória Vieira Mattiello da Silva. 
Orientadora: Prof.ª Pâmela Gabriela Ramos 
CÁCERES – MT
2015
PAULO CÉSAR DE SOUZA FRANÇA 
O PAPEL DA CONTABILIDADE NO AUXILIO À PRESTAÇÃO DE CONTAS NAS ENTIDADES DO TERCEIRO SETOR – Um Estudo de Caso na Associação de Pais e Amigos Excepcionais – APAE Cáceres
BANCA EXAMINADORA 
__________________________________________
Profª. Pâmela Gabriela Ramos (Orientadora)
Ciências Contábeis – UNEMAT/Cáceres 
__________________________________________
Profª. Ms. Edir Antônia Almeida (Membro)
Ciências Contábeis – UNEMAT/Cáceres 
_________________________________________
Profª Vanusa B. Pereira Storti (Membro)
Ciências Contábeis – UNEMAT/Cáceres 
Aprovado em: 27 de Novembro de 2015. Nota: _____
	
AGRADECIMENTO 
 Agradecer primeiramente a Deus pela saúde, paz, proteção, força e iluminação, por me guiar durante todos os dias, nesta jornada que não foi fácil entre altos e baixos sempre me sustentando para chegar nesse fim de caminhada. 
Ao meus pais, Marineide Aparecida de Souza França e Valdemar de França, aos meus irmãos Francineide Aparecida França e Paulo Henrique de Souza França e minha cunhada Janete Sanchez de Oliveira, que me ajudaram de toda maneira que eles puderam para continuar estudando e assim concluir o Curso de Ciências Contábeis. 
Aos meus amigos da faculdade que me acompanharam que me ajudaram de alguma maneira, mas principalmente ao Vinicius da Silveira Cruz, Enorê Faria Artioli e Fabricio Vitorrazzi, que sempre me apoiaram em tudo que precisava, estiveram dando todo o suporte necessário, a Patrícia Araújo Benites, a Jacqueline do Nascimento, a Patrícia Magalhaes Inácio, a Gisele Amorim Coelho, a Maria Dayana Silva Lins, ao Mayk Jonhon Carvalho, ao Matheus Gonçalves de Sá, ao João Paulo Santos e a Mirian Ferrai. Obrigado a todos.
Aos meus amigos de longa data que sempre e de alguma forma de deram incentivo, ajuda moral para conseguir o meu término de faculdade, Conceição Oliveira, Wellington Fava Roque, Deisiane Lima, Emanuel Diego Moraes Nolasco, Odilei Campos, Rosivania Garcia e Olana Campos. 
Agradecer à Universidade do Estado de Mato Grosso (UNEMAT) e a todos os professores que me mostraram e me ensinaram para que hoje pudesse chegar aqui. Principalmente à minha orientadora, professora e amiga em particular Pâmela Gabriela Ramos, por seu tempo, paciência, dedicação e exigência para que meu trabalho ficasse o melhor possível. Muitíssimo obrigado. 
Ao pessoal da Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE) que me recebeu muito bem todas as vezes que fui lá e forneceram todo o material que para conclusão deste trabalho. Agradeço ao Douglas Felix Secretário e financeiro da instituição. A todos os amigos e colegas que me apoiaram nesta fase tão importante e especial da minha vida. Muitíssimo Obrigado. 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho as mulheres mais importantes da minha vida que sempre estarão em meu coração, minha vó Tereza Izidora Ribeiro de Souza e minha mãe Marineide Aparecida de Souza França, por tudo que as duas fizeram e ainda fazem por mim. Elas são fundamentais na minha vida e não posso deixar de dedica-las este trabalho.
“O pessimista se queixa do vento, o otimista espera que ele mude. 
		O realista ajusta as velas”
Willian George Ward
RESUMO 
FRANÇA, Paulo César de Souza. O Papel da Contabilidade no Auxílio à Prestação de Contas nas Entidades do Terceiro Setor – Um Estudo de Caso na Associação de Pais e Amigos Excepcionais – APAE Cáceres. 2015 56 fs. Graduação em Ciências Contábeis – Universidade do Estado de Mato Grosso. Cáceres – Mato Grosso, 2015. 
Este estudo tem como finalidade analisar o papel da contabilidade no auxílio da prestação de contas das entidades do Terceiro Setor. Estas se inserem na sociedade com ações voltadas às mudanças sociais em aspectos na qual o Estado ou o setor privado não atendem na sua plenitude. As organizações sem fins lucrativos têm atuação cada vez mais marcante e abrangente, tendo como principal problema a falta de confiabilidade por parte da sociedade na captação de recursos para seu funcionamento. Por isso, é indispensável que tais entidades administrem seus recursos de forma transparente e prestem contas de seus serviços de forma que proporcione clareza nas informações, estimulando a entrada de mais recursos para garantir a sua continuidade e crescimento ao longo do tempo. A pesquisa teve como objetivo geral analisar o papel da contabilidade a prestação de contas da APAE – Cáceres, identificar como são os procedimentos de prestação de contas dessas entidades do terceiro setor, verificar como é feita e sua forma de divulgação das prestações de contas. Trata-se de uma pesquisa básica qualitativa, cuja instrumento de coleta de dados foi um questionário e a análise feita através do mesmo. Percebeu que a APAE utiliza a prestação contas, garantindo assim a credibilidade e confiabilidade de suas atividades para a sociedade/interessados. A transparência é ratificada através da ciência contábil que fornece relatórios, cuja informações são fidedignas e representam de maneira consolidada a origem e aplicação dos recursos obtidos junto aos seus parceiros. 
Palavra – Chave: Terceiro Setor, Prestação de Contas e Transparência. 
ABSTRACT 
FRANCE, Paulo César de Souza. The Role of Accounting in Aid to Accountability in the Third Sector Entities - A Case Study on the Association of Parents and Friends Exceptional - APAE Cáceres. 2015 56 fs. Degree in Accounting - University of the State of Mato Grosso. Cáceres - Mato Grosso, in 2015.
This study aims to analyze the role of accounting in aid accountability of Third Sector entities. These are inserted in society with actions aimed at social change in areas in which the state or the private sector do not meet the full. Non-profit organizations are increasingly influential and comprehensive performance, the main problem the lack of reliability on the part of society in raising funds for its operation. So it is essential that such entities manage their resources in a transparent and accountable for their form of services that provides clear information, encouraging the entry of more resources to ensure its continuity and growth over time. The research aimed to analyze the role of accounting providing APAE accounts - Caceres, identify as are the procedures of accountability of these nonprofit organizations, check how it is made and its form of dissemination of checks and balances. It is a qualitative basic research, whose data collection instrument was a questionnaire and the analysis made by the same. He realized that the APAE uses the provision accounts, thus ensuring the credibility and reliability of its activities for society / stakeholders. Transparency is ratified by accounting science that provides reports whose information is reliable and represent a consolidated basis the source and application of funds obtained from its partners.
Keyword: Third Sector, Accountability and Transparency.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
APAE – Associação de Pais e Amigos Excepcionais 
CCB – Código Civil Brasileiro. 
CEBAS - Certificado de EntidadeBeneficente de Assistência Social
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CNAS - Conselho Nacional de Assistência Social 
DIPJ – Declaração de Informações Econômico - Fiscais da Pessoa Jurídica
NBC T – Normas Brasileiras de Contabilidade – Técnicas. 
ONG’s – Organizações Não Governamentais 
OSCIP’s – Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público
RAIS – Relação Anual de Informações Sociais
Sumário	
1 INTRODUÇÃO 	14
1.2 Objetivo 	15
1.2.1 Objetivo Geral 	15
1.2.2 Objetivos Específicos	15
1.4 Delimitações 	16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 	16
2.1 Terceiro Setor 	16
2.1.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicados a Entidades Sem Fins Lucrativos 	18
2.2 Origem de Recursos 	21
2.3 Imunidade e Isenção 	21
2.4 Isenção – Requisitos do Art. 29 da Lei n.º 12.101/09	22
2.5 Algumas Fontes de Captação de Recursos 	22
2.5.1 Lei Rouanet 	22
2.5.2 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) 	23
2.6 Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 	24
2.6.1 Público Alvo	25
2.7 Contabilidade no Terceiro Setor 	25
2.8 Prestação de Contas das Entidades do Terceiro Setor 	25
2.8.1 Conceito 	25
2.8.2 Elementos que compõe a Prestação de Contas 	26
2.8.3 Características de entidades sem fins lucrativos. 	27
2.9 Transparência 	29
3 MÉTODO DE PESQUISA 	31
3.1 Classificação de Pesquisa 	31
3.1.1 Quanto ao Problema 	31
3.1.2 Quanto aos Objetivos 	31
 3.1.3 Quanto aos Procedimentos 	31
3.2 Execução de Coletas de Dados	32
3.3 Tratamento e Análise de Dados 	32
 	32
4 ANÁLISE DE DADOS 	33
4.1 – Questionário 	33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 	35
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 	36
APÊNDICE	42
1 INTRODUÇÃO 
As entidades do terceiro setor se inserem na sociedade com ações voltadas às mudanças sociais em aspectos na qual o Estado ou o setor privado não atendem na sua plenitude. Essas entidades são criadas para atender segmentos como habitação, saúde, cultura e recreação, assistências social, meio ambiente e proteção aos animais, desenvolvimento e defesa dos direitos, religião entre outros.
As organizações sem fins lucrativos têm atuação cada vez mais marcante e abrangente, tendo como principal problema a falta de confiabilidade por parte da sociedade na captação de recursos para seu funcionamento. Para Melo, Santos e Souza (2010) diz é indispensável que tais entidades administrem seus recursos de forma transparente e prestem contas de seus serviços de forma que proporcione clareza nas informações, estimulando a entrada de mais recursos para garantir a sua continuidade e crescimento ao longo do tempo.
A contabilidade descrita por Olak e Nascimento (2000) é um sistema de informação e mensuração que passou a ser requerida em diversos momentos pelos vários organismos governamentais e não-governamentais, para fornecer-lhes demonstrações contábeis e outras informações por ela geradas, para fins de prestação de contas das ações dessas entidades.
Dentro deste contexto, a Contabilidade pode ser utilizada como uma importante ferramenta para arrecadação de recursos nas instituições do Terceiro Setor, pois fornece a transparência de suas atividades através das demonstrações financeiras, que evidenciam não apenas de onde vieram esses recursos, mas também, onde foram aplicados e qual o benefício gerado.
A transparência das contas das entidades do Terceiro Setor tem ganhado destaque no atual cenário, onde já foram identificados escândalos relacionados à ausência de prestação de contas ou ausência de transparência na apresentação das mesmas.
Em meio à crescente obrigação de prestar contas, seja ela uma obrigação legal ou moral, passa-se a atentar também para a questão da transparência na prestação dessas contas, transparência também denominada de accountability. 
Nakagawa (1987) diz que a accountability pode ser definida como a “obrigação de prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poderes”. Deste modo, uma entidade ao receber verbas, independente da fonte, tem o poder de decidir como irá utilizar estes recursos e em contraprestação deve demonstrar o modo como está aplicado tais verbas. 
A prestação de contas de acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (2003, p.78):
É o conjunto de documentos e informações disponibilizados pelos dirigentes das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a possibilitar a apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos administradores das entidades, segundo as competências de cada órgão e autoridade, na periodicidade estabelecida no estatuto social ou na lei. 
Para o Conselho Federal de Contabilidade, a entidade deve prestar contas internamente perante seu órgão deliberativo e externamente, para o Poder Público, perante os órgãos competentes que assim exigirem, fazendo assim que possa ter algo mais concreto. 
1.1. Problemática 
As Instituições sem fins lucrativos recebem recursos oriundos de várias fontes, cita-se as contribuições, doações, subvenções, vendas de serviços, mensalidade de associados entre outros. Esses recursos precisam ser gerenciados de forma transparente, informando a qualquer momento onde foram empregados. (MAGNUS, 2007).
No intuito de se verificar na prática como acontece os recebimentos e prestação de contas de recursos financeiros, foi escolhido a Associação de Pais e Amigos Excepcionais de Cáceres – Mato Grosso, por se tratar-se de entidade de suma importância para a região.
Considerado de suma importância para a sociedade, o objeto de estudo, a Associação de Pais e Amigos Excepcionais – APAE surgiu do movimento em Cáceres, quando no dia 31 de agosto de 1976 na sede do Esporte Clube Humaitá, e fundaram a Escola Estadual Rotariana Dr. José Monteiro da Silva, hoje denominada Escola Especial Frei Gumaru – APAE, atendendo alunos com deficiências auditivas, múltiplas, visual e mental. 
Assim, a principal pergunta que esta pesquisa pretende responder é a seguinte: Qual o papel da Contabilidade na promoção da Transparência na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais APAE – Cáceres. 
1.2 Objetivo 
1.2.1 Objetivo Geral 
Analisar o papel da contabilidade no auxílio a prestação de contas da Associação de Pais e Amigos Excepcionais APAE - Cáceres. 
1.2.2 Objetivos Específicos
- Identificar na literatura como são os procedimentos de prestação de contas em organizações de terceiro setor. 
- Verificar como é realizada a prestação de contas da APAE Cáceres. 
- Investigar como é feita a divulgação das prestações de contas da APAE. 
1.3 Justificativa 
As entidades sem fins lucrativos estão, cada vez mais, adquirindo papel de destaque no contexto social e econômico do país e influenciando política e socialmente nos rumos da nação brasileira. Por isto, é fundamental que seus recursos sejam corretamente empregados na busca de suas finalidades e de seus objetivos, sem desperdícios ou desvios. (MAGNUS,2007).
A escolha desse tema se justifica pela contribuição da Contabilidade na prestação de contas das Entidades do Terceiro Setor, visto que, estas necessitam da captação de recursos financeiros, físicos e humanos, para que assim possa ter um bom funcionamento na entidade. 
O Terceiro Setor tem um processo econômico que precisa ser controlado e divulgado aos financiadores de recursos, a fim de que este tipo de organização tenha uma imagem positiva na sociedade, sendo a Contabilidade uma ferramenta essencial para essa finalidade. Dentre outros, proporcionar melhorias nos processos operacionais da entidade.
A pesquisa vem contribuir, mostrando como a APAE emprega os recursos recebidos, assim como a forma com que preste contas à sociedade. 
1.4 Delimitações 
 Fazer parte do estudo a prestação de contas da APAE Cáceres- MT, com o objetivo de verificar se está de acordo com as normas de prestação de contas das entidades do terceiro setor. Não será foco do estudo, as demais APAES regionais/nacionais.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 Terceiro Setor 
São três os setores que compõem a economia na sociedade atual, os quais são assim denominados: Primeiro Setor, Segundo Setor e TerceiroSetor. Segundo Silva (1977) diz que cresce a cada dia o número de entidades do terceiro setor com o intuito de prestar serviços para o público em geral ou para um público específico e as mesmas não visam o lucro. 
Para Peyon (2004), os grupos se dividem em setores sociopolíticos e assim se caracterizam:
1º setor, Estado – caracterizado pela União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, autarquias e demais entidades de caráter público criadas por lei. Também se incluem neste setor pessoas jurídicas de direito privado que sejam controladas pela máquina estatal;
2º setor, empresas – empresários e sociedades empresariais detentores de capital e com finalidade de lucro;
3º setor, entidades sem fins lucrativos – não são estatais e nem empresariais.
Olak e Nascimento (2010) identificam como principais as seguintes características fundamentais e específicas das entidades sem fins lucrativos:
· O lucro não é sua razão principal de ser, mas um meio necessário para garantir a continuidade e o cumprimento de seus propósitos institucionais;
· Seus propósitos institucionais, quaisquer que sejam suas preocupações específicas, objetivam provocar mudanças sociais;
· O patrimônio pertence à sociedade como um todo ou segmento dela, não cabendo aos seus membros ou mantenedores quaisquer parcelas de participação econômica no mesmo;
· As contribuições, doações e subvenções constituem-se, normalmente, nas principais fontes de recursos financeiros, econômicos e materiais dessas entidades.
Com relação as entidades de fins privado tem como finalidade atender os interesses coletivos, de um grupo de pessoas, que são a intenção de defender ou representar os direitos. As de fins públicos e atender as necessidades públicas, que muitas vezes não são atendidas por completo pelo Estado, no caso educação, saúde, e entre outras. 
	Para Hudson (2002. p.08) o terceiro setor engloba todas as organizações que: 
· Têm basicamente um objetivo social em vez de procurarem gerar lucro;
· São independentes do Estado porque são administradas por um grupo independente de pessoas e não fazem parte de um departamento de governo ou de autoridades locais ou de saúde;
· Reinvestem todo o seu saldo financeiro nos serviços que oferecem ou na própria organização.
As organizações têm como características atender parte dos anseios da sociedade, que visa amenizar problemas sociais e de interesse coletivo. Para Hudson (2002) “o traço comum que une todas as organizações é que são orientadas por valores: são criadas e mantidas por pessoas que acreditam que mudanças são necessárias e que desejam, elas mesmas, tomar providências nesse sentido”. 
Segundo Olak (1996), pode-se levar em conta as atividades que desempenham, a origem dos recursos financeiros e materiais, a extensão dos benefícios sociais e entre outros. As entidades sem fins lucrativos não governamentais, assim como as empresas com fins lucrativos, devem complementar suas demonstrações contábeis com notas explicativas, a fim de acrescentar informações para facilitar o seu entendimento. 
Andrade (1991) diz que as empresas, de um modo geral, devem divulgar principais práticas contábeis adotadas entre as quais: 
· explicações adicionais sobre determinação dos saldos; 
· eventos subseqüentes relevantes á avaliação das demonstrações em análise; 
· composição detalhada de algumas contas. 
Ainda de acordo com Andrade (1991) são exemplos de entidades de terceiro setor as Organizações Não Governamentais (ONG’s); Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP’s); Associações e Fundações Institutos; Entidades Beneficentes; Associações; Cooperativas. 
Associações e Fundações segundo o Código Civil Brasileiro (CCB) estabelece que se constituem as associações pela união de pessoas que se organizam para fins não econômicos e que não há entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. Quanto às fundações, o CCB estabelece que, para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. Afirma ainda que a fundação somente poderá constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência.
Para Szazi (2003) fundação é um patrimônio destinado a servir, sem intuito de lucro, a uma causa de interesse público determinada, que adquire personificação jurídica por seu instituidor. Em outras palavras, é possível dizer que uma fundação pode ser criada pelo desejo de apenas um indivíduo, não necessitando que haja a reunião de pessoas para que ela exista como se dá nas demais pessoas jurídicas existentes no ordenamento jurídico brasileiro.
Para Olak (2009) a existência de uma associação necessita dos seguintes elementos:
· Um instituidor; 
· Uma dotação patrimonial de bens livres; 
· Um ato de instituição (testamento, escritura pública ou lei); 
· Um estatuto, contendo as regras que irão geri-la e sua estrutura organizacional; 
· Aprovação da escritura e dos estatutos pelo representante do Ministério Público que exerce a função de curador de fundações; 
· Registro da escritura pública de instituições e dotação no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas. 
Além disso o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2004, p.31) descreve outras características do Terceiro Setor: 
a) promoção de ações voltadas para o bem-estar comum da coletividade;
b) manutenção de finalidades não-lucrativas;
c) adoção de personalidade jurídica adequada aos fins sociais (associação ou fundação);
d) atividades financiadas por subvenções do Primeiro Setor (governamental) e doações do Segundo Setor (empresarial, de fins econômicos) e de particulares;
e) aplicação do resultado das atividades econômicas que porventura exerça nos fins sociais a que se destina. 
f) desde que cumpra requisitos específicos, é fomentado por renúncia fiscal do Estado. 
As entidades sem fins lucrativos não se mantêm sozinhas, elas dependem da captação de recursos oriundos de diversas fontes tais como contribuições, doações, subvenções, venda de serviços, mensalidades de associados, entre outros recursos. 
As contribuições dos recursos e subvenções exigem que a entidade beneficiada preste contas ao órgão que concedeu o recurso, assim descrevendo de onde foi empregado o recurso concedido, identificando em que programas foram aplicados esses recursos e comprovando a despesa por meio de documentos.
Cruz (2002 p. 46) descreve sobre a entidade: 
A Entidade “deve mostrar claramente para os doadores e para a sociedade não apenas de onde vieram os recursos, mas também como o dinheiro foi aplicado, qual o benefício social gerado e que práticas podem ser multiplicadas”.
Para Tachizawa (2002), a captação de recursos é a busca de recursos não exclusivos, mas predominantemente financeiros como forma de atingir a missão de uma entidade, implementando programas e projetos de Organizações do Terceiro Setor. 
As organizações que compõem o Terceiro Setor podem ser classificadas sob várias abordagens: sob a ótica jurídica (aspectos legais); sob o acordo com as atividades que desempenham; sob o resultado de benefícios sociais; sob a origem de recursos financeiros e econômicos, entre outras. 
Olak e Nascimento (2006) destacam poucos estudos estatísticos sobre esse setor, dificultando, ainda mais, a busca de respostas precisas e consistentes. Este problema já havia sido apontado por Mendes (1999), quando afirmou que os resultados apresentados pelas organizações do Terceiro Setor nem sempre são de fácil mensuração e estes têm sido questionados ou censurados porque não estão explicitados em modelos estatísticos e nem fazem parte dos documentos oficiais. 
2.1.1 Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicados a Entidades Sem Fins Lucrativos 
A NBC T (Norma Brasileira de Contabilidade – Técnica) 19.4 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), dispõe sobre os procedimentos contábeis aplicáveis a entidades sem finalidade de lucros, estabelecendo critérios e procedimentos específicos de avaliação, de registrosdos componentes e variações patrimoniais e de estruturação das demonstrações contábeis, e as informações mínimas a serem divulgadas em nota explicativa das entidades sem finalidades de lucros. Os procedimentos de escrituração das operações praticadas pelas entidades do terceiro setor diferem um pouco dos praticados pelas demais entidades.
Além destas demonstrações as entidades sem fins lucrativos também devem divulgar Notas Explicativas as demonstrações contábeis, devendo conter no mínimo, as seguintes informações:
 
a) o resumo das principais práticas contábeis
b) os critérios de apuração das receitas e das despesas, especialmente com gratuidades, doações, subvenções, contribuições e aplicações de recursos;
c) as contribuições previdenciárias relacionadas com a atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade não gozasse de isenção, conforme normas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS);
d) as subvenções recebidas pela entidade, a aplicação dos recursos e as responsabilidades decorrentes dessas subvenções;
e) os fundos de aplicação restrita e responsabilidades decorrentes desses fundos;
f) evidenciação dos recursos sujeitos a restrições ou vinculações por parte do doador;
g) eventos subseqüentes à data do encerramento do exercício que tenham, ou possam vir a ter efeito relevante sobre a situação financeira e os resultados futuros da entidade;
h) as taxas de juros, as datas de vencimento e as garantias das obrigações a longo prazo;
i) informações sobre os tipos de seguro contratados;
j) as entidades educacionais, além das notas explicativas, devem evidenciar a adequação das receitas com as despesas de pessoal, segundo parâmetros estabelecidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação e sua regulamentação;
k) as entidades beneficiadas com isenção de tributos e contribuições devem evidenciar suas receitas com e sem gratuidade de forma segregada, e os benefícios fiscais gozados. (NBC T 10.19 do CFC)
 
A NBC T 10.19 do CFC estabelece que a conta Capital, integrante do grupo Patrimônio Líquido deve ser substituída por Patrimônio Social, e a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, também integrante deste grupo por Superávit ou Déficit do Exercício.
A observância destas normas torna-se imprescindível para as entidades do terceiro setor sendo que para fins de concessão ou renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS), o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) estabelece o seguinte: 
 
I – As demonstrações contábeis das entidades que pleiteiam a concessão ou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social devem observar estritamente as resoluções expedidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, especialmente os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC) e as Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC), sendo vedada a aplicação de qualquer outro entendimento que não esteja em conformidade com as citadas normas, sob pena de indeferimento do pedido.
Uma diferença básica entre organizações do terceiro setor e do mercado está no fato de que organizações sem fins lucrativos se articulam em diversas redes e, segundo Drucker (1990 p. 115), têm uma diversidade muito maior de relacionamentos fundamentais. 
Nas empresas, com exceção das maiores, os relacionamentos vitais são poucos – funcionários, clientes e proprietários e é tudo. Toda organização sem fins lucrativos tem uma multidão de públicos e precisa desenvolver um relacionamento com cada um deles. 
Santos (2010) relata que as entidades sem fins lucrativos passaram a desempenhar papel de fundamental importância para o Brasil, na medida em que constituem parte da solução para os problemas sociais do desenvolvimento, com isso tem esse destaque, de solucionar questões nos quais não dão as devidas atenções. 
E o mesmo ainda argumenta que a sociedade vem se conscientizando de que precisa participar dessas soluções e muitas organizações tem atuado com propriedade nesse sentido. Para superar os desafios que podem ameaçar sua existência e sua eficiência administrativa, tais entidades devem acrescentar as suas práticas de contabilidade novos instrumentos que assegurem o cumprimento dos seus objetivos institucionais, tais como: trabalhar por meio de redes sociais, criar mecanismos mais eficazes de controle que possibilitem avaliar o impacto das ações executadas e ganhar maior visibilidade divulgando o produto do trabalho realizado 
2.1.2 Demonstrações Contábeis. 
O conjunto completo de demonstrações contábeis exigidas para as empresas devem incluir, no mínimo, as seguintes demonstrações:
a) balanço patrimonial ao final do período;
b) demonstração do resultado do período de divulgação;
c) demonstração das mutações do patrimônio líquido para o período de divulgação;
d) demonstração dos fluxos de caixa para o período de divulgação;
e) notas explicativas compreendendo o resumo das políticas contábeis significativas e outras informações explanatórias.
As entidades do Terceiro Setor são incentivadas também a evidenciar informação sobre a conformidade com a legislação, regras ou outras regulamentações impostas externamente. Como por exemplo, as entidades imunes isentas de impostos e de contribuições para a Seguridade Social são requeridas, para gozo desses benefícios, a apresentarem outras demonstrações contábeis.
Segundo o Caderno de Procedimentos Aplicáveis à Prestação de Contas das Entidades do Terceiro Setor - FBC (2011) essas as entidades do Terceiro Setor podem apresentar informações adicionais para auxiliar os usuários na avaliação do desempenho da entidade e na sua administração dos recursos (ativos), assim como auxiliar os usuários a tomarem decisões e a avaliarem decisões sobre a alocação de recursos. Essa informação adicional pode incluir detalhes sobre os produtos, serviços e resultados da entidade na forma de (a) indicadores de desempenho, (b) demonstrativos de desempenho dos serviços prestados, (c) revisões de programas e (d) outros relatórios da gestão sobre as realizações da entidade durante o período evidenciado
Para esses casos, a utilização de modelos adotados por outras organizações, inclusive as que exploram atividades econômicas com finalidades lucrativas, pode ser válida. O terceiro setor depende, em grande parte, de sua resposta aos desafios do gerenciamento, uma vez que estas organizações não conseguem planejar adequadamente nem avaliar os resultados do seu trabalho (ESTADO, MERCADO E TERCEIRO SETOR, 2008).
As entidades sem fins lucrativos passaram a desempenhar papel de fundamental importância para o Brasil, na medida em que constituem parte da solução para os problemas sociais do desenvolvimento. A sociedade vem se conscientizando de que precisa participar dessas soluções e muitas organizações tem atuado com propriedade nesse sentido. (STERN, 2001)
Para superar os desafios que podem ameaçar sua existência e sua eficiência administrativa, as entidades devem acrescentar as suas práticas de contabilidade novos instrumentos que assegurem o cumprimento dos seus objetivos institucionais, e podemos destacar entre elas: trabalhar por meio de redes sociais, criando mecanismos mais eficazes de controle que possibilitem avaliar o impacto das ações executadas e ganhar maior visibilidade divulgando o produto do trabalho realizado. (SANTOS, 2010) 
Sandra de Andrade (2011), diz que o terceiro setor cresce em número e em qualidade, passa a contar no âmbito das políticas públicas, recebe atenção da mídia, mobiliza mais recursos e abre oportunidades de trabalho, acompanha e potencializa o processo de universalização dos direitos, dos deveres e da participação cidadã. No Brasil, o Terceiro Setor depende em grande parte, como se mencionou, de sua resposta aos desafios do gerenciamento. 
Quanto mais clara for a mensuração de todo o processo operacional da entidade, mais positivamente esta será vista, e com isso, mais recursos poderão ser arrecadados. Tendo a sua importância da transparência na contabilidade de recursos das ONG´s
2.2 Origem de Recursos 
	Para Szazi (2003)as ONGs recebem recursos para financiar as causas que dependem, é são para essas causas que os apoiadores destinam as suas doações. Para que todo o processo de prestação de contas seja feito de maneira eficaz, alguns elementos devem ser levados em consideração neste passo a passo sugerido por Monello (2014): 
1- Conscientização e envolvimento: As pessoas devem saber por que e como prestar contas; e, acima de tudo, querer prestar contas
2- Programas, projetos e ações: Definir, formatar e sistematizar todas as ações que serão o objeto da prestação de contas;
3- Elementos da prestação de contas: Definir os aspectos contábeis, jurídicos e institucionais que serão tratados e apresentados;
4- Formatação contábil e jurídica: Adequar o sistema contábil e fazer a revisão jurídica dos textos e elementos (estabelecimento dos indicadores de desempenho);
5- Avaliação dos resultados;
6- Auditoria externa independente;
7- Divulgação: Definir, junto com uma equipe especializada, os veículos nos quais serão divulgadas as contas da entidade;
8- Entrega do processo aos órgãos e parceiros envolvidos;
9- Obtenção do “posicionamento–resposta” do órgão envolvido: Ou seja, a Certidão de regularidade. 
2.3 Imunidade e Isenção 
Segundo a Instituição Pro Bono (2015) as entidades sem fins lucrativos representam hoje corpos intermediários entre o Estado e o indivíduo, e a existência delas é considerada fundamental para atender determinadas necessidades sociais, em muitos casos complementando as atividades do Estado. É por esta razão que hoje existe forte tendência por parte do Poder Público em fomentar cada vez mais a ampliação de entidades de interesse social. O fomento pelo Poder Público se dá de várias maneiras, sendo a principal delas a concessão de benefícios de ordem tributária e estes benefícios são imunidades ou isenções de tributos, decorrentes de disposições legais.
Paes (2004) descreve que os casos de imunidades estão previstos no texto da própria Constituição Federal, que veda a instituição de impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços de determinadas entidades, que atenda a certas condições consideradas indispensáveis pela lei para o seu reconhecimento. Por outro lado, as isenções decorrem de lei infraconstitucional e podem atingir quaisquer modalidades de tributos, seja na esfera federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
Já a imunidade tributária representa a exclusão da competência para instituir tributos relativos a determinados atos, fatos e pessoas, previstos na Constituição Federal. Tal exclusão consiste na limitação constitucional ao poder estatal de tributar, resultando na impossibilidade de se criarem impostos. Por considerar relevantes à sociedade as atividades desenvolvidas por determinadas entidades, o legislador exclui tais entidades do alcance da competência conferida à União, aos Estados, Distrito Federal e Municípios para instituir impostos.
A Constituição Federal em seu art. 150, VI, “c” indica as entidades imunes à tributação de seu patrimônio, renda ou serviços. São elas: 
(i) os partidos políticos; 
(ii) as fundações por eles instituídas; 
(iii) as entidades sindicais dos trabalhadores; 
(iv) as instituições de educação e 
(v) de assistência social, sem fins lucrativos.
Portanto a imunidade tributária deverá ser reconhecida administrativamente, mediante a comprovação de determinadas condições legais, e requerida junto às autoridades fiscais competentes para a concessão da imunidade desejada.
As condições legais para gozar de imunidade tributária segundo os requisitos do art. 14 do Código Tributário Nacional são proibidas de distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título, inclusive de remunerar seus dirigentes; devem aplicar integralmente, no país, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais; devem manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
2.4 Isenção – Requisitos do Art. 29 da Lei n.º 12.101/09
A entidade beneficente certificada faz jus à isenção do pagamento da contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social e das contribuições a cargo da empresa provenientes do faturamento e do lucro, destinadas à Seguridade Social, desde que atenda aos requisitos previstos em Lei.
I - não percebam seus dirigentes estatutários, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores remuneração, vantagens ou benefícios, direta ou indiretamente, por qualquer forma ou título, em razão das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos atos constitutivos. No entanto, não impede a remuneração aos diretores Manual de Procedimentos para o Terceiro Setor - Aspectos de Gestão e de Contabilidade para Entidades de Interesse Social 65 não estatutários que tenham vínculo empregatício e, ainda, a remuneração aos dirigentes estatutários, desde que recebam remuneração inferior, em seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a remuneração de servidores do Poder Executivo Federal
II - aplique suas rendas, seus recursos e eventual superávit integralmente no território nacional, na manutenção e desenvolvimento de seus objetivos institucionais; III - apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos relativos aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; IV - mantenha escrituração contábil regular que registre as receitas e despesas, bem como a aplicação em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas do Conselho Federal de Contabilidade; V - não distribua resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu patrimônio, sob qualquer forma ou pretexto; VI - conserve em boa ordem, pelo prazo de 10 (dez) anos, contado da data da emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus recursos e os relativos a atos ou operações realizados que impliquem modificação da situação patrimonial; VII - cumpra as obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária; VIII - apresente as demonstrações contábeis e financeiras devidamente auditadas por auditor independente legalmente habilitado nos Conselhos Regionais de Contabilidade quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite fixado pela Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006.
Barbosa (2003) relata que as isenções podem ser definidas como uma das espécies de exclusão do crédito tributário, ou, em outras palavras, uma espécie de renúncia fiscal. Isso quer dizer que o Estado pode tributar (diferente da imunidade, em que o Estado não pode, porque assim determinou a Constituição Federal), mas deixa de fazê-lo em função de razões específicas. Na isenção existe a obrigação de pagar, mas a autoridade pode, por algum motivo isentar o pagamento. 
Tendo assim que, as isenções tributárias se constituem num verdadeiro favor legal, que pode ser revogado pelo legislador infraconstitucional a qualquer momento. A figura da isenção está prevista no artigo 175, inciso I, do CTN, sendo abordada de forma mais profunda nos artigos 176 a 179. 
Existem várias formas e razões para concessão de isenção. Elas podem ser concedidas de forma gratuita ou onerosa, por tempo determinado ou indeterminado, podem abranger todo o território do ente tributante ou beneficiar apenas determinadas áreas, e ainda podem incidir sobre vários impostos ou apenas sobre um tributo específico.
2.5 Algumas Fontes de Captação de Recursos 
2.5.1 Lei Rouanet 
A Lei de Incentivo à Cultura, também chamada de Lei Rouanet (Lei nº 8.313/91), instituiu o Programa Nacional de Apoio à Cultura - PRONAC, cuja finalidade é a captação e canalização de recursos para os diversos setores culturais.
O art. 25 da Lei Rouanet estabelece que os projetos a serem apresentados para fins de incentivo deverão desenvolver: as formas de expressão; os modos de criar e fazer; os processos de preservação e proteção do patrimôniocultural brasileiro; os estudos e métodos de interpretação da realidade cultural, bem como contribuir para propiciar meios à população em geral que permitam o conhecimento dos bens de valores artísticos e culturais.
O PRONAC é constituído por três mecanismos de financiamento: o Fundo Nacional de Cultura (FNC), o Mecenato e a Fundos de Investimento Cultural e Artístico – FICART. O FICART está previsto para organização sob a forma de condomínio, sem personalidade jurídica, caracterizando comunhão de recursos destinados à aplicação em projetos culturais e artísticos.
Este mecanismo, no entanto, ainda não foi implantado. 
O FNC é um fundo proveniente de recursos públicos que permite ao Ministério da Cultura investir em projetos culturais, mediante celebração de convênios e outros instrumentos similares. O FNC financia até 80% do valor dos projetos; 20% é contrapartida do proponente.
2.5.2 Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) 
O CEBAS, dentro do atual cenário das políticas de educação existentes, é uma ação que contribui de maneira efetiva para o processo de inclusão social no país por meio da garantia de oferta de bolsas, integrais ou parciais, aos estudantes de Educação Básica ou Educação Superior, constituindo-se em uma política pública de acesso.
As entidades detentoras do CEBAS, se preenchidos os demais requisitos exigidos pela legislação tributária, podem desfrutar de isenção do pagamento das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração paga ou creditada aos seus empregados e trabalhadores avulsos, como também receber transferências de recursos governamentais a título de subvenções sociais, nos termos do art. 30 da Lei nº 12.465/11 (Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO).
O certificado CEBAS é um dos documentos exigidos pela Receita Federal para que as entidades privadas gozem da isenção da cota patronal das contribuições.
De acordo com a Lei n.º 12.101, de 2009, a certificação ou sua renovação será concedida à entidade beneficente que demonstre, no exercício fiscal anterior ao do requerimento, observado o período mínimo de 12 (doze) meses de constituição da entidade, o cumprimento do disposto nos itens de acordo com as respectivas áreas de atuação, e cumpra, cumulativamente, os seguintes requisitos: 
Ser constituída como pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto na Lei 12.101 de 2009 e ainda deverão obedecer ao princípio da universalidade do atendimento, sendo vedado dirigir suas atividades exclusivamente a seus associados ou a categoria profissional. 2) Prever, em seus atos constitutivos, em caso de dissolução ou extinção, a destinação do eventual patrimônio remanescente a entidade sem fins lucrativos congêneres ou a entidades públicas.
Com esses requisitos pode ser concedida o certificado ou sua renovação pois estando dentro dos mínimos exigidos. 
Documentos 
Para comprovar o atendimento aos requisitos definidos pela Lei nº 12.101/2009, e suas alterações, a entidade deve apresentar documentos e informações relativos à entidade mantenedora, assim como a todas as suas mantidas. São eles:
Entidade mantenedora:
· Comprovante de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
· Cópia da ata de eleição dos atuais dirigentes e do instrumento comprobatório de representação legal, quando for o caso;
· Cópia autenticada do ato constitutivo registrado no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas, na forma da lei, com identificação do Cartório em todas as folhas e transcrição dos dados de registro no próprio documento ou em certidão (Art. 3º, III, do Decreto nº 7.237, de 20/7/2010), comprovando que a entidade foi constituída e está em funcionamento há, no mínimo, doze meses. Em se tratando de fundações, deverá ser atendido o art. 62 do Código Civil Brasileiro – escritura pública do ato constitutivo;
· Relatório de atividades desempenhadas no exercício fiscal anterior ao requerimento, destacando informações sobre o público atendido e os recursos envolvidos;
· Plano de atendimento com concessão de bolsas, bem como as ações assistenciais e programas de apoio aos alunos bolsistas;
· Demonstrações contábeis e financeiras do exercício anterior ao do requerimento, compreendendo:
- Balanço Patrimonial assinado pelo representante legal da entidade e pelo contador, inscrito no Conselho Regional de Contabilidade (CRC);
- Demonstração do Resultado do Exercício assinada pelo representante legal da entidade e pelo contador, inscrito no CRC;
- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido assinada pelo representante legal da entidade e pelo contador, inscrito no CRC;
- Notas Explicativas do exercício anterior ao requerimento assinadas pelo representante legal da entidade e pelo contador, inscrito no CRC;
- Demonstração dos Fluxos de Caixa do exercício anterior ao requerimento assinada pelo representante legal da entidade e pelo contador, inscrito no CRC.
Entidade mantida (instituição de educação):
· ato de credenciamento da instituição de educação regularmente expedido pelo órgão normativo do sistema de ensino;
· relação de bolsas de estudo e demais ações assistenciais e programas de apoio a alunos bolsistas, com identificação precisa dos beneficiários (documentos protocolados a partir de 2011);
· documentos relativos ao processo de seleção de bolsistas e à análise do perfil socioeconômico;
· plano de atendimento, com indicação das bolsas de estudo e ações assistenciais, além dos programas de apoio a alunos bolsistas, durante o período pretendido de vigência da certificação;
· regimento ou estatuto;
· identificação dos integrantes do corpo dirigente, destacando a experiência acadêmica e administrativa de cada um;
· caso a entidade atue concomitantemente na área de assistência social, deve ser também apresentado o comprovante de inscrição das ações assistenciais desenvolvidas junto aos conselhos municipais ou do Distrito Federal e o comprovante de que as referidas ações são realizadas de forma gratuita, continuada e planejada; se o requerimento for de renovação, deverá ser apresentado o relatório de atendimento às metas definidas no plano de atendimento precedente. 
2.6 Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – Apae é uma associação civil, filantrópica, de caráter educacional, cultural, assistencial, de saúde, de estudo e pesquisa, desportivo e outros, sem fins lucrativos, com duração indeterminada, tendo sede e foro no município em que estiver situada.
	Possui autonomia administrativa e jurídica perante a administração pública e as entidades privadas, sendo vedada qualquer forma de vinculação que comprometa a filosofia e os objetivos do Movimento.
	A APAE integra-se, por filiação, à Federação Nacional das APAES, da qual recebe orientação, apoio e permissão para uso do nome, símbolo e sigla APAE, a cujo Estatuto adere e a cuja supervisão se submete.
	A APAE, após a filiação à Federação Nacional das APAES, será automaticamente considerada como filiada à Federação das APAES do Estado de Minas Gerais, a cujo Estatuto também adere e a cuja supervisão também se submete, passando a integrar o Conselho Regional das APAES onde se localiza geograficamente.
2.6.1 Público Alvo
	De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 14.5% da população tem algum tipo de deficiência. Em alguns Estados, no entanto, esse percentual sobe para 17% em função de fatores como pobreza, má alimentação, ausência de políticas de prevenção ou violência urbana.
	Durante muito tempo, foi utilizado o termo “Excepcional” para designar as pessoas deficientes mentais. Com o movimento pela inclusão, amparado pelo crescimento dos direitos humanos, passou-se a utilizar “pessoa com deficiência” de forma a torná-lo menos estigmatizado. Esta expressão acabou por se concretizar pela Declaração de Salamanca, em 1994, estando presenteem todos os documentos referentes ao assunto.
Desta forma, a expressão correta a ser utilizada é “pessoa com deficiência”, como sendo aquela que apresenta perda ou alteração de uma estrutura ou função psicológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade na forma e dentro da margem que se considera para um ser humano (FEAPAES-MG, 2010)
	As APAES têm por compromisso o empenho em fomentar e promover a qualidade de vida das pessoas com deficiência de forma que encontrem em sua comunidade os recursos necessários, a vida digna e o exercício da cidadania. Assim, procura em cada município, eliminar os fatores promotores de exclusão, ampliando a acessibilidade e o cumprimento de direitos.
	Segundo o Estatuto no artigo 11 relata que a APAE de Cáceres se integra por filiação, a Federação Nacional da APAES, de que recebe orientação, assessoramento e permissão para isso de nome, símbolo e sigla APAE, a cujo Estatuto adere. 
No inciso 2 diz que a concessão, a utilização e a permanência do direito de uso do nome, símbolo e a sigla Apae pela filiada estão condicionadas a observância do Estatuto, das Resoluções, do Regimento Interno e das decisões dos órgãos diretivos da Federação Nacional das Apaes e da Federação das Apaes dos Estados. E no inciso 3 relata que a Apae apresentará, anualmente, a Federação da Apaes do Estado, até o dia 30 de abril, relatório sucinto de suas atividades, plano de ações para o ano seguinte, indicando os pontos positivos e negativos encontrados em sua administração, no exercício. 
2.7 Contabilidade no Terceiro Setor 
A Contabilidade é a ciência social que visa o registro e o controle dos atos e fatos econômicos, financeiros e administrativos das entidades. Trata-se de um sistema de informação e avaliação destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto de contabilização. (BARROS, 2013)
A Contabilidade é o “método de identificar, mensurar e comunicar informação financeira, a fim de permitir decisões e julgamentos adequados por parte dos usuários”. E ressalta que a contabilidade tem como objeto de estudo o Patrimônio das Entidades, sejam elas entidades de fins lucrativos ou não. Tem como função Administrativa controlar o patrimônio visando demonstrar a sua situação em um determinado momento e como função Econômica visa apurar resultados a fim de demonstra-los periodicamente independente se positivos ou negativos. (IUDÍCIBUS; 2010, p. 24).
Marion (1997, p. 128) descreve que o principal objetivo da contabilidade que é:
permitir aos usuários a avaliação da situação econômica e financeira da entidade, num sentido estático, bem como fazer inferências sobre suas tendências futuras. Como principais funções estão: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico. 
A contabilidade se faz importante nesse processo de arrecadação de recursos pois, como essas entidades recebem recursos públicos e privados, é necessário fornecer aos seus usuários informações e relatórios contábeis que evidenciem as operações realizadas pelas organizações. (COAN e MEGIER, 2010). A contabilidade também atua como suporte à tomada de decisão e permite que os registros feitos sejam realizados de forma clara e consistente, de modo a possibilitar o cumprimento das exigências legais.
2.8 Prestação de Contas das Entidades do Terceiro Setor 
2.8.1 Conceito 
Olak e Nascimento (2006) define a Prestação de contas como um conjunto de documentos e informações disponibilizados pelos dirigentes das entidades aos órgãos interessados e autoridades, de forma a possibilitar a apreciação, conhecimento e julgamento das contas e da gestão dos administradores das entidades, segundo as competências de cada órgão e autoridade, na periodicidade estabelecida no estatuto social ou na lei. 
Milani Filho (2004) argumenta que a Prestação de contas efetivas e transparentes são os desafios do milênio para todos os tipos de organização, visto que, cada vez mais há disputa pela confiabilidade e credibilidade em qualquer que seja o campo de atuação. Para as organizações do Terceiro Setor, este princípio é uma premissa básica a ser cumprida em busca da credibilidade face à sociedade. 
Oliveira (2009) exemplifica que existem dois tipos de prestações de contas: a prestação de contas financeira, que tem como forma, ao destino, à distribuição e ao uso dos recursos financeiros das instituições, e a prestação de contas não financeira/ são que relatórios nos quais se relata o desenvolvimento das atividades realizadas pelas entidades. Nestes relatórios, devem conter e descrever como e o que foi realizado e para quem foram realizadas suas atividades, ou seja, o foco é no resultado. 
E o mesmo argumenta que o ato de prestação de contas das organizações sem fins lucrativos pode ser entendido como o ato da organização demonstrar que cumpriu sua missão, ou seja, fez aquilo que se propôs, aplicando corretamente os recursos a ela destinados, comprovando que realizou os encargos aos quais estavam sob sua responsabilidade, justificando o uso dos recursos obtidos através da confrontação de suas receitas e despesas, atendendo às exigências morais, legais e contábeis. 
No entanto, se observa que ainda não existe uma preocupação por parte de algumas entidades desse setor no aspecto das divulgações contábeis financeiras e não financeiras, pois, muitas ainda não perceberam o caráter público que as envolvem e as motivem a cultivar a transparência. No entanto, esse cenário está em rápida transformação, visto que essa ausência de transparência faz com que a sociedade em geral não conheça as ações sociais de tais entidades, não conseguindo, assim, o fomento necessário para o seu crescimento, e em muitos casos para sua subsistência (FALCONER, 1999).
Na prestação de contas, o conjunto destas normas possibilita a entidade elaborar um conjunto de demonstrações contábeis que deve incluir, de uma forma abrangente, as seguintes demonstrações: Balanço Patrimonial; Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício; Demonstração das Mutações do Patrimônio Social; Demonstrações dos Fluxos de Caixa; e Notas Explicativas.
2.8.2 Elementos que compõe a Prestação de Contas 
	
Para o Conselho Federal de Contabilidade (2013), as entidades sem fins lucrativos têm como obrigação prestar contas diante da exigência de órgãos e autoridades interessados. Os elementos que compõe na prestação de contas são: 
a) Relatório de Atividades: São caracterizados por ser um documento circunstanciado dos trabalhos desenvolvidos no período da gestão e deve ser acompanhado de elementos que comprovem a efetiva realização, de acordo com as finalidades estatutárias da entidade. Um relatório para período da gestão ou exercício financeiro deve ser elaborado, independente de englobar vários exercícios.
A periodicidade deste relatório pode englobar mais de um exercício financeiro, sendo recomendável que englobe todo o período de gestão analisado. Que a linguagem nele utilizada deve ser simples, de modo que possa ser compreendido pelos usuários e que evidencie se a entidade está cumprindo os fins para o qual ela foi criada. Sendo que este relatório não deve ser um relatório complexo a menos que assim o seja solicitado pelo órgão que irá analisá-lo. 
O CFC (2006) relata que deve ter os seguintes elementos como programas realizados pela entidade, o número de beneficiados pelos programas, os meios utilizados para atingir as finalidades propostas, entre outras informações.
b) Demonstrações Contábeis: As demonstrações contábeis destas entidades que apresentem algumas demonstrações como o Balanço Patrimonial é composto de ativos, passivos e patrimônio líquido, a Demonstração do Superávit ou Déficit do Exercício, a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido apresenta o resultado da entidade para um período contábil; os itens de receita e despesa reconhecidos diretamenteno patrimônio líquido no período; os efeitos das mudanças de práticas contábeis e correção de erros reconhecidos no período; os aumentos ou diminuições nos fundos estatutários eventualmente existentes; e as dotações integralizadas pelos associados. 	
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recursos, que atualmente encontra-se substituída pela Demonstração dos Fluxos de Caixa evidencia o fluxos de caixa das atividades operacionais, há dois métodos à serem interpretados: o método direto, o qual apresenta as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos, e o método indireto, o qual caracteriza por apresentar o fluxo de caixa líquido oriundo d movimentação líquida das contas que influenciam na determinação dos fluxos de caixa das atividades operacionais, investimentos e de financiamentos. 
Nas Notas Explicativas deverão estar evidenciadas, o resumo das principais práticas contábeis e os critérios de apuração do total das receitas, das despesas, das gratuidades, das doações, das subvenções e das aplicações de recursos, bem como da mensuração dos gastos e despesas relacionadas com a atividade. Portanto, as demonstrações contábeis trazem informações necessárias, que permite a compreensão da estrutura patrimonial das entidades, para que os gestores possam administrar com competência as atividades dessas entidades.
Tais demonstrações devem ser elaboradas por profissional contábil habilitado pelo representante legal da entidade. Deve ainda, estar de acordo com os Princípios Fundamentais Contábeis e também conforme as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis ao Terceiro Setor.
c) Informações Bancárias: Segundo o Conselho Federal de Contabilidade as informações bancárias podem ser exigidas em dois níveis. O primeiro exige uma relação das contas bancárias que a entidade possuir, identificando qual o banco correspondente, o número da conta, a agência e o tipo de conta (corrente ou poupança). 
O segundo nível exige-se cópias de extratos bancários emitidos pelo banco de modo a evidenciar os saldos das contas bancárias, na data do término do exercício, acompanhada de conciliação. 
d) Inventario Patrimonial: Este documento apresenta quais são os bens móveis e imóveis da entidade. Devem ser identificados com suas características, data de incorporação ao patrimônio, o modo pelo qual foram adquiridos, o local em que se encontram, seu valor, e são de propriedade ou de posse da entidade.
Os bens constantes no inventário patrimonial devem estar de acordo com os bens que compõem o ativo permanente do Balanço Patrimonial da instituição. Os bens pertencentes à entidade, mas que se encontram com terceiros, ou os bens de terceiros que se encontram em poder da entidade devem ser relacionados à parte.
e) Declaração de Informações Econômico - Fiscais da Pessoa Jurídica- DIPJ: A elaboração e entrega da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) é obrigatória para todas as Entidades de Interesse Social. A inobservância dessa obrigação impõe restrições aos benefícios conquistados pela entidade, como a perda da imunidade ou da isenção, o que pode gerar passivo tributário e inviabilizar a continuidade da entidade. Na prestação de contas, devem estar apensadas todas as fichas que compõem a DIPJ e o recibo de entrega ou transcritas as informações solicitadas nos campos apropriados do programa utilizado pelo órgão em questão.
f) Relação Anual de Informações Sociais – RAIS: A Relação Anual de Informações Sociais- RAIS apresenta ao governo informações relativas à atividade trabalhista da empresa ou entidade, o período de sua entrega geralmente ocorre em janeiro ou fevereiro do ano seguinte ao ano base. 
As informações nela contidas devem ser entregues na prestação de contas assim como a DIPJ, além disso, deve-se também apresentar o recibo de entrega. Importa ressalvar que ainda que a entidade não possua funcionários, deve ser entregue a RAIS negativa. 
g) Parecer do Conselho Fiscal: O parecer de um conselho fiscal depende da previsão estatutária de cada entidade. Assim, o parecer fiscal é obrigatório desde que conste no instrumento pelo qual a entidade é regida. Caso não haja esta previsão, cabe sempre ao órgão deliberativo máximo da entidade a aprovação final da prestação de contas realizada internamente. 
h) Parecer de Relatório de Auditoria independente: O relatório de auditoria independente pode ou não ser uma exigência à entidade sem fins lucrativos, tal exigência pode se dar pelo Poder Público ou ainda decorrer de uma previsão estatutária. Caso ela exista, o relatório e parecer devem acompanhar a prestação de contas, apresentando as eventuais mudanças necessárias, em especial as que tratam a respeito do controle interno. 
Para Mendes (1999), a dificuldade inicial para a caracterização e escolha das ONGs é que não existe uma classificação oficial que diferencie e estratifique os diversos segmentos formados por entidades sem fins lucrativos no Brasil. Segundo o autor, usa-se como referência, classificação e caracterização a legislação vigente e as terminologias adotadas. 
Landim e Fernandes (2000) definem Entidades Sem Fins Lucrativos como instituições privadas com propósitos específicos de provocar mudanças sociais, que seria o ato fim e cujo patrimônio (ato meio) é constituído, mantido e ampliado a partir de contribuições, doações e subvenções e que, de modo algum, se reverte para seus membros ou mantenedores.
Araújo (2005) percebeu que devido à variedade de grupos das organizações, que estas administram recursos das mais variadas fontes, que nem sempre são constantes, pois decorrem dos conceitos de cidadania e responsabilidade social, prestando serviços de diversas naturezas, tendo seus gestores, cada um com seu estilo gerencial, que se utilizar de artefatos de gestão adaptados a essa realidade. 
2.8.3 Características de entidades sem fins lucrativos. 
Definir as entidades sem fins lucrativos não é tarefa fácil, como também classificá-las em grupos homogêneos requer um esforço muito grande. Segundo Olak e Nascimento (2006), além da abordagem legal as entidades sem fins lucrativos são classificadas sob três óticas distintas:
I- Quanto as atividades que desempenham:
Sob esta ótica, são analisados aspectos comuns relacionadas as múltiplas atividades que desempenham, registrando:
· Entidades de caráter beneficente, filantrópico e caritativo;
· Entidades de assistência à saúde;
· Entidades religiosas;
· Entidades de caráter educacional, cultural, instrutivo, cientifico, artístico e literário;
· Entidades sindicais;
· Sociedades cooperativas.
II- Quanto a origem dos recursos financeiros e materiais: 
As contribuições, doações e subvenções constituem-se nas principais fontes de recursos das entidades. Algumas destas entidades sobrevivem, ainda, de taxas cobradas da comunidade, sócios e associados por serviços prestados.
Portanto, considerando as premissas acima, pode-se estruturar um outro tipo de classificação:
a) Entidades que dependem fundamentalmente das subvenções governamentais;
Estas entidades são consideradas de utilidade pública, portadoras do Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos, concedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social.
 b) As que não dependem de subvenções governamentais.
Trata-se daquelas entidades que tem como principais fontes de recursos as contribuições, doações, a cobrança de taxas de serviços dos sócios, associados e da comunidade em geral.
III- Quanto a extensão dos benefícios sociais.
De uma forma geral, as entidades sem fins lucrativos têm por finalidade principal provocar mudanças nos indivíduos e na sociedade. Algumas entidades são constituídas para atender a toda a sociedade, tendo como intuito colaborar com o poder público, quer no campo educacional, quer no campo assistencial. 
Outras restringem seus benefícios aos sócios ou associados ou mesmo aos seus dependentes, não tendo acesso a essas entidades pessoas que não fazem parte do seu quadro social.
Olak e Nascimento (2006) descrevem que existem dois tipos de entidadessem fins lucrativos quanto a extensão dos benefícios sociais:
a) As que prestam serviços a toda a comunidade irrestrita e incondicionalmente.
As igrejas são exemplos típicos de entidades que prestam serviços a toda a comunidade irrestrita e incondicionalmente. Todos têm acesso aos cultos e as cerimônias religiosas, de forma indiscriminada.
b) As que restringem seus benefícios apenas ao seu quadro social.
São exemplos de entidades que restringem seus benefícios ao seu quadro social: associações classistas, entidades sindicais, entidades de recreação e lazer (clubes) entre outros. O acesso a estas entidades e exclusivo aos associados. 
2.9 Transparência 
Com a crescente obrigação de prestar contas, por motivos legais ou morais há um instituto maior; transparecia ou accuntabilitity. Assim, a obrigação de prestar contas das entidades sem fins lucrativos deve ser algo transparente.
De acordo com Scheffer (2013), transparência significa disponibilização de informações que façam sentido para a sociedade, e o que faz sentido para o cidadão é saber se suas necessidades e problemas serão atendidos, em quanto, a que tempo e com que custo. 
A accountability pode ser definida segundo Nakagawa (1987, p.17), como a “obrigação de prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poderes”. E continua dizendo que a transparência das contas das entidades do Terceiro Setor tem ganhado destaque na sociedade atual, ainda que em decorrência de escândalos relacionados à ausência de prestação de contas ou ausência de transparência na apresentação das mesmas. 
Coelho (2005, p. 172) menciona que: 
menciona que quando uma organização do terceiro setor é considerada “accountable, isso significa que ela é idônea, que presta contas aos seus membros ou à comunidade a que serve e que está estreitamente vinculada aos interesses destes, preservando sua reputação e idoneidade”. 
A expressão Accountability deriva de ad + computare, que pode ser traduzido como prestar contas, dar satisfação a, corresponder à expectativa. Sendo assim, para fins deste estudo o termo não será traduzido de forma isolada ou descontextualizada, antes será apreendido a partir de uma realidade que envolve relações de transparência e atendimento de expectativa. (HEIDEMANN 1998) 
Abrucio e Loureiro (2004) observam que dentro da proposta da reforma do estado a inserção do conceito de accountability, possibilita o “aperfeiçoamento das instituições estatais podendo atender ao mesmo tempo a melhoria do desempenho dos programas governamentais e sua maior transparência, e a responsabilização do poder público frente à sociedade”. 
Coelho (2005, p. 173) diz que: 
A transparência na prestação de contas torna-se importante a fim de se evitar que a entidade do Terceiro Setor se perca quanto a sua finalidade social. É um instrumento útil no combate à ocorrência de atos e fatos não condizentes com missão da entidade e também serve como inibidor de gestões fraudulentas. 
Com isso podemos dizer que a transparecia tinha uma grande importância as entidades do terceiro setor e sem perder tempo na real finalidade, e tendo como utilidade um instrumento para combater atos e fatos que possam inibir a gestões fraudulentas. 
De acordo com Silveira e Borba (2010), como forma de demonstrar à sociedade a importância dos projetos realizados pela entidade, a sua adequação na evidenciação na prestação de contas pode ser considerada como índice de transparência para estas organizações.
Para França (2007), a transparência no Terceiro Setor parte do pressuposto de que os recursos colocados à disposição dos gestores devem ser informados de forma sistemática, transparente e de livre acesso por parte de seus financiadores.
Com isso Baptista (2006) afirma que a transparência na prestação de contas tem por finalidade promover a aproximação das entidades do Terceiro Setor aos diferentes públicos aos quais se destinam suas atividades, já que “hoje em dia, não se trata mais de uma simples questão de capitanear pessoas para uma determinada causa”, mas de buscar aliar recursos humanos, materiais e financeiros em prol de causas sociais.
Segundo Milani (2009), a transparência e a prestação de contas tornaram-se elementos essenciais para a própria sobrevivência das entidades, uma vez que estão inseridas em um ambiente competitivo por recursos que são financeiros e não financeiros. Ainda segundo o autor, aqueles que atenderem melhor as necessidades dos doadores terão maior probabilidade de captação desses recursos.
A transparência no Terceiro Setor deve partir do pressuposto de que os recursos colocados à disposição dos gestores devem ser informados sistematicamente, através de canais de comunicação transparente e de livre acesso por parte de seus financiadores. Além disso, espera-se que os recursos sejam bem aplicados, para isso se faz necessário um sistema de controle que possa monitorar os resultados obtidos, permitindo, desta forma, verificar se a aplicação desses recursos atingiu seu objetivo. (ALMEIDA, 2002). 
A contabilidade possui diversos usuários, com propósitos diferentes e o objetivo da evidenciação vai depender da utilidade da informação para cada usuário, por isso, o mais indicado é a apresentação de relatórios diferentes com finalidades específicas. A informação contábil é recebida pelos usuários, que necessitam da mesma para a tomada de decisão através da comunicação (IUDICIBUS, 2002). 
A evidenciação contábil é quem permite essa comunicação entre a instituição e os usuários da contabilidade e a comunicação total ocorre quando a contabilidade dá a sua opinião, um retorno aos usuários. Dentro de um contexto administrativo financeiro e de gestão, pode-se dizer que a informação contábil tem grande importância na manutenção organizacional das entidades do terceiro setor. (COSTA, 1992). 
Para Neto (2013) mediante os demonstrativos contábeis que uma entidade apresento o seu desempenho, determinando o sucesso ou fracasso da mesma. Pode-se dizer que a ciência contábil e seus relatórios constituem uma ferramenta gerencial bastante útil para qualquer tipo de entidade, auxiliando os gestores na tomada de decisões, e fornecendo transparência na gestão, para que não haja dúvidas quanto ao uso dos recursos. 
Quem ainda argumenta que os métodos de evidenciação contábil são utilizados por qualquer tipo de organização, para a obtenção de seus objetivos, onde é evidenciada a situação patrimonial, econômica e financeira que auxilia os gestores no processo decisório tanto nas entidades com ou sem fins lucrativos. 
A vantagem de uma entidade do terceiro setor fazer uso da ciência contábil e de seus demonstrativos é que a mesma possui um melhor controle do seu patrimônio, das suas receitas e despesas, conhecendo ao final de cada exercício o seu resultado econômico, seja um déficit ou um superávit. (NETO, 2013)
E o mesmo argumenta que a ideia de que a contabilidade só é importante para as entidades com fins lucrativos é bastante ultrapassada. A contabilidade deixou de ser algo obrigatório, não apenas uma imposição do governo, mas uma ferramenta de gestão, que auxilia os gestores na tomada de decisão.
3 MÉTODO DE PESQUISA 
Quando a natureza da pesquisa foi básica, que objetiva gerar conhecimentos novos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista e envolve verdades e interesses universais 
3.1 Classificação de Pesquisa 
3.1.1 Quanto ao Problema 
Classificado como qualitativa pois busca levantamento de opinião, as atitudes e hábitos de pequenos grupos, selecionando de acordo com perfis determinados. Richardson (1999) diz que a pesquisa qualitativa pode descrever a complexidade de determinado problema, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais. 
Durante todo o desenvolvimento do trabalho, o autor estará em constante contato com o objeto de estudo, no caso a instituição, obtendo maiores conhecimento sobre o financeiro da APAE, para assim realizar o que foi proposto nos objetivos.
3.1.2 Quantoaos Objetivos 
Trata-se de uma pesquisa descritiva, onde Gil (1999) diz que tem como principal objetivo descrever características de determinar população ou fenômeno do estabelecimento de relações entre as variáveis. Nesse caso, descrever significa identificar, relatar, comparar, entre outros aspectos. 
 3.1.3 Quanto aos Procedimentos 
Gil (1999) argumenta que o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou poucos objetivos, de maneira a permitir conhecimento amplo e detalhado do mesmo, onde realiza-se um estudo profundo na instituição no sentido de ver realmente o que possa ser melhorado, sugerir técnicas para melhorias no setor financeiro e prevenir possíveis erros. 
Yin (2002) diz que o estudo de caso tem como importância, permitir uma investigação para se preservar as características holísticas e significativas dos eventos da vida real. Para Bruyne (1977), o estudo de caso permite que o pesquisador vá ao encontro dos fatos empíricos e proponha uma análise intensiva. Mas no sentido mais operacional, Chizzotti (2005), afirma que o estudo de caso pode designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados que, após ordenados e relatados permitem tomada de decisão ou a proposição de uma ação transformadora. 
3.2 Execução de Coletas de Dados
A execução da coleta será aplicação de questionário, que é um instrumento que possibilita a obtenção de um grande número de dados, com respostas rápidas e precisa. Vieira (2009) argumenta que o questionário é um instrumento de pesquisa constituído por uma série de questões sobre um determinado tema. O apresentado aos participantes da pesquisa, chamado de respondente e ao e entregue o questionário preenchido. 
Lakatos e Marconi (1995) diz que o questionário deve ser constituído por um conjunto ordenados de perguntas “que devem ser respondidas sem a presença do entrevistador podendo assim atingir um maior número de pessoas e obtendo respostas mais rápidas e precisas. 
O questionário também possui alguns inconvenientes, dentre os quais podem ser citados: o anonimato não assegura a sinceridade das respostas obtidas; ele envolve aspectos como qualidade dos interrogados, sua competência, franqueza e boa vontade; os interrogados podem interpretar as perguntas da sua maneira; alguns temas podem deixar as pessoas incomodadas; há uma imposição das respostas que são predeterminadas, além de poder ocorrer um baixo retorno de respostas (LAVILLE & DIONNE, 1999) 
Para complemento de informações referente ao tema proposto, necessário se fez uma breve entrevista com o respondente da pesquisa.
3.3 Tratamento e Análise de Dados 
Gil (2010) relata que na parte de coleta de dados devem ser analisados a fim de dar sustentação para as respostas do problema proposto além disso o mesmo diz que a coleta precisa ser mais ampla. Foi utilizado a análise de conteúdo é uma técnica de pesquisa e, como tal, tem determinadas características metodológicas: objetividade, sistematização e inferência.
Minayo (2007) relata que análise de conteúdo do ponto de vista operacional, a mesma inicia pela leitura das falas, realizada por meio das transcrições de entrevistas, depoimentos e documentos. Geralmente, todos os procedimentos levam a relacionar estruturas semânticas (significantes) com estruturas sociológicas (significados) dos enunciados e articular a superfície dos enunciados dos textos com os fatores que determinam suas características: variáveis psicossociais, contexto cultural e processos de produção de mensagem. Esse conjunto analítico visa a dar consistência interna às operações. 
 
4 ANÁLISE DE DADOS 
Com base no referencial teórico, teve início a pesquisa. Posteriormente foi aplicado, o questionário. 
4.1 – Questionário 
O questionário foi composto por 23 questões, tendo como respondente o secretário Douglas Felix da Silva que contribuiu para que fosse construída a conclusão da presente monografia. As análises seguem abaixo.
Foi perguntado se a APAE possui parcerias com instituições ou órgãos da cidade, e como resposta tem-se que a mesma recebe recursos de empresas privadas, uma parcela do governo do Estado, Prefeitura, de pessoas físicas e de outros órgãos como Fórum, Receita Federal, Rotary e entre outros. 
Fontanella (2001) e Camargo et al. (2001) sugerem que a organização sem fins lucrativos desenvolva um projeto, no qual será definido de maneira clara e motivadora o público beneficiário da organização e a causa a ser atendida. As empresas privadas que tenham interesse em apoiar financeiramente a organização, verificará se a equipe técnica está habilitada a “gerir” o projeto, e se os possíveis riscos já foram previstos. 
Para algumas empresas é muito importante que o projeto atinja os objetivos propostos, para que, ao se associar com determinada organização, a empresa privada não seja associada a eventual fracasso ou até erro de determinada ação social.
Para ter um bom uso dos recursos que são arrecadados é preciso de um sistema de informação que segundo Moscove, Simkin e Bagranoff (2002), diz que “um sistema de informações é um conjunto de subsistemas inter-relacionados que funcionam em conjunto para coletar, processar, armazenar, transformar e distribuir informações para fins de planejamento, tomada de decisões e controle”. Com relação a este item foi perguntado como é o sistema de informação da APAE e teve como resposta que a instituição possui sistemas individualizados como controle de caixa, contas a pagar, controle patrimonial e entre outros. As informações são extraídas das informações geradas pela contabilidade e outros relatórios gerados internamente.
A contabilidade da instituição e terceirizada, todos os dados e gastos que são gerados são levados para o escritório de contabilidade, tendo este como responsabilidade gerar todos os relatórios exigidos e necessários para serem divulgados. Os relatórios são encaminhados para instituição, a mesma faz a divulgação interna, colocando em murais para que todos tenham acesso do que foi feito com os recursos adquiridos no ano e como foram feitas as devidas destinações.
Visando saber quais os meios utilizados para melhor gestão, foi informado que há o uso do planejamento estratégico. Oliveira (2002) descreve que o planejamento não é uma previsão, predição, planos ou resolução de problemas, planejamento, e sim, deve ser entendido como um processo desenvolvido para alcançar uma situação desejada de modo mais eficiente, eficaz e efetivo. Chiavenato (2001) ainda complementa dizendo que o planejamento é uma “função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos a alcançar e o que deve ser feito para alcançá-los”
Para Chiavenato e Sapiro (2003), o planejamento estratégico consiste na determinação de estratégias organizacionais em que se busca a inserção da organização e de sua missão no ambiente em que ela está atuando, devendo maximizar os resultados e minimizar as deficiências, utilizando princípios de maior eficiência, eficácia e efetividade.
Kaplan e Norton (2001) destacam que as organizações não lucrativas têm dificuldade de definir com clareza a sua estratégia. Dessa forma, a maioria de seus planos estratégicos traz uma lista de programas e iniciativas e não os resultados que pretende atingir, de tal forma que a missão e a visão da organização não se mostram articuladas. 
As entidades devem possuir duas estratégias básicas definidas: quem são seus clientes e o valor que a organização representa para eles, pois nenhuma dessas entidades inicia com seu produto, mas com o fim, que é a satisfação do seu cliente. Dessa forma, o planejamento estratégico de organizações sem fins lucrativos deve ser um fluxo iniciado primeiramente com uma revisão externa, e, a seguir, por uma revisão interna da entidade. (KAPLAN E NORTON 2001). 
Com relação a contabilidade, o coordenador financeiro aponta que a contabilidade auxilia a prestação de contas, como diz Machado (2007), “Uma contabilidade precisa e bem apresentada dá visibilidade às atividades de uma

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