Buscar

Unidade III - Ciclo operacional - Estrutura de capital

Prévia do material em texto

1/11 
 
Capital de Giro 
Conceito de Capital de Giro 
Para seu funcionamento, as empresas utilizam recursos materiais de renovação lenta (imóveis, instalações, máquinas, 
equipamentos), denominados capital fixo ou permanente, e recursos de rápida renovação (dinheiro, créditos, estoques) que formam 
seu capital circulante ou capital de giro, também chamado de ativo corrente. 
 
Capital de giro, portanto, é o ativo circulante que sustenta as operações do dia-a-dia da empresa e representa a parcela do 
investimento que circula de uma forma a outra, durante a condução normal dos negócios. Assim, 
 
 
 
Uma administração ineficiente do capital de giro poderá afetar de forma dramática o fluxo de caixa da empresa. O volume de capital 
de giro utilizado por uma empresa depende de seu volume de vendas, de sua política de crédito comercial e do nível de estoques que 
ela precisa manter. Duas considerações muito importantes na administração do capital de giro são os ciclos econômicos e a 
sazonalidade específica de determinados negócios. 
 
As indústrias normalmente possuem maior proporção de ativos permanentes em relação aos ativos totais, e tendem a concentrar-se 
nas necessidades de caixa a longo prazo; as empresas comerciais trabalham com maior percentagem de capital de giro e 
concentram-se principalmente nas contas a receber e nos estoques, buscando mais os financiamentos a curto prazo; as empresas de 
serviço, por sua vez, possuem poucos ativos permanentes e enfocam basicamente as contas a receber. 
 
O capital de giro necessita de recursos para seu financiamento, como acontece com o capital permanente. Assim, quanto maior for o 
capital de giro, maior será a necessidade de financiamento, seja com recursos próprios, seja com recursos de terceiros. 
 
Análise de Liquidez 
A liquidez de uma empresa é medida pela capacidade que ela possui para satisfazer suas obrigações de curto prazo, nas datas dos 
vencimentos. A liquidez refere-se à solvência da situação financeira global da empresa – a facilidade com a qual ela pode pagar suas 
contas. 
 
Os principais indicadores para análise de liquidez são: 
• capital de giro líquido (CGL); 
• índice de liquidez corrente (ILC); 
• índice de liquidez seca (ILS); 
• participação das disponibilidades (PD); 
• participação de contas a receber (PCR); 
• participação dos estoques (PE); 
• índice de financiamento (IF). 
A interpretação desses índices pode ser feita comparando-os com os de outras empresas do mesmo ramo, e/ou analisando sua 
evolução ao longo do tempo na própria empresa. 
CAPITAL DE GIRO = ATIVO CIRCULANTE 
2/11 
 
Capital de Giro Líquido (CGL) 
Também chamado de capital circulante líquido, corresponde à diferença aritmética entre o ativo circulante e o passivo circulante e 
representa a medida da liquidez da empresa, refletindo sua capacidade de gerenciar as relações com fornecedores e clientes. Logo: 
 
 
 
O passivo circulante representa os financiamentos (fontes de recursos) a curto prazo da empresa, pois inclui todas as dívidas que 
terão seu vencimento (e deverão ser pagas) em um ano ou menos. 
 
O objetivo da administração financeira a curto prazo é gerir cada um dos itens do ativo circulante (caixa, bancos, aplicações 
financeiras, contas a receber, estoques etc) e do passivo circulante (fornecedores, contas a pagar, empréstimos etc.), a fim de 
alcançar um equilíbrio entre lucratividade e risco que contribua positivamente para aumentar o valor da empresa. Um investimento 
alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade, enquanto um investimento baixo demais aumenta o risco de a empresa não 
poder honrar suas obrigações nos prazos pactuados. Ambas as situações conduzem à redução do valor da empresa. 
 
Quando o valor do ativo circulante supera o do passivo circulante, significa que a empresa possui CGL positivo. Nessa situação mais 
comum, o CGL representa a parcela dos ativos circulantes da empresa financiada com recursos a longo prazo (soma do exigível a 
longo prazo com patrimônio líquido), os quais excedem as necessidades de financiamento dos ativos permanentes. 
 
Quando o valor do ativo circulante é menor que o do passivo circulante, significa que a empresa possui CGL negativo. Nessa 
situação menos usual, o CGL é a parcela dos ativos permanentes da empresa que está sendo financiada com passivos circulantes, ou 
seja, com capitais de curto prazo, o que denota um quadro de risco. 
 
De forma geral, a maioria das empresas não consegue conciliar com precisão as entradas (principalmente) e as saídas de caixa. Por 
isso, os ativos circulantes precisam exceder os passivos circulantes, ou seja, uma parcela dos ativos circulantes é freqüentemente 
financiada com fundos de longo prazo. 
 
Geralmente, entende-se que quanto maior for o CGL de uma empresa, menor será o seu risco, porque sua liquidez reduz a 
probabilidade de que ela se torne tecnicamente insolvente. Tal premissa, entretanto, pode ser equivocada, pois um CGL muito alto 
significa que expressivos fundos de longo prazo estão financiando parte dos ativos circulantes. Como os custos desses recursos a 
longo prazo são sempre mais elevados que os de curto prazo, a empresa poderá vir a enfrentar problemas financeiros. 
 
Índice de Liquidez Corrente (ILC) 
Indica a capacidade da empresa para liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo. Como ele estabelece a relação entre 
ativo circulante e passivo circulante, preferencialmente deve ser sempre maior que 1 (um), isto é, quanto maior for o índice, mais 
confortável será a situação financeira da empresa. 
 
 
 
 
 
Como esse índice considera todos os valores incluídos no ativo circulante, ele não faz diferenciação sobre a qualidade dos 
componentes desse ativo. Em outras palavras, atribui aos estoques a mesma liquidez de caixa, bancos e aplicações financeiras de 
curto prazo, ou seja, os estoques, em caso de necessidade, seriam prontamente transformados em dinheiro. 
Tomando-se o inverso do ILC da empresa, subtraindo-se o quociente resultante de 1 (um) e multiplicando-se a diferença 
obtida por 100 (cem), obter-se-á a percentagem pela qual o ativo circulante pode ser diminuído, sem tornar impossível para a empresa 
cobrir seu passivo circulante. 
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO = Ativo Circulante – Passivo Circulante 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE = 
 Ativo Circulante 
 Passivo Circulante 
3/11 
 
Exemplo: 
ATIVO CIRCULANTE = R$ 1.360.000,00 PASSIVO CIRCULANTE = R$ 850.000,00 
 
Então, ILC = 1.360.000,00 => 
 850.000,00 
 
 
Logo, [ 1 – (1 / 1,6) ] X 100 = 
 
Ou seja, a empresa poderia reduzir em até 37,5% o seu ativo circulante e ainda assim manteria seu passivo circulante coberto pelo 
capital de giro. 
 
Índice de Liquidez Seca (ILS) 
Avalia a capacidade da empresa para liquidar seus compromissos financeiros de curto prazo, considerando seus ativos de maior 
liquidez, ou seja, excetuando o item Estoques. 
 
 
 
 
 
Como acontece com o índice de liquidez corrente, o valor ideal desse índice depende do setor em que a empresa atua e de suas 
características operacionais. Por exemplo, uma empresa com forte sazonalidade em suas vendas terá um índice de liquidez seca 
baixo no período em que precisa carregar altos volumes de estoques, sem que isso represente um sinal de ameaça para seu quadro 
financeiro. 
 
 
Participação das Disponibilidades 
Indica a representatividade das disponibilidades financeiras (caixa, bancos, aplicações financeiras de curto prazo) na estrutura do 
capital de giro. Nas empresas que recebem os valores correspondentes às suas vendas antes do pagamento das compras, como 
normalmente acontece no setor varejista, esse índice tende a ser elevado. 
 
 
 
 
 
 
Participação das Contas a Receber 
Mostra a participação da carteira de duplicatas a receber daempresa sobre o total do capital de giro. Quando é muito alto, pode 
significar que a empresa está adotando uma política agressiva de concessão de crédito comercial ou, por outro lado, que ela enfrenta 
problemas de altos índices de inadimplência por parte dos clientes. 
 
 
 
 
ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA = (Ativo Circulante − Estoques) 
Passivo Circulante 
 
ILC = 1,6 
 37,5% 
PARTICIPAÇÃO DAS DISPONBILIDADES = DIsponibilidades 
Ativo Circulante 
 
PARTICIPAÇÃO DAS CONTAS A RECEBER = 
 Contas a Receber 
Ativo Circulante 
 
4/11 
 
Participação dos Estoques 
Representa o peso dos estoques em relação ao capital de giro. Um índice elevado pode significar excessivo investimento em 
estoques, o que nem sempre é sinônimo de boa administração desse importantíssimo item do capital de giro. 
 
 
 
 
 
Índice de Financiamento 
Esse parâmetro informa qual é o percentual do capital de giro que está suportado por empréstimos bancários e financiamentos. Um 
índice baixo pode indicar que a empresa está utilizando, principalmente, financiamento dos fornecedores em lugar de linhas de crédito 
bancário. Também pode refletir uso normal de financiamento de fornecedores ao lado de uma boa situação de caixa que lhe permite 
dispensar os financiamentos bancários. 
 
 
 
 
 
Necessidade de Capital de Giro 
O correto dimensionamento da necessidade de capital de giro é um dos maiores desafios do administrador financeiro. Elevado volume 
de capital de giro irá desviar recursos financeiros que poderiam ser aplicados nos ativos permanentes da empresa. Todavia, capital de 
giro muito reduzido restringirá a capacidade de operação e de vendas da empresa. A necessidade de capital de giro pode ser 
estimada de dois modos: 
• com base no ciclo financeiro ou 
• com utilização dos demonstrativos contábeis (balanço patrimonial) 
 
Cálculo com Base no Ciclo Financeiro 
Esse método é aplicável a uma empresa em fase de implantação, por ainda não dispor de demonstrações contábeis. A necessidade 
de capital de giro corresponde ao caixa operacional, ou seja, ao montante mínimo de recursos financeiros necessários para garantir 
a operacionalidade da empresa. Trata-se de uma forma simples de se efetuarem os cálculos, pois o método pressupõe que as 
despesas projetadas anuais são uniformemente distribuídas ao longo do ano. 
 
Cálculo com Base no Balanço Patrimonial 
O capital de giro líquido (CGL) é definido como a diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Porém, nem todo o valor do 
CGL assim calculado representa efetiva necessidade de investimento. O ativo circulante contém contas transitórias (caixa, bancos, 
aplicações financeiras de curto prazo) e no passivo circulante também são transitórios os empréstimos e financiamentos de curto 
prazo, bem como os seus respectivos encargos financeiros. Essas contas transitórias (ativo e passivo flutuantes) não estão 
relacionadas à necessidade de investimento em capital de giro. 
 
Para se calcular a necessidade de capital de giro de uma empresa com base em seu balanço patrimonial é necessário que se 
reclassifiquem algumas contas tanto do ativo como do passivo – com a finalidade específica de se proceder a esses cálculos. Passa-
se a considerar o balanço patrimonial da seguinte maneira: 
 
Ativo Permanente (AP) – formado pelos itens de longo prazo do ativo. Seu valor é igual à soma dos seguintes itens: realizável a 
longo prazo, investimento, imobilizado e diferido. 
 
 PARTICIPAÇÃO DOS ESTOQUES = 
 Estoques 
Ativo Circulante 
 
ÍNDICE DE FINANCIAMENTO = Empréstimos + Financiamentos + Encargos Fin. 
Ativo Circulante 
5/11 
 
Ativo Operacional (AO) – representa os recursos utilizados nas operações da empresa que dependem das características de seu 
ciclo operacional. É composto por: duplicatas a receber, estoques e outros valores a receber que possuem natureza permanente. 
Ativo Flutuante (AF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do ativo circulante que possuem natureza transitória como caixa, 
bancos e aplicações financeiras de curto prazo. 
 
Passivo Permanente (PP) – é formado pelas contas de longo prazo do passivo e representa a fonte permanente de recursos 
financeiros da empresa. É igual à soma do exigível a longo prazo com o patrimônio líquido. 
 
Passivo Operacional (PO) – representa as contas do passivo vinculadas ao ciclo operacional da empresa, tais como fornecedores, 
salários, encargos, impostos, taxas e outras contas a pagar. 
 
Passivo Flutuante ( PF) – corresponde aos itens de curtíssimo prazo do passivo circulante que não têm vinculação direta com as 
operações da empresa. São eles: empréstimos, financiamentos e outras obrigações financeiras de curto prazo. 
 
A fórmula de cálculo da necessidade de capital de giro (NCG) é: 
 
O capital de giro líquido (CGL) calculado com base nessa reclassificação de contas será: 
 
 
 
 
O resultado será o mesmo se for usada a fórmula: 
 
 
Denomina-se efeito tesoura (ET) o valor do capital de giro líquido que excede a necessidade de capital de giro calculada na forma 
acima. Tal valor corresponde ainda à diferença entre o ativo flutuante (AF) e o passivo flutuante (PF). Assim, têm-se as seguintes 
fórmulas para seu cálculo: 
 
 
 
 
 
 
 
 OU 
 
 
 
CGL = PASSIVO PERMANENTE – ATIVO PERMANENTE 
CGL = ATIVO CIRCULANTE – PASSIVO CIRCULANTE 
EFEITO TESOURA = ATIVO FLUTUANTE – PASSIVO FLUTUANTE 
EFEITO TESOURA = CGL – NCG 
NCG = Ativo Operacional – Passivo Operacional 
CGL = Ativo Circulante – Passivo Circulante 
6/11 
 
Exemplo: Calcular a necessidade de capital de giro, o capital de giro líquido e o efeito tesoura com base no balanço patrimonial da 
empresa hipotética abaixo. 
Valores em Milhares de Reais 
ATIVO PASSIVO 
 
Caixa 100 Fornecedores 1.000 
Bancos 900 Salários a Pagar 2.000 
Aplic. Financeiras 2.000 Encargos a Pagar 1.000 
Contas a Receber 3.000 Impostos e Taxas 1.000 
Estoques 3.900 Empréstimos 2.000 
Outros Valores a Rec. 100 Exigível a Longo Prazo 4.000 
Realizável a Longo Prazo 2.000 Capital 7.500 
Investimentos 2.000 Reservas 1.000 
Imobilizado 5.500 Lucros Acumulados 500 
Diferido 500 
TOTAL DO ATIVO 20.000 TOTAL DO PASSIVO 20.000 
Reclassificando-se o balanço, tem-se: 
ATIVO PASSIVO 
 
Caixa 100 Fornecedores 1.000 
Bancos 900 Salários a Pagar 2.000 
Aplic. Financeiras 2.000 Encargos a Pagar 1.000 
Ativo Flutuante 3.000 Impostos e Taxas 1.000 
 Passivo Operacional 5.000 
Contas a Receber 3.000 
Estoques 3.900 Empréstimos 2.000 
Outros Valores a Rec. 100 Passivo Flutuante 2.000 
Ativo Operacional 7.000 
 Exigível a Longo Prazo 4.000 
Realizável a Longo Prazo 2.000 Capital 7.500 
Investimentos 2.000 Reservas 1.000 
Imobilizado 5.500 Lucros Acumulados 500 
Diferido 500 Passivo Permanente 13.000 
Ativo Permanente 10.000 
 
TOTAL DO ATIVO 20.000 TOTAL DO PASSIVO 20.000 
 
a) Cálculo da necessidade de capital de giro (NCG) 
 NCG = AO – PO 
 NCG = 7.000 – 5.000 
 
 
 
b) Cálculo do capital de giro líquido (CGL) 
 CGL = PP – AP 
 CGL = 13.000 – 10.000 
 
 
 
 OU 
 CGL = AC – PC 
 CGL = 10.000 – 7.000 
 
 
NCG = 2.000 
CGL = 3.000 
CGL = 3.000 
7/11 
 
c) Cálculo do efeito tesoura (ET) 
 ET = CGL – NCG 
 ET = 3.000 – 2.000 
 
 
 
 OU 
 ET = AF – PF 
 ET = 3.000 – 2.000 => 
 
 
 
Reserva de Capital de Giro 
O capital de giro é fortemente influenciado pelas incertezas inerentes a todo tipo de atividade empresarial. Por esse motivo, a empresa 
deve manter uma reserva financeira para enfrentar os eventuais problemas que podem surgir. Quanto maior for a reserva financeira 
alocada à manutenção do capital de giro,menores serão as possibilidades de crises financeiras, ou seja, menor será o risco de a 
empresa deixar de honrar seus compromissos financeiros a curto prazo, nas datas de seus vencimentos. Mais uma vez, no entanto, 
deve ser lembrado que somente os ativos permanentes proporcionam a rentabilidade satisfatória para a empresa. A rentabilidade 
obtida pela reserva de capital de giro aplicada no mercado financeiro não constitui a atividade-fim das empresas não-financeiras. 
 
O administrador financeiro deve buscar, portanto, um equilíbrio entre o volume necessário à manutenção da reserva de capital de giro 
e o valor a ser aplicado no ativo permanente da empresa. Deve lembrar, por fim, que a rentabilidade da empresa pode esperar por 
uma recuperação de lucros, mas que o capital de giro não pode esperar. Ele é prioritário. Sem o lucro, a empresa fica estagnada ou 
encolhe, porém, sem o capital de giro, ela desaparece. 
 
Redução da Necessidade de Capital de Giro 
Um ciclo financeiro curto permite maior giro de caixa, que, por sua vez, implica menor necessidade de capital de giro. O ciclo 
financeiro de uma empresa depende de três fatores: prazo de pagamento das compras, prazo de produção ou estocagem e prazo de 
recebimento das vendas. Os prazos de pagamento de compras e de recebimento das vendas são determinados pelas condições de 
mercado. Apenas alterações provisórias desses prazos poderiam ser conseguidas a partir de negociações com fornecedores e 
clientes. Por esse motivo, as medidas financeiras para encurtamento do ciclo financeiro são pouco eficazes. 
 
Apenas o encurtamento do prazo de produção ou estocagem pode fazer mudanças significativas e duradouras sobre o ciclo financeiro 
da empresa. Essas medidas, entretanto, estão fora do escopo da área financeira, exigindo o concurso das áreas técnicas, como de 
produção, operação ou logística para sua implementação. Diversas técnicas podem proporcionar o encurtamento da etapa de 
produção ou operação da empresa, dentre as quais se pode destacar Just in Time (JIT), Administração Total da Qualidade (TQM), 
Supply Chain Management, Lean Production, etc.. 
 
Dos muitos problemas ocorridos com as empresas que as obrigam a recorrer a bancos e a outras instituições financeiras em busca de 
recursos para seu capital de giro, destacam-se: 
� má administração da empresa em diversas áreas elevando demais os custos fixos; 
� sazonalidade das vendas; 
� ciclo operacional e ciclo financeiro muito longos; 
� excesso de inadimplência por parte de clientes; 
� empréstimos e financiamentos obtidos a custos muito elevados; 
BIBLIOGRAFIA 
ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e valor . São Paulo : Atlas 
GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira – São Paulo: Harbra. 
LEMES JUNIOR, Antônio Barbosa, et al. Administração financeira : princípios, fundamentos e práticas brasileiras. Rio de Janeiro : Campus, 2002. 
SANTOS, Edno Oliveira dos. Administração financeira da pequena e média empresa. São Paulo : Atlas. 
ET = 1.000 
ET = 1.000 
8/11 
 
ATIVO 31/12/X1 31/12/X0 PASSIVO 31/12/X1 31/12/X0
CIRCULANTE 5.340 4.650 CIRCULANTE 3.031 4.680 
Bancos C/ Movimento 135 90 Fornecedores 687 515 
Aplicações Financeiras 1.950 630 Empréstimos 708 2.560 
Clientes 1.350 2.630 Financiamentos 200 
Estoques 645 210 Outras Obrigações 1.436 1.605 
Títulos a Receber 1.260 1.090 
ATIVO N.CIRCULANTE 3.374 3.988 PASSIVO N.CIRCULANTE 785 876 
Realizável a longo prazo 2.403 2.737 Exigível a longo prazo 785 876 
 Títulos a Receber 2.000 2.000 Empréstimos 305 196 
 Créditos com Coligadas 28 19 Financiamentos 480 680 
 Aplicações Financeiras 375 718 
Investimentos 268 195 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 4.898 3.082 
Imobilizado 703 1.056 Capital Social 2.400 2.200 
Reservas 2.498 882 
TOTAL 8.714 8.638 TOTAL 8.714 8.638 
Informações Complementares:
31/12/X1 31/12/X0
Receita Bruta de Vendas 9.400 3.750 Capital Social = 2.000.000 Ações
(-) Impostos s/ vendas (2.361) (730) Cotação da Ação:
Receita Líquida de Vendas 7.039 3.020 31.12.X1 R$ 4.20
(-) C.P.V. (4.490) (1.430) 31.12.X0 R$ 4.40
Lucro Bruto 2.549 1.590 
(-) Despesas Operacionais (1.359) (586) Estoque inixial em 31.01.X0 R$ 830
(-) Despesas Financeiras (378) (676) 
Result. Operacional Líquido 812 328 
(-) Impostos e participações (312) (128) 
Lucro Llíquido 500 200 
Com base nos dados acima apresentados, calcule os indicadores solicitados.
CIA ÍNDICES - Milhares de Reais
D.R.E. - Milhares de Reais
 
 
INDICADORES ESTRUTURAIS 31/12/X1 31/12/X0
Capital de terceiros
Capital próprio
Capital de giro
Capital de giro próprio
Capital circulante
Capital circulante líquido
Participação do Capital de Terceiros
Participação do Capital Próprio
Permanência do Ativo
Permanência do Capital Próprio
% Capital próprio financiando o giro
% Capital terceiros financiando o giro
% Giro financiado por capital próprio
% Giro financiado por capital terceiros
% Fixo financiado por capital próprio
% Fixo financiado por capital terceiros
% Capital próprio financiando o fixo
% Capital terceiros financiando o fixo
CIA ÍNDICES - INDICADORES
 
 
9/11 
 
CICLOS ECONÔMICO, OPERACIONAL E FINANCEIRO 
 
Utilizadas para mensurar o tempo em que as atividades da empresa são desenvolvidas. De 
fundamental importância no controle gerencial e gestão de negócios, refletem a cultura 
organizacional da empresa, dentro do seu ramo de negócios. Seus valores dependem dos processos 
de produção, capacidade de vendas e recebimentos de clientes. No caso do ciclo financeiro 
considera-se também o pagamento a fornecedores. 
 
Considere uma empresa onde as mercadorias permaneçam 42 dias em estoque, com uma média de 
recebimento de clientes igual a 60 dias sendo o pagamento a fornecedores em 30 dias. Teremos os 
seguintes valores para o cálculo dos ciclos como exemplo: 
 
Prazo Médio de Estocagem (PME) = 42 dias 
Prazo Médio de Contas a Receber (PMCR) = 60 dias 
Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF) = 30 dias 
 
Ciclo Econômico 
O ciclo econômico é o tempo em que a mercadoria permanece em estoque. Vai desde a aquisição 
dos produtos até o ato da venda, não levando em consideração o recebimento das mesmas 
(encaixe). 
 
Fórmula: 
Ciclo Econômico = Prazo Médio de Estocagem (PME) 
 
Exemplo: 
Ciclo Econômico = 42 dias 
Ciclo Operacional 
Compreende o período entre a data da compra até o recebimento de cliente. Caso a empresa 
trabalhe somente com vendas á vista, o ciclo operacional tem o mesmo valor do ciclo econômico. 
Fórmula: 
Ciclo Operacional = Ciclo Econômico + Prazo Médio de Contas a Receber (PMCR) 
 
Exemplo: 
Ciclo Operacional = 42 dias + 60 dias 
Ciclo Operacional = 102 dias 
 
Ciclo Financeiro 
Também conhecido como Ciclo de caixa é o tempo entre o pagamento a fornecedores e o 
recebimento das vendas. Quanto maior o poder de negociação da empresa com fornecedores, 
menor o ciclo financeiro. 
Fórmula: 
Ciclo Financeiro = Ciclo Operacional - Prazo Médio de Pagamento a Fornecedores (PMPF) 
 
Exemplo: 
Ciclo Financeiro = 102 dias - 30 dias 
Ciclo Financeiro = 72 dias 
10/11 
 
 
Análise 
 
É importante para a empresa, sempre buscaralternativas que resultem em ciclos financeiros 
reduzidos, observando sempre as limitações do mercado e o setor econômico inserido. 
 
Com ciclos menores temos o aumento do giro de negócios, proporcionando maiores retornos sobre 
os investimentos. No exemplo acima temos um ciclo financeiro de 72 dias, isso significa dizer que 
durante 1 ano (360 dias) a empresa gira 5 vezes. Observe que após o pagamento a fornecedores, a 
empresa começa a financiar suas atividades com seu próprio capital de giro. Abaixo temos a 
diminuição do ciclo financeiro estendendo o pagamento a fornecedores de x' para x''. Outras 
medidas seriam a antecipação de vendas e de seus respectivos recebimentos. 
 
 
 
 
 
11/11 
 
Com base nos balanços apresentados, calcular os indicadores relativos à atividade operacional das empesas comerciais 
Cia A Cia B Cia C Cia D Cia E
Circulante 200.000 505.000 180.000 200.500 670.000 
Disponível 55.000 40.000 20.000 42.000 95.000 
Clientes 80.000 325.000 110.000 68.500 215.000 
Mercadorias 65.000 140.000 50.000 90.000 360.000 
Realizável longo prazo 20.000 130.000 70.000 30.500 210.000 
Permanente 130.000 315.000 200.000 169.000 120.000 
Ativo Total 350.000 950.000 450.000 400.000 1.000.000 
Cia A Cia B Cia C Cia D Cia E
Circulante 127.640 320.000 220.000 153.500 830.000 
Fornecedores 47.640 123.000 66.000 123.500 760.000 
Obrigações diversas 80.000 197.000 154.000 30.000 70.000 
Exigível longo prazo 20.000 180.000 110.000 80.000 - 
Patrimônio líquido 202.360 450.000 120.000 166.500 170.000 
Passivo Total 350.000 950.000 450.000 400.000 1.000.000 
55.000 ???? 30.000 ???? 320.000 
???? 1.480.000 ???? 626.000 ????
Cia A Cia B Cia C Cia D Cia E
Vendas brutas 960.000 2.600.000 990.000 880.000 9.600.000 
(-) Deduções (80.000) (260.000) (50.000) (60.000) (1.200.000) 
Vendas líquidas 880.000 2.340.000 940.000 820.000 8.400.000 
(-) C.M.V (480.000) (1.440.000) (720.000) (586.000) (6.800.000) 
Lucro bruto (MC) 400.000 900.000 220.000 234.000 1.600.000 
(-) Despesas operacionais (130.000) (270.000) (110.000) (108.000) (330.000) 
(-) Despesas financeiras (55.000) (92.000) (30.000) (32.000) (47.000) 
Lucro operacional líquido 215.000 538.000 80.000 94.000 1.223.000 
(-) Resultado não operacional (12.000) (18.000) - - (70.000) 
(-) I.R./ C.S. (53.000) (130.000) (20.000) (23.000) (288.000) 
Lucro líquido 150.000 390.000 60.000 71.000 865.000 
Cia A Cia B Cia C Cia D Cia E
Giro do ativo (vezes)
Giro do estoque (vezes)
Rotação do estoque (dias)
P.M.R.V. (dias) 
P.M.P.C. (dias) 
Retorno do investimento nos estoques (dias)
Financiamento estoque c/ recursos próprios (dias)
Financiamento estoque c/ recursos terceiros (dias)
Financiamento clientes c/ recursos próprios (dias)
Financiamento clientes c/ recursos terceiros (dias)
Necessidade de capital de giro (dias)
Necessidade de capital de giro líquido (dias)
Obs.: Utilizar saldos médios somente nos estoques
Indicadores
Milhares de reais 31/12/x2
Milhares de reais 31/12/x2
Estoque em 31/12/X1
Compras
Milhares de reais x2

Continue navegando