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1 
Bases para a produção de Café Orgânico 
 
Vanessa Cristina de Almeida Theodoro1 
Ivan Franco Caixeta2 
Sérgio Pedini3 
 
 Apresentação 
Grande parte das técnicas propostas pela agricultura orgânica 
estão sendo aplicadas ao cultivo de café, principalmente na região 
Sul de Minas Gerais e no interior de São Paulo. 
Os cafeicultores orgânicos partem de dois princípios básicos: 
o primeiro é a não utilização de agrotóxicos, que desequilibram o 
solo e a planta e eliminam os inimigos naturais, e o segundo é que 
os sistemas de produção orgânica geram um equilíbrio solo/planta 
pelo uso da matéria orgânica, produzindo plantas mais resistentes 
às pragas e doenças. 
A tecnologia moderna, centrada no uso de agroquímicos e na 
dependência de insumos externos, tem sido questionada quanto a 
sua viabilidade e sustentabilidade econômica/ambiental, colocando-
se em contrapartida à cafeicultura orgânica, baseada em novos 
conceitos de sistema de produção como “agroecológico” e “auto-
sustentável”. 
 Outro fator que exerce pressão pela mudança dos sistemas 
de produção é o interesse crescente pelo consumo de produtos 
isentos de resíduos e que não agridam o ambiente, notadamente 
 
1 Pós-graduanda em Fitotecnia/UFLA – Diretora de Pesquisa da Associação de Cafeicultura 
Orgânica do Brasil (ACOB) 
2 Prof. de Cafeicultura da Escola Superior de Agricultura e Ciências de 
Machado/ESACMA.- MS/Fitotecnia –Presidente da ACOB 
3 Professor da Escola Agrotécnica Federal de Machado e consultor da AAO – Associação 
de Agricultura Orgânica 
 2 
aqueles orgânicos e certificados por entidades idôneas e 
reconhecidas internacionalmente. 
 
1.0 Introdução 
O presente trabalho originou-se de uma coletânea de 
informações sobre o tema, visando suprir a demanda tecnológica, 
gerada pela necessidade de atender aos cafeicultores que optaram 
por produzir “organicamente”. 
A Cafeicultura Orgânica baseia-se em novas tecnologias que 
ainda não foram comprovadas cientificamente, o que leva o 
agricultor a agir por tentativa, e os técnicos responsáveis pela 
assistência técnica, a recomendarem com base nos conhecimentos 
desenvolvidos em sistemas agroquímicos. 
Esperamos fornecer subsídios “básicos” desse novo sistema 
de produção da cafeicultura, confiantes que já foi dado o primeiro 
passo, no sentido de conscientizar a comunidade científica 
brasileira, sobre a importância dessa nova linha de pesquisa. 
 
2.0 Agricultura Orgânica: Definições e Filosofia 
 O primeiro passo para caracterizar o café orgânico, é a 
compreensão da definição de Agricultura Orgânica, como se 
costuma denominar o processo de cultivar organicamente, objeto de 
grande polêmica e preconceito. 
Não existe nenhuma definição para Agricultura Orgânica 
universalmente aceita. Algumas definições simplesmente 
especificam uma lista das práticas permitidas, excluindo várias 
outras tecnologias e abordagens gerais. 
 A Agricultura Orgânica é um modelo de agricultura que 
propõe o cultivo da terra para produção de alimentos sadios, sem o 
uso de produtos químicos tóxicos a saúde humana e dos animais, 
sem contaminar a água, o solo e o ar, ou seja, ela deve ser 
 3 
ecologicamente sustentável, mas também, economicamente viável, 
socialmente justa e culturalmente aceitável. 
A base científica e filosófica da prática da Agricultura 
Orgânica, compreende os seguintes princípios: 
I) O solo não é um substrato inerte, mas o hábitat de múltiplos 
organismos e microorganismos, que funcionam como agentes 
transformadores dos nutrientes, tornando-os solúveis e 
disponíveis as plantas. 
II) O desequilíbrio nutricional ou do meio ambiente propiciam 
o aparecimento de parasitas e reduzem as defesas das 
plantas, tornando-as mais vulneráveis as doenças (Teoria da 
Trofobiose). 
III) Os fertilizantes de origem mineral, por sua natureza de 
não-viventes, devem ser evitados, pois não têm os mesmos 
efeitos que o adubo líquido ou o composto bem preparado. 
IV) As plantações devem formar um todo orgânico, para 
alcançar a maior auto-suficiência possível. 
 
3.0 Príncipios básicos para produção de Café Orgânico 
3.1 Certificação de alimentos orgânicos 
 A certificação é o processo de legitimação da produção, ou 
seja, é necessário que alguém ateste que determinado produto é 
realmente orgânico. Através de inspeções um técnico (engenheiro 
agrônomo, técnico agrícola ou veterinário, conforme o caso) visita a 
propriedade e verifica se o produtor pode ou não ser considerado 
orgânico. 
 A IFOAM (International Federation of Organic Agriculture 
Movements), elaborou normas básicas para agricultura orgânica, a 
serem seguidas por todas as associações afiliadas. Em maio de 
1999, foi elaborada uma Instrução Normativa do Ministério da 
Agricultura e Abastecimento que passou a valer como versão oficial 
 4 
da normatização da agricultura orgânica no Brasil, que se encontra 
em anexo neste boletim. 
 No Brasil já existem certificadoras que dispõem de normas 
técnicas, como a Associação de Agricultura Orgânica (São Paulo), 
fundada em maio de 1989 e desde sua criação vem trabalhando na 
elaboração de suas Normas Técnicas. 
As Normas são sempre discutidas e aprovadas pelo Conselho 
Deliberativo da A.A.O e têm um caráter dinâmico, estando sujeitas a 
constantes reformulações visando seu aprimoramento. 
De acordo com as Normas executa-se, então, a certificação, 
que é realizada a partir de inspeções a propriedade do agricultor 
solicitante. É elaborado um questionário, onde serão levantadas 
questões relativas aos temas tratados nas Normas. Uma vez 
certificado, o agricultor assina um contrato com a A.A.O, onde se 
compromete a seguir estritamente as Normas e fornecer todas as 
informações que se fizerem necessárias ao seu processo de 
acompanhamento pela entidade. A A.A.O. se compromete, por sua 
vez, a efetuar um acompanhamento periódico em sua propriedade. 
Outra entidade certificadora no Brasil, é o Instituto 
Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD), em Botucatu (São 
Paulo), que certifica produtos biodinâmicos e orgânicos, de acordo 
com as Diretrizes Biodinâmicas Internacionais e normas da IFOAM. 
Os biodinâmicos foram os pioneiros no Brasil a lançar seus 
selos e normas de qualidade, por iniciativa da Associação 
Beneficente Tobias, proprietária das marcas criadas para os selos. 
 
3.2 Selo oficial de Certificação ou de garantia 
As associações de agricultura orgânica devem implantar 
sistemas de certificação de produtores e firmas, estabelecendo 
selos oficiais de Certificação ou de Garantia, com as seguintes 
finalidades: 1) fomentar as práticas de agricultura orgânica; 2) 
 5 
estabelecer e promover uma marca de qualidade; 3) proteger os 
agricultores, criadores, industriais e comerciantes de alimentos 
orgânicos e insumos naturais da ação de competidores desonestos. 
 
3.3 Significado dos termos “recomendado”, 
”eventualmente permitido” e “proibido” utilizados nas 
Normas de Produção Vegetal 
 Recomendado – Refere-se às práticas e produtos 
plenamente aceitos em agricultura orgânica, através de consenso 
universal, podendo ser usados sem restrições pelos interessados. 
Aí se enquadram a reciclagem de biomassa e nutrientes, o controle 
biológico de pragas, a rotação de culturas, a adubação verde, etc.. 
Além da produção vegetal, estes procedimentos recomendados 
abrangem a proteção/conservação do meio ambiente e o 
tratamento mais humanitário aos animais. Alguns desses aspectos 
tem se tornado obrigatórios. O selo oficial de garantia é aplicado 
sem nenhuma restrição, exceto na fase de conversão à orgânica, 
quando se faz uso de uma etiqueta, que identifica os produtos de 
agricultura em conversão. 
 Eventualmente permitido – Refere-se às práticas e produtos 
não são plenamente compatíveis com os princípios da agricultura 
orgânica, ou há controvérsias em seu uso, devendo, assim, serem 
limitados ou qualificados apenas para fins específicos. As 
comissõestécnicas das associações de agricultura orgânica devem 
conceder permissão especial para o uso específico de práticas ou 
produtos dessa categoria. Na maior parte das normas, as caldas a 
base de cobre e o enxofre estão nessa condição. Conforme o caso, 
o selo oficial de garantia poderá não ser concedido, permitindo-se 
apenas o uso da etiqueta que identifica os produtos de agricultura 
em conversão à orgânica. 
 6 
Proibido – Refere-se às práticas e produtos não permitidos 
nos programas de certificação, por não estarem conforme com os 
princípios da agricultura orgânica, incluem todos os agrotóxicos e os 
fertilizantes de alta solubilidade, especialmente os nitrogenados. O 
uso destas práticas ou substâncias constitui transgressão grave, 
sujeito a penalidades, que poderão resultar no cancelamento 
temporário ou definitivo do contrato e do uso de selo oficial de 
garantia. 
 
 3.4 Processo de conversão de uma propriedade 
convencional à orgânica 
Esse processo de mudança tem aspectos normativos, 
biológicos e educativos. Os aspectos normativos precisam ser 
observados para que o café receba o selo orgânico de qualidade. 
Os biológicos que incluem o reequilíbrio das populações de insetos 
e das condições do solo. Os aspectos educativos dizem respeito ao 
aprendizado, por parte dos agricultores e de seus funcionários, de 
conceitos e técnicas de manejo que viabilizam a agricultura 
orgânica. 
 Dificilmente uma propriedade convencional de grande porte 
será convertida totalmente à orgânica em curto período de tempo, 
principalmente por questões econômicas. O recomendado é que a 
conversão seja feita em partes, com intervalos de 1,5 a 3 anos, até 
que o solo possa se recuperar dos maus tratos produzidos pelas 
técnicas convencionais. 
Um ponto de partida para se iniciar a conversão é realizar um 
diagnóstico da propriedade, incluindo o levantamento dos recursos 
disponíveis (naturais, humanos, benfeitorias, infra-estrutura 
regional), os aspectos sócio-econômicos e comerciais. 
Uma parte integrante da conversão na grande maioria dos 
casos é a mudança nas vias de comercialização. Como se trata de 
 7 
um mercado diferenciado, convém que os canais de 
comercialização sejam definidos anteriormente à produção. 
Um exemplo de como funciona esse processo de conversão 
na cultura do café, que atualmente está sendo discutido e 
possivelmente ocorram alterações, de acordo com as Normas da 
Associação de Agricultura Orgânica (A.A.O – São Paulo), a 
produção de café em conversão é caracterizada como produção 
“SAT” (abreviatura de sem agrotóxico), não sendo identificada como 
uma nova categoria de produção certificada, e sim como um 
reconhecimento de uma estratégia de conversão para o sistema 
orgânico. Para cada período de doze meses, dentro desse prazo, 
haverá metas a serem atingidas que, caso não sejam cumpridas ou 
que não tenham justificativas plausíveis para tal, farão com que o 
processo seja definitivamente encerrado. Nesse caso, o produtor 
perde o direito ao certificado “SAT”. O certificado “SAT’, somente é 
emitido para culturas perenes, onde não estejam sendo utilizados 
agrotóxicos, mas apenas os produtos permitidos nas Normas 
Técnicas de Produção da A.A.O, com exceção dos fertilizantes 
sintetizados quimicamente e solúveis. 
 
4.0 Produção de mudas 
 No dimensionamento do viveiro é preciso dar atenção à área 
necessária, que depende do número de mudas que se quer produzir 
(o que pode ser observado no Quadro 01). 
 
Quadro 01 –Área de viveiro em função do no de mudas que se pretende 
produzir. 
Número de mudas Área total de viveiro (m2) 
1.000 
10.000 
50.000 
10 
100 
500 
 8 
100.000 1000 
 
 Na Cafeicultura Orgânica é permitida a utilização de mudas 
formadas no substrato padrão, de acordo com a Comissão de 
Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais -CFSEMG (1989) 
que recomenda um substrato composto de 700 l de terra peneirada 
e 300 litros de esterco de curral (ou 80 litros de esterco de galinha 
ou ainda 10 a 15 litros de torta de mamona) com adição de 1,0 Kg 
de P2O5 e 0,3 kg de K2O. 
 Theodoro et alii (1997) comprovaram que a utilização de 
esterco de curral curtido e húmus de minhoca, em dosagens iguais 
dos mesmos (30%), com a adição de P2O5 e K2O de acordo com a 
CFSEMG (1989), apresentou efeito similar na formação de mudas 
de cafeeiro. 
 Para a formação de mudas de cafeeiro em substrato 
orgânico, ainda não existe recomendação, faltando pesquisas nesta 
área. De acordo com a disponibilidade de matéria orgânica na 
propriedade pode-se adotar o substrato alternativo. 
O substrato alternativo, pode ser preparado com 60-80% de 
terra de barranco ou terriço e 20-40 % de húmus de minhoca. Pode 
ser usado esterco de curral bem curtido a base de 30 a 50 %, ou 
ainda de 10 a 15 % de esterco de galinha. 
 Outro fertilizante aceito pelas Normas, desde comunicado seu 
uso à certificadora, é o sulfato de potássio, como fonte alternativa do 
K2O exigido na formação da muda. O único inconveniente é seu alto 
preço. 
 
 5.0 Plantio 
Para o plantio, na Fazenda Jacarandá localizada em 
Machado (Sul de Minas Gerais), num espaçamento de 3,20 por 0,50 
m, foram adicionados cinco litros de composto orgânico, dois litros 
 9 
de esterco de curral curtido, 100 gramas de fosfato da araxá, 100 
gramas de super simples e 200 mililitros de Ajifer – 6 em cobertura. 
O preparo do solo limitou-se à capina das linhas de plantio e 
coveamento. 
Também na Fazenda Jacarandá foram deixados pequenos 
cordões de mato em meio aos talhões, distribuídos a cada 50 
metros. O objetivo destes cordões foi diminuir o impacto de 
possíveis inimigos naturais do cafeeiro no estágio de muda, e 
oferecer um acréscimo de matéria orgânica, ajudando a manter o 
equilíbrio e a sustentabilidade da plantação. 
Nas áreas mais íngremes o espaçamento foi menor, 
adensando-se a lavoura, para diminuir a exposição do solo ao sol e 
à chuva, melhorando a sua conservação. Nestas àreas foram 
utilizadas fileiras duplas, com espaçamento de 70 cm entre plantas, 
50 cm entre fileiras simples, e 1,20m entre fileiras duplas. 
 
6.0 Práticas culturais utilizadas 
6.1 Adubação 
A quantidade de CO2 que passa à atmosfera vindo da respiração 
vegetal, animal e microbiológica, é avaliada em 20 a 100 kg por dia 
e por ha. O gás carbônico desprendido na atmosfera é parcialmente 
reabsorvido pelas plantas através da fotossíntese, passando a fazer 
parte novamente do tecido vegetal. Este circuito é denominado 
"Ciclo do Carbono" e nele se verifica, de certa maneira, um equilíbrio 
entre CO2 desprendido no solo e o absorvido pelas folhas das 
plantas. 
Por outro lado, a energia que se desprende é estimada em 4 a 5 
kcal/g de matéria seca, e apenas uma parte dela é aproveitada 
pelos organismos, sendo o restante dissipado em forma de calor. 
Assim como ocorre na natureza os diversos tipos de adubos 
orgânicos são na realidade a matéria orgânica em diferentes 
 10 
estágios de decomposição, apresentando com isto diferentes níveis 
energéticos. De acordo com o ciclo do carbono, podemos listar 
algumas fontes de adubação orgânica conforme o esquema a 
seguir: 
 
 
Nível de energia 
 
O processo acontece de cima para baixo, do material mais bruto 
ao mais decomposto, já em contato com as partículas do solo, 
Energia solar 
fotossíntese 
 (respiração e decomposição) 
 Adubação Verde 
 (respiração e decomposição) 
Palha 
 (respiração e decomposição) 
Cama de frango ou galinha 
 (respiração e decomposição) 
Composto 
 (respiração e decomposição) 
Tortas e farinhas 
 (respiração e decomposição) 
Estercos animais 
 (respiração e decomposição) 
Bokashi 
 (respiração e decomposição) 
Biofertilizantes líquidos 
 (respiração e decomposição) 
Húmus 
 (respiração e decomposição) 
CO2 
 
 
 
 11 
criando condições de vida para diferentes grupos de organismos 
desempenharem diferentes funções. Nesta elevada biodiversidade 
suas funções são otimizadas trazendo o equilíbrio dinâmicoe 
estabilidade do sistema. 
Podemos utilizar a matéria orgânica em três estágios, a fim de 
condicionar o solo e nutrir as plantas: 
a) Matéria orgânica sobre o solo: recomenda-se a utilização de 
material mais grosseiro, como palha, adubação verde roçada, etc.. 
de preferência fermentado, o que favorece o trabalho de distribuição 
sobre o terreno e diminui a possibilidade de dispersão de sementes 
de mato. Essa cobertura morta estimula a restituição de maior 
biodiversidade ao solo, favorecendo uma longa sucessão de 
organismos decompositores da matéria orgânica. Além de oferecer 
maior proteção ao impactos da gota da chuva ou irrigação sobre as 
partículas do solo, diminuir a perda de água por evaporação 
mantendo o solo úmido, reduzir as oscilações bruscas de 
temperatura, impedir fisicamente o crescimento do mato e repelir 
insetos transmissores de viroses. 
b)Matéria orgânica no solo: recomenda-se a utilização de 
material diverso, desde que compostado. O composto apresenta 
um grau de decomposição mais elevado do que a cobertura 
morta e por isso pode ser incorporado superficialmente. 
c) Matéria orgânica para a planta: neste caso utilizaremos 
material de maior solubilidade como: estercos animais, tortas, 
cinzas, biofertilizantes líquidos, bokashi, húmus de minhoca, 
etc.. Têm a função de complementar a nutrição da planta. 
*A utilização de uma das três formas acima citadas não exclui a 
outra! Uma nutrição rica e equilibrada, tanto para o solo quanto 
para a planta é resultado da utilização das três formas 
conjuntamente. 
 
 12 
6.2 Principais fontes de Matéria Orgânica 
 Os resíduos vegetais e animais constituem as principais 
fontes de matéria orgânica para os solos, como também excelente 
matéria-prima para a fabricação de fertilizantes orgânicos. 
Muitos dos produtos que podem ser utilizados como adubo 
orgânico são produzidos nas próprias fazendas, como os estercos, 
camas de galinha, palhas, restos vegetais, compostos e adubos 
verdes, sendo facilmente utilizáveis e geralmente baratos. 
 Um grupo bastante heterogêneo de produtos tem origem 
industrial ou agroindustrial. Nesta categoria incluem-se as tortas 
oleaginosas (amendoim, algodão, mamo na, cacau), borra de café, 
bagaços de frutas e outros subprodutos da indústria de alimentos, 
resíduos das usinas de açúcar e álcool (torta de filtro, vinhaça e 
bagaço de cana), resíduos de cortumes, industriais de papel e 
celulose, moinhos e usinas de beneficiamento de grãos. 
O custo do transporte, é um fator importante para a definição 
da viabilidade econômica do uso como adubo dos materiais de 
origem agroindustrial, especialmente daqueles produzidos longe dos 
locais de consumo. 
 
Quadro 3: Categorias de adubos orgânicos de acordo com sua origem 
Origem animal origem vegetal resíduos industriais 
Esterco de bovinos 
Esterco de aves 
Esterco de suínos 
Esterco de outros animais 
adubos verdes 
coberturas mortas 
Agroindústrias 
indústrias manufatureiras 
 
E ainda: compostos orgânicos, Bokashi, biofertilizantes e adubos orgânicos comerciais. 
 
6.2.1 Forma dos nutrientes na matéria orgânica 
 Uma característica muito particular dos fertilizantes orgânicos 
relaciona-se ao fato de que os nutrientes, exceto o potássio, 
encontram-se predominantemente na forma orgânica. Assim sendo, 
 13 
para serem absorvidos pelas plantas há necessidade da 
transformação para a forma mineral através do processo de 
decomposição da matéria orgânica ou de mineralização. Com isto, 
ocorre uma lenta liberação dos nutrientes para a solução do solo. 
 A liberação dos nutrientes em doses homeopáticas para a 
solução do solo, em acordo com a lenta absorção pelas plantas, 
resulta em vantagens adicionais da adubação orgânica, em relação 
à adubação mineral, quais sejam: 
- Menor potencial de salinidade às sementes, plântulas e 
microorganismos; 
- Menor potencial de perdas dos nutrientes por lixiviação; 
- Possibilidade de realização de uma única adubação, ao invés de 
ter que fazer parcelamentos. 
Com relação à necessidade de transformação da forma orgânica 
para a forma mineral, nos cálculos em adubação orgânica tem-se 
que considerar os Índices de Conversão. 
Os índices de conversão representam o percentual médio de 
transformação da quantidade total do nutriente da forma orgânica 
para a forma mineral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 14 
 
Tabela 1: Índices de conversão dos nutrientes aplicados na forma 
orgânica para a forma mineral, em cultivos sucessivos, considerando a 
incorporação de fertilizantes orgânicos no solo. 
Índices de conversão(1) 
Nutrientes 1o cultivo 2o cultivo 3o cultivo 
............................%...................... 
N 40 30 10 
P 50 20 10 
K 100 - - 
Ca 50 20 10 
M g 50 20 10 
S 50 20 10 
(1) Tempo de cultivo de 100 a 150 dias, correspondente a um cultivo de 
 espécie anual ou ao período de máxima exigência de lavouras perenes. 
*Fonte: Vale et alii, 1995. 
 
6.2.2 Número de nutrientes da matéria orgânica 
 O fertilizante orgânico apresenta todos os dezesseis 
nutrientes de plantas (macro e micronutrientes essenciais). 
Considerando o papel do solo no suprimento de nutrientes às 
plantas, a aplicação de fertilizantes orgânicos resulta no aumento da 
disponibilidade de todos os 13 nutrientes fornecidos pelo solo. 
 
6.2.3 Concentração dos nutrientes da matéria orgânica 
 Os fertilizantes orgânicos devem, sempre que possível, ser 
analisados antes da aplicação ao solo, pois tanto o teor de umidade 
de fertilizantes sólidos quanto o teor de nutrientes nos mesmos 
apresentam-se bastante variáveis. 
Em fertilizantes líquidos ocorre o mesmo problema. Para os 
resíduos vegetais, as variações ocorrem devido a espécie de planta, 
da idade e da fertilidade do solo. Por sua vez, nos resíduos animais 
 15 
varia com a espécie animal, com o tipo de criação, com a 
alimentação utilizada, com o processo de coleta e com as condições 
de armazenagem. 
 Além do teor de água e teores totais dos nutrientes, os 
fertilizantes orgânicos são também caracterizados pela relação C/N, 
dada a importância da mesma na definição da mineralização líquida. 
 Como o conteúdo de nutrientes nos fertilizantes orgânicos é 
muito baixo, notadamente quando comparados com fertilizantes 
minerais, deve-se atentar para o fato de que as quantidades de 
fertilizantes orgânicos a serem aplicadas são muito elevadas, 
aumentando sobremaneira os custos de produção, incluindo os 
custos de transporte e de aplicação. 
Portanto, recomenda-se cautela no planejamento do 
programa de adubação direcionado para a cafeicultura orgânica, 
respeitando-se as necessidades nutricionais do cafeeiro e a 
viabilidade econômica de tal operação. 
 
6.3 Cálculos na recomendação de adubação orgânica 
 6.3.1 Fertilizantes sólidos 
 Conhecendo-se o teor de nutrientes no fertilizante orgânico 
sólido, que é dado com base na matéria seca, o teor de matéria 
seca ou matéria orgânica e o índice de conversão da forma orgânica 
para a forma mineral, pode-se calcular, dentro de um raciocínio 
lógico, a quantidade de fertilizante a ser aplicada. Ou, a seguinte 
fórmula pode ser útil para os referidos cálculos: 
 
 A 
X= __________________ 
 B/100 . C/100 . D/100 
 
 Onde: 
 16 
X = Quantidade do fertilizante orgânico sólido aplicado ou a aplicar 
(Kg/ha; g/planta); 
A = Quantidade do nutriente aplicado ou a aplicar (Kg/ha; g/planta); 
B = Teor de matéria seca do fertilizante (%); 
C = Teor do nutriente na matéria seca (%); 
D = Índice de conversão (%) (Tabela). 
 
 Considerando a baixa disponibilidade normalmente verificada 
para os fertilizantes orgânicos e considerando que se deve evitar a 
aplicação de nutrientes em quantidades muito superiores às 
recomendadas, os cálculos devem tomar por base, inicialmente, o 
nutriente cuja quantidade será satisfeita com a menor dose. 
 
6.3.2 Fertilizantes líquidos 
 Para o caso dos fertilizantes orgânicos líquidos (chorume e 
vinhaça), a fórmula passa a ser a seguinte:A 
X= _____________ 
 C’ . D/100 
 
Onde: 
X = Quantidade de fertilizante orgânico líquido aplicada ou a aplicar 
(m3/ha; l/planta); 
C’= Concentração do nutriente no fertilizante (Kg/m3; g/l); 
D = Índice de conversão (%). (Tabela) 
 
 
 
 
Tabela 2: Concentração de nutrientes em fertilizantes orgânicos líquidos 
Fertilizantes N P2O5 K2O 
 17 
 ...........................Kg/m3..................... 
Chorume 1,0 – 6,0 2,0 –6,0 1,0 – 3,0 
Vinhaça 0,3 – 1,2 0,1- 0,3 1,0 – 8,0 
Fonte: Vale et alii, 1995. 
 
 
Tabela 3: Teor de nutrientes, de matéria seca e relação C/N de alguns 
fertilizantes orgânicos sólidos 
Fertilizantes Matéria 
seca 
N P2O5 K2O C/N 
 ........................................... % ......................................... 
Casca de café 80 – 90 0,6 – 1,2 0,2 – 0,5 - 50 – 120 
Gramíneas 85 –95 0,8 – 1,3 0,2 – 0,5 0,4 –0,7 40 – 80 
Palhada de milho 80 –95 0,4 – 0,6 0,2 – 0,4 0,9 – 1,7 60 – 120 
Palh. 
Leguminosas 
85 – 95 1,5 – 5,0 0,3 – 1,0 0,5 – 3,0 30 – 120 
Bagaço de cana 70 – 90 0,8 – 2,0 0,1 – 0,3 0,5 – 1,6 200 – 800 
Serragem de 
madeira 
90 – 95 0,05 0,02 0,03 15 – 30 
Est. De bovinos 20 – 85 0,3 – 3,5 0,3 – 2,0 0,3 –2,0 15 – 30 
Est. De equinos 40 – 80 0,3 – 2,0 0,4 – 2,5 0,3 –2,0 15 – 30 
Esterco de ovinos 40 – 80 0,3 – 4,0 0,6 – 2,1 0,3 –3,0 10 – 20 
Esterco de aves 20 – 80 0,3 – 5,0 0,2 – 4,0 0,3 – 4,0 15 – 25 
Esterco de suínos 40 – 90 0,3 – 3,0 0,2 – 3,0 0,3 – 3,0 10 – 20 
Tortas 65 – 95 0,8 – 2,0 0,5 – 2,0 0,3 – 1,0 30 – 50 
Lixo urbano 60 – 90 0,3 – 1,3 0,2 – 1,5 0,2 – 1,5 - 
Farinha-osso 85 – 95 1,0 18,0 - - 
Farinha-sangue 85 - 95 10,0 - - - 
Fonte: Vale et alii, 1995 
 
 
6.4. Bokashi 
 Bokashi é a definição em língua japonesa de todo composto 
de origem orgânica. Devido à sua composição muito rica em matéria 
 18 
orgânica, proporciona ao solo uma série de vantagens, entre elas 
uma melhor estrutura. 
 O Bokashi é fermentado em EM, que é um conjunto de 
microorganismos que vivem no solo naturalmente fértil. Não se 
tratando nem de fertilizante químico e nem de hormônio. O EM é 
uma suspensão na qual coexistem mais de 10 gêneros e 80 
espécies de microorganismos eficazes, assim chamados porque 
agem no solo, fazendo com que a sua capacidade natural tenha 
plena ação. Pode-se dizer que o EM é constituído basicamente por 
quatro grupos de microorganismos que são: 
 *Leveduras; 
 *Actinomicetos; 
 *Bactérias produtoras de ácido lático; 
 *Bactérias fotossintetizantes. 
Cada grupo desempenha uma função no solo melhorando a 
capacidade de produção das plantas, pois confere a elas, maior 
resistência aos agentes patógenos existentes no solo e maior 
disponibilidade de elementos necessários ao crescimento. 
 
6.4.1 Cuidados na preparação do Bokashi 
 O principal cuidado que se deve observar ao preparar o 
Bokashi, é o seu ponto de umidade. A umidade no preparo é tão 
importante que através dela podemos obter um Bokashi de extrema 
qualidade ou então um Bokashi putrefato, onde a maioria dos 
nutrientes se perde através da má fermantação. 
 O primeiro passo para se obter a umidade ideal de 
fermentação, é ir molhando aos poucos o material. Depois de tudo 
uniformemente misturado, coloca-se um pouco na palma da mão, 
que deve ser fechada com força e esse composto não deve escorrer 
entre os dedos e nem deve ser tão seco a ponto de não formar um 
 19 
torrão. O torrão que se forma na mão deve ser facilmente esfarelado 
quando manipulado. 
 
6.4.2 Fermentação do Bokashi 
 Após a mistura de todos os componentes do Bokashi e com 
sua umidade ideal em torno de 50%, o Bokashi deve ser colocado 
para fermentar, sempre lembrando que a temperatura da 
fermentação não deve ultrapassar 50o C. Cada vez, que o 
composto atingir essa temperatura, deve ser revolvido. 
 O Bokahi deve ser amontoado e coberto em sacos de estopa 
ou lona de algodão, para iniciar a fermentação. Dependendo da 
temperatura e umidade do local, o Bokashi atinge a temperatura de 
50o C em torno de 20 a24 horas. Depois do primeiro revolvimento, o 
Bokashi continua sua fermentação, sendo necessário revolver toda 
vez que atingir 50o C. Em condições ideais, o Bokashi estará pronto 
em uma semana a dez dias. 
 
6.4.3 Método de aplicação do Bokashi 
 Pode ser aplicado em covas, ruas, no pé da planta, a lanço 
ou com calcareadeira, quando a área for muito grande. O Bokashi é 
compatível com práticas convencionais da agricultura. No caso de 
aplicação manual, deve-se tomar cuidado para que não haja torrões 
muito grandes. A quantidade de Bokashi a ser aplicada no solo varia 
muito em função do histórico e análise do solo do cafezal. Em solo 
onde a quantidade de matéria orgânica é baixa, a dosagem e a 
frequência de aplicação é bem diferente de um solo onde a matéria 
orgânica é sempre incorporada. 
 Como o Bokashi possibilita a melhora do solo em diversos 
aspectos, com o decorrer do tempo, pode-se diminuir 
gradativamente a dosagem de aplicação no solo. 
 20 
 Em condições adequadas, o Bokashi pode ser armazenado 
por até 06 (seis) meses. 
 
Quadro 4 : Relação dos materiais utilizados no preparo do Bokashi 
Ingredientes Quantidades 
Farelo de arroz 500 Kg 
Farelo de algodão 200 Kg 
Farelo de soja 100 Kg 
Farelo de osso 170 Kg 
Farinha de peixe 30 Kg 
Termofosfato 40 Kg 
Carvão moído 200 Kg 
Melaço 04 litros 
EM/4 04 litros 
Água 350 litros 
 Fonte: A.A.O (1998) 
 
6.5 Supermagro (Biofertilizante) 
 O Biofertilizante (Supermagro) é um adubo orgânico líquido, 
proveniente de um processo de decomposição da matéria orgânica 
(animal ou vegetal), através de fermentação anaeróbica 
(fermentação bacteriana sem a presença de oxigênio), em meio 
líquido. 
 O Biofertilizante (Supermagro) é utilizado como adubo foliar, 
complementar a adubação orgânica do solo, fornecendo 
micronutrientes, atuando também como defensivo natural por ser 
um meio de crescimento de bactérias benéficas, principalmente 
Bacillus subtilis, que inibe o crescimento de fungos e bactérias 
causadores de doenças nas plantas, além de aumentar a resistência 
contra insetos e ácaros. 
 Sua composição é rica e variada apresentando: esterco, 
água, sais minerais (micronutrientes), outros resíduos animais, 
 21 
melaço e leite; visando um completo processo de fermentação e 
equilíbrio nutricional das plantas. 
 
 
Quadro 5: Ingredientes do supermagro 
Ingredientes Unidade Quantidade 
Esterco fresco de vaca Kg 40 
Água Litro 140 
Leite Litro 9 
Melaço Litro 9 
 Fonte: A.A.O (1998) 
 
 
 
Quadro 6: Sais Minerais para supermagro 
Ordem Sais Minerais Unidade Quantidade 
1 Sulfato de Zinco * Kg 3,0 
2 Sulfato de Magnésio Kg 1,0 
3 Sulfato de Manganês Kg 0,3 
4 Sulfato de Cobre Kg 0,3 
5 Cloreto de Cálcio Kg 2,0 
6 Boráx * Kg 1,5 
7 Molibdato de Sódio Kg 0,2 
Fonte: A.A.O (1998) 
*devem ser divididos em duas vezes. 
Quadro 7 : Produtos complementares p/ supermagro 
Ingredientes Unidade Quantidade 
Farinha de ossos Kg 0,2 
Restos de peixe Kg 0,5 
Sangue Litro 0,1 
Restos moídos de fígado Kg 0,2 
Fonte: A.A.O (1998) 
 
 22 
6.5.1 Preparo do Supermagro 
 Em um recipiente de 200 l (tambor) devem ser colocados os 
40 litros de esterco, 100 litros de água, 1 litro de leite e l litro de 
melaço, misturar bem e deixar fermentar por 3 dias. A cada 5 dias 
dissolver um dos sais minerais em 2 litros de água morna, juntar 
com 1 litro de leite, 1 litro de melaço (ou 0,5 Kg de açúcar), e um 
dos ingredientes complementares e misturar com o esterco em 
fermentação. 
 Após adicionar todos os sais minerais, na ordem sugerida na 
tabela(Sais Minerais), completar até 180 litros e deixar fermentar. No 
verão, por 30 dias. No inverno, por 45 dias. 
 
6.5.2 Método de aplicação do Supermagro 
 A diluição recomendada é de 2% e a pulverização mensal. No 
caso da impossibilidade de preparar o Biofertilizante Supermagro, 
pode-se pulverizar o café com boro e molibdênio, nas mesmas 
proporções adicionados em esterco e água, após um mês de 
fermentação.6.6 Manejo do esterco 
 Uma forma fácil e eficiente de aproveitar o esterco de bovino 
pode ser o confinamento à noite. Para isto basta ter um local onde 
os animais possam ficar fechados, neste local é distribuída a cama, 
que pode ser capim, palhas diversas, casca de cereais, sabugos 
picados, turfa entre outras. Esse material deve ter propriedades 
absorventes para reter a urina. É recomendado a quantidade de 6 a 
10 Kg de material seco por 1000 Kg de peso vivo do animal. Depois 
de alguns dias o material pode parecer muito úmido, neste momento 
adiciona-se mais um pouco do material utilizado para cama, com o 
objetivo de retermos o máximo de urina possível. Para enriquecer 
ainda mais, uma vez por semana, coloque pequenas camadas de 
 23 
cinza, farinha de ossos, pó de rocha, etc. Desta maneira, depois de 
mais ou menos 15 dias, terá um material rico composto por palha, 
urina, esterco e outros materiais que foram polvilhados; pronto para 
ser utilizado como matéria-prima para o composto. 
 As camas são normalmente materiais pobres e quase não 
contribuem para aumentar o teor de nutrientes dos estercos, mas 
ajudam a diminuir perdas, principalmente nitrogênio (elevam a 
relaçãoC/N). A composição do esterco varia com o tipo de 
alimentação, idade do animal, espécie e raça. E a cama em função 
do tipo de material empregado como tal, a quantidade usada é a 
frequência de retirada e reposição. 
 O método que aproveita de maneira mais eficiente o esterco 
de aves é o de galinheiro cobertos de piso firme, que oferece uma 
área para as aves ciscarem e tomarem sol. Neste piso é colocada a 
cama numa altura de 10 a 15 cm. O tempo de permanência dessa 
cama vai depender da relação C/N do material (Tabela). Quanto 
maior a relação, maior o tempo de permanência da cama, com limite 
de no máximo três meses. Se caso for usar materiais que tenham 
baixa relação C/N, para não perder muito nitrogênio para o ar, 
aconselha-se espalhar um pouco de pó de carvão, farinha de osso 
ou superfosfato simples. 
 Duas características do esterco que podem ajudar o agricultor 
a definir o tempo de permanência da cama ou frequência de 
retirada, é distinguir a cama do esterco e cheiro excessivo de 
amoníaco. O ponto ideal é quando o material começa a ficar sem 
distinção e o cheiro ainda não está forte. Este material também pode 
ser matéria-prima para o composto. 
 
 
Tabela 4 
 24 
Quantidade de resíduos produzidos diariamente por algumas espécies 
animais 
Espécie (peso vivo) Fezes (Kg/dia) Urina (Kg/dia) 
Bovino (453 Kg) 23,5 9,1 
Equino (385 Kg) 16,3 3,6 
Suíno (72 Kg) 3,4 1,8 
Aves (1,6 Kg) 0,1 ---- 
Fonte: Trani et alii (1981) 
 
 
 
 Tabela 5 
Teores de N, P205 e K2O de alguns estercos frescos 
Esterco Umidade N(%) P2O5(%) K2O(%) 
Bovino 
Galinha 
Porco 
80 
10 
85 
0,55 
1,50 
0,50 
0,23 
1,00 
0,35 
0,60 
0,40 
0,40 
Fonte: Costa, 1987. 
 
 
 
 
Tabela 6: Composição média de nutrientes de algumas fontes de matéria 
orgânica e recomendações de utilização no plantio e condução do 
cafeeiro 
Fonte Teores aproximados Recomendações 
 N% P2O5% K2O% Kg/cova L/cova ou m.l. 
Est. galinha (gaiola) 2,0 2,0 1,0 1-2 4-10 
Est. galinha (cama) 1,5 1,0 0,7 2-3 4-10 
Est. curral (curtido) 0,6 0,3 0,6 3-5 10-25 
Torta de mamona ou 
algodão 
5,0 2,0 1,0 0,5-0,8 1-2,5 
Palha de café 1,7 0,1 3,2 2-3 2-5 
 25 
Esterco de suíno 0,5 0,3 0,4 3-5 ---- 
Esterco de equino 0,7 0,3 0,8 3-5 ---- 
Adaptado de Matielo, 1991 e Malavolta, 1993. 
 
7.0 Compostagem 
 Compostagem é um processo biológico de transformação da 
matéria orgânica em substâncias húmicas estabilizadas, com 
propriedades e características completamente diferentes do material 
que lhe deu origem. 
 A verificação dos teores de carbono e nitrogênio (Relação 
C/N), quando se faz a incorporação ou enterrio dos restos como 
plantas, colmos, ramas e raízes, é extremamente importante, pois a 
velocidade de decomposição depende dela. 
 A boa aeração é importante para garantir o fornecimento de 
oxigênio que permite a decomposição aeróbica, mais rápida e mais 
eficiente que a anaeróbica. O fornecimento de oxigênio a matéria 
em decomposição dá-se por meio de revolvimentos manuais, 
fazendo-se que as camadas externas passem a ocupar a parte 
interna. Em ambiente aeróbico, a decomposição além de mais 
rápida e melhor conduzida, não produz mau cheiro nem a 
proliferação de moscas, o que constitue um fator estético para o 
local e recomendável para a saúde pública. 
 Sendo a compostagem um processo biológico de 
decomposição da matéria orgânica, a presença de água é 
imprescindível para as necessidades fisiológicas dos organismos, os 
quais não vivem na ausência da umidade. 
 Umidade abaixo de 40% reduz a atividade dos 
microorganismos, principalmente das bactérias, sendo que de 30% 
para menos a água torna-se um fator limitante para a 
decomposição; abaixo de 12% cessa, praticamente , toda a 
 26 
atividade biológica, tornando o processo extremamente lento, muito 
antes de atingir esse limite. 
 A utilização do fosfato de araxá para enriquecimento e auxílio 
na decomposição de compostos orgânicos, é uma prática que está 
se tornando cada vez mais comum entre os agricultores. 
Compostos orgânicos produzidos com a adição de fosfato de 
araxá durante a sua confecção, na proporção de 6 Kg/ m3 inicial, 
considerando uma adubação orgânica na faixa de 30 t/ha, 
apresentaram uma elevação significativa nos teores de P, Ca e Zn, 
com tendência de aumento nos valores de pH. Tal adição de fosfato 
equivale a uma fosfatagem em campo de 1.000 Kh/ha, acrescida da 
vantagem de o fosfato ser levado ao solo de forma pré-solubilizada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 7 : Composição química e matéria orgânica dos principais 
materiais vegetais do processo de compostagem 
 Macronutrientes (%) Micronutrientes (ppm) 
Espécie M.O 
% 
C/N N P 
 
K Ca Mg Cu Zn Fe Mn B 
C.M.V. 96 56/1 1,00 0,20 0,50 0,54 0,15 1 12 631 63 1 
C.M.S. 90 75/1 0,70 0,22 0,65 0,83 0,19 8 34 2.723 211 1 
C.N.V. 96 40/1 1,40 0,13 0,76 0,47 0,12 1 10 741 25 1 
C.N.S. 85 35/1 1,40 0,39 1,51 0,78 0,17 1 13 2.389 101 1 
P. Café 79 29/1 1,60 0,10 2,15 0,39 0,12 10 15 1.375 126 19 
P. Arroz 82 79/1 0,60 0,04 1,30 0,35 0,16 1 17 475 643 3 
P. feijão 95 61/1 0,90 0,05 0,45 1,15 0,32 2 28 500 82 25 
 27 
Obs.: C.M.V. Capim Meloso verde; C.M.S. Capim Meloso seco; C.N.V. Capim 
Napiê verde; C.N.S. Capim Napiê seco; P. Palha 
Fonte: EMCAPA/CPDCS, 1995. 
 
7.1 O Processo da Compostagem 
 Os materiais compostáveis podem ter diversas origens: 
agrícola, domiciliar ou industrial. A escolha correta da mistura é de 
fundamental importância para o sucesso do processo de 
compostagem. 
Para isso é preciso conhecer o teor de carbono (C) e de 
nitrogênio (N) de cada um dos resíduos vegetais e do esterco, para 
se atingir a proporção ideal para o trabalho dos microorganismos. 
(Tabelas 10 e 11). 
 Experimentalmente se sabe que os microorganismos 
assimilam 30 partes em peso de carbono para 1 parte em peso de 
nitrogênio. Daí a relação 30/1 ser a mais indicada para a mistura em 
compostagem. Mas nem todo o material orgânico é aproveitado 
pelos microorganismos. Em geral eles aproveitam apenas 10 partes 
(ou 35%) do carbono para formar sua biomassa (peso vivo); as 
outras 20 partes (65%) são perdidas na forma de gás carbônico, na 
respiração. Assim, portanto, a relação inicial 30/1 da matéria 
orgânica acaba sendo reduzida a 10/1. 
 Uma maneira prática de se conseguir isso é combinando-se 
materiais com relação C/N alta com materiais com relação C/N baixa 
 A fórmula abaixo pode ser aplicada com a finalidade de se 
obter quantas partes do material rico em carbono devem ser 
colocadas para cada parte do material rico em nitrogênio. 
 
 (30 x Nm) - Cn 
 Cc – (30 x Nc) 
 28 
 
Onde: Nm = % de nitrogênio do material rico em N 
 Cn = % de carbono do material rico em N 
 Nc = % de nitrogênio do material rico em C 
 Cc =% de carbono do material rico em C 
 
 Quando se tem mais de dois materiais que se quer misturar 
os cálculos são feitos dois a dois, sempre combinando-se materiais 
que apresentam relação C/N acima de 30/1, com aqueles que 
apresentam relação inferior. Assim, tendo-se esterco de aves, 
bagaço de cana e palha de café, os cálculos são feitos para a 
mistura esterco + bagaço e depois esterco + palha de café. A 
proporção será então de 2 partes de esterco para “X” partes de 
bagaço e “Y” partes de palha de café. 
 A escolha do local é extremamente importante. Deve ser uma 
área, se possível, plana, protegida de ventos e insolação direta, com 
fácil acesso para a carga e descarga do material e ter água 
disponível. 
 A pilha de composto deve ter de 1 a 3 metros de largura, 
comprimento variável e altura de até 1,50 metros. Deve ser feita 
preferencialmente em local sombreado. Deve ser feita misturando-
se alternadamente o material procedendo-se a rega da pilha a cada 
camada, tendo o cuidado para não encharcar. 
 Depois de pronta, a pilha deve ser revestida com capim ou 
sapé, para proteger da chuva e reduzir a evaporação. Após 
aproximadamente 20-25 dias a atuação de microorganismos elevará 
a temperatura da pilha até cerca de 75o C. Ao ocorrer a queda da 
temperatura, faz-se o reviramento ou corte da pilha, que provoca 
arejamento e mistura do material. Após o corte a temperatura se 
eleva novamente. Com o seu resfriamento, o material semi-curado 
já pode ser utilizado. 
 29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 8 – Composição Média de Materiais Ricos em Nitrogênio 
Materiais MO% C% N% C/N P2O5% K2O% 
Algodão: semente 
ardida 
95,62 54,96 4,58 12/1 1,42 2,37 
Amoreira: folhas 86,08 45,24 3,77 12/1 1,07 ne 
Banana: folhas 88,89 49,02 2,58 19/1 0,19 ne 
Borra de café 90,46 50,60 2,30 22/1 0,42 1,26 
Cacau: película 91,10 51,84 3,24 16/1 1,45 3,74 
Café: semente 
desnaturada 
92,83 52,32 3,27 16/1 0,39 1,69 
Cássia alta: ramos 93,61 52,35 3,40 15/1 1,08 2,98 
Crotalarea juncea 91,42 50,70 1,95 26/1 0,40 1,81 
Cevada: bagaço 95,07 51,30 5,13 10/1 1,30 0,15 
Couro em pó 92,03 43,75 8,74 5/1 0,22 0,44 
Esterco de suínos 53,10 29,50 1,86 16/1 1,06 2,23 
Esterco de aves 52,21 29,01 2,76 11/1 2,07 1,67 
Esterco de equinos 96,19 25,50 1,67 18/1 1,00 1,19 
 30 
Eucalipto: resíduos 77,60 42,45 2,83 15/1 0,35 1,52 
Feijão de porco 88,54 48,45 2,55 19/1 0,50 2,41 
Feijão guandu::palhas 55,90 52,49 1,81 29/1 0,59 1,14 
Feijão guandu: sementes 96,72 54,60 3,64 15/1 0,82 1,89 
Fumo: resíduos 70,92 39,06 2,17 18/1 0,51 2,78 
Ingá: folhas 90,69 50,64 2,11 24/1 0,19 0,33 
Labelabe 88,46 50,16 4,56 11/1 2,08 ne 
Laranja: bagaço 22,58 12,78 0,71 18/1 0,12 0,41 
Lúpulo: bagaço 47,58 26,08 1,63 16/1 1,32 0,86 
Mandioca: folhas 91,64 52,20 4,35 12/1 0,72 ne 
Mucuna preta: ramas 90,68 49,28 2,24 22/1 0,58 2,79 
Mucuna preta: sementes 95,34 54,18 3,87 14/1 1,05 1,45 
Penas de galinha 88,20 54,20 13,55 4/1 0,50 0,30 
Rami: resíduos 60,64 35,26 3,20 11/1 3,68 4,02 
Resíduos de cerveja 95,80 53,04 4,42 12/1 0,57 0,10 
Serrapilheira 30,68 16,32 0,96 17/1 0,08 0,19 
Materiais MO% C% N% C/N P2O5% K2O% 
Sisal: polpa 67,38 64,35 5,85 11/1 0,49 0,43 
Sangue seco 84,96 47,20 11,80 4/1 1,20 0,70 
Torta de algodão 92,40 51,12 5,68 9/1 2,11 1,33 
Torta de amendoim 95,24 53,55 7,65 7/1 1,71 1,21 
Torta de linhaça 94,85 50,94 5,66 9/1 1,72 1,38 
Torta de mamona 92,20 54,40 5,44 10/1 1,91 1,54 
Torta de soja 78,40 45,92 6,56 7/1 0,54 1,54 
Torta de usina de cana-
de-açúcar 
78,78 43,80 2,19 20/1 2,32 1,23 
ne= não encontrado; MO= matéria orgânica; C= carbono; N= nitrogênio; C/N: 
relação C/N; 
P2O5= teor de fósforo; K2O= teor de potássio do material seco, em massa. 
Fonte: Paschoal, A.D. (1994) 
 
Tabela 9 – Composição Média de Materiais Ricos em Carbono 
Materiais MO% C% N% C/N P2O5% K2O% 
Abacaxi: fibras 71,41 39,60 0,90 44/1 ne 0,46 
 31 
Arroz: casca 54,55 30,42 0,78 39/1 0,58 0,49 
Arroz: palhas 54,34 30,42 0,78 39/1 0,58 0,41 
Aveia: casca 85,00 47,25 0,75 63/1 0,15 0,53 
Aveia: palha 85,00 47,52 0,66 72/1 0,33 0,91 
Algodão: resíduos de 
sementes 
96,14 53,00 1,06 50/1 0,23 0,83 
Banana: talo e cacho 85,28 46,97 0,77 61/1 0,15 7,36 
Bagaço de cana 96,14 39,59 1,07 37/1 0,25 0,94 
Cacau: casca dos frutos 85,28 48,64 1,28 38/1 0,41 2,54 
Café: cascas 71,44 30,04 0,86 53/1 0,17 2,07 
Café: palha 88,68 51,73 0,62 83/1 0,26 1,96 
Capim gordura 82,20 51,03 0,63 81/1 0,17 ne 
Capim guiné 93,13 49,17 1,49 33/1 0,34 ne 
Capim jaraguá 92,38 50,56 0,79 64/1 0,27 ne 
Capim cidreira 88,75 58,84 0,82 62/1 0,27 ne 
Capim milhã roxo 90,51 50,40 1,40 36/1 0,32 ne 
Materiais MO% C% N% C/N P2O5% K2O% 
Capim mimoso 91,52 52,14 0,66 79/1 0,26 ne 
Capim pé de galinha 91,60 47,97 1,17 41/1 0,51 ne 
Capim rhodes 93,60 50,32 1,36 37/1 0,63 ne 
Cássia negra: cascas 86,99 53,20 1,40 38/1 0,10 Ne 
Castanha: cascas 89,48 54,76 0,74 74/1 0,24 0,64 
Centeio: cascas 96,24 46,92 0,68 69/1 0,66 0,61 
Centeio: palhas 98,04 47,00 0,47 100/1 0,29 1,01 
Cevada: cascas 85,00 47,60 0,56 85/1 0,28 1,09 
Cevada: palhas 85,00 47,25 0,75 63/1 0,22 1,26 
Esterco de ovinos 82,94 46,08 1,44 32/1 0,74 1,65 
Esterco de bovinos 96,19 53,44 1,67 32/1 0,68 2,11 
Feijoeiro: palhas 94,68 52,16 1,63 32/1 0,29 1,94 
Grama batatais 90,80 50,04 1,39 36/1 0,36 ne 
Grama sêda 90,55 50,22 1,62 31/1 0,67 ne 
Lenheiro: resíduos 39,92 20,50 0,75 30/1 0,60 0,42 
Mamona: cápsulas 94,60 62,54 1,18 53/1 0,30 1,81 
Mandioca: cascas e 
raízes 
58,94 32,64 0,34 96/1 0,30 0,44 
 32 
Mandioca: ramas 95,26 52,40 1,31 40/1 0,35 ne 
Mandioca: cascas 96,07 53,50 0,50 107/1 0,26 1,27 
Milho: palhas 96,75 53,76 0,48 112/1 0,38 1,64 
Milho: sabugos 45,20 52,52 0,52 101/1 0,19 0,90 
Samambaia 95,90 53,41 0,49 109/1 0,04 0,19 
Serragem de madeira 93,45 51,90 0,06 865/1 0,01 0,01 
Trigo: cascas 85,00 47,60 0,85 56/1 0,47 0,99 
Trigo:palhas 92,40 51,10 0,73 70/1 0,07 1,28 
Tungue: cascas de 
sementes 
85,17 47,36 0,74 64/1 0,17 7,36 
ne= não encontrado; MO= matéria orgânica; C= carbono; N= nitrogênio; C/N: 
relação C/N;P2O5= teor de fósforo; K2O= teor de potássio do material seco, em 
massa. 
Fonte: Paschoal, A.D. (1994) 
 
8.0 Produção de Húmus de Minhoca (Vermicompostagem) 
 A minhocultura, ou seja, o cultivo de espécies de minhocas 
em cativeiro, é uma atividade zootécnica que tem como processo 
básico a vermicompostagem. 
Esse processo consiste na transformação dos resíduos 
orgânicos em uma forma mais estabilizada da matéria orgânica, 
resultante da ação das minhocas e da microflora que vive em seu 
trato digestivo. Através da criação de minhocas obtêm-se 2 produtos 
finais: a minhoca e o vermicomposto, conhecido comercialmente 
como húmus. 
 A fonte de matéria-prima para a criação de 
minhocas.constitui-se em todo esterco animal proveniente de 
criações de bovinos, equinos, caprinos, suínos e ovinos. No entanto, 
observa-se que o esterco bovino devido a facilidade de ser obtido, 
vem se constituindo na principal fonte de matéria-prima entre os 
criadores. É necessário que toda matéria-prima utilizada na 
preparação do substrato, passe por um processo de fermentação ou 
compostagem. 
 33 
 A maioria dos produtores de vermicomposto utiliza a espécie 
Eisenia foetida, conhecida vulgarmente como minhoca vermelha da 
Califórnia ou minhoca do esterco. Essa preferência se deve à 
habilidade de converter os resíduos orgânicos pouco decompostos 
em material estabilizado, à sua extraordinária proliferação e ao seu 
rápido crescimento. 
 
 8.1 O Minhocário 
O local escolhido para implantação do minhocário deve 
preencher alguns requisitos básicos: 
A) Água: deve existir um abundância e ser de boa qualidade. 
Ela é utilizada para regar os canteiros e o material em 
compostagem 
B) Localização: o local deve ser de fácil acesso, para facilitar 
o abastecimento com matéria-prima, e depois o 
escoamento do vermicomposto para a lavoura. No caso de 
aplicação na produção de mudas de café, é interessante 
que o minhocário esteja bem próximo ao viveiro, como no 
exemplo da FazendaCachoeira. 
C) Declividade: o terreno deverá ter uma pequena 
declividade (2%), facilitando o escoamento da água da 
chuva. 
 
Os canteiros devem ter as seguintes características: 
A) Dimensões: adota-se como padrão, canteiros de 1,0 metro de 
largura, 0,30 a 0,50 metros de altura (dimensões internas) e 
comprimento variável, de acordo com o dimensionamento da 
criação. 
B) Tipos: as paredes podem ser construídas com bambu, 
tijolos, madeira, placas de cimento e outros materiais que 
estejam disponíveis. 
 34 
C) Piso: o fundo pode ser cimentado ou terra batida. Nos 
canteiros cimentados, a superfície interna deve ter 
declividade de 2%, indo a água acumular-se no local mais 
baixo, escoando por drenos colocados na parede. 
 
8.2 Manejo do Minhocário 
 Antes de ir para o canteiro, a matéria-prima deve passar pelo 
processo de compostagem. No caso de fazendas onde seja 
desenvolvida atividade pecuária, tendo-se, portanto, grande 
disponibilidade de esterco bovino, este pode ser somente curtido e 
oferecido às minhocas, não sendo necessária a compostagem. Para 
tanto faz-se uma camada de 20 a 30 cm de altura, procede-se o 
umedecimento assim como é feito na compostagem e faz-se o 
reviramento a cada 2 ou 3 dias, mantendo sempre a umidade. Em 
torno de 15 dias o esterco estará curtido e poderá ser fornecido às 
minhocas. É importante que ele não mais aqueça (fermente). 
 A colocação das matrizes segue os seguintes passos: 
A)Para iniciantes: o inóculo de 1 a 2 litros de minhocas/ m2 
de canteiro é suficiente. Elas logo se multiplicam, de modo 
que após 45-60 dias sua população deve ter duplicado. 
b) Criações comerciais: tendo em vista um dos dois 
produtos finais como principal: 
b.1) Minhoca: faz-se um inóculo de 1 a 2 
litros/m2 e obtêm-se após 45-60 dias o dobro da 
população inicial. 
b.2) Vermicomposto: faz-se o inóculo de 4 a 5 
litros/m2 e obtêm-se após 20-30 dias o material 
processado e praticamente a mesma quantidade 
de minhocas. 
 O inóculo deve ser feito preferencialmente de manhã, de 
modo que as minhocas tenham o dia inteiro para se adaptar ao 
 35 
canteiro até que chegue a noite, momento em que pode ocorrer 
fugas. 
 A cobertura de palha seca (camada de 10-30cm) é essencial 
a atividade da vermicompostagem. Esta cobertura tem a função de 
evitar a ação predatória de pássaros, o impacto das gotas de chuva, 
o ressecamento rápido do composto e a incidência direta da luz 
solar sobre o cimento. 
 Pode também ser usada uma cobertura em meia ou duas 
águas, feita com estrutura de ferro ou madeira e sapé ou plástico, 
que evita o excesso de água da chuva nos canteiros. 
O manejo diário do minhocário segue a seguinte rotina: 
• Temperatura: as minhocas toleram temperaturas que 
variam de 16 a 24o C aproximadamente. A manutenção é 
feita através de irrigação e da cobertura morta. O 
aquecimento excessivo do material pode acontecer caso o 
processo de compostagem não tenha sido eficiente. 
Portanto, as minhocas, somente devem ser colocadas em 
substrato que não sofra mais fermentação, pois o 
aquecimento pode causar a sua morte ou induzir a fuga. 
• Umidade: a umidade ideal varia entre 75 a 80%. Um 
método prático para a avaliação, consiste em se tomar 
uma pequena porção do material usado para encher o 
canteiro e espremê-lo com uma das mãos: vertendo 
algumas gotas entre os dedos, a umidade é a ideal; 
ocorrendo escorrimento abundante, é desnecessária a 
irrigação. Caso o canteiro esteja com excesso de água, 
deve-se retirar a cobertura de palha seca e proceder o 
reviramento do material para que ocorra evaporação da 
água excedente e arejamento do substrato. 
• Luminosidade: a luz é prejudicial às minhocas e é evitada 
através da cobertura de palha seca. 
 36 
• Predadores: galinhas, porcos, rãs, sapos e ratos são 
predadores vorazes, não devendo deixá-los aproximarem-
se dos canteiros. 
O ataque de pássaros é evitado colocando-se a cobertura 
morta sobre os canteiros. 
As formigas lava-pé também são bastante problemáticas. A 
forma de evitá-las é limpando bem o terreno onde serão contruídos 
os canteiros, exterminando todos os formigueiros encontrados. Se 
mesmo assim, existem ninhos construídos dentro do canteiro, a 
área do ninho deve ser retirada. Iscas com produtos químicos não 
devem ser utilizadas, pois podem também matar as minhocas. 
 Sanguessugas podem também ser encontradas. Se elas 
existirem no local dos canteiros, podemos evitá-las colocando uma 
fina camada de calcário no fundo do canteiro, antes de proceder o 
seu enchimento. 
 
8.3 Retirada do Húmus 
A colheita pode ser manual, mecânica ou migratória. A 
umidade deve ser tal, que o húmus não esteja muito úmido a ponto 
de dificultar a separação húmus-minhoca, nem muito seco, a ponto 
de se perder húmus pelo vento. Isto ocorre geralmente a 40%. 
a) Colheita Manual: as minhocas são coletadas no canteiro 
através de catação ou do uso de peneiras ou ainda através de iscas 
colocadas sobre o canteiro.O método de iscas baseia-se no fato de 
que, quando as minhocas transformam todo o composto ou esterco 
curtido em húmus, elas migram à procura de novo alimento. Nesse 
momento, devemos montar as “iscas”, ou seja, esterco curtido ou 
composto novo sobre o canteiro. Essas podem ser feitas 
distribuindo-se sacos de estopa cheios do substrato novo sobre o 
canteiro, a cada 2 ou 3 metros, ou simplesmente distribuindo-se 
uma camada de 5 a 10 cm diretamente sobre o canteiro. 
 37 
b) Colheita Mecânica: é realizada através de peneiras 
giratórias, onde o húmus atravessa a malha de peneira e as 
minhocas ficam retidas, saindo na extremidade do cilindro. 
c) Colheita Migratória: é feita através de canteiros duplos. A 
criação é feita em apenas um dos canteiros de cada vez. De 10 a 15 
dias antes das minhocas transformarem todo esterco curtido ou 
composto em húmus completa-se o outro canteiro com novo 
substrato. À medida que o alimento para as minhocas for acabando 
elas migrarão para o outro canteiro em busca de novo alimento. O 
canteiro anexo funciona, na realidade, como uma “isca gigante”. 
 
8.4 Aplicação do Húmus 
A aplicação do húmus de minhoca na cafeicultura é feita em 
cobertura, de preferência com ligeira incorporação ao solo, e, é 
claro, no plantio. As quantidades aplicadas variam de acordo com o 
tipo de solo, sendo aconselhável que um técnico lhe auxilie. Em 
geral, no entanto, são aconselhadas as seguintes quantidades: 
 
Plantio (g/cova) Cobertura 
300-600 1 a 3Kg por pé, aumentando 30% 
todos os anos. 
 
A utilização de húmus de minhoca na formação de mudas de 
cafeeiro, já foi discutida no capítulo de Produção de mudas e 
Plantio. 
 Ressaltamos que a utilização do húmus de minhoca (e dos 
fertilizantes orgânicos em geral) pelos produtores, tem se dado de 
forma empírica em relação as dosagens para as diferentes fases da 
cultura do café, carecendo de informações técnico-científicas. 
 
 9.0 Adubação Verde 
 38 
Na atualidade pode-se conceituar a adubação verde como a 
utilização de plantas em rotação, sucessão ou consorciação com as 
culturas, incorporando-as ao solo ou deixando-as na superfície, 
visando-se à proteção superficial, bem como a manutenção e 
melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo, 
inclusive a profundidades significativas. 
 O conceito atual sobre a adubação verde está associada a 
quatro pontos básicos: 1) cobertura e proteção do solo; 2) 
manutenção e/ou melhoria das condições físicas, químicas e 
biológicas no solo; 3) aração biológica e introdução de microvida em 
profundidade no solo; 4) uso eventual da fitomassa produzida na 
alimentação animal ou em outras finalidades. 
Uma prática cada vez mais importante para a cafeicultura 
orgânica é a adubação verde. Esta prática prevê a introdução de 
espécies vegetais, nas ruas do cafezal, que serão cortadas antes 
que completem seu ciclo vegetativo, e deixadas sobre o solo ou 
incorporadas levemente ao solo. Destacam-se entre as plantas 
utilizadas, as leguminosas,porque fixam nitrogênio do ar, e 
oferecem matéria orgânica ao solo, mas as gramíneas também 
podem ser usadas com outros objetivos. 
A escolha das espécies de plantas depende de suas 
características e das condições edafoclimáticas locais. Para se 
definir a quantidade de linhas a ser plantada, deve-se levar em 
conta não apenas o espaçamento da lavoura cafeeira, mas 
também a agressividade da espécie de adubo verde escolhido. 
Destacam-se entre as espécies de leguminosas mais usadas: 
mucuna, guandu, puerária, feijão de corda, tremoço e a ervilhaca. 
Entre as espécies de plantas usadas em adubação verde que não 
pertencem a família das leguminosas, destacam-se: nabo-
forrageiro, aveia preta, milheto e mamona. 
 
 39 
Quantidade de nutriente por 100 Kg de matéria seca. 
Espécie N P K Ca Mg C Cu
* 
Zn
* 
Crotalária 2,17 0,09 1,59 0,43 0,37 50,8 8 23 
Feijão de porco 3,19 0,15 5,62 1,35 0,63 50,1 9 62 
Girassol 1,61 0,15 3,35 0,31 0,93 40,5 44 11 
Guandu 2,61 0,14 2,61 1,79 0,45 56,3 7 22 
Mucuna preta 2,49 0,13 1,40 1,17 0,27 52,2 14 29 
Aveia preta 1,65 0,10 1,60 0,25 0,17 59,8 11 7 
Centeio 1,22 0,07 1,40 0,18 0,14 44,6 15 6 
Ervilhaca 2,02 0,13 2,10 0,86 0,27 37,6 24 9 
Nabo forr. 2,96 0,19 3,90 1,51 0,54 43,1 53 7 
*ppm 
 
 
Quantidade de nutriente em Kg/ha. 
Espécie Quant. de mat. 
seca (Kg/ha) 
N P K Ca Mg C 
Girassol 5540 89 8,3 186 17,2 51,3 2244 
Aveia preta 8670 143 8,7 139 21,7 14,7 5185 
Centeio 4780 58 3,4 67 8,6 6,7 2132 
Ervilhaca 3170 64 4,1 67 27,3 8,6 1192 
Nabo forr. 6510 192 12,4 254 98,3 35,6 2806 
 
 
 
 
 
9.1 Procedimentos para plantio dos adubos verdes: 
a) Inocular as sementes das leguminosas com estirpes 
específicas de bactérias fixadoras de nitrogênio. A ocorrência de 
nódulos destacáveis com facilidade, de cor rosada, indica atividade 
 40 
da associação simbiótica entre bactérias e as leguminosas e a 
consequente fixação de nitrogênio. 
 A inoculação , ou seja, forma de colocar a bactéria junto as 
sementes das leguminosas pode ser simples ou com revestimento 
das sementes. 
 Na inoculação simples usamos 100 ml de água mais 100 
gramas de inoculantes misturados em uma pasta homogênea. Esta 
pasta é misturada as sementes que são espalhadas sobre uma 
superfície plástica ou de cimento e secas a sombra. Sementes 
inoculadas desta forma deverão ser semeadas no máximo até o dia 
seguinte. Caso contrário deverão ser reinoculadas. 
 Na inoculação com revestimento das sementes há um 
aumento na sobrevivência do rizóbio protegendo a planta e a 
bactéria. Para este revestimento usa-se goma arábica ou gomas 
caseiras preparadas com polvilho de araruta, mandioca ou farinha 
de trigo. Junta-se a goma ao inoculante até formar uma pasta, em 
seguida mistura-se a semente fazendo-se boa homogeneização. As 
sementes em superfície de plástico ou cimento, podem ser 
armazenadas durante uma semana em local fresco, arejado e 
sombreado. 
 O inoculante hoje em dia é comercializado no mercado de 
insumos. 
 
 
 
 
Material usado na inoculação e revestimento das sementes 
Leguminosas Goma arábica 
 (40% ) 
I noculante (g) Semente (kg) 
Sementes grandes 300 100 25 
Sementes médias 500 100 8 
 41 
Sementes pequenas 500 100 5 
 
b) Após o preparo do solo, a semeadura pode ser feita a lanço 
seguida de incorporação superficial com uma gradagem; 
c) A melhor época de incorporação é durante o florescimento, onde 
a energia fotoassimilada está voltada para a parte aérea. Esta 
incoporação deve ser feita de preferência deitando e cortando o 
material ao solo com o rolo faca ou grade. 
 
 
10.0 Manejo do Mato 
 Na agricultura orgânica, as ervas que podem concorrer e 
afetar os cultivos são consideradas invasoras, e não daninhas, 
porque contribuem para a cobertura e proteção do solo, reciclagem 
de nutrientes, melhoria do solo pelo aumento do nível de matéria 
orgânica, rompimento de camadas campactadas e outros benefícos. 
O controle das invasoras pode ser realizado por: 
a) Uso de sementes isentas de sementes de invasoras; 
b) Práticas mecânicas como aração, gradagem, cultivos, roçadas, 
mondas e capinas manuais, em momentos adequados; 
c) Uso de plantas alelopáticas, adub. Verde, cobertuta morta, 
cobertura viva, rotação e consorciação de culturas. 
d) Uso de cobertura inerte (plástico) que não cause contaminação 
ou poluição. 
No quadro abaixo (Fonte: adaptado de Plantas Indicadoras Livro 
Verde. CEPAGRI, 1997) podemos notar, como as invasoras 
podem nos ajudar no manejo do solo e nutrição das plantas: 
 
 
 
 
 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12.0 Controle de Pragas e Doenças 
 Existem alguns produtos naturais que podem ser preparados 
na própria fazenda. Entre os produtos mais utilizadas destacamos: o 
extrato de pimenta e alho e a calda bordalesa, que fazem parte do 
receituário orgânico. Abaixo são apresentadas as receitas básicas: 
 
12.1 Extrato de Pimenta e Alho: 
 
 44 
INGREDIENTES QUANTIDADE 
Pimenta-do-reino moída 100 g 
Álcool 1 litro 
Sabão neutro 25 g 
 
 
Preparo: 
• Adicionar 100g de pimenta-do-reino a 1 litro de álcool em vidro ou 
garrafa, com tampa. Deixar em repouso por uma semana; 
• Dissolver 25g de sabão neutro em 1 litro de água quente; 
 
Modo de Usar: 
 Na hora de usar, pegar um copo de extrato de pimenta-do-
reino, a solução de sabão, diluir em 10 litros, agitar a mistura e 
pulverizar. 
 
Recomendações: 
 Recomenda-se o uso desta calda, principalmente, para as 
lagartas, pulgões, tripes e cigarrinhas das solanáceas (batata-
inglesa, jiló, beringela, pimentão e tomate), mas também para as de 
flores, hortaliças, frutíferas, grãos e cereais. No caso do café, se 
presta muito bem como repelente do bicho mineiro. 
 Para melhorar o efeito de proteção desta calda contra insetos 
pode-se adicionar o extrato alcoólico de alho a calda antes da 
pulverização, sendo recomendada, principalmente para a cultura do 
tomateiro. 
• Triturar 100g de alho e juntar a 1 litro de álcool em vidro ou 
garrafa, com tampa. Deixar em repouso por uma semana. Na 
hora de usar, pegar um copo de extrato de pimenta-do-reino, 1/2 
 45 
copo de extrato de alho, a solução de sabão, diluir em 10 litros, 
agitar a mistura e pulverizar. 
 Para o caso das duas receitas, antes de usá-las deve-se 
observar se estão ocorrendo inimigos naturais das pragas nas 
culturas e se estes, sozinhos não estão sendo eficientes no controle. 
Fonte: Paiva, 1995. 
 
 
12.2 Calda Bordaleza 
1) colocar 100 gramas de sulfato de cobre em um saco de 
pano pequeno 
2) mergulhar o saco contendo o sulfato de cobre em cinco 
litros de água quente, deixando-se de molho por 24 horas. 
3) dissolver 100 gramas de cal virgem de boa qualidade em 
cinco litros de água, que devem ser despejadas sobre o 
produto 
4) despejar a solução de sulfato de cobre sobre a solução de 
cal, misturando bem com um bastão 
5) coar a mistura e despejar no pulverizador para a aplicação 
A calda bordaleza é um fungicida cujo uso é permitido na 
agricultura orgânica porque o sulfato de cobre é um produto 
pouco tóxico que contribui para melhorar o equilíbrio nutricional 
das plantas. (Fonte: Gonzaga, 1994) 
 
11.3 Extrato de NIM (Azadirachta indica) 
 
INGREDIENTES QUANTIDADE 
Sementes secas e moídas 
de NIM 
5 Kg 
Água 5 litros 
 46 
Sabão 10 g 
 
 Colocar os 5 quilos de sementes de NIM moídas em um 
saoco de pano, amarrar e colocar em 5 litros de água. Depois de 
12 horas, espremer e dissolver 10 gramas de sabão neste 
extrato. Misturar bem e acrescentar água para obter 500 litros 
de preparado. Aplicar sobre as plantas infestadas, 
imediatamente após preparar. 
 Indicação: Inseticida de amplo espectro, atualmente mais de 
418 espécies de pragas e insetos que ocorrem em vários países 
são afetados pelos extratos de Nim: Mosca branca (Bemisia 
tabaci), pulgões (Aphis gossypii), baratas, traça do amendoim 
(Corcyra cephalonica), Culex fatigans, Diabrotica 
undecimpunctata, Meloydogyne arenaria,M. javanica, M. 
incognita, Musca domestica, , tombamento (Rhizoctonia solani), 
etc. Fonte: Stoll (1989), Schmutterer (1995). 
 11.4 Controle de carrapato bovino (Araucária – Pinheiro do 
Paraná / Araucaria angustifolia) 
 
 INGREDIENTES QUANTIDADE 
Folhas verdes de Araucária 200 gramas 
Sal mineral 5 Kg 
 Picar as folhas verdes de Araucária e misturar ao sal mineral. 
Coloque em uma panela aberta e leve ao fogo. Mexer a mistura, 
até secar as folhas de Araucária. Retirar as folhas secas e 
colocar nos cochos para o gado. Os carrapatos cairão em 
 47 
menos de 5 dias. Não provoca intoxicação ao gado e não deixa 
gosto no leite. 
 Fonte: Técnicos da Estação Experimental de São Roque - IAC 
(1996) 
 
 12.0 Pesquisas atuais 
A crescente demanda por informações científicas a respeito 
de agricultura orgânica exige, atualmente que instituições de 
pesquisa desenvolvam trabalhos nesta área, visando estudar as 
novas técnicas de produção e comprovar a viabilidade das mesmas. 
Durante todo o século, o padrão convencional acumulou 
enorme conhecimento científico e tecnológico e, apesar de criticado 
por seu enfoque altamente específico, é inegável que seus avanços 
foram cruciais para garantir a segurança alimentar de alguns povos. 
No entanto, garantir a segurança alimentar de toda a 
população mundial e a conservação dos recursos naturais, como 
exige a noção de sustentabilidade, demandará um conhecimento 
que integre o saber específico da agronomia convencional com o 
conhecimento “sistêmico”, isto é, que permita integrar os diversos 
componentes de um agroecossistema; aspecto fundamental para a 
reorientação da pesquisa agropecuária. 
 
13.0 Anexo: Instrução Normativa do Ministério da Agricultura e 
Abastecimento 
 
 A partir de maio de 1999, entrou em vigor a Instrução 
Normativa do Ministério da Agricultura e Abastecimento que passou 
a valer como versão oficial da normatização da Agricultura Orgânica, 
no país. 
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NORMAS DISCIPLINADORAS PARA A PRODUÇÃO, 
TIPIFICAÇÃO, PROCESSAMENTO, ENVASE, DISTRIBUIÇÃO, 
IDENTIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DA QUALIDADE DE 
PRODUTOS ORGÂNICOS, SEJAM DE ORIGEM ANIMAL OU 
VEGETAL 
 
1. Do conceito 
1.1. Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária e 
industrial, todo aquele em que se adotam tecnologias que otimizem 
o uso de recursos naturais e sócio-econômicos, respeitando a 
integridade cultural e tendo por objetivo a auto-sustentação no 
tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais, a 
minimização da dependência de energias não renováveis e a 
eliminação do emprego de agrotóxicos e outros insumos artificiais 
tóxicos, organismos geneticamente modificados–OGM/transgênicos, 
ou radiações ionizantes em qualquer fase do processo de produção, 
armazenamento e de consumo, e entre os mesmos, privilegiando a 
preservação da saúde ambiental e humana, assegurando a 
transparência em todos os estágios da produção e da 
transformação, visando: 
a) a oferta de produtos saudáveis e de elevado valor nutricional, 
isentos de qualquer tipo de contaminantes que ponham em risco a 
saúde do consumidor, do agricultor e do meio ambiente; 
b) a preservação e a ampliação da biodiversidade dos 
ecossistemas, natural ou transformado, em que se insere o sistema 
produtivo; 
c) a conservação das condições físicas, químicas e biológicas do 
solo, da água e do ar; e 
d) o fomento da integração efetiva entre agricultor e consumidor final 
de produtos orgânicos, e o incentivo à regionalização da 
produção de produtos orgânicos para os mercados locais. 
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1.2. Considera-se produto da agricultura orgânica, seja “in natura” 
ou processado, todo aquele obtido em sistema orgânico de 
produção agropecuária e industrial. O conceito de sistema orgânico 
de produção agropecuária e industrial abrange os denominados 
ecológico, biodinâmico, natural, sustentável, regenerativo, biológico, 
agroecológico e permacultura. Para efeito desta Instrução 
considera-se produtor orgânico, tanto o produtor de matérias-primas 
como o processador das mesmas. 
 
2. Das Normas de produção orgânica 
Considera-se unidade de produção, a propriedade rural que esteja 
sob sistema orgânico de produção. Quando a propriedade inteira 
não for convertida para a produção orgânica, a certificadora deverá 
assegurar-se de que a produção convencional está devidamente 
separada e passível de inspeção. 
2.1. Da conversão 
Para que um produto receba a denominação de orgânico, deverá 
ser proveniente de um sistema onde tenham sido aplicadas as 
bases estabelecidas na presente Instrução, por um período variável 
de acordo com a utilização anterior da unidade de produção e a 
situação ecológica atual, mediante as análises e a avaliação das 
respectivas instituições certificadoras ( Anexo I). 
2.2. Das máquinas e dos equipamentos: 
As máquinas e os equipamentos usados na unidade de produção 
não podem conter resíduos contaminantes, dando-se prioridade ao 
uso exclusivo à produção orgânica. 
2.3. Sobre os produtos de origem vegetal e os recursos naturais 
(plantas, solos e água): 
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Tanto a fertilidade como a atividade biológica do solo e a qualidade 
das águas, deverão ser mantidas e incrementadas mediante, entre 
outras, as seguintes condutas: 
a) proteção ambiental; 
b) manutenção e preservação de nascentes e mananciais hídricos; 
c) respeito e proteção à biodiversidade; 
d) sucessão animal-vegetal; 
e) rotação e/ou associação de culturas; 
f) cultivo mínimo; 
g) sustentabilidade e incremento da matéria orgânica no solo; 
h) manejo da matéria orgânica; 
i) utilização de quebra-ventos; 
j) sistemas agroflorestais; e 
k) manejo ecológico das pastagens. 
2.3.1.O manejo de pragas, doenças e de plantas invasoras deverá 
se realizar mediante a adoção de uma ou várias condutas, de 
acordo com os Anexos II e III, desta Instrução, que possibilitem: 
a) incremento da biodiversidade no sistema produtivo; 
b) seleção de espécies, variedades e cultivares resistentes; 
c) emprego de cobertura vegetal, viva ou morta, no solo; 
d) meios mecânicos de controle; 
e) rotação de culturas; 
f) alelopatia; 
g) controle biológico (excetuando-se OGM/transgênicos); 
h) integração animal-vegetal; e 
i) outras medidas mencionadas nos Anexos II e III, da presente 
Instrução . 
2.3.1.1. É vedado o uso de agrotóxico sintético, seja para combate 
ou prevenção, inclusive, na armazenagem. 
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2.3.1.2. A utilização de medida não orgânica para garantir a 
produção ou a armazenagem, desqualifica o produto para efeito de 
certificação, de acordo com o subitem 2.1, da presente Instrução. 
2.3.2 As sementes e as mudas deverão ser oriundas de sistemas 
orgânicos. 
2.3.2.1. Não existindo no mercado sementes oriundas de sistemas 
orgânicos adequadas a determinada situação ecológica específica, 
o produtor poderá lançar mão de produtos existentes no mercado, 
desde que avaliadas pela instituição certificadora, excluindo-se 
todos os organismos geneticamente 
modificados(OGM/transgênicos). 
2.3.2.2. Para culturas perenes, não havendo disponibilidade de 
mudas orgânicas, estas poderão ser oriundas de sistemas 
convencionais, desde que avaliadas pela instituição certificadora, 
excluindo-se todos os organismos geneticamente 
modificados/transgênicos e de cultura de tecido vegetal, quando as 
técnicas empregadas conduzam a modificações genéticas ou 
induzam à variantes soma-clonais. 
2.3.3. Os produtos oriundos de atividades extrativistas só serão 
certificados como orgânicos, caso o processo de extração não 
comprometa o ecossistema e a sustentabilidade do recurso 
explorado. 
2.4. Produtos de origem animal 
Os produtos orgânicos de origem animal devem provir de unidades 
de produção, prioritariamente auto-suficientes quanto à geração de 
alimentos para os animais em processo integrado com a produção 
vegetal, conforme o Anexo IV, da presente Instrução. Para a 
efetivação da sustentabilidade, esses sistemas devem obedecer os 
seguintes requisitos: 
a) respeitar o bem-estar animal; 
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b) manter um nível higiênico emtodo o processo criatório, 
compatível com as normas de saúde pública vigentes; 
c) adotar técnicas sanitárias preventivas sem o emprego de 
produtos proibidos; 
d) contemplar uma alimentação nutritiva, sadia e farta, incluindo-se 
a água, sem a presença de aditivos químicos e/ou estimulantes, 
conforme o Anexo IV, da presente Instrução; 
e) dispor de instalações higiênicas, funcionais e confortáveis; 
f) praticar um manejo capaz de maximizar uma produção de alta 
qualidade biológica e econômica; e 
g)utilizar raças, cruzamentos e o melhoramento genético (não 
OGM/transgênicos), compatíveis tanto com as condições ambientais 
e como estímulo à biodiversidade. 
2.4.1. Entende-se por bem estar animal, permanecer o mesmo livre 
de dor, de sofrimento, angústia e viver em um ambiente em que 
possa expressar proximidade com o comportamento de seu habitat 
original: movimentação, territoriedade, vadiagem, descanso e ritual 
reprodutivo. 
2.4.2. Os insumos permitidos e proibidos na alimentação animal 
estão especificados no Anexo IV, da presente Instrução. 
2.4.3. O transporte, pré-abate e o abate dos animais devem seguir 
princípios humanitários e de bem estar animal, assegurando a 
qualidade sanitária da carcaça. 
2.4.4. Excepcionalmente, para garantir a saúde ou quando houver 
risco de vida de animais, na inexistência de substituto permitido, 
poder-se-ão usar medicamentos convencionais. 
2.4.4.1. É obrigatório comunicar à certificadora o uso desses 
medicamentos, bem como registrar a sua administração que deve 
respeitar o que estabelece o subitem 2.4.4., desta Instrução. O 
período de carência estipulado pela bula do produto a ser cumprido, 
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deverá ser multiplicado pelo fator três, podendo ainda ser ampliado 
de acordo com a instituição certificadora. 
2.4.4.2. São permitidas todas as vacinas previstas por Lei. 
2.4.5 . Preferencialmente, a aquisição dos animais deve ser feita em 
criações orgânicas. 
2.4.5.1.No caso de aquisição de animais de propriedades 
convencionais, estes devem prioritariamente ser incorporados à 
unidade produtora orgânica, com a idade mínima em que possam 
ser recriados sem a presença materna. 
2.4.5.2.Os animais adquiridos em criações convencionais devem 
passar por quarentena tradicional, ou outra a ser definida pela 
certificadora. 
 
 
 
3. Do processamento 
Processamento é o conjunto de técnicas de transformação, 
conservação e envase de produtos de origem animal e/ou vegetal. 
3.1. Somente será permitido o uso de aditivos, coadjuvantes de 
fabricação e outros produtos de efeito brando (não 
OGM/transgênicos), conforme mencionado Anexo V da presente 
Instrução, e quando autorizados e mencionados nos rótulos das 
embalagens. 
3.2. As máquinas e os equipamentos utilizados no processamento 
dos produtos orgânicos deverão estar comprovadamente limpos de 
resíduos contaminantes, conforme estabelece os termos desta 
Instrução e seus anexos. 
3.3. Em todos os casos, a higiene no processamento dos produtos 
orgânicos será fator decisivo para o reconhecimento de sua 
qualidade. Para efeito de certificação, as unidades de 
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processamento devem cumprir, também, as exigências contidas 
nesta Instrução e nas legislações vigentes específicas. 
3.3.1. A higienização das instalações e dos equipamentos deverá 
ser feita com produtos biodegradáveis, e caso esses produtos não 
estejam disponíveis no mercado, deverá ser consultada a 
certificadora. 
3.4. Para o envase de produtos orgânicos, deverão ser priorizadas 
embalagens produzidas com materiais comprovadamente 
biodegradáveis e/ou recicláveis. 
3.5. Poderá ser certificado como produto processado orgânico, 
aquele cujo componente principal seja de origem orgânica. 
3.5.1.Os aditivos e os coadjuvantes de fabricação de origem não 
orgânica, serão permitidos em percentuais a serem definidos pelas 
certificadoras e pelo Órgão Colegiado Nacional, conforme 
estabelece o Anexo V, da presente Instrução. 
3.5.2. É obrigatório explicitar no rótulo do produto, os tipos e as 
quantidades de aditivos, os coadjuvantes de fabricação e outros 
produtos de origem não orgânica nele contidos, sempre de acordo 
com o subitem 3.1, da presente Instrução. 
3.5.3. Os ingredientes de origem não orgânica serão permitidos em 
percentuais definidos no Anexo VII, da presente Instrução. 
 
4. Da armazenagem e do transporte 
Os produtos orgânicos devem ser identificados e mantidos em local 
separado dos demais de origem desconhecida, de modo a evitar 
possíveis contaminações, seguindo o que prescreve o Anexo VI, da 
presente Instrução. 
4.1. A higiene e as condições do ambiente de armazenagem e do 
transporte será fator necessário para a certificação de sua qualidade 
orgânica. 
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4.2. Todos os produtos orgânicos devem estar devidamente 
acondicionados. 
 
5. Da identificação 
Além de atender as normas vigentes quanto às informações que 
devem constar nas embalagens, os produtos certificados deverão 
conter um “selo de qualidade” registrado no Órgão Colegiado 
Nacional, específico para cada certificadora, atendendo às 
condições previstas no Anexo VII da presente Instrução, além das 
contidas abaixo: 
a) será mencionado no rótulo a denominação "produto orgânico"; e 
b) o nome e o número de registro da certificadora junto ao Órgão 
Colegiado Nacional. 
No caso de produto a granel, o mesmo será acompanhado do 
certificado de qualidade orgânica. 
 
6. Do controle da qualidade orgânica 
A certificação e o controle da qualidade orgânica serão realizados 
por instituições certificadoras credenciadas nacionalmente pelo 
Órgão Colegiado Nacional, devendo cada instituição certificadora 
manter o registro atualizado dos produtores e dos produtos que 
ficam sob suas responsabilidades. 
 
7. Da responsabilidade 
Os produtores certificados assumem a responsabilidade pela 
qualidade orgânica de seus produtos e devem permitir o acesso da 
certificadora a todas as instalações, atividades e informações 
relativas ao seu processo produtivo. 
7.1. À instituição certificadora cabe a responsabilidade pelo controle 
da qualidade orgânica dos produtos certificados, permitindo o 
acesso do Órgão Colegiado Estadual ou do Distrito Federal a todos 
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os atos, procedimentos e informações pertinentes ao processo de 
certificação. 
 
8. Dos órgãos colegiados 
8.1.O Órgão Colegiado Nacional será composto paritariamente por 5 
(cinco) membros do Poder Público, titular e suplente e 5 (cinco) 
membros de Organizações Não-Governamentais, titular e suplente, 
que tenham reconhecida atuação junto à sociedade no âmbito da 
agricultura orgânica, de forma a respeitar a paridade de um 
representante por região geográfica, chegando a um total de até 
10(dez) membros. 
8.1.1. A escolha dos membros das organizações governamentais, 
será de responsabilidade exclusiva do Ministério da Agricultura e do 
Abastecimento. 
8.1.2. A escolha dos membros das organizações não-
governamentais obedecerá sistemática própria dessas 
organizações. 
8.2. Os Órgãos Colegiados Estaduais e do Distrito Federal serão 
compostos paritariamente por 5 (cinco) membros do Poder Público, 
titular e suplente e 5 (cinco) membros de Organizações Não-
Governamentais, titular e suplente, que tenham reconhecida 
atuação junto à sociedade no âmbito da agricultura orgânica, 
chegando a um total de até 10(dez) membros. 
8.2.1. A escolha dos membros das organizações governamentais, 
nas Unidades Federativas, será de responsabilidade exclusiva das 
Delegacias Federais de Agricultura. 
8.2.1.1. A escolha dos membros das organizações não-
governamentais obedecerá sistemática própria dessas 
organizações. 
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8.3 . Cabe ao Órgão Colegiado Nacional fiscalizar as atividades dos 
Órgãos Colegiados Estaduais e do Distrito Federal, de acordo com 
as normas vigentes. 
8.4.Cabe aos Órgãos Colegiados Estaduais e do Distrito Federal, 
fiscalizar as atividades das certificadoras locais. As que não 
cumprirem a legislação em vigor serão passíveis de sanções, de 
acordo com as normas vigentes. 
8.5.Ao Órgão Colegiado

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