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Direito Civil I - AP1 2° SMST GERALZAO

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DIREITO CIVIL I
→ Conteúdo da AP 1 (26/09/2018): 
I – LINDB: arts. 1° ao 6°
II – Código Civil: arts. 1° ao 52; 70 ao 78;
III – Enunciados: 4° e 274 e 276 do CJF (Conselho da Justiça Federal)
→ Alguns destaques desse resumo foram retirados do livro Curso de Direito Civil, do professor Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald, 2018, da editora JusPodivm.
→ Também constam neste resumo texto de lei e comentários proferidos em sala de aula.
→ Mensagem motivacional: Não importa o que a vida fez de você, importa o que você fez com o que a vida fez de você (Sartre).
Conceitos Introdutórios
1. O Direito Civil
	O Direito Civil “é ramo do direito privado tendente a reger as relações humanas. Enfim, é o direito comum a todas as pessoas, disciplinando o seu modo de ser e de agir. É, pois, o direito da vida e do homem”.
	Durante muito tempo, o Direito Civil era considerado como uma “Constituição Privada”, enquanto que a Constituição Federal seria como uma “Constituição Pública”. Esta era a ideia do código de 1916 de Clóvis Beviláqua, superada, então, pelas tendências modernas de constitucionalização do Direito Civil.	
a) Sobre a parte geral
	A Parte Geral, estudada nesta disciplina, é aquela que “cuida, nessa ordem de ideias, dos elementos fundamentais da relação jurídica civil, traçando normas pertinentes às pessoas (naturais e jurídicas), suas relações para com os bens e, finalmente, os fatos jurídicos consubstanciados por elas”.
b) A constitucionalização do direito civil
	Conforme a hierarquia das normas, proposta por Hans Kelsen, categorizadas por uma pirâmide, a CF está no topo de tal hierarquia, seguida então do Código Civil. No entanto, “tratando-se do sistema jurídico de um país no qual, historicamente, o desrespeito à norma constitucional se fez costumeiro, motivos diversos levaram ao reconhecimento de verdadeiro desrespeito das potencialidades da norma constitucional como fonte de um direito vivo, próximo da realidade social brasileira”.
	A superação desse dogma entre o Código Civil e a CF não significa dizer que os institutos daquele “tenham passado a construir matéria de direito público, mas, sim, que ganharam, em sua essência, uma regulamentação fundamental em sede constitucional”.
	Em suma, a constitucionalização do Código Civil (ou do Direito Civil como um todo), foi deixar de olhar o Código com olhos individualistas (como se tinha no Código de 1916) e passar a realizar uma hermenêutica de suas disposições a partir dos preceitos que traz a CF e, principalmente, do princípio da dignidade da pessoa humana como primordial e fundamental.
	“A CF impôs uma releitura dos institutos fundamentais do Direito Civil, em razão de tê-los reformulado internamente, em seu conteúdo”.
→ Interpretação dos dispositivos/institutos do Direito Civil de acordo com os princípios constitucionais.
→ Juspositivista: o direito é a norma positivada (escrita e disposta).
→ Não importa o conteúdo da norma, bem como se é “justa ou injusta”.
LINDB – Decreto-Lei 4.657/42 (arts. 1° ao 6°)
Art. 1° Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país 45 duas depois de oficialmente publicada.
§1° Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
§2° Revogado.
§3° Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§4° As correções a texto de lei já em vigor considera-se lei nova.
Art. 2° Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
§1° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.
§2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior.
§3° Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Art. 3° Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Art. 4° Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Art. 5° Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
Art. 6° A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
§1°Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou.
§2° Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, com aqueles cujo começo do exercício tenha termo prefixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
§3° Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba mais recurso.
→ A LINDB é considerada, materialmente, uma norma supralegal.
→ Isso pelo fato de que ela regula o ordenamento jurídico infraconstitucional.
→ Trata-se de uma norma de sobredireito, também pelo mesmo motivo.
→ No Brasil, a lei passará a vigorar 45 dias após a publicação, caos não haja outro prazo disposto.
→ No Estrangeiro, esta vigorá, se não houver outro prazo, após 3 meses de sua publicação.
1. Desmitificando Algumas Disposições
→ Art. 1°. §3°: correção de lei só pode ser feita por outra lei; a “novidade” valerá com a entrada em vigor da nova lei.
→ Art. 2°: a regra é vigorar sem “prazo de validade” uma lei; exceção seria a Lei Orçamentária Anual, que possui validade de um ano e todo ano é refeita pelo Poder Executivo e Legislativo.
→ Art. 3°: vedação à repristinação; imagine a lei A, revogada pela lei B; se a B for revogada, a A não entrará em vigor por causa disso, a não ser que a lei C (que revogou a B) expresse que a A ganhe novamente vigência.
→ Art. 4°: proibição do “non liquet” ou princípio da inafastabilidade do controle judicial; o juiz não poderá deixar de julgar uma causa por não haver disposição normativa que a regule, devendo recorrer a: analogia, costumes e princípios gerais de direito.
→ Art. 6°, §2°: direito adquirido é o direito subjetivo definitivamente incorporado ao patrimônio jurídico do titular, alcançado à época por cumprimento das disposições legais pertinentes.
Personalidade Jurídica
Da Personalidade e da Capacidade
Art. 1° Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2° A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Art. 3° São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 anos.
Art. 4° São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de 16 e menores de 18 anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
Art. 5° A menoridade cessa aos 18 anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos;
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
Art. 6° A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
Art. 7° Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I – se for extremamente provável a morte de quem estavaem perigo de vida;
II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até 2 anos após o término da guerra.
Parágrafo único. Declarada a morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 8° Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Art. 9° Serão registrados em registro público:
I – os nascimentos, casamentos e óbitos;
II – a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – a interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – a sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público:
I – das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do casamento, o divórcio, a separação judicial e o estabelecimento da sociedade conjugal;
II – os atos judiciais ou extrajudiciais que declarem ou reconhecerem a filiação.
Dos Direitos da Personalidade
Art. 11. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau.
Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Art. 14. É válida, com objetivo científico ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo.
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome.
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória.
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial.
Art. 19. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome.
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se necessárias à adminitração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a responsabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes.
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
1. Direitos da Personalidade
→ Personalidade jurídica é a aptidão para titularizar direitos e contrair obrigações na ordem civil.
→ Vale aqui ressalta do princípio da dignidade da pessoa humana.
→ Tal princípio é primordial e deve ser levado em consideração na aplicação do direito civil.
→ O ser humano é o centro de todo o sistema jurídico.
	O Direito Civil (o Estado como um todo) deverá garantir um mínimo de direitos fundamentais que sejam vocacionados para lhe proporcionar vida com dignidade.
→ Existem dois tipos de pessoa: as pessoas físicas e as pessoas jurídicas:
I – pessoa física: ser humano nascida com vida;
II – pessoa jurídica: soma de esforços humanos ou destinação patrimonial para fim lícito e finalidade específica prevista em lei.
	A personalidade jurídica é um atributo reconhecido à pessoa (natural/jurídica) para que possa atuar no plano jurídico (titularizar relações) e reclamar por uma proteção jurídica mínima e basilar.
a) Características
→ São absolutos, imprescritíveis, extrapatrimoniais, impenhoráveis e indisponíveis:
I – absolutos: “erga omnes”; possuem eficácia contra todos; impõe-se à coletividade o dever de respeito;
II – imprescritíveis: não possuem “prazo de validade”, sendo vitalícios o seu exercício;
→ Aqui existe prazo somente para ações indenizatórias por ofensa à personalidade (art. 206, §3°).
III – extrapatrimoniais: insuscetíveis de apreciação econômica (não possuem valor);
IV – impenhoráveis: não podem ser objeto de penhora;
V – indisponíveis: não se pode transmitir ou alienar este direito.
→ A indisponibilidade aqui é relativa.
b) Classificação
→ Direito à integridade: física, moral/psíquica e intelectual:
I – física: vida, corpo, saúde ou inteireza corporal, cadáver etc;
II – moral/psíquica: privacidade, nome, imagem, honra;
III – intelectual: autoridade científica, liberdade religiosa ou de expressão.
c) Enunciados CJF
→ Enunciado 1: o exercício dos direitos da personalidade pode sofrer limitação voluntária, desde que não seja permanente nem geral.
→ Este enunciado relativiza a indisponibilidade da personalidade jurídica.
→ STF: possibilidade de escrever bibliografia não autorizada (liberdade de expressão).
→ Lesados indiretos: cônjuge ou qualquer parente em linha reta/colateral até o 4° grau.;
→ Os lesados indiretos podem promover ação por desrespeito de um parente morto.
→ Enunciado 274: Os direitos da personalidade, regulados de maneira não-exaustiva pelo Código Civil, são expressões da cláusula geral de tutela da pessoa humana, contida no art. 1º, inc. III, da Constituição (princípio da dignidade da pessoa humana). Em caso de colisão entre eles, como nenhum pode sobrelevar os demais, deve-se aplicar a técnica da ponderação.
→ Isso mostra que os direitos da personalidade são meramente exemplificativos no Código.
→ Se houver colisão entre direito da personalidade e o princípio da dignidade, aplicar-se-á a ponderação para sanar o conflito.
→ Enunciado 276: O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica, autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e do sexo no Registro Civil.
→ Este enunciado conflita com o disposto no art. 13 do Código Civil.
→ Neste ponto, prevalece o princípio da dignidade em conceder a liberdade de gênero.
d) Disposição do corpo após a morte
→ Relação entre o art. 14 do Código e o disposto na lei 9.434/93 (disposição do corpo para fins de transplante e tratamento).
→ O Código não menciona sobre a permissão da família, mas a referida lei assim dispõe.
→ O indivíduo deverá declarar expressamente que disporá de seu corpo após a morte.
→ Se nada declarar o indivíduo enquanto vivo, subsidiariamente aplicar-se-á a lei supracitada.
→ Bobbio: lei especial prevalece sobre lei geral.
→ O indivíduo que fizer testamento expressando que disporá do corpo poderá revogar o ato.
→ A revogação desse ato poderá ser feita a qualquer momento enquanto vivo.
→ Princípio do consentimento informado: é vedado intervenção cirúrgica sem o consentimento prévio do indivíduo, com risco de vida.
e) Nome
→ O nome de um indivíduo é composto pelo prenome e sobrenome (nome completo).
→ O enunciado 276 da CJF permite a alteração do prenome após a cirurgia de transgenitalização.
f) Imagem
→ O art. 20 confere proteção à imagem; vedação à divulgação de escritos particulares que ferem à honra.
→ A imagem é composta por: retrato, atributo e voz:
I – retrato: imagem particular;
II – atributo: história pessoal;
III –voz: é a voz enquanto imagem.
→ Em caso de morte, em juízo será substituído pelo cônjuge, ascendente ou descendente.
1.1 Pessoa Física
→ Pessoa física é toda pessoa natural, o homem em sociedade.
→ Sujeito das relações jurídicas que traz consigo um mínimo de proteção fundamental.
→ Tal proteção é necessária para realizar os atos da vida civil, é dizer, do cotidiano em sociedade.
→ Tais direitos podem ser considerados como os da personalidade.
→ O conceito jurídico de personalidade é diferente do biológico, filosófico, psicológico etc.
→ Pessoa é todo aquele sujeito de direitos (ativo ou passivo).
→ Serão registrados em registro público: 
I – nascimentos, casamentos e óbitos;
II – emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III – interdição por incapacidade absoluta ou relativa;
IV – sentença declaratória de ausência e de morte presumida.
→ Serão feitas averbações em registro público de:
I – sentenças que decretem a nulidade ou anulação do casamento, divórcio, separação judicial e o restabelecimento da sociedade conjugal;
II – atos judiciais ou extrajudiciais que declarem ou reconheçam a filiação.
1.1.1Teorias quanto ao adquirimento de personalidade jurídica
→ Existem 3 teorias acerca desse tema: natalista, concepcionista e condicionalista.
a) Teoria natalista: a personalidade jurídica começa a partir do nascimento com vida (art. 2°, CC).
→ Neste ponto, entende o STF que basta “respirar” para contrair tal personalidade.
→ Teoria que predomina no Código.
b) Teoria concepcionista: a personalidade é adquirida a partir da concepção.
→ Esta teoria é a mais aceita pela doutrina.
→ A personalidade se adquire a partir da concepção, mas o nascituro possui alguns direitos.
→ Já houve até julgado do STJ entendendo danos morais ao nascituro pela morte do pai.
→ Exemplos trazidos no próprio Código e fora dele:
I – Possibilidade de reconhecimento da paternidade antes do nascimento (art. 1.609, CC).
II – Possibilidade do nascituro ser beneficiário de contrato de doação (art. 542, CC)
III – Legitimidade do nascituro herdar, desde que já concebido o momento da morte (art. 1.798).
IV – Possibilidade de fixação de alimentos gravídicos (art. 6°, Lei 11.804/08).
V – Criminalização do “autoaborto” dentro dos crimes contra a pessoa; única vítima é o feto.
→ Enunciado 1: a proteção conferida pelo CC alcança o natimorto nos direitos da personalidade.
→ O natimorto possui direitos como nome, imagem e sepultura (Jornada de Direito Civil).
c) Teoria condicionalista: a personalidade será adquirida na condição de que se nasça com vida.
→ A personalidade fica condicionada ao implemento de um futuro incerto: nascer com vida.
→ A condição da personalidade está sob efeito suspensivo, concedendo-a se nascer com vida.
→ Os direitos do nascituro ficam protegidos mesmo antes da aquisição da personalidade.
1.1.2 Contradição Do Art. 2°
→ O atual Código Civil “copiou e colou” o artigo 4° do Código Civil de 1916.
→ O legislador, nesse ponto, perdeu a oportunidade de corrigir esse “erro jurídico”.
	O Código assim dispõe que a personalidade será adquirida com o nascimento com vida (teoria natalista), pondo a salvo, desde a concepção, direitos do nascituro. Tais direitos conferidos ao nascituro, para exercê-los, se faz necessário possuir personalidade jurídica, entrando em contradição o Código neste ponto.
1.1.3 Capacidade Jurídica
→ A capacidade jurídica é o pleno uso e gozo de direitos.
→ Capacidade de exercer pessoalmente os atos da vida civil; adquirir direitos e contrair obrigações.
→ Capacidade de postular em juízo em nome próprio, representado ou assistido por outrem.
→ Capacidade pode ser de fato ou de direito:
I – fato: capacidade de está em juízo (exercício, por si mesmo, de seus direitos);
II – direito: a partir do nascimento com vida.
→ São plenamente capazes para os atos da vida civil os maiores de 18 anos.
→ Ou seja, os maiores de 18 anos poderão exercer tanto a capacidade de fato quanto de direito.
→ A incapacidade para o exercício dos atos da vida civil se divide em absoluta e relativa.
→ Absoluta: os menores de 16 anos.
→ Relativa: 
I – maiores de 16 e menores de 18; 
II – ébrios habituais e viciados em tóxico; 
III – aqueles que, por causa transitória e permanente, não possam exprimir sua vontade;
IV – pródigos
→ Ébrios habituais são os viciados em bebidas, que estão cotidianamente sob efeito de álcool.
→ Pródigos são os viciados em jogos de aposta compulsivamente, que até dilapida o patrimônio.
→ A menoridade será cessada aos 18 anos ou pode ser antecipada, ou ainda emancipada.
→ São casos de emancipação (adquirimento da personalidade jurídica antes dos 18 anos):
I – concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 16 anos completos (emancipação voluntária);
II – casamento (emancipação legal);
III – exercício de emprego público efetivo; (emancipação legal), (não cabe cargos em comissão);
IV – colação de grau em curso de ensino superior;
V – estabelecimento civil ou comercial, ou existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completos tenha economia própria.
→ Emancipação legal são aquelas entendidas como incompatíveis com a incapacidade.
→ Sobre a emancipação por casamento, o posterior separação não retorna a qualidade anterior.
→ O casamento é ato irretratável.
1.2 Ausência
Da Ausência
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador.
Art. 23. Também se declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o ausente deixar mandatário que não queira ou não possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus poderes forem insuficientes.
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores.
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o seu legítimo curador.
§ 1° Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo.
§ 2° Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos.
§ 3° Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador.
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação dos bens do ausente, ou, se ele deixou representante ou procurador, em se passando três anos, poderão os interessados requerer que se declare a ausência e se abra provisoriamente a sucessão.
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, somente se consideram interessados:
I – o cônjuge não separado judicialmente;
II – os herdeiros presumidos, legítimos ou testamentários;
III – os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte;
IV – os credores de obrigações vencidas e não pagas.
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado, proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido.
§ 1° Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não havendo interessados na sucessão provisória, cumpre ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente.
§ 2° Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823.
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou a extravio, em imóveis ouem títulos garantidos pela União.
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões respectivos.
§ 1° Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não puder prestar a garantia exigida neste artigo, será excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a administração do curador, ou de outro herdeiro designado pelo juiz, e que preste essa garantia.
§ 2° Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, independentemente de garantia, entrar na posse dos bens do ausente.
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o juiz, para lhes evitar a ruína.
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios ficarão representando ativa e passivamente o ausente, de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as que de futuro àquele forem movidas.
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e rendimentos dos bens que a este couberem; os outros sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de acordo com o representante do Ministério Público, e prestar anualmente contas ao juiz competente.
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e rendimentos.
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe tocaria.
Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram àquele tempo.
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a existência, depois de estabelecida a posse provisória, cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono.
Art. 37. Dez anos depois de passada em julgado a sentença que concede a abertura da sucessão provisória, poderão os interessados requerer a sucessão definitiva e o levantamento das cauções prestadas.
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele.
Art. 39. Regressando o ausente nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva, ou algum de seus descendentes ou ascendentes, aquele ou estes haverão só os bens existentes no estado em que se acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou o preço que os herdeiros e demais interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele tempo.
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se refere este artigo, o ausente não regressar, e nenhum interessado promover a sucessão definitiva, os bens arrecadados passarão ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas respectivas circunscrições, incorporando-se ao domínio da União, quando situados em território federal.
→ A existência da pessoa natural termina com a morte.
→ Presume-se a morte para os ausentes mediante sucessão definitiva.
→ A morte presumida é dada na ausência do corpo.
→ Trata-se de uma presunção relativa: aceita-se prova em sentido contrário a qualquer tempo.
→ Comoriência: quando dois ou mais indivíduos falecerem ao mesmo tempo, simultaneamente.
→ A consequência disso é que serão abertas duas sucessões diferentes.
→ Um não herdará os bens do outro; são sucessões (“transferência”)de bens distintas.
→ A morte poderá ser real ou presumida. A morte presumida pode ser sem procedimento ou declaração se ausência ou com.
→ Morte real é aquela com a presença de um cadáver.
→ Morte ficta ou presumida não há cadáver, podendo o juiz assim declarar, com ou sem procedimento ou declaração.
	O Código Civil veicula apenas duas hipóteses taxativas em relação as quais é possível o magistrado abrir mão do procedimento de ausência. Diz a doutrina que, neste caso, o juiz fará um procedimento de justificativa do óbito.
	Deverá o juiz aguardar o encerramento das buscas e averiguações. Assim sendo, através de sentença será fixado a provável data do óbito.
	Já no caso de morte ficta que não se encaixe com as disposições do art. 7º (I – extrema probabilidade de morte ou, II – desaparecido em campanha ou feito refém, não retornar após 2 anos do término da guerra), deverá esperar pelo procedimento ou declaração de ausência. Este procedimento conta com 3 fases: curadoria (arrecadação de bens), sucessão provisória, e sucessão definitiva.
	Após ser informado, o juiz, sobre a ausência de determinada pessoa, ele nomeará um curador. Este curador não administrará o patrimônio do ausente, mas tão somente os bens.
	O Código traz um rol preferencial. Nesta ordem, vem o cônjuge, os pais, descendentes (preferindo os mais próximos). Caso não haja, alguém da confiança do juiz (curador dativo).
	Em regra, essa curadoria durará 1 ano, podendo ser dilatado para até 3 anos caso o ausente tenha deixado procurador.
→ Um dos legitimados da linha sucessória da curadoria poderá pleitear a conversão desta em sucessão provisória. Os cônjuges, credores e os herdeiros do ausente poderão pleitear a conversão.
→ O MP poderá pleitear caso ninguém requeira a curadoria.
	Da data em que o juiz ordenar a conversão da curadoria de bens em sucessão provisória deve-se contar 180 dias.
→ Não será possível ao sucessor provisório vender os bens, salvo autorização judicial.
	Em sendo uma sucessão provisória, o sucessor deverá realizar a guarda de 50% dos frutos do ausente, bem como não poderá vender os bens, fins de desapropriação e deverá prestar caução da garantia.
→ O cônjuge, ascendentes e descendentes estão liberados da guarda dos frutos, bem como caução.
→ A sucessão provisória durará por um prazo de 10 anos.
	Com o passar dos 10 anos, a sucessão provisória se tornará sucessão definitiva, que é a transferência definitiva do patrimônio.
→ Qualquer caução e guarda de frutos serão devolvidos.
	Caso o indivíduo possua mais de 80 anos de idade a 5 anos não sem tem mais notícias dele, promover-se-á a sucessão definitiva.
	Se o indivíduo reaparecer dentro do prazo da curadoria, o curador será destituído e o patrimônio retornará para o devido dono. Agora o seu reaparecimento dentro do prazo da sucessão provisória, o indivíduo terá direito aos bens no estado em que deixou, além de 50% dos frutos que foram guardados.
→ Caso a depreciação esteja acima da média, terá direito à caução.
→ A ausência voluntária e injustificada, o ausente perderá os 50% dos frutos.
	Após a sucessão definitiva, caso o ausente retorne, terá direito ao patrimônio no estado em que se encontra, ou àquilo que se substituiu.
→ O retorno após 10 anos da sucessão definitiva, não terá direito a nada.
	Diz o Código que “o casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente” (art. 1.571, §1º, CC).
→ A ausência porá fim ao casamento. A doutrina entende que poderá ser de imediato.
	Com o retorno do ausente, o casamento não renascerá, mas tão somente a modificação do estado civil. Caso seja de vontade das partes, poderão casar-se novamente.
2. Pessoa Jurídica
Das Pessoas Jurídicas
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I – a União;
II – os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III – os Municípios;
IV – as autarquias;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto aoseu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações.
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos.
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada.
§ 1° São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento.
§ 2° As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código.
§ 3° Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Art. 46. O registro declarará:
I – a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II – nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III – o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV – se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V – se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI – as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Art. 51. Nos casos de dissolução da pessoa jurídica ou cassada a autorização para seu funcionamento, ela subsistirá para os fins de liquidação, até que esta se conclua.
§ 1° Far-se-á, no registro onde a pessoa jurídica estiver inscrita, a averbação de sua dissolução.
§ 2° As disposições para a liquidação das sociedades aplicam-se, no que couber, às demais pessoas jurídicas de direito privado.
§ 3° Encerrada a liquidação, promover-se-á o cancelamento da inscrição da pessoa jurídica.
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
→ PJ: soma de esforços humanos ou a destinação de um patrimônio, constituída na forma da lei, objetivando uma atividade lícita e de acordo com a função social.
→ A soma de esforços humanos constituirá uma corporação.
→ A destinação de um patrimônio constituirá uma fundação.
→ Tal personalidade não existe no meio físico; trata-se de uma abstração jurídica.
→ A PJ poderá ser de direito público ou privado.
→ As de direito público poderão ser interno ou externo:
→ São PJ públicas: União, Estados, DF e Municípios, suas autarquias e associações, bem como outras criadas por lei.
→ O CC regulará as Empresas Públicas de direito privado, salvo disposição em contrário.
→ São PJ de direito público externo os Estados estrangeiros e todos os regidos pelo direito internacional público.
→ A responsabilidade civil do ente público interno será objetiva, sem considerar dolo e culpa.
→ Há a possibilidade de ação regressiva contra o agente que causou um dano.
→ São PJ de direito privado:
I – as associações;
II – as sociedades;
III – as fundações;
IV – as organizações religiosas;
V – os partidos políticos;
VI – as empresas individuais de responsabilidade limitada (EIRELI);
→ EIRELI e MEI (microempreendedor individual) não são a mesma coisa).
→ O Estado não intervirá nas instituições religiosas.
→ Os partidos políticos funcionarão conforme lei específica.
a) Início da PJ
→ A existência da PJ se inicia com a inscrição de seus atos constitutivos em órgão competente.
→ O registro da PJ é um ato constitutivo de direito com efeitos ex nunc (dali pra frente).
→ Caso seja necessário, haverá autorização por parte do Poder Executivo.
→ O direito de anular a constituição de PJ é de 3 anos por defeito do ato.
→ Os pressupostos para existência da PJ dispostos no art. 46 são o mínimo para existência.
→ Os atos dos administradores vinculam a PJ.
→ Tais atos também disporão quem são os administradores da PJ.
→ As decisões coletivas serão tomadas pela maioria; salvo disposição no ato em contrário.
→ Decairá em 3 anos a possibilidade de anular as decisões tomadas pela maioria.
→ Na falta, o juiz definirá o administrador provisório da PJ.
b) Desconsideração da PJ
→ A desconsideração da PJ é uma medida excepcional através da qual os integrantes de uma determinada PJ respondem por dívidas desta.
→ Desconsidera os bens da PJ e levará em conta os bens dos administradores.
→ São requisitos: pedido expresso; abuso da personalidade; 
a) Pedido expresso: feito pela parte ou pelo MP;
b) Abuso da personalidade: poderá ser por desvio de finalidade ou confusão patrimonial.
	O Código Civil não exige encerramento das atividades da PJ para que haja desconsideração desta. O CC exige apenas pedido expresso pela parte ou MP + abuso da personalidade (desvio de finalidade ou confusão patrimonial).
	A Doutrina aponta uma teoria maior e objetiva. Maior pelo fato de que o CC exige um maior número de requisitos, sendo mais difícil a desconsideração da PJ. Além de maior, também é objetiva, pois, em nenhum momento o CC faz menção em dolo ou culpa.
→ STJ: jurisprudência diferencia a “teoria maior” da “teoria menor” da desconsideração da pessoa jurídica (informativo 415, STJ).
→ A desconsideração da PJ é eventual e excepcional (Desconsiderar =/= despersonalizar).
→ Despersonalização: retirada da personalidade (extinção).
→ Desconsideração: nos casos trazidos em lei (pedido expresso MP/parte + abuso personalidade).
→ A desconsideração poderá atingir qualquer modalidade de PJ, até sem fim lucrativo.
	Conforme disposição do CC, a desconsideração poderá atingir o sócio e também o administrador, que não necessariamente será sócio.
→ É possível a desconsideração na modalidade inversa (sai da PF para atingir a PJ).
→ O CDC opta pela teoria menor; exige somente a insolvência do fornecedor.
→ Insolvente: devedor.
→ Desconsideração inversa: desconsidera os bens do indivíduo para chegar aos da PJ.
→ Os direitos da personalidade se estendem à PJ no que couber; atributo da elasticidade.
Domicílio
Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo.
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente,viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
Art. 74. Muda-se o domicílio, transferindo a residência, com a intenção manifesta de o mudar.
Parágrafo único. A prova da intenção resultará do que declarar a pessoa às municipalidades dos lugares, que deixa, e para onde vai, ou, se tais declarações não fizer, da própria mudança, com as circunstâncias que a acompanharem.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
I – da União, o Distrito Federal;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos.
§ 1° Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
§ 2° Se a administração, ou diretoria, tiver a sede no estrangeiro, haver-se-á por domicílio da pessoa jurídica, no tocante às obrigações contraídas por cada uma das suas agências, o lugar do estabelecimento, sito no Brasil, a que ela corresponder.
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
Art. 77. O agente diplomático do Brasil, que, citado no estrangeiro, alegar extraterritorialidade sem designar onde tem, no país, o seu domicílio, poderá ser demandado no Distrito Federal ou no último ponto do território brasileiro onde o teve.
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
→ Lugar onde reside com ânimo definitivo.
→ Lugar onde promove o exercício dos atos civis, segundo a doutrina.
→ Ou seja, o domicílio é composto por um elemento objetivo e um subjetivo:
I – objetivo: onde se tem residência;
II – subjetivo: ânimo definitivo.
→ Trata-se de requisitos cumulativos; para ter domicílio, tem que ter residência e o ânimo.
→ O indivíduo que possui mais de uma residência, possuirá naturalmente mais de um domicílio.
→ Nesse caso, o indivíduo alterna sua moradia entre os domicílios.
→ Domicílio profissional é aquele onde exerce a profissão.
→ O domicílio profissional não se confunde com a residência do art. 70.
→ No caso do morador de rua, seu domicílio será onde estiver; domicílio ocasional ou aparente.
→ O domicílio será alterado a partir de manifesta vontade.
→ É dever do indivíduo comunicar a mudança aos órgãos públicos (letra de lei morta).
a) Domicílio da PJ 
→ É domicílio:
I – da União, o DF;
II – dos Estados e Territórios, as respectivas capitais;
III – do Município, o lugar onde funcione a administração municipal;
IV – demais PJ, onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos administrativos.
→ Sobre as demais PJ, isso se aplicará tanto às PJ de direito público quanto de direito privado.
→ Caso a PJ tenha filiais espalhadas, cada uma delas será considerada domicílio para obrigações.
→ A PJ com sede no estrangeiro, o domicílio brasileiro será aquele onde funcionar o escritório.
b) Domicílio legal/cogente/necessário
→ Não há escolha, mas sim imposição legal do domicílio.
→ Têm domicílio necessário: incapaz, servidor público, militar, marítimo e o preso.
→ O domicílio do incapaz é aquele do seu representante ou assistente.
→ O do servidor é o lugar onde exerce permanentemente suas funções.
→ Militar, onde servir.
→ Caso o militar seja da Marinha ou Aeronáutica, na sede do comando subordinado.
→ Marítimo, onde o navio estiver matriculado.
→ Preso, no lugar onde cumprir sentença.
	O agente diplomático do Brasil que foi citado no estrangeiro que alegar extraterritorialidade, caso não designe onde tem, poderá ser demandado no DF ou último ponto do território brasileiro onde o teve.

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