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Negócios Jurídicos: Conceito e Classificação

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Aula21 - Luciano Masson - Dos Negócios: Conceito, Classificação e Negócios Jurídicos Processuais
1.INTRODUÇÃO
Os negócios jurídicos são as condutas praticadas pelo ser humano que objetivam o alcance de determinados fins. Existem eventos naturais que interessam para o direito, enquanto outros não apresentam relevância.
2. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS JURÍDICOS
Fato jurídico é todo acontecimento natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos e deveres. Se dividem em:
a) Fato natural: todo acontecimento da natureza (ex.: morte, terremoto etc;)(onda não tem interesse )
b) Ato humano: aqueles praticados pela pessoa natural ou pela pessoa jurídica representada por seu diretor ou sócio. Pode ser ilícito, praticado em desconformidade com a lei (gera dano, sendo um dos pressupostos da responsabilização civil- artigo 186 do CC), e os atos lícitos, aqueles praticados de acordo com a lei. Os atos lícitos podem ser:
i. Atos jurídicos em em sentido estrito: exemplo, fixar domicílio em determinada localidade.
ii. Negócios jurídicos: aqueles praticados por pessoas físicas ou jurídicas que objetivam atingir determinada finalidade prevista em lei. Ex.: contrato de compra e venda.
O que não tem interesse de direito 
2.1 NEGÓCIO JURÍDICO
É o ato de vontade praticado pelas partes, que não ofendendo a lei, objetiva a consecução de determinados fins.
É marcado pela autonomia privada, ou seja, o sujeito contrata se quiser, onde e como desejar, desde que não ofenda a lei. Há essa liberdade para a prática dos negócios, prevalecendo o princípio do Pacta sunt servanda, contrato como lei entre as partes.
Destaque-se a tendência de leitura dos institutos civis com base nos princípios constitucionais, como a dignidade da pessoa humana ou segundo a sua funcionalização, função social. Pois, embora os negócios estejam no âmbito da autonomia, o sujeito não pode tudo, devendo os direitos sociais serem sobrepostos aos individuais.
♥️A autonomia sofre limitações? Sim, artigo 1º, III, CF- dignidade da pessoa humana.
O que é funcionalização do negócio jurídico? É sua interpretação à luz dos interesses sociais, de toda a coletividade, rompendo com a ideia meramente individual de outrora.
ATENÇÃO: Equilíbrio: autonomia privada x valores constitucionais tutelados - princípios da função social e boa-fé objetiva como balizas para solução desse conflito. ♥️Ex.: Nos EUA moradores que pretendiam adquirir imóvel em loteamento teriam que assumir compromisso de não revender para pessoas de raça negra. Este tipo de negócio é absolutamente nulo, uma vez que ofende princípios constitucionais. ♥️no brasil é nulo no USA PODE ♥️
QUESTÃO
2017. CESPE. DPE- AL. Defensor Público
Se, após uma tempestade, uma árvore cair sobre um veículo e causar danos a alguém, esse evento será classificado como
a) ato fato jurídico.
b) ato unilateral.
c) negócio jurídico.
d) fato jurídico em sentido estrito.
e) ato jurídico em sentido estrito.
Gabarito: Letra D
COMENTÁRIO DA QUESTÃO
Este evento será considerado como fato jurídico em sentido estrito. Trata-se de fato porque decorre de um evento natural, e jurídico, pois gerou reflexos patrimoniais.
2.2 CLASSIFICAÇÃO PROFESSOR FLÁVIO TARTUCE
O professor Flávio Tartuce traz outra classificação abordada por algumas bancas.
1. Fato jurídico lato sensu ou em sentido amplo, que se subdivide em:
a. Fato natural lato sensu ou em sentido amplo, que se subdivide em:
*Fato natural ou fato jurídico stricto sensu (em sentido estrito), que é classificado em:
Ordinário - Ex.: decurso do tempo, prescrição.
Extraordinário - Ex.: catástrofe natural não esperada, queda de árvore.
2. Fato humano ou fato jurígeno, que se subdivide em:
a. Ato lícito: ato jurídico lato sensu ou em sentido amplo, que é classificado em:
*Composição de interesses: negócio jurídico
*Efeitos legais: Ato jurídico stricto sensu (sentido estrito). Ex.: fixação do domicílio.
b. Ato ilícito: penal, civil, administrativo.
3. Fato não jurídico: aquele que não tem interesse para o direito.
ATENÇÃO: A banca CESPE tem uma tendência a considerar a classificação do professor Flávio Tartuce.
QUESTÃO
2017. CESPE. PREFEITURA DE FORTALEZA- CE. PROCURADOR DO MUNICÍPIO
Acerca de ato e negócio jurídicos e de obrigações e contratos, julgue o item que se segue.
O ato jurídico em sentido estrito tem consectários previstos em lei e afasta, em regra, a autonomia de vontade.
Gabarito: assertiva CORRETA
COMENTÁRIO DA QUESTÃO
Prof. Flávio Tartuce: no ato jurídico stricto sensu os efeitos da manifestação de vontade são predeterminados pela lei. (...) Podem ser citados como exemplos de atos jurídicos stricto sensu a ocupação de um imóvel, o pagamento de uma obrigação e o reconhecimento de um filho. A respeito dos atos jurídicos em sentido estrito, o art. 185 do atual Código Civil enuncia a aplicação das mesmas regras do negócio jurídico, no que couber, ilustrando as regras relativas às teorias das nulidades ou dos defeitos do negócio jurídico subsumem-se ao ato jurídico stricto sensu.
No ato jurídico em sentido estrito é desnecessária a manifestação de vontade, porque os efeitos decorrem da própria previsão legal.
2.3 NEGÓCIOS JURÍDICOS PROCESSUAIS
Trata-se de inovação trazida pelo CPC 2015. Os negócios jurídicos processuais são aqueles que decorrem do princípio do autorregramento da vontade, segundo Fredie Diddier, são o complexo de poderes que poderá ser exercido pelo sujeito de direito, composto de negociação, criação, estipulação, vinculação.
CPC, Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo. Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz controlará a validade das convenções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.
Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso. § 1oO calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devidamente justificados. § 2oDispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a realização de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.
ATENÇÃO: ENUNCIADO 616, CJF, 2018- Art. 166. Os requisitos de validade previstos no Código Civil são aplicáveis aos negócios jurídicos processuais, observadas as regras processuais pertinentes.
Ou seja, o enunciado 616 é híbrido, versa sobre negócios jurídicos tanto no aspecto do direito material, quanto do processual.
OBSERVAÇÃO: Estes enunciados surgem após a reunião de vários doutrinadores, e embora não sejam vinculantes, os enunciados servem de norte para a interpretação dos institutos e abrem as portas para novas interpretações jurisprudenciais sobre o tema.
2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS NEGÓCIOS JURÍDICOS
1. Unilateral: existe apenas uma manifestação de vontade. Ex.: reconhecimento de um filho.
2. Bilateral: existe a manifestação de vontade de dois agentes, com vínculo jurídico entre si. Ex.: contrato de compra e venda de um veículo.
3. Plurilateral: existe a manifestação de vontade de duas ou mais partes, com interesses coincidentes. Ex.: contrato de constituição de pessoa jurídica.
4. Gratuito: envolvem atos de liberalidade por um dos sujeitos. Ex.: doação pura.
5. Oneroso: existem ganhos e perdas patrimoniais para todos os sujeitos. Ex.: contrato de compra e venda de um veículo.
6. Neutros: não haverá qualquer atribuição patrimonial. Ex.: atribuição de bem de família convencional, são aqueles instituídos por meio de escritura pública ou testamento, levado ao registro no cartório.
7. Bifrontes: dependem da manifestação de vontade, poderão ser gratuitos ou onerosos. Ex.: contrato de comodato, uma espécie de contrato de empréstimo; adoação.
8. Inter vivos: celebrado durante a vida dos sujeitos. Ex.: compra e venda.
9. Mortis causa: os efeitos do negócio jurídico são após a morte. Ex.: testamento.
10. Formais ou solenes: a formação de celebração é prevista em lei. Ex.: casamento.
11. Informais ou não solenes: a forma é livre, conforme se depreende do art. 107 CC.
12. Impessoais: não exigem qualquer qualificação especial do sujeito. Ex.: contrato de compra e venda.
13. Personalíssimos ou intuito personae: exigem condição especial de qualquer dos sujeitos. Ex.: art. 247, CC- obrigação de fazer personalíssima- contratação de pintor famoso.
14. Causais: o motivo para a realização do negócio está expresso no seu conteúdo. Ex.: divórcio.
15. Abstratos: motivo não consta do negócio. Ex.: emissão de títulos de crédito.
16. Consensuais: exigem consenso entre os sujeitos, aperfeiçoam-se com a simples manifestação de vontade, é o que ocorre na maioria dos negócios. Ex.: art. 482, CC: A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem objeto e no preço.
17. Reais: são os negócios que exigem a entrega do bem para sua constituição. Ex.: contrato de comodato - empréstimo de coisa infungível, que se perfaz com a tradição do bem (art. 579, CC).
18. Constitutivo: os efeitos do negócio são da celebração do negócio em diante- ex nunc. Ex.: contrato de compra e venda.
19. Declarativo: os efeitos do negócio são retroativos. Ex.: partilha de bens em inventário.

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