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Apostila de Ruido Ocupacional

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2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
1 
 
 
 
 
 
 
 
2016 
 
 
HIG-02 RUÍDO OCUPACIONAL 
Engº Rosemberg S.L.Rocha
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
2 
 
 
TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO DAS 
EXPOSIÇÕES OCUPACIONAIS 
A RUÍDO 
(Gestão e Controle dos Riscos) 
 
 
Rosemberg Silva Lopes da Rocha 
Engenheiro de Segurança do Trabalho, 
Especialista em Higiene Ocupacional 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
3 
 
ÍNDICE 
1 – CONCEITO DE SOM ....................................................................................... 5 
2 – DESCREVENDO A SENSAÇÃO SONORA E O DECIBEL .............................. 8 
3 – O QUE É O DECIBEL? .................................................................................. 10 
4 – O OUVIDO HUMANO .................................................................................... 12 
4.1 – OUVIDO EXTERNO ................................................................................... 13 
4.2– OUVIDO MÉDIO .......................................................................................... 14 
4.3 – OUVIDO INTERNO ..................................................................................... 14 
5 – CONCEITO DE RUÍDO ................................................................................. 15 
5.1 – TIPOS DE RUÍDO ....................................................................................... 15 
5.1.1 – RUÍDO CONTÍNUO ................................................................................. 16 
5.1.2 – RUÍDO INTERMITENTE .......................................................................... 16 
5.1.3 – RUÍDO DE IMPACTO OU IMPULSIVO .................................................... 17 
6 – TEMPO DE EXPOSIÇÃO E NÍVEL DE EXPOSIÇÃO .................................... 18 
7 – CONCEITO DE FATOR DE DOBRA (q=3 dB) E TAXA DE TROCA (q= 5 dB)
 ............................................................................................................................ 19 
8 – DOSIMETRIA DE RUÍDO .............................................................................. 23 
9 - FORMAÇÃO DO LIMTE DE TOLERÂNCIA E TEMPO MÁXIMO .................... 27 
10 – LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO DE IMPACTO .............................. 28 
11 – FREQUÊNCIA ............................................................................................. 30 
12 – CURVAS DE COMPENSAÇÃO DE NÍVEL DE DECIBEL ............................ 33 
13 – NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO .............................................................. 34 
14 – NÍVEL DE EXPOSIÇÃO ............................................................................... 36 
15 – NÍVEL DE EXPOSIÇÃO NORMALIZADO .................................................... 37 
16 – DOSE PROJETADA .................................................................................... 39 
17 – LAVG (Level Average) ................................................................................. 40 
18 – LEQ (Level Equivalence) ............................................................................. 40 
19 – TWA (Time Weighted Average) ................................................................... 41 
21 – ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE RUÍDO .......................................................... 42 
21.1 – ADIÇÃO DE RUÍDO .................................................................................. 42 
21.2 – SUBTRAÇÃO DE RUÍDO ......................................................................... 47 
22 – EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO .............................................. 50 
23 – EQUIPAMENTOS DE MEDIÇÃO DE RUÍDO E POSICIONAMENTO .......... 51 
23.1 – AUDIODOSÍMETRO ................................................................................. 51 
23.1.2 – AUDIODOSÍMETRO COM MIRE (Microphone in Real Ear) ................... 52 
23.2 – MEDIDOR DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA ........................................ 54 
24 – CALIBRADORES DE NÍVEL DE PRESSÃO SONORA................................ 57 
25 – MONITORAMENTO DE RUÍDO E APLICAÇÃO LEGAL .............................. 58 
25.1 – MONITORAMENTO DE RUÍDO E O PPRA .............................................. 58 
25.2 – MONITORAMENTO DE RUÍDO E A INSALUBRIDADE ........................... 60 
25.3 – MONITORAMENTO DE RUÍDO E A APOSENTADORIA ESPECIAL ....... 61 
25.4 – MONITORAMENTO DE RUÍDO E A ERGONOMIA .................................. 61 
27.2 – NÍVEL DE REDUÇÃO DE RUÍDO, VALOR SUGERIDO (NRR, sf) .......... 75 
27.3 – NÍVEL DE REDUÇÃO DE RUÍDO (NRR) .................................................. 76 
27.4 – MÉTODO DE DUPLA PROTEÇÃO ........................................................... 77 
27.5 – SUPER OU SUBPROTEÇÃO ................................................................... 78 
28 – PLANILHAS DE CAMPO DE RUÍDO ........................................................... 80 
28.1 – PLANILHA PARA AUDIODOSIMETRIA - MODELO ................................. 80 
28.2 – PLANILHA PARA MONITORAMENTO PONTUAL - MODELO ................. 82 
Identificação do Posto.......................................................................................... 82 
(Local avaliado) ................................................................................................... 82 
29 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS ....................................................................... 83 
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 88 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
4 
 
Prefácio 
 
O objetivo deste material é o de capacitar os profissionais de SSO (Segurança do 
Trabalho e Saúde Ocupacional) nas técnicas de avaliação, nas práticas de gestão e 
controle dos riscos de ruídos ocupacionais, além de possibilitar ao leitor o 
entendimento técnico e legal das referências normativas nacionais e internacionais. 
Esta disciplina estará sendo ministrada no curso de pós-graduação em engenharia de 
segurança do trabalho da Universidade Federal do Rio de Janeiro, através do Núcleo 
de Pesquisa em Sistemas e Gestão de Engenharia – Gestore. 
As aulas serão conduzidas pelo profº Rosemberg Silva Lopes da Rocha, formado em 
Engenharia de Produção pela Universidade Veiga de Almeida, Engenharia de 
Segurança do Trabalho pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em 
Higiene Ocupacional formado pela Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais e 
com especialização pela Harvard School of Public Health. 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
5 
 
1 – CONCEITO DE SOM 
Para promover a necessidade de um amplo entendimento sobre os tópicos abordados 
neste documento, conceitos básicos e outros aspectos relacionados a física do som e 
ruído serão apresentados. Muitas definições tem sido padronizadas de forma 
intencional e são publicadas em padrões internacionais, como por exemplo na IEC 
60050-801 (1994). 
O ruído pode ser basicamente definido como um “som desagradável ou indesejado” ou 
até mesmo outro tipo de distúrbio que tire a concentração e o equilíbrio mental. Do 
ponto de vista da acústica, som e ruído constituem-se do mesmo fenômeno de 
flutuação de pressão que acontece sobre um meio com pressão atmosférica; esta 
diferenciação é amplamente subjetiva, pois o que pode ser considerado como som 
para um indivíduo pode facilmente ser considerado como ruído para outro. O 
reconhecimento do ruído como um sério problema de saúde foi mais amplamente 
discutido de acordo com desenvolvimento da vida moderna. Com a modernização dos 
processos produtivos ao longo do tempo, houve-se ganho de escala e 
desenvolvimento econômico, entretanto, houve também um amplo grupo de indivíduos 
que “experimentaram” exposições ocupacionais que os colocaram em uma escala de 
risco considerada como séria para a saúde auditiva e a integridade física.Outro ponto 
importante a destacar dos avanços da vida modernaé o de cada indivíduo ter a 
oportunidade de ouvir a música que quiser, aonde quiser e no volume que achar 
melhor.Ou seja, enquanto uma música com volume alto pode ser considerada por 
muitos como som (não ruído) e que possa dar uma “sensação” de prazer para muitos, 
o ruído excessivo de máquinas modernas provavelmente não dê a mesma “sensação” 
de prazer. 
O som (ou ruído) é o resultado da variação de pressão, ou oscilação, em um meio 
elástico, como por exemplo (ar, água, sólidos), gerados por uma superfície vibratória 
ou através da turbulência de um fluxo por onde passa um fluído. O som se propaga de 
forma ondas longitudinais, que envolvem uma sucessão de compressões e rarefações 
em um meio elástico. Por exemplo, quando a onda sonora se propaga no ar, as 
oscilações de pressões acima e abaixo são geradas no ambiente com a pressão 
atmosférica. 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
6 
 
A velocidade com a qual o som se propaga, denomimada pela letra “c” é gerada em 
função da elasticidade e densidade do material e pode ser calculada através da 
seguinte equação: 
densidade
deelasticida
c =
 
Equação 01 – Equação da velocidade de propagação do som 
Para um meio sólido, a elasticidade de um material é representada pelo Módulo de 
Young, também conhecido como módulo da elasticidade que é um parâmetro 
mecânico que proporciona uma medida da rigidez de um material sólido. 
O módulo de Young é uma propriedade intríseca dos materiais que depende da 
composição química e da estrutura, podendo ser obtida através da razão entre a 
tensão exercida e a deformação sofrida pelo material. A tensão corresponde a uma 
força ou carga, por unidade de área aplicada sobre um material. Já a deformação, é a 
mudança nas dimensões por unidade da dimensão original. Desta forma, o módulo de 
Young é encontrado através de : 
ε
σ=E
 
Equação 02 – Equação do Módulo de Young 
Onde: 
E é o módulo de elasticidade ou módulo de Young, medido em unidades de pressão 
(N/m² ou Pa); 
σ é a tensão aplicada, medida em Pascal (N/m² ou Pa); 
 ε é a deformação elástica longitudinal de um corpo de prova (adimensional). 
Já para um gás, a elasticidade será denominada pelo produto da pressão e do raio de 
uma constante de pressão de um volume de calor. Para o ar ao nível do mar, a 
equação para a velocidade do som pode ser simplificada como: 
Tc ×= 05.20 
Equação 03 – Equação da velocidade de propagação do som no ar ao nível do mar 
Onde T= Temperatura absoluta em Kelvin (ºC + 273.2). 
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7 
 
Com uma temperatura de 21ºC, a velocidade do som no ar é de 344 m/s, já nos 
sólidos e líquidos, onde o raio de elasticidade é maior que no ar, o som viaja de forma 
mais rápida. Por exemplo, a velocidade do som na água é de aproximadamente 1500 
m/s e no aço esta velocidade pode chegar até os 5.000 m/s. 
Os fenômenos sonoros são amplamente estudados por diversas ciências, de forma 
que pode ser observado que essas disciplinas estão interligadas, porém, cada uma 
possui um foco sobre algum aspecto específico do fenômeno. 
Dentre as várias ciências para estudos dos fenômenos acústicos, destacam-se as 
seguintes: 
• Física Acústica; 
• Psicoacústica; 
• Fisiologia Auditiva. 
A física acústica estuda as formas dos fenômenos sonoros, enaquanto que a 
psicoacústica estuda sobre a percepção dos sentidos ao fenômeno sonoro. Há ainda a 
fisiologia auditiva que estuda sobre as estruturas do aparelho auditivo humano. 
Em física acústica é possível estudar as formas de propagação de um determinado 
fenômeno acústico e a esta forma de propagação damos o nome de ondulatório ou 
simplesmente ondas, que podem ser classificadas de duas formas: ondas 
eletromagnéticas e ondas mecânicas. 
As ondas eletromagnéticas são causadas pelo movimento de partículas sub-atômicas 
e os fenômenos perceptivos associados são as cores e a luz. 
As ondas mecânicas são as que atuam ao nível molecular de um determinado meio e 
o fenômeno de percepção, por exemplo, é o som. 
De maneira mais abrangente, entende-se por som qualquer alteração física feita em 
meio elástico de um estado sólido, líquido ou gasoso em determinado espaço de 
tempo e que pode ser percebida pelo ouvido humano na faixa de frequencia que varia 
de 20 Hz a 20 kHz. 
Para que haja esse fenômeno, é necessário a presença de três elementos básicos: 
Emissor; Meio; Receptor. 
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8 
 
O emissor é o que é responsável por produzir um disturbio no meio que será 
percebido pelo receptor. 
O meio de propagação tem influência sobre a qualidade do distúrbio e isto afeta 
diretamente a maneira de propagação. As perturbações mecânicas são variações 
pequenas e rápidas de pressão do meio, causadas pelas compressões e 
descompressões das moléculas causadas por seus deslocamentos. As ondas 
mecânicas são definidas como: ondas longitudinais e ondas transversais. 
As ondas longitudinais são aquelas que fazem com que as moléculas movam-se na 
mesma direção de propagação da onda. Já as ondas transversais são aquelas que 
fazem com que as moléculas movam-se perpendicularmente a essa direção. As ondas 
sonoras, caracterizadas pelas ondas de pressão (compressão e descompressão de 
moléculas) são do tipo longitudinal e propagam-se em um meio elástico, podendo ser 
o ar, sólidos e líquidos. As ondas transversais são usualmente encontradas nas 
vibrações de partes de certos instrumentos musicais, como nas membranas (peles de 
instrumentos de percussão) e cordas. Quando o som possui uma combinação não 
harmoniosa, é incômodo ou indesejável, pode-se definir este som como ruído. 
2 – DESCREVENDO A SENSAÇÃO SONORA E O DECIBEL 
Sendo o som, basicamente uma vibração das moléculas causada em meio elástico em 
função da variação de pressão, temos a pressão sonora como um item importante 
para ser estudado. A pressão (equação 04), por definição, é a força resultante que é 
exercida sobre uma determinada área e pode ser expressa da seguinte forma: 
A
F
P =
 
Equação 04 – Cálculo de Pressão tendo a relação de força sobre uma determinada área. 
Onde: 
P = Pressão em Pascal (Pa); 
F= Força exercida sobre uma área, expressa em Newton (N); 
A= Área de recebimento de determinada força, expressa em metro quadrado (m²). 
Através deste conceito, pode-se perceber a interligação entre duas ciências citadas 
anteriormente, a física acústica e a psicoacústica. A pressão das moléculas geradas 
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9 
 
pelo fenômeno sonoro exerce uma força sobre uma determinada área e desta forma 
podemos saber qual a força necessária para causar a vibração sobre a membrana 
tímpanica, por exemplo. 
Para saber esta informação, existe uma lei matemática que correlaciona as duas 
ciências aqui citadas e nos dá uma base lógica para obter a resposta correta. Esta lei 
chama-se Lei de Weber-Fechner, que diz que para cada aumento aritmético de uma 
sensação é necessário o aumento geométrico da intensidade física. Este argumento 
nos mostra que a taxa de variação da sensação é igual ao produto de uma constante 
“k” definida com a razão entre taxa de variação do estímulo e o estímulo de referência, 
podendo ser demonstrado através de: 
oE
dE
kdS=
 
Equação 05 – Derivada da Sensação à um determinado estímulo 
 
Para demonstrar como um aumento aritmético da sensação pode ter ligação direta 
com um aumento geométrico da intensidade física do som, é necessário realizar um 
procedimento de integração sobre a equação 05. 
oE
dE
kdS=
 oE
dE
kdS ∫∫ =
 oE
dE
kdS ∫∫ =
 
cEkS += ln 
Equação 06 – Integração da derivada da sensação a um determinado estímulo 
 
A integração da equação 06 foi realizada pelo método de integração indefinida, porém 
para definirmos melhor a relação estudada, é necessário realizar a integração definida 
pelo método de Riemann, tendo P0e P como parâmetros definidos. 
 
oE
dE
kdS=
 
o
P
P E
dE
kdS ∫∫ =
0
 o
P
P E
dE
kdS ∫∫ =
0
 
[ ]PPEkS 0ln= [ ]0lnln PPkS −= 
0
ln
P
P
kS =
 
Equação 07– Integração da derivada da sensação a um determinado estímulo pelo 
método de Riemann¹ 
 
 
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10 
 
Desta forma, podemos observar que a sensação à um determinado estímulo (variação 
de pressão) é igual ao produto de uma constante “k” pela razão de um logaritmo da 
pressão sobre uma pressão de referência. 
0
ln
P
P
kS =
 
Equação 08 – Equação que demonstra que a sensação a determinado estímulo possui comportamento 
geométrico 
 
¹ Método de integração pela integral de Riemann, criada por Bernhard Riemann, foi a primeira definição rigorosa de 
uma integral de uma função em um intervalo. 
 
3 – O QUE É O DECIBEL? 
A escala de medida que melhor demonstra a relação da sensação que se tem à um 
determinado estímulo é a escala decibel (dB). O decibel (dB) é usado para medir o 
nível de som, mas também é amplamente utilizado em produtos eletrônicos, sinais e 
comunicação. O dB é uma unidade logarítmica usada para descrever uma relação que 
tem comportamento de crescimento exponencial. A proporção pode ser de 
alimentação, da pressão do som, de tensão ou intensidade ou várias outras coisas. 
Como a escala decibel demonstra o crescimento exponencial de um determinado 
fenômeno, pode se dizer que esta escala trabalha demonstrando o comportamento 
que é representado pelo logaritmo neperiano ou logaritmo natural (ln) do fenômeno 
que está acontecendo. No caso do nível de pressão sonora a utilização do logarítmo 
de base 10 ou apenas log é o que melhor realiza esta demonstração. 
Por exemplo, suponha que temos dois alto-falantes, o primeiro com reprodução de um 
som com potência P1 e outro tendo uma energia acústica mais forte do mesmo som 
com potência P2. A diferença, em decibéis entre os dois é definida como: 
1
2log10
P
P
dB=
, onde logaritmo utilizado é o de base 10. 
Se a segunda fonte produz duas vezes mais energia que a primeira, a diferença em 
dB será: 
1
2
log10=dB
 dBdB 32log10 == . 
Equação 09 - Relação do Fator de dobra 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
11 
 
O valor de 3 dB representa a diferença necessária para que um som tenha o dobro ou 
a metade da energia em relação a outro e para esta relação damos o nome de fator de 
dobra. 
A intensidade sonora demonstra a percepção que um ser humano tem a uma 
determinada amplitude de onda sonora. A amplitude sonora também é conhecida 
como volume. 
0
log10
I
I
dB=
 
Equação 10 - Equação da Intensidade Sonora 
Onde: 
I= Intensidade sonora que se tem o interesse de obter; 
I0= Intensidade sonora de referência, 10^-12 watt/m²; 
A intensidade de um som é diretamente proporcional ao quadrado de sua pressão 
sonora. 






=





==
0
2
0
2
0
log20log10log10
P
P
P
P
I
I
dB
 
Equação 11 – Relação de proporcionalidade entre intensidade do som e o quadrado da pressão sonora 
 
Onde: 
P= Pressão sonora que se tem o interesse de obter; 
P0= Pressão sonora de referência, 20µPa ou 0,00002 Newton/m2; 
A pressão sonora 0P pode ser obtida através da equação
cI0ρ , onde: 
Densidade do ar 
Càmkgar °= 21³/22,1ρ ; 
Intensidade Sonora 
12
0 10
−=I ; 
Velocidade do som smc /344= . 
Pode-se perceber que a pressão sonora terá uma variação em seu resultado dado 
pela lei do quadrado da distância, ou seja, quanto maior for a distância em relação à 
uma fonte de ruído, menor será o valor de ruído percebido pelo receptor, porém esta 
regra vale para ambientes em ar livre onde não haja reflexões. 
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12 
 
Tendo d1 como uma distância de fonte e d2 sendo igual a 2d1, temos que o valor em 
dB será igual à: 
dB
d
d
dB 6
2
1
log20
12
1
log20 −==




=
 
Equação 12 – Relação que mostra a diferença de amplitude em função da lei do inverso do quadrado da 
distância 
 
O valor de 6 dB representa a diferença na amplitude de um som em função do dobro 
de uma determinada distância percorrida em relação a distância original da fonte e, 
portanto, a diferença necessária para que um som tenha o dobro ou metade da 
amplitude em relação a um outro. Esta diferença de amplitude é que faz com que se 
tenha uma percepção de que na medida em que se dobra a distância em relação à 
fonte, a intensidade sonora decresce 6 dB. 
 
Figura 01: Relação da diferença da sensação à intensidade sonora devido à Lei do Inverso do Quadrado 
da Distância. 
 
4 – O OUVIDO HUMANO 
 
O pavilhão auricular faz parte da orelha externa e é responsável por captar as ondas 
sonoras do ambiente e direcioná-las ao longo de um túnel, chamado de canal auditivo 
externo. No final deste canal, encontra-se o tímpano que está em contato com três 
pequenos ossos: martelo, bigorna e estribo. A vibração do tímpano e dos pequenos 
ossos na orelha média faz com que a pressão sonora seja multiplicada e transmitida à 
orelha interna. 
Já na orelha interna, a onda sonora gerada pela pressão sonora exercida, percorre a 
perilinfa, o líquido que preenche a cóclea. Estas vibrações estimulam as células 
ciliadas externas e internas do ouvido a trabalharem para amplificar ainda mais o som. 
Enquanto as ondas sonoras percorrem a cóclea, que é uma estrutura em formato de 
caracol, são selecionadas as frequências que serão transmitidas ao nervo da audição. 
Dessa forma, reconhecemos os sons graves e sons agudos. A sensação sonora 
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13 
 
percorre o nervo auditivo até o cérebro e ao longo de várias estações para que 
finalmente este som possa ser percebido, reconhecido e entendido. O ouvido humano 
está adaptado para escutar sons entre 20 e 20.000 Hz e os sons cuja intensidade está 
acima dos 85 dB (decibéis) são prejudiciais à saúde auditiva. Os sons muito intensos 
causam danos permanentes nas células sensoriais, acarretando em déficits de 
sensação à percepção sonora. 
 
Figura 2 – Sistema Auditivo Humano 
Fonte: The Noise Manual, Fifth Edition, AIHA (American Industrial Hygiene Association) 
 
 
Conforme demonstrado na figura 2, o ouvido humano está dividido em três partes, que 
serão explicadas no decorrer deste capítulo: 
• Ouvido Externo; 
• Ouvido Médio; 
• Ouvido Interno. 
 
4.1 – OUVIDO EXTERNO 
O ouvido externo consiste do pavilhão (geralmente chamado de orelha) e do canal 
auditivo externo denominado canal auditivo, um canal aberto que conduz diretamente 
à membrana timpânica (tímpano). Tanto o pavilhão quanto o canal auditivo externo 
modificam as características das ondas sonoras, de forma que o espectro sonoro que 
movimenta o tímpano não tem as mesmas características do som que originalmente 
chega ao pavilhão auditivo. O pavilhão auditivo é, até certo ponto, um “captador” de 
som, e até por causa das características anatômicas do pavilhão auditivo, certos sons 
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14 
 
em determinadas frequências são amplificadas, outras atenuadas, de tal forma que o 
pavilhão auditivo de cada indíviduo trata de forma particular a onda sonora recebida, 
progredindo-a dentro do canal auditivo. 
4.2– OUVIDO MÉDIO 
A membrana timpanica ou tímpano, vibra de acordo com as flutuações sonoras às 
quais são transmitidas para pequenos ossículos localizados na orelha 
média,denominados de martelo, bigorna e estribo, além de fornecer proteção ao 
ouvido médio e o ouvido interno contra a entrada de corpos externos 
A função do ouvido médio é de transmitir de forma eficiente o movimento das ondas 
sonoras que movimentam o tímpano, de forma que este possa conseguir movimentar 
o estribo, que por sua vez, movimenta o fluído que preenche o ouvido interno. 
Dentro da orelha média há duas maneiras de ganho de energia. O primeiro, a área do 
tímpanoé de aproximadamente 17 vezes mais ampla que a área da janela oval do 
ouvido, o que faz com que a pressão efetiva (força por unidade de área) seja 
amplificada para esta mesma quantidade. 
A segunda é que os ossículos estão projetados de forma a funcionar como uma 
espécie de alavanca que amplia ainda mais a pressão. 
Como resultado, muito da quantidade de energia que entra pelo ouvido através do 
timpano é o que transmite os movimentos ao estribo e por conta disso que há o 
estímulo do sistema do ouvido interno. 
O ouvido médio também possui dois músculos que estão juntos de forma compactada 
ao martelo e ao estribo: tensor do tímpano e os músculos estapédio, respectivamente. 
Estes músculos, que atuam em direções opostas, que são ativadas através do 
processo de vocalização (falando ou cantando) e através de sons altos (para o 
estapédio) ou através de eventos que causam sobresaltos para o tensor do tímpano. 
4.3 – OUVIDO INTERNO 
Os receptores sensoriais atualmente responsáveis pela iniciação dos impulsos neurais 
no nervo da audição, consistem em aproximadamente 4000 células ciliares internas 
que recebem assistência de aproximadamente 12,000 células ciliares externas que 
ficam na cóclea. 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
15 
 
 
5 – CONCEITO DE RUÍDO 
O ruído é qualquer sensação sonora indesejável, podendo ser considerado como um 
som presente em nosso ambiente que ameaça a nossa produtividade, conforto, bem 
estar e saúde. 
“...o ruído é o fenômeno físico vibratório com características 
indefinidas de variações de pressão (no caso o ar) em função 
da frequência, isto é, para uma dada frequência podem existir, 
em forma aleatória através do tempo, variações diferentes de 
pressões...” SALIBA (2013). 
 
A mistura dos sons em frequências distintas é uma das principais características do 
ruído e os fatores que podem fazer com que o som se torne um ruído desagradável 
são: 
1. Tempo de Exposição; 
2. Nível de Exposição; 
3. Frequência; 
4. Tipos de ruído; 
5. Distância da fonte geradora de ruído; 
6. Susceptibilidade Individual. 
 
5.1 – TIPOS DE RUÍDO 
Como visto no início deste capítulo, o conceito de ruído é o de qualquer sensação 
sonora indesejável, podendo ser considerado como um som presente em nosso 
ambiente, que ameaça a nossa produtividade, conforto, bem estar e saúde. 
O ruído apresenta vários tipos de comportamento em função do tempo e os principais 
são: 
• Ruído contínuo; 
• Ruído intermitente; 
• Ruído de impacto ou impulsivo. 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
16 
 
5.1.1 – RUÍDO CONTÍNUO 
O ruído contínuo é o tipo nível de pressão sonora que apresenta pequenas flutuações 
sonoras ao longo de um período de observação, conforme descrito pela norma 
americana ANSI S3.20 – 1995. É um ruído com pouca varaiação de fluxo de energia 
sonora e que pode apresentar ou não caracteríticas de componentes tonais, com uma 
variação média aceitável de +/- 3 dB. 
 
Gráfico 01 – Exemplo de comportamento de ruído contínuo. 
 
5.1.2 – RUÍDO INTERMITENTE 
 
O ruído intermitente é aquele que sofre interrupções em seu fluxo de energia sonoro 
através de níveis mais altos ou mais baixos, ao longo do tempo. Estas variações 
podem ser com valores superiores à +/- 3 dB em um espaço de tempo superior à 1 
segundo. 
 
Gráfico 02 – Exemplo de comportamento de ruído intermitente. 
85
86,5
84,9
85,4
86,2
84,4
85,1
85,3
86,2
84,8
84,2
85,7
86,5
85,5
85,1
84,8
84,7
86,3
85,5
84,5
84
85
86
87
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ruído Contínuo - dB
80
83,4
85,6
82,1
79,7
84,3
85,1
78,8
90,1
84,3
93,1
85,3
84,2
83,3
85,1
77,5
79,980,3
85,5
91,1
75
78
81
84
87
90
93
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ruído Intermitente - dB
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
17 
 
 
5.1.3 – RUÍDO DE IMPACTO OU IMPULSIVO 
O ruído de impacto ou impulsivo é aquele que sofre um ou mais picos de energia 
acústica em um intervalo inferior à 1 segundo e com intervalos superiores à 1 
segundo. 
 
Gráfico 03 – Exemplo de comportamento de ruído de impacto. 
 
Em relação aos tipos de ruído é importante a verificação de possíveis fontes geradoras 
de ruído de fundo, que quando não são observadas adequadamente podem gerar o 
mascaramento da medição do local de estudo. 
Segundo Araújo (2002), a verificação da possível influência de ruído de fundo deve ser 
feita realizando a medição com a fonte de ruído ligada e desligada, respectivamente e 
ao se desligar a fonte, se o nível de ruído se mantiver praticamente o mesmo, significa 
que o ruído proveniente da fonte está mascarado pelo ruído de fundo. Às vezes o 
ruído de fundo é proveniente de fontes externas fora do controle da empresa, por 
exemplo: tráfego urbano, arrefecimento, entre outros. 
Nestes casos, o ruído de fundo deve ser tratado com os parâmetros de legislação 
ambiental e a eficácia do controle direto sobre as fontes afetará de forma positiva a 
exposição do ruído ocupacional. 
 
 
 
109
85,1
80,5
114
84,8
114,7
84,5
82,1
112,6
80,5
110,7
80,5
84,5
112,6
84,8
110,7
84,3
114,7
83,4
112,8
80
85
90
95
100
105
110
115
120
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Ruído de Impacto - dB
1 s 1 s 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
18 
 
6 – TEMPO DE EXPOSIÇÃO E NÍVEL DE EXPOSIÇÃO 
A relação entre o tempo de exposição e nível de exposição ao agente físico ruído 
segue um comportamento inversamente proporcional, ou seja, a medida que o nível 
de ruído aumenta, diminui-se o tempo permitido à este nível. No Brasil, a Portaria 3214 
do Ministério do Trabalho, NR15 no seu Anexo 1, estabelece tais limites partindo de 85 
dB(A) para uma exposição de 8 horas e uma taxa de troca de 5 dB(A) para a redução 
à metade da exposição, conforme tabela 1. 
Tabela 1 – Limites de Tolerância para ruído contínuo ou intermitente 
Fonte: Anexo I NR 15 
 
Começando a analisar a tabela 1, se tem como referência a jornada padrão de oito 
horas e sobre este padrão visualiza-se o seguinte: 
Sendo T= 8 horas, temos que LT=85 dB, se adicionarmos 5 dB sobre o valor inicial, 
temos LT= 90 dB e consequentemente T= 4 horas e se adicionarmos 5 dB sobre o 
novo valor, temos LT= 95 dB e consequentemente T= 2 horas e assim por diante. Isto 
demonstra que há uma relação inversamente proporcional na composição dos limites 
de tolerância para ruído e tudo está baseado no tempo da jornada padrão de 8 (oito) 
horas. 
A tabela 1 começa a ter limite de tolerância em função do tempo a partir de oito horas, 
ou seja, a jornada padrão de trabalho é considerada como a referência de tempo para 
a determinação da tolerância aos outros níveis descritos na tabela. 
Outro ponto importante que deve ser observado na tabela 1 é que a mesma segue a 
um padrão de dobro da intensidade sempre quando se adiciona o valor de 5 dB sobre 
o valor inicial e à este valor damos o nome de taxa de troca. 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
19 
 
7 – CONCEITO DE FATOR DE DOBRA (q=3 dB) E TAXA DE TROCA (q= 5 
dB) 
Segundo Bistafa (2006) a principal preocupação quanto ao ruído em ambientes de 
trabalho é a perda auditiva induzida pelo ruído, PAIR. Há um consenso entre os 
especialistas, de que a PAIR se deve à conjugação de dois fatores: nível de ruído e 
tempo de exposição. Estudos epidemiológicos relativos a populações expostas a 
ruídos em ambientes de trabalho, indicam que a PAIR segue uma relação de 
proporcionalidade aproximadada conforme demonstrada abaixo: 
e
nTpPAIR =∞ 
Equação 13 – Relação de proporcionalidade da PAIR 
Onde: 
Te= É o tempo de exposição à pressão sonora “p”; 
n = É um expoente à ser determinado. 
Estes estudos demonstraram que a perda auditiva do indivíduo 1 sujeito à pressão 
sonora p1 durante o tempo de exposição Te1 , será igual à perda auditivado indíviduo 
2, sujeito à pressão sonora p2, durante a metade do tempo de exposição do indivíduo 
1, de forma que Te2 = Te1/2, quando a pressão sonora p2 a que está exposto o 
indivíduo 2, satisfazer a seguinte relação: 
e
nTpPAIR =∞ � 1
1
12 2 e
nen Tp
T
p = ou 1
/1
2 2 pp
n= (equação 13.1) 
O incremento do nível de pressão sonora do indivíduo 2 em relação ao nível de 
pressão sonora do indivíduo 1 poderá ser demonstrado através do princípio da 
sensação dada pela lei de Weber-Fechner, conforme descrito abaixo: 
1
/1
2 2 pp
n= � 
n
p
p /1
1
2 2= ; q=dB; 





=
0
log20
P
P
dB f (equação 13.2) 
Através de substituições pode se obter o incremento do nível de pressão sonora, mais 
conhecido como taxa de troca simbolizada pela letra “q”. 
( )n
P
P
q /1
1
2 2log20log20 →





= (equação 13.3) 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
20 
 
A finalidade do fator de troca é o de demonstrar a variação do nível de pressão sonora 
que provoca a mesma PAIR quando o tempo de exposição é duplicado ou reduz-se 
pela metade. Propondo alguns expoentes “n” temos taxas de troca definidas na tabela 
02: 
Tabela 02 – Taxas de trocas definidas em função da variação do expoente “n” 
Fonte: Autor 
Expoente “n” q (dB) 
1 6 
1,2 5 
1,5 4 
2 3 
 
Ainda segundo Bistafa (2006), o chamado “princípio de igual energia” demonstra que a 
PAIR é proporcional à energia sonora recebida pela orelha. De forma que a 
intensidade sonora por unidade de tempo por unidade de área, a energia sonora por 
unidade de área será dada pelo produto da intensidade sonora pelo tempo. Como a 
intensidade sonora é proporcional à pressão sonora ao quadrado, o “princípio de igual 
energia” traduz-se matematicamente em: 
eTpPAIR
2=∞ (equação 13.4) 
Este princípio adota que com o expoente n=2 o fator de troca ou matematicamente 
chamado de fator de dobra será igual a q= 3 dB, ou seja, um acréscimo de 3 dB no 
nível de ruído é equivalente (causa a mesma PAIR) à duplicação do tempo de 
exposição. 
Segundo a norma ISO 1999:1990 “Determination of occupational noise exposure and 
estimation of noise-induced hearing impairment” demonstra que o princípio da igual 
energia é considerado o mais adequado para a estimativa da PAIR. 
Pode-se dizer que matematicamente o comportamento de qualquer fenômeno acústico 
terá sua intensidade de nível de pressão sonora dobrada ou reduzida à metade 
sempre que tiver acrescido ou retirado o valor de 3 dB. 
Isso pode ser visto pelo fato de que o comportamento acústico é um fenômeno natural 
e este tipo de fenômeno apresenta comportamento logaritmico, conforme já visto no 
item 2.3. 
Isto pode ser demonstrado através da aplicação dos fundamentos de acústica, que 
informa que a escala decibel (dB) é a décima parte da escala Bel (log x). Sendo o 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
21 
 
valor de x = 2 (taxa de variação de dobro ou metade do nível de pressão sonora), 
temos que o valor de decibel (dB) será igual à: 
dBdB 330,0102log10 →×→= 
De forma que, aplicando as propriedades dos logarítmos pode-se visualizar que a taxa 
de variação que realmente dobra o nível de pressão sonora é o valor de 2, que é 
encontrado quando se possui um expoente de 0,30. 
21030,02log 30,0 =→= 
Então, pode-se dizer que o que realmente dobra ou diminui a metade do valor de um 
determinado fenônemo acústico é o valor de 3 dB e à este valor denominamos como 
fator de dobra. 
No caso do valor de 5 dB o nome mais correto que pode ser dado é o de taxa de troca, 
pois matematicamente este valor não dobra ou reduz o ruído à metade, conforme 
veremos. Porém, este valor sofreu uma “adaptação” de forma que pudesse 
representar o dobro ou redução à metade de um determinado fenômeno. 
Aplicando os conceitos matemáticos de logaritmo é possível descobrir a verdadeira 
taxa de variação quando se aplica a taxa de troca Q= 5 dB. 
5167,3log1050,0167,3log167,310 50,0 =→×=→=→= dBdB 
Desta forma, pode se observar que a taxa de troca de 5 dB causa, na verdade, uma 
alteração de 3,167 vezes sobre um determinado fenônemo acústico, tanto na 
representação do acréscimo da enerrgia sonora, bem como no decréscimo da mesma. 
Ou seja, enquanto o valor de 3 dB dobra o valor inicial do nível de pressão sonora, o 
valor de 5 dB triplica a sensação sonora que temos em relação ao valor inicial de nível 
de pressão sonora, isso em termos de fenômenos acústicos. 
De maneira geral, o fator de dobra ou taxa de troca é o valor pelo qual se consegue 
obter o dobro ou a metade do valor do ruído ao longo do tempo. Cada vez que o valor 
inicial dobra, o tempo de tolerância a este valor é reduzido pela metade. 
No Brasil há dois valores que representam esta relação, sendo representados por q = 
3 dB (valor dado pela NHO – 01 da FUNDACENTRO) e por q = 5 dB (valor 
representado pela NR-15, Anexo I). Legislações internacionais relativas ao ruído em 
ambientes de trabalho estabelecem também o nível de ruído máximo para uma 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
22 
 
jornada de oito horas de trabalho, denominado de nível de critério, Lcrit. A tabela 03 
fornece os limites de tolerância para ruído ocupacional adotados pela maioria dos 
países europeus, pela OSHA (Occupational Safety and Health Admnistration), NIOSH 
(National Institute for Occupational Safety and Health) nos EUA e pela NR-15, anexo I 
e pela NHO-01 da FUNDACENTRO no Brasil. 
Tabela 03 – Demonstração da aplicação do fator de dobra (Q=3 dB) e taxa de troca (Q= 5 dB) 
Fonte: Autor 
 Nível de Ruído Máximo Permissível – dB (A) Tempo de 
Exposição 
Diário 
Tolerado 
(horas) 
 
Países da Europa 
 
Estados Unidos da América 
 
Brasil 
Instituições 
Européias 
Lcrit= 85 dB (A) 
 
q=3 dB 
NIOSH 
Lcrit= 85 dB (A) 
q=3 dB 
OSHA 
Lcrit= 90 dB (A) 
q=5 dB 
NHO -01 
Lcrit= 85 dB (A) 
q=3 dB 
NR-15 
Lcrit= 85 dB 
(A) 
q= 5 dB 
85 85 90 85 85 8 
88 88 95 88 90 4 
91 91 100 91 95 2 
94 94 105 94 100 1 
97 97 110 97 105 0,5 
100 100 115 100 110 0,25 
 
Sobre o ponto de vista prevencionista e matemático, pode se dizer que o fator de 
dobra Q = 3 dB é mais restritivo em relação à excessivas exposições ao ruído, sendo 
utilizado na elaboração do Programa de Conservação Auditiva (PCA). Porém, para 
caracterização de adicionais de insalubridade, percepção ao direito à aposentadoria 
especial e elaboração do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais), por 
força de aplicação de normativos legais, deve se utilizar a taxa de troca de Q= 5 dB. 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
23 
 
8 – DOSIMETRIA DE RUÍDO 
A dose de ruído é o fator acumulativo de ruído em um determinado período de tempo 
de exposição a determinada(s) fonte(s). A dose de ruído é calculada de acordo com os 
tempos de exposição permitidos para cada nível de ruído. 






+++=
n
n
T
C
T
C
T
C
T
C
D ....
3
3
2
2
1
1
 
Equação 14 – Equação da dose de ruído 
 
Lembre-se que a dose de ruído é a relação de tempo em que uma pessoa fica exposta 
à um determinado nível de pressão sonora sobre o tempo máximo que pode 
permanecer à este nível sem que haja danos à saúde. Quando se alcança um nível de 
pressão sonora de 85 dB em um tempo de 8 horas, a dose de ruído será de 100 %. 
Trabalhando com estas referências, podemos demonstrar o seguinte: 
Tabela 04 - Relação de Dose de Ruído vs Tempo Máximo Permissível – Inversamente Proporcional 
Fonte: Autor 
 
 
Desta forma, o entendimento que se tem sobre os valores descritos na tabela 4 são os 
de ter um comportamento em Progressão Geométrica. Uma progressão geométrica é 
uma sequência numérica em que cada termo, a partir do segundo, é igual ao produto 
do termo anterior por uma constante, chamada de razão da progressão geométrica. A 
razão é indicada pela letra k. 
)1(
1
−×= nn kaa 
Equação 15 – Equação de Progressão Geométrica 
2016 HIG-02 –RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
24 
 
Sendo %1001 =a , começando a série de dados com n=1 e tendo o valor do quociente 
como sendo k=2 como a relação de dobrar ou reduzir a metade o valor da dose, temos 
uma P.G igual à: 
%1002100 )11(1 =×=
−a
 
%;16002100 )15(5 =×=
−a 
%;2002100 )12(2 =×=
−a
 
%;32002100 )16(6 =×=
−a 
%;4002100 )13(3 =×=
−a %;64002100 )17(7 =×=
−a 
%;8002100 )14(4 =×=
−a
 
)1(2100 −×= nna 
 
Quanto maior for o nível de ruído ao longo do tempo, menor será a tolerância de 
permanência a este acumulo de dose e vice e versa. Esta lógica está baseada na 
jornada padrão de trabalho de 8 (oito) horas diárias como referência. Um ponto 
interessante que pode ser observado é que quanto maior o acumulo de dose, menor é 
o tempo que é reduzido na mesma proporção. Então, desta forma temos que: 
Tabela 5 – Demonstração da Proporção Inversa entre Energia e Tempo de Exposição 
Fonte: Autor 
Valor de 
NPS com 
Taxa de 
Troca 
(Q=5 dB) 
Dose 
Acumulada 
Tempo 
Permissível 
em horas 
Valor de 
NPS com 
Taxa de 
Troca 
(Q=3 dB) 
Dose 
Acumulada 
Tempo 
Permissível 
em horas 
85 100% 8
1
8 = 85 100% 8
1
8 = 
90 200 4
2
8 = 88 200 4
2
8 = 
95 400 2
4
8 = 91 400 2
4
8 = 
100 800 1
8
8 = 94 800 1
8
8 = 
105 1600 5,0
16
8 = 97 1600 5,0
16
8 = 
110 3200 25,0
32
8 = 100 3200 25,0
32
8 = 
115 6400 125,0
64
8 = 103 6400 125,0
64
8 = 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
25 
 
 
Gráfico 04 – Relação de Nível de Pressão Sonora e Tempo de Exposição 
com Taxa de Troca Q=5 dB para NR-15, Anexo I 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
26 
 
 
Gráfico 05 – Relação de Nível de Pressão Sonora e Tempo de Exposição 
com Fator de Dobra Q=3 dB para NHO 01 
 
Nesta comparação entre a NR-15 e a NHO-01, pode-se observar que a norma da 
FUNDACENTRO é mais preventiva a partir de valores que vão se elevando, 
geralmente acima de 80 dB. No Brasil, para cumprimento de parâmetros legais, a taxa 
de troca que deve ser utilizada é a do Q=5 dB, porém para programas de gestão de 
ruído, como o PCA (Programa de Conservação Auditiva) a utilização da taxa de troca 
Q=3 dB se torna mais adequada para a tomada de decisão de controle, tanto na área 
de processo, quanto sobre os trabalhadores. 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
27 
 
 
9 - FORMAÇÃO DO LIMTE DE TOLERÂNCIA E TEMPO MÁXIMO 
 
Os critérios de formação dos limites de tolerância da NR-15, Anexo I e da NHO 01 
seguiram ao mesmo procedimento matemático, tendo diferença apenas na taxa de 
troca. É possível demonstrar isto matematicamente através da equação abaixo: 
Equação do Limite de 
Tolerância 
Equação do Tempo Máximo 
Permissível 
ANQ
T
LT .
2log
16
log
+×






= 













 −
=
Q
ANLT
T
.
2
16
 
Equação 16 – Formação do 
Limite de Tolerância 
Equação 17 – Formação do 
Tempo Máximo Permissível 
 
Onde: 
LT= Limite de Tolerância; 
T= Tempo em horas ou minutos; 
Q = Taxa de troca, Q=3 (NHO 01) e Q=5 (NR-15); 
N.A = Nível de Ação. 
 
Através das equações 16 e 17, podemos definir tanto os limites de tolerância quanto 
os tempos máximos permissíveis para a NR-15, Anexo I e para a NHO-01. 
 
Tabela 6 – Demonstração das Equações para a formação das tabelas da NR-15 e NHO-01 
Fonte:Autor 
Limite Tolerância NR 15 Limite Tolerância 
NHO 01 
Tempo Máximo 
pela NR-15 
Tempo Máximo 
pela NHO 01 
805
2log
16
log
+×






= TLT
 
823
2log
960
log
+×






= TLT
 











 −
=
5
80
2
16
LT
T
 











 −
=
5
80
2
960
LT
T
 
 
 
 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
28 
 
10 – LIMITE DE TOLERÂNCIA PARA RUÍDO DE IMPACTO 
A NR-15 em seu Anexo II determina os limites de tolerância para ruído de impacto e o 
critério de avaliação e é importante visualizar que na NHO-01 da FUNDACENTRO há 
uma metodologia para o monitoramento deste agente. 
O Anexo II da NR-15, traz alguns valores de limite de tolerância para serem utilizados, 
seguindo alguns critérios técnicos para isso. A seguir, será feita uma transcrição do 
texto da legislação: 
1. Os níveis de impacto deverão ser avaliados em decibéis (dB), com medidor de 
nível de pressão sonora operando no circuito linear e no circuito de resposta de 
impacto. As leituras devem ser feitas próximas ao ouvido do trabalhador. O 
limite de tolerância para ruído de impacto será de 130 dB (linear). Nos 
intervalos entre os picos, o ruído existente deverá ser avaliado como ruído 
contínuo. 
 
2. Em caso de não dispor de medidor de nível de pressão sonora com circuito de 
resposta para impacto, será valida a leitura feita no circuito de resposta rápida 
(FAST) e circuito de compensação “C”. Neste caso, o limite de tolerância será 
de 120 dB(C). 
 
 
3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores, sem proteção 
adequada, a níveis de ruídos superiores a 140 dB (linear), medidos no circuito 
de resposta para impacto, ou superiores a 130 dB(C), medidos no circuito de 
resposta rápida, oferecerão risco grave e iminente. 
 
A NHO-01 da FUNDACENTRO, traz a metodologia de monitoramento de ruído de 
impacto, conforme apresentado abaixo: 
A determinação da exposição ao ruído de impacto ou impulsivo deve ser feito por meio 
de nível de pressão sonora operando em “Linear” e circuito de resposta para medição 
de nível de pico. 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
29 
 
 
Neste critério o limite de exposição diária ao ruído de impacto é determinado pela 
expressão a seguir: 
( )nNp log10160−= 
Equação 18 – Equação de Nível de Pico 
 
pN = Nível de pico, em dB(linear), máximo admissível; 
n = número de impactos ou impulsos ocorridos durante a jornada diária de trabalho. 
A tabela 07, foi construída através da equação anterior, apresenta a correlação entre 
os níveis de pico máximo admissíveis e o número de impactos ocorridos durante a 
jornada diária de trabalho, extraída a partir da equação de determinação do limite de 
exposição diária de ruído de impacto. 
Tabela 07 – Níveis de picos máximos admissíveis em função do número de impactos 
Fonte: NHO – 01 - FUNDACENTRO 
Np N Np N Np n 
120 10000 127 1995 134 398 
121 7943 128 1584 135 316 
122 6309 129 1258 136 251 
123 5011 130 1000 137 199 
124 3981 131 794 138 158 
125 3162 132 630 139 125 
126 2511 133 501 140 100 
 
O ruído deverá ser considerado como contínuo ou intermitente, quando o número de 
impactos ou de impulsos diário exceder a 10.000 (n>10.000). 
O valor teto para ruído de impacto corresponde a um valor de 140 dB (Linear) como 
nível de pico. 
Com relação ao nível de ação para a exposição ocupacional ao ruído de impacto 
corresponde ao valor Np obtido na equação 18, subtraído de 3 decibéis (Np-3) dB. 
 
 
 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
30 
 
 
11 – FREQUÊNCIA 
Todo corpo que possui movimento repetitivo e oscilatório é um corpo que está em 
movimento vibratório. Quando este movimento acontece no ar, por exemplo, há uma 
compressão das moléculas quando há um deslocamento da massa de ar para frente e 
quando esta massa de ar volta, há também um deslocamento destas moléculas em 
sentindo oposto, causando uma descompressão. Este fenômeno está diretamente 
relacionado com a densidade e temperatura do ar, pois como a densidade está 
diretamente relacionada com a pressão, no movimento de ida a pressão de camada 
de ar é maior que nos seus arredores e isto faz com que as moléculas de ar da 
camada inicial tendam a empurrar as moléculas da próxima camada e 
consequentemente vão transmitindo energia às camadas subsequentes. 
 “...quando o corpo vibrante se desloca para frente, logo atrás 
se forma uma zona rarefeita que acompanha de perto e com a 
mesma velocidade da zona comprimida. A sucessão destas 
zonas comprimidas erarefeitas no tempo forma o que 
chamamos de movimento ondulatório...” Araújo, G. (2002). 
O ouvido humano consegue perceber a variação da pressão do ar, bem como sua 
intensidade de energia e em ciclos de tempos definidos pelo corpo vibrante. Todo 
deslocamento de ar gera uma onda sonora que possui um comprimento determinado, 
e este comprimento de onda é a distância percorrida para que uma oscilação possa se 
repetir. O comprimento de onda é definido pela letra λ (lambda) e pode ser obtido pela 
razão entre velocidade de propagação da onda e a frequencia de oscilação. 
f
c=λ
 
Equação 19 – Comprimento da onda 
 
 
λ= Comprimento de Onda (metro) 
Gráfico 06 – Comportamento Espacial e Temporal da Pressão Sonora 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
31 
 
 
Obtendo o comprimento da onda sonora e a frequencia de oscilação, é possível ter a 
velocidade de propagação da onda. 
fc ⋅= λ
 
Equação 20 – Velocidade de Propagação da Onda 
 
A tabela 08 demonstra a velocidade do som em alguns meios materiais, confome 
descrito abaixo: 
 
Tabela 08 - Velocidade do som em alguns meios materiais 
Fonte: Autor 
 
 
 
 
Tanto para se obter o comprimento quanto a velocidade da onda, faz-se necessário ter 
a frequencia de oscilação. A frequencia é o número de oscilações de uma onda sonora 
em forma senoidal, ocorrida em um intervalo de tempo de 1 segundo. A sua unidade 
de medida é o Hertz (Hz) e equivale ao inverso do período. 
t
f
1=
 
f
t
1=
 
Equação 21 – Equação da Frequencia e do tempo em função da frequencia 
 
A faixa de frequencia audível do ser humano está compreendida entre 20 à 20,000 
ciclos por segundo ou 20 Hz à 20 kHz. Abaixo desta faixa qualquer pulsação de onda 
é considerada infrasom e acima é considerada como ultrasom. 
Como já vimos até aqui, toda onda sonora é gerada pela transferência de energia 
entre moléculas de uma determinada massa de ar e quando esta onda sonora se torna 
indesejável, temos o que chamamos de ruído. 
O ruído é um conjunto de ondas sonoras que acontecem em várias faixas de 
frequências que estão compreeendidas entre 20 a 20 kHz e que são representadas 
por um espectro de frequencia. 
 
Meio Material Velocidade do Som, c (m/s) 
Ar 340 
Água 1510 
Madeira 4100 
Aço 5050 
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32 
 
O espectro de frequência é a distribuição de energia acústica em função do tempo em 
cada faixa de frequencia audível. É o que podemos chamar de “comportamento da 
energia acústica em cada faixa de frequência” . As baixas frequencias determinam 
os sons considerados graves, enquanto os sons agudos são determinados pelas altas 
frequências. 
A amplitude de uma onda é o que determina a intensidade da mesma e é vista como a 
taxa de variação da pressão. 
mínimamáxima PPP −=∆ 
Equação 22 – Equação da Amplitude de uma Onda 
 
Para o Higienista Ocupacional, o estudo do comportamento do ruído é feito através de 
monitoramentos de ruído através de equipamentos que possuam filtros de frequencia 
por bandas de oitava e/ou 1/3 de oitava. 
As bandas de oitava e 1/3 de oitava são as frequencias médias cujos limites são 
definidos da seguinte forma: 
fi = frequencia inferior; 
fs =frequencia superior; 
Para bandas de oitava, as frequencias são definidas seguindo a uma determinada 
regra a saber: 
fifs ⋅=2
 
Equação 23 – Equação para determinação das frequencias em bandas de oitava 
 
Já para bandas de 1/3 de oitava as frequencias são definidas através da equação a 
seguir: 
3
)3/1( 2 fifs oitava ⋅=
 
Equação 24 – Equação para determinação das frequencias em bandas de 1/3 de oitava 
 
A região de frequencia audível é dividida em dez oitavas e as frequencias centrais e as 
larguras das bandas são fixadas pela norma americana ANSI S1.11 (1986). 
Cada oitava é definida como a frequencia central, que é definida como a média 
geométrica entre a frequencia inferior (fi) e frequencia superior (fs). 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
33 
 
Imagine a frequencia central de 1000 Hz e suas frequencias inferiores e superiores 
definidas da seguinte forma: 
Frequencia Inferior Frequencia Central Frequencia Superior 
fcfi ×= 2
 
 
fsfifc ×=
 
fcfs ×= 2
 
Equação 25 – Equações para determinação da frequencia central 
 
 
Frequencia Inferior Frequencia Central Frequencia Superior 
Hzfi 707
2
1000
2 =×=
 
Hzfc 10001414707 =×= Hzfi 141410002 =×= 
 
12 – CURVAS DE COMPENSAÇÃO DE NÍVEL DE DECIBEL 
As curvas de compensação foram desenvolvidas para determinar a audibilidade 
subjetiva que o ouvido humano é diferente nas diversas frequências. Desta forma, a 
sensação de ouvir um som em 5.000 Hz é diferente ao ouvi-lo em 500 Hz. Desse 
modo, foram desenvolvidas as curvas de compensação em dB em relação às 
frequências auditivas, sendo estas frequências definidas da seguinte forma: 
Curva A 
Esta curva projeta uma atenuação similar do ouvido humano, demonstrando a forma 
deste suportar os níveis de pressão sonora de baixos níveis de frequencias distintas. 
Segundo ARAUJO, G. (2002), a curva de ponderação “A” atenua de forma 
significativa, diminuindo esta atenuação à medida que nos aproximamos dos 1 kHz, 
onde a atenuação da curva “A” é zero. Entre 1kHz e os 5 kHz, correlacionando com a 
tendência das curvas isossônicas ou isoaudíveis, pode-se dizer que a escala “A” 
amplifica, voltando a atenuar a partir dos 5.000 Hz. Esta curva de ponderação é a mais 
utilizada e requerida por Normas Técnicas, por apresentar respostas similares à do 
ouvido humano. 
Curva B 
A curva de compensação “B” sofre menos variação do nível de pressão sonora nas 
baixas frequências, verificando-se nenhum tipo de amplificação através do espectro de 
frequencia. A curva “B” não apresenta atenuações nas faixas compreendidas entre os 
400 e 3 kHz e representa atenuações de níveis intermediários médios. 
 
 
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34 
 
Curva C 
A curva “C” é utilizada para ruídos de alto nível de pressão sonora e é o que menos 
produz atenuação, sendo que, na faixa de 100 à 3 kHz a incidência sobre o ruído 
emitido é nula. É o circuito mais utilizado para “ruído de impacto”. 
Curva D 
A curva “D” baseia-se nos altos níveis de pressão sonora, geralmente acima de 120 
dB, como ruídos produzidos em pistas de aeroportos. 
Em resumo, pode-se dizer que as curvas de compensação podem ser definidas da 
seguinte forma: 
a) O circuito “A” foi originalmente concebido para aproximar-se das curvas de 
igual audibilidade para baixos NPS (Níveis de Pressão Sonora), próximo de 50 
dB; 
b) O circuito “B” foi originalmente concebido para aproximar-se das curvas de 
igual audibilidade para médios NPS (Níveis de Pressão Sonora), próximo de 75 
dB; 
c) O circuito “C” foi originalmente concebido para aproximar-se das curvas de 
igual audibilidade para altos NPS (Níveis de Pressão Sonora), próximo de 100 
dB; 
d) O circuito “D” foi originalmente concebido para aproximar-se das curvas de 
igual audibilidade para altíssimos NPS (Níveis de Pressão Sonora), próximo de 
120 dB. 
 
13 – NÍVEL EQUIVALENTE DE RUÍDO 
Segundo a NHO 01 da FUNDACENTRO, o Nível Equivalente de Ruído é baseado na 
equivalência de energia acústica, sendo definido pela seguinte equação: 
( )


















=
∫
2
0
22
1
1
log10
p
dttp
T
N
t
t
eq
 
Equação 25 – Nível de Equivalente de Ruído 
 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
35 
 
Onde: 
Neq= nível de pressão sonora equivalente referente ao intervalo de integração (T=t2-
t1); 
tp = pressão sonora instântanea; 
0p = pressão sonora de referência, igual a 20 Paµ . 
O Nível Equivalente de Ruído representa a exposição total à um nível de pressão 
sonora sobre um tempo de interesse ou também pode ser representado pela média do 
nível de energia de ruído durante um período de interesse. O valor encontradoapresenta a exposição ocupacional do ruído durante o tempo de medição e representa 
integração do diversos níveis instantâneos de ruído ocorrido no período. 
Através de métodos de integração, a equação 25 pode ser reescrita para melhor 
compreensão ficando da seguinte forma: 
( )


















=
∫
2
0
22
1
1
log10
p
dttp
T
N
t
t
eq �
( )


















=
∫
2
0
2 2
1
1
log10
p
dttp
T
N
t
t
eq Equação 25.1 
A integral ( )∫
2
1
t
t
dtt definida no intervalo t1 e t2 será uma integração em função de t, ou 
seja, f(t). Desta forma, o processo de integração será o seguinte: 
( )∫
2
1
t
t
dtt � ( ) 1
2
t
ttF � ( ) )( 12 tFtF − � ( )12 ttF − Equação 25.2 
Retornando com o valor integrado na equação do Neq, teremos a seguinte expressão 
definida: 
( )

















 −
=
2
0
12
21
log10
p
ttp
T
Neq
�
( )

















 −
= 2
0
212
log10
p
p
T
tt
Neq
 Equação 25.3 
Sendo ( )12 ttT −= a expressão do Neq ficará da seguinte forma: 
( )
( )




















−
−
=
2
0
2
12
12
log10
p
p
tt
tt
Neq � 







=
2
0
2
log10
p
p
Neq Equação 25.4 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
36 
 
Sendo
2p =
2
2
2
1 pp + temos que Neq será igual à





 +
=
2
0
2
2
2
1log10
p
pp
Neq
 e mais à 
frente será possível observar de forma mais detalhada que esta equação poderá ser 
reescrita de maneira mais simplificada da seguinte forma
( )10/10/ 21 1010log10 LpLptotalLp += . Sendo NeqLp total = e tendo “n” níveis de pressão 
sonora ao longo do tempo, teremos que Neq será igual à: 
( )10/10/10/ 10..........1010log10 21 nLpLpLpNeq ++=
 
Equação 26 – Nível de Exposição Equivalente 
 
14 – NÍVEL DE EXPOSIÇÃO 
 O Nível de Exposição é o nível médio de energia acústica representativo da 
exposição diária do trabalhador avaliado durante um determinado período de tempo. 
É importante lembrar que a equação que regulamenta o Nível Equivalente de Ruído é 
fundamentada pela NHO – 01 da FUNDACENTRO que trabalha com fator de troca Q= 
3 dB. Já a NR-15, Anexo I utiliza o fator de troca Q=5 dB, ou seja, para utilizar a 
equação do Nível Equivalente de Ruído é necessário fazer uma adaptação para 
comparar com os limites de exposição estabelecidos pela NR-15. 
Conforme estabelecido pela NHO – 01, a equação do Nível Equivalente de Ruído 
pode ser obtida através de: 





 −
××= 3
85
2100
480
eN
eTD
 
Equação 27 – Dose de Ruído obtida através do NE dada pela NHO-01 da FUNDACENTRO 
 
Para utilizar esta equação através dos critérios da NR-15, basta substituir o fator de 
troca de Q=3 dB para Q=5 dB, tendo a equação redefinida da seguinte forma: 





 −
××= 5
85
2100
480
eN
eTD
 
Equação 28 – Dose de Ruído obtida através do NE dada pela NHO-01 da FUNDACENTRO adptada para 
comparação com o limite de tolerância da NR-15, Anexo I 
 
 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
37 
 
Para se obter o Nível Equivalente de Ruído (NE) tendo como base o valor da dose é 
necessário reformular a equação 27 ou 28, conforme demonstrado abaixo: 
( )
5
85
2
100
480
−
=
×
×
Ne
eT
D
� 



 −×=





×
×
5
85
2log
100
480
log
Ne
T
D
e
�
117,5062,0
100
480
log −×=





×
×
Ne
T
D
e
� 
0602,0
117,5
0602,0
1
100
480
log +×


 ×= D
Te
Ne
�
85
100
480
log61,16 +


 ××= D
Te
Ne
 
85
100
480
log61,16 +


 ××= D
Te
Ne
 
Equação 29 – Equação para o Nível Equivalente de Ruído dada pela NHO-01 da FUNDACENTRO, 
adaptada para a NR-15, Anexo I. 
 
15 – NÍVEL DE EXPOSIÇÃO NORMALIZADO 
A NHO 01 da FUNDACENTRO traz o conceito de Nível de Exposição Normalizado, 
que significa converter o valor do Nível Equivalente de Ruído medido em um 
determinado período de tempo para um valor que seja comparado com o limite de 
tolerância da jornada padrão de 8 horas diárias. Significa dizer que o NEN converte 
qualquer valor encontrado em um determinado período de tempo, seja este inferior ou 
superior à jornada padrão, para um valor que possa ser comparado com o Limite de 
Tolerância desta jornada, ou seja, 85 dB (A). 
A NHO – 01 define que para um fator de dobra de Q= 3 dB, o Nível de Exposição 
Normalizado deve ser definido como: 



×+=
480
log10
Te
NENEN 
Equação 30 – Equação do Nível de Exposição Normalizado 
A NR-15 no Anexo I trabalha, mesmo que de forma implicita, com a taxa de troca Q=5 
dB, o que faz com que a equação do Nível de Exposição Normalizado necessite de 
um ajuste para que possa ser utilizada para a comparação com o Limite de Tolerância 
descrito na legislação trabalhista. 
Redefinindo a equação 2.11 de uma forma em que pode-se ser visto a forma de 
adaptação, temos: 



×+=
480
log
2log
TeQ
NENEN
�



×+=
480
log
2log
3 Te
NENEN
�



×+=
480
log10
Te
NENEN
 
Equação 31 – Desenvolvimento da Equação do Nível de Exposição Normalizado para Q=3 dB 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
38 
 
Como pode ser observado acima a constante “10” está presente na equação em 
função do fator de dobra de Q=3 dB, portanto, substituindo pela taxa de troca Q=5 dB 
teremos a equação definida da seguinte forma: 



×+=
480
log
2log
TeQ
NENEN
�



×+=
480
log
2log
5 Te
NENEN
�



×+=
480
log61,16
Te
NENEN
 
Equação 32 – Desenvolvimento da Equação do Nível de Exposição Normalizado para Q=5 dB 
Outra maneira de verificar os dados do Nível de Exposição Normalizado é realizando a 
comparação dos dados através da dosimetria ao invés de comparar com o tempo de 
exposição. Para isso, é necessário realizar um ajuste matemático na equação: 



×+=
480
log61,16
Te
NENEN � 


×++


 ××=
480
log61,1685
100
480
log61,16
TeD
Te
NEN (Equação 32.1) 
Neste momento é necessário colocar os termos comuns em evidência de forma a 
simplificar os dados para a resolução, tendo a equação redefinida da seguinte forma: 
85
480100
480
log61,16 +


 ×××= TeD
Te
NEN
�
85
100
log61,16 +


×= DNEN
 
Equação 33 – Desenvolvimento da Equação do Nível de Exposição Normalizado somente tendo a 
dosimetria como varíavel 
O que pode ser visto na equação acima é que qualquer valor de dose que for 
colocado, independente do tempo, irá ser considerado como um valor para 
comparação com o limite de tolerância da jornada padrão. 
Para entender melhor o conceito, vamos demonstrar isto através de um exemplo. 
Suponha que a dose encontrada no período de quatro horas tenha sido equivalente à 
100%. Desta forma, temos que o NE será igual a 90 dB e o NEN será igual à: 
85
100
100
log61,16 +


×=NEN � [ ] 851log61,16 +×=NEN � dBNEN 85= 
O que pode ser visto é que a dose de 100 % foi encontrada em um período de quatro 
horas, mas quando colocada na equação 33 o valor foi projetado para uma jornada 
normalizada de oito horas e é o valor do NEN que deverá ser comparado com o limite 
de tolerância especificado pela NR-15, Anexo I. 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
39 
 
16 – DOSE PROJETADA 
O conceito de dose de ruído é o de acúmulo de energia acústica em função do tempo, 
ou seja, a dosimetria é algo que depende do tempo, de forma que é totalmente 
possível projetar a dose para tempos diferentes do tempo medido. 
A dose projetada demonstra a projeção de um determinado acúmulo de enerrgia 
acústica em função do tempo em que quer ser demonstrado e isso pode ser feito 
através da equação abaixo: 
m
pm
p T
TD
D
×
=
 
Equação 34 – Equação para a projeção de dose 
 
Para exemplificar, vamos pegar o exemplo utilizado com as informações prestadas 
para a equação 34, onde a dose medida foi de 100% para um tempo de medição de 
quatro horas. Para projetar esta dose para uma jornadade oito horas teremos que: 
4
8100
8
×=D � %2008 =D 
Desta forma podemos ver que a dose para uma jornada de oito horas demonstra que 
o valor projetado é o dobro do valor inicial, porém o valor do Nível de Exposição 
continua sendo o mesmo, conforme pode ser demonstrado utilizando a equação 34. 
Primeiro, utilizando os dados medidos no momento, temos que: 
85
100
100
240
480
log61,16 +


 ××=Ne � )(90 AdBNe = 
Agora, trabalhando com os dados projetados veremos que o Nível de Exposição será 
igual a: 
85
100
200
480
480
log61,16 +


 ××=Ne � )(90 AdBNe = 
Conforme visto, pode-se perceber que o valor do Nível de Exposição se mantém igual, 
pois o que se altera em função do tempo é o valor da dosimetria. 
Isso também pode ser verificado através da projeção da dose, ou seja, ao longo de 
qualquer tempo a relação entre dose e tempo se mantém constante, sendo apenas 
demonstrada a projeção acumulada da energia acústica. Se igualarmos os termos 
poderemos constatar que há uma constante que se manterá igual ao longo do tempo, 
independente do tempo de projeção, conforme segue um exemplo: 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
40 
 
m
pm
T
TD
D
×
=8 4
8100
8
×=D %2008 =D 
4
100
8
200 = 2525 = 
A projeção da dose de ruído nada mais é do que a verificação de um valor medido 
acumulado para um determinado tempo desejado, de forma que o valor médio de NPS 
se mantém constante e isto também pode ser visto através da dosimetria. 
 
17 – LAVG (Level Average) 
O Level Average ou Nível Médio é valor encontrado a partir da dose de ruído durante o 
tempo de medição realizado. O valor encontrado é expresso em dB(A) e retrata 
valores com taxas de troca diferentes de Q= 3 dB, geralmente sendo colocadas as 
taxas Q= 4, 5 ou 6 dB e a definição da taxa é de acordo com a regulação normativa 
local. No Brasil, a legislação prevê a utilização da taxa de troca Q= 5 dB, obtendo-se, 
então, resultados de LAVG através da equação: 





 ××+=
horasT
D
Lavg
%16,0
log61,1680
 
Equação 35 – Equação para o LAVG 
 
A equação é composta por duas variáveis, o percentual de dose e o tempo de duração 
desta dose em horas. Os demais itens são considerados como constantes na 
equação, ou seja, não irão variar. Estas constantes poderão ser melhor entendidas 
conforme abaixo: 
a) Nível de Ação para um Limite de Tolerrância com Q= 5 dB � 80 dB; 
b) Razão entre a taxa de troca de Q=5 dB e o valor de log2 � 16,61; 
c) Valor de equilíbrio de homeostase em horas � 0,16 ou 16/100 
 
18 – LEQ (Level Equivalence) 
O Level Equivalence ou Nível Equivalente é valor encontrado a partir da dose de ruído 
durante o tempo de medição realizado. O valor encontrado é expresso em dB(A) e 
retrata valores com taxas de troca igual a Q=3 dB. No Brasil, a Norma de Higiene 
Ocupacional 01 prevê a utilização da taxa de troca Q=3 dB, obtendo-se, então, 
resultados de LEQ através da equação: 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
41 
 





 ××+=
utosT
D
Leq
min
%6,9
log1082 
Equação 36 – Equação para o LEQ 
A equação é composta por duas variáveis, o percentual de dose e o tempo de duração 
desta dose em horas. Os demais itens são considerados como constantes na 
equação, ou seja, não irão variar. Estas constantes poderão ser melhor entendidas 
conforme abaixo: 
a) Nível de Ação para um Limite de Tolerrância com Q= 3 dB � 82 dB; 
b) Razão entre a taxa de troca de Q=3 dB e o valor de log2 � 10,0; 
c) Valor de equilíbrio de homeostase em minutos � 9,6 ou 960/100. 
 
19 – TWA (Time Weighted Average) 
O TWA é utilizado para calcular o Nível de Pressão Sonora Médio para uma jornada 
padrão de oito horas. Significa dizer que o TWA interpreta a dose atual medida como 
se fosse uma dose para uma jornada de oito horas. Desta forma, pode-se dizer que os 
valores de TWA seguem uma regra específica: 
1. Quando o tempo medido for menor do que oito horas, o TWA será menor que o 
LAVG ou LEQ; 
2. Quando o tempo medido for maior do que oito horas, o TWA será maior que o 
LAVG ou LEQ; 
3. Quando o tempo medido for igual à oito horas, o TWA será igual ao LAVG ou 
LEQ. 
A equação que pode expressar os valores de TWA pode ser definida da seguinte 
forma: 





 ××+== 480
%6,9
log61,16805
D
TWA dBQ
 ou 





 ××+== 480
%6,9
log10823
D
TWA dBQ
 
Equação 37 – Equação para o TWA 
 
Para o TWA as equações tanto para Q=3 ou Q=5 terão o valor de 480 minutos como 
uma constante, pois o TWA é a projeção do valor de uma determinada dose de ruído 
para uma jornada diária padrão de oito horas, independente do tempo medido. 
 
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42 
 
 
20 – LIMIAR DE INTEGRAÇÃO OU THERSHOLD 
O limiar de integração ou thershold é valor a partir do qual o equipamento de ruído 
inicia a sua integração dos dados que irão ser computados na média de ruído. 
Segundo a NHO -01,página 14, o limiar de integração dos equipamentos de ruído 
deve ser de 80 dB . Desta forma, pode-se dizer que para a configuração de um 
equipamento de ruído para atendimento aos requisitos técnicos e legais do limiar de 
integração deve seguir aos parâmetros descritos na NHO-01 da FUNDACENTRO. 
21 – ADIÇÃO E SUBTRAÇÃO DE RUÍDO 
Na opinião de Bistafa (USP, 2006) quando duas fontes irradiam energia sonora, 
ambas contribuem com o nível de pressão sonora em distâncias afastadas da fonte. 
Se elas irradiam a mesma quantidade de energia e se for considerado um ponto 
equidistante de ambas, então a intensidade sonora neste ponto será o dobro daquela 
obtida se houvesse somente uma fonte irradiando. 
21.1 – ADIÇÃO DE RUÍDO 
O comportamento dos níveis de pressão sonora seguem à uma escala logarítimica, 
por isso, não é uma simples soma aritmética que irá retratar a combinação de um ou 
mais valores de fontes sonoras de ruído. Por isso, é necessário ter o entendimento de 
que é necessário calcular a média quadrática de cada nível e somá-las. A razão para 
isso é que os sons se somam em intensidades energéticas, de maneira que a 
intensidade sonora gerada por cada uma das fontes em determinado espaço é dada 
por: 
cI
p
I
cI
p
I
0
2
2
2
0
2
1
1 , ρρ
==
 
Equação 38 – Intensidade Sonora gerada por cada uma das fontes sonoras 
 
De forma que a intensidade sonora total para um determinado ponto pode ser 
entendida como: 
cI
p
cI
pp
cI
p
cI
p
III
total
Total
0
2
0
2
2
1
2
0
2
2
0
1
2
21 ρρρρ
=+=+=+= , 
Onde totalp2 = 22
2
1 pp + (Equação 38.1) 
Desta maneira pode se determinar o Nível de Pressão Sonora neste ponto como: 
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43 
 






=
0
log20
p
p
NPS totaltotal (Equação 38.2) 
Como a intensidade sonora é proporcional ao quadrado da pressão sonora, a equação 
acima pode ser reescrita da seguinte forma: 








=
2
0
2
log10
p
p
NPS totaltotal (Equação 38.3) 
Como totalp2 = 22
2
1 pp + temos que: 







 +
=
2
0
2
2
2
1log10
p
pp
NPStotal (Equação 38.4) 
Desmembrando a equação acima temos que: 








=
2
0
2
1
1 log10
p
p
Lp , e que 







=
2
0
2
2
2 log10
p
p
Lp (Equação 38.5) 
De forma que : 
10/
2
0
2
1 110Lp
p
p
= , e 10/
2
0
2
2 210Lp
p
p
= (Equação 38.6) 
Logo: 
( )10/10/ 21 1010log10 LpLptotalLp += (Equação 38.7) 
 
Tendo “n” fontes sonoras a expressão ganha a extensão da seguinte forma: 
( )10/10/10/ 10..........1010log10 21 nLpLpLptotalLp ++= 
Equação 39 – Somatório de ruído com “n” fontes distintas 
 
Outra forma de verificar, é entendendo que esta expressão é um somatório de fontes e 
desta forma pode ser reescrita da seguinte maneira: 
∑= nLptotalLp
10
10log10 (Equação 39.1) 
 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
44 
 
No caso de duas fontes de mesma intensidade sonora, XdBLL pp == 21 , de forma 
que: 
( )10/10/ 1010log10 XXtotalLp+= (Equação 39.2) 
Colocando 10/10X em evidência, temos que: 
( )1110log10 10/ += XtotalLp � ( )210log10 10/XtotalLp = � 
 
( )2log1010log10 10/ += XtotalLp � dBXLp total 3+= 
Vamos à um exemplo simples, considere que a Fonte I emita um nível de pressão 
sonora de 80 dB e que a Fonte II emita um nível de pressão sonora de 83 dB. Tendo 
fontes de ruído que emitam NPS diferentes, temos como encontrar o valor total do 
somatório, através da equação 40, conforme segue: 
∑ ×= FonteNPStotalNPS 1,010log10 
Equação 40 – Equação de somatório de NPS com diferentes níveis em cada fonte 
 
Desta forma, podemos observar que o valor de NPS total será equivalente à: 
( )831,0801,0 1010log10 ×× +=totalNPS dBNPStotal 83= 
Agora, quando há uma ou mais fontes de ruído com NPS iguais, pode-se calcular o 
valor do NPS total utilizando a equação 41, conforme segue: 
NNPSNPS Fontetotal log10+= 
Equação 41 – Equação de somatório de NPS com mesmos níveis em cada fonte 
Onde: 
NPStotal = Nível de Pressão Sonora Total; 
NPSfonte = Nível de Pressão Sonora da fonte; 
N = Número de fontes. 
Desta forma, podemos citar como exemplo uma sala com várias fontes de igual 
intensidade sonora, sendo esta no valor de 85 dB e com 05 fontes em linha. 
Considerando estes dados, temos que o valor de NPS total será de: 
5log1085+=totalNPS dBNPStotal 92= 
Estes valores também podem ser definidos através de um gráfico ábaco, onde o valor 
encontrado é somado ao valor medido. 
2016 HIG-02 – RUÍDO OCUPACIONAL - ROSEMBERG ROCHA 
 
 
45 
 
 
 
Gráfico 07 – Diferença em dB entre os dois níveis a serem adicionados 
Fonte: Mendonça, G. - Gestore, UFRJ (2014) 
 
Segundo Mendonça, G. (2014), o procedimento para a realização da adição 
simplificada através do gráfico evita os cálculos logaritmicos, realizando o seguinte 
procedimento: 
Suponha que os níveis de pressão sonora de duas máquinas sejam medidos 
individualmente, obtendo-se os valores de L1 e L2, respectivamente, e se desejar 
saber qual é o nível total que as máquinas produzirão quando operando juntas, os dois 
níveis devem ser somados.Entretanto, quando se utiliza a escal dB, não se deve 
somar os valores diretamente, mas deve ser utilizado o gráfico, realizando os 
seguintes passos: 
1) Medir os níveis de pressão sonora da máquina 1 e da máquina 2, achando os 
valores de L1 e L2 respectivamente; 
 
2) Achar a diferença entre os dois níveis, considerando que o valor de L1>L2, 
então temos que D=L1-L2; 
 
3) Entrar no gráfico com a diferença, subir até a interseção com a curva, e, então, 
obter DL; 
 
4) Adicionar o valor indicado no eixo das ordenadas ao maior dos dois níveis 
medidos, ou seja, L1. Assim, obtém-se a soma dos níveis de ruído das duas 
máquinas, tendo como equação NPSt=L1+DL. 
 
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46 
 
Imagine que os valores encontrados para o exemplo acima tenham sido 90 dB para L1 
e 85 dB para L2, tendo em mente os procedimentos descritos pode-se realizar os 
cálculos: 
1) Efetue a subtração ente os dois níveis, ou seja, D=L1-L2 � D=90-85= 5 dB; 
 
2) No gráfico, entre com o valor obtido através da diferença e na abscissa cruze 
os dados até cortar a curva. Quando achar o ponto de interseção na curva, 
trace uma linha horizontal até encontrar a ordenada. O valor encontrado será 
de 1,2; 
 
3) Adicione o valor encontrado na ordenada ao NPS de maior valor; 
 
4) NPSt=L1+DL � NPSt=90+1,2= 91,2 dB (A) 
 
De maneira bem mais simplificada, o somatório de mais de uma fonte sonora poderá 
ser realizado utilizando os dados da tabela 09: 
Tabela 09 – Método Simplificado da Soma de NPS 
Fonte: Autor 
Diferença (Lp1-Lp2) dB ∆L (Valor a ser somado a Lp1) dB 
0 3 
1 2,5 
2 ou 3 2 
4 1,5 
5,6 ou 7 1 
8 ou 9 0,5 
10 ou mais 0 
 
Os valores de ∆L são determinados pela diferença de valores entre o Lmaior-Lmenor e 
o valor de Ltotal é determinado através da equação simplificada: 
 
 
Equação 42 – Determinação de Lptotal 
 
Por exemplo, sendo Lp1= 95 dB e Lp2= 88 dB, como determinar ∆L? 
Realiza-se o cálculo “Nível Maior-Nível Menor”, ou seja, Lp1-Lp2=95-88= 7 dB. 
Em seguida, verifique o valor de ∆L referente ao resultado da diferença encontrada e 
observe que o valor serrá de ∆L= 1 dB. 
Deste modo, pode-se concluir que Lptotal=Lp1+ ∆L será igual a 95 + 1 = 96 dB. 
LLL pptotal ∆+= 1
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47 
 
21.2 – SUBTRAÇÃO DE RUÍDO 
No caso de subtração de ruído, os valores são determinados para obtenção de valores 
de ruídos de fundo e da mesma forma que a adição do ruído é vista através de escala 
logaritmica, a subtração também tem o mesmo comportamento. 
A obtenção do ruído de fundo pode ser obtido através da equação 43, conforme 
demonstrado: 








−= 1010 1010log10
DT NPSNPS
FNPS 
Equação 43 – Equação de subtração de NPS com mesmos níveis em cada fonte 
 
Como exemplo, considere que uma sala com quatro máquinas I,II,III e IV estejam 
alinhadas e juntas produzem em um NPS de 95 dB e quando são desligadas, o local 
fica com um NPS de 85 dB, portanto qual seria o valor do ruído de fundo? 








−= 10
85
10
95
1010log10FNPS ( )5,85,9 1010log10 −=FNPS dBNPSF 5,94= 
Estes valores também podem ser definidos através de um gráfico ábaco, onde o valor 
encontrado é subtraído ao valor medido. 
 
Gráfico 08 – Diferença em dB entre os dois níveis a serem adicionados 
Fonte: ARAUJO, M.G (2002) 
 
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48 
 
Segundo Araujo, G (2002), o procedimento para a realização da subtração simplificada 
através do gráfico evita os cálculos logaritmicos, realizando o seguinte procedimento: 
1) Medir o nível de ruído total, tendo a máquina em funcionamento e ruído de 
fundo “Lt”; 
 
2) Medir o nível de ruído de fundo, com a máquina desligada “Lf”; 
 
3) Obter a diferença entre os dois níveis “Lt-Lf ”. Sendo o nível menor que 3 dB, 
temos que o nível de ruído de fundo é muito elevado para a realização de uma 
medição exata, porém, se o nível for entre 3 e 10 dB, será necessário a 
realização de uma correção. Caso o valor da diferença seja superior a 10 dB, 
nenhuma correção torna-se necessária; 
 
4) O procedimento de correção é realizado da seguinte forma, entra-se no ábaco 
de subtração em dB com o valor da diferença D=Lt-Lf, buscando o valor de 
interseção com a curva, e quando encontrar, seguir para a esquerda até o eixo 
vertical “DL”; 
 
5) Realizar a subtração do valor obtido “DL” do nível de ruído “Lt”, este 
procedimento dará o nível de ruído da máquina NPS=Lt-DL. 
Uma lixadeira está colocada em meio a outras máquinas. O NPS, quando todas estão 
funcionando, é de 100 dB(A). Desligando-se a lixadeira, o NPS reduz-se a 96 dB(A). 
Qual o NPS produzido no ponto de medição pela lixadeira isoladamente? 
 
 
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49 
 
Pelo gráfico, a correção deverá ser de 2 dB, subtraindo-se do maior valor. Desse 
modo, o NPS da lixadeira operando isoladamente será de NPS L = 100 – 2 = 98 
dB(A). 
Um exemplo de realizar o cálculo pelo método gráfico pode ser verficado da seguinte 
maneira: 
 
Equação 44 – Determinação de valor para ser comparado com o gráfico de subtração 
 
Tendo que Lp total = 95 dB e Nível de Fundo = 91 dB. 
E, sendo Lptotal considerado o Nível de fundo + Nível da máquina, como poderá ser 
definido o ∆L? 
Realiza-se o cálculo “Lptotal-Nível de fundo” = 95 – 91 = 4 dB. 
Com o valor da diferença encontrado, acessa-se o gráfico para a determinação do ∆L 
 
Desta forma, pode-se determinar que Lmáquina= Lptotal – ∆L = 95-2,2 = 92,8 dB, ou 
seja, Lmáquina = 92,8 dB. 
De maneira bem mais simplificada, a determinação poderá ser realizada utilizando os 
valores da tabela 10: 
Tabela 10 – Método Simplificado da Subtração de NPS 
Fonte: Autor 
Diferença (Lptotal-Lpfundo) dB ∆L (Valor a ser subtraído a Lptotal) dB 
3 3 
4 ou 5 2 
6,7,8 ou 9 1 
10 ou

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