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SISTEMA REPRODUTOR FEMININO OVÁRIOS: O ovário contém um grande número de folículos, cada um dos quais inclui um óvulo. Alguns desses folículos amadurecem durante o ciclo ovariano, e os óvulos progridem para ovócito secundário no estágio de meiose. Durante a ovulação, o folículo maior rompe-se e libera o ovócito secundário. O folículo rompido tornase corpo lúteo que regride para se tornar um corpo albicans. Os ovários de uma mulher sexualmente madura são estruturas sólidas, ovóides com aproximadamente 3,5 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1 cm de espessura. Os ovários de uma menina jovem são lisos e róseos. Em seguida à puberdade, os ovários tornam-se rosa acinzentados e têm uma superfície irregular por causa das cicatrizes causadas pelas ovulações. Na porção medial de cada ovário está o hilo, que é o ponto de entrada dos vasos e nervos ováricos. A porção lateral do ovário está posicionada próximo à extremidade aberta da tuba uterina. O par de ovários está posicionado na parte superior da cavidade da pelve, lateralmente ao útero. Cada ovário está situado em uma depressão rasa da parede posterior do corpo, a fossa ovária, e mantidos em ÓRGÃOS SEXUAIS PRIMÁRIOS Gônadas = ovários = produz gametas, hormônios sexuais esteróides, características sexuais secundárias. SECUNDÁRIOS Estruturas essenciais para o sucesso da fertilização do óvulo, da implantação do blastocisto, do desenvolvimento do embrião e feto, e do parto = útero, tubas uterinas, vagina, genitais externas, mama. Ovários normais e sadios geralmente não podem ser palpados. Se os ovários estiverem inchados ou deslocados, são palpáveis pela vagina. Os ovários se atrofiam durante a menopausa, e se o ovário estiver aumentado nas mulheres após a menopausa, é motivo de preocupação. CICLO OVARIANO: As células germinativas que migram para o interior dos ovários multiplicam-se em torno dos 5 meses de gestação, os ovários contém ovócitos primordiais = ovogônias. No fim da gestação, as ovogônias iniciam a meiose, quando são chamadas de ovócitos primários. A meiose está ligada à prófase I da primeira divisão meiótica e, portanto, os ovócitos primários ainda são diploides. posição através de várias fixações membranosas. A principal membrana de sustentação do sistema genital feminino é o ligamento largo do útero. O ligamento largo do útero é o peritônio parietal que sustenta as tubas uterinas e o útero. O mesovário é uma extensão posterior do ligamento largo específica que se prende a um ovário. Cada ovário é ainda mantido em posição pelo ligamento útero-ovárico, que está ancorado ao útero, e um ligamento suspensor do ovário, que está preso à parede da pelve. Cada ovário consiste em quatro camadas. O epitélio germinativo é a fina camada externa composta de células epiteliais cúbicas. Uma camada de tecido conjuntivo denso chamado túnica albugínea está localizada imediatamente abaixo do epitélio germinativo. A parte principal do ovário é dividida em uma camada externa, o córtex, e outra interna vascular, a medular, embora o limite entre estas camadas não seja distinto. O estroma – o material do ovário no qual os folículos e vasos sanguíneos estão imersos. A irrigação sanguínea é feita pelas artérias ováricas que se originam nas laterais da parte abdominal da aorta, logo abaixo da origem das artérias renais. Um suprimento adicional vem dos ramos ováricos das artérias uterinas. O retorno venoso se faz através das veias ováricas. A veia ovárica direita se abre na veia cava inferior, enquanto a veia ovárica esquerda desemboca na veia renal esquerda. Os ovários possuem inervação simpática e parassimpática a partir do plexo ovárico. Contudo, a inervação dos ovários é apenas para as redes vasculares e não para a substância folicular no interior do estroma. Os ovócitos primários que não são estimulados a completar a primeira divisão meiótica ficam contidos no interior de folículos primordiais. Em resposta à estimulação através de hormônios gonadotróficos, alguns desses ovócitos e folículos crescem, e as células foliculares dividem-se para produzir o epitélio folicular que envolve o ovócito e preenche o folículo. Um folículo nessa fase do desenvolvimento é chamado de folículo primário. Alguns folículos primários são estimulados a crescer ainda mais e desenvolvem uma cavidade cheia de líquido, chamada antro. Nesse ponto, eles são chamados folículos secundários. O epitélio folicular dos folículos secundários forma um anel em torno da circunferência do folículo, chamada corona radiata, e um espessamento que sustenta o ovócito, chamado cumulus oophorus. Entre o ovócito e a corona radiata encontra-se uma fina camada semelhante a um gel de proteínas e polissacarídeos chamada zona pelúcida. Sob estímulo do hormônio folículo estimulante (FSH) da adeno-hipófise, as células foliculares secretam estrógeno (células foliculares produzem estrógenos a partir de seu precursor testosterona, que é fornecida por uma camada externa ao folículo chamada teca interna). Enquanto o folículo se desenvolve, o ovócito primário, completa sua primeira divisão meiótica. Contudo, não se formam duas células completas: ovócito secundário – fica com quase todo o citoplasma e outra célula, que se torna um pequeno corpúsculo polar, que finalmente se fragmenta e desaparece. O ovócito secundário entra na segunda divisão meiótica, mas a meiose permanece parada na metáfase II e nunca se completará a menos que ocorra a fertilização. Ovulação: em torno do décimo ao décimo quarto dias seguintes ao primeiro dia de um período menstrual, comumente apenas um folículo amadureceu completamente para se tornar um folículo ovárico vesiculoso (de Graaf). Outros folículos secundários regridem durante aquele ciclo menstrual e se tornam atrésicos. Sob estimulação hormonal adequada (uma súbita liberação de hormônio luteinizante pela adeno-hipófise, ativada por um nível elevado de estrógeno), esse folículo se romperá e expulsará seu ovócito secundário na cavidade peritoneal, perto da abertura da tuba uterina no processo de ovulação. O ovócito secundário liberado está envolvido pela zona pelúcida e corona radiata. Se não for fertilizado, desintegra-se em poucos dias. Se um espermatozoide atravessa a corona radiata e a zona pelúcida e entra no citoplasma do ovócito secundário, o ovócito completa a segunda divisão meiótica e se torna um ovo maduro. Nesse processo, o citoplasma, novamente, não se divide igualmente; a maior parte permanece no zigoto, deixando outro corpúsculo polar. Folículo primordial e primário Folículo ovárico vesiculoso maduro Ovócito primário na metáfase I da meiose e um ovócito secundário no fim da primeira divisão meiótica e o corpúsculo polar (seta). Como o infundíbulo da tuba uterina não está fixo, torna-se uma via para que agentes patogênicos entrem na cavidade peritoneal. A mucosa da tuba uterina é contínua com a do útero e da vagina Corpo lúteo: Sob influência do hormônio luteinizante, o folículo vazio sofre mudanças estruturais e bioquímicas para se tornar corpo lúteo. O corpo lúteo secreta dois hormônios sexuais esteróides: estrógeno e progesterona. Ao final de um ciclo não fertilizado, o corpo lúteo regride e se transforma no corpo albicans não funcionante. TUBAS UTERINAS: Cada tuba uterina tem aproximadamente 10 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro e estão posicionadas entre as pregas do ligamento largo do útero. A parte terminal aberta e em forma de funil da tuba uterina, o infundíbulo, encontra-se próxima ao ovário, mas não está fixa. Várias franjas, saliências semelhantes a dedos chamadas fímbrias, projetam-se das margens do infundíbulo sobre a face lateral do ovário. Movimentos ondulatórios das fímbrias captam um ovócito ovulado para o lume da tuba uterina.Do infundíbulo, a tuba uterina se estende medial e inferiormente para se abrir na cavidade do útero. A ampola da tuba uterina é sua porção mais longa e mais larga. O ovócito leva de 4 a 5 dias para se deslocar ao longo da tuba uterina. Caso um número grande de espermatozóides viáveis for ejaculado na vagina durante o coito, e se houver um ovócito na tuba uterina, a fertilização acontecerá dentro de horas depois da descarga do sêmen. O zigoto se dirigirá em direção ao útero onde irá ocorrer a implantação. A irrigação sanguínea das tubas uterinas procede das artérias ováricas e uterinas. A drenagem venosa termina nas veias uterinas que acompanham as artérias. As tubas uterinas possuem ambas as inervações simpática e parassimpática do plexo hipogástrico e dos nervos esplâncnicos pélvicos. A inervação das tubas uterinas regula a atividade dos músculos lisos e dos vasos sanguíneos. OVOGÊNESE ÚTERO: O útero é um órgão que possui uma cavidade envolvida por espessa musculatura com a forma de uma pêra invertida. Está localizado perto do assoalho da cavidade pélvica, anterior ao reto e póstero-superiormente à bexiga urinária. No estado não gravídico tem aproximadamente 7 cm de comprimento, 5 cm de largura (em sua região mais larga) e 2,5 cm de diâmetro. As regiões anatômicas do útero incluem a porção mais superior em forma de cúpula, por onde entram as tubas uterinas, chamada fundo do útero; a porção maior e mais larga, chamada corpo do útero; e a porção inferior mais estreita que se abre na vagina, chamada colo do útero. O colo do útero projeta-se posteriormente e inferiormente unindo-se à vagina quase em ângulo reto. A cavidade do útero é o espaço situado no interior das regiões do útero: fundo e corpo. A junção da cavidade do útero com o canal do colo do útero é chamada de istmo do útero, e a abertura do canal do colo do útero na vagina é chamada de óstio do útero. O útero é mantido em posição pelos músculos do assoalho da pelve e por ligamentos que se fixam nele estendendo-se do cíngulo do membro inferior ou da parede do corpo. O diafragma da pelve, especialmente o músculo levantador do ânus, fornece a principal sustentação muscular à vagina e ao útero. Eles se atrofiam depois da menopausa, o que pode contribuir para uma situação chamada prolapso uterino. Os ligamentos largos do útero são pregas de peritônio que se estendem das paredes da pelve e soalho da pelve para as paredes laterais do útero. As pregas retouterinas, que também são continuações do peritônio, encurvam-se ao longo da parede lateral da pelve em ambos os lados do reto para ligar o útero ao sacro. Os ligamentos transversos do colo (cardinais) são faixas fibrosas dentro do ligamento largo que se estendem lateralmente do colo do útero e da vagina através do soalho da pelve para se fixarem à parede da pelve. O quarto par de ligamentos é o ligamento redondo do útero. Os ligamentos redondos do útero são de fato prolongamentos dos ligamentos útero-ováricos, que dão suporte aos ovários. Cada ligamento redondo do útero se estende da margem lateral do útero, logo abaixo da tuba uterina, para a parede lateral da pelve. Semelhante ao trajeto do ducto deferente no homem, cada ligamento redondo do útero continua através do canal inguinal da parede abdominal para se fixar nos tecidos profundos do lábio maior do pudendo. A parede do útero é composta de três camadas: o perimétrio, o miométrio e o endométrio. O perimétrio, a camada serosa externa, consiste no fino peritônio visceral. A porção lateral do perimétrio é contínua com o ligamento largo. Uma bolsa rasa chamada escavação vesicouterina forma-se quando o peritônio se reflete sobre a bexiga urinária. A escavação retouterina (fundo de saco de Douglas) forma-se quando o peritônio se reflete sobre o reto. O espesso miométrio é composto de três espessas camadas, pouco definidas, de músculo liso dispostas em sentido longitudinal, circular, e espiral. O miométrio é mais espesso no fundo do útero e mais fino no colo do útero. Durante o parto, os músculos desta camada são estimulados a se contrair vigorosamente. O endométrio, o revestimento mucoso interno do útero, é composto de duas camadas distintas. A camada funcional superficial, composta de epitélio colunar e glândulas secretoras, é eliminada durante a menstruação e reconstruída sob estímulo de hormônios esteróides ovarianos. A camada basal mais profunda é altamente vascularizada e serve para regenerar a camada funcional depois de cada menstruação. A irrigação sanguínea do útero se faz através das artérias uterinas que se originam das artérias ilíacas internas e pelos ramos uterinos das artérias ováricas. Cada um desses pares de vasos se anastomosam na parte superior da margem lateral do útero. O retorno do sangue do útero é feito pelas veias uterinas que acompanham as artérias. O útero possui ambas as inervações simpática e parassimpática provenientes dos plexos pélvico e hipogástrico. Ambas as inervações autônomas destinam-se às artérias do útero, enquanto o músculo liso do miométrio recebe inervação apenas simpática. Órgãos genitais externos femininos PRÉ – ECLAMPSIA Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) é um termo genérico que se refere à hipertensão que se desenvolve durante a segunda metade da gravidez decorrente das alterações ocorridas na invasão trofoblástica. Pré-eclâmpsia se refere ao aparecimento de hipertensão e proteinúria após 20 semanas de gestação em gestante previamente normotensa. Trata-se de um distúrbio placentário, uma vez que já foi descrita em situações em que há apenas tecido trofoblástico, mas não fetal (gravidez molar completa). A etiologia da pré-eclâmpsia ainda é desconhecida e motivo de investigação. Muitas teorias têm sido propostas para explicar o seu desenvolvimento: Teoria da Placentação Anormal: A placenta desenvolve-se primariamente de células chamadas trofoblastos, que se diferenciam inicialmente em dois tipos: o citotrofoblasto, que é o precursor de todos os trofoblastos, e o sinciciotrofoblasto, que é o responsável pela invasão da decídua e das artérias espiraladas. A invasão destas artérias pelo sincício leva a um alargamento do diâmetro do vaso de quatro a seis vezes; o resultado é um aumento do fluxo sanguíneo, que desenvolverá feto e placenta. Na pré-eclâmpsia, a invasão trofoblástica e o remodelamento subsequente das artérias espiraladas (principalmente na segunda onda) é deficiente. A consequência é uma isquemia placentária. Na gestação sem anormalidades, a migração trofoblástica acontece em duas ondas, no primeiro e no segundo trimestres. Na primeira onda ocorre a destruição da capa musculoelástica das artérias espiraladas no seu segmento decidual. O segmento miometrial é consumido na segunda onda, entre a 16ª e 18ª-20ª semanas. Essas ondas acabam convertendo as artérias em vasos de baixa resistência. Acredita-se que em grávidas com pré-eclâmpsia (por mecanismos imunológicos e genéticos), a segunda onda de migração trofoblástica não ocorra. Assim, a resistência arterial não cai adequadamente, os vasos permanecem estreitos e desenvolve-se isquemia placentária. A hipoperfusão placentária se torna mais pronunciada com a progressão da gestação, uma vez que a vascularização uterina anormal é incapaz de acomodar o crescimento do fluxo sanguíneo para o feto e placenta que ocorre com o progredir da gestação. Este evento isquêmico acaba levando à injúria do endotélio vascular por mecanismos ainda pouco compreendidos (radicais livres e outras toxinas têm sido implicados). Durante a gravidez, o endotélio placentário intacto produz quantidades equilibradas de substâncias vasodilatadoras e anticoagulantes, como a Prostaciclina (PGI2); e substâncias vasoconstritoras e pró- coagulantes, como o Tromboxano A2 (TXA2), fazendo com que a reatividadevascular seja controlada, não ocorrendo, dessa forma, o espasmo arteriolar. A sensibilidade dos vasos sanguíneos à ação vasoconstritora da angiotensina II e da noradrenalina, por exemplo, está naturalmente diminuída durante a gravidez por conta desta regulação. O endotélio lesado, em decorrência de isquemia, promove a coagulação e aumenta sua sensibilidade aos agentes vasopressores. Diversos estudos mostram que, comparado com a gestação normal, a produção placentária de PGI2 está significativamente reduzida e a de TXA2 significativamente aumentada.Este aumento do TXA2 em relação a PGI2 promove vasoconstrição e agregação plaquetária e sensibiliza os vasos à ação da angiotensina II e da noradrenalina. A lesão endotelial, além de aumentar a reatividade vascular e causar o desenvolvimento da hipertensão arterial, também favorece a deposição de fibrina nos leitos vasculares, deflagrando eventos de Coagulação Intravascular Disseminada (CID). As lesões características da eclâmpsia são, em grande parte, causadas por trombose de arteríolas e capilares por todo o organismo, particularmente no fígado, rins, cérebro e placenta. Isso justifica a indicação de prevenção de tromboembolismo em pacientes com pré-eclâmpsia e eclâmpsia, defendida por alguns autores. A permeabilidade vascular também se encontra aumentada secundariamente à lesão endotelial. Este fato é o principal responsável pelo edema periférico generalizado observado na pré- eclâmpsia/eclâmpsia. RESPOSTA DAS IMAGENS: HISTOLOGIA DOS OVÁRIOS E DO ÚTERO Os ovários têm a forma de amêndoas, medindo aproximadamente 3 cm de comprimento, 1,5 cm de largura e l cm de espessura. A sua superfície é coberta por um epitélio pavimentoso ou cúbico simples, o epitélio germinativo. Sob o epitélio germinativo há uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea, que é responsável pela cor esbranquiçada do ovário. Abaixo da túnica albugínea há uma região chamada cortical, na qual predominam os folículos ovarianos. Os folículos se localizam no tecido conjuntivo (estroma) da região cortical, o qual contém fibroblastos dispostos em um arranjo muito característico, formando redemoinhos. Esses fibroblastos respondem a estímulos hormonais. A parte mais interna do ovário é a região medular, que contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito vascular. Nas gônadas, no sexo feminino, essas células se dividem e se transformam nas ovogônias. A partir do terceiro mês, as ovogônias começam a entrar na prófase da primeira divisão meiótica, mas param na fase de diplóteno. Essas células constituem os ovócitos primários e são envolvidas por uma camada de células achatadas chamadas células foliculares. FOLÍCULOS PRIMORDIAIS: O folículo ovariano consiste em um ovócito envolvido por uma ou mais camadas de células foliculares, também chamadas células da granulosa. A maioria desses folículos está "em repouso". Os folículos primordiais são formados por um ovócito primário envolvido por uma única camada de células foliculares achatadas. A maioria desses folículos se localiza na região cortical, próximo à túnica albugínea. O ovócito do folículo primordial é uma célula esférica com aproximadamente 25 µ.m de diâmetro, com um grande núcleo esférico e um nucléolo bastante evidente. Essas células estão na fase da primeira prófase da meiose. Os cromossomos estão em grande parte desenrolados e não se coram intensamente. As organelas citoplasmáticas tendem a se aglomerar próximo do núcleo. Há numerosas mitocôndrias, vários complexos de Golgi e cisternas de retículo endoplasmático. Uma lâmina basal envolve as células foliculares e marca o limite entre o folículo e o estroma conjuntivo adjacente. CRESCIMENTO FOLICULAR: A partir da puberdade, os folículos primordiais iniciam um processo conhecido como crescimento folicular, saindo da fase de repouso e entrando na fase de crescimento. O crescimento é estimulado pelo hormônio FSH liberado pela hipófise. Folículos primários: O crescimento do ovócito é muito rápido durante a primeira fase do crescimento folicular. O núcleo aumenta de volume, as mitocôndrias aumentam em número e são distribuídas uniformemente pelo citoplasma; o retículo endoplasmático cresce e os complexos de Golgi migram para próximo da superfície celular. As células foliculares aumentam de volume e se dividem por mitose, formando uma camada única de células cuboides - neste momento o folículo é chamado de folículo primário unilaminar As células foliculares continuam proliferando e originam um epitélio estratificado também chamado de camada granulosa, as quais frequentemente se comunicam por junções comunicantes (gap ). O folículo é então chamado folículo primário multilaminar ou folículo pré-antral. Uma espessa camada amorfa, chamada zona pelúcida, composta de várias glicoproteínas, é secretada e envolve todo o ovócito. Delgados prolongamentos de células foliculares e microvilos do ovócito penetram a zona pelúcida e estabelecem contato entre si por junções comunicantes. Folículos secundários: por conta do crescimento dos folículos, eles passam a ocupar as camadas mais profundas da região cortical. O líquido, líquido folicular, começa a se acumular entre as células foliculares. Os pequenos espaços que contêm esse fluido se unem e as células da granulosa gradativamente se reorganizam, formando uma grande cavidade, o antro folicular. Esses folículos são chamados folículos secundários ou antrais. O líquido folicular contém componentes do plasma e produtos secretados por células foliculares. Nele são encontrados glicosaminoglicanos, várias proteínas (inclusive proteínas ligántes de esteróides) e altas concentrações de esteróides (progesterona, andrógenos e estrógenos). Durante a reorganização do antro, algumas células dessa camada se concentram em determinado local da parede do folículo, formando um pequeno espessamento, o cumulus oophorus, que serve de apoio para o ovócito. Além disso, um pequeno grupo de células foliculares envolve o ovócito, constituindo a corona radiata. A grande maioria de células foliculares forma uma camada multicelular que reveste internamente a parede do folículo - camada granulosa. FOLÍCULO ANTRAL Tecas foliculares: Durante essas modificações que ocorrem no folículo, o estroma se modifica para formar as tecas foliculares, com duas camadas - a teca interna e a teca externa. As células da teca interna, quando completamente diferenciadas, são poliédricas, têm núcleos arredondados e citoplasma acidófilo, e suas características ultraestruturais são de células produtoras de esteroides. As células da teca externa são semelhantes às células do estroma ovariano, porém se arranjam de modo organizado concentricamente em volta do folículo. O limite entre a teca interna e a camada granulosa é bem evidente, pois suas células são distintas morfologicamente (imagem); além disso, entre a teca interna e a granulosa existe uma lâmina basal. Pequenos vasos sanguíneos percorrem a teca interna e formam um rico plexo capilar ao redor das células secretoras. Não há vasos sanguíneos na camada de células granulosas durante a fase de crescimento folicular. Folículos pré-ovulatórios: Normalmente durante cada ciclo menstrual um folículo antral cresce muito mais que os outros e se torna o folículo dominante, que pode alcançar o estágio mais desenvolvido de crescimento e prosseguir até a ovulação. Quando alcança seu máximo desenvolvimento, esse folículo é chamado folículo maduro, pré-ovulatório ou de Graaf . Os outros folículos, pertencentes ao grupo que estava crescendo com certa sincronia, entram em atresia. Como resultado do acúmulo de líquido, a cavidade folicular aumenta de tamanho e a camada de células da granulosa daparede do folículo torna- se mais delgada. Esses folículos têm suas tecas espessas. OVULAÇÃO: A ovulação consiste na ruptura de parte da parede do folículo maduro e a consequente liberação do ovócito, que será capturado pela extremidade dilatada da tuba uterina. Acontece frequentemente na época próxima à metade do ciclo menstrual, isto é, ao redor do décimo quarto dia de um ciclo de 28 dias. O estímulo para a ovulação é um pico de secreção de hormônio luteinizante liberado pela hipófise em resposta aos altos níveis de estrógeno circulante produzido pelos folículos em crescimento. Poucos minutos após o aumento de LH circulante há um aumento do fluxo de sangue no ovário, e proteínas do plasma escoam por capilares e vênulas pós-capilares, resultando em edema. Há liberação local de prostaglandinas, histamina, vasopressina e colagenase. As células da granulosa produzem mais ácido hialurônico e se soltam de sua camada. Uma pequena área da parede do folículo enfraquece por causa da degradação de colágeno da túnica albugínea, por causa de isquemia e pela morte de algumas células. Essa fraqueza localizada e possivelmente a contração de células musculares lisas que circundam o folículo conduzem à ruptura de parte da parede exterior do folículo e à ovulação. Devido à ruptura da parede folicular, o ovócito e o primeiro corpúsculo polar, envoltos pela zona pelúcida, pela carona radiata e juntamente com um pouco de fluido folicular, deixam o ovário e entram na extremidade aberta da tuba uterina, onde o ovócito pode ser fertilizado. Se isso não acontece nas primeiras 24 h após a ovulação, ele degenera e é fagocitado. A primeira divisão meiótica é completada um pouco antes da ovulação. Os cromossomos são divididos igualmente entre as células-filhas, mas um dos ovócitos secundários retém quase todo o citoplasma. O outro se toma o primeiro corpúsculo polar, uma célula muito pequena que contém um pequeno núcleo e uma quantidade mínima de citoplasma. Imediatamente após a expulsão do primeiro corpo polar o núcleo do ovócito inicia a segunda divisão da meiose, que estaciona em metáfase até que haja fertilização. CORPO LÚTEO: Após a ovulação, as células da granulosa e as células da teca interna do folículo que ovalou se reorganizam e formam uma glândula endócrina temporária chamada corpo lúteo. Folículo antral A perda do fluido folicular após a ovulação resulta em colapso da parede do folículo, que se torna pregueada. Devido à ruptura da parede do folículo um pouco de sangue pode fluir para a cavidade do antro folicular, onde coagula e é, depois, invadido por tecido conjuntivo. Esse tecido conjuntivo constitui a parte mais central do corpo lúteo, acompanhado de restos de coágulos de sangue que são gradualmente removidos. Embora as células da granulosa aumentam muito de tamanho = células granulosa-luteínicas, com características de células secretoras de esteroides. Isso contrasta com a sua estrutura no folículo pré-ovulatório, no qual tinham aspecto de células secretoras de proteínas. Embora em menor número, as células da teca interna também contribuem para a formação do corpo lúteo, elas tendem a se acumular nas pregas da parede do corpo lúteo. Os vasos sanguíneos e linfáticos, que eram restritos à teca interna, agora crescem, dirigem-se para o interior do corpo lúteo e formam uma abundante rede vascular. A reorganização do folículo ovulado e o desenvolvimento do corpo lúteo resultam de estímulo pelo hormônio luteinizante liberado antes da ovulação. Ainda sob efeito do LH, as células modificam seus componentes enzimáticos e secretar progesterona e estrogênio. O destino do corpo lúteo depende de como ele é estimulado. Pelo estímulo inicial de LH (que ocasionou a ovulação) o corpo lúteo é programado para secretar durante 10 a 12 dias. Se não houver nenhum estímulo adicional, suas células degeneram por apoptose. Isso é o que acontece quando uma gravidez não se estabelece. Uma das consequências da secreção decrescente de progesterona (por falta de estímulo de LH) é a menstruação, que é a descamação de parte da mucosa uterina. Altas taxas de estrógeno circulante inibem a liberação de FSH pela hipófise. Em contrapartida, depois da degeneração do corpo lúteo, a concentração de esteroides do sangue diminui e FSH é liberado em quantidades maiores, estimulando o crescimento rápido de alguns folículos e iniciando o ciclo menstrual seguinte. Fibroblastos adjacentes invadem a área e produzem uma cicatriz de tecido conjuntivo denso chamado corpo albicans. ÚTERO O útero tem a forma de uma pera, em que o corpo do útero é a porção dilatada cuja parte superior, em forma de cúpula, é chamada fundo do útero; a sua porção estreitada, que se abre na vagina, é a cérvice ou colo uterino. A parede do útero é relativamente espessa e formada por três camadas. Externamente há uma delgada serosa - constituída de mesotélio e tecido conjuntivo - ou, dependendo da porção do órgão, uma adventícia - constituída de tecido conjuntivo sem revestimento de mesotélio. As outras camadas uterinas são o miométrio, uma espessa camada de músculo liso, e o endométrio, ou mucosa uterina revestindo a cavidade uterina. Miométrio: O miométrio, a camada mais espessa do útero, é composto de pacotes ou grandes feixes de fibras musculares lisas separadas por tecido conjuntivo. Os pacotes de músculo liso se distribuem em quatro camadas não muito bem definidas. A primeira e a quarta camadas são compostas principalmente de fibras dispostas longitudinalmente, isto é, paralelas ao eixo longo do órgão. Pelas camadas intermediárias passam os grandes vasos sanguíneos que irrigam o órgão. Durante a gravidez o miométrio passa por um período de grande crescimento como resultado de hiperplasia (aumento no número de células musculares lisas) e hipertrofia (aumento no tamanho das células). Durante esta fase, muitas células musculares lisas adquirem características ultraestruturais de células secretoras de proteínas e sintetizam ativamente colágeno, cuja quantidade aumenta significantemente no útero. Após a gravidez há degeneração de algumas células musculares lisas, redução no tamanho de outras e degradação enzimática de colágeno. O útero reduz seu tamanho para as dimensões aproximadas de antes da gravidez. Endométrio: O endométrio consiste em um epitélio e uma lâmina própria que contém glândulas tubulares simples que às vezes se ramificam nas porções mais profundas (próximo do miométrio). As células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio simples colunar formado por células ciliadas e células secretoras. O epitélio das glândulas uterinas é semelhante ao epitélio superficial, mas células ciliadas são raras no interior das glândulas. O tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém abundante matriz extracelular. As fibras de tecido conjuntivo são constituídas principalmente de colágeno de tipo III. O endométrio pode ser subdividido em duas camadas que não podem ser bem delimitadas morfologicamente: ( l) a camada basal, mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas; (2) a camada funcional, formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção final e desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial. Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os ciclos menstruais, a basal permanece quase inalterada. Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são muito importantes para o fenômeno cíclico de perda de parte do endométrio durante a menstruação. Das artérias arqueadas, que se orientam circunferencialmente nas camadas médias do miométrio, partem dois grupos de artérias que proveem sangue para o endométrio: as artérias retas, que irrigam a camada basal, e as artérias espirais, que irrigam a camada funcional.CICLO MENSTRUAL: Estrógenos e progesterona controlam grande parte da estrutura e das funções dos órgãos do aparelho reprodutor feminino. A proliferação, diferenciação e secreção das células epiteliais, como também o tecido conjuntivo, dependem desses hormônios. A duração do ciclo menstrual é variável, com média de 28 dias. Para finalidades práticas, considera-se o começo de um ciclo menstrual como o dia em que se inicia o sangramento menstrual. Este sangramento consiste em minúsculos fragmentos de endométrio misturados com sangue dos vasos sanguíneos rompidos durante a menstruação. Fase proliferativa, folicular ou estrogênica A mucosa uterina é bastante delgada após sofrer descamação na fase menstrual, medindo cerca de 0,5 mm de espessura. O começo da fase proliferativa coincide com o crescimento rápido de um pequeno grupo de folículos ovarianos que estão provavelmente na transição entre folículos pré-antrais e antrais. Quando sua teca interna se desenvolve mais intensamente, esses folículos começam a secretar ativamente estrógenos. Os estrógenos agem no endométrio induzindo a proliferação celular, que reconstitui o endométrio perdido durante a menstruação. Durante a fase proliferativa o endométrio está coberto por um epitélio colunar simples. As glândulas uterinas, formadas por um epitélio colunar simples, são tubos retilíneos, e seu lúmen é estreito. As células epiteliais gradualmente acumulam cisternas de retículo endoplasmático granuloso e o complexo de Golgi aumenta de tamanho, em preparação para um crescimento da sua atividade secretora. Ao término da fase proliferativa, o endométrio mede cerca de 2 a 3 mm de espessura. Fase secretória ou luteal: A fase secretória começa depois da ovulação e resulta da ação de progesterona secretada pelo corpo lúteo que se forma após a ovulação. A progesterona continua estimulando as células epiteliais das glândulas que já haviam crescido na fase proliferativa por ação do estrógeno. As células epiteliais começam a acumular glicogênio na porção infranuclear. Em seguida, a quantidade de glicogênio das células diminui, e produtos de secreção dilatam o lúmen das glândulas. Uma característica morfológica importante desta fase é o fato de as glândulas se tornarem muito tortuosas. Nesta fase, o endométrio alcança sua máxima espessura (cerca de 5 mm) como resultado do crescimento da mucosa, do acúmulo de secreção e do edema no estroma. Mitoses são raras durante a fase secretória. Se tiver ocorrido fertilização, o embrião terá sido transportado ao útero e aderido ao epitélio uterino durante a fase secretória, cerca de 7 ou 8 dias depois da ovulação. É possível que a secreção das glândulas seja uma fonte de nutrição para o embrião antes de sua implantação no endométrio. Um papel importante da progesterona é inibir contrações das células musculares lisas do miométrio, que poderiam interferir na implantação do embrião. Fase menstrual: Se não ocorre a fertilização do ovócito e a implantação do embrião, o corpo lúteo deixa de funcionar 10 a 12 dias depois da ovulação. Em consequência, diminuem rapidamente os níveis de estrógenos e, principalmente, progesterona no sangue. Ocorrem vários ciclos de contração das artérias espirais do endométrio que são fonte para a irrigação da camada funcional. Disso resulta bloqueio do fluxo de sangue, produzindo isquemia e causando morte (por necrose) das paredes das artérias, assim como das células da porção da camada funcional do endométrio irrigada por esses vasos. As artérias se rompem após os locais de constrição e o sangramento começa. A maior parte da camada funcional do endométrio é separada da mucosa e cai no lúmen uterino, fazendo parte do fluido menstrual. O resto do endométrio encolhe devido à perda de fluido intersticial. Ao término da fase menstrual, o endométrio é reduzido a uma espessura muito delgada (a camada basal). O endométrio está, assim, pronto para iniciar um novo ciclo, pois suas células começam a se dividir para reconstituir a mucosa por ação de estrógenos secretados em quantidades crescentes por folículos em ativo crescimento. Endométrio gravídico: Região superficial do endométrio durante a fase proliferativa Ingestão de hormônios ovarianos (a "pílula”, que inibe o pico de secreção de LH que induz ovulação. Utilização do DIU (dispositivo intrauterino), que consiste na inserção de um pequeno pedaço de plástico ou cobre dentro da cavidade uterina. Supõe-se que ele cause uma reação inflamatória local que é espermicida Ingestão de um composto ("pílula do dia seguinte"), que é um análogo de progesterona. Este composto se liga aos receptores de progesterona no útero, prevenindo a ação da progesterona e consequentemente a implantação do embrião. Se houve uma implantação embrionária, as células trofoblásticas produzem gonadotropina coriônica (HCG) que estimula o corpo lúteo a continuar secretando progesterona. Portanto, assim que a gravidez se estabelece a menstruação não ocorre e o ciclo menstrual cessa durante toda a duração da gravidez. A progesterona faz as glândulas uterinas tornarem-se mais dilatadas e mais tortuosas, bem como produzirem mais secreção que durante a fase secretória. A implantação ou nidação compreende a adesão do embrião às células do epitélio endometrial seguida pela penetração do embrião na mucosa uterina. Este tipo de implantação é chamado intersticial. Este processo começa ao redor do sétimo dia, e, em torno do nono ou décimo dia após a ovulação, o embrião está totalmente imerso no endométrio, do qual receberá proteção e nutrição durante a gravidez. Após a implantação do embrião, o tecido conjuntivo endometrial sofre mudanças profundas. Os fibroblastos da lâmina própria aumentam de tamanho, tornam-se arredondados e exibem características de células produtoras de proteínas. Eles são agora chamados células deciduais e o endométrio inteiro recebe o nome de decídua. Esta pode ser dividida em três porções: decídua basal, situada entre o embrião e o miométrio; decídua capsular, entre o embrião e o lúmen uterino; e decídua parietal, no restante da mucosa uterina. CÉRVIX UTERINA A cérvice é a porção cilíndrica, mais baixa do útero. A estrutura histológica dessa porção difere do restante do útero. A mucosa é revestida por um epitélio simples colunar secretor de muco. A cérvice tem poucas fibras de músculo liso e consiste principalmente de tecido conjuntivo denso. A extremidade externa da cérvice, que provoca saliência no lúmen da vagina, é revestida por epitélio estratificado pavimentoso. A mucosa da cérvice contém as glândulas mucosas cervicais, que se ramificam intensamente. Esta mucosa não sofre mudanças notáveis durante o ciclo menstrual e não descama durante a menstruação. Durante a gravidez, as células das glândulas mucosas cervicais proliferam e secretam um líquido mucoso mais abundante e mais viscoso. As secreções cervicais têm um papel importante na fertilização. Na época da ovulação, as secreções mucosas são mais fluidas e facilitam a penetração do esperma no útero. Na fase luteal ou na gravidez, os níveis de progesterona alteram as secreções mucosas de forma que elas tornam- se mais viscosas e previnem a passagem de esperma e de microrganismos para o interior do útero. A dilatação da cérvice que precede o parto se deve à intensa colagenólise, que promove o amolecimento de sua parede.
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