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Pedro Henrique Grimaldi de Araújo Plano Real e seus impactos no Setor Bancário São Paulo 2015 2 Pedro Henrique Grimaldi de Araújo Plano Real e seus impactos no Setor Bancário Monografia apresentada ao curso de Ciências Econômicas, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel do Insper- Instituto de Ensino e Pesquisa. Orientador: Prof. Fernando Ribeiro- Insper São Paulo 2015 3 Grimaldi de Araújo, Pedro Henrique Plano Real e seus impactos no Setor Bancário/ Pedro H. Grimaldi de Araújo. – São Paulo: Insper, 2014. Monografia: Faculdade de Economia e Adminitração. Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. Orientador: Prof. Fernando Ribeiro 4 Pedro Henrique Grimaldi de Araujo Plano Real e seus impactos no Setor Bancário Monografia apresentada ao curso de Ciências Econômicas, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Bacharel do Insper- Instituto de Ensino e Pesquisa. Orientador: Prof. Fernando Ribeiro- Insper Data de aprovação:__/__/__ Examinadores: Fernando Ribeiro – Orientador Insper Nelson Cantarino Insper Vinicius Muller 5 Agradecimentos Gostaria de agradecer minha família e meus amigos que me ajudaram a passar por esse grande desafio de vida que foi a minha faculdade. Agradeço ao meu orientador por ter me ajudado e aos professores do Insper em geral por terem exigido de mim e me tornado melhor a cada semestre. Sumário 6 Introdução ............................................................................................................... 8 Capítulo 1: Plano Real: Estratégia e Implementação ................................................ 10 1.1. Programa de Ação Imediata (PAI)...........................................................10 1.2. Implementação da URV..........................................................................12 1.3. Criação do Real.......................................................................................13 Capítulo 2: Setor Bancário no Plano Real ................................................................ 14 2.1. Ganhos Inflacionários.............................................................................14 2.2. Crédito e fragilização..............................................................................14 2.3. Desempenhos de grandes bancos...........................................................15 Capítulo 3: PROER .................................................................................................. 18 3.1. Situação Patrimonial do setor bancário em 1997....................................18 3.2. Mecanismos do PROER...........................................................................19 3.3. Resultado do PROER - Reestruturação Patrimonial do setor bancário.....20 Conclusão.................................................................................................................22 Referências Bibliográficas ....................................................................................... 23 Apêndice ................................................................................................................ 25 FIGURAS Figura 1....................................................................................................................11 Figura 2....................................................................................................................13 Figura 3.............................................................................................................. ......16 Figura 4....................................................................................................................16 Figura 5.............................................................................................................. ......16 Figura 6....................................................................................................................17 Figura 7.............................................................................................................. ......18 Figura 8....................................................................................................................18 Figura 9.............................................................................................................. ......20 7 Resumo Sabe-se que o Plano Real foi importantíssimo para o desenvolvimento da economia brasileira e estabilização da nova moeda, o Real. Entretanto, a estabilização de uma moeda afeta todos os setores da economia em diferentes maneiras, positiva e negativa. O objetivo desse trabalho é explicar o que foi o Plano Real e avaliar como ele afetou o setor bancário. Para tanto, foram analisados a implementação do plano, para então avaliar o desempenho dos bancos brasileiros em um cenário de brusca queda de inflação e estabilização repentina da moeda perante o dólar. Posteriormente, uma analise será feita sobre como o governo administrou essa crise no sistema financeiro com o PROER. Palavras chave: Plano Real, Setor bancário, inflação. Absrtact: It is known that the Real Plan was important for the development of the Brazilian economy and stabilization of the new currency, the Real. However, stabilization of a currency affects all sectors of the economy in different ways, positive and negative. The aim of this paper is to explain what was the real plan and evaluate how it has affected the banking sector. For this, we analyzed the implementation of the plan, and then evaluate the performance of Brazilian banks in a scenario of sudden drop in inflation and sudden stabilization of the currency against the dollar. Subsequently, an analysis will be made about how the government managed the crisis in the financial system with PROER. Keywords: Real Plan, banking sector, inflation 8 Introdução Para se discutir Plano Real, inicialmente é preciso se ambientar ao cenário econômico em que este é implementado. Voltando ao governo de João Batista Figueiredo, ou seja, entre 1979 a 1985, a inflação já alcançava números altíssimos, o menor índice registrado foi de 94% ao ano. Com Sarney e Collor, entre 87 e 93, a inflação atingiu 1000% por quatro vezes, este tipo de inflação é conhecida como hiperinflação e para tentar conte-la foram estruturados 12 planos, antes do Plano Real, os mais conhecidos são os seguintes: Plano Cruzado, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Collor, Plano Collor II, todos falharam ao tentar conter a inflação, pensavam em congelar preços e conter aumentos salariais. Figura 1: Inflação (IPCA) de 1987 até 1993 divulgado pelo Ipeadata.Os pontos vermelhos mostram onde a inflação ultrapassou 1000% como citado a cima. O Plano Real foi considerado o plano com maior eficácia para o combate a hiperinflação, pois até mesmo planos ortodoxos já haviam falhado, por motivos discutidos abaixo. O plano extinguiu o Cruzeiro Real (Cruzado) e transformou a unidade real de valor (URV) no que hoje conhecemos como Real. O grande sucesso é notado ao observar que inflação saiu de 2477% em 1993 para uma média de 1,65% em 1998. 9 Após o Plano Real a economia se encontrava em um patamar muito diferente do anterior. No setor bancários houve uma redução na receita inflacionária e um aumento na procura por crédito, tratados mais profundamente no capítulo 2. Analisar crédito se torna um problema para os bancos, devido a mudança repentina de condução econômica e as novas perspectivas da população. Com o novo cenário, o setor sofreu com a redução na receita e alguns dos maiores bancos privadosnão resistiram e quebraram. O sucesso desse plano se deu porque além de combater a inflação pela crise fiscal, também se propõe a combater a inflação inercial. O plano resolve combater a inflação inercial de maneira inovadora, utilizando-se da URV, coordena os preços relativos previamente. As outras teorias mais ortodoxas tinham a dificuldade de explicar a inflação brasileira, pois a oferta monetária durante esse período se tornou endógena, outro conceito que o plano real levou em consideração (BRESSER, 1988) Com o Plano Real posto em prática, mudanças importantes ocorreram para todos os setores da economia, assim como o setor bancário, o qual analisaremos mais a fundo no capítulo 2, o resultado dessas mudanças foi que os três maiores bancos privados brasileiros quebraram durante esse período, principalmente no inicio com a quebra dos seguintes bancos Econômico, Nacional e Bamerindus (CARVALHO, 2002). Quando esses bancos quebraraM, a desconfiança no setor aumentou e o governo administrou a crise lançando o PROER, que será explicado no capítulo 3. 10 Capítulo 1: Plano Real: Estratégia e Implementação Depois de observar muitos planos falharem na tentativa de conter a inflação, Fernando Henrique Cardoso, então ministro fazenda elaborou o Plano Real em três etapas: O Programa de Ação Imediata (PAI), a criação da URV (Unidade Real de Valor) e finalmente a implementação da nova moeda , o Real. 1.1 Programa de Ação Imediata (PAI) Na primeira fase, PAI, o objetivo era um ajuste fiscal. Apesar de ter sido um plano inovador coexistiu parte de uma politica economica ortodoxa, com redução de gastos do governo, combate a sonegação, privatizações, aumento de imposto, (+T, -G) contração monetária para combater a inflação. As privatizações ocorreram, como o objetivo de diminuir os financiamentos públicos, com o pressuposto que financiamentos privados, não geram inflação e sim desenvolvimento, pois não envolve o orçamento do governo, portanto não seria possível imprimir dinheiro para cobrir esses gastos. A inflação é diretamente proporcional a expectativa de gastos da população, que é diretamente proporcional a taxa de juros básica da economia. A taxa de juros é "a recompensa para abrir mão da liquidez" (KEYNES, 1973). Novamente, tomando como lição o Plano Cruzado, houve aumento da taxa básica de juros em 20 pontos percentuais, para 65% a.a. para financiar os gastos públicos e reduzir a pressão por financiamentos, além de evitar que uma redução momentânea nos preços causasse um grande aumento na demanda e consequentemente gerando um impacto na inflação. Nos períodos entre 1994 e 1999 a política fiscal foi de curto prazo durante o plano e por consequência, manter as taxas de juros elevadas durante o período de crise internacional, tornou a missão de reduzir as despesas mais difíceis, causando déficit público (RAMOS, 2001). 11 Figura 1: Com a crise da dívida externa do terceiro-mundo e a moratória do México, em 1982, houve um estancamento no fluxo de capitais para os países em desenvolvimento por um período de tempo, porém com negociações das dividas e esforços dos países para pagá-las, no final da década de 1980, o auge da crise do endividamento externo já havia passado e o Brasil conseguiu acumular quase US$ 40 bilhões em reservas durante esse período que foi essencial para manter a paridade na taxa de câmbio posteriormente. Para entender as políticas de abertura de econômica e valorização da taxa de cambio, primeiro é preciso entender o que são bens de consumo chamados de tradables e non tradables. Os bens de consumo conhecidos como tradables são os comercializáveis internacionalmente, onde o preço é afetado por exportações e importações, como por exemplo commodities, vestuário, bens duráveis. Esses bens Os produtos non tradables são os que não são afetados, como serviços em geral. Apesar de reduzir arrecadação e portanto contribuir para um déficit primário, a abertura econômica, com a redução das tarifas de importação, incentivaram o comercio externo, tirando o consumo de dentro do país, para que a demanda excessiva não causasse o aumento dos preços, como ocorreu no Plano Cruzado em 1986. 12 Valorizar e manter a taxa de câmbio constante, tem uma consequencia parecida com a de redução das tarifas de importação em relação a inflação, uma taxa de cambio valorizada, faz com que a demanda dos bens de mercado chamados de traddebles vá para fora do país, pois os bens do exterior se tornam mais baratos em moeda interna, o que reduz a pressão inflacionária. Essa medida foi um sucesso até 1998 quando a especulação na moeda cresceu e a paridade se tornou insustentável (SILVA, 2002). Um impacto direto no setor bancário que foi o aumento do depósito compulsório dos bancos, reduzindo assim a disponibilidade de empréstimo e reduzindo o poder de alavancagem dos bancos, mas isso foi melhor analisado no capitulo 2. 1.2 Implementação da URV A Unidade Real de Valor foi instituída pela Medida Provisória número 434, de 27/02/94. "A URV é uma unidade estável de valor, que passa a integrar o Sistema Monetário Nacional. Sua cotação em cruzeiros reais será corrigida diariamente, acompanhando a perda do poder aquisitivo do cruzeiro real (CARDOSO, FERNANDO HENRIQUE, 1994). A parte heterodoxa do Plano Real consistia na criação de uma unidade de conta que diariamente era divulgada pelo Banco Central. Essa unidade de conta ficou conhecida como URV (Unidade Real de Valor) e era utilizada para correção de salários, preços, etc. indexando a economia brasileira à taxa de câmbio, evitando que aumentassem o preço, pela expectativa que gerada pelo (inflação inercial). A inflação inercial se dá na falta de sincronia no reajuste dos preços, que são aumentados em períodos distintos. Ao criar um indexador com a taxa de cambio, o objetivo é que os preços mudem diariamente, como em uma economia dolarizada. Como a expectativa é que a taxa de câmbio seja afetada pela inflação em cruzeiros e a URV será atrelada ao dólar, a inflação deveria ser contida. O mecanismo utilizado foi o seguinte: para compradores, os preços à vista eram o valor no dia da URV e os preços a prazo seriam o mesmo mais uma taxa de juros real. Uma fatura a prazo, por exemplo, seria transformada na 13 data da emissão da fatura de cruzeiros para URV, e na data de pagamento, de URV para cruzeiros, facilitando para os comerciantes o entendimento dos preços. Essa foi a maneira encontrada para diferentemente de planos anteriores, sem quebra de contratos e seguindo as leis, a inflação seria combatida com êxito. Como esse mecanismo não é simples, a URV foi primeiramente divulgada diariamente, explicada para só depois do entendimento da população fosse implementada como unidade de compras. 1.3 Criação do Real No dia 1 de Julho de 1994, a moeda que dá nome ao Plano foi implementada, dessa maneira a URV se tornou o Real, substituindo o cruzeiro real. O Plano como nossa história mostra foi um sucesso, e a inflação foi controlada como mostra o gráfico abaixo: Figura 2: Amostragem de evolução mensal da inflação antes e depois da implantação do Plano Real calculados sobre valores divulgados pelo BC. Quando se fala em queda de inflação e estabilização da moeda na economia, tende-se a pensar que isso é ótimo para todos os setores da economia, porem dentre os muitos setores afetados pelo Plano Real, o sistema bancário sofreu grandes modificações e passou por dificuldades devido ao choque da baixa inflação de 38% ao mês pré plano real para uma média de 3,6%. 14 Capítulo 2: Setor Bancário no Plano Real 2.1 Ganhos Inflacionários: Uma redução na inflação é muito boa para a economia, pois reduz a incerteza e aumenta o nível de informação dos indivíduos. Em um cenário como o descrito acimacom inflação de 1000% ao mês, uma pesquisa de preço se torna muito mais difícil e portanto reduz as escolhas ótimas na economia, reduz portanto a produtividade e faz com que menos investimentos sejam feitos, uma vez que a incerteza é grande. Entretanto, isso se torna um problema para os bancos pelo seguinte motivo: a receita inflacionaria é reduzida bruscamente, como já citado na introdução. A explicação dada é simples, a receita advém de recursos de obrigações não remuneradas, ou seja, depósitos a vista, valores em transito, conta de transferência, cobrança de títulos e recolhimento de impostos. Esse recurso não remunerado era aplicado em créditos ou títulos, a taxas que incluem a inflação (CYSNE e COSTA, 1997). Exemplificando: um valor 'X' parado no banco é aplicado ou seja o banco tem além do principal a inflação e o juros real. Quando houver o saque o que sai da conta é somente o valor 'X' inicial. Rentabilizando o dinheiro que se encontrava parado e sem remuneração. As receitas médias de 1990 a 1993 caíram pela metade em 1994, de 4% do PIB para 2% do PIB, em 1995 a situação piorou chegando a zero (IBGE, 1997, p. 44). Com a receita de obrigações não remuneradas zeradas em 1995, a solução para o sistema bancário foi expansão do crédito, porem as prevenções tomadas não foram suficientes. O grande problema em períodos de expansão rápida dos créditos é o aumento da vulnerabilidade das instituições financeiras principalmente ao que se refere no aumento da dificuldade de analise de credito. 2.2 Crédito e fragilização No segundo semestre de 1995 baseado em crédito houve uma onda de consumismo, graças aos preços mais estáveis(CYSNE E COSTA, 1997), a procura aumentou, mesmo com taxas de juros muito altas se comparadas a 15 níveis internacionais. O grande problema, foi que as pessoas haviam se acostumado com o aumento dos rendimentos nominais, que não ocorreria mais, uma vez que a moeda estivesse estável. Com taxa de juros fixa, a inadimplência aumentou principalmente de pessoas físicas, se comparar o segundo semestre de 1994 com o segundo semestre de 1995, a inadimplência foi quatro vezes maior e o resultado disso foi que a inadimplência total foi de 8,07% para 12,29% no mesmo período. Nesse período as instituições financeiras não bancárias e os novos bancos foram os mais atingidos. O número de instituições criadas dos bancos Múltiplos, desde 1988 até o período do plano em 1994 mais que dobraram e grande parte delas sumiu no primeiro semestre do Plano Real, sem risco sistêmico pelo tamanho deles, porém a concentração aumentou depois da estabilização da inflação. 2.3 Desempenhos de grandes bancos Houve mudanças na estrutura patrimonial do setor bancário, entre 1994/98, à luz do referencial teórico pós-Keynesiano, observa-se um trade-off entre liquidez e rentabilidade, com o aumento dos depósitos bancários sendo um dos fatores importantes no período, o que mostra a capacidade de adaptação devido as necessidades do setor bancário (RODRIGUES DE PAULA, 2001) Utilizando o balanço o balanço de 90 bancos brasileiros para julgar como o setor bancário foi influenciado pela repentina queda de inflação, quais foram as alternativas tomadas, nota-se uma série de dificuldades e como os bancos se alteraram para tentar ficar no negócio, alguns não conseguiram, bancos como Econômico, Nacional e Bamerindus quebraram. Apesar de não ter saído do mercado, o Banco do Brasil sofreu grandes dificuldades e déficits gigantescos no período (CYSNE E COSTA, 1997). 16 Figura 3: Resultado Médio dos Bancos Bamirindus, Economico e Nacional no segundo semestre de cada ano: Observando os 3 maiores bancos do período (Banco Bamirindus, Banco Economico e Banco Nacional) entre os períodos do primeiro semestre de 1994 e primeiro semestre de 1995, onde é possível avaliar a diferença da inflação que saiu 763% para 10%, não podemos notar a diferença nos lucros, desses bancos, pois como podemos perceber ele maquiaram os balanços. O que pode-se notar é a expectativa de inadimplência cada vez maior. Sabe-se, entretanto, que o Banco Central (Bacen) interveio no Banco Nacional e Econômico. Quebrados, e com as novas implementações do PROER os bancos foram comprados como na figura 4 abaixo: Figura 4: Conforme dito a cima, o Banco do Brasil teve grandes dificuldades nesse período, e por não maquiar seu balanço isso fica claro nos resultados conseguidos com um aumento nos prejuízos acumulados e tendo em seu balanço cada vez mais um credito pior, com maior expectativa de inadimplência, apesar do aumento no credito não ter sido relevante. Figura 5: Resultado Banco do Brasil: Conta Bancos Quebrados 1994 1995 1997 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS 45.320.277,35 78.267.094,30 Quebrados (-) PROVISOES PARA OPERACOES DE CREDITO 21.941.937,84- 109.857.351,35- Quebrados Instituição Comprador Publicação Banco Nacional Unibanco 1995 Banco Economico Banco Excel 1996 Banco Mercantil Banco Rural 1996 Banco Bamerindus HSBC 1997 17 A tabela abaixo com os dados dos balanços apresentados ao final do primeiro semestre de cada ano, mostra o choque nos 90 maiores bancos: Figura 6: Resultado médio dos 90 maiores bancos no período. A visão do mercado financeiro como um todo pode ser observado na figura 6 pode-se notar que com a queda de inflação, a liquidez se manteve, porem uma queda na alavancagem já explicada a cima, resultando em uma redução na rentabilidade do Patrimônio Liquido, fez com que em média os bancos deixaram de ter lucros para ter prejuízo nas atividades no Brasil durante o período. Entretanto sabe-se que a análise não consegue ser eficaz contra maquiagens no balanço, como o banco Econômico fez. Amostra Global 1994 1995 Número de Bancos 90 90 Líquidez geral* 1,02 1,01 Grau de Alavancagem** 11026 10,39 Rentabilidade do PL% (sem.) 6,22 -1,91 Lucri Líquido (milhões de R$) 1980 -597 *(Ativo Circulante+Realizável LP)/(Passivo circulante + Elegíveis LP) **Exígivel total/Patrimônio líquido Amostra Global 1994/1 1995/1 Número de Bancos 90 90 Líquidez geral* 1,02 1,01 Grau de alavancagem** 11,26 10,39 Rentabilidade do PL% (sem.) 6,22 -1,91 Lucro Líquido (milhões de R$) 1980 -597 **(Ativo Circula nte + Rea lizá ve l LP)/(Pa s s ivo circula nte + Exígive is LP) **Exígive l tota l/Pa trimônio líquido 18 Capítulo 3: PROER 3.1 Situação Patrimonial do setor bancário em 1997 No Capítulo anterior, vimos o desempenho dos grandes bancos que podem servir como uma excelente proxy para todo o Sistema Financeiro. Em 1995, a situação já era complicada no sistema financeiro, os prejuízos acumulados foram quase onze vezes pior que no ano anterior e em 1997, essas perdas já eram quase vinte vezes maior que em 1994 com uma expectativa cada vez pior para o crédito, como mostrado na figura 7. Para impedir a eclosão bancária, o governo no final de 1995 adotou algumas medidas preventivas. Figura 7: Variação das contas entre os anos citados: Os 5 bancos privados mais devedores juntos somavam cerca de 20 bilhões de reais. Na Figura 8 podemos ver os bancos beneficiados com o PROER para cobrir suas dívidas. Figura 8: 5 maiores dívidas dos bancos privados. Folha Online Além dos problemas citados acima, como a perda de lucros por inflação, crédito com pior qualidade, um fator que é fundamental para o sistema bancário estava em péssima situação: a credibilidade. Variação das perdas nos períodos 95/94 97/95 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS 10,92537499 1,78996 (-) PROVISOES PARA OPERACOES DE CREDITO 2,20703819 1,341721 Nacional 5,9 Econômico 5,2 CEF 5 Bamerindus 2,9 Mercantil 0,5 Total 19,5 Dívidas dos Bancos Privados (em bilhões de R$) 19 3.2 Mecanismos do PROER Para reconquistar a credibilidadeno sistema bancário brasileiro, no dia 3 de Novembro de 1995, com o conjunto composto pela Medida Provisória nº 1.179 e a Resolução nº 2.208, o governo implementou o PROER (o Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional). Duas semanas depois, a edição da Medida Provisória nº 1.182, em 17/11/95, deu ao Banco Central a autoridade para conduzir o Sistema Financeiro Nacional. O PROER veio como uma medida preventiva para os problemas, as fusões e aquisições dos bancos, agora, teriam que seguir as regulamentações do Banco Central, com isso, o que antes o Banco Central dava como sugestão se tornara legislação e deveria ser seguida por todos. Para evitar perda de confiança, Loyola, o então presidente do Banco Central, deixava claro que o programa era para reestruturar o sistema e não vinha para favorecer o Banco A ou o Banco B. Agora parte dos 10 artigos que compunham a Medida Provisória nº 1.182, o Banco Central detinha o poder de, se detectado caso de insuficiência patrimonial ou financeira, poder determinar a capitalização da empresa financeira, transferência do poder acionário ou a fusão, incorporação ou cisão. Caso a determinação não fosse atendida, acarretaria em um regime especial adequado. No caso de um regime especial (intervenção, liquidação extrajudicial ou Regime de Administração Especial Temporária (RAET)), a MP fornece ao Banco Central autonomia para autorizar o interventor, liquidante ou o conselho diretor alienar (para RAET), ceder os bens e direitos a terceiros, transferir direitos e obrigações à outra sociedade, obrigando a instituição a fazer uma reorganização societária. Quando se aplica este tipo de medida, o BC pode afastar os administradores indicados por não cumprir com a lei dentro do prazo, além de não permitir que estes assumam outros cargos administrativos em outras instituições financeiras. Caso no mercado de cambio de alguma instituição 20 fosse encontrado algum problema, o BC poderia impedir que essa instituição atuasse nesse mercado. Essas medidas foram aplicadas em diversos bancos, como mostra a figura 9 abaixo: Figura 9: Intervenções do BC Ainda com o objetivo de aumentar a credibilidade no sistema, no mesmo período houve a regulamentação do FGC (Fundo Garantidor de Credito), que, como o próprio nome diz, garantia ao investidor parte do crédito independente do banco quebrar e novas obrigações para abrir novos bancos, como o aumento de capital. 3.3 Resultado do PROER - Reestruturação Patrimonial do setor bancário O sistema bancário brasileiro com o PROER realmente conseguiu estabilizar a credibilidade, mesmo com os calotes dos bancos Econômico, o Nacional e o Bamerindus de aproximadamente R$ 10 bilhões de reais ao Banco Central. O número de bancos no Brasil reduziu bruscamente, alguns comprados por outros, outros quebraram. O importante é que a confiança dos agentes do mercado foi estabilizada, com regras mais rígidas e exigindo-se mais das instituições financeiras. "O que poderia ter sido uma crise sistêmica parece ter se tornado apenas uma situação de stress, ainda que severa" (CARVALHO, 2001). O 7 sob regime de Intervenção 13 sob regime de Administração Especial Temporária 108 sob regime de Liquidação Extrajudicial Subtotal .. 128 entidades atualmente submetidas a Regime Especial 6 encerradas por decisão judicial 296 regimes especiais encerrados 72 liquidações ordinárias 84 falências 3 regimes suspensos por decisão judicial Subtotal .. 461 regimes especiais já encerrados Overall Total .. 589 empresas submetidas a regime especial até 04 Dez 95 Números da ação do BC 21 custo médio da reestruturação do sistema bancário em 40 países diferentes foi de 12,8% do PIB, com o Brasil o PROER custou 4% do PIB ou o equivalente a 20,8 bilhões de reais (HONOHAN e KLINGEBIEL, 2004). O que se pode dizer que é um baixo custo para um programa com esse impacto. 22 Conclusão O Plano Real composto por suas 3 fases foi um sucesso. A composição da primeira fase Programa de Ação Imediata com suas propostas ortodoxas, foram fundamentais para conter a inflação. Junto a esse plano mais ortodoxo que já havia falhado anteriormente, houve a implementação da parte heterodoxa, e inovadora que foi a implementação da URV e finalmente depois que a URV já estava sendo utilizada como unidade de valor a substituição da URV pelo Real. Essa combinação de estratégias conseguiu conter a inflação de 1000% a.a. para uma média de 1,65% de 1994 até 1998. A implementação do plano e por consequência a estabilização da inflação, afetou os setores de diversas maneiras, mas principalmente o setor bancário, com redução nos lucros e com a quebra dos 3 maiores bancos do Brasil na época, o Banco Bamerindus, Banco Econômico e Banco Nacional. A quebra dos 3 maiores bancos e da maioria dos pequenos podia ter sido aterrorizante para a economia brasileira, porém com a implementação do PROER pelo governo brasileiro as medidas anti-eclosão funcionaram e a um custo muito barato para a média mundial, mostrando que o Plano Real conteve a inflação, quebrou diversos bancos brasileiros, mas que depois se reestruturou devido as medidas do governo. 23 Referências Bibliográficas -BAUMANN, Josefina R.; ZAVATTIERO, Yohana (1997). “As Tarifas de Importação no Plano Real”. - BCB - Banco Central. - CARVALHO, Carlos E.; OLIVEIRA, Giuliano C. (2002). “Fragilização de grandes bancos no início do Plano Real”. -CAVALHO, Carlos E. (2003). “Bancos e Inflação no Brasil: da crise dos anos 1980 ao Plano Real”. - CYSNE, Rubens P.; COSTA, Sergio G. S. (1997). “Reflexos do Plano Real sobre o sistema bancário brasileiro”. - FERNANDES, Gian (2013). “Plano Real”. - Folha Online - Disponível em: < http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ banespa_governo.shtml - Acesso em: 07 Junho 2015 - FRANCO, Gustavo "Inserção externa e desenvolvimento" -Giambiagi, "Economia Brasileira" - HORN, Carlos Henrique. "Tópicos Especiais de Conjuntura - Os preços na fase dois do Plano Real: Foi a URV um 'indexador contemporâneo'?" - Medida Provisória ”. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mp v/1990-1995/1182.htm - Acesso em: 07 Junho 2015 -PEREIRA, Luiz Carlos B. (1994). “A economia e política do Plano Real”. - RAMOS, Ana Paula (2001). “A Política Fiscal do Plano Reale o Ajuste Fiscal para 1999/2001”. - RODRIGUES DE PAULA, Luiz F.; ALVES JUNIOR, Antonio J.; MARQUES, Maria B. L. (2001). “Ajuste patrimonial e Padrão de Rentabilidade dos bancos Privados no Brasil durante o Plano Real”. - ROCHA, Fernando (2001). "Evolução da Concentração Bancária no Brasil". 24 - Scielo - Revista brasileira de Ciências Sociais vol.26 no.77 São Paulo Oct. 2011. “Plano real, privatização dos bancos estaduais e reeleição”. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69092011 000300012 - Acesso em: 04 nov 2014 - SILVA, Maria Luiza F. (2002). “Plano Real e Âncora Cambial”. - UOL – “Plano Real, 20 anos: Moeda trouxe novo ciclo de desenvolvimento econômico”.Disponível em: <http://vestibular.uol.com.br/resumo-das- disciplinas/atualidades/plano-real-20-anos-moeda-trouxe-novo-ciclo-de- desenvolvimento-economico.htm> Acesso em: 03 nov 2014 -WERNECK, "Plano Real" -WERNECK, "A Ordem do Progresso" 25 Apêndice -Balanço das contas em média dos bancos quebrados em 1994: Rótulos de Linha Média de SALDO (-) APROVISIONAMENTOS E AJUSTES PATRIMONIAIS - 13.623.983,59(-) APURACAO DE RESULTADO - 6.987.781,83 (-) CESSAO DE OPERACOES DE CREDITO - 58.740.917,70 (-) CONTAS DE RESULTADO DEVEDORAS - 720.347.626,38 (-) DESP DE OBRIGACOES POR EMPRESTIMOS E REPASSES - 57.411.013,73 (-) DESP. COM TIT. E VAL. MOB. E INST. FIN. DERIV. - 74.620.565,46 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS - 66.664.471,21 (-) DESPESAS DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - 1.109.961,75 (-) DESPESAS DE CAMBIO - 25.962.629,61 (-) DESPESAS DE CAPTACAO - 293.366.004,21 (-) DESPESAS DE PARTICIPACOES - 12.344.126,94 (-) DESPESAS NAO OPERACIONAIS - 932.126,63 (-) DESPESAS OPERACIONAIS - 627.405.278,26 (-) IMPOSTO DE RENDA - 7.375.656,77 (-) OUTRAS DESPESAS NAO OPERACIONAIS - 650.285,37 (-) OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS - 83.042.496,26 (-) PARTICIPACOES NO LUCRO - 394.141,29 (-) PREJUIZOS EM TRANSACOES COM VALORES E BENS - 281.841,27 (-) PROVISOES PARA OPERACOES DE CREDITO - 21.941.937,84 (-) PROVISOES PARA OUTROS CREDITOS - 806,24 (-) RATEIO DE RESULTADOS INTERNOS - 57.551.042,72 ACOES E COTAS 137.979.336,11 APLICA OES EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 4.290.387,11 26 APLICACOES EM DEPOSITOS INTERFINANCEIROS 277.923.116,99 APLICACOES EM OPERACOES COMPROMISSADAS 1.101.803.548,29 APLICACOES EM OURO 8.761.151,87 APLICACOES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 1.381.156.794,32 APURACAO DE RESULTADO 5.338.684,94 ARRENDAMENTOS FINANCEIROS A RECEBER 90.750,36 AVAIS E FIANCAS HONRADOS 1.493.715,41 BENS ARRENDADOS - ARRENDAMENTO FINANCEIRO 52.716.102,60 CAIXA 28.871.358,40 CAPITAL SOCIAL 72.212.936,76 CARTEIRA DE CAMBIO 722.756.676,75 CARTEIRA DE TERCEIROS 407.534.725,94 CARTEIRA PROPRIA 144.755.703,56 CIRCULANTE E REALIZAVEL A LONGO PRAZO 9.015.281.428,42 CIRCULANTE EXIGIVEL A LONGO PRAZO 8.972.184.527,23 COBRANCA 1.258.333.728,59 COBRANCA E ARRECADACAO DE TRIBUTOS E ASSEMELHADOS 53.902.405,67 COMPENSACAO 3.746.602.232.469,19 CONTAS DE RESULTADO CREDORAS 720.347.626,38 CONTRATOS 1.261.237.945,64 CONTROLE 4.773.809.333,47 COOBRIGACOES E RISCOS EM GARANTIAS PRESTADAS 545.601.931,58 CORRECAO MONETARIA DO CAPITAL 302.399.926,18 CREDITOS VINCULADOS621.846.499,83 CUSTODIA DE VALORES 3.736.656.347.562,57 DEPOSITOS 4.212.818.751,41 27 DEPOSITOS A PRAZO 1.448.647.223,35 DEPOSITOS A VISTA 233.339.901,85 DEPOSITOS BANCARIOS 137.746,57 DEPOSITOS DE POUPANCA 1.193.265.326,37 DEPOSITOS EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 5.055.674,79 DEPOSITOS INTERFINANCEIROS 1.268.831.348,76 DESPESAS ANTECIPADAS 890.104,12 DIFERIDO 47.341.105,89 DIREITOS JUNTO A PARTIC. DE SISTEMAS DE LIQUIDAÇÃO 456.834.762,18 DISPONIBILIDADES 434.198.137,72 DISPONIBILIDADES EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 399.394.180,36 DIVERSAS 846.679.881,02 DIVERSOS 482.695.174,79 EMPRESTIMOS E TITULOS DESCONTADOS 2.032.717.050,53 EMPRESTIMOS NO EXTERIOR 1.257.782.696,42 EMPRESTIMOS NO PAIS - INSTITUICOES OFICIAIS 87.563.240,94 FINANCIAMENTOS 896.574.544,93 FINANCIAMENTOS DE INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO 4.184.143,01 FINANCIAMENTOS DE TITULOS E VALORES MOBILIARIOS 10.988.640,31 FINANCIAMENTOS IMOBILIARIOS 524.598.748,26 FINANCIAMENTOS RURAIS E AGROINDUSTRIAIS 262.019.087,09 FISCAIS E PREVIDENCIARIAS 64.650.687,16 GASTOS DE ORGANIZACAO E EXPANSAO 47.341.105,89 IMOBILIZACOES EM CURSO 12.586.938,84 IMOBILIZADO DE ARRENDAMENTO 52.716.102,60 IMOBILIZADO DE USO 189.848.674,84 28 IMOVEIS DE USO 114.607.564,79 INSTALACOES, MOVEIS E EQUIPAMENTOS DE USO 17.255.142,53 INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS 56.226.056,89 INVESTIMENTOS 368.679.255,58 INVESTIMENTOS NO EXTERIOR 107.414.740,30 INVESTIMENTOS POR INCENTIVOS FISCAIS 1.022.361,52 LIVRES 596.857.732,50 LUCROS EM TRANSACOES COM VALORES E BENS 43.467,32 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS 45.320.277,35 MOVEIS E EQUIPAMENTOS EM ESTOQUE 2.513.287,66 NEGOCIACAO E INTERMEDIACAO DE VALORES 1.154.608.977,76 OBRIGAÇÕES JUNTO A PARTIC. DE SIST. DE LIQUIDACÃO 418.634.067,99 OBRIGACOES P/DEPOS ESPEC E DE FUNDOS E PROGRAMAS 63.679.276,28 OBRIGACOES POR EMPRESTIMOS E REPASSES 1.852.620.460,87 OBRIGACOES POR OPERACOES COMPROMISSADAS 552.290.429,50 OPERACOES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL 10.067.301,30 OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL VINCULADAS 20.043.852,23 OPERACOES DE CREDITO3.684.655.937,58 OPERAÇÕES DE CRÉDITO VINCULADAS 40.708.887,78 OPERACOES ESPECIAIS 830,47 OUTRAS OBRIGACOES 1.810.605.176,55 OUTRAS RECEITAS NAO OPERACIONAIS 2.492.641,79 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 105.932.084,55 OUTROS 43.723.503,57 OUTROS CREDITOS 1.507.068.187,14 OUTROS INVESTIMENTOS 719.457,99 29 OUTROS VALORES E BENS 26.545.243,95 PARTICIPACOES EM COLIGADAS E CONTROLADAS NO PAIS 167.523.936,91 PATRIMONIO LIQUIDO 665.404.427,66 PERMANENTE 623.441.070,51 RATEIO DE RESULTADOS INTERNOS 57.551.042,72 RECEITAS DE EXERCICIOS FUTUROS 1.133.544,04 RECEITAS NAO OPERACIONAIS 2.536.109,11 RECEITAS OPERACIONAIS 628.425.135,77 RECURSOS ACEITES CAMB,LI E HIP.,DEBENT.E SIMILARES 84.615.368,58 RECURSOS DE ACEITES CAMBIAIS 94.411,84 RECURSOS DE LETRAS HIPOTECARIAS 84.583.897,97 RECURSOS EM TRANSITO DE TERCEIROS 25.630.099,72 RECURSOS PARA DESTINACAO ESPECIFICA 6.516.559,69 RELACOES COM CORRESPONDENTES 350.475,41 RELACOES INTERDEPENDENCIAS 41.129.368,26 RELACOES INTERFINANCEIRAS 759.252.774,88 RENDAS A RECEBER 7.077.316,91 RENDAS COM TIT. E VAL. MOB. E INST. FINANC. DERIV. 59.972.851,04 RENDAS DE APLICACOES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 119.910.400,33 RENDAS DE ARRENDAMENTO MERCANTIL 389.716,86 RENDAS DE CAMBIO 31.686.434,83 RENDAS DE OPERACOES DE CREDITO 243.168.348,54 RENDAS DE PARTICIPACOES 7.034.666,52 RENDAS DE PRESTACAO DE SERVICOS 15.988.561,63 REPASSES DO EXTERIOR 237.925.202,46 REPASSES DO PAIS - INSTITUICOES OFICIAIS 269.349.321,05 30 REPASSES INTERFINANCEIROS 30.909.141,11 RESERVAS DE CAPITAL 51.487.748,74 RESERVAS DE LUCROS 158.065.834,27 RESERVAS DE REAVALIACAO 35.917.704,36 RESULTADO DE CORRECAO MONETARIA - 49.569,84 RESULTADO DE TRANSACOES COM T.V.M. 44.471.977,10 RESULTADOS DE EXERCICIOS FUTUROS 1.133.544,04 SOCIAIS E ESTATUTARIAS 5.010.182,18 TITULOS E VAL. MOB. E INST. FINANC. DERIVATIVOS 832.970.595,47 TITULOS PATRIMONIAIS 37.604,36 TOTAL GERAL DO ATIVO 3.756.240.954.968,14TOTAL GERAL DO PASSIVO 3.756.240.954.968,14 TRANSFERENCIAS INTERNAS DE RECURSOS 24.042.635,12 VINCULADO A AQUIS.ACOES DE EMPRESAS ESTATAIS 432.695,84 VINCULADOS A OPERACOES COMPROMISSADAS 141.337.992,52 VINCULADOS AO BANCO CENTRAL 38.116.117,72 Total geral 146.789.955.584,43 31 -Balanço das contas em média dos bancos quebrados em 1994: Rótulos de Linha Média de SALDO (-) ACOES EM TESOURARIA - 8.529.823,40 (-) APROVISIONAMENTOS E AJUSTES PATRIMONIAIS - 48.278.455,38 (-) APURACAO DE RESULTADO - 2.476.490,18 (-) CONTAS DE RESULTADO DEVEDORAS - 521.500.741,29 (-) DESP DE OBRIGACOES POR EMPRESTIMOS E REPASSES - 58.267.252,84 (-) DESP. COM TIT. E VAL. MOB. E INST. FIN. DERIV. - 34.489.575,55 (-) DESPESAS ADMINISTRATIVAS - 83.433.379,18 (-) DESPESAS DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - 392.279,30 (-) DESPESAS DE CAMBIO - 8.156.555,29 (-) DESPESAS DE CAPTACAO - 242.379.370,18 (-) DESPESAS DE PARTICIPACOES - 2.508,12 (-) DESPESAS NAO OPERACIONAIS - 2.082.713,56 (-) DESPESAS OPERACIONAIS - 492.958.988,96 (-) IMPOSTO DE RENDA - 2.169.312,07 (-) OUTRAS DESPESAS NAO OPERACIONAIS - 1.914.857,12 (-) OUTRAS DESPESAS OPERACIONAIS - 17.822.804,73 (-) PARTICIPACOES NO LUCRO - 460.767,17 (-) PREJUIZOS EM TRANSACOES COM VALORES E BENS - 167.856,44 (-) PROVISOES PARA OPER. DE ARRENDAMENTO MERCANTIL - 4.403,58 (-) PROVISOES PARA OPERACOES DE CREDITO - 109.857.351,35 (-) PROVISOES PARA OUTROS CREDITOS - 577.612,65 (-) RATEIO DE RESULTADOS INTERNOS - 35.973.822,90 ACOES E COTAS 79.193.453,97 APLICA OES EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 12.633.227,04 32 APLICACOES EM DEPOSITOS INTERFINANCEIROS 290.243.436,45 APLICACOES EM OPERACOES COMPROMISSADAS 308.671.091,30 APLICACOES EM OURO 1.752.611,41 APLICACOES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 611.547.754,79 ARRENDAMENTOS FINANCEIROS A RECEBER 61.519.521,09 AVAIS E FIANCAS HONRADOS 10.135.331,71 BENS ARRENDADOS - ARRENDAMENTO FINANCEIRO 66.204.712,18 CAIXA 62.646.800,76 CAPITAL SOCIAL 495.523.914,89 CARTEIRA DE CAMBIO 939.782.794,36 CARTEIRA DE TERCEIROS 269.474.374,56 CARTEIRA PROPRIA 66.033.986,27 CIRCULANTE E REALIZAVEL A LONGO PRAZO 11.137.326.810,95 CIRCULANTE EXIGIVEL A LONGO PRAZO 11.181.216.520,93 COBRANCA1.820.454.879,04 COBRANCA E ARRECADACAO DE TRIBUTOS E ASSEMELHADOS 73.233.874,13 COMPENSACAO 64.381.322.245,35 CONTAS DE RESULTADO CREDORAS 480.978.564,14 CONTRATOS 987.071.493,17 CONTROLE 2.479.983.883,97 COOBRIGACOES E RISCOS EM GARANTIAS PRESTADAS 947.171.566,57 CORRECAO MONETARIA DO CAPITAL 57.176.685,31 CREDITOS VINCULADOS 1.074.567.245,29 CUSTODIA DE VALORES 54.877.389.673,71 DEPOSITOS 6.086.888.247,10 DEPOSITOS A PRAZO 2.592.220.695,83 33 DEPOSITOS A VISTA 298.160.792,34 DEPOSITOS BANCARIOS 119.708,44 DEPOSITOS DE POUPANCA 1.523.292.963,40 DEPOSITOS EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 3.098.199,03 DEPOSITOS INTERFINANCEIROS 1.625.819.134,12 DESPESAS ANTECIPADAS 10.640.584,64 DIFERIDO 78.112.368,44 DIREITOS JUNTO A PARTIC. DE SISTEMAS DE LIQUIDAÇÃO 753.025.069,79 DISPONIBILIDADES 170.970.801,30 DISPONIBILIDADES EM MOEDAS ESTRANGEIRAS 106.491.583,50 DIVERSAS 337.081.329,65 DIVERSOS 570.320.941,66 EMPRESTIMOS E TITULOS DESCONTADOS 3.204.754.023,37 EMPRESTIMOS NO EXTERIOR 1.002.424.186,88 EMPRESTIMOS NO PAIS - INSTITUICOES OFICIAIS 937.114.443,17 FINANCIAMENTOS 1.110.622.039,63 FINANCIAMENTOS DE INFRAESTRUTURA E DESENVOLVIMENTO 2.536.571,47 FINANCIAMENTOS IMOBILIARIOS 860.998.244,98 FINANCIAMENTOS RURAIS E AGROINDUSTRIAIS 304.297.412,21 FISCAIS E PREVIDENCIARIAS 95.594.179,83 GASTOS DE ORGANIZACAO E EXPANSAO 78.112.368,44 IMOBILIZACOES EM CURSO 12.576.072,69 IMOBILIZADO DE ARRENDAMENTO 66.204.712,18 IMOBILIZADO DE USO 278.535.077,37 IMOVEIS DE USO 191.193.516,43 INSTALACOES, MOVEIS E EQUIPAMENTOS DE USO 23.015.539,17 34 INSTRUMENTOS FINANCEIROS DERIVATIVOS 54.853.556,02 INVESTIMENTOS 619.267.218,36 INVESTIMENTOS NO EXTERIOR 164.333.631,31 INVESTIMENTOS POR INCENTIVOS FISCAIS 1.904.898,98 LIVRES 320.536.076,12 LUCROS EM TRANSACOES COM VALORES E BENS 118.699,94 LUCROS OU PREJUIZOS ACUMULADOS 78.267.094,30 MOVEIS E EQUIPAMENTOS EM ESTOQUE 705.709,34 NEGOCIACAO E INTERMEDIACAO DE VALORES1.709.868.020,12 OBRIGAÇÕES JUNTO A PARTIC. DE SIST. DE LIQUIDACÃO 769.822.233,94 OBRIGACOES P/DEPOS ESPEC E DE FUNDOS E PROGRAMAS 44.296.462,38 OBRIGACOES POR EMPRESTIMOS E REPASSES 2.460.813.499,47 OBRIGACOES POR OPERACOES COMPROMISSADAS 245.683.569,31 OPERACOES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL 61.517.319,30 OPERACOES DE CREDITO 5.371.659.892,67 OUTRAS OBRIGACOES 1.493.142.095,12 OUTRAS RECEITAS NAO OPERACIONAIS 2.852.223,14 OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS 67.340.222,74 OUTROS 51.279.476,18 OUTROS CREDITOS 1.789.311.620,47 OUTROS INVESTIMENTOS 1.027.650,85 OUTROS VALORES E BENS 53.354.866,60 PARTICIPACOES EM COLIGADAS E CONTROLADAS NO PAIS 399.824.619,16 PATRIMONIO LIQUIDO 993.030.948,04 PERMANENTE 997.982.901,57 RATEIO DE RESULTADOS INTERNOS 35.973.822,90 35 RECEITAS DE EXERCICIOS FUTUROS 1.584.420,70 RECEITAS NAO OPERACIONAIS 2.970.923,08 RECEITAS OPERACIONAIS 453.643.539,19 RECURSOS ACEITES CAMB,LI E HIP.,DEBENT.E SIMILARES 78.523.065,27 RECURSOS DE ACEITES CAMBIAIS 55.473,36 RECURSOS DE LETRAS HIPOTECARIAS 78.504.574,15 RECURSOS EM TRANSITO DE TERCEIROS 21.991.074,36 RECURSOS PARA DESTINACAO ESPECIFICA 4.740.767,11 RELACOES COM CORRESPONDENTES 829.641,58 RELACOES INTERDEPENDENCIAS 35.105.084,01 RELACOES INTERFINANCEIRAS 1.304.586.223,02 RENDAS A RECEBER 12.424.404,89 RENDAS COM TIT. E VAL. MOB. E INST. FINANC. DERIV. 55.956.474,39 RENDAS DE APLICACOES INTERFINANCEIRAS DE LIQUIDEZ 21.121.357,72 RENDAS DE ARRENDAMENTO MERCANTIL 2.042.652,53 RENDAS DE CAMBIO 16.532.526,43 RENDAS DE OPERACOES DE CREDITO 255.904.268,42 RENDAS DE PARTICIPACOES 12.031.855,23 RENDAS DE PRESTACAO DE SERVICOS 23.395.065,91 REPASSES DO EXTERIOR 450.226.624,85 REPASSES DO PAIS - INSTITUICOES OFICIAIS 383.419.725,62 REPASSES INTERFINANCEIROS 10.375.161,06 RESERVAS DE CAPITAL 48.349.211,77 RESERVAS DE LUCROS 268.308.559,98 RESERVAS DE REAVALIACAO 48.248.756,24 RESULTADO DE CORRECAO MONETARIA 572.329,91 36 RESULTADOS DE EXERCICIOS FUTUROS 1.584.420,70 SOCIAIS E ESTATUTARIAS 1.957.696,69
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