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TC de História do Brasil - Carlos David e Isac

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TC DE HISTÓRIA DO BRASIL – PRÉ-UNIVERSITÁRIO 
Professores: Carlos David e Isac do Vale 
 
 
ALUNO(A): Nº 
TURMA: TURNO: DATA: / / 
 
 
OSG 2804/20 
 
1. Leia o texto e observe o mapa para responder à questão. 
 
Nem existia Brasil no começo dessa história. 
Existiam o Peru e o México, no contexto pré-colombiano, 
mas Argentina, Brasil, Chile, Estados Unidos, Canadá, 
não. No que seria o Brasil, havia gente no Norte, no Rio, 
depois no Sul, mas toda essa gente tinha pouca relação 
entre si até meados do século XVIII. E há aí a questão da 
navegação marítima, torna-se importante aprender bem 
história marítima, que é ligada à geografia. [...] Essa 
compreensão me deu muita liberdade para ver as 
relações que Rio, Pernambuco e Bahia tinham com 
Luanda. Depois a Bahia tem muito mais relação com o 
antigo Daomé, hoje Benin, na Costa da Mina. Isso 
formava um todo, muito mais do que o Brasil ou a 
América portuguesa. [...] 
Nunca os missionários entraram na briga para saber 
se o africano havia sido ilegalmente escravizado ou não, 
mas a escravidão indígena foi embargada pelos 
missionários desde o começo, e isso também é um pouco 
interesse dos negreiros, ou seja, que a escravidão 
africana predomine. [...] A escravização tem dois 
processos: o primeiro é a despersonalização, e o segundo 
é a dessocialização. 
 
 
 
ALENCASTRO, Luiz Felipe de. Entrevista a Mariluce Moura. “O observador do Brasil no 
Atlântico Sul”. In: Revista Pesquisa Fapesp, no 188, out. 2011. 
 
 A “despersonalização” e a “dessocialização” dos 
escravizados podem ser associadas, respectivamente, 
a) ao fato de que os escravos eram identificados por 
números marcados a ferro e à interdição do contato 
entre os cativos e seus senhores. 
b) à noção do escravo como mercadoria e ao fato de 
que os africanos eram extraídos de sua comunidade 
de origem. 
c) à noção do escravo como tolerante ao trabalho 
compulsório e ao fato de que ele era proibido de 
fazer amizades ou constituir família. 
d) ao fato de que os escravos eram etnologicamente 
indistintos e à proibição de realização de festas e 
cultos. 
e) à noção do escravo como desconhecedor do 
território colonial e ao fato de que ele não era 
reconhecido como brasileiro. 
 
2. Leia o soneto VII, de Cláudio Manuel da Costa, para 
responder à questão. 
 
Onde estou? Este sítio desconheço: 
Quem fez tão diferente aquele prado? 
Tudo outra natureza tem tomado, 
E em contemplá-lo, tímido, esmoreço. 
 
Uma fonte aqui houve; eu não me esqueço 
De estar a ela um dia reclinado; 
Ali em vale um monte está mudado: 
Quanto pode dos anos o progresso! 
 
Árvores aqui vi tão florescentes, 
Que faziam perpétua a primavera: 
Nem troncos vejo agora decadentes. 
 
Eu me engano: a região esta não era; 
Mas que venho a estranhar, se estão presentes 
Meus males, com que tudo degenera! 
 
COSTA, Cláudio Manuel da. Obras, 2002. 
 
 Considerando o contexto histórico-geográfico de 
produção do soneto, as transformações na paisagem 
assinaladas pelo eu lírico relacionam-se à seguinte 
atividade econômica: 
a) indústria. 
b) extrativismo vegetal. 
c) agricultura. 
d) extrativismo mineral. 
e) pecuária. 
 
• Leia o texto para responder às questões 3 e 4. 
 
Prova da barbárie e, para alguns, da natureza não 
humana do ameríndio, a antropofagia condenava as tribos 
que a praticavam a sofrer pelas armas portuguesas a “guerra 
justa”. 
 
TC DE HISTÓRIA DO BRASIL – PRÉ-UNIVERSITÁRIO 
 
 
OSG 2804/20 
2 
Nesse contexto, um dos autores renascentistas que 
escreveram sobre o Brasil, o calvinista francês Jean de Léry, 
morador do atual Rio de Janeiro na segunda metade da 
década de 1550 e quase vítima dos massacres do Dia de São 
Bartolomeu (24.08.1572), ponto alto das guerras de religião 
na França, compara a violência dos tupinambás com a dos 
católicos franceses que naquele dia fatídico trucidaram e, em 
alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes: 
“E o que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? 
Sou francês e pesa-me dizê-lo. O fígado e o coração e outras 
partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por 
furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não é 
preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver 
coisas tão monstruosas”. 
 
ALENCASTRO, Luís Felipe. “Canibalismo deu pretexto para escravizar”. Folha de São Paulo, 
12 out. 1991 (adaptado). 
 
3. O conceito de “guerra justa” foi empregado, durante a 
colonização portuguesa do Brasil, para 
a) justificar a captura, o aprisionamento e a 
escravização de indígenas. 
b) justificar a instalação de missões jesuíticas em áreas 
de colonização francesa. 
c) impedir a prisão e o exílio de lideranças e 
comunidades nativas hostis à colonização. 
d) impedir o acesso de protestantes e judeus às áreas 
de produção de açúcar. 
e) impedir que os nativos fossem utilizados como mão 
de obra na lavoura. 
 
4. A partir do texto e de seus conhecimentos, é correto 
afirmar que 
a) as experiências de canibalismo relatadas tinham 
significados opostos, pois representavam, entre os 
tupinambás, a rejeição ao catolicismo e, entre os 
franceses, a adesão à Igreja de Roma. 
b) o calvinista francês acusava os colonizadores portu-
gueses de aceitar o canibalismo dos tupinambás, pois 
a prática fazia parte da tradição religiosa católica. 
c) o calvinista francês defendia a tolerância ao caniba-
lismo, pois o considerava uma forma adequada de 
derrotar e submeter os inimigos religiosos. 
d) as experiências de canibalismo relatadas tinham 
origem diversa, pois representavam, entre os 
tupinambás, um ritual religioso e, no caso dos 
franceses, vingança. 
e) as experiências de canibalismo relatadas mostram 
que a antropofagia era prática religiosa comum na 
América e na Europa e, em virtude disso, os coloniza-
dores erravam ao condenar os tupinambás. 
 
5. Leia o texto para responder à questão. 
 
A casa-grande, residência do senhor de engenho, é 
uma vasta e sólida mansão térrea ou em sobrado; 
distingue-se pelo seu estilo arquitetônico sóbrio, mas 
imponente, que ainda hoje empresta majestade à 
paisagem rural, nas velhas fazendas de açúcar que a 
preservaram. Constituía o centro de irradiação de toda a 
atividade econômica e social da propriedade. A casa-
grande completava-se com a capela, onde se realizavam 
os ofícios e as cerimônias religiosas [...]. Próximo se 
erguia a senzala, habitação dos escravos, os quais, nos 
grandes engenhos, podiam alcançar algumas centenas 
de “peças”. Pouco além serpenteava o rio, traçando 
através da floresta uma via de comunicação vital. O rio e 
o mar se mantiveram, no período colonial, como 
elementos constantes de preferência para a escolha da 
situação da grande lavoura. Ambos constituíam as 
artérias vivificantes: por meio delas o engenho fazia 
escoar suas safras de açúcar e, por elas, singravam os 
barcos que conduziam as toras de madeira abatidas na 
floresta, que alimentavam as fornalhas do engenho, ou a 
variedade e a multiplicidade de gêneros e artigos 
manufaturados que o engenho adquiria alhures [...]. 
 
Alice Canabrava apud Déa Ribeiro Fenelon (org.). 50 textos de História do Brasil,1986. 
 
 Quanto à relação do engenho colonial com as áreas 
externas a ele, o texto 
a) revela o papel decisivo que a Igreja Católica 
desempenhou no impedimento da escravização das 
populações indígenas. 
b) defende a ideia de que a colonização portuguesa no 
Brasil, no lugar de explorar as riquezas naturais, 
privilegiou a ocupação do território. 
c) caracteriza sua preocupação ambiental, 
demonstrando o respeito dos administradores às 
matas e aos rios que compunham a paisagem rural. 
d) identifica articulações entre as atividades internas e 
a dinâmica de circulação de mercadorias dentro e 
fora dos limites da colônia. 
e) sustenta sua autonomia e autossuficiência, 
mostrando-o como desvinculado do restante da 
empresa colonial. 
 
6. Na Europa,as forças reacionárias que compunham a 
Santa Aliança não viam com bons olhos a emancipação 
política das colônias ibéricas na América. […] Todavia, o 
novo Império do Brasil podia contar com a aliança da 
poderosa Inglaterra, representada por George Canning, 
primeiro-ministro do rei Jorge IV. […] Canning acabaria 
por convencer o governo português a aceitar a soberania 
do Brasil, em 1825. Uma atitude coerente com o apoio 
que o governo britânico dera aos EUA, no ano anterior, 
por ocasião do lançamento da Doutrina Monroe, que 
afirmava o princípio da não intervenção europeia na 
América. 
MATTOS, Ilmar Rohloff de; ALBUQUERQUE, Luis Affonso Seigneur de. 
Independência ou morte: a emancipação política do Brasil, 1991. 
 
O texto relaciona 
a) a restauração das monarquias absolutistas no 
continente europeu, a industrialização dos Estados 
Unidos e a constituição da Federação dos Estados 
Independentes da América Latina. 
TC DE HISTÓRIA DO BRASIL – PRÉ-UNIVERSITÁRIO 
 
 
 
OSG 2804/20 
3 
b) a influência da Igreja católica nos assuntos políticos 
europeus, o controle britânico dos mares depois do 
Ato de Navegação e o avanço imperialista dos 
Estados Unidos sobre o Brasil. 
c) a disposição europeia de recolonização da América, 
o Bloqueio Continental determinado pela França e os 
acordos de livre-comércio do Brasil com os países 
hispano-americanos. 
d) a penetração dos industrializados britânicos nos 
mercados europeus, a tolerância portuguesa em 
relação ao emancipacionismo brasileiro e a 
independência política dos Estados Unidos. 
e) a reorganização da Europa continental depois do 
período de domínio napoleônico, os processos de 
independência na América e a ampliação do controle 
comercial mundial pela Inglaterra. 
 
7. Leia o trecho de uma carta enviada por Antônio Vieira ao 
rei D. João IV, em 4 de abril de 1654, para responder à 
questão. 
 
No fim da carta de que 1V. M. me fez mercê me manda 
V. M. diga meu parecer sobre a conveniência de haver neste 
estado ou dois capitães-mores ou um só governador. 
Eu, Senhor, razões políticas nunca as soube, e hoje as 
sei muito menos; mas por obedecer direi toscamente o 
que me parece. 
Digo que menos mal será um ladrão que dois; e que 
mais dificultoso serão de achar dois homens de bem que 
um. Sendo propostos a Catão dois cidadãos romanos 
para o provimento de duas praças, respondeu que ambos 
lhe descontentavam: um porque nada tinha, outro 
porque nada lhe bastava. Tais são os dois capitães-mores 
em que se repartiu este governo: Baltasar de Sousa não 
tem nada, Inácio do Rego não lhe basta nada; e eu não 
sei qual é maior tentação, se a ___1___, se a ___2___. 
Tudo quanto há na capitania do Pará, tirando as terras, 
não vale 10 mil cruzados, como é notório, e desta terra 
há-de tirar Inácio do Rego mais de 100 mil cruzados em 
três anos, segundo se lhe vão logrando bem as indústrias. 
Tudo isto sai do sangue e do suor dos tristes índios, 
aos quais trata como tão escravos seus, que nenhum tem 
liberdade nem para deixar de servir a ele nem para poder 
servir a outrem; o que, além da injustiça que se faz aos 
índios, é ocasião de padecerem muitas necessidades os 
portugueses e de perecerem os pobres. Em uma 
capitania destas confessei uma pobre mulher, das que 
vieram das Ilhas, a qual me disse com muitas lágrimas 
que, dos nove filhos que tivera, lhe morreram em três 
meses cinco filhos, de pura fome e desamparo; e, 
consolando-a eu pela morte de tantos filhos, respondeu-
me: “Padre, não são esses os por que eu choro, senão 
pelos quatro que tenho vivos sem ter com que os 
sustentar, e peço a Deus todos os dias que me os leve 
também.” 
São lastimosas as misérias que passa esta pobre gente 
das Ilhas, porque, como não têm com que agradecer, se 
algum índio se reparte não lhe chega a eles, senão aos 
poderosos; e é este um desamparo a que V. M. por 
piedade deverá mandar acudir. 
Tornando aos índios do Pará, dos quais, como dizia, se 
serve quem ali governa como se foram seus escravos, e 
os traz quase todos ocupados em seus interesses, 
principalmente no dos tabacos, obriga-me a consciência 
a manifestar a V. M. os grandes pecados que por ocasião 
deste serviço se cometem. 
Sérgio Rodrigues (org.). Cartas brasileiras, 2017 (adaptado). 
 
1V. M.: Vossa Majestade. 
 
 Em um estudo publicado em 2005, o historiador Gustavo 
Acioli Lopes vale-se, no quadro da economia colonial, da 
expressão “primo pobre” para se referir ao produto 
derivado das lavouras mencionadas por Antônio Vieira 
em sua carta. 
No contexto histórico em que foi escrita a carta, o “primo 
rico” seria 
a) o açúcar. 
b) o pau-brasil. 
c) o café. 
d) o ouro. 
e) o algodão. 
 
8. A Inconfidência Mineira (1789) e a Conjuração Baiana 
(1798) tiveram semelhanças e diferenças significativas. É 
correto afirmar que 
a) as duas revoltas tiveram como objetivo central a luta 
pelo fim da escravidão. 
b) a revolta mineira teve caráter eminentemente 
popular e a baiana, aristocrático e burguês. 
c) a revolta mineira propunha a independência 
brasileira e a baiana, a manutenção dos laços com 
Portugal. 
d) as duas revoltas obtiveram vitórias militares no 
início, mas acabaram derrotadas. 
e) as duas revoltas incorporaram e difundiram ideias e 
princípios iluministas. 
 
9. Em 1534, a Coroa portuguesa estabeleceu o regime de 
capitanias hereditárias no Brasil Colônia. Entre as 
funções dos donatários, podemos citar 
a) a nomeação de funcionários e a representação 
diplomática. 
b) a erradicação de epidemias e o estímulo ao 
crescimento demográfico. 
c) a interação com os povos nativos e a repressão ao 
trabalho escravo. 
d) a organização de entradas e bandeiras e o extermínio 
dos indígenas. 
e) a fundação de vilas e cidades e a cobrança de 
impostos. 
 
10. A efervescência que conheceram nas Minas [Gerais, do 
século XVIII] as artes e as letras também teve feição 
peculiar. Pela primeira vez na Colônia buscava-se solução 
própria para a expressão artística. 
 
VERGUEIRO, Laura. Opulência e miséria das Minas Gerais, 1983. 
 
 
TC DE HISTÓRIA DO BRASIL – PRÉ-UNIVERSITÁRIO 
 
 
OSG 2804/20 
4 
São exemplos do que o texto afirma: 
a) a pintura e a escultura renascentistas. 
b) a poesia e a pintura românticas. 
c) a arquitetura barroca e a poesia árcade. 
d) a literatura de viagem e a arquitetura gótica. 
e) a música romântica e o teatro barroco. 
 
11. O processamento da mandioca era uma atividade já 
realizada pelos nativos que viviam no Brasil antes da 
chegada de portugueses e africanos. Entretanto, ao longo 
do processo de colonização portuguesa, a produção da 
farinha foi aperfeiçoada e ampliada, tornando-se lugar- 
-comum em todo o território da colônia portuguesa na 
América. Com a consolidação do comércio atlântico em 
suas diferentes conexões, a farinha atravessou os mares e 
chegou aos mercados africanos. 
BEZERRA, N. R. Escravidão, farinha e tráfico atlântico: um novo olhar sobre as relações entre o Rio de 
Janeiro e Benguela (1790-1830). Disponível em: www.bn.br. Acesso em: 20 ago. 2014 (adaptado). 
 
Considerando a formação do espaço atlântico, esse 
produto exemplifica historicamente a 
a) difusão de hábitos alimentares. 
b) disseminação de rituais festivos. 
c) ampliação dos saberes autóctones. 
d) apropriação de costumes guerreiros. 
e) diversificação de oferendas religiosas. 
 
12. A partir da segunda metade do século XVIII, o número de 
escravos recém-chegados cresce no Rio e se estabiliza na 
Bahia. Nenhum lugar servia tão bem à recepção de 
escravos quanto o Rio de Janeiro. 
FRANÇA, R. O tamanho real da escravidão. O Globo, 5 abr. 2015 (adaptado). 
 
Na matéria, o jornalista informa uma mudança na 
dinâmica do tráfico atlântico que está relacionada à 
seguinte atividade: 
a) coleta de drogas do sertão. 
b) extração de metais preciosos. 
c) adoção da pecuária extensiva. 
d) retirada de madeira do litoral.e) exploração da lavoura de tabaco. 
 
13. A população africana residente nesta província, bem 
como a de todo o Império, compõe-se de indivíduos de 
diferentes lugares da África que variam em costumes e 
religiões; a que aqui segue o maometismo, à qual 
pertencemos, é uma população pequena, porém, 
distinta entre si, e notando a necessidade de 
sustentarmos nosso culto e fundados ainda no artigo 5º 
da Constituição do Império, requeremos ao sr. chefe de 
polícia licença para exercermos o culto. 
REIS, J. J.; GOMES, F. S.; CARVALHO, M. J. M. O Alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade 
no Atlântico negro (1822-1853). São Paulo: Cia. das Letras, 2010 (adaptado). 
 
O pedido de um grupo de africanos de Recife ao chefe de 
polícia local tinha como objetivo, naquele contexto, 
a) criticar a doutrina oficial. 
b) professar uma fé alternativa. 
c) assegurar a cidadania política. 
d) legalizar os terreiros de candomblé. 
e) eliminar algumas tradições culturais. 
14. Entre os combatentes estava a mais famosa heroína da 
Independência. Nascida em Feira de Santana, filha de 
lavradores pobres, Maria Quitéria de Jesus tinha trinta 
anos quando a Bahia começou a pegar em armas contra 
os portugueses. Apesar da proibição de mulheres nos 
batalhões de voluntários, decidiu se alistar às 
escondidas. Cortou os cabelos, amarrou os seios, vestiu- 
-se de homem e incorporou-se às fileiras brasileiras com 
o nome de Soldado Medeiros. 
 
GOMES, L. 1822. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2010. 
 
No processo de Independência do Brasil, o caso 
mencionado é emblemático porque evidencia a 
a) rigidez hierárquica da estrutura social. 
b) inserção feminina nos ofícios militares. 
c) adesão pública dos imigrantes portugueses. 
d) flexibilidade administrativa do governo imperial. 
e) receptividade metropolitana aos ideais emancipa-
tórios. 
 
15. Leia os textos para responder à questão. 
 
TEXTO I 
 
E pois que em outra cousa nesta parte me não posso 
vingar do demônio, admoesto da parte da cruz de Cristo 
Jesus a todos que este lugar lerem, que deem a esta terra 
o nome que com tanta solenidade lhe foi posto, sob pena 
de a mesma cruz que nos há de ser mostrada no dia final, 
os acusar de mais devotos do pau-brasil que dela. 
 
BARROS, J. In: SOUZA, L M. Inferno atlântico: demonologia e colonização: séculos XVI-XVIII. 
São Paulo: Companhia das Letras, 1993. 
 
TEXTO II 
 
E deste modo se hão os povoadores, os quais, por 
mais arraigados que na terra estejam e mais ricos que 
sejam, tudo pretendem levar a Portugal, e, se as fazendas 
e bens que possuem souberam falar, também lhes 
houveram de ensinar a dizer como os papagaios, aos 
quais a primeira coisa que ensinam é: papagaio real para 
Portugal, porque tudo querem para lá. 
 
SALVADOR. F. V In: SOUZA, L. M. (Org.). História da vida privada no Brasil: cotidiano e vida 
privada na América portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 
 
As críticas desses cronistas ao processo de colonização 
portuguesa na América estavam relacionadas à 
a) utilização do trabalho escravo. 
b) implantação de polos urbanos. 
c) devastação de áreas naturais. 
d) ocupação de terras indígenas. 
e) expropriação de riquezas locais. 
 
GABARITO 
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 
B D A D D E A E E C 
11 12 13 14 15 
A B B A E 
 
TC DE HISTÓRIA DO BRASIL – PRÉ-UNIVERSITÁRIO 
 
 
 
OSG 2804/20 
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COMENTÁRIOS 
 
1. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] 
Ao se tornar escravizado, o indivíduo é obrigado a romper os 
seus vínculos sociais, perdendo laços, deixando de ser 
reconhecido por sua identidade originária e sendo tratado 
como mercadoria. Assim é que a “despersonalização” e a 
“dessocialização” se mostram como características marcantes 
desse fenômeno. 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História] 
A escravidão comercial negra, iniciada por Portugal, na época 
mercantilista e colonialista, enxergava o escravo como 
mercadoria e, por isso, promovia uma espécie de 
despersonalização nos negros escravizados, retirando deles a 
condição de humanidade. Além disso, o fato de os negros 
serem retirados a força de suas tribos na África para serem 
vendidos mundo afora promovia uma dessocialização cultural 
e social que, por fim, levava os negros escravizados a um 
processo de aculturação. 
Resposta correta: B 
 
2. A partir do autor e de sua corrente literária, O Arcadismo, 
conseguimos datar sua produção: o século XVIII. Em tal 
período, o Brasil vivia o ciclo do ouro, que acabou por causar as 
transformações citadas por Cláudio Manuel da Costa, na região 
das Minas Gerais. 
Resposta correta: D 
 
3. A guerra justa, segundo os colonizadores – em especial 
amparados por uma argumentação católica – era natural 
porque representava a dominação de uma raça inferior (os 
indígenas) por outra superior (os europeus). 
Resposta correta: A 
 
4. O texto retrata duas ocorrências diferentes de canibalismo: (1) 
os rituais religiosos antropofágicos promovidos pelos 
tupinambás brasileiros e (2) a vingança proporcionada pelos 
católicos aos protestantes na França. Basicamente, a maior 
diferença entre eles é que, no caso indígena, a explicação para 
tal ato é cultural, e não meramente um impulso humano. 
Resposta correta: D 
 
5. No trecho “(...) o rio e o mar (...) constituíam as artérias 
vivificantes: por meio delas o engenho fazia escoar suas safras 
de açúcar e, por elas, singravam os barcos que conduziam as 
toras de madeira abatidas na floresta, que alimentavam as 
fornalhas do engenho, ou a variedade e a multiplicidade de 
gêneros e artigos manufaturados que o engenho adquiria 
alhures (...)” fica evidenciado o exposto na questão. 
Resposta correta: D 
 
6. No período citado no texto, existia na Europa um arranjo 
conservador pós-Era Napoleônica, expresso por meio do 
Congresso de Viena, e uma onda liberal na América, 
concretizada através das independências da América Espanhola 
e da América Portuguesa. 
Resposta correta: E 
 
7. A referida carta data do século XVII, período no qual a colônia 
portuguesa na América vivia intensamente o ciclo do açúcar, 
carro-chefe da economia colonial. 
Resposta correta: A 
 
8. Tanto a Inconfidência Mineira quanto a Conjuração Baiana tiveram 
influência iluminista nas suas concepções políticas e sociais. 
Resposta correta: E 
9. Somente a proposição [E] está correta. Cabral chegou ao Brasil 
em abril de 1500. Não encontrando riqueza fácil (metais e 
especiarias), o Brasil ficou em segundo plano entre 1500 até 
1530. Em 1530, Portugal está diante de um dilema: colonizar ou 
perder o Brasil. A Coroa portuguesa enviou para o Brasil Martim 
Afonso de Souza visando à colonização. Em 1534, o Brasil foi 
dividido em capitanias hereditárias, lotes de terras entre o 
litoral e a linha de Tordesilhas. Estas terras foram doadas aos 
donatários que eram nobres portugueses incumbidos de iniciar 
o processo de colonização. Havia dois documentos relativos as 
capitanias hereditárias, a “Carta de Doação” que consistia em 
um documento que dava direito ao donatário de explorar a sua 
capitania e o “Foral” que estabelecia os direitos e deveres dos 
donatários. Cabia aos donatários, entre outros, a fundação de 
vilas e cidades e a cobrança de impostos. A questão poderia ser 
mais bem elaborada por meio de um texto de apoio ou uma 
imagem. As demais alternativas estão incorretas. 
Resposta correta: E 
 
10. Somente a proposição [C] está correta. A mineração que 
caracterizou o Brasil ao longo do século XVIII trouxe inúmeras 
transformações para o Brasil Colonial, entre elas: transferência 
da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, mudança do eixo 
econômico do Nordeste para o Sudeste, esboçou-se um 
mercado interno contribuindo para integrar as regiões, 
sociedade com um aspecto mais urbano com o surgimento de 
cidades, surgiu uma “cultura brasileira” caracterizada pela Arte 
Barroca e pelo Arcadismo na Literatura. As demais alternativasestão incorretas. 
Resposta correta: C 
 
11. Podemos identificar, no consumo da mandioca e de sua farinha, 
uma forma de relação social no Brasil colônia, uma vez que a 
mandioca era um produto tipicamente de trato indígena que 
foi incorporado pelo branco português ao seu cardápio. 
Resposta correta: A 
 
12. Questão respondida pela temporalidade. No século XVIII, o 
Brasil vivia o ciclo do ouro, que forçou o deslocamento de mão 
de obra escrava do Nordeste para o Sudeste. 
Resposta correta: B 
 
13. Ao usar o termo “maometismo”, o escritor da carta faz 
referência ao Islamismo, religião monoteísta que tem Alá como 
Deus e Maomé como Profeta. Logo, o pedido é por liberdade 
de culto religioso. 
Resposta correta: B 
 
14. A estrutura social brasileira (desde os tempos coloniais até o 
Império) aproximava-se do padrão militar utilizado mundo 
afora a partir da exclusividade da participação masculina no 
combate militar, uma vez que nossa sociedade era patriarcal. 
Por isso, a história de Maria Quitéria de Jesus contradiz a rigidez 
hierárquica da nossa estrutura social. 
Resposta correta: A 
 
15. Pelos trechos “(...)os acusar de mais devotos do pau-brasil que 
dela (...)” e “(...)por mais arraigados que na terra estejam e mais 
ricos que sejam, tudo pretendem levar a Portugal (...)” fica clara 
a crítica dos cronistas quanto à retirada das riquezas coloniais 
por Portugal. 
Resposta correta: E 
 
 
 
 
CRCA/EDG

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