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KOOLHAAS • PÓS -ESCRITO : INTRODUÇÃO . REMRE "A CIDAD E CONTEMPORÂNEA" A NOVA PESQUISA soB Ih o /' . . de Rem Koo aas, e mous New York · A R . o livro · etroact,ve Ma 'f Publicado pela primeira vez em 1978 e reed·t d ni esto for Man-hattan, . 1 a o em 1994 a . . surrealista de um arquiteto pós-moderno sobre N y · presenta uma v1sao . A • ova ork. Escrito na é que O arquiteto holandes ensinava no cosmopolit IAU . poca em . ª S - lnst1tute for A h·tecture and Urban Stud1es, a popularidade da obra n . . r- c i . . os meios intelectuais e rtísticos é emblemática de um novo interesse pelo tema d .d a . . . ª ci ade. Como o livro fora de catálogo, a revista Japonesa Arch,tecture and Urbanism t .d . . estava . . _ eve a I é1a de editar tos da obra e de 1nclu1r a reflexao retrospectiva do autor aqu·i bl' fragrnen pu 1cada. e mo tantos outros europeus, Koolhaas é um arquiteto fascinado pel d . o o po er mítico de York Apesar de não ser uma cidade típica dos Estados Unidos Nova y k Nova · , or resume e era muitos aspectos do caráter do país. Koolhaas identifica na "Cultura do . exag congestiona- mento" de Manhattan um modelo para a compreensão do desenvolvimento da arquitetura moderna. Mais difícil, porém, é descrever a tendência contemporânea ao espraiamento urbano, que parece ser um fenômeno mundial. Em sua pesquisa mais recente, que deve ser publicada com o título de "A cidade contemporânea" , Koolhaas observa a existência de uma fragmentação, de um deslocamento do centro para a periferia e de "processos espontâneos em curso" _para o _qu~ ele de_nominou de edges cities: 1 Atlanta, Cingapura e as novas cidades nascidas nos arredores de Paris. Resistindo a regras ou classificações, essas paisagens urbanas pós-industriais contêm, na opinião de Koolhaas, uma "beleza não reco- nhecida ", que merece uma contemplação mais atenta. Ele diz que essas condições ubíquas têm sido ignoradas. Motivos semelhantes levaram Robert Venturi, Denise Scott Brown e Steven lzenour (VSBA) a escrever sobre o corredor comercial tipicamente norte-americano em Aprendendo com Las Vegas, cerca de vinte anos atrás. Koolhaas e o grupo VSBA de- monstram a mesma verve e contagiante entusiasmo em seus trabalhos teóricos. Koolhaas situa sua pesquisa no pólo oposto das propostas urbanas pós-modernas de Colin Rowe (a cidade-colagem), de Aldo Rossi (a cidade analógica) e de Leon Krier (a recons- trução da cidade européia), que tomam como paradigma, de diferentes maneiras, ª cidade européia pré-moderna. Koolhaas está interessado em dar continuidade ao projeto moderno introduzindo revisões, em vez de abandoná-lo totalmente. Seu vocabulário formal descende do construtivismo russo e do movimento moderno, mas exclui o programa de reformas sociais ~ue caracterizou os dois movimentos artísticos. Seu escritório, o OMA - Office for Metropo- litan Archit roi· etos para a nova , ecture, trabalha muito com aspectos do desenho urbano em P . . area central d . - d conjunto hab1tac1onal N ª cidade de Lille, na França, e em construçoes como ª 0 exus, ern F k . A • próxima obra teó- rica u uoka, no Japão. Apoiando-se nessas expenencias, sua . Provavelrn d' - pós-industrial. ente será um importante comentário sobre a con içao -----1.~ er nota 4 · P. 339. 355 3S6 REM KOOLHAAS Pós-escrito: introdução ■ à nova pesquisa sobre .. A cidade A ,, contemporanea Delirious New York [Nova York delirante] foi uma pesquisa a respeito da influência das massas e da cultura metropolitanas na arquitetura e no urbanismo. A pesquisa tratou das conexões entre novos programas - como uma expressão de novas formas e demandas sociais. A pesquisa comprovou a existência em Manhattan de um grande estoque de entusiasmo popular pela "nova era", ao qual um bom número de arquite- tos correspondeu com virtuosismo. A conclusão - jamais explicitada - do livro é que, no período entre as duas guerras mundiais, a arquitetura realmente passou por uma mudança definitiva. A significa- ção cultural das formas tradicionais havia perdido, sem sombra de dúvida, seu caráter unívoco. Hoje não se encontra mais nenhum equivalente daquela arquitetura nova- iorquina que - começando por mutações e mudanças súbitas - teve grande influência nos fenômenos contemporâneos. "A cidade contemporânea" é uma pesquisa sobre as novas formas de arquitetura ~u~ ~êm despontando na cidade de hoje e busca explorar as conseqüências e as pos- s~b~dades das transformações em curso. A pesquisa não vai focalizar o "debate ofi- cial , mas tratará de documentar e interpretar uma série de processos independentes e ap~entemente espontâneos, que estão se verificando em cidades tão diversas quanto Pans, Atlanta e Tóquio. Esses processos parecem d b 'd de 1 esem ocar numa inevitável fragmentação da ci ª atua , num deslocam t d · dad . . en ° O centro de gravidade da dinâmica urbana do centro da ci- e para a penfena e numa notá 1 . . . , . s A ós , . ve cnatiVIdade para escapar das regras urbamst1ca · P um penodo de mteresse q 1 • elo aspecto da "h b · - ,, uase exc us1vo pela cidade histórica - e, nesta, P ª itaçao -, uma série d · · ó ·os, Muitos dess . e arqmtetos tem se dedicado aos novos ternt n , es proJetos convergem . " ,. ,, derno, em areas industriais b d para um ambiente contemporaneo mo a an onadas na · e • . motos ' peniena da cidade ou em locais mais re . d s novas" ou paisagens abertas. Do ponto d . "e1da e e vista pro de -o tratados de uma maneira nova, parques d gramático, os novos b'etos sa - . . . , se es de em o J uas demandas. Sao possibilidades que ainda - - presas ... e clientes udarn s . nao estao dar J1l ruente de novas formas na arqmtetura e no urb . as, mas que con- ' Jll a se an1smo des · d te, derna ou da tábula rasa do moderno. Em todas t , pi as da nostalgia os-rno no am-se a ausê . d P . ente concebidas, um forte desejo de se libertare d ncia e teorias previam . . . m e uma série de d -·mpostos e uma nova sensibilidade para as qualidade d b. . ogmas auto 1 ,. , 5 0 am 1ente c1rcu da A Cidade Contemporanea sera um manifesto retroativo l n nte. . em pro da beleza aind _ econhecida da paisagem urbana do final do século xx ª nao r • ["Postcript: Introduction for the New Research 'The Contemporary City '" .. aJm . . . • ongm ente publi- cado em Architecture and Urbamsm n. 217, out. 1988, p. 152. Cortesia do autor e do editor.] REM KOOLHAAS • POR UMA CIDADE CONTEMPORÂNEA Este texto polêmico, publicado em um número do Design Book Review dedicado ao urbanismo pós-moderno, desenvolve a II alternativa paramoderna" de Koolhaas, delineada no ensaio anterior. Parte importante de sua crítica está na idéia de que, embora a II pureza 11 (por exemplo, a delimitação exata ou definição do objeto autô- nomo) pudesse ter sido desejável nos edifícios modernos, ela provocou problemas de desorientação na escala da cidade. A arquitetura moderna, na forma da renova- ção urbana, devastou os centros históricos das cidades. 11 Espaços abertos" amplos e indiferenciadas, que pretendiam sugerir liberdade, substituíram o domínio público tradi- cional e simbólico. O automóvel mudou o ritmo da vida na cidade e rasgou em pedaços o espaço dimensionado para o pedestre com a construção de vias expressas. Colin Rowe sugere que os problemas urbanos resultam da inversão introduzida pelo modernismo de uma importante relação hierárquica: a da casa simples versus a cidade com- plexa. Seguindo o mesmo raciocínio, Koolhaas observa que os arquitetos do movimento moderno, como Le Corbusier, negligenciaram a complexidade em seus projetos urbanos. A redução da complexidade, associada à concretização parcial dos projetos modernos, leva Koolhaas a afirmar que a cidade moderna ainda está por concretizar-se. (Compare-se com ª f · ·nda está ª ,rmação de Peter Eisenman, no capítulo 4, de que o modernismo na arquitetura ª' pOr co • 't' um 1·ulgamento sobre ncret,zar-se).Desse modo, Koolhaas insiste na recusa em em, ,r ~ li as Potencialidades do urbanismo moderno. Sua proposta de urbanismo li contemporaneo n- " ªº será nem " . . ,, - urbana moderna · a trad1c1onal-contextual" nem a renovaçao . As · r Koolhaas aceita as s,m como Robert Venturi, Denise Scott Brown e Steven lzenou ' , . d condições d . o caractenst1cas e uma Part . adas da edge city e da expansão metropolitana com é . de melhora- e irnporta t Ih Mas sua estrat g1a me , n e do território em que o arquiteto traba ª· h busca inten- nto e dif L Vegas: Kool aas erente da proposta do livro Aprendendo com as 357 358 . , d·ção II neomoderna II atual, principalmente corn . . r intel1g1vel a con ' a Provis· s1f1car e torna 11 • rbanos,,) contrastando com uma ocupação mais d ªº abertos ( vazios u , ensa de espaços , .t' a ingenuidade das abordagens II utópicas 11 (corno · O ensaio tambem cn ica . . . a da re. _ d scala da cidade trad1c1onal proposta por Leon Kner), que _ construçao em gran e e . , . A nao re. . tes das obras efetivamente construidas. A expenencia d conhecem os determ1nan . A , e . b I d Koolhaas oferece-lhe a oportunidade de por a prova suas estra-arqu1tetura glo a e . . . . strução de seus projetos em contextos muito diversificados tégias mediante a con 11 • _ • é e Suas propostas " para modernas consegu,rao de fato melhorar Resta ver, por m, s a paisagem pós-industrial ad hoc. REM KOOLHAAS Por uma cidade contemporânea Na minha opinião, os atos decisivos da composição modernista originaram-se de Mies, e certamente foram melhores que os de Le Corbusier e de [Ivan Ilyich] Leoni- dov, e muito à frente de [Walter] Gropius. Eu poderia continuar a lista, mas duvido que fosse muito original. Entretanto, toda vez que passo os olhos por essas imagens modernistas, o que me chama a atenção é a extraordinária incongruência entre a per- feição e a instantânea completude dos projetos arquitetônicos (veja-se, por exemplo, o Pavilhão Barcelona de Mies ou o Danteum de [ Giuseppe] Terragni) e a inflexível simplicidade, quase infantil, dos desenhos urbanos, imaginados como se a complexi- dade da vida cotidiana pudesse ser prontamente conciliada na liberdade oferecida pela planta livre, ou como se toda a experiência de fragmentação e tudo o que representou para ª perspectiva pudessem ocorrer sem perturbar o território da cidade. Isso fica bem ~sível inclusive nos projetos não construídos de Otto Wagner para a ampliação de V 1ena Assim na · h · · - • eendeu · ' mm a opm1ao, o arqmteto mais visionário o que compr melhor a · n l t, 1 d ' W · ht e 1 e u ave esordem em que vivemos, continua sendo Frank Lloyd ng sua Broadacre City. Os projetos em que v h balh . ern urn t · 6 . . en ° tra ando nos últimos dez anos localizam-se d ernt no que Já não od h r ites a periferia É 1, p e ser c amado de subúrbio, e sim de fronteiras ou im Ill · a, nas margens d · e • · s torna forma A ·a d ª peniena, que devemos observar como as coisa •a . c1 a e contemporâ . . deveri gerar uma espé . d . nea, aquela que é constituída por essas penfenas, der-cie e manifesto h de rn° . .' uma omenagem prematura a uma forma onfrontada com as cidades do passado t 1 d que, e d. h , a vez pare 11ida e as na qual um ia averemos de reconh cesse desprovid d . dades, rn . ecer ao mes a e quah ens Esqueçam Pans e Amsterdã, olhem par A 1 mo tempo vantagens vantag · . ª t anta 1 e deS , do o que posso dizer. , ogo e sem precon-. s _ e tu ceit0 ão de certos aeroportos e de alguns lugares d . À exceç as periferias urb 'd de moderna - pelo menos da forma como normalm . anas, a ima-m da c1 a . entefo1pro·etada . ge cretizou em parte alguma. A cidade com que t d J - ainda ~ se con emos e nos ar . na~ enos formada de fragmentos de modernidade _ ranJar hoje é mais ou rn . , . como se as caracter' t' formais ou estihsticas às vezes sobrevivessem em t d is icas abstrato- - , . es a o puro, enqua t rna urbano nao saisse conforme planeJado. Mas eu não la . n ° 0 progra mentana esse fracasso· tratos neomodernos que dele resultam, e que literalmente . alid . · os es . mv am a cidade d. ·onal da mesma forma que anulam o proJeto original de mod 'd d tra 1c1 erm a e, nos ofe- m novos temas de trabalho. Com eles, podemos pôr frente à fre t d'fi _ rece . . n e as e 1 caçoes d e Período e os diferentes tipos de espaço - o que a doutrina pura do d . ess mo ermsmo não permitia. E podemos também aprender a jogar com um substrato, misturando o projeto ideal com o que foi construído. É uma situação comparável à que levou O sé-culo XIX a ser tão criticado, quando se aplicou em Milão, Paris ou Nápoles a estratégia de remodelar sem destruir a cidade preexistente. Nos últimos quinze anos houve imensa produção de imagens para pedaços de ci- dades que, densas ou não, têm um poder de atração impossível de negar. O problema é terem sido concebidas numa espécie de utopia não consciente, como se as auto- ridades, os mecanismos de decisão e os recursos realmente disponíveis se tivessem deixado enfeitiçar pela beleza ou interesse que representam. Como se a realidade fosse ficar presa nesses projetos e viesse a perceber a importância de construí-los, o que, tanto quanto sei, ainda não aconteceu. Em vez de nos apegarmos a esse tipo de fascí- nio, ou de apostarmos na autoridade absoluta da arquitetura, parece-me que devemos nos perguntar para que direção apontam as forças que contribuem para a definição do espaço. São elas direcionadas para o lado do urbano ou para seu justo oposto? Elas pedem ordem ou desordem? Elas convergem para a continuidade ou para a descon- tinuidade? Sejam quais forem as respostas, há um movimento e uma dinâmica que precisamos conhecer, porque são a matéria do projeto. . Consideremos, por exemplo, a IBA (Internationale Bauaustellung) em Berlim. Em 1977, antes de sair a programação final da exposição, Oswald Ungers e eu éramos os únicos a divergir de Krier, Rossi, [Josef Paul] Kleihues e os outros que já.tinham to-mado a d • - t ção da cidade euro-. ecisao de fazer de Berlim um experimento de recons ru . . pé1a. Ung . pusesse a h1stóna em . ers e eu apelamos por um rumo muito diferente, que Pruneiro 1 . d m ruínas, e esta era a sua ugar: a cidade fora destruída, dilacerada, transforma ª e d vinha rnemóri E . · d tal estava estagna a, Perd d a. m segundo lugar, a economia: Berhm oc1 en ilhares de incen-en o popul - - b tante os m açao desde a construção do muro, nao O s 359 . d do que não se podia ver como uma mudan , . • · e fiscais, e mo . ça subit tivos inst1tuc1ona1s - . t ºficar economicamente um proJeto de reurba . a . ·tuaçao e JUS 1 . nizaç podena reverter a s1 . nte fortes para sugenr que a IBA não deveria ao . razões sufic1enteme . d ser rea geral. HaVIa d. er em Berlim a oportun1da e de reforçar a real"d -. d p outro lado, po ia-se v d 1· l ade hza a. or _ . á existia. Acima de tu o, Ber 1m proporcionav , f; a adaptaçao ao que J • • a urna de azer um .d. d uma espécie de arquipélago terntonal- um sistema de ilh casião de fazer da c1 a e al . f as 0 . d florestas e lagos, no qu as 1n ra-estruturas poderiam fu ar uitetômcas cerca as por . d . , . n-q d Isso poderia ser realizado de mo o quase p1ctonco ( como cionar sem causar anos. . . . . as _ d [G t ] Peichl) com uma penfena hvre a partir da qual se pudesse pass estaçoes e us av , - . ar alm andes interstícios de vegetaçao. No longo prazo, os acidentes h' gradu ente para gr , , is-. (B 1. d t i'da pela guerra e novamente destru1da na decada de 19so) pod tóncos er 1m es ru . . e-. 1 t córi·co radicalmente oposto ao que foi escolhido pela IBA. nam ter pape me a11 • Quando recordamos os projetos de Mies, de [Bruno] Taut, das torres gêmeas de Leonidov e outros, devemos ter em mente que esses projetos foram, sobretudo, grandes distribuidores de espaço, muito mais definidores espaciais que meros objetos. Reconheço que havia uma utopia igualmente pesada nessa concepção, possivelmente em relação direta com o desejo correntede adensar, construir e proporcionar a todo custo uma dimensão arquitetônica. Nos dias de hoje, todo espaço vazio é alvo fácil para um frenesi de preencher, tapar. Mas, a meu ver, dois motivos concorrem para fa- zer dos espaços urbanos vazios, no mínimo, uma linha importante de combate, se não a única, para as pessoas que se preocupam com a cidade. O primeiro é muito simples: hoje é bem mais fácil controlar o espaço vazio do que jogar com volumes cheios e for- mas aglomeradas que, embora ninguém tenha conseguido explicar como, se tomaram incontroláveis. O segundo tem a ver com algo que observei: vazio, paisagem, espaço - se quisermos usá-los como meio, se quisermos incluí-los num projeto - podem tor- nar-se um campo de batalha e obter apoio genérico de quase todo mundo. Não é mais esta a situação de uma obra arquitetônica, que atualmente é sempre suspeita e inspira de antemão desconfiança. Um dos projetos em realização do grupo OMA é o da reurbanização de Bijlmer- meer, 0 maior dos grands ensembles construídos na Holanda durante a década de 196o, algo como um Le Corbu · tal · · d sier sem ento, mas impecavelmente concebido de acor 0 com a doutrina. Estendend , · • . d s o-se por um vastissimo terntóno somente uma e sua doze seções equivale à , d h' . ' . , . area O centro istónco de Amsterdã. Hoje, sobre essa unensa superf1c1e onde poderiam rfi • e nada O ser pe eitamente construídas doze capitais, não acontec · s apartamentos estão v · rnu· darem azios, as pessoas só moram lá na esperança de se para outro lugar e · á M s olhando m · d ' J se pensou seriamente em demolir todo o projeto. ª ' . ais e perto, pareceu-nos , ·s Ve-rificou-se quem •t que os aspectos negativos eram irremoVlvei · t d ui ª gente - solteiro · . d , artes, 0 os necessariament . s, casais, divorciados, o pessoal liga O as e motorizados . e pre· - sentia-se muito apegada a Bijlmermeer . ar lá. As pessoas apreciavam a lumin .d . conunu os1 ade e o feriª ~ d liberdade e sossego. Dessa forma, insu , . espaço, e a indi . , rao e P0 rtave1s - ssoc1av 1 sensa, s O sistema aberrante de ruas e garage nao erarn os es e , dioS, ma . ns que separa Paços e os pre d suas casas. Durante vmte anos, nem o E t d vam drasticarn soas e s a o nem . . . ente as pes presentado qualquer proposta para melhorar es . a iniciativa privada t· nharn a . . se terntór· 1-. ~ ão foi a de modificar as unidades habitacion . 10 esquecido. No dec1sao n ais, mas a de tent ssa 'd de aos espaços abertos, superpondo-os ao p . . . ar dar força ou intens1 a ,. . , roJeto original (u . a de colmeia cheia de arvores), num desenho e rna gigantesca estrutur , . m que as rodovias t Cl. onamento, as escolas e os estadios se reunissem ilh , as garagens de es a em as de ár . 111 articulados a um arcabouço central de novos sen,.; eas verdes e es-uvesse .. ,. 1ços, entre os • 1 , . centros de pesquisa e estúdios cinematográficos Es . . quais, abora-tonos, . ses senam os mvestim cessários para se começar uma campanha nacional em prol d entos ne o que atualmente , uma área muito feia do centro da Holanda. e Se meu interesse pela arquitetura banal das décadas de 1950 6 . . e 19 o e seus deri- vados Ernesto Rogers e Richard Neutra, parece ser uma fonte um tant . , 'd ' , . _ , _ . o ms1p1 a, só posso responder que morrer de tedio nao e tao mau assim. Já houve arquitetos muito piores que Neutra. Mas, para ser sincero, eu gosto desse tipo de arquitetura, e não é raro que ela tenha sido magnificamente bem construída. Às vezes, essa arquitetura atinge um nível de despreocupação e de liberdade que me desperta interesse _ e não sou eu o único a se interessar por ela. Mas o que está em questão é o que Bruno Vays- siere e Patrice Noviant definiram como "arquitetura estatística,,: uma arquitetura po- tente, cuja potência é fácil, que passou sem transição do experimento isolado para a série, da série para a repetição, e assim por diante até que acaba enjoando. Estou tentando conviver com ela e, ao mesmo tempo, desligar-me dela. E como a nostalgia me incomoda, procuro cada vez mais não ser moderno, e sim contemporâneo. ["Toward the Contemporary City,,, extraído de Design Book Review n. 17, inverno de 1989, PP· 15-16. Publicado originalmente em L'Architecture d'Aujourd'hui, abr. 1989. Cortesia do autor e do editor.] REM KOOLHAAS • PARA ALÉM DO DELÍRIO f A ncia que ele apresen-Este artigo de Rem Koolhaas é um trecho de uma con ere d d' utiu . . o em 1993, on e isc tou na Escola de Arquitetura da Un1vers1dade de Toront t tégias de , . . d bem como as es ra seus ultimas projetos de grande escala para a cida e, 0 para o su-. . do em um concurs urbanismo de seu escritório. Num proJeto apresenta concepção da b, . . bre "urna nova urbio parisiense de Melun-Sénart, o arquiteto desco construídos, mas cid d . . . f ' ·d por seus espaços . ,, ª e, uma cidade que não sena mais de 1n1 ª rn "arquipélago P 1 • ,, A metáfora de u e ª ausência destes ou pelos espaços vazios · 361 362 truções reaparece neste ensaio. Es . de futuras cons , . - sa Idéia d s resguardado Ih s com a irnplacavel 1nvasao da paisage áreas ver e . de Koo aa . rn. Po de . . 0 da preocupaçao cidade de Lille, o arquiteto defendeu r urna ind1caça desenhou para a , . . a resis. é projeto que ele . struções de alt1ss1rna densidade. Além d. exemplo. no . rbano mediante con - , . . isso, . praiarnento u i·rn itar a urna funçao espec1f1ca , na intenç· têncIa ao es ro·eto sem se 1 . ao de desenhou esse P l O ugh também def ende o plane1amento que . Koolhaas . . . W illiam Me ano . visa -lhe a t1ex1b1l1dade. ( . . _ dos edif ícios, urna atit ude que lhe parece ,...... . manter . ·r a reutllizaçao . •11aIs fl .b.ilidade para permit i ap 8 ) A flexibilidade está implícita no "pi à ex1 . de novo· ver e . · ano stru1r ' · I·b d d ) ológica do que con - es de honestidade e I er a e e caracteriza ec . rn suas conotaço . as aberto" modernista (co . B krninster Fuller e out ros arquitetos nos anos 1960 b · os feitas por uc _ . · Pesquisas sobre a ng b·navarn f unções nao encontradas hab1tualrnent . . s de Koolhaas com I e Projetos mais antigo " ruzarnento de programas " gerou resultados quase sern. em um único programa; esse e • ( r Tschumi, cap. 3). pre surrealistas ve rnpreendirnento de desenvolvimento urbano, diretor de um enorme e Atualmente . b sua " geração de m aio de 68", a dos estudan-fl m modéstia so re Koolhaas re ete co d lhe terem confiado tamanha responsabilidade. . . e mostra surpreso e tes radicais, e s á d fato um passo além do modelo modernista da O ro·eto de Li lle representar e P J . . " . será mais que um aumento em sua escala? "torre no 1ard1m ou nao REM KOOLHAAS Para além do delírio Quero falar sobre alguns projetos urbanos e mencionar certos problemas da condição urbana contemporânea que minha obra tenta enfrentar. Todos conhecemos a imagem da reconstrução do fórum romano feita por [Gio-vanni Battista] Piranesi e sabemos que essa obra representa uma forma muito intensa de cidade. Reconhecemos um bom número de formas geométricas associadas com elementos públicos, e entre estes reconhecemos pequenas ruínas, plânctons progra· máticos em que presumivelmente as atividades menos formais da cidade poderiam ser acomodadas. Essa mistura de elementos formais e informais e a combinação de ordem e desordem qu · • · d 'dade. e essa imagem representa são condições essenciais a ci . Ta~bém conhecemos esse segundo tipo de cidade e, embora ela faça parte do cmturao de novas cid d T ronto, Tóq . C ,. ª es em torno de Paris, poderia igualmente estar em O d uio, ore1a do Sul ou e· . delo e cidade · d mgapura. O irônico é que subjacente a esse mo am a podemos ver . . . . de obter as pnnc1pais figuras geométricas, a tentativa ta coerência, formas e organizações est h ma cer . - ran amente . u . traço da condiçao urbana que Piranesi . P1ranesianas ualquer sugeriu ou i . , mas sem q bros que preenchem as falhas entre as figur . . maginou. Há sin . d escoill . as mais impoais os .,,, inspira certo entusiasmo, todos sentimos rtantes. Se a prim . image1•• . uma dose de d eira ~ d repulsa, com o segundo tipo de cidade (emb . esapontamento nao e . . ora seJa atualm , se dominante e ainda que seJa importante nomeá-la de «cidade" ente a forma pre- 'amos nos reconhecendo como membros de 'porque, do contrário estan uma cultura e 'vil• , . plesmente incapaz de fazer uma cidade). As obr ci ização que é sim as que estou m ser lidas nesse contexto. ostrando devem Quero também falar de minha geração como uma esp , • d . _ , ecie e caricatura da - de maio de 68, que nao e para ser levada a sério demais ma , geraçao - , s que tambem não se deve •gnorar. Nossa geraçao respondeu de duas maneiras à cond· - b l . . içao ur ana contemporâ- nea. Uma parte basicamente a ignorou ou, para dar uma interp t _ . . . . , . re açao mais positiva, resistiu coraJosamente a cidade, como fez a grande reconstrução t , . d . . , eonca e Washmg- ton, de Leon Kner. Ha uma redescoberta da cidade, uma nova fidelidade à idéia da cidade e nossa geração foi muito importante na reabilitação da cidade como um terri- tório essencial de atividade. Mas o paradoxo dessa reabilitação é que parece que perde- mos completamente o poder e a capacidade de agir sobre e com a cidade. A outra parte de minha geração tomou a direção exatamente oposta. Considere- se, por exemplo, o projeto do grupo Coop Himmelblau para uma nova cidade nas proximidades de Paris, chamada Melun-Sénart. Enquanto Leon Krier e sua metade da geração estão reconstruindo a cidade, o Coop Himmelblau e a outra metade abando- nam toda pretensão de que seja possível reconstruí-la, desistindo de nossa capacidade até mesmo de reconstruir qualquer forma reconhecível da cidade. Fora desse debate, eles criam um espetáculo - um jogo retórico, no qual, em vez de uma série de eixos formais, não há mais que composição inspirada no inconsciente e numa estética es- sencialmente caótica. O lamentável nessa situação - de um lado, uma espécie de ilusão de poder deSligada d al , . . 1 d d ção com toda reivindica-e qu quer eficacia operativa, e, de outro a o, a espreocupa ça- d fi , · · , · pletamente devastado que 0 e e cac1a operativa - é o abandono de um terntono com 1 e · · apaz de encontrar uma nossa geração descobriu em retrospecto, mas com o qua 101 me , . forma significativa de relação. E esta é, sem dúvida, uma situação tragica. _ d . N " . ara a reconstruçao a c1-osso escritório também participou da concorrencia P d d . - difíceis contra a mesma ª e de Melun-Sénart e lutou contra as mesmas cou<liçoes ' d por um inutTd . stá agora cerca a . 11 ade da forma contemporânea de cidade. Pans e . - quando co- cintu - d fi 1 desse cmturao, e rao e novas cidades. Melun-Sénart é parte na d . rível beleza. No llleçam · f ancesa e me fu os a estudá-la, descobrimos uma paisagem r , h mos de imaginar ndo quitetos, tm ª 1 ' era um cenário singelo, onde nós, como ar em nossa atua uma no 'd . ·nosos, porque va Cl ade. Nos sentimos quase como cnmi 363 364 . t e construir uma nova cidade, e sabedore d . . a inar, proJe ar . . s a impotência para im g d ndições e dos recursos atuais, parecia quas . , 1 d ntro as co e re-. Tdade de ena- a e . mut1 I . a iná-la mesmo assim. pugnante ter de im g t de repulsa começamos a nos perguntar se não ha • d esse momen o Ve-Aproveitan ° . de trabalhar sem essa deficiência ou incompet' t , cnica uma maneira en-ria uma nova. e_ . , d ter a situação, de modo que não pudéssemos mais ass . oss1bihdade e rever , . e-cia, uma P . ma cidade mas que pudessem os sim descobrir outro urar ue podíamos constrmr u , . _ , s g q . . ma nova forma de condiçao urbana. Estavamas meno elementos com os quais cnar u , . . s <leríamos construir do que com a análise da situação para preocupados com o que po . d . de na-o haveríamos de constrmr de modo algum. etermmar on . . • fl restas decidimos não constrmr nas fronte1ras do norte e do sul Para apreciar as o , · No entremeio, havia uma soberba área natural de pequenos bosques que os monarcas franceses usavam para caçar veados entre uma floresta e outra, e depois matá-los na clareira intermédia, e por isso resolvemos não construir nada ali. Decidimos também não construir perto da rodovia. Com essa sistemática de eliminações, ficamos com uma espécie de desenho chinês, onde tomamos uma decisão: não vamos construir aqui e não estamos interessados em construir ali. Controlando esse sistema de espa- ços vazios ou espaços de paisagem natural, abandonamos de modo sistemático e com entusiasmo qualquer reivindicação de controle sobre as terras residuais, na crença de que elas provavelmente acabariam no que os franceses chamam de merde. A quali- dade sublime dos espaços verdes poderia nos propiciar em vez disso uma nova con- cepção de cidade que não seria mais definida por seus espaços construídos, mas pela ausência destes ou pelos espaços vazios. Esse projeto, realizado em 1989, nos agradou muito, porque permitiu que ima- ginássemos uma maneira de transformar a incompetência no começo de uma nova rel~çã~ com ª cidade, na qual essa fraqueza fosse integrada e se tornasse parte de uma maquma de recuperação. Outra investigação recente e' d 'd,. d d'f' . . a ai eia e que em determinadas condições, e 1 1-cios de macreditável dens'd d d · . t . . , i ª e po enam ser importantes instrumentos para contes-ar º; resistir a expansão de qualquer cidade. m Hong Kong, fizemos uma . ,. . . de construçõ . . 1m . . expenencia, destruída no ano passado, com tipos ,. es VIs1ve ente msp1rad C'd . . . -tonico incrível _ d' as na 1 ade Proibida. Era um complexo arquite me 1ª apenas 180m pacta, com diminut b por 120m, mas formando uma construção com-as a erturas pa il abertura alguma A fi' . ra vent ação separando os prédios às vezes sern _ . · super 1c1e total d d'fí . . , 2 e nao havia nenhuma est bil'd os e i cios media aproximadamente 300.ooorn ' pro ª 1 ade progr á · al er grama ali acabaria sofr d . am tica nessa construção irregular. Qu qu modo en ° mod1ficaçõ de . que se podia começa es permanentes com o passar do tempo, pois um 1 b r com uma ca d • · de-a oratório de fab · _ sa, epois um bordel depois uma fábrica, ncaçao de h , , I'b r-eroina, e depois um hospital. A fórmula 1 e se grupo de edifícios talvez fosse não nos preo d a para es . cuparmos em ser mu·t ta or to à necessidade de fazer edifícios para finalidades es ífi 1 0 , idos quan . pec cas. ng . . n1uito a tarefa dos arqmtetos pensar nesse pequeno grupo d dºfí . ,AbVIª 1 " _ e e i c10s como d niais nada, uma acomodaçao permanente de atividades provisó . N- ' antes e li• , • • nas. ao pr e- ais andar em busca de uma ngida comcidência entre form cisamos m . . a e programa, e . s dedicaremos simplesmente a proJetar novos volumes que SeJ·am d assIIIl no capazes e 0 que quer que nossa cultura gere. absorver Temos agora, numa inte~seção for_a de An~uérpia, um agrupamento maciço de edifícios especificamente destmados a liberar a area circundante. Essa área tem talve z um t,S milhões m2, que, por nossos cálculos, poderia liberar subseqüentemente doi s uilômetros quadrados. q No ano que vem será inaugurado o túnel ligando a Inglaterra ao continente. Os franceses imaginam que a mudança acarretada pela combinação do túnel e do uso de trens TGV de alta velocidade será radical. A viagem de trem de Paris a Lille costumava levar duas horas e meia. Agora leva 50 minutos. Eurodisney são 45 minutos. o per- curso de Lille até Londres demorava 13 horas, tempo que será reduzido para uma hora e dez minutos. Serão 40 minutos até Bruxelas e menos de duas horas até a Alemanha . Esses fatos modificam completamente, ou melhor, reinventam toda essa região da Eu - ropa, a ponto de os ingleses comprarem casas aqui porque fica mais rápido viajar de Lille ao centro de Londres do que vir dos bairros da periferia da capital da Inglaterra . Se tivermos em mente não as distânciascomo o fator crucial, mas o tempo que leva para ir a um lugar, surge um dado numérico irregular que representa a totalidade do território, agora de menos de uma hora e meia desde Lille. Se somarmos todas as pessoas que estão neste território, obtemos um total de 60 milhões. Portanto, o TGV e 0 túnel poderiam criar uma metrópole virtual irregularmente espalhada, da qual Lille, atualmente uma cidade de importância em declínio, se torna a capital, totalmente ar - tificial e de certo modo por acaso. E de maneira igualmente fortuita, nos tornamos, em 1989, os planejadores de toda essa operação. Fomos selecionados e nos vimos rodeados por um grupo de especialistas que nos olhavam com inacreditável expectativa. Estendendo-nos uma folha de papel em branco, eles nos pediram: "Por favor, resolvam esse conflito entre o túnel do TGV e ~rodovia, porque este é o nó górdio de nosso projeto". Este foi um momento muit o 1mportant · · dº h e para mim, que pertenço à geração de ma10 de 68, porque compreen i na ora que n - b · t . ao estava preparado para esse tipo de pergunta. Em meu su conscien e de arquiteto · · - · rt t ' eu Jamais imaginara que fossem confiar um posto tao IIDpo an e como aquele a um d . er . ª pessoa da minha geração. Por alguma razão, eu achava que as ro oVIas arn proJetad · · t t e o me as por pessoas maduras, com um sistema nervoso mais resis en e qu u, gente m · h bº birdade· em com-Para - ais a ituada a suportar cargas pesadas de responsa 1 ' Çao com elas • · d a corrida de alta ' eu me sentia como um puro-sangue tmm O para 365 366 . me considerava dispensado daquele tipo de p ct· velocidade, e, por isso mesmo, . . e ido. . d · nha geração haVIa se afastado conce1tualment Foi ali que me dei conta e que mi . e de d e t de que os franceses eram simplesmente megalôman um mundo que pro uz. er O , , . os e . . 1m t unca seria levado a pratica, e me vendo rodeado 0 proJeto mmto provave en e n . . . Por ,. . d . , a de uma resposta, dec1d1 blefar e dizer que sabíam aquela pleiade e pentos a esper . os 1 blema· no ponto em que as duas pistas da ferrovia r exatamente como reso ver o pro · GV d d b . e mos a rodovia correr paralela à estação. E também a fiar se es o ravam em seis, 1are e- ulh b 1 quanto nos espaços intermédios criaremos a maior áre mos merg ar no su so o, en . . a de estacionamento da história da cristandade - 8 mil vagas, e com isso, poderemos gerar uma incrível condensação da infra-estrutura. Tomamosª idéia do mergulho no subsolo ao pé da letra, como a base de nosso projeto. A vantagem de tudo aquilo ficar escondido no subsolo era que a obra inteira poderia coexiStir com a escala da Europa sem parecer demasiado opressiva para a escala da cidade existente. Na primeira fase, 0 projeto deveria conter um total de 1,5 milhão m 2 , dimensão até então inimaginável, de modo que tivemos de provar à Europa que as torres ficariam ótimas e ninguém tinha de temê-las. Decidimos que a área triangular entre a velha e a nova estação, que inicialmente imaginamos transformar numa grande praça, também poderia ser interpretada como um plano, o qual faríamos pender para dentro. Com essa inclinação, parte do plano podia tornar-se um edifício, com a frente voltada para a cidade, mas a outra parte, numa linha oblíqua ao túnel, podia ser empurrada para baixo, de modo a liberar os flancos do túnel, criando assim uma espécie de vitrine, para que a chegada dos trens TGV ( e, por conseguinte, a razão da radical transforma- ção da estação) ficasse visível e fizesse parte da compreensão urbana. Nossa proposta incluía, para fins puramente simbólicos, colocar torres em cima da estação do TGV, integrando-as com ela. Com seu habitual cartesianismo, os franceses calcularam que sairia oito vezes mais caro construí-las como pontes por cima da esta- ção, mas que o simbolismo justificava o investimento. Nossa idéia foi criar um símbolo que indicasse que não tinha a menor importância que essas torres estivessem em Lille (na realidade, a presença das torres em Lille era quase uma coincidência ou uma cir- cunstância arbitrária), mas que o fato importante e definidor dessa localização era estar a 60 minutos de distância tanto de Londres como de Paris. Não se trata de onde a cons- trução, est~; ~as os lugares c_om que ela se relaciona é que lhe definem a importância. N~s n_ao eramos os arqmtetos responsáveis pela totalidade do projeto. Propusemos, em pnmeiro lugar uma série de envolt' · · b · d' . ' , . . onos mmto só nos e neutros para as torres, 1- zendº que depms os vanos arqmtetos poderiam liberar cada edifício desses envoltórios. ~os~a posição, como architecte en chef, era uma estranha mistura de poder e impotên- cia, isto é, tínhamos de negociar com t 1 T'nh ouros co egas sem jamais impor coisa alguma. 1 amos uma relação muito estranha d . • _ á _ . . com to as aquelas edificações porque determ1 n vamos a seçao mteira e todas as relações mas n ~ , . , ' ao eramas os arquitetos. nto interessante foi quando perguntei ao c d mome oor enador d . lJI11 eendedor com quem trabalhávamos em e t . 0 proJeto, um te empr s re1to contato brilhan . . • 0 quando chegávamos com nossas propostas mal , por que ele ~~ ~-~ nunca d stação mergulhar a rodovia. Ele respondeu qu er as torres . a a e , e sua estraté ia por cirn <lido no século xx1 era criar dentro de um espaço limitado g para ser b rn,suce d" ,. . d . o que chamou de e ·que d' enfer - uma 1nam1ca e inferno, tão inexor 1m a dynamt . . . . ave ente complexa urn d s parceiros ficam nela envolvidos como pnsmneiros acor t d ue to os o . , . ren a os uns aos q a que mnguem possa fugir. Sem saber, mas com muito ent . , outros, par . , us1asmo, tmha-1 b f ado para desenvolver uma dynamique d enfer de modo qu 1 mos co a O , e e a agora se componente de nossa paleta. tornou um . . Essa primeira parte do _proJeto, e~ ;orno_ da qual se realizou o planejamento inicial em ficará pronta no próximo ano, e Jª é hoJe um dos maiores espaços construídos da Eu-1989, . d e . . d difí' . O fascinante russo tu o 101 termos proJeta o e cios numa escala que a Europa des-ropa. . . . conhecia até então, de modo que pudemos fazer expenênc1as com tipologias inteiramente Cada vez mais nosso interesse principal tem sido menos o de fazer arquitetura mas 0 n~ , de manipular os planos urbanos para criar um máximo de efeito programático. ["Beyond Delirious,,, extraído de Canadian Architect n. 39, jan. 1994, pp. 28-30. Cortesia do autor e do editor. Este ensaio foi originalmente apresentado como uma conferência na Escola de Arquitetura da Universidade de Toronto, em novembro de 1993.] 367 RAIMUND ABRAHAM I DIANA ÃG REST I TADAO ANDO I GIULIO CARLO ARGAN 1 PHILIP BESS I GEOFFREY BROADBENT I ALAN COLQUHOUN I JACQUES DE R RIDA I PETER E ISENMAN I KENNETH F RAMPTON I MAR C O FRASCARI 1 1 MARIO GANDELSONAS I DIANE GHIRARDO I MICHAEL GRAVES I VITTORIO GREGOTTI I KARSTEN HARRIES I FRED KOETTER I REM KOOLHAAS I LIANE LEFAIVRE I WILLIAM MCDO NOUGH I ROBERT MUGERAUER I CHRISTIAN NO R BERG- SCHULZ I JUHANI PALLASMAA I DEMETRI PORPHYRIOS I ALDO ROSSI ~ ~ ~ ~ 1 COLIN ROWE I THOMAS L. SCHUMACHER 1 D ENIS E SCOTT BRO W N I IGNASI DE SOLÀ-MORALES RUBIÓ I ROBERT A. M. STERN I MANFREDO TAFURI I BERNARD TSCHUMI I ALEXANDER TZONIS I ROBERT VENTURI I ANTHONY VIDLER I rrfÃ\TI§([lil3.;]fiN ~0
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