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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SEED NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE APUCARANA PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE APARECIDA LAZARETI VENÂNCIO FERREIRA ESPAÇO DE LEITURA COMPARTILHADA APUCARANA 2014 APARECIDA LAZARETI VENÂNCIO FERREIRA ESPAÇO DE LEITURA COMPARTILHADA Produção Didática Pedagógica apresentada à (UNESPAR) Universidade Estadualdo Paraná- Campus Apucarana À Secretaria de Estado da Educação do Paraná (SEED) e ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Apucarana, Como requisito obrigatório para o Desenvolvimento Educacional PDE,Sob a orientação da Prof.ª Rosimeiri Darc Cardoso. APUCARANA 2014 Título: Espaço de Leitura Compartilhada Autor: Aparecida Lazareti Venâncio Ferreira Disciplina/Área: Língua Portuguesa Escola de Implementação do Projeto e sua localização: Colégio Estadual do Campo Professora Godoma B. de Oliveira Município da escola: Apucarana Núcleo Regional de Educação: Apucarana Professor Orientador: Prof.ª Rosimeiri Darc Cardoso Instituição de Ensino Superior: UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná- Campus Apucarana Relação Interdisciplinar: Não há. Resumo: Esta Produção Didático Pedagógica é parte integran- te do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria da Educação do Estado do Pa- raná e apresenta como suporte metodológico a Uni- dade Didática intitulada “Espaço de Leitura Com- partilhada”, direcionada a uma proposta de incen- tivo à leitura que contribua com a formação de alu- nos leitores, críticos e participativos, capazes de modificar sua realidade na condição de cidadãos conscientes de uma atuação firme na sociedade, entendida como pré requisito para o exercício pleno da cidadania. O principal objetivo deste projeto é desenvolver o hábito pela leitura no âmbito escolar e fora dele, a fim de direcionar aos alunos o gosto frequente pela leitura. Palavras-chave: Ensino da Língua. Competência leitora. Espaço de Leitura. Formato do Material Didático: Unidade Didática Público: Alunos do 6º ano do Ensino Fundamental APRESENTAÇÃO A Produção Didático-Pedagógica faz parte do projeto ofertado pela Secretaria de Educação do Estado do Paraná, o Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE). O PDE é um programa de formação continuada em rede que integra as Escolas às IES, tendo por objetivo principal proporcionar aos professores da rede pública estadual subsídios teórico- práticos para o desenvolvimento de ações educacionais sistematizadas, que possam ser avaliadas em seu processo e em seu produto e que resultem em redimensionamento de sua prática educativa. Esta Produção Didático-Pedagógica tem como finalidade a implementação do traba- lho pedagógico da professora Aparecida Lazareti Venâncio Ferreira, que está inserida no con- texto de formação do PDE, junto aos alunos do Colégio Estadual do Campo Professora Go- doma B. de Oliveira no Ensino Fundamental do Município de Apucarana. A proposta está ancorada nas orientações contidas nas Diretrizes Curriculares Educacionais do Estado do Pa- raná (PARANÁ, 2008), que asseguram o trabalho pedagógico realizado pelo professor com vista ao Projeto Pedagógico e ao perfil sócio-econômico-cultural dos alunos desta comunida- de. Ao analisar dados obtidos no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), SAEP, Prova Brasil, o ensino de leitura em sala de aula tem-se mostrado insatisfató- rio na preparação de um cidadão capaz de perceber que esta faz parte de seu cotidiano. Muitos professores se preocupam mais com a gramática e conteúdos inerentes, também porque se vê obrigado a cumprir um planejamento metódico, deixando para estimular a leitura em outro momento, o que acaba acontecendo muito pouco, pois com tantas tarefas a cumprir em sala de aula e a cobrança de uma escrita melhor, a leitura que deveria ser prioridade acaba se tornan- do secundária. Kleiman (2008) enfatiza que ensinar a ler é [...] criar uma atitude de experiência prévia com relação ao conteúdo refe- rencial do texto, [...] é ensinar a criança a se auto avaliar constantemente du- rante o processo para detectar quando perdeu o fio; é ensinar a múltipla fonte de conhecimentos – linguísticas, discursivas, enciclopédicas – para resolver falhas momentâneas no processo; é ensinar, antes de tudo, que o texto é sig- nificativo, e que as sequências discretas nele contidas só têm valor na medi- da em que elas dão suporte ao significado global (KLEIMAN, 2008, p. 151- 152). . Aprender ler e se tornar um leitor crítico que além de realizar leitura compreende o texto, exige empenho, tanto por parte do aluno quanto por parte de quem propõe o trabalho com a leitura. É preciso que ambos entendam que não se lê só para aprender a ler, mas sim para responder as suas necessidades pessoais. Faz-se necessário prosseguir com Soligo (1999, p.58-59), ao afirmar que ―os alunos devem ver na leitura algo interessante e desafiador, uma conquista capaz de dar autonomia e independência. E devem estar confiante, condição para enfrentar o desafio e aprender fazendo‖. O estudante precisa sentir-se estimulado para desen- volver uma prática constante de leitura, precisa deparar-se com situações com as quais possa raciocinar, refletir e progredir cognitivamente precisa esforçar-se para se encaixar no perfil do leitor crítico e para isso, dois pontos são de suma importância: o tipo de material utilizado e a proposta pedagógica que se realiza dentro das instituições de ensino. A sala de aula é um ambiente completamente conhecido de todos nós, todo aluno que tenha tido o mínimo de escolaridade, apresenta um nível de intimidade com esse espaço. A função da escola não é só de ensinar a ler mecanicamente, mas ensinar ler criticamente, a in- terpretar os diferentes tipos de leitura, para evitar a reprodução das desigualdades sociais, co- nhecendo-as e buscando superá-las por meio da aquisição da leitura e da escrita, e assim tor- nar a sociedade mais igualitária, ―querendo educar e promover um tipo de leitor que não se adapte ou se ajuste inocentemente à realidade que está aí‖ (SILVA, 2002, p.4). O papel do professor como mediador entre a leitura e o aluno torna-se cada vez mais importante, uma vez que sua participação no processo de desenvolvimento da criança influen- cia sobremaneira na formação do gosto pela leitura. Cagliari: A leitura não pode ser uma atividade secundária na sala de aula ou na vida, uma atividade para a qual a professora e a escola não dedicam mais que uns míseros minutos, na ânsia de retornar aos problemas da escrita, julgados mais importantes. Há um descaso enorme pela leitura, pelos textos, pela pro- gramação dessa atividade na escola; no entanto, a leitura deveria ser a maior herança legada pela escola aos alunos, pois ela, e não a escrita, será a fonte perene de educação, com ou sem escola. (1993, p. 173) A experiência nos mostra que não há receitas prontas para desenvolver o gosto pela leitura, mas podemos torná-la um hábito, oportunizando meios para que o aluno leia e com- preenda a essência desta atividade, uma vez que nem todos assimilam os conhecimentos da mesma forma ou apresentem vontade própria para ler, mas sabemos que a leitura é indispen- sável para o desenvolvimento social e intelectual do ser humano. Ao observar a problemática que norteia o estudo desta proposta observa-se que as discussões a cerca da formação do aluno como leitor é um tema de grande relevância quando se propõe debater sobre o desenvolvimento deste no âmbito escolar. Muitas práticas escolares que se consolidamcom esse objetivo estão presentes hoje nas salas de aula e uma discussão acerca da condução dessas práticas têm sido necessária para que se entenda o porquê, apesar das permanentes atividades com leituras, muitos alunos afirmam que não gostam de ler. Tomando como base, a concepção de leitura como prática social, julgou-se relevante o desenvolvimento do presente projeto que visa propagar a importância da leitura como fonte de informação e disseminação de cultura. Desta forma, justifica - se a escolha desta Produção Didático Pedagógica no âmbito de desenvolver um espaço para a prática da leitura no espaço escolar e, principalmente, em sala de aula, o educador deve se questionar sobre o papel da leitura na vida social do indiví- duo em formação. Uma vez que este precisa possuir esclarecimentos sobre o tema e também traçar objetivos para que efetivamente se desenvolva a prática de leitura nos educandos. Segundo Freire (2003), o papel do educador não se limita a criar condições de leitura ou propiciar acesso aos livros. O educador deve, antes de tudo, dialogar com o leitor sobre sua leitura, não perder de vista o sentido, ou possíveis sentidos que o leitor dá a leitura, assim a leitura é um processo de elaboração interna daquilo que é externo e importante para o indiví- duo. Assim, o sucesso da leitura em sala de aula ocorre por meio da utilização ampla de estratégias de leitura, fazendo-se necessário que o aluno entre em contato com uma variedade de textos que verificamos no cotidiano, para adquirir autonomia e escolher o tipo de texto que mais se encaixa com o seu gosto ou com as suas necessidades. Por isso, é necessário assegurar aos alunos diversas situações, nas quais a leitura esteja em foco, pois se aprende ler lendo, e a interpretar o que leu interpretando. Porém o aluno só será um leitor crítico, se estiver ao tem- po todo se deparando com uma leitura crítica. Essas estratégias deverão envolver vários tipos de conhecimento e habilidades quando o leitor manusear o texto. Segundo Kleiman (1998, p. 49): ―quando falamos de estratégias de leitura, estamos falando de operações re- gulares para abordar o texto. Essas estratégias podem ser inferidas a partir da compreensão do texto, que por sua vez é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor, isto é, do tipo de respostas que ele dá a pergun- tas sobre o texto, dos resumos que ele faz, de suas paráfrases, como também da maneira como ele manipula o objeto: se sublinha, se apenas folheia sem se deter em parte alguma, se passa os olhos rapidamente e espera a próxima atividade começar, se relê‖. Desta forma, ao desenvolver o trabalho com a leitura o professor deve utilizar estra- tégias diferenciadas, as quais levem os alunos a adquirirem certa familiaridade para abordar o texto, sentindo-se íntimos com o escrito e realizando maneiras próprias e simples de entrar em contato com a leitura e compreender o que leu. Também é bom salientar que a autora mencio- nada acima afirma que as estratégias de leitura são importantes para o leitor apropriar-se do texto. Contudo, não são suficientes para a certeza que o trabalho com a leitura na sala de aula se concretize, se fazendo necessário, então, que se faça um planejamento e coerente com a realidade do aluno. Sabemos que ―muitas estratégias são passíveis de trocas e outras estarão presentes antes, durante e depois da leitura‖ (SOLÉ, 1998, p.89). A autora acrescenta ainda que as estra- tégias de leitura devem estar presentes ao longo de toda atividade. Em sala de aula podemos utilizar várias destas estratégias como: leitura em voz alta, exposição de pensamento, questio- nários, interação com os colegas, troca de ideias e outros. Devemos também utilizar espaços diferentes para que a leitura aconteça, já que normalmente os espaços físicos de uma escola comprometem o ato da leitura, mas podemos procurar bibliotecas, pátios; sair de um ambiente fechado, para outro que estimule o estudante a ter prazer pela leitura e compartilhar com os colegas e professores sua leitura e entendimento de mundo, de forma atrativa e sem receios de formalidades. Portanto, a mudança da prática e compreensão da leitura depende muito das ações do professor e sua intervenção para garantir um ensino de qualidade a fim de que pos- sam levar os alunos a construção da aprendizagem e leitura. Neste sentido, o principal foco deste projeto é desenvolver o hábito pela leitura em horário oposto à sala de aula, uma leitura por prazer, em momentos que estão em casa, ou algum momento na escola que estejam ociosos, que possam ir à biblioteca, retirar um livro que tenha vontade de ler e volte sempre para trocar o mesmo e assim forme uma corrente que irá direcioná-lo no gosto frequente pela leitura. Levando em conta que a função da escola não é apenas ensinar a ler e escrever, mas também levar o aluno a fazer uso da leitura e da escrita para que se envolva nas práticas sociais, percebe-se a necessidade de materiais de leitura que o insiram neste meio e que leve esse indivíduo a entrar no mundo do letramento, pois a leitura básica de livros didáticos muitas vezes foge da realidade do aluno, tornando essa leitura des- motivadora e que o professor não deve determinar o tipo de leitura e sim oportunizar o conta- to com a diversidade de textos, de acordo com o nível de aprendizagem e idade de cada um. A palavra chave para estimular o habito da leitura pode ser ―sedução‖, pois ao seduzir o aluno no processo de iniciação à leitura o professor pode contribuir de para minimizar as dificulda- des que este apresenta durante esta atividade. Sabe-se que a dificuldade durante a leitura afeta diretamente o aluno, não apenas na escola, mas em todos os momentos de sua vida, inclusive fora da escola, onde este se deparará com diversos tipos de textos e interpretação de mundo, portanto tornar suas idas à biblioteca é fundamental para que o aluno vá além e procure livra- rias para desenvolver e aumentar esse hábito. Nesta perspectiva, este material didático pedagógico tem como objetivo incentivar a leitura em alunos do sexto ano visando uma melhor qualidade no ensino aprendizagem, para que eles tenham uma continuidade nos anos seguintes, facilitando, assim, o desenvolvimento sociocultural e intelectual dos educandos. ESPAÇO DE LEITURA COMPARTILHADA Professor! Esta Produção Didático Pedagógica é parte integrante do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, para o qual se faz necessária à elaboração de uma produção didático-pedagógica relativa ao objeto de estudo. Por exigência do Programa, é imprescindível estar relacionada com o Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, conforme a disciplina de Ingresso, sendo acompanhada pelo Professor Orientador. Essa produção didático-pedagógica está sendo elaborada com a intenção de utilizá-la como material didático, enquanto estratégia metodológica, pela professora PDE Aparecida Lazareti Venâncio Ferreira em sua implementação no Colégio Estadual do Campo Professora Godoma B. de Oliveira e, depois, disponibilizar aos demais professores da Rede Estadual de Ensino. Pensando no dia a dia na sala de aula esta produção didático-pedagógica foi elaborada a fim de subsidiar o trabalho com a leitura, dsenvolvendo estratégias que possam transformar a leitura em algo prazeroso e com diferentes gêneros (contos, poemas, fábulas...) com dinâmicas que favoreçam a motivação e enriqueçam o processo da leitura, as quais contribuirão para a formação de um leitor competente, reflexivo e crítico desenvolvendo a capacidade de de entendimento do indivíduo. Este material não pretende esgotar este assunto tão complexo. Tem como intenção estimulá-lo na grande tarefa de conduzir seus alunos ao conhecimento e à troca de experiên- cias no que diz respeito à leitura. O trabalho com aLíngua Materna na escola não deve ser entendido apenas como um instrumento para que o aluno tenha acesso a novas informações, mas como uma nova possibilidade de ver e entender o mundo e de construir significados. Desejo que você professor tenha excelentes resultados com a utilização deste materi- al didático na escola. A importância da leitura se faz presente no nosso universo, desde o momento em que começamos a conhecer ou a compreender o mundo que nos cerca. Para que o homem abra ‗portas‘ para sua percepção é preciso saber refletir. Desse modo, a leitura chega ao nosso espaço para acrescentar um poderoso e essencial instrumento libertário para sobrevivência humana e, assim, ampliar nossa visão e nosso horizonte nas ex- pectativas de vida. Freire (1993), no livro A importância do ato de ler, ressalta a importância da leitura e faz uma avaliação pessoal sobre a sua leitura de mundo. A importância do ato de ler, eu me senti levado – e até gostosamente – a ―re- ler‖ momentos fundamentais de minha prática, guardados na memória, desde as experiências mais remotas de minha infância, de minha adolescência, de minha mocidade, em que a compreensão crítica da importância do ato de ler se veio em mim constituindo (FREIRE, 1993, p.11). A leitura adquire uma extrema importância na vida do indivíduo a partir do momento em que o mesmo adquire o hábito e faz da leitura um momento de prazer e de conhecimento de novas culturas. A importância da leitura esta na formação de cidadãos mais informativos e críticos dentro de uma sociedade. Objetivo Incentivar a leitura em alunos do sexto ano visando uma melhor qualidade no ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa, para que eles tenham uma conti- nuidade nos anos seguintes, facilitando, assim, o desenvolvimento sociocultu- ral e intelectual dos educandos. Professor! Vamos iniciar esta proposta pedagógica a partir da leitura do texto abaixo, levando os alunos a refletirem a importância da leitura, apenas para um conhecimento prévio. Texto 1 Ler devia ser proibido Guiomar de Grammont A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapa- zes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Don Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos. Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, in- conformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessiva- mente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação. Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais? Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para ca- minhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido. Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Transportam-nos a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nosfazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a desco- brir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas. É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas. Não, não doem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem le- vá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civiliza- ção, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem his- tórias, podem estimular uma curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repe- tição e para o trabalho duro. Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os se- res humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua li- berdade. O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas leem por razões uti- litárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômo- das. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitu- ra? É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem do submisso. Para executar ordens, a palavra é inútil. Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros senti- mentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histó- rias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida. Ler pode tornar o homem perigosamente humano. Referência bibliográfica do texto: PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp.71-3. 1. Fazer oralmente a compreensão do texto. a - Para formular previsões sobre o texto que será lido: Conhecem alguém que deteste livros? b - Para esclarecer dúvidas, sobre o texto lido: Que assuntos podem ser relacionados com o tema da leitura? Com quem vivia a menina? Afinal por que é que ela não gostava de livros? Como termina a história? Se pudesse mudar a história, qual parte que gostaria de mudar? Por quê? Professor! Espera-se que ao final desta oficina os alunos compreendam a importância da leitura em seu contexto sociocultural. Para complementar a leitura acima assista ao vídeo: A MENINA QUE ODIAVA LIVROS ATIVIDADE http://www.youtube.com/watch?v=geQl2cZxR7Q%20(acesso Pensar em leitura enquanto prática social pressupõe pensar nas múltiplas relações que o sujeito-leitor exerce na interação com o universo sociocultural a sua volta; é pensar em um leitor apto a usar a leituracomo fonte de informação e disseminação de cultura, pois, Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa que cer- tas respostas podem ser encontradas na escrita, significa poder ter acesso a essa escrita, significa construir uma resposta que integra parte das novas in- formações ao que já se é. (FOUCAMBERT, 1994, p.5). Nesta perspectiva, Foucambert (1994) afirma que a leitura é um instrumento de po- der, porque dá ao sujeito a capacidade de ampliar seus conhecimentos e as suas possibilidades comunicativas, propiciando-lhe acesso à cultura, enriquecendo-o e permitindoque exerça o papel de sujeito de sua própria história, ao buscar se transformar para transformar a realidade em que está inserido. Objetivo Professor! Nesta oficina será entregue um questionário aos alunos para que tenhamos uma ideia do quan- to leem e do que gostam de ler. ATIVIDADE Nesta atividade será entregue uma enquete aos alunos, a fim de avaliar a presença da leitura em suas vidas. Desenvolver o interesse pela leitura, o valor pelo saber ler e compreender o que se lê. Colégio Estadual do Campo Professora Godoma B. de Oliveira Professor PDE: Aparecida LazaretiVenancio Ferreira Turmas: 6° ano do ensino fundamental 1-Você faz leitura em casa? ( ) sim ( ) às vezes ( ) nunca 2-Se você lê, qual tipo de leitura faz? ( ) gibi ( ) livros ( )revista ( ) jornal 3-Você vê alguém de sua família fazendo leitura? ( )sim ( ) às vezes ( ) nunca 4- Alguém em casa lhe incentiva à leitura? ( ) sim ( )Não 5-Você lê porque gosta ou por obrigação? Justifique; 6 - Quando faz leitura, você entende o texto ( ) Sim ( )Não ( )Precisa reler várias vezes para entender 7- Que tipo de leitura você gosta: ( ) Fábulas ( ) Contos ( ) Gibis ( ) Livros narrativos ( ) Outros. Quais?__________________________________________ 8- Gostaria de ter mais acesso à biblioteca para levar livros para ler em casa? ( ) sim ( ) não 1. Analise de dados: Depois de recolher a enquete o professor deve fazer uma análise do que a maioria dos alunos gosta de ler, selecionar e levar para a sala de aula. 2. Caixa de leitura: Levar as obras literárias indicadas pelos alunos na caixa da leitura.Inicialmente a proposta exigirá a leitura silenciosa. Após a leitura cada aluno comentará sobre para o grupo sobre a história que acabou de conhecer e dizer se gostou e o que mais gostou. ATIVIDADE Professor! No espaço de Leitura é importante que a atividade seja proposta em um ambiente fo- ra da sala de aula. As bibliotecas são antes de qualquer coisa espaços voltadas para leitura, uma biblio- teca bem estruturada, dinamizada por profissionais especializados (bibliotecários) pode se tornar uma ferramenta poderosa na formação de leitores, quando são realizados projetos que visem desenvolver o habito de frequentá-las. A biblioteca escolar, como nos apresenta Motta (1999): ―... dentro de uma instituição deve estar bem definida quanto à sua organiza- ção e funcionamento para que venha facilitar o ensino e a aprendizagem‖, é imprescindível, devendo, portanto, ser um lugar bem gerenciado, organizado e prazeroso (MOTTA, 1999, p. 21). Incentivar o hábito de desfrutarde uma biblioteca, tendo em vista desenvolveruma sociedade leitora é tarefa de todos os educadores comprometidos com a educação. Precisamos compreender que a leitura além de proporcionar momentos de laser, é uma ferramenta indis- pensável se quisermos fazer parte de uma sociedade com capacidade para ser realmente livre e atuante. Objetivo Conhecer o espaço Biblioteca de nossa escola e escolher uma obra literária para ler. Professor! Para que a biblioteca cumpra a função de expandir o conhecimento, é preciso diversificar o acervo e torná-la um ambiente de descobertas. Apesar de não ser o responsável pela organiza- ção das prateleiras, cabe ao professor conhecer a variedade de títulos e materiais disponível nas bibliotecas escolares para, como um planejamento eficiente e estratégias pensadas, enri- quecer o ensino dos conteúdos curriculares. ATIVIDADE 1. Vamos conhecer nossa biblioteca. Deixar os alunos explorarem o espaço da biblioteca. Neste momento o professor deverá con- duzir alguns questionamentos: O que vocês mais gostam de espaço e o que menos gostam? Vocês sugeriam alguma mudança na organização desta biblioteca para torná-la mais acolhedora. Vocês conhecem a função da bibliotecária? Vocês podemindagá-la sobre as obras literárias, desde amais antiga a mais recente. 2. Agora que você conheceu o espaço da biblioteca escolha uma obra literária para levar para casa e realizar a leitura da mesma. Neste momento o professor deve explicar aos alunos que após lerem a historia este devem desenhar em uma cartolina a parte que mais gostou da história, registrando o nome da obra e autor. 3. Socializando as obras. Na próxima aula os alunos irão apresentar as obras lidas e o cartaz contendo informações a cerca da obra e a ilustração. Esta atividade deverá ser feita na biblioteca e os cartazes serão dispostos neste espaço tornando-o mais atrativo. Asproduções serão expostas no Espaço de Leitura Compartilhada para quetodos alu- nos do Colégio tenham acesso. Espaço de Leitura Professor! Incentive seus alunos a frequentarem a biblioteca de sua escola. O conto em sua forma breve e concisa constrói este seu jeito de ser: condensa, con- trai, economiza os meios narrativos e alimenta o conflito entre os elementos, até o desfecho. O conto é um exemplo de linguagem viva, histórica, dinâmica e contextualizada. A caracterís- tica marcante do conto seria a forma breve de contar uma história, em suas conclusões o conto caracterizar-se-ia pela economia dos meios narrativos e de estilo e pela tensão da narrativa. O gênero conto pertence ao modo narrativo. Este desperta desde cedo à curiosidade de quem o lê ou de quem o ouve, caracterizando-se como uma narrativa breve em que circu- lam personagens em reduzido número e alvo de uma escassa caracterização, revelando uma ação bastante concentrada em torno de uma peripécia particular que de algum modo provocou a desestabilização num ambiente inicialmente favorável (LOPES, 1990, p. 75). Objetivo Professor! Podemos compreender que os contos são textos que possibilitam uma interpretação sobre as experiências da vida por isso devemos indicá-los como estratégia de leitura de sua importân- Incentivar e desenvolver leitura de contos a fim de incentivar a formação de leitores. cia para mediar à formação de leitores. Os contos possibilitam a inserção dos alunos no mun- do da leitura prazerosa e lúdica, estimulando a imaginação e a criatividade. Preparando a leitura: 1. Você gosta de ler? 2. Você já leu ou gosta de ler contos? Se sim, quais você já leu? 3. Você sabe quais são os tipos de contos? 4. Você conhece, por exemplo, os contos Cinderela, Chapeuzinho Vermelho e Branca de Ne- ve? 5. Você conhece um conto em que a personagem fica presa em uma torre e tem uma trança enorme? 6. Como são, normalmente, as personagens dos contos citados? 7. Identifique as imagens abaixo, a quais histórias elas pertencem? ----------------------------------------------------- ------------------------------------------------ ------------------------------------------------ -------------------------------------------------- RESGATANDO O CONHECIMENTO COTIDIANO Desde pequeninos ouvimos histórias contadas por alguém, seja por familiares, ami- gos, e uma grande parte delas pelos livros. Quem não conhece a história do Chapeuzinho Vermelho, A bela Adormecida, Os Três Porquinhos, entre tantas outras, não é verdade?E quando falamos sobre elas, lembramo-nos de alguns elementos que já são do nosso conhecimento, isto é, sabemos que são contadas por alguém, que acontecem em um determi- nado lugar e com algumas pessoas, entre outros aspectos. Há também aquele do qual não po- demos nunca nos esquecer: o fato de que toda história pertence a uma modalidade de texto – o chamado texto narrativo, ou seja, está relacionado com o ato de narrar, relatar sobre um de- terminado assunto. Entre os tipos de textos que representam esta modalidade está o conto, que se carac- teriza por ser uma narrativa curta, no qual o espaço e o tempo são reduzidos, com também, apresenta poucos personagens. Estas são algumas das características que a ele pertencem, mas há outras que também precisamos conhecer. Para isso, logo abaixo segue um exemplo, e por meio dele estudaremos todas as partes que serão discutidas. Então, vamos à análise. Compreendendo o Gênero Conto Características do Gênero Conto Introdução (ou apresentação) Constitui o início da história a ser narrada. Neste momento, o narrador apresenta os fatos ini- ciais, os personagens e, na maioria das vezes, o tempo e o espaço. Complicação (ou desenvolvimento) Representa a parte em que se desenvolve o conflito. O conflito é o momento em que algo co- meça a acontecer, e nós, como leitores, ficamos surpresos à espera do que está por vir. Clímax É o momento mais tenso da narrativa, pois tudo pode acontecer, podendo ser aquilo que espe- rávamos ou não. Desfecho (ou conclusão) Revela o final da história, a solução para o conflito, sendo que este fim poderá ser de vários modos: triste, alegre, surpreendente, engraçado, e até mesmo trágico. ENTENDENDO A ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO GÊNERO CONTO 1- Leia o texto abaixo, observando a estrutura e os elementos narrativos deste pequeno conto e responda as questões que se seguem. 1) Quanto ao personagem que conta a história, trata-se de um narrador-personagem, que parti- cipa da história, ou de um narrador-observador (onisciente), que conta o que se passou com outros personagens? Identifique uma frase que exemplifique isto. 2) Quem são os personagens? 3) Que palavras ou expressões indicam quando aconteceu a história? 4) Em que lugar os fatos aconteceram? 5) Qual é a situação inicial da história? 6) Em que momento essa situação se complica? Por quê? 7) O que deixou o personagem principal triste? 8) Como o narrador termina sua história? Histórias para o Rei Nunca podia imaginar que fosse tão agradável a função de contar histórias, para a qual fui nomeado por decreto do Rei. A nomeação colheu-me de surpresa, pois jamais exerci- tara dotes de imaginação, e até me exprimo com certa difi- culdade verbal. Mas bastou que o rei confiasse em mim para que as histórias me jorrassem da boca à maneira de água cor- rente. Nem carecia inventá-las. Inventavam-se a si mesmas. Este prazer durou seis meses. Um dia, a Rainha foi falar ao Rei que eu estava exagerando. Contava tantas histórias que não havia tempo para apreciá-las,e mesmo para ouvi-las. O Rei, que julgava minha facúndia uma qualidade, passou a considerá-la um defeito, e ordenou que eu só contasse meia história pordia, e descansasse aos domingos. Fiquei triste, pois não sabia inventar meia história. Minha insuficiência desagradou, e fui substituído por um mudo, que narra por meio de sinais, e arranca os maiores aplausos. ANDRADE, Carlos Drummond de. Histórias para o Rei. Rio de Janeiro: Record, 1999. Título Apresentação Complicação Clímax Desfecho ANÁLISE DE TEXTO A princesa e a ervilha. Havia uma vez um príncipe que queria se casar com uma princesa, mas não se contentava com uma princesa que não fosse de verdade. De modo que se dedicou a procurá-la no mundo inteiro, ainda que inutilmente, pois todas que via apresentavam algum defeito. Princesas havia muitas, porém não podia ter certeza, já que sempre havia nelas algo que não estava bem. Assim, regressou ao seu reino cheio de sentimento, pois desejava muito uma princesa verdadeira! (Esta parte representa a introdução da história) Certa noite, caiu uma tempestade horrível. Trovejava e chovia a cântaros. De repen- te, bateram à porta do castelo, e o rei foi pessoalmente abrir. No umbral havia uma princesa. Mas, Santo Céu, como havia ficado com o tempo e a chuva! A água escorria por seu cabelo e roupas, seu sapato estava desmanchando. Apesar disso, ela insistia que era uma princesa real e verdadeira. "Bom, isso vamos saber logo", pensou a rainha velha. E, sem dizer uma palavra, foi ao quarto, tirou toda a roupa de cama e colocou uma ervilha no estrado, em seguida colocou vinte colchões sobre a ervilha, e sobre eles vinte almo- fadas feitas com as plumas mais suaves que se pode imaginar. Ali teria que dormir toda a noite a princesa. (Nesta parte constatamos a complicação, pois algo de novo aconteceu. Mas o que ocorre depois disso? Algo mais emocionante ainda? Será que com tudo isso a princesa ainda perceberá?). Na manhã seguinte, perguntaram-lhe como tinha dormido. -Oh, terrivelmente mal! - disse a princesa. Não consegui fechar os olhos toda a noite. Vá se saber o que havia nessa cama! Encostei-me em algo tão duro que amanheci cheia de dores. Foi horrível. (Aqui, percebemos o clímax, ou, seja o momento de maior expectativa). Ouvindo isso, todos compreenderam que se tratava de uma verdadeira princesa, já que havia sentido a ervilha através dos vinte colchões e vinte almofadões. Só uma princesa podia ter uma pele tão delicada. E assim o príncipe casou com ela, seguro que sua era uma princesa completa. A ervi- lha foi enviada a um museu onde pode ser vista, a não ser que alguém a tenha roubado. (Aqui, certamente que você percebeu que se trata do final e, para a alegria de todos, feliz, não é mesmo?) Hans Christian Andersen (http://poiesisboniatti.hd1.com.br/indicacoes/contos_infantis_andersen.pdf) Texto 1 Plebiscito Arthur Azevedo A cena passa-se em 1890. A família está toda reunida na sala de jantar. O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade. Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga. Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias. Silêncio De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta: ATIVIDADE Leia os contos abaixo: 1 ° Momento: Realize a leitura silenciosa. 2 ° Momento: Ouça a leitura realizada pelo professor. 3 ° Momento: Leitura coletiva. 4° Momento: Interpretação oral — Papai, que é plebiscito? O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme. O pequeno insiste: — Papai? Pausa: — Papai? Dona Bernardina intervém: — Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar, que lhe faz mal. O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos. — Que é? que desejam vocês? — Eu queria que papai me dissesse o que é plebiscito. — Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda o que é plebiscito? — Se soubesse, não perguntava. O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaio- la: — Ó senhora, o pequeno não sabe o que é plebiscito! — Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei. — Que me diz?! Pois a senhora não sabe o que é plebiscito? — Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe o que é plebiscito. — Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante! — A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga o que é plebiscito! Então? A gente está esperando! Diga!... — A senhora o que quer é enfezar-me!— Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe per- guntou o que era proletário. Você falou, falou, falou, e o menino ficou sem saber! — Proletário — acudiu o senhor Rodrigues — é o cidadão pobre que vive do trabalho mal remunerado. — Sim, agora sabe porque foi ao dicionário; mas dou-lhe um doce, se me disser o que é ple- biscito sem se arredar dessa cadeira! — Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças! — Oh! Ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: — Não sei, Manduca, não sei o que é plebiscito; vai buscar o dicionário, meu filho. O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada: — Mas se eu sei! — Pois se sabe, diga! — Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo! E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o seu quar- to, batendo violentamente a porta. No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um dicionário... A menina toma a palavra: — Coitado de papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é tão perigoso! — Não fosse tolo — observa dona Bernardina — e confessasse francamente que não sabia o que é plebiscito! — Pois sim — acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involuntário de toda aquela discussão — pois sim, mamãe; chame papai e façam as pazes. — Sim! Sim! Façam as pazes! — diz a menina em tom meigo e suplicante. — Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangaram-se por causa do plebiscito! Dona Bernardina dá um beijo na filha, e vai bater à porta do quarto: — Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco. O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente. Ele entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balanço. — É boa! — brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio — é muito boa! Eu! eu igno- rar a significação da palavra plebiscito! Eu!... A mulher e os filhos aproximam-se dele. O homem continua num tom profundamente dogmático: — Plebiscito... E olha para todos os lados a ver se há ali mais alguém que possa aproveitar a lição. — Plebiscito é uma lei decretada pelo povo romano, estabelecido em comícios. — Ah! — suspiram todos, aliviados. — Uma lei romana; percebem? E querem introduzi-la no Brasil! É mais um estrangeirismo!... Arthur Azevedo Arthur Nabantino Gonçalves de Azevedo, nascido em São Luís do Maranhão a 07 de julho de 1855, é uma das grandes figuras do humorismo brasileiro. Foi jornalista, comediógrafo, contista e poeta. Em toda sua obra campeia um fino e gracioso humorismo. Autor dos "Contos Possíveis", "Contos Efêmeros", "Contos fora de moda", "Contos em verso", "Contos Cario- cas" e "Vida alheia", espalhou também sua verve em dezenas de revistas teatrais e de esfuzi- antes comédias, entre as quais sobressaem "O Dote", "A Almanjarra", "A Véspera de Reis", "O Oráculo", "Vida e Morte", "Entre a Missa e o Almoço", "Entre o Vermute e a Sopa", "Re- trato a Óleo" e "O amor por Anexins". Trabalhou nos principais jornais da época, no Rio de Janeiro, tendo fundado e dirigido "A Gazetinha", "Vida Moderna" e "O Álbum". Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, em que ocupou a cadeira n. 29, para a qual tomou Martins Penna como patrono, faleceu no Rio de Janeiro a 22 de outubro de 1908. Texto extraído do livro ―Contos fora da moda‖, Editorial Alhambra – Rio de Janeiro, 1982, pág. 29. Texto 2 Um Apólogo Machado de Assis Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha: — Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma cousa neste mundo? — Deixe-me, senhora. — Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Re- pito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça. — Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros. — Mas você é orgulhosa. — Decerto que sou. — Mas por quê? — É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu? — Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu? — Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados... — Sim, mas que vale isso? Eu é que furo o pano, vou adiante, puxando por você, que vem atrás obedecendo ao que eu faço e mando... — Também os batedores vão adiante do imperador. — Você é imperador? — Não digo isso. Mas a verdade é que você faz um papel subalterno, indo adiante; vai só mostrando o caminho, vai fazendo o trabalho obscuro e ínfimo. Eu é que prendo, ligo, ajun- to... Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a linha na agu- lha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante, que era a me- lhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha: — Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta distinta cos- tureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima... A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela, silen- ciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile. Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se, levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto compunha o vesti- do da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou dali, alisando, abotoan- do, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe: — Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do ves- tido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos, diga lá. Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor experiên- cia, murmurou à pobre agulha: — Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para ninguém. Onde me espetam, fico. Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça: — Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária! Texto extraído do livro "Para Gostar de Ler - Volume 9 - Contos", Editora Ática - São Paulo, 1984, pág. 59. Machado de Assis Joaquim Maria Machado de Assis é considerado um dos mais importantes escrito- res da literatura brasileira. Nasceu no Rio de Janeiro em 21/6/1839, filho de uma famí- lia muito pobre. Mulato e vítima de preconceito, perdeu na infância sua mãe e foi cri- ado pela madrasta. Superou todas as dificuldades da época e tornou-se um grande es- critor. Na infância, estudou numa escola pública durante o primário e aprendeu fran- cês e latim. Trabalhou como aprendizde tipógrafo, foi revisor e funcionário público. Publicou seu primeiro poema intitulado Ela, na revista Marmota Fluminense. Traba- lhou como colaborador de algumas revistas e jornais do Rio de Janeiro. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de letras e seu primeiro presidente. Podemos divi- http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil http://www.suapesquisa.com/o_que_e/latim.htm http://www.suapesquisa.com/o_que_e/poema.htm dir as obras de Machado de Assis em duas fases: Na primeira fase (fase romântica) os personagens de suas obras possuem características românticas, sendo o amor e os re- lacionamentos amorosos os principais temas de seus livros. Desta fase podemos des- tacar as seguintes obras: Ressurreição (1872), seu primeiro livro, A Mão e a Luva (1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878). Na Segunda Fase (fase realista), Machado de Assis abre espaços para as questões psicológicas dos personagens. É a fase em que o autor retrata muito bem as características do realismo literário. Machado de Assis faz uma análise profunda e realista do ser humano, destacando suas vontades, necessi- dades, defeitos e qualidades. Nesta fase destaca-se as seguintes obras: Memórias Pós- tumas de Brás Cubas (1881), Quincas Borba (1892), Dom Casmurro (1900) e Memo- rial de Aires (1908).Machado de Assis também escreveu contos, tais como: Missa do Galo, O Espelho e O Alienista. Escreveu diversos poemas, crônicas sobre o cotidiano, peças de teatro, críticas literárias e teatrais. Machado de Assis morreu de câncer, em sua cidade natal, no ano de 1908. Reúna os alunos na sala de vídeo para assistir as obras fílmicas: Hora da Pesquisa! Leve os alunos no laboratório de in- formática e peça para que eles pes- quisem um conto. Leia e depois conte para a turma. Espaço para outras leituras. A princesa e o sapo Um Conto de Natal http://www.suapesquisa.com/romantismo/romantismo.htm http://www.suapesquisa.com/realismo http://youtu.be/d0MQV-Q7JjQ http://youtu.be/a9Wv3jGh_7o Professor! Espera-se que nesta oficina os alunos desenvolvam o gosto pela leitura de conto. Trata-se de um gênero narrativo ficcional bastante popular. É uma história curta, vi- vida por animais e que termina com uma conclusão ético- moral. As fábulas eram narrativas orais, e não se sabem ao certoquem as criou. Os fabulistas usam animais como personagens de suas histórias e colocam-nos em circunstâncias que lembram situações da vida humana, tor- nando-os uma espécie de símbolo. Por exemplo, a formiga, representando o trabalho; o cor- deiro, a inocência; o burro, a estupidez; o cachorro, a lealdade. As fábulas costumam apresen- tar tempo e lugar imprecisos, e geralmente sua moral sintetiza as ideias principais do texto, transmitindo assim umensinamento. É um gênero de grande projeção pragmática por seu claro objetivo moralizador, vai ao encontro dos hábitos, das expectativas e das disponibilidades culturais do leitor. O gênero fabula existe desde a antiguidade, muito usada para servir como exemplo, dizia Aristóteles. Ela é antes de qualquer coisa uma fala, possui uma intenção, seja por recur- sos linguísticos presentes no texto ou situações da fala. ―Nesse sentido a fábula vai além dos limites de uma mera narração ao buscar realizar, com sua enunciação, uma ação que vai além do simples fato de narrar‖ (Sileiman apud Dezotti, 1998). A grande lição da fábula não reside no ensinamento moral, mas no fato de colocar em evidência as estratégias de comunicação para que o homem alcance seus objetivos, que nem sempre são nobres. O fabulista acaba revelando verdadeiros instrumentos dos quais ele se serve para ludibriar, mentir e oprimir, podendo chegar ao preciosismo para ensinar, revelar e libertar (Coppola, 2001). Objetivo Professor! Ao trabalhar com gênero fabula e contos na sala de aula, o professor estará proporcionando uma estratégia de leitura diferenciada que apresenta temáticas atuais que necessitam ser inda- gadas na escola, a fim de formar leitores críticos e participantes na sociedade que estão inseri- dos. RESGATANDO O CONHECIMENTO COTIDIANO Preparando a leitura: Você conhece o gênero fábula? Já ouviu ou leu alguma? Onde normalmente encontramos estas histórias? O que as diferencia de outros textos? Para quem são escritas? Você considera que as fábulas são textos que transmitem ensinamentos para o leitor? Oportunizar os alunos a leitura e o reconhecimento d o gênero fábula. As fábulas pertencem ao grupo de histórias criadas pela tradição oral, juntamente com os contos de fadas, as lendas e os mitos. Elas são um tipo de narrativa que se caracteri- zam pela estrutura simples, são pequenas histórias que têm a intenção de transmitir ―lição de moral‖, ou seja, refletir sobre concepções de viver. Esta moral da fábula não constitui uma conclusão definitiva. Portanto a moral pode variar de acordo com quem lê a história. A origem da fábula é oriental e muitas foram encontradas no Egito antigo e na Índia, mas ficaram conhecidas no Ocidente graças, principalmente, a fontes gregas, em especial a de Esopo, escravo grego que teria vivido no século V a.C.Esopo criava histórias baseadas em animais para mostrar como devemos agir com sabedoria. Suas fábulas foram reescritas em versos por Fedro, escravo romano, e no século XVII d.C.por Jean de La Fontaine, um poeta francês. La Fontaine criava suas histórias com um único objetivo: tornar os animais os princi- pais agentes da educação dos homens. Para isso, os animais foram colocados em situações que serviam de exemplos para todos, ou seja, tornaram-se símbolos. No Brasil, o grande responsável por reavivar as antigas fábulas foi Monteiro Lobato, que ao final de suas narrativas oportuniza as crianças opinarem sobre a possibilidade de alte- ração da história ou da moral sugerida, e criticarem as atitudes que consideram errôneas e moralistas, ou seja, embora mantenha a ideia de que a fábula tenha uma moral, Lobato sugere que o leitor deva tirar sua própria conclusão. A estrutura da fábula apresenta: Apresentação ou situação inicial; Compreendendo o Gênero Fábula Característica do Gênero Fábula Problema ou obstáculo da situação; Resolução da situação; Resultado final-Moral; As fábulas contem: • Histórias curtas Há um só conflito, isso resulta numa narrativa resumida; • Diálogo No que se refere à linguagem, a fábula é objetiva gerando poucas descrições e muitos diálo- gos; • Personagens Os animais são usados como personagens que representam virtudes, defeitos e características dos seres humanos. São utilizados de forma simbólica para criticar ou exaltar esses compor- tamentos; • Moral A moral escrita no final da fábula reproduz um provérbio, um dito popular, cujos temas prin- cipais são lealdade, generosidade e as virtudes do trabalho. ENTENDENDO A ORGANIZAÇÃO TEXTUAL DO GÊNERO O CORVO E A RAPOSA 1. APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO: Estágio [E#1.1] Um corvo, tendo roubado um pedaço de carne, pousou sobre uma árvo- re. Uma raposa o viu e, 2. PROBLEMATIZAÇÃO DA SITUA- ÇÃO: Estágio [E#2.1] querendo apoderar-se da carne, Estágio [E#2.2] pôs-se diante dele, elogiando seu tamanho e sua beleza, dizendo que ele, mais que todos os pássaros, merecia ser rei e que isso realmente aconteceria se ele tivesse voz. 3. RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO: Estágio [E#3.2] Querendo mostrar-lhe que também voz ele tinha, o corvo deixou cair a carne e pôs-se a soltar grandes gritos. Estágio [E#3.3] A raposa precipitou-se e, tendo pegado a carne, disse: ―Ó corvo, se tu tivesses também inteligência, nada te faltaria para seres o rei de todos os pássaros‖. 4. FECHAMENTO: Estágio [E#4.1] MORAL: A fábula é apro- priada ao homem tolo.ou Desconfie dos bajuladores, esses sempre se aproveitam da situação, para tirar vantagem sobre você. Esopo O MACACO E O CORVO 1. APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO: Estágio [E#1.1] Andando na floresta, um macaco avistou um corvo com um pedaço enorme de queijo no bico. 2. PROBLEMATIZAÇÃO DA SITUA- ÇÃO: Estágio [E#2.1] ―Vou comer aquele queijo ou não me chamo macaco‖, vangloriou-se o macaco. Estágio [E#2.2] E berrou para o corvo: ―Olá compadre! Você está bonito hoje! Lindo, maravilhoso! Jamais o vi tão bem! Negro, brilhante, luzidio. Penso que hoje, se quises- se cantar, sua voz seria a mais bela de toda a floresta. Gostaria de ouvi-lo cantar, compa- dre corvo, poderá dizer a todo mundo que você é o Rei dos Pássaros‖. 3. RESOLUÇÃO DA SITUAÇÃO: Estágio [E#3.3] Naturalmente, o queijo caiu no chão e imediatamente foi devorado pelo macaco astuto. ―Obrigada pelo queijo!‖, gri- tou feliz o macaco. 4. FECHAMENTO: Estágio [E#4.1] MORAL: Jamais confie em puxa-sacos. Millôr Fernandes Vamos revisar! A fábula é uma narrativa breve em prosa ou verso, composta por personagens que são, geralmente, representados por animais, cujas ações passam uma lição de moral. Sua sin- gularidade reside fundamentalmente na apresentação direta das virtudes e dos defeitos do caráter humano, ilustrados pelo comportamento humanizado dos animais. Normalmente, a fábula é formada por duas partes: a narrativa (trabalha as imagens, que constituem a forma sensível, o corpo dinâmico e figurativo da ação) e a moralidade (trabalha com conceitos ou noções gerais, que sugerem uma verdade e uma reflexão aos homens). CARACTERÍSTICAS DA FÁBULA Resumindo, temos a seguinte estrutura para uma fábula: 1. A estrutura narrativa possui: Situação inicial Obstáculo Tentativa de solução Resultado final Moral 2. Moral - linguagem temática, dissertativa, transmissora de algum ensinamento. Dessa forma, a fábula nos leva a dois mundos: • o imaginário, o narrativo, fantástico; • o real, o dissertativo, temático. ATIVIDADE Roda de Leitura Leitura de fábulas diversas. A CIGARRA E A FORMIGA A cigarra, sem pensar em guardar, a cantar passou o verão. Eis que chega o inverno, e então, sem provisão na despensa, como saída, ela pensa em recorrer a uma amiga: sua vizinha, a formiga, pedindo a ela, emprestado, algum grão, qualquer bocado, até o bom tempo voltar. "Antes de agosto chegar, pode estar certa a senhora: pago com juros, sem mora." Obsequiosa, certamente, a formiga não seria. "Que fizeste até outro dia?" perguntou à imprevidente. "Eu cantava, sim, Senhora, noite e dia, sem tristeza." "Tu cantavas? Que beleza! Muito bem: pois dança agora..." (Fontaine) A Lebre e a Tartaruga Era uma vez... uma lebre e uma tartaruga. A lebre vivia caçoando da lerdeza da tartaruga. Certa vez, a tartaruga já muito cansada por ser alvo de gozações, desafiou a lebre para uma corrida. A lebre, muito segura de si, aceitou prontamente. Não perdendo tempo, a tartaruga pôs-se a caminhar, com seus passinhos lentos, porém,firmes. Logo a lebre ultrapassou a adversária, e vendo que ganharia fácil, parou e resolveu cochilar. Quando acordou, não viu a tartaruga e começou a correr. Já na reta final, viu finalmente a sua adversária cruzando a linha de chegada, toda sorridente. Moral da história: Devagar se vai ao longe! Fonte: Esopo. O leão e o ratinho Um leão, cansado de tanto caçar, dormia espichado debaixo da sombra boa de uma árvore. Vieram uns ratinhos passear em cima dele e ele acordou. Todos conseguiram fugir, menos um, que o leão prendeu debaixo da pata. Tanto o ratinho pediu e implorou que o leão desistiu de esmagá-lo e deixou que fosse embora. Algum tempo depois o leão ficou preso na rede de uns caçadores. Não conseguindo se soltar, fazia a floresta inteira tremer com seus urros de raiva. Nisso apareceu o ratinho, e com seus dentes afiados roeu as cordas e soltou o leão. Moral: uma boa ação ganha outra. Fonte: Esopo. A raposa e o fazendeiro Um fazendeiro queria se vingar de uma raposa que de vez em quando causava danos a sua plantação. Assim que terminou a colheita, ele prendeu uma bucha embebida em óleo na cauda da raposa e colocou fogo nela. Na fuga, a raposa correu para os campos do fazendeiro e, ao apagar a cauda na relva, queimou as mudas recém - plantadas. Moral: Quem planta vento, colhe tempestade. O papagaio e a borboleta Um papagaio, pipa de papel, Subindo até as nuvens percebeu No vale, lá embaixo, Uma borboletinha; e gritou-lhe então: - Mal posso te enxergar daqui, creias ou não! Eu acho que tu me invejas voar tão alto assim! - Invejo-te, eu? Eu não! E tu não tens razão De te vangloriares: voas alto sim, Mas voas preso a um fio, e a vida assim Está distante da felicidade. Já quanto a mim É bem verdade Que eu vôo baixo: mas vôo em liberdade: Esvoaço e adejo Onde eu desejo! Nem como tu, tal qual um bobalhão, me gabo sem razão! (krilov, Fábulas russas, tradução Tatiane Belinsky, Melhoramentos). Vocabulário: Creias: acredites. Vangloriares: gabares, contares vantagens. Esvoaço, adejo: dou voos curtos, bato as asas. Perguntas que buscam respostas diretamente em partes do texto: 1. Que capacidade ou habilidade as duas personagens, da fábula, possuíam emcomum? Como você pode comprovar sua resposta? 2. Qual personagem provocou o diálogo? Justifique sua resposta com elementos dotexto. 3. Qual a localização (espaço) das personagens?Perguntas que exige do leitor a produção de inferências textuais: 4. Por que o papagaio provocou o diálogo? 5. O que você acha que a borboleta quis dizer quando falou ―nem como tu, tal qualum boba- lhão, me gabo sem razão. 6. Assinale os três provérbios que comprovam que o ensinamento transmitido pela fábula à sabedoria popular: Antes só do que mal acompanhado. Em boca fechada não entra mosquito. Quem fala o que quer, ouve o que não quer. A palavra é prata, o silêncio é ouro. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Perguntas que levam o leitor a refletir sobre o tema do texto a partir de experiência de sua vida, criando uma interpretação textual: 7. Em sua opinião, que tipo de pessoa, age como o papagaio? Por quê? 8. Por que você acha que a borboleta chamou o papagaio de bobalhão? Perguntas que relacionam o tema do texto com a vida do leitor: 9. Alguém algum dia, já lhe fez alguma provocação fazendo você se sentir humilhado? Conte como foi e como você se sentiu. 10.Qual das personagens você acha que agiu corretamente? Justifique sua resposta. O ratinho, o gato e o galo Certa manhã, um ratinho saiu do buraco pela primeira vez, pois queria conhecer o mundo. Admirou a luz do sol. O verde das árvores, a correnteza dos ribeirões, a habitação dos homens. E acabou penetrando no quintal duma casa de roça. Examinou tudo cuidadosamente. Em seguida, notou no terreiro um certo animal de belo pêlo, que dormia sossegado ao sol. Aproximou-se dele e farejou-o. Nisto, apareceu um galo, que bate as asas e canta. O ratinho, por um triz, não morreu de susto. Arrepiou-se todo e disparou para a toca. Lá contou a mamãe as aventuras do passeio: - Observei muita coisa interessante – disse ele – mas nada me interessou tanto como dois animais que vi no terreiro. Um, de pêlo macio e ar bondoso, seduziu-me logo. Devia ser um desses bons amigos da nossa gente e lamentei que estivesse a dormir, impedindo-me as- sim de cumprimentá-lo. O outro era um bicho feroz, de penas amarelas,bico pontudo, crista vermelha e aspec- to ameaçador. Bateu as asas barulhentas, abriu o bico e soltou um có-có-ri-có tamanho, que quase caí de costas. Fugi, percebendo que devia ser o famoso gato que tamanha destruição faz no nosso povo. A mamãe rata assustou-se e disse: – Como te engana, meu filho! O bicho de pêlo macio e ar bondoso é que é o gato! O outro, barulhento e espaventado, de olhar feroz e crista vermelha, é o galo, uma ave que nunca nos fez mal nenhum. Moral: As aparências enganam; quem vê cara não vê coração. Adaptação (LOBATO, Monteiro. Fábulas e histórias diversas. In: Obras completas de Monteiro Lobato. São Paulo: Brasiliense, 1952. V. 15). Esopo Esopo foi um fabulista grego, nascido na Trácia (região da Ásia Menor), do século VI a.C.. Personagem quase mítico, sabe-se que foi um escravo libertado pelo seu último senhor, o filó- sofo Janto (Xanto). Considerado o maior representante do estilo literário "Fábulas", possuía o dom da palavra e a habilidade de contar histórias curtas retratando animais e a natureza e que invariavelmente terminavam com tiradas morais. As suas fábulas inspiraram Jean de La Fon- taine e foram objeto de milhares de citações através da história (Heródoto, Aristófanes, Pla- tão, além de diversos filósofos e autores gregos). As primeiras versões escritas das fábulas de Esopo datam do séc. III d. C. Muitas traduções foram feitas para várias línguas, não existindo uma versão que se possa afirmar ser mais próxima da original. Destaca-se, entre os estudiosos da obra esopiana, ÉmileChambry, profundo conhecedor da língua e da cultura gregas. Em 1925 o escrito Chambry publicou, Aesopi - Fabulae (Fábulas de Esopo), contendo 358 fábulas atribuídas ao grande mestre das fábulas.A Raposa e as Uvas é um exemplo dos mais conheci- dos entre as centenas de fábulas que produziu. Monteiro Lobato Contista, ensaísta e tradutor, este grande nome da literatura brasileira nasceu na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, no ano de 1882. Formado em Direito, atuou como promotor público até se tornar fazendeiro, após receber herança deixada pelo avô. Diante de um novo estilo de vida, Lobato passou a publicar seus primeiros contos em jornais e revistas, sendo que, posteriormente, reuniu uma série deles em Urupês, obra prima deste famoso escritor.Em uma época em que os livros brasileiros eram editados em Paris ou Lisboa, Monteiro Lobato tornou-se também editor, passando a editar livros também no Brasil. Com isso, ele implantou uma série de renovações nos livros didáticos e infantis. Este notável escritor é bastante conhe- cido entre as crianças, pois se dedicou a um estilo de escrita com linguagem simples onde realidade e fantasia estão lado a lado. Pode-se dizer que ele foi o precursor da literatura infan- til no Brasil. Suas personagens mais conhecidas são: Emília, uma boneca de pano com senti- mento e ideias independentes; Pedrinho, personagem que o autor se identifica quando criança; Visconde de Sabugosa, a sabia espiga de milho que tem atitudes de adulto, Cuca, vilã que aterroriza a todos do sítio, Saci Pererê e outras personagens que fazem parte da inesquecível obra: O Sítio do Pica-Pau Amarelo, que até hoje encanta muitas crianças e adultos. Escreveu ainda outras incríveis obras infantis, como: A Menina do Nariz Arrebitado, O Saci, Fábulas do Marquês de Rabicó, Aventuras do Príncipe, Noivado de Narizinho, O Pó de Pirlimpimpim, Reinações de Narizinho, As Caçadas de Pedrinho, Emília no País da Gramática, Memórias da Emília, O Poço do Visconde, O Pica-Pau Amarelo e A Chave do Tamanho. Fora os livros infantis, este escritor brasileiro escreveu outras obras literárias, tais como: O Choque das Ra- ças, Urupês, A Barca de Gleyre e o Escândalo do Petróleo. Neste último livro, demonstra todo seu nacionalismo, posicionando-se totalmente favorável a exploração do petróleo apenas por empresas brasileiras. No ano de 1948, o Brasil perdeu este grande talento que tanto contribuiu com o desenvolvimento de nossa literatura. http://www.suapesquisa.com/literaturabrasil http://www.suapesquisa.com/musicacultura/saci-perere.htm http://www.suapesquisa.com/geografia/petroleo http://www.suapesquisa.com/paises/brasil Jean de La Fontaine Jean de La Fontaine nasceu em 8 de julho de 1621. Era filho de um inspetor de águas e flores- tas, e nasceu na pequena cidade de Chateau-Thierry. Estudou teologia e direito em Paris, mas seu maior interesse sempre foi a literatura. Por desejo do pai, casou-se em 1647 com Marie Héricart, na época com apenas 14 anos. Embora o casamento nunca tenha sido feliz, o casal teve um filho, Charles.Em 1652 La Fontaine assumiu o cargo de seu pai como inspetor de águas, mas alguns anos depois colocou-se a serviço do ministro das finanças Nicolas Fouquet, mecenas de vários artistas, a quem dedicou uma coletânea de poemas.Escreveu o romance "Os Amores de Psique e Cupido" e tornou-se próximo dos escritores Molière e Racine. Com a queda do ministro Fouquet, La Fontaine tornou-se protegido da Duquesa de Bouillon e da Duquesa d'Orleans.Em 1668 foram publicadas as primeiras fábulas, num volume intitulado "Fábulas Escolhidas". O livro era uma coletânea de 124 fábulas, dividida em seis partes. La Fontaine dedicou este livro ao filho do rei Luís 14. As fábulas continham histórias de animais, magistralmente contadas, contendo um fundo moral. Escritas em linguagem simples e atraen- te, as fábulas de La Fontaine conquistaram imediatamente seus leitores.Em 1683 La Fontaine tornou-se membro da Academia Francesa, a cujas sessões passou a comparecer com assidui- dade. Na famosa "Querela dos antigos e dos modernos", tomou partido dos poetas anti- gos.Várias novas edições das "Fábulas" foram publicadas em vida do autor. A cada nova edi- ção, novas narrativas foram acrescentadas. Em 1692, La Fontaine, já doente, converteu-se ao catolicismo. Morreu em 13 de abril de 1695. A última edição de suas fábulas foi publicada 1693. Reúna os alunos na sala de vídeo para assistir as obras fílmicas: O Corvo e a RaposaO Gato de Botas - Os Três Diablos. Espaço para outras leituras. http://educacao.uol.com.br/biografias/racine.jhtm http://youtu.be/rTyxfQ3ZmNk http://youtu.be/rTyxfQ3ZmNk Professor! Espera-se nesta oficina que os alunos tenham a oportunidade de conhecer e analisar a tipolo- gia textual, observando que a leitura das fábulas possibilita a reflexão sobre ética, auxiliando na construção de habilidades e competências relacionadas aos conteúdos atitudinais necessá- rios à formação dos cidadãos. A leitura é uma atividade permanente da condição humana, uma habilidade a ser ad- quirida desde cedo e treinada em farias formas. Lê-se para entender e reconhecer, para sonhar viajar na imaginação, por prazer ou curiosidade; lê-se para questionar e resolver problemas. O individuo que lê participa de forma efetiva na construção e reconstrução da sociedade e de si mesmo, enquanto ser humano e sua totalidade. Na sociedade moderna grande parte das ativi- dades intelectuais e profissionais gira em torno da língua escrita. Vê-se então que a proposta ―Espaço de Leitura Compartilhada” vem ao encontro com o domínio da habilidade de lei- tura proficiente garantindo o exercício de cidadania, o acesso aos bens culturais e a inclusão social. Hora da Pesquisa! Leve os alunos no laboratório de in- formática e peça para que eles pes- quisem uma fábula. Leia e depois conte para a turma. A leitura possui um caráter formativo e instrumental, isto é, ela serve para aprimo- rarmos o nosso desempenho em inúmeras atividades que realizamos em nossa vida social, acadêmica e profissional. Através da leitura testamos os nossos valores e experiências com as dos outros. Lajolo (2004, p. 7) esclarece que: A experiência de leitura é de natureza dialógica, coloca o texto com um de- safio parao leitor, inapelavelmente enraizado em suas vivências anteriores, orientado pelo seu horizonte de expectativas. E sua realização se desenvolve no fluxo do diálogo da novidade com o conhecimento, circunstanciado por sensações, emoções, idéias efêmeras, mas com mil desdobramentos. A leitura e a escrita são hoje um dos maiores desafios das escolas, visto que quando estimulada de forma criativa, possibilita a redescoberta do prazer de ler, a utilização da escrita em contextos sociais e a inserção da criança no mundo letrado. Objetivo Professor! Para finalizar as atividades propostas nesta Unidade Didática é importante desenvolver atividades diferenciadas suscitadas a partir do estudo realizado no Espaço de Leitura. RESGATANDO O CONHECIMENTO COTIDIANO Ao falar sobre histórias Cecília Meireles afirma: “Quando eu ainda não sabia ler, brincava com os livros e imaginava-os cheios de vozes, contando o mundo.” Desenvolver o prazer pela leitura, apreciando as histórias, compreendendo seu enredo, identificando personagens, memorizando as histórias e o vocabulário nelas envolvido e assumindo o desafio de tornarem-se contadoras de histórias, gravando seus recontos. Contação de Histórias Nesta oficina será estimulada a contação de histórias pelos alunos. Escolha um espaço aberto na escola, de preferência no jardim, debaixo de uma boa sombra de uma árvore.Cada aluno deverá contar uma história real ou fictícia que ouviu de seus familiarese compartilha-la com a turma. ATIVIDADE Contação de Histórias com Fantoches. Fantoche como coadjuvante do processo educativo. O fantoche é outro recurso, significativo, para a ―Contação de Histórias‖. Utilizado com muita frequência no ambiente escolar, é um excelente auxiliar na tarefa de contar histó- rias, propiciando ao educador a oportunidade de inserir por meio do boneco um meio físico, real para envolver os alunos de forma mágica e lúdica. O fantoche é mais que um simples boneco, é a "personificação" do personagem que se torna algo real e concreto, que expressa emoções e sentimento por meio dos gestos e da voz de quem o manipula. O fantoche é um objeto de expressão, tem função social, é um ser de comunicação, promovendo relações com o mundo interno, externo e com o outro. Os fantoches são em si provedores de diálogo (SANTOS, 2006, p.75). A construção da história pessoal que vai sendo medida e ampliada pelo outro. Para a criança que ouve é extremamente envolvente e mágico, já que este personagem parece realmente existir. Ela, então, entra no jogo da imaginação, ra- pidamente, acreditando que o fantoche tem vida própria, capaz de manter até um diálogo com o boneco por muito tempo, sem perceber ou dar importância para quem o manipula, ou seja, fica completamente absorvida pelo boneco, que em sua imaginação tem vida, é um ser. Segundo Santos (2006) o fantoche é um objeto que transita entre o mundo interno e o externo da criança. Ele é um símbolo da intimidade de seu ser expresso em brincadei- ra(SANTOS, 2006,p.73). Assim, o fantoche tem alto valor pedagógico, criativo e terapêutico, pois, a criança tanto pode assistir a história, como pode manipula-lo e dar vida àquilo que toca. A oralidade, nesse momento, tem fundamental importância e é com certeza desenvolvida em sua plenitude, pois é ela que garante a expressão de valores, sentimentos, emoções e cria- tividade de quem o manipula, seja o educador. Lembre-se, cada momento é único, assim como cada história contada é única. Dados da atividade Forme grupo de 3 alunos e estes devem escolher um conto ou uma fábula, fazer o estudo do mesmo por meio da leitura e improvisar um teatro com fantoches. Orientações para a atividade. Os fantoches são elementos fundamentais para auxiliar na contação de história, apro- veite e convide os alunos para contar a história junto com você, será uma experiência marcante para ambos; Seja um ator, crie vozes diferentes, e principalmente divirta-se com aquilo que está fazendo. Lembre-se quem dá vida e torna os fantoches interessantes é quem os manuseia, então é bom dar uma ―treinadinha‖ antes de apresentar a história; Para facilitar sua interpretação da história e manipulação dos fantoches é interessante que você leia o texto e saiba as histórias memorizadas, assim elas sairão naturalmente; Opte sempre pela qualidade do que será apresentado, pois se a história for bem conta- da, com certeza eles vão querer ouvir a próxima; ATIVIDADE Fazendo Arte Ainda em grupos os alunos deverão ilustrar em uma cartolina o conto ou a fábula que escolhe- ram na atividade anterior expressando por meio do desenho o enredo da história lida e escre- vendo uma frase para sintetizar o tema abordado no conto ou fábula. Professor! Para incentivar ainda mais o contato com a leitura apresente as peças teatrais com fantoches a sua comunidade escolar, oportunizando a todos o acesso à cultura e conhecimento. Neste dia além de cenário para fazer o teatro com fantoche, monte também o mural ―Espaço de Leitura Compartilhada com os cartazes produzidos‖, incentivando a escola a realizar leituras e tam- bém anexar novos textos. ATIVIDADE Exposição de Livros. Fazer uma exposição dos livros que foram lidos pelos alunos à outras turmas, onde cada um poderá dar depoimentos do quanto esse projeto acrescentou novos conhecimentos por meio da leitura, bem como suas expectativas em relação a continuarem lendo. Professor! Cadastre seus alunos no site do Banco Itaú onde anualmente é realizada uma campanha Leia para uma Criança. Acesse o link e peça sua coleção:https://www.itau.com.br/crianca/ https://www.itau.com.br/crianca/ ATIVIDADE FINAL Professor! Chegou o momento de perceber até que ponto o projeto deu certo, o que foi bom e o que não teve êxito, a fim de avaliar se este deve continuar, melhorar ou ser retomado. Neste sentido, vamos organizar um encontro com os alunos participantes do projeto para colher depoimentos orais e escritos para verificar se houve mudanças de atitudes frente às praticas de leitura na escola. Colégio Estadual do Campo Professora Godoma B. de Oliveira Professor PDE: Aparecida Lazareti Venancio Ferreira Turmas: 6° ano do ensino fundamental Enquete do projeto Espaço de Leitura. Alunos 1- Você passou a gostar mais de leitura com esse projeto? 2- Está indo mais a biblioteca e escolhendo livros para levar pra casa? 3- Você entende bem o que lê? 4- O que poderia ser melhorado na escola para que os alunos se tornem leitores mais assíduos? Colégio Estadual do Campo Professora Godoma B. de Oliveira Professor PDE: Aparecida LazaretiVenancio Ferreira Turmas: 6° ano do ensino fundamental Enquete do projeto Espaço de Leitura. Pais 1- Vocêsobservaram se seu filho leu algum livro nestes dias? 2- Eles comentaram com os senhores pais sobre a participação do projeto Espaço de leitura? 3- Eles relataram as atividades desenvolvidas? 4- Eles contaram um conto ou fabula que conheceram por meio da leitura em ca- sa? REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação à Distância. (Cadernos da TV Escola) v. 1 – Português. NASCIMENTO, Cecília Regina do & SOLIGO, Rosaura. Leitura e leitores. – Brasília, 1999. CAGLIARI, Luis Carlos. Alfabetização &Lingüística. 6 ed. São Paulo: Scipione, 1993. COPPOLA, Neusa Ciriaco. Os recursos risíveis em fábulas. Dissertação de Mestrado. Apre- sentada à UNESP, 2001. FREIRE, Paulo. A Importância do ato de ler: em três artigos que se completam. 45ªed. São Paulo: Cortez, 2003. DEZOTTI, Maria Celeste (org.). A tradição da fábula: de Esopo a La Fontaine. Brasília: Editora Universidade de Brasília: São Paulo: Imprensa Oficial
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