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Sistema de Ensino Presencial Conectado
licenciatura em matemática
jaciane teixeira de souza
 O TRABALHO DOCENTE NAS CLASSES HOSPITALARES
Parintins
2019
jaciane teixeira de souza
O TRABALHO DOCENTE NAS CLASSES HOSPITALARES
Trabalho Interdisciplinar apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média semestral nas disciplinas de Educação Inclusiva; LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais; Educação e Tecnologias; Homem, Cultura e Sociedade e Práticas Pedagógicas: Identidade Docente.
Professores: Juliana Chueire Lyra; Sandra Cristina Malzinoti Vedoato; Luana Pagano Peres Molina; Amanda Larissa Zilli; Marcio Gutuzo Saviani e Marcia Bastos de Almeida.
Parintins
2019
SUMÁRIO
1	INTRODUÇÃO	4
2	DESENVOLVIMENTO	5
3	CONCLUSÃO	10
REFERÊNCIAS	11
iNTRODUÇÃO
Atualmente a sociedade determina, de maneira imprescindível, uma educação compromissada com modificações sociais. No cerne da sociedade encontra-se uma educação que por ser social e de acordo com a história construída pelo homem, requer como fundamento no seu desenvolvimento uma linguagem variada, que seja capaz de compreender toda uma diversidade e, compreendendo dessa maneira, os desafios que fazem parte do contexto de formação do professor.
A hospitalização na infância pode transformar significativamente o desenvolvimento da criança e do adolescente, pois delimita as relações de convívio da criança por afastá-la de sua família, casa, de seus amigos e de sua escola. Desse modo, assim como no âmbito escolar, o professor deve ser a conexão entre o conhecimento e o aluno, uma vez que cabe a ele levar o aprendizado onde se é indispensável. 
De tal modo, o presente estudo tem como objetivo debater, conceituar e refletir sobre o processo inclusivo de alunos com necessidades especiais temporárias ou transitórias, dando continuidade a escolarização formal e fomentar o processo da construção da identidade profissional do docente. Assim, o estudo traz como situação geradora de aprendizagem – SGA, a adolescente Karina que há cerca de um ano descobriu que estava com câncer nos ossos. Por conseguinte, o estudo irá responder através da produção textual as questões norteadoras para o desenvolvimento do trabalho.
DESENVOLVIMENTO
O desenvolvimento histórico no Brasil das Classes Hospitalares. 
No que concerne a educação hospitalar, de acordo com Fonseca (1999), ainda é uma área relativamente hodierno no Brasil, assim, os primeiros estudos sobre a área levantados pela autora datam de 1950, com o emergir da classe hospitalar mais longínqua no Brasil. Contudo, ainda segundo a autora, é apenas em 1981 que advém uma ampliação do número de classes inseridas e em pleno funcionamento.
Segundo perspectiva de Oliveira (2013) no Brasil a prática educacional das classes hospitalares apresentam sua gênese marcada em 1950, com a classe hospitalar no Hospital Jesus, no Rio de Janeiro, contudo existem registros de 1600, ainda no período do Brasil Colônia, que existia o atendimento escolar aos deficientes físicos na Escola Casa de Misericórdia, em São Paulo.
Dessa maneira, as classes hospitalares no Brasil estão anexadas nos movimentos internacionais em defesa das crianças e adolescentes. Todavia, ainda que existam legislações relacionadas para a proteção dos que são beneficiados por ela, durante o decorrer de décadas, eles foram tratados pela cultura da indiferença, legado das políticas públicas marcadas pelo descompromisso com as minorias.
Por conseguinte, conforme a ótica de Paula (2010, p. 01):
As escolas nos hospitais no Brasil estão inseridas nos movimentos internacionais em defesa das crianças e adolescentes. Entretanto, embora existam legislações voltadas para a proteção desses cidadãos, durante décadas, eles foram tratados pela cultura da indiferença, herança das políticas públicas marcadas pelo descompromisso com as minorias.
Entretanto, é apenas a partir da década de 90 que os movimentos em defesa das classes hospitalares ganham forma e de fato atenção social. E os atendimentos educacionais às crianças hospitalizadas começam a se concretizar. Para Oliveira (2013), a ascendência da possível classe hospitalar no Brasil está conexa ao mesmo tempo com a origem do ensino especial do país.
Ainda que a educação hospitalar seja um direito, proporcionado, defendido e aprovado em lei, conforme a Resolução N° 41/1995 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, procedente da Sociedade Brasileira de Pediatria, relativo aos Direitos da Criança e do Adolescente hospitalizados e o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1990, na prática esse atendimento demorou para se consolidar e ganhar um caráter institucional.
Conforme afirma Oliveira (2013), embora seja prognosticado por lei que as crianças e os adolescentes possuam acompanhamento pedagógico, esse acompanhamento ainda é limitado no que concerne ao número de hospitais que o Brasil possui em sua extensão.
Dessa forma, os estudos na área têm avançado no âmbito profissional e técnico, contudo não há diretrizes especificas sobre a formação de professores para a docência em classe hospitalar ou normativas que regimentem e regulamentem a atuação neste contexto.
Relacione as Classes Hospitalares com as Políticas de Educação Inclusiva. 
Conforme pensamento de Sandroni (2008), o Decreto de Lei n. 1044/69 constitui que os alunos que se encaixam na qualidade daqueles que necessitam de tratamento especial, apresentam direitos a exercícios domiciliares, com acompanhamento da escola, sempre que combinadas com seu estado de saúde e condições do estabelecimento.
Nesse sentindo, segundo Sassaki (2012, p.1):
A Inclusão é o processo pelos quais os sistemas sociais comuns são tornados adequados para toda adversidade humana – composta por etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero, orientação sexual, deficiência e outros atributos, com a participação das próprias pessoas na formulação e execução dessas adequações.
Por conseguinte, conforme a concepção de Sandroni (2008), a Classe Hospitalar é uma nova modalidade da Educação Especial que visa a troca e a construção coletiva do conhecimento, orientada por um atendimento pedagógico ajustado nas potencialidades individuais da criança, no qual a obtenção do conhecimento se transforma em um eficiente remédio para aliviar a dor, o sofrimento físico, emocional e social.
Seguindo a referência da educação inclusiva pelo qual todos têm o direito à educação de qualidade e considerando as leis antes citadas, pressupõe-se que o trabalho da Classe Hospitalar é uma modalidade que se condiz nos ideais da inclusão e, portanto, da educação especial.
Ainda nessa perspectiva, André (1999 p, 52) destaca que, distinguir as práticas pedagógicas do dia-a-dia, é receber o desafio de que não existem receitas prontas, nem soluções universais. É compreender e acolher as incertezas, facilitar intervenções é entender que grande parte das intenções pedagógicas devem ser edificadas na ação cotidiana, em um processo de negociação, revisão constante e iniciativa por parte dos professores.
De maneira indubitável, a inclusão escolar é uma realidade que faz advir e tornar-se a ser diversas um grande desafio aos envolvidos no processo de inserção dele na vida escolar. Os fundamentos legais que garantem o atendimento pedagógico a educandos em processo de tratamento de saúde permanecem valendo em todo território nacional, não obstante da atual política de educação especial do MEC a não contemplar tais ações como foco de atenção.
aspectos da formação docente que perpassam o exercício e a prática da docência no universo hospitalar. 
Para Peters (2015) na educação hospitalar é imprescindível pensar na atuação do professor e como muitos pesquisadores afirmam, na formação desse professor. Quando a educação hospitalar começou na década de 50, os pedagogos iam para o hospital e realizavam ali um trabalho quase que intuitivo.
Seguindo este sentido e deacordo com Vasconcelos (2015) a questão fundamental na formação de professores é tornar proeminente a escolaridade no hospital, a partir da visão atual que a criança doente tem da escola, onde está ausente, em relação à de escola atual dentro do hospital.
Segundo afirma Esteves (2005), o papel do professor hospitalar possui extrema relevância, uma vez que ele atende as indigências psicológicas, sociais e pedagógicas das crianças e adolescentes. Assim, o professor precisa ter sensibilidade, compreensão, força de vontade, criatividade, persistência e muita paciência para atingir as respectivas finalidades.
Diante disto, ser professor da educação hospitalar é inventar novas possibilidades de ensino, é aceitar o desafio de pesquisar, de criar possibilidades e de ir em busca do conhecimento científico, todavia principalmente conhecimento humano. O professor da educação hospitalar é um agente de humanização, agente da mudança no processo educativo. Além do mais, o docente da educação hospitalar é responsável pela aproximação entre educação e saúde (PETERS, 2015).
Neste ponto de vista, para Vasconcelos (2015) o professor hospitalar é estimulado a levar em conta a fragilidade do alunos especiais, e as aulas, conquanto flexíveis, não incidem sem critérios e exigem qualidade a fim de consentir revelar as capacidades dos alunos.
Em suma, a importância do relacionamento do professor com o aluno necessita ser de diálogo, o professor precisa conhecer as ansiedades, os medos e os sonhos da criança. Possibilitando uma melhor aprendizagem. Os professores devem inovar com suas práticas, uma vez que o ambiente alfabetizador não se trata de uma escola regular e sim um ambiente inteiramente desigual, que determina sensibilidade e um currículo flexibilizado.
a importância do vínculo entre o professor aluno nas classes hospitalares
O papel do professor no ambiente hospitalar presentemente é essencial, compete então compreender teoricamente e legalmente que o conhecimento pode colaborar para o bem-estar físico psíquico e emocional da criança e do adolescente, contudo não necessariamente o conhecimento curricular ensinado no espaço escolar, precisamente do modo que a escola o faz.
Em concordância com a concepção de Machado e Campos (2013), a relação professor e aluno no contexto da classe hospitalar, no que concerne ao atendimento educacional deve ser um destaque e novidade que coopera positivamente para a efetiva recuperação do aluno paciente hospitalizado.
Destarte, conforme Montanari e Silva (2015), o trabalho do pedagogo no ambiente hospitalar proporciona a garantia da continuidade do processo de aprendizagem, de forma mais afetiva, fazendo com que os alunos ao retornarem à escola não venham a se sentir em discrepância em relação aos seus colegas e que não percam o vínculo com a escola.
Inquestionavelmente, o papel do professor para pacientes em idade de escolarização hospitalizados durante o tratamento médico possui significativa relevância. De maneira inegável, essa atuação trará benefícios para Karina, pois ao saber que nesses casos o processo de ensino-aprendizagem ocorre em um ambiente não escolar, as práticas docentes não devem evadir de um dos principais objetivos do professor: contribuir na formação de cidadãos/sujeitos autônomos, éticos, críticos, participativos e atuantes socialmente.
Por certo, conforme afirma Machado e Campos (2015), considerando o professor como profissional complementar da equipe multidisciplinar, que muito pode colaborar para o sujeito viver com maior qualidade de vida, investir no potencial intelectivo do aluno e fortalecer sua autoestima, como sujeito cognoscente e capaz, sua atuação pedagógica será basal no processo de aprendizagem da criança e/ou adolescentes.
E seguindo o pensamento de Machado e Campos (2015), no que concerne a benefícios para Karina, para realizar uma boa pratica educativa que considere-a e suas potencialidades é preciso pensar que, na escola hospitalar, as diferenças do processo de ensino e aprendizagem são características marcantes, pois cada realidade apresenta particularidades que envolvem maneiras de organizar o ensino que estão atreladas à rotina hospitalar, à divisão do espaço e tempo pedagógico, à presença e intervenção de profissionais da saúde, as patologias das crianças, bem como a questões biopsicossociais dos alunos.
coNCLUSÃO
A escola é um direito para todos, sejam crianças ou adultos. Dessa forma, fica evidente a preocupação que as pessoas com necessidades especiais causam na sociedade, despertando grupos e indivíduos preocupados em ofertar educação, cuidado e respeito a eles. O professor que atua na classe hospitalar deverá estar habilitado para trabalhar com a diversidade e as carências dos alunos, identificando as necessidades educativas especiais dos educandos impedidos de frequentar a escola. Desse modo, conclui-se que o objetivo deste estudo foi alcançado, uma vez que, intencionados pela busca de alternativas que assegurem o cumprimento da lei a favor de uma educação de qualidade para todos, ligado fortemente a esta mobilização social encontra-se o professor e sua atuação enquanto agente de transformação, e mediação para assim contribuir com desenvolvimento o aluno, seja qual for a deficiência e não somente a deficiência auditiva.
Decerto, para ensinar é necessário que os professores contenham os conhecimentos de sua área de atuação, articule-os aos saberes experienciais, curriculares, pedagógicos e pessoais e motivem os alunos, por meio de suas estratégias, para que a construção do conhecimento ocorra.
REFERÊNCIA
ANDRÉ, M. Pedagogias das diferenças na sala de aula. Campinas, SP: Papirus, 1999.
CONANDA. Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente. Resolução 41 de 13 de Outubro de 1995. Disponível em: << http://www.mpdft.mp.br/portal/pdf/unidades/promotorias/pdij/Legislacao%20e%20Jurisprudencia/Res_41_95_Conanda.pdf >> Acesso em: Abril de 2019.
ESTEVES, C.R. Pedagogia Hospitalar: um breve histórico. Disponível em: << www.qualievidanapedhospitalar.com >> 2005. Acesso em: Abril de 2019.
FONSECA, E. S. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: realidade nacional. Brasília, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, 1999.
MACHADO, J.; CAMPOS, J. Relação Professor – Aluno: Um diferencial na Classe Hospitalar. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba. Disponível em: << http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2013/10499_7066.pdf >> Acesso em: Abril de 2019.
MONTANARI, E. S. da S. B.; SILVA, M. B. Classe Hospitalar: reflexões acerca da atuação do pedagogo. XIII Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2015. Curitiba. Disponível em: << http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/25924_12439.pdf >> Acesso em: Abril de 2019.
OLIVEIRA, T. C. de. Um Breve Histórico sobre as Classes Hospitalares no Brasil e no Mundo. XI Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2013. Curitiba. Disponível em: << http://educere.bruc.com.br/ANAIS2013/pdf/9052_5537.pdf >> Acesso em: Abril de 2019.
PAULA, E. M. A. T. de. Educação nos hospitais: necessidade de discussão desse cenário educativo na formação de professores. In: Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Núcleo de Apoio ao Sareh. Curitiba: SEED - PR., 2010. – 140 P. - (Cadernos temáticos).
PETERS, I. Docência em educação hospitalar e a necessidade de formação nas licenciaturas. XIII Congresso Nacional de Educação. EDUCERE. 2015. Curitiba. Disponível em: << http://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2017/23279_14077.pdf >> Acesso em: Abril de 2019.
SANDRONI, G. A. Classe Hospitalar: Um recurso a mais para a inclusão educacional de crianças e jovens. Cadernos da Pedagogia - Ano 2, Vol.2, No.3 jan./jul. 2008. Disponível em: << http://www.cadernosdapedagogia.ufscar.br/index.php/cp/article/view/50/43 >> Acesso em: Abril de 2019.
SASSAKI R. K. – Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Cadeirando sobre diversidade. 2012.
VASCONCELOS, S. M. F. Histórias deformação de professores para a Classe Hospitalar. Revista Educação Especial. Vol. 28. N. 51. 2015. Disponível: << https://periodicos.ufsm.br/educacaoespecial/article/view/9118 >> Acesso em: Abril de 2019.

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